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Economia - Aula 06 - Cambio e BP

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CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR 
PROFESSOR MARLOS FERREIRA 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Não sejam impacientes! 
Não tenham pressa em chegar ao fim. Deixem que o tempo amadureça os frutos, 
de modo que possa colhê-los amadurecidos. Caminhem com segurança e 
constância, porque tudo nos chegará na hora exata e mais oportuna. Os frutos 
amadurecidos à força não são tão saborosos quanto os que amadurecem 
naturalmente. Saibam esperar com paciência e não desanime. 
 
AULA 06: 
 MACROECONOMIA ABERTA. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. 
REGIMES CAMBIAIS.CRISES CAMBIAIS. 
 
Analisemos agora a consistência global da política macroeconômica. Todos 
concordam que o objetivo final da política macroeconômica deve ser o de 
aumentar o bem-estar material da sociedade e dos indivíduos, e que isto pode ser 
mensurado pelo crescimento do PIB per capita e nível de emprego. 
Para alcançar este objetivo, além de condições institucionais e políticas é 
fundamental a existência de um ambiente favorável à atividade produtiva, 
particularmente a estabilidade macroeconômica. A estabilidade só pode ser obtida 
se houver equilíbrio interno e externo. 
O requisito mínimo para ter o equilíbrio interno seria estabelecido com a demanda 
agregada de bens e serviços igualando a oferta potencial de bens e serviços, 
garantindo assim a estabilidade de preços ou controle da inflação num nível 
aceitável. 
O equilíbrio externo seria alcançado com equilíbrio do balanço de pagamentos, de 
forma que um eventual déficit (superávit) nas transações correntes do país com o 
exterior possa ser coberto pela conta de capitais com a entrada (saída) de capitais 
financeiros. 
Mas, com o grande crescimento e integração do mercado financeiro global, os 
fluxos de capitais não têm o caráter complementar às transações correntes do 
passado, têm autonomia e impõem restrições sobre outros instrumentos. 
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TAXAS DE CÂMBIO/REGIMES CAMBIAIS/CRISES CAMBIAIS 
 
Taxas de Câmbio 
 
Câmbio é a forma que um país tem de transacionar mercadorias com o resto do 
mundo. Isto porque cada país tem, na sua moeda, um dos seus símbolos 
nacionais e, por opção ou por força de lei, todos no país mantêm relações 
econômicas por meio de sua moeda. 
Ocorre que os demais países não são obrigados a aceitarem a moeda nacional 
vigente. Nesse caso, torna-se necessário trocar ou cambial a moeda nacional por 
uma moeda de livre curso internacional. 
Quanto mais aberto um país, maior a influência cambial na sua economia. Como a 
tendência mundial é de abertura econômica, câmbio tende a ser profundamente 
relevante, interferindo de alguma forma na vida de todos os habitantes do planeta. 
O câmbio é chamado livre ou flutuante quando a cotação da moeda nacional 
frente às moedas internacionais se dá por oferta e demanda por moedas. 
Assim, quando os agentes econômicos, por motivos psicosociais e econômicos, 
tendem a demandar mais moeda nacional, esta se valoriza frente às moedas 
internacionais. 
Apesar do nome livre, a variação monetária ocorre dentro de certos parâmetros ou 
faixas (bandas) consideradas aceitáveis pela autoridade monetária. 
Quando estes parâmetros são rompidos, a autoridade monetária entra comprando 
ou vendendo moeda, nacional ou internacional para evitar esse descompasso. 
 
 
A variação da cotação da moeda nacional frente às demais moedas tem amplas 
implicações no dia-a-dia dos agentes econômicos. 
Quando, em um período dado de tempo, registra-se uma taxa de inflação em um 
país, esta variação deve corresponder a uma variação na taxa de câmbio, 
descontada a inflação mundial. Assim, se num mês a inflação nacional for de 5% e 
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a inflação dos principais países próxima a zero, deverá ocorrer uma 
desvalorização da moeda nacional em 5% para que a política cambial seja neutra, 
ou seja, não interfira no preço dos produtos importados e exportados. 
Se a desvalorização for abaixo de 5%, os produtos exportados tenderão a ficar 
menos caros em moeda internacional, prejudicando as exportações. 
Se a desvalorização for acima de 5%, os produtos importados é que se tornarão 
mais caros neste país. 
Quanto mais acentuada a desvalorização cambial, maior a elevação de preços na 
economia nacional. 
Em dois momentos recentes, um em 1979 e outro em 1983, o Brasil demorou 
muito a promover desvalorizações cambiais necessárias pelas altas taxas 
inflacionárias. Quando decidiu promover o ajuste, o fez por macrodesvalorizações. 
Ou seja, desvalorizou o câmbio de uma só vez a uma elevada taxa. Nos meses 
seguintes, as taxas inflacionárias recrudesceram. 
O câmbio é, portanto, um instrumento importante de política econômica. Pode, 
portanto, estimular a produção interna ou aumentar a disponibilidade interna de 
bens, dependendo da forma em que é administrado. 
Um país pode adotar dois tipos de câmbio: câmbio fixo e flutuante. 
O câmbio fixo é adotado em países de economia instável, de moeda fraca. Ou 
seja, em países em que, geralmente, a moeda nacional somente tem curso na 
sociedade, por força de lei, em função da administração da política econômica 
adotada. 
O câmbio flutuante, por outro lado, é adotado em economias estáveis. Nestes 
casos, a cotação é reflexo de oferta e demanda por moedas. 
Assim, o Banco Central administra o mercado como um mega agente, comprando 
e vendendo moedas. 
No câmbio flutuante, fatores psicológicos ou extra econômicos podem interferir 
nas cotações ao influenciarem a ação dos agentes. 
 
 
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O mercado de câmbio ou divisas permite que as empresas brasileiras e os 
consumidores nacionais adquiram produtos estrangeiros, pagando em reais, ao 
mesmo tempo, em que os estrangeiros possam comprar produtos brasileiros, 
pagando na sua moeda de origem, geralmente, dólares. 
A diferença notável entre os comércios nacional e internacional reside no fato que, 
dentro de um país, o intercâmbio se dá na mesma moeda enquanto que no 
comércio internacional cada país tem sua própria moeda. 
Vamos tornar o assunto mais claro. Uma empresa de pequeno porte, de capital 
eminentemente nacional, obteve um plano de expansão fantástico. Passou a 
operar no exterior, oferecendo roupas femininas. Qualquer agente da economia do 
resto do mundo ( empresas norte-americanas, cidadãos italianos, governo 
japonês, famílias argentinas), enfim, todos os não residentes, que desejarem 
importar os produtos oferecidos pela citada empresa nacional, deverão pagar em 
reais, porque essa é a moeda aceita dentro do território nacional. Devemos 
lembrar que a empresa de pequeno porte possui encargos trabalhistas, tem que 
pagar tributos e contribuições ao governo brasileiro, remunerar seus empregados 
pelos trabalhos executados, dentre outros compromissos. Todos essas questões 
devem ser honradas em moeda nacional, o Real. Imaginemos como um operário 
dessa empresa poderia utilizar dólares, francos, ienes, no mercado municipal para 
comprar verduras, legumes, batatas? E o governo brasileiro recebendo o 
pagamentos dos tributos em euros? Dessa forma, os estrangeiros que fazem 
importações de artigos nacionais, colocam seus dólares à venda para obter os 
reais necessários. 
Da mesma forma, uma empresa norte-americana produtora de chocolates, que 
vende ao Brasil boa parcela de sua produção, requisitará às empresas brasileiras 
compradoras, o pagamento em dólares e não em reais. As empresas nacionais 
terão que colocar seus reais à venda para comprar os dólares necessários à plena 
aquisição dos chocolates. 
Quando se efetuam relações econômicas entre países, exige-se um jogo de 
moedas deforma que se alcance uma relação de troca entre elas. A taxa de 
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câmbio vem a se constituir na medida de conversão da moeda doméstica em 
moeda estrangeira. 
Na determinação da taxa de câmbio, a demanda por reais ( a oferta de dólares) é 
realizada pelos exportadores nacionais que recebem os dólares em troca de 
mercadorias e desejam reais para bancar seus custos em moeda nacional ( pagar 
empregados, contas de luz, água, aluguel, tributos, consertar maquinário, etc) . 
Além disso, temos nessa categoria de interessados os turistas e investidores 
estrangeiros, que precisam converter em reais os dólares para materializar seus 
gastos e investimentos. 
Sabemos, portanto, até o momento, que os exportadores nacionais, os turistas do 
resto do mundo e os investidores estrangeiros constituem de forma exaustiva a 
fonte de oferta de divisas ( dólares). 
Falta-nos agora o lado espelho da demanda por reais (oferta de dólares), a saber: 
oferta de reais ( demanda por dólares), que corresponderá aos indivíduos que 
necessitam trocar seus reais por dólares para adquirir novos produtos/bens e 
realizar viagens e investimentos fora do território nacional. Aqui se enquadram os 
agentes importadores nacionais bem como os turistas domésticos e investidores 
brasileiros, que atuam no exterior. 
Sabemos, agora, que os importadores nacionais, os turistas domésticos que 
freqüentam o exterior e os investidores brasileiros com ativos no exterior, têm de 
obter moeda estrangeira para pagar suas faturas, sustentar seus investimentos 
em outros países, o que constitui a demanda de divisas. 
No mercado de divisas, a oferta de dólares procedente das exportações brasileiras 
e dos investimentos do resto do mundo no território nacional conjuntamente com a 
demanda por dólares, derivada dos importadores nacionais e dos investidores 
brasileiros no exterior determinam a taxa de câmbio. 
Em resumo: o que determina a taxa de câmbio? 
Primeiro, a taxa de câmbio é o valor de uma unidade monetária da moeda local. 
Segundo: se os estrangeiros desejam comprar mais bens e ativos do país local, 
terão de comprar mais moeda local. Portanto, quando a demanda do resto do 
mundo por bens e serviços do país local aumenta, a demanda pela moeda local 
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também aumenta. O resultado é que o preço de uma unidade monetária da 
moeda local – sua taxa de câmbio – aumenta. 
Terceiro: quando a demanda do país local por bens e ativos do resto do mundo 
aumenta, os cidadãos do país local têm de vender a moeda local (para obter 
moeda estrangeira), fazendo com que a oferta de moeda local aumente e seu 
valor caia. 
Combinando essas forças de oferta e demanda, o valor da moeda local é 
determinado pela taxa de câmbio que faz com que a demanda pela moeda local 
seja igual a sua oferta. 
Lembrem-se da equação básica do comércio internacional: 
Importações + turistas nacionais + investidores nacionais em ativos estrangeiros 
= exportações + turistas do resto do mundo + investidores estrangeiros 
O lado esquerdo da equação reflete a oferta da moeda local ( uma vez que os 
cidadãos do país vendem a mesma para comprar a moeda estrangeira necessária 
para adquirir bens e ativos do exterior). 
O lado direito da equação reflete a demanda de moeda local (uma vez que os 
estrangeiros compram a mesma para adquirir bens e ativos do país local). 
 
Regimes Cambiais 
A estipulação da taxa de câmbio pode ocorrer de duas maneiras: 
institucionalmente, por meio de decisão das autoridades econômicas com fixação 
periódica das taxas ( regime cambial fixo) ou através do funcionamento das leis de 
mercado com flutuação das taxas em função das pressões de oferta e demanda 
por divisas ( regime cambial flutuante ou flexível). Aqui o governo não compra nem 
vende divisas – as flutuações das reservas são mínimas. A taxa de juros nominal 
fixada pelo Banco Central é menos instável e não tem qualquer relação mais 
sistemática com a taxa de câmbio, já que é fixada para controlar a demanda 
agregada e não o preço do dólar. 
A taxa de câmbio está vinculada aos preços dos produtos exportados e 
importados, afetando assim a balança comercial do país. Quando a taxa de 
câmbio se encontra elevada, estimula as exportações, uma vez que os agentes 
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exportadores passarão a receber mais reais pela mesma quantidade de divisas 
derivadas da venda, acarretando maior oferta de divisas. 
Suponha uma taxa de câmbio de 0,80 real por dólar e que o exportador vendesse 
1.000 unidades a 10 dólares cada, perfazendo um faturamento de U$ 10.000 ou 
R$ 8.000,00. Ocorrendo uma desvalorização em 10%, a taxa de câmbio subirá 
para 0,88 real por dólar, ocasionando uma receita agora de U$ 10.000 , 
correspondentes a R$ 8.800,00. 
Do lado das importações, a situação é oposta, uma vez que os preços dos 
importados se elevam, em moeda nacional e, dessa forma, os importadores 
pagarão mais reais pelas mesmas moedas estrangeiras, ocasionando um 
desestímulo às importações e, via de regra, uma queda na demanda por divisas. 
Embora nunca tenha sido cobrado em concurso, creio que seja pertinente 
mencionar a nomenclatura utilizada para distinguir os diferentes movimentos 
cambiais de acordo com a taxa cambial vigente (fixa ou flexível). 
Uma desvalorização se dá quando o preço das moedas estrangeiras sob um 
regime de taxa de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial. Implica dizer que 
os não residentes ou estrangeiros pagam menos pela moeda nacional ou que os 
residentes do país alvo do fenômeno pagam mais por moedas estrangeiras. Em 
mesmo compasso, se o câmbio vigente for flexível, tem-se uma depreciação e não 
mais desvalorização. 
O fenômeno às avessas gera uma valorização da moeda local frente às 
estrangeiras quando câmbio fixo e apreciação quando câmbio flexível. 
 
 
 
 
Paridade do Poder de Compra (PPC) 
Vale levar em consideração essa análise ( ainda que bem rudimentar), pois já 
apareceu em questões extensas nos concursos e, em realidade, a solução 
passava por apenas um cálculo bem simplório. Entretanto, achamos muito difícil 
que apareça novamente, independente da banca examinadora. Caso vocês 
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encontrem esse assunto nas provas, com certeza será em uma das assertivas de 
alguma questão. 
A PPC é utilizada para se calcular as desvalorizações nominais que corrigem as 
valorizações reais causadas pela inflação de maneira a se manter paridade do 
poder de compra. Visa manter o nível das exportações. 
E ´ = E . nível de preços interno 
 nível de preços externo 
E ´= nova taxa de câmbio nominal a fim de manter o PPC 
E = antiga taxa de câmbio nominal 
 
Vamos a um exemplo bem típico: se a inflação interna é de 80% e a externa é de 
10%, se a taxa de câmbio é R$ 50,00/US$, calcule a nova taxa nominal a fim de 
manter a paridade do poder de compra. 
E ´= 50 . 80 
 10 
1 US$ = R$ 400 
 
A valorização real é igual à valorização nominal menos a taxa de inflação do 
período. Rigorosamente, para que se suceda uma desvalorização real, além da 
desvalorização nominal superar a taxa de inflação interna, faz-se mister que a 
inflação interna seja superior à inflação internacional (externa). 
Suponhamos que não haja desvalorização cambial (nominal) e que a taxa de 
inflação seja de 10% no ano. Se a inflação verificada nos principais países for de 
10%, a desvalorização real será nula e nenhum impacto se verificará com o fluxo 
de importações e exportações. 
A paridade poder de compra (P.P.C) é uma teoria segundo a qualas taxas de 
câmbio ajustam-se até que uma unidade de qualquer moeda seja capaz de 
comprar o mesmo conjunto de bens e serviços em todos os países que mantêm 
relações comerciais. 
A teoria da paridade do poder de compra prevê que se o nível de preços de um 
país aumentar em relação ao nível de preços de outros países, sua taxa de 
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câmbio irá cair. Por exemplo, se a taxa de inflação do país local é de 10% e a do 
país estrangeiro é de 6%, a teoria da paridade do poder de compra prevê que a 
taxa de câmbio local irá cair 4% ( a variação percentual da taxa de câmbio é igual 
à taxa de inflação estrangeira menos a taxa de inflação local). 
Mas por que as taxas de câmbio nem sempre se comportam como a teoria da 
paridade do poder de compra prevê? 
Uma razão para isso é que os países não trocam bens idênticos. 
Outra razão é que alguns países não permitem o fluxo livre de moedas e bens. 
Contudo, o principal motivo para que a teoria nem sempre funcione é que os 
países trocam bens e ativos. O mercado de ativos desvia as taxas de câmbio da 
paridade poder de compra. 
Em resumo: se vale a paridade do poder de compra, então a variação percentual 
da taxa de câmbio para uma dada moeda estrangeira é igual à taxa de inflação do 
país estrangeiro menos a taxa de inflação do país doméstico. 
 
Crises Cambiais 
Na prática, no regime cambial flexível, a flutuação é suja. O Banco Central 
participa do mercado cambial, podendo atuar comprando o excesso de oferta de 
divisas com vistas a acumular reservas externas e também evitar a apreciação 
cambial. 
Nesse contexto, quando se verifica um excesso de oferta de divisas de forma que 
a taxa de câmbio ameace ultrapassar o piso, a autoridade monetária atua por 
meio da compra de divisas, ocasionando uma elevação na taxa de câmbio. 
De outra forma, quando se tem escassez de divisas, através de uma ameaça ao 
limite máximo, o BC atua vendendo divisas, refreando o valor da taxa de câmbio. 
Na maioria dos países prevalece o regime de flutuação suja; há liberdade cambial, 
mas dentro de limites, com intervenções do BC para evitar exagerada depreciação 
ou apreciação da moeda. 
Para os defensores e muitos de seus críticos, a política macroeconômica 
implementada no Brasil nos últimos anos contém dois elementos chave: o regime 
de taxas de câmbio flexível ou flutuante e o sistema de metas de inflação no qual 
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a taxa de juros é fixada com o fito de controlar a demanda agregada e, através 
dela, a inflação. 
Nada disso se observa no Brasil de meados de 1999 até o início de 2006. Houve 
grandes flutuações e substancial acúmulo de reservas internacionais (de cerca 
US$ 41 bilhões a algo em torno de US$ 56 bilhões). 
A taxa de juros tem flutuado bem mais que a média mensal do câmbio e há forte 
relação do diferencial entre a taxa de juros nominal interna e a taxa de juros 
externa (juros americanos mais risco país do Brasil) e o nível da taxa de câmbio. A 
mudança deste diferencial de juros interno e externo com freqüência precede as 
movidas do câmbio. 
O regime cambial que existe mesmo no Brasil é de flutuações administradas 
(especialmente via juros) e se encaixa bem na categoria mais administrada e 
menos flexível (ou mais "suja") da bem-humorada taxonomia de Carmen Reinhart 
("The Mirage of Floating Exchange Rates", American Economic Review, May, 
2000), chamada de "quase-paridade mal disfarçada sem credibilidade". 
O câmbio é um dos principais preços da economia, refletindo a paridade da 
moeda local relativamente às demais moedas internacionais, o que não se 
restringe às decisões de exportações. Definições fundamentais no setor produtivo, 
como de investimentos, localização industrial, substituição de importações, 
agregação de valor local, pesquisa e desenvolvimento são fortemente 
influenciadas pelo nível da taxa de câmbio. 
Embora não muito provável que a ESAF se utilize desse tipo de questão, como o 
edital traz à tona o tópico Regimes Cambiais/ Crises Cambiais, acho que devemos 
levar em conta exercícios como os demonstrados a seguir. 
 
01 - (VUNESP/BNDES-2002) Com relação ao sistema cambial do Brasil, entre 
1998 e 2000, pode-se dizer que 
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a) de um sistema de câmbio livre, visando a manter a taxa de câmbio, passou-se 
para um sistema de bandas cambiais, logo substituído por um sistema de câmbio 
fixo. 
b) se passou, de uma política de câmbio fixo, com a moeda nacional 
subvalorizada, para sistema cambial administrado, sem a adoção de qualquer 
outro regime entre eles. 
c) de um sistema de intervenção no mercado cambial, que manteve 
sobrevalorizada a taxa de câmbio, passou-se a um sistema de câmbio flutuante. 
d) em nenhum momento adotou-se uma política de banda cambial. 
e) se passou, abruptamente, de uma taxa de câmbio variável, com a moeda 
nacional subvalorizada, para um sistema de câmbio fixo. 
 
Segundo o BC, a taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, 
mensurado em unidades ou frações da moeda doméstica. A taxa de câmbio 
reflete, assim, o custo de uma moeda em relação a outra, agregando-se em taxa 
de venda e taxa de compra. 
Pensando sempre do ponto de vista do banco, a taxa de venda é o preço que a 
autoridade monetária cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, 
por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que a autoridade aceita 
pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por 
exemplo). 
Ou seja, o câmbio é uma das variáveis mais importantes da macroeconomia 
sobretudo no que se refere às transações internacionais. Quando se deseja 
negociar ativos de um país para outro, quase invariavelmente temos de mudar a 
unidade de conta do valor desses ativos – da moeda doméstica para a moeda 
estrangeira. 
Existe uma variedade bastante ampla de diferentes arranjos de câmbio adotados 
pelos países ao longo da história recente. Agrupa-se, basicamente, em dois 
segmentos básicos: regimes cambiais fixos ou flutuantes. A diferença básica entre 
esses dois regimes é que, enquanto no caso dos câmbios fixos, a taxa de câmbio 
é definida pelas autoridades monetárias nacionais, em câmbios flutuantes essa 
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mesma taxa é formada no mercado cambial, através dos movimentos de oferta e 
demanda por ativos em moeda estrangeira. 
A história recente brasileira nos mostrou o estrago que pode causar a valorização 
excessiva e prolongada da taxa de câmbio, como ocorreu de 1994 a 1998. 
Naquela época, criou-se um paradigma que a correção cambial representaria o 
caos da economia brasileira e poria a perder todo o esforço empreendido para a 
estabilização. 
Foi a partir da adoção da flexibilidade do câmbio, em 1999, que o Brasil conseguiu 
reverter o perigoso quadro externo, que, em apenas cinco anos, acumulou 
acréscimo de mais de US$ 200 bilhões no passivo externo e nos tornou 
excessivamente vulneráveis às instabilidades internacionais. 
No Brasil, tivemos nos anos 90 um regime cambial fixo que foi alterado para o 
câmbio flutuante. Contudo, o que vigora de fato é a “flutuação suja”, em que o BC 
atua para atenuar movimentos bruscos das cotações. Um câmbio mais estável é 
fundamental não apenas para o exportador, mas também para decisões de 
investimento relacionadas à localização industrial e à substituição das 
importações. A flutuação exagerada do câmbio inibe as decisões de investimento, 
afetando a expansão da atividade econômica. 
A assertiva c está correta. 
 
 
02 – (VUNESP/IBGE – 99) Se a taxa de câmbio estiversendo estabelecida pelo 
que se chama de flutuação suja, isto significa que o banco central: 
a) intervém naquele mercado, eventualmente. 
b) perdeu o controle da situação cambial. 
c) permite que o mercado paralelo seja o único atuante. 
d) descobriu que os exportadores fizeram conluio com os importadores para fixar a 
taxa. 
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e) identificou a perda, pelo balanço de transações correntes, dos recursos das 
transações unilaterais. 
A taxa de câmbio administrada ou suja se dá com a participação da autoridade 
monetária no mercado cambial quando o câmbio até então flutuante ameaça 
ultrapassar os limites “aceitos” pelo mercado. 
A assertiva a está correta. 
 
 
 
 
03) No mercado cambial, não são ofertadores de moeda estrangeira: 
a) os exportadores de mercadorias 
b) os que precisam de divisas estrangeiras para pagar dívidas contraídas no 
exterior. 
c) os tomadores de empréstimos no exterior. 
d) os turistas estrangeiros que visitam o país. 
e) os investidores que compram ativos nacionais. 
Na determinação da taxa de câmbio, a oferta de dólares é realizada pelos 
exportadores nacionais que recebem os dólares em troca de mercadorias e 
desejam reais para bancar seus custos em moeda nacional ( pagar empregados, 
contas de luz, água, aluguel, tributos, consertar maquinário, etc) . Além disso, 
temos nessa categoria de interessados os turistas e investidores estrangeiros, que 
precisam converter em reais os dólares para materializar seus gastos e 
investimentos. 
Sabemos, portanto, até o momento, que os exportadores nacionais, os turistas do 
resto do mundo e os investidores estrangeiros constituem de forma exaustiva a 
fonte de oferta de divisas ( dólares). 
Já os agentes que necessitam de divisas estrangeiras para quitar compromissos 
anteriores no exterior ( turistas nacionais, investidores domésticos em ativos no 
exterior e importadores) apresentam oferta de reais (moeda nacional) e demanda 
por moeda estrangeira. É o lado espelho da oferta de moeda estrangeira. 
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Resumidamente, temos: 
Importações + turistas nacionais + investidores nacionais em ativos estrangeiros = 
exportações + turistas do resto do mundo + investidores estrangeiros 
O lado esquerdo da equação reflete a oferta da moeda local ( uma vez que os 
cidadãos do país vendem a mesma para comprar a moeda estrangeira necessária 
para adquirir bens e ativos do exterior). 
O lado direito da equação reflete a demanda de moeda local (uma vez que os 
estrangeiros compram a mesma para adquirir bens e ativos do país local). 
A assertiva b está correta. 
 
 
 
 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
 
O balanço de pagamentos se constitui num ferramental estatístico-contábil da 
integralidade das transações econômicas mensuradas entre os residentes do país 
com os residentes dos demais países. Estão registradas todas as compras do 
exterior e vendas a ele, isto é, fretes, seguros, empréstimos obtidos do resto do 
mundo. Tudo aquilo que pode ser transacionado entre o país e o resto do mundo 
deve estar computado nesse ferramental, a saber: mercadorias, serviços, capitais 
físicos e capitais financeiros. 
Contabiliza a conta corrente (balança comercial, conta de serviços e rendas e 
transferências unilaterais correntes) e a conta de capital e financeira. Esta última 
contabiliza também as transferências de patrimônios, além de empréstimos e 
financiamentos de todas as modalidades, desembolsos de curto, médio e longo 
prazo e amortizações. São ainda descontados erros e omissões dos inúmeros 
registros do balanço externo. 
Vale aqui um registro detalhista, mas, que, não raras vezes, contribui para a 
solução de alguma questão cobrada nos concursos. As contas do balanço de 
pagamentos referem-se à variável fluxo, não determinando a variável estoque ( 
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endividamento externo e reservas internacionais). Outro detalhe é a constituição 
da variação da dívida externa dada pela diferença entre a entrada de empréstimos 
e financiamentos e os pagamentos efetuados com amortizações e liquidação de 
atrasados comerciais. 
O balanço de pagamentos apresenta os seguintes tópicos: 
A. Balança Comercial 
• Importações 
• Exportações 
B. Balança de Serviços 
• Rendas de capitais ou serviços de fatores ( juros, lucros, dividendos e 
lucros reinvestidos) 
• Transportes 
• Viagens internacionais 
• Fretes 
• Seguros 
• Despesas governamentais 
C. Transferências Unilaterais ( donativos em divisas ou mercadorias) 
D. Balanço de Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente ( 
Resultado Líquido de A + B + C) ou Passivo Externo Líquido ( esse 
último termo tem sido uma constante nas provas de fiscal) 
 
Aqui já disfarçadamente aparece tal conceito infiltrado em alguma questão da 
prova. O saldo em conta corrente é fruto do somatório dos balanços comercial, de 
serviços e de transferências unilaterais. Um saldo nessa macroconta positivo 
demonstra uma transferência de bens e serviços para o resto do mundo maior do 
que a recepção, perfazendo uma poupança externa negativa, possibilitando quitar 
compromissos assumidos, incrementar reservas internacionais e até aumentar o 
portfólio de ativos estrangeiros. 
Já na outra ponta, quando o saldo é desfavorável, a poupança externa positiva 
revela que o país se endividou mais, mas absorveu mais bens e serviços, em 
termos reais do exterior. Esse ingresso líquido de recursos é que permitiu investir 
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internamente mais do que seria possível se não fosse esse déficit. Significa 
também aumento de ativos nacionais de propriedade de estrangeiros. Em suma, o 
saldo em transações correntes possui um significado macroeconômico bem 
preciso, indicando o quanto o país exporta e importa de poupança para o 
financiamento da sua formação de capital. 
Agora sim deve restar claro e evidente o entendimento da poupança externa e 
saldo deficitário do balanço de pagamentos em transações correntes quando do 
estudo da identidade poupança/investimento. 
E. Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais 
• Investimentos diretos líquidos 
• Empréstimos e financiamentos 
• Amortizações 
• Capitais de curto prazo 
 
Não é possível que o saldo de transações correntes e o saldo da conta de capitais 
tenham o mesmo sinal simultaneamente. 
F. Erros e Omissões 
É a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do 
resultado que surge quando se tenta compatibilizar transações físicas e 
financeiras e as várias fontes de informações. 
G. Saldo do Balanço de Pagamentos 
( Resultado Líquido de D + E + F) 
O saldo total do BP corresponde exatamente à variação física das reservas 
internacionais. 
H. Financiamento do Resultado ( capitais compensatórios) 
• Haveres e obrigações no exterior ( estoque de divisas estrangeiras 
propriamente dito e de títulos externos de curto prazo efetivamente 
em poder das autoridades monetárias) 
• Atrasados comerciais ( quando o país não paga suas obrigações na 
data de vencimento. Um lançamento nessa conta nada mais é do 
que a decretação de moratória pelo país.) 
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• Empréstimos de regularização do FMI ( quando o país tem 
problemas de liquidez internacional. Não constituem direito dos 
países membros do FMI e, portanto, sua obtenção se dá sob 
condicionantes. Assim, o país que o desejar tem de se submeter a 
uma série de exigências. As numerosas cartas de intençãoque o 
Brasil assinou com o FMI em vários momentos de sua história 
recente constituem o exemplo mais conhecido da situação de 
condicionalidade que regula a concessão desse empréstimo.) 
• Direitos especiais de saque ( DES) o país pode se utilizar do fundo 
originado desse instrumento gestado pelo FMI. 
 
Sem muito esforço, o amigo perceberá que o resultado do balanço de pagamentos 
em transações correntes é igual à soma do resultado do movimento de capitais 
com o saldo das transações compensatórias. 
Os dados do balanço de pagamentos são publicados em milhões de dólares norte-
americanos, em valores correntes e deve estar em conformidade com os critérios 
estabelecidos no Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário 
Internacional. 
A balança comercial é compilada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio (MDIC) com lastro nos registros alfandegários no SISCOMEX. Os dados 
referentes aos serviços e rendas, transferências correntes, conta capital e 
financeira são compilados com lastro nas operações de câmbio, resgistradas 
compulsoriamente no Sistema de Informações Banco Central (SISBACEN). 
 
Relação entre o fluxo internacional de recursos para acumulação de capital ( I – S) 
e o fluxo internacional de bens e serviços (NX) 
A conta de capital representa o excesso de investimento interno em relação à 
poupança interna. A conta de capital é igual ao montante de acumulação de 
capital interno que é financiado por empréstimos externos. A conta corrente é o 
montante líquido de recursos que o país recebe correntemente do exterior em 
troca das exportações líquidas de bens e serviços. 
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Conta de Capital + Conta Corrente = 0 
( I – S) + NX =0 
Se I – S for positivo e NX negativo, temos um superávit em conta de capital e um 
déficit em conta corrente. Neste caso, estamos tomando emprestado nos 
mercados financeiros mundiais e estamos importando mais bens do que 
exportamos. 
Se I – S for negativo e NX positivo, temos déficit em conta de capital e superávit 
em conta corrente. Neste caso, estamos emprestando aos mercados financeiros 
mundiais e exportando mais bens do que importamos. 
Se as nossas poupanças excedem nossos investimentos, a poupança que não é 
investida internamente é usada para conceder empréstimos externos. Eles 
necessitam desses empréstimos porque estamos lhes fornecendo mais bens e 
serviços do que eles nos fornecem, isto é, NX é positivo. Por sua vez, se nossos 
investimentos excedem nossas poupanças, o investimento excedente deve ser 
financiado pelo estrangeiro. Esses empréstimos externos nos permitem importar 
mais bens e serviços do que estamos exportando, isto é, NX é negativo. 
A conta-corrente deve compensar a conta de capital, o que significa que a conta-
corrente deve ser igual à diferença entre a poupança e o investimento. A 
poupança é determinada pela função consumo e pela política fiscal ao passo que 
o investimento, pela função investimento e pela taxa de juros mundial. 
Em resumo: um superávit da conta corrente significa que o país está acumulando 
ativos líquidos internacionais, ou seja, seus direitos líquidos em relação ao resto 
do mundo estão aumentando. Um déficit da conta corrente significa que a nação 
está desacumulando ativos líquidos internacionais. 
Portanto, a conta corrente também é definida como a variação da posição do 
investimento internacional líquido de uma nação. 
Quando tal posição for positiva, a nação é um credor líquido do resto do mundo e, 
quando for negativa, é um devedor líquido. 
Há duas formas de definir a conta corrente: 
a) como a diferença entre a renda interna e a absorção; 
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b) como a soma da conta comercial e da conta de serviços do balanço de 
pagamento. 
Um adendo aqui só para que minha consciência não me cobre mais tarde reside ( 
já que até hoje só vi essa classificação em uma questão de concurso público e o 
candidato conseguiria resolvê-la sem tal conhecimento) na classificação das 
transações internacionais em dois grupos, a saber: transações ou operações 
acima da linha ( autônomas, levadas a cabo sem ingerência das autoridades 
monetárias como, por exemplo, os seguros, os fretes, os investimentos diretos, os 
financiamentos, dentre outros) e transações abaixo da linha ( movimentos 
compensatórios ou induzidos de capitais com o fito de cobrir eventuais déficits do 
BP ou aplicar supostos superávits). 
Embora não apareça questões teóricas desse tópico trazidas para a realidade 
doméstica, vale aqui um registro, pois, não raras vezes, essas constatações 
contextualizadas são cobradas nas provas de Português e Língua Estrangeira e o 
conhecimento do economês doméstico, acreditem, facilita e muito a resolução 
dessas questões de outras disciplinas. O que quero demonstrar é que o estudo 
sereno e criterioso de uma disciplina auxilia cabalmente no aprendizado, ou 
melhor, na resolução, no treinamento das questões de outras esferas. 
Vamos então ao contexto doméstico: a economia brasileira tem apresentado 
sistematicamente balança comercial superavitária e balanço de serviços deficitário 
mais que compensador em razão do exorbitante pagamento de juros da dívida 
externa e remessa de lucros para o exterior. O déficit em conta corrente tem que 
ser financiado pela entrada líquida de recursos externos, ou seja, captação de 
poupança externa para manter seu nível interno de crescimento, ainda que numa 
escalada de dependência externa. 
Tal vulnerabilidade acaba por reduzir os graus de liberdade à disposição das 
autoridades na condução da política econômica, forçando o país, em momentos 
críticos, a implementar políticas de ajustamento de caráter recessivo, que impõem 
grandes sacrifícios à sociedade, particularmente nos estratos mais pobres da 
população. 
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Ficar inadimplente perante o mundo implica fechar a porta para os empréstimos e 
financiamentos externos por um longo período de tempo até que a credibilidade do 
país no exterior seja recuperada. 
Sobre os pontos que estudamos hoje, os conceitos mais importantes, que vocês 
terão que levar para a prova, são os seguintes: 
1) Sobre taxa de câmbio, é importante discorrer que representa o valor de uma 
unidade monetária da moeda local. Se o resto do mundo deseja comprar mais 
bens, serviços e ativos domésticos, terão de adquirir mais reais. Dessa forma, 
quando a demanda por bens e ativos locais aumenta, a demanda por moeda 
doméstica também cresce. Como resultado, temos que a unidade monetária da 
moeda local fica valorizada/apreciada. 
2) Em compasso contrário, se a demanda por bens e ativos do resto do mundo 
aumentar, os nacionais terão de trocar a moeda local pela estrangeira, 
incrementando a oferta de moeda local, gerando sua desvalorização/depreciação. 
3) Pela paridade do poder de compra (PPC), a variação percentual da taxa de 
câmbio para uma dada moeda estrangeira é igual à taxa de inflação do país 
estrangeiro menos a taxa de inflação do país doméstico. 
4) O balanço de pagamentos apresenta os seguintes tópicos: 
A . Balança Comercial 
• Importações 
• Exportações 
B. Balança de Serviços 
• Rendas de capitais ou serviços de fatores ( juros, lucros, dividendos e 
lucros reinvestidos) 
• Transportes 
• Viagens internacionais 
• Fretes 
• Seguros 
• Despesas governamentais 
C. Transferências Unilaterais (donativos em divisas ou mercadorias) 
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D. Balanço de Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente ou Passivo 
ExternoLíquido ( A + B + C) 
E. Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais 
• Investimentos diretos líquidos 
• Empréstimos e financiamentos 
• Amortizações 
• Capitais de curto prazo 
F. Erros e Omissões 
G. Saldo do Balanço de Pagamentos ( D + E + F) 
H. Financiamento do Resultado ( capitais compensatórios) 
• Haveres e obrigações no exterior 
• Atrasados comerciais 
• Empréstimos de regularização do FMI 
• Direitos especiais de saque ( DES) 
5) Sobre a relação entre o fluxo internacional de recursos para acumulação de 
capital ( I – S) e o fluxo internacional de bens e serviços (NX), temos que a conta 
de capital representa o excesso de investimento interno em relação à poupança 
interna ou o excesso de poupança frente ao nível de investimento ao passo que a 
conta corrente se traduz no montante líquido de recursos que o país recebe 
correntemente do exterior em troca das exportações líquidas ou no montante 
líquido de recursos enviados ao exterior provenientes das importações por ele 
realizadas. Vale a seguinte identidade: 
Conta de Capital + Conta Corrente = 0 
( I – S) + NX =0 
A conta-corrente deve compensar a conta de capital, o que significa que a conta-
corrente deve ser igual à diferença entre a poupança e o investimento. 
 
 
Vejamos como as bancas têm cobrado sistematicamente questões sobre balanço 
de pagamentos. 
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01- (ESAF-Analista Externo/TCU-2002) Com base no balanço de pagamentos, é 
incorreto afirmar que 
a) o saldo positivo no balanço de pagamentos num determinado período é 
necessariamente igual ao volume de reservas em moeda estrangeira do país 
nesse período. 
b) os serviços de fatores correspondem aos pagamentos ou recebimentos em 
função da utilização dos fatores de produção. 
c) as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de capitais 
autônomos. 
d) os pagamentos de juros sobre empréstimos são registrados na balança de 
serviços. 
e) uma transferência unilateral realizada em mercadoria tem necessariamente 
como contrapartida lançamento na balança comercial. 
Está falsa a assertiva a, mas bastante atenção e cuidado com esse tipo de 
afirmativa, pois o saldo no BP, quando positivo, como está na questão, significa 
que há recursos disponíveis (excedentes), que serão lançados na conta “Haveres 
e obrigações no exterior” (nesse caso, “ haveres em moeda no exterior”) de sorte 
a financiar ( “compensar”) o resultado do BP. Daí, o tipo de conta capitais 
compensatórios. 
Como a ESAF quando não repete as questões de Economia, aproveita as opções 
já utilizadas na elaboração de uma nova, vale a pena mencionar o efeito contrário. 
Quando o saldo do BP for negativo, deduz-se que os recursos escassos 
necessários para fechar ( compensar) o déficit serão sacados daquela mesma 
conta, haveres em moeda no exterior, sangrando as reservas internacionais. 
Bem, até aqui a questão parece correta, certo? Não, pois o saldo do BP está 
diretamente ligado a variações nas reservas em moeda estrangeira ( variável 
fluxo) e não volume de reservas (variável estoque), como aparece na questão. É a 
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variável fluxo – variações no volume de reservas – que alimenta a variável estoque 
– volume de reservas. 
Além disso, o termo necessariamente sempre deve ser visto com cautela 
(sobretudo em Economia!), posto que, no limite, existem outras contas como 
Empréstimos de regularização do FMI, Direitos especiais de saque (DES), etc, que 
também são movimentos de capitais compensatórios. Mesmo sendo repetitivo, 
insisto aqui que os termos necessariamente e volume tornaram a opção 
absolutamente incorreta! 
A assertiva a está incorreta. 
 
 
 
 
02- (VUNESP-ARF-SP – 2001-02) Um país realizou as seguintes transações com 
o exterior durante um ano, em dólares: 
Renda enviada para o exterior = 5.567 
Exportação de bens e serviços não fatores = 56.456 
Doações para ONG´s no exterior = 887 
Renda recebida do exterior = 3.985 
Doação recebida de ONG estrangeira = 1.345 
Importação de bens e serviços não fatores = 54.532 
Com essas informações, pode-se dizer que a economia apresentou: 
a) Um saldo na Balança Comercial de US$ 800, um saldo no Balanço de 
Transações Correntes de US$ 1924 e a renda líquida enviada ao exterior foi de 
US$ 458. 
 
b) Um envio líquido de renda ao exterior da ordem de US$ 800, um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1924 e um saldo no Balanço de Transações Correntes 
de US$ 1.924, igual ao da Balança Comercial. 
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c) Renda líquida enviada ao exterior da ordem de US$ 1.582, um saldo no 
Balanço de Transações Correntes de US$ 1.924 e um saldo na Balança Comercial 
de US$ 1.924, igual ao do Balanço de Transações Correntes. 
 
d) Um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 800 e um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda líquida enviada ao 
exterior. 
 
e) Um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 1.582 e um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda enviada ao exterior. 
 
Atenção redobrada aqui! Em muitas dessas questões não há necessidade de 
resolvê-las por completo e, como estamos lidando com tempo escasso, ( estamos 
correndo contra o relógio!), não podemos nos dar ao luxo de gabaritar a questão 
“queimando” um tempo precioso em detrimento da realização de toda a prova. 
 Nas provas de Economia sob a tutela sobretudo da ESAF, as questões costumam 
ser longas e aparentemente complexas ( com equações, identidades e, algumas 
vezes, gráficos e quadros/tabelas) que demandam certo tempo para entendê-las, 
mas a solução não depende de todo esse arcabouço. Acreditem: esse ferramental 
é em 90% dos casos ilustrativo! 
Vamos ao caso concreto exposto aqui. Sabemos que a renda líquida enviada ao 
exterior nada mais é do que a diferença entre a renda enviada ao exterior (US$ 
5.567) menos a recebida do resto do mundo (US$ 3.985). Dessa forma, RLEE = 
REE – RRE = US$ 5.567 – US$ 3.985 = US$ 1.582. A questão se resume agora a 
duas opções: letras c ou d. A probabilidade de acerto agora subiu de 20% para 
50% só com essa informação. Cuidado: a letra e poderia estar também 
credenciada se mencionasse renda líquida enviada ao exterior e não somente 
renda enviada ao exterior, que é igual a US$ 5.567. 
Como o saldo da balança comercial é o mesmo nas duas opções (US$ 1.924) não 
precisamos desperdiçar tempo com tal cálculo. Entretanto, aconselho fazê-lo até 
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porque será necessário para chegar ao saldo da conta corrente ( ou saldo do 
balanço em transações correntes). Daí, vem que o saldo da balança comercial é 
igual às exportações (US$ 56.456) menos as importações (US$ 54.532), ou seja, 
US$ 1924. 
O saldo no balanço de pagamentos em transações correntes é dado pelo 
resultado líquido da balança comercial + da balança de serviços + transferências 
unilaterais (doação recebida de ONG do exterior - US$ 1.345 – doação para ONGs 
no exterior – US$ 887) que é igual a 458. O saldo das balanças comercial e de 
serviços aqui deve ser visto em conjunto já que as contas de exportação e 
importação englobam bens e serviços não fatores ( esse último pertencente à 
balança de serviços, que apresenta também as rendas de capitais). Daí, vem o 
somatório desejado: 
Exportação de bens e serviços não fatores = 56.456 
( -) Importação de bens e serviços não fatores = 54.532 
(+) Renda recebida do exterior = 3.985 
( -) Renda enviada para o exterior = 5.567 
(+) Doaçãorecebida de ONG estrangeira = 1.345 
(-) Doações para ONG´s no exterior = 887 
(=) Saldo do BP em transações correntes = 800. 
A assertiva d está correta. 
 
03- ( ESAF/AFRF-2002.II) Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto 
afirmar que: 
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são 
computadas na balança comercial do país. 
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais 
autônomos. 
c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do balanço de 
pagamentos em transações correntes. 
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d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo. 
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de 
serviços não- fatores. 
O Balanço de Pagamentos é o registro das transações dos residentes de um país 
com o resto do mundo. Duas contas principais balizam o citado balanço, a saber: 
a conta corrente, que registra o comércio de bens e serviços ( fretes, pagamento 
de royalties e de juros) bem como os pagamentos de transferências e a conta 
capital, com foco nas compras e vendas de ativos ( estoques, títulos e terra). 
A balança de serviços do balanço de pagamentos é composta pelos pagamentos 
e recebimentos de remunerações relativas aos serviços de fatores (juros, lucros, 
dividendos e lucros reinvestidos) e rendas de capital ( renda enviada ao exterior e 
renda recebida do resto do mundo) e pelos demais serviços não fatores como 
viagens internacionais,fretes, seguros e serviços governamentais. As rendas de 
capital pertencem, portanto, aos serviços de fatores. 
Embora o assunto da assertiva d já tenha sido de certa forma tratado na questão 
01, vale discorrer novamente. A opção está certa porque o saldo total do BP 
reflete a soma do saldo da conta corrente ( BP em transações correntes) com o 
saldo da conta de capital ( capitais autônomos) mais erros e omissões. 
Este resultado pode ser favorável, desfavorável ou nulo. Se positivo, sobram 
divisas que serão lançadas em “haveres em moeda no exterior”. Se negativo, 
recursos serão sacados daquela conta para suprir o déficit. 
A assertiva e está incorreta. 
 
 
 
04- (ESAF/Analista/BC-2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil 
introduziu algumas importantes alterações no balanço de pagamentos. Entre estas 
alterações, destaca-se: 
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a) a exclusão da conta "reinvestimentos" dos movimentos de capitais autônomos. 
b) a inclusão do item "amortizações" na conta de serviços de fatores. 
c) a retirada do item de investimentos diretos dos empréstimos intercompanhias. 
d) a inclusão das transferências unilaterais na conta de investimentos diretos. 
e) a introdução da "conta financeira", em substituição à antiga conta de capitais, 
para registrar as transações relativas à formação de ativos e passivos externos. 
Essas pequenas alterações que representaram o surgimento da nova "conta 
financeira" passaram a abranger o registro dos créditos comerciais, empréstimos, 
moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização. Em 
provas do BC e do IBGE ( responsáveis diretos pela elaboração dessas alterações 
no BP) é mais provável que apareça questões com essa profundidade. Já em 
concursos fiscais, a probabilidade é mais remota. Os próprios manuais de 
economia mais recentes não trazem tais modificações com aprofundamento. De 
qualquer maneira, eis a questão! 
A assertiva e está correta. 
 
05- ( ESAF/MPOG-2002) Com base no balanço de pagamentos, é correto afirmar 
que: 
a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que ser necessariamente 
igual ao saldo dos movimentos em transações correntes. 
b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de lançamento a 
balança comercial. 
c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a zero. 
d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos de 
capitais e com sinal negativo no balanço de serviços. 
e) as amortizações fazem parte do balanço de serviços. 
O saldo do BP em transações correntes é equivalente em módulo ao valor da 
conta de capital ( capitais autônomos + capitais compensatórios). Dessa forma, 
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não há essa vinculação expressa de equivalência entre o saldo em conta corrente 
com os capitais autônomos. 
A assertiva a está incorreta. 
As transferências unilaterais admitem como contrapartida a balança comercial, na 
circunstância de doações/donativos de bens e serviços, ou capitais 
compensatórios ( haveres em moeda no exterior), no caso de doações em 
dinheiro (doações financeiras). 
A assertiva b está incorreta. 
Essa assertiva aparece em praticamente todas as questões teóricas que tratam de 
BP! Já tratamos dela em pelos menos três exercícios anteriores. 
A assertiva c está incorreta. 
As amortizações consistem em pagamentos e recebimentos de empréstimos e 
são lançados na conta de capitais ou capitais autônomos. 
A assertiva e está incorreta. 
Os lucros reinvestidos ( lucros de uma multinacional reinvestidos no Brasil) são 
registrados com sinal positivo, na conta de movimentos de capitais, item 
investimentos diretos. Ao mesmo tempo, aparece, com sinal negativo, na balança 
de serviços como remessa de lucros. 
A assertiva d está correta. 
 
 
06- (ESAF/AFRF–2001) Com relação aos lançamentos no balanço de 
pagamentos, pode-se afirmar que 
a) as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de capitais 
autônomos ao passo que o pagamento de juros de empréstimos fazem 
parte do balanço de serviços. 
b) qualquer operação envolvendo donativos deve necessariamente ter como 
contrapartida lançamento na conta de importações. 
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c) qualquer operação de importação deve necessariamente ter como 
contrapartida lançamento na conta "haveres a curto prazo no exterior". 
d) As transferências unilaterais devem ter necessariamente como 
contrapartida lançamentos na conta "haveres a curto prazo no exterior". 
e) é possível um lançamento no balanço de pagamentos ser contrapartida 
de lançamento em outra conta, desde que tal lançamento não seja 
proveniente de operações de exportação ou de importação. 
Os pagamentos e recebimentos referentes a amortizações estão registrados nos 
capitais autônomos ao passo que os juros de empréstimos estão enquadrados nos 
serviços de fatores lançados no balanço de serviços. 
A assertiva b, já discutida em questões anteriores, sinaliza que operação 
envolvendo donativos tem como contrapartida lançamento na balança comercial 
item importações, se e somente se, as doações forem em mercadorias ou 
serviços. Doações financeiras, que são transferências unilaterias, têm como 
contrapartida lançamento em haveres em moeda no exterior, que é o solicitado na 
assertiva d. 
A assertiva e erra ao manifestar que um lançamento no balanço de pagamentos 
para ser contrapartida de outra conta não permite que tal registro seja proveniente 
de operação da balança comercial. Vide assertiva b. 
Notem o seguinte, meus amigos. As assertivas das questões vão recorrentemente 
se repetindo em novas questões elaboradas. O estudo objetivo da pequena e 
resumida teoria exposta aliado à forte transpiração gerada pelo treinamento 
exaustivo das questões já realizadas pelas bancas permite, certamente, o êxito e 
sucesso na prova de Economia! 
A assertiva a está correta. 
 
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07 –(FCC-ICMS/SP – 2006) Sobre o balanço de pagamentos, é correto afirmar 
que: 
a) um superávit no saldo das transações correntes equivale a uma diminuição dos 
ativos externos líquidos em poder dos residentes desta economia. 
b) o pagamento de juros sobre empréstimos recebidos do exterior é registrado na 
conta de capital. 
c) há diminuição das reservas internacionais do país, se o saldo do balanço de 
pagamentos é positivo. 
d) o valor dos lucros reinvestidos na economia doméstica por residentes no 
exterior é computado no balanço de serviços. 
e) há transferência líquida de recursos para o exterior quando as importações de 
bens e serviços não-fatores apresentam valor maior que as exportações de bens e 
serviços não-fatores. 
A conta-corrente deve compensar a conta de capital, o que significa que a conta-
corrente deve ser igual à diferença entre a poupança e o investimento. 
Um superávit em conta corrente equivale a um incremento dos ativos externos 
líquidos em poder dos residentes dessa economia. O país está acumulando ativos 
líquidos internacionais, ou seja, seus direitos líquidos em relação ao resto do 
mundo estão aumentando. Neste caso, estamos emprestando aos mercados 
financeiros mundiais e exportando mais bens do que importamos. a poupança que 
não é investida internamente é usada para conceder empréstimos externos. Eles 
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necessitam desses empréstimos porque estamos lhes fornecendo mais bens e 
serviços do que eles nos fornecem, isto é, NX é positivo. 
A assertiva a está incorreta. 
Os juros pagos sobre os empréstimos (serviços de fatores) são lançados no 
balanço de serviços e não na conta de capitais autônomos ( movimento de 
capitais). 
A assertiva b está incorreta. 
O saldo total do BP quando positivo, não há resultado a ser financiado ( capitais 
compensatórios). Ao contrário, sobram recursos (divisas) que serão aplicadas em 
haveres em moeda no exterior, acarretando aumento das reservas internacionais 
do país. 
A assertiva c está incorreta. 
A conta-corrente deve compensar a conta de capital, o que significa que a conta-
corrente deve ser igual à diferença entre a poupança e o investimento. 
Como estamos importando mais do que exportando, temos um déficit em conta 
corrente e um superávit em conta de capital. Neste caso, estamos tomando 
emprestado nos mercados financeiros mundiais. 
Se nossos investimentos excedem nossas poupanças, o investimento excedente 
deve ser financiado pelo estrangeiro. Esses empréstimos externos nos permitem 
importar mais bens e serviços do que estamos exportando, isto é, NX é 
negativo.Há recepção líquida de recursos externos e não transferência líquida de 
recursos, como sinalizado pela questão. 
Atentem para o seguinte quadro: 
Conta Capital Conta Corrente Recursos externos 
Superavitária Deficitária Captação líquida 
Deficitária Superavitária Transferência líquida 
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A assertiva e está incorreta. 
A assertiva d está correta. 
 
 
 
08- (ESAF/Analista- BC – 2001) Considere a seguinte equação: 
Y = C + I + G + (X – M). Com base nessas informações, podemos afirmar que: 
a) se Y = PIB, ( X – M) = saldo do balanço de pagamentos em transações 
correntes. 
b) se Y = PIB, ( X – M) = déficit na balança comercial. 
c) se Y = PIB, ( X – M) = superávit na balança comercial. 
d) se Y = PIB, ( X – M) = saldo total do balanço de pagamentos. 
e) se Y = PIB, ( X – M) = exportações menos importações de bens e serviços não 
fatores. 
Questão rápida e curta. Mas, cuidado, pois apresenta alguns detalhes 
complicadores. A única opção aceitável é a assertiva e. 
A assertiva a menciona o saldo do BP em transações correntes ( incluindo balanço 
de serviços e movimentos ou transferências unilaterais). 
As assertivas b e c se referem à balança comercial acusando um déficit/superávit 
sem saber qual o montante das exportações (X) e qual o tamanho das 
importações (M). 
A assertiva d erra ainda mais mencionando (X – M) como saldo total do BP. 
 
 
 
 
 
09- (ESAF/APO –2002) Considere os seguintes dados para uma economia 
hipotética, em unidades monetárias e num determinado período de tempo: 
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déficit comercial = 100 
transferências unilaterais recebidas = 10 
saldo líquido positivo do movimento de capitais autônomos = 100 
Considerando que o saldo total do balanço de pagamentos foi nulo e supondo a 
ausência de erros e omissões, é correto afirmar que: 
a) o balanço de serviços apresentou saldo negativo de 110 e o saldo em 
transações correntes foi deficitário em 110. 
b) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações correntes foi 
deficitário em 90. 
c) o saldo do balanço de serviços apresentou saldo negativo de 10 e o saldo em 
transações correntes foi deficitário em 100. 
d) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações correntes foi 
deficitário em 110. 
e) o saldo do balanço de serviços foi igual ao saldo em transações correntes. 
Sabemos que o saldo do BP em transações correntes corresponde ao somatório 
da balança comercial ( -100), das transferências unilateriais ( + 10) e da balança 
de serviços. Também foram dados no problema que o saldo do movimento de 
capitais foi positivo em 100, o saldo total do BP foi nulo e não há erros e omissões. 
Dessa forma, resta claro que o saldo do BP em transações correntes deve ser 
financiado em sua totalidade pela conta de capitais autônomos, que é positivo em 
100. Daí, vem que o saldo do BP em transações correntes é igual a – 100. 
Resta-nos ainda o saldo da balança de serviços, que deve ser deficitária em 10 a 
fim de que o saldo do BP em transações correntes seja 100, ou seja, balança 
comercial ( - 100), transferências unilaterais ( + 10) e balança de serviços ( - 10). 
A assertiva c está correta. 
 
 
 
 
10- (ESAF/Analista Comércio Exterior – 2002) Com relação ao balanço de 
pagamentos, é incorreto afirmar que 
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a) um déficit na balança de serviço não necessariamente implica um déficit em 
transações correntes. 
b) entradas de mercadorias no país são, necessariamente, consideradas como 
importações. 
c) se o país não possui reservas, um déficit em transações correntes tem que ser 
necessariamente financiado com movimentos de capitais autônomos. 
d) os investimentos diretos são considerados como item dos movimentos de 
capitais autônomos. 
e) se, em valor absoluto, o déficit em transações correntes é igual ao superávit no 
movimento de capitais autônomos, então, na ausência de erros e omissões, o 
saldo total do balanço de pagamentos será nulo. 
Sabemos que o déficit em transações correntes é financiado pela soma do 
resultado do movimento de capitais autônomos com o saldo dos capitais 
compensatórios. As reservas constituem o principal e não único elemento dos 
capitais compensatórios. Existem os atrasados comerciais, os empréstimos de 
regularização do FMI e os direitos especiais de saque para financiar o resultado. 
O erro da questão está no fato de associar necessariamente o financiamento do 
déficit em transações correntes ao movimento de capitais autônomos, na ausência 
de reservas. 
A assertiva c está incorreta. 
 
 
 
11- (ESAF/ENAP – 2006) Faz parte da conta de movimento de capitais na nova 
metodologia do Balanço de pagamentos, exceto: 
a) empréstimos de regularização 
b) investimentos diretos 
c) amortização de empréstimos 
d) capitais de curto prazo 
e) remessa de lucros 
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Notem: questão muito fácil, decoreba mesmo, realizada bem recentemente. Na 
nova metodologia do BP, a conta de balanço de capitais ou movimento de capitais 
compreende exaustivamente os investimentos diretos líquidos, os empréstimos de 
regularização e financiamentos, as amortizações e os capitais de curto prazo. A 
remessa de lucros constitui serviços de fatores pertencentes à conta balanço de 
serviços. 
A assertiva e atende a questão. 
12 –(ESAF/ENAP – 2006) Considere os seguintes dados: 
Exportação de bens e serviços não fatores = 200 
Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes = 100 
Importação de bens e serviços não fatores = 100 
Com base nessas informações, é correto afirmar que: 
a) a renda líquida recebida do exterior foi de 100. 
b) a renda líquida recebida do exterior foi de 200. 
c) a renda líquida enviada ao exterior foi de 100. 
d) a renda líquida enviada ao exterior foi de 200. 
e) a renda enviada ao exterior = renda recebida do exterior. 
Exercício bastante provinciano. Já sabemos que o saldo do balanço de 
pagamentos em transações correntes é dado pelo somatório dos saldos da 
balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais, ou seja, TC = 
BC + BS + TU. Não há qualquer referência na questão sobre o movimento de 
transferências unilaterais de sorte que consideraremos nulo seu valor, isto é, TC = 
BC + BS. Reconhecemos também que o saldo da BC é igual a 100 em razão da 
exportação de bens e serviços serem da ordem de 200 e a importação do 
montante de 100. Agora, a questão se reduz a um problema aritmético 
rudimentar. TC = BC + BS, ou seja, -100 = 100 + BS. Isolando o termo BS na 
identidade, temos BS = -200. Portanto, o saldo do BS é deficitário em 200, o que 
representa uma renda líquida enviada ao exterior da ordem de 200. 
A assertiva d está correta. 
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13- (ESAF/ENAP – 2006) Sejam 
BP = saldo total do balanço de pagamentos; 
R = variação das reservas; 
TC = saldo em transações correntes; 
MC = soma do resultado dos movimentos de capitais. 
Considerando a nova metodologia do balanço de pagamentos, é incorreto afirmar 
que: 
a) BP = - R 
b) BP + R = 0 
c) TC + MC = R 
d) se BP = 0 então R = 0 
e) TC = - ( MC + R). 
Notem, amigos. A ESAF nas suas provas mais recentes ( AFRF –2005 e ENAP –
2006) tem se utilizado com toda força Dos tópicos de Contas Nacionais e Balanço 
de Pagamentos. Afirmamos aqui que são duas aulas imprescindíveis para a 
realização de uma boa prova. 
Questão fácil, mas que foge aos padrões normais da ESAF. Além do 
conhecimento teórico das contas do BP, uma análise equacional básica ajuda e 
muito a resolução dessa questão. Senão, vejamos. 
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As assertivas a e b estão corretas. Antes de mencionarmos o erro, vejam que as 
opções são rigorosamente iguais e, como não há meios de duas opções serem a 
resolução da questão, podemos afirmar que ambas estão corretas. A letra a traz 
que BP = - R e a letra b menciona BP + R = 0. Levando R para o outro lado da 
identidade com sinal trocado, notamos que BP = - R, idêntico à letra a. 
Suponhamos que naquele momento de tensão do certame, esqueçamos de 
verificar tal detalhe básico. Sabemos que o saldo total do BP deve ser financiado/ 
estocado na variação física das reservas internacionais ( variável estoque). 
A assertiva d está igualmente correta, pois se o saldo total do BP ( representado 
pelo somatório de todas as contas do BP – variável fluxo -) for nulo, não há 
variação na variável estoque, ou seja, não ocorre variação física nas reservas 
internacionais. 
A assertiva e também está correta. O saldo do BP em transações correntes é 
igual (com sinal trocado) ao somatório dos capitais autônomos com os capitais 
compensatório ( vide essencialmente reservas internacionais). 
A assertiva c, portanto, atende a questão, pois está falsa. Combina o somatório 
do saldo do BP em transações correntes com o movimento de capitais para 
igualar à variação das reservas internacionais.

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