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1 UNIVERSIDADE DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO I SEMINÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Bruna Leticia Borges Bigaton Alana Gabriela Lazzaretti Claudiana Polla FRANCISCO BELTRÃO 2014 BRUNA LETICIA BORGES BIGATON 2 ALANA GABRIELA LAZZARETTI BRUNA LETICIA BORGES BIGATON CLAUDIANA POLLA I SEMINÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: TEORIAS MOTIVACIONAIS I SEMINÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS submetido à disciplinas Administração de Recursos Humanos do Curso de Administração da Universidade do Sudoeste do Paraná – UNIOESTE – como instrumento avaliativo. Professor Orientador: FRANCISCO BELTRÃO 2014 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 RELAÇÕES HUMANAS.......................................................................................... 5 2.1 Fabrica Western Eletric Company............................................................... 6 3 O QUE É MOTIVAÇÃO .......................................................................................... 8 3.1 Ciclo Motivacional...................................................................................... 9 4 TEORIAS MOTIVACIONAIS ................................................................................. 10 4.1 Teoria Comportamental ou Behavorismo.................................................... 10 4.2 Teoria da Equidade....................................................................................... 11 4.3 Teoria Necessidades de Maslow................................................................... 12 4.4 Teoria de ERG............................................................................................... 14 4.5 Teorias dos dois fatores de Herzberg............................................................ 15 4.6 Modelo Contingencial de Motivação de Vroom........................................... 16 4.7 Coaching/Fournies.......................................................................................... 17 4.8 Teorias Motivacionais Complementares........................................................ 20 5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 21 4 1 INTRODUÇÃO Motivação define-se pelo desejo de exercer níveis altos de esforços para alcançar determinados objetivos, sendo eles organizacionais ou não. Para promover e entender como ocorre à motivação dos funcionários nas organizações foram criadas diversas teorias motivacionais, as quais se subdividem em teorias de conteúdo e teorias de processo, onde referem-se a “o que motiva o comportamento humano” e “em como o comportamento é motivado”, respectivamente. Nas teorias clássica e científica, o enfoque motivacional era baseado na remuneração do funcionário, porém, se observa no decorrer do processo, uma maior preocupação por parte do empregado em manter seu emprego, o melhor jeito de executá-lo e a melhoria do clima organizacional. Isso demonstra que o aspecto econômico é somente um dos fatores motivacionais, existindo muitos outros fatores que também tem sua relevância. 5 2 RELAÇÕES HUMANAS Segundo LEAL (2011), antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar era através de punições que geravam medo, as quais não eram apenas psicológicas, mas também restrições salariais aos funcionários chegando até a causar prejuízos de ordem física. Nesse sentido, se destacava a Administração Cientifica desenvolvida por Taylor que acreditava ser a remuneração a forma principal de motivação, dessa maneira as pessoas não escolhiam seus empregos pelo conteúdo do cargo de satisfação que ele poderia proporcionar e sim pela remuneração salarial e benefícios que poderia gerar, causando uma sistemática de recompensa ou punição. No primeiro momento a motivação humana nas organizações surgiu apenas com conceitos empíricos, não existia nenhuma pesquisa realizada para comprovar que este elemento estaria relacionado com a melhoria da produção. Os estudiosos da escola denominada Administração Científica não davam muita importância à motivação, para eles o importante era encontrar as condições adequadas de trabalho como luminosidade, ventilação, altura das bancadas e outros fatores, além de remunerar em função da produção. Foi a partir de trabalhos desenvolvidos na Fábrica Western Electric Company em Hawthorne com a supervisão de Elton Mayo que se desenvolveram várias experiências com funcionários e vieram a comprovar que a motivação estaria relacionada com a melhoria da produção. [...]”Era visível que existia um fator que motivava os empregados e não era nenhum dos fatores ambientais nem a remuneração. Concluíram, após estudos e entrevistas com o pessoal da produção, que o que realmente os empregados prezavam era a atenção que lhes era dada pelos experimentadores e pela alta administração da empresa. A partir daí, começou a tomar vulto a preocupação com a motivação dos empregados, com a necessidade de se compreenderem as relações entre pessoas e com a importância de ouvir os empregados para melhorar a produção.” (LACOMBE, 2005, p.171). 6 2.1 FABRICA WESTERN ELETRIC COMPANY A Western Eletric era uma companhia norte-americana que fabricava equipamentos, esta se caracterizara pela preocupação com o bem estar de seus funcionários, o que lhe proporcionava um clima constantemente sadio de relações industriais. Durante mais de 20 anos não se constatara nenhuma greve ou manifestação. Um diagnóstico preliminar nos diria que o moral na companhia era alto e os funcionários confiavam na competência de seus administradores. A empresa contratou uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, comandados por Elton Mayo. Os pesquisadores deveriam investigar a influência dos fatores ambientais no local de trabalho e como afetavam o desempenho e a satisfação pessoal dos trabalhadores com as tarefas realizadas em uma das fábricas da empresa na Filadélfia (EUA). Este projeto de pesquisa, conhecido como Estudos de Hawthorne, nome do bairro onde se localizava a fábrica, forneceram alguns das mais interessantes descobertas sobre o comportamento humano no trabalho. 2.1.1 Os Estudos de Iluminação Nessa fase foram realizados estudos para verificar a relação entre o nível de iluminação e a produtividade no trabalho dos operários da empresa. A Abordagem Clássica considerava que os trabalhadores eram motivados somente por questões externas (salário, condições do ambiente do trabalho, equipamentos, recursos disponíveis pela empresa) e os cientistas esperavam que, durante a experiência, a produtividade dos trabalhadores crescesse de acordo com o aumento dos níveis de iluminação do ambiente de trabalho. Foram estudados dois grupos de trabalho que, operando em condições idênticas, tiveram seu desempenho constantemente avaliado. Um dos grupos teve o nível de iluminação mantido constante, enquanto o outro (grupo de teste) teve a iluminação do ambiente de trabalho alterada propositalmente. Para a frustração de Mayo e seus pesquisadores, ambos os grupos apresentaram aumentos de produtividade, independente de se aumentar ou diminuir a intensidade de luzexistente. No grupo de teste a produtividade continuava a aumentar mesmo após a luminosidade estar tão fraca que os trabalhadores protestarem dizendo que não podiam ver o que estavam fazendo. 7 Os pesquisadores concluíram que além da iluminação e das condições de trabalho (influências externas), outros fatores influenciavam a produtividade nas fábricas, chamando- se à descoberta como fator psicológico ou fator hawthorne. As moças alegavam gostar de trabalhar na sala de provas, porque era divertido e supervisão branda, lhes permitiam trabalhar com mais liberdade e menor ansiedade. Havia um ambiente amistoso e sem pressões, a conversa era permitida, aumentando a satisfação no trabalho. Não havia temor ao supervisor. Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e essas amizades estendiam-se para fora do trabalho. As moças passaram a se preocupar umas com as outras. Tornaram-se uma equipe. O grupo desenvolve liderança e objetivos comuns. 2.1.2 Sala De Montagem De Relés Nesta fase, os pesquisadores decidiram isolar um grupo de trabalhadoras numa sala especial para estudar o comportamento do grupo, que seriam observados por um pesquisador que tinha a missão de criar e manter um clima amigável na sala. O objetivo do estudo era identificar se além do salário, outros fatores, como horários de descanso, lanches, reduções na jornada de trabalho e mudança nos equipamentos tinham influência na produtividade dos empregados. Após diversas alterações nas condições de trabalho do grupo, que resultaram em crescimento da produtividade, os pesquisadores retornavam exatamente às condições iniciais de antes da experiência, para testar se com isso a produção cairia drasticamente. No entanto, a produção continuava a crescer, atingindo valores superiores aos anteriores à experiência. Indagadas do por que do aumento voluntário, as trabalhadoras do grupo de teste informaram que aumentaram a produtividade por que se sentiram valorizadas pelo supervisor, que as orientavam, eram frequentemente por ele a dar opiniões, o que não ocorria quando em suas funções normais na fábrica. As “relações humanas” foram a explicação dada por elas para sentirem-se na obrigação de retribuir de alguma forma com a mudança de comportamento dos supervisores, indicando dessa forma que o salário, por si só, não era a única causa para o aumento da produção. 8 Nesta fase, os pesquisadores realizaram um programa de entrevistas buscando identificar as opiniões dos trabalhadores com respeito às tarefas realizadas, às condições de trabalho e ao estilo de supervisão da empresa. O programa de entrevistas revelou que os trabalhadores começavam a se agrupar informalmente (os chamados grupos informais). Eles mantinham-se unidos e leais ao grupo informal na empresa como forma de se proteger contra o que consideravam ameaças da organização ao seu bem estar. Esse comportamento fazia com que os trabalhadores reduzissem propositadamente a sua produção individual para evitar demissões de colegas ou aumento das metas de produção. A produção era estabelecida de acordo com padrões que o próprio grupo considerava ideal. O princípio fundamental do grupo informal é que ninguém deveria trabalhar demais e nem de menos, ninguém deveria dizer qualquer coisa a seus superiores que prejudicasse outro companheiro e todos tinham que aceitar as ordens e normas de comportamento do grupo informal a que pertenciam. Aqueles trabalhadores que agissem em desacordo com essas regras de comportamento eram punidos simbolicamente pelo grupo (isolamento, frieza, não integração ao grupo). Esta fase da experiência demonstrou que os líderes informais (e os grupos informais) existentes na empresa podem ter fortes influências, tanto negativas quanto positivas, na produtividade e no comportamento dos indivíduos na empresa. 3 O QUE É MOTIVAÇÃO Entende-se como motivação: motivo, mover, movimentar, motor são todas palavras modernas que têm a mesma origem e estão associadas à mesma ideia: a palavra latina motivus, que significa aquilo que movimenta, que faz andar. A palavra motivação representa, então, uma causa que movimenta a natureza humana na busca de algo. “ [...] é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico.” (CHIAVENATO, 1998, pg. 76). Podemos entender como motivação o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos, organizacionais ou não, condicionados pela capacidade de 9 satisfazer algumas necessidades individuais. Podemos dizer que as principais características da motivação são que ela é um fenômeno individual, ou seja, somos únicos e devemos ser tratados com tal; que a motivação é intencional, uma vez que está sob o controle do trabalhador; a motivação é tem aspectos variados, depende tanto do estímulo como da escolha do comportamento empregado; e constata-se também que não podemos medir a motivação diretamente, medimos o comportamento motivado, ação e forças internas e externas que influenciam na escolha de ação. Segundo FACCIOLI (2008), os estudos demonstram uma nova interpretação para os conceitos dos filósofos gregos, nas discussões sobre o conceito de felicidade com base na teoria hedônica, que entende o comportamento do homem voltado para o prazer. As teorias motivacionais modernas ainda se inspiram nessas antigas ideias que identificaram três tipos principais de motivos e hipóteses correspondentes sobre a natureza do homem: o ganho material, o reconhecimento social e a realização pessoal. 3.1 CICLO MOTIVACIONAL Segundo CHIAVENATO (1998), o ciclo motivacional se inicia com uma necessidade, esta provoca um comportamento inquietante que faz com que o individuo saia do seu estado de equilíbrio, isso faz com que seu organismo sinta-se insatisfeito. Para tanto o organismo coloca todas as suas forças para uma ação lhe traga a satisfação da necessidade em questão. Depois de sanada esta necessidade seu organismo volta ao ponto de equilíbrio. “O homem possuiria sempre um estado de carência, e seu comportamento se daria na direção de onde obter aquilo que lhe falta para retomar o equilíbrio perdido.” (BERGAMINI, 2006 p. 145) “A satisfação de algumas necessidades é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica: o comportamento é quase um processo contínuo de resolução de problemas e de satisfação de necessidades, à medida que não surgindo.” (CHIAVENATO -1998. p.78) 3.1.1 Frustração Em um primeiro plano, como já mencionado, temos a manifestação das necessidades, conforme sua intensidade impulsionará então as pessoas a procurar objetivos como empregos, realização pessoal ou outros interesses individuais. 10 Em um segundo plano, a incapacidade de satisfazer uma necessidade produz um sentimento de frustração, que também pode nascer da falta de equidade. A necessidade insatisfeita gera outras manifestações do comportamento humano como fuga, compensação, agressão ou deslocamento. Tendo como efeitos os tópicos a seguir: Compensação: forma alternativa de satisfação de uma necessidade ou busca da satisfação de uma necessidade alternativa. Resignação: estado de desânimo. Agressão: comportamento de fundo emocional, ataques físicos ou verbais, associados aos sentimentos de ira e hostilidade. Substituição ou Deslocamento: impossibilidade de descarregar a agressão contra o objeto ou pessoa que a provocou. Saber identificar o que causaria frustração pode ser um passo a frente de um gestor, conhecer o ambiente, os temperamentos das pessoas com quem convivem e procurarharmonizar estes fatores, para a então motivação. 4 TEORIAS MOTIVACIONAIS 4.1 TEORIA COMPORTAMENTAL OU BEHAVIORISMO A visão do behaviorismo puro é o de estudar as reações dos animais em experimentos laboratoriais que, a priori, não se relaciona diretamente com a motivação, porém, oferece elementos para a compreensão dos mecanismos que ativam o comportamento humano, especialmente no que diz respeito à recompensa. Segundo BERGAMINI (2006), a teoria comportamental pode ser ainda avaliada como a teoria do instinto, pois através de algumas observações com animais inferiores, pode-se constatar que os comportamentos mais simples, como os reflexos incondicionados são herdados, mas outras ações mais complexas podem ser denominadas instintos, tendo como principal objetivo a preservação da espécie. “Os reflexos são menos flexíveis que os instintos, impedindo assim um comportamento mais controlável.” (BERGAMINI, 2006 p. 144). 11 As teorias hedonistas ainda defendem a ideia de reforço positivo, relacionado com estímulos ou recompensas que trazem satisfação, fazendo com que o comportamento se repita. Da mesma forma, as pessoas evitam repetir comportamentos que lhes tragam insatisfação. “ Todos aqueles objetivos conhecidos como eivados de prazer serão procurados, ao passo que outros, que possuem a conotação de dor ou desprazer, deverão são evitados. Há que se entender que a predisposição comportamental é inata, mas os motivos são aprendidos.”(BERGAMINI, 2006 p. 144) Os estudos do behaviorismo tratam ainda de uma questão muito praticada no ambiente de negócios, a punição, definida como a consequência desagradável que ocorre após algum comportamento que conflita com certos padrões da sociedade. “O castigo é um método ruim de motivação, porque seus resultados não são tão previsíveis quanto os da recompensa. Os efeitos do castigo não são tão permanentes quanto os da recompensa e são frequentemente acompanhados por atitudes negativas em relação a quem os aplicou e em relação à atividade que os produziu.”(FACCIOLLI, 2008) A Teoria Behaviorista empresta ainda o conceito de programação de estímulos adotado para evitar a extinção da motivação. Programar estímulos diz respeito à frequência da aplicação de um reforço, podendo ser contínuo ou intermitente. Será contínuo sempre que o reforço for oferecido quando ocorrer o comportamento desejado, e intermitente quando oferecido algumas vezes e outras não, que caracteriza imprevisibilidade, permitindo criar um efeito de expectativa, resistente à extinção. 4.2 TEORIA DA EQUIDADE Também chamada de Teoria do Equilíbrio, tem por base a crença de que as recompensas devem ser proporcionais ao esforço e iguais para todos. Se duas pessoas realizam o mesmo esforço, a recompensa deve ser igual à da outra. Segundo FACCIOLI(2008), a contribuição desta teoria no ambiente organizacional reside na possibilidade de se aferir o clima no trabalho, por permitir a compreensão quanto à reação das pessoas diante de recompensas oferecidas ao grupo. 12 Caso houver não houver recompensa proporcional as duas pessoas que realizem o mesmo esforço, o conflito pode não ocorrer, todavia, ter-se-á implicações motivacionais para a organização. 4.3 A TEORIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW Proposta por Abraham Maslow (1908-1970), esta Teoria parte da ideia das necessidades subdivididas em grupos, que serão transpostos pelas pessoas à medida que forem satisfeitos os níveis inferiores. “[...] um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que atendem determinada necessidade, ora busca satisfazer outras. Tudo depende da carência naquele momento. Complementarmente, deve-se entender que duas pessoas não perseguem necessariamente um mesmo objetivo num mesmo momento.”(BERGAMINI 2006,P.147) Para CHIAVENATO(1998), desde que o individuo nasce ele já vem com certa bagagem de necessidades fisiológicas, seu comportamento é exclusivamente voltado para comer, dormir e sexo. Quando o mesmo ingressa em um trajetória de aprendizado as necessidades de segurança aparecem e só quando as mesmas forem sanadas, é que ele inicia sua trajetória as necessidades secundarias. Esta teria é representada por um triângulo configurado em níveis de hierarquia, sendo um modelo rígido de desenvolvimento contínuo, onde as pessoas “sobem” ao nível mais alto, alcançando a auto realização. Fonte: CHIAVENATO,1998, P. 79. Necessidades Fisiológicas Segurança Auto Realização Sociais Estima Necessidades Segundarias Necessidades Primarias 13 Na base inferior da pirâmide proposta por Maslow, representada na figura acima encontram-se as necessidades fisiológicas, com grande ênfase na preservação e sobrevivência do ser humano por serem inatas ou orgânicas, como, por exemplo, a fome, moradia (abrigo), repouso, sexo, etc. O nível seguinte constitui o segundo nível em prioridade, procurado quando as necessidades básicas estão relativamente satisfeitas, se insere no contexto da necessidade de segurança, a exemplo da proteção contra qualquer perigo real ou imaginário, a doença, o desemprego, o roubo. As necessidades sociais, que são as relacionadas com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas, só serão consideradas para o comportamento humano quando as necessidades anteriores (fisiológicas e de segurança) estiveram relativamente satisfeitas. Exemplo deste nível são necessidades de associação, participação e aceitação por parte dos colegas, tal como amizade, afeto e amor. O nível posterior às necessidades sociais é o nível das necessidades de estima, relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, como auto avaliação e auto estima. Envolve a auto apreciação, a autoconfiança, necessidade de reconhecimento e aprovação social, como status, prestígio e consideração. O último nível, as necessidades mais elevadas no topo da pirâmide de hierarquia, é denominado de necessidades de auto realização, podendo ser satisfeita somente pelo próprio indivíduo ao interpretar seu “eu”. Esta análise interior expressa pelo impulso interno de desejar ou querer algo mais, estão relacionadas com a plena realização daquilo que cada pessoa tem de potencial e considera questões como autonomia, independência, autocontrole e competência. Para Maslow, a satisfação da necessidade não é motivadora, somente influencia à um objetivo individual. A satisfação plena de um determinado nível de necessidade jamais será alcançada. O Administrador deverá identificar em qual nível desta hierarquia encontra-se determinada pessoa, para concentrar ações que satisfaçam suas necessidades referentes àquele nível ou ao nível superior. 14 4.4 TEORIA ERG Desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a Teoria ERC Existence (E) ou existência, equivalente às necessidades básicas, fisiológicas e de segurança de Maslow; Relationship (R) ou relacionamento, correspondente às necessidades de relações pessoais e as de estima de Maslow; e o growth (G) ou crescimento (C). A partir da teoria de Maslow e de novas pesquisas concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida seguindo uma hierarquia de necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns pontos básicos. Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das necessidades. Já Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da hierarquia das necessidades e que existiam apenas três fatores essenciais. 4.4.1 Necessidade existencial As necessidades básicas de Maslow, ou seja, necessidades de sobrevivência; 4.4.2 Necessidades de relacionamento O ser humanotem necessidade de relacionamentos interpessoais, ou seja, sociabilidade e relacionamento social; 4.4.3 Necessidades de crescimento Necessidade que o ser humano tem de criar, dar sugestões, participar, etc; desenvolvimento do potencial humano. Essa teoria adota o princípio de frustração-regressão, ou seja, uma necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada não pode ser satisfeita e também salienta que mais de uma necessidade poder ser focalizada de uma única vez. Uma pessoa pode, por exemplo, estar registrando crescimento mesmo que as necessidades de existência ou de relacionamento não estejam satisfeitas ou todas as três categorias de necessidade podem estar operando ao mesmo tempo. Segundo FACCIOLI(2008), a proposta de Alderfer aproxima-se mais de uma versão revista da teoria de Maslow, onde acredita que a satisfação das necessidades não é sequencial, mas sim simultânea, ao modo que, mais de uma necessidade pode funcionar ao mesmo tempo, 15 na hipótese de uma necessidade na parte superior permanecer insatisfeita isto poderá aumentar o desejo de satisfazer a uma necessidade da parte inferior. 4.5 TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG Frederick Herzberg, psicólogo norte-americano nascido em 1923, realizou uma pesquisa no final dos anos 50 na qual fez perguntas a 715 cientistas, engenheiros, supervisores, técnicos diaristas e montadores diaristas de Pittsburg sobre satisfação e insatisfação no trabalho. Tanto o método de pesquisa como seus resultados não foram considerados nada originais, mas resultaram em boas ideias sobre o que leva as pessoas a reagirem com relação ao trabalho. Herzberg dividiu os fatores que causam satisfação e insatisfação no trabalho em duas categorias, os que atendem a necessidades higiênicas das pessoas e os que atendem a necessidades humanas individualizadas. 4.5.1 Fatores Higiênicos Herzberg chamou os fatores higiênicos de fatores de manutenção porque apenas mantêm a satisfação quando presentes ou causam insatisfação quando ausentes, mas não geram nenhum aumento de satisfação. Esses fatores incluem aspectos extrínsecos ao trabalho, isto é, que compõem o ambiente de trabalho tais como salário, condições de trabalho, supervisão e benefícios. 4.5.2 Fatores Motivacionais Os fatores vinculados às necessidades humanas individualizadas compõem as condições intrínsecas ao próprio trabalho tais como: realização, desafio, responsabilidade, progresso. Herzberg os chamou de fatores causadores de satisfação ou motivadores, são os que efetivamente nos motivam, mas se não estiverem presentes não haverá grande insatisfação. Segundo CHIAVENATO(1998), Herzberg chegou a conclusão que o oposto da satisfação profissional não seria a insatisfação, mas sim nenhuma satisfação, e da mesma maneira que o oposto da insatisfação seria nenhuma satisfação e não a satisfação. 16 A teoria de Herzberg conforme CHIAVENATO (1998) poder-se-á afirmar que a insatisfação no cargo é função do contexto: se os fatores higiênicos estiverem ausentes, geram total insatisfação, mas se estiverem presentes não geram grande satisfação. Por outro lado, a satisfação no cargo é função do próprio trabalho: se os fatores motivacionais estiverem presentes geram muita satisfação, mas se estiverem ausentes não geram nenhuma insatisfação. 4.6 MODELO CONTINGENCIAL DE MOTIVAÇÃO DE VROOM Victor H. Vroom desenvolveu um modelo contingencial de motivação, baseando-se na observação de que o processo motivacional não depende apenas dos objetivos individuais, mas também do contexto de trabalho em que o indivíduo está inserido. Há três forças básicas que atuam dentro do indivíduo e que influenciam seu nível de desempenho: 4.6.1 Expectação É a soma entre as expectativas do indivíduo, ou seja, seus objetivos individuais, e a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, de sua capacidade para atingir estes objetivos. Estes dois aspectos determinam os esforços que cada um está pronto a fazer numa situação de trabalho. Se uma pessoa tem como objetivo, por exemplo, a promoção de cargo, e sabe que para conseguir isto precisa aumentar a produtividade de seu setor, mas julga-se incapaz de conseguir tal proeza, sua motivação para o trabalho será fraca. 4.6.2 Recompensas É a soma das recompensas que o indivíduo pode conseguir em troca de seu desempenho. Não se trata apenas da relação entre quantidade ou qualidade do trabalho, e sim salário, condições de trabalho, benefícios sociais. A recompensa é um fator subjetivo que varia de acordo com a pessoa. Para muitos, pode significar a autonomia, a possibilidade de iniciativa e de expansão da criatividade. Fonte: CHIAVENATO, 1998, p. 84 17 4.6.3 Valência É a relação entre as expectativas e recompensas. Não basta que o indivíduo perceba as recompensas que pode alcançar através de seu desempenho. É preciso que estas recompensas tenham um valor real para ele, que satisfaçam suas expectativas. O sistema de recompensas vigente pode não ter nenhuma importância para uma pessoa, que não se sentirá motivada, e, ao contrário, ter muita importância para outra pessoa, que terá uma motivação forte. Os fatores de motivação para produzir: Fonte: CHIAVENATO (1998) p. 86. Segundo BUENO(2002), estes três aspectos influenciam a motivação das pessoas no trabalho. Se um dos elementos está ausente, a motivação torna-se fraca. Se todos eles estão presentes (alta expectação, alta recompensa, e alta valência), a motivação é alta. A Teoria de Vroom leva-nos a concluir que as organizações obtêm de seus empregados o desempenho desejado não apenas quando satisfazem os seus objetivos individuais, mas quando mostram a eles que o caminho para a satisfação dos objetivos individuais está no alcance do desempenho desejado. 4.7 COACHING/ FOURNIES Ferdinand FOURNIES é autor da metodologia denominada de Coaching, pertence à Escola Behaviorista. Assim, acredita que a principal tarefa de um gerente (ou administrador) não é a de administrar resultados, mas sim, administrar os comportamentos que causarão os resultados. Segundo GROHMANN, o Coaching procura estabelecer, de forma concreta e prática, quais as etapas que devem ser realizadas para que os trabalhadores realizem um trabalho produtivo e com qualidade. A motivação de produzir é função de Objetivos Individuais Relação percebida entre produtividade e alcance de objetivos individuais Capacidade percebida de influencias seu nível de produtividade. Expectativas Recompensas Relações entre expectativas e recompensas 18 A primeira etapa – Análise do Coaching - visa identificar o problema que causa o mau desempenho, as causas deste problema e a melhor ação corretiva a ser empregada. A segunda etapa – Técnica do Coaching - tem o objetivo de redirecionar o comportamento dos trabalhadores para que os problemas de desempenho possam ser solucionados. Para a Análise do Coaching ser realizada, o primeiro passo deve ser a percepção, por parte do gerente, de que existe um problema de desempenho. Para que o gerente detecte tal problema, ele necessita saber qual é o desempenho desejado e monitorar constantemente o desempenho real de seus subordinados. Caso existam desvios entre o desempenho desejado e o desempenho real fica constatada a existência do problema. O segundo passo da Análise é a descoberta das causas do problema e, para facilitar esta identificação, Fournies listou alguns aspectos como sendo os mais prováveis causadores do mau desempenho. Eles não sabem o que devem fazer; Eles não sabem como fazer; Eles não sabem por que devem fazê-lo; Háobstáculos que estão fora de ser controle; Eles acham que não vai dar certo; Eles acham que sua maneira de fazer é certa; Falta de motivação – atitude errada; Incapacidade pessoal para fazê-lo; Não tem muito tempo para fazê-lo; Estão trabalhando em itens de prioridade errada; Eles acham que estão fazendo o certo (ausência de feedback); Gerência fraca; Problemas pessoais. (GROHMANN, p. 14) A última etapa da Análise do Coaching consiste em buscar a melhor solução para as causas do problema, estabelecendo um roteiro que visa auxiliar no diagnóstico e soluções do problema. Este roteiro é composto de etapas básicas, todas elas apresentadas por questionamento. Após a realização de todas as etapas da Análise do Coaching, o gerente possuí condições de identificar as causas e soluções para o mau desempenho do trabalhador e, caso não as tenha identificado, fica claro que o mau desempenho se deve a uma questão onde o trabalhador poderia ter um bom desempenho, se quisesse. Se o mau desempenho do trabalhador for consequência de sua falta de vontade, cabe aos gerentes iniciarem a segunda etapa desse processo, a Técnica do Coaching, para motivá- los. A Técnica do Coaching é implementada através de cinco passos segundo GROHMANN. 19 4.7.1 Conseguir concordância de que existe o problema. É o ponto mais complexo e demorado pois, há apenas duas formas de convencer o trabalhador da existência do problema: o trabalhador perceber as más consequências do que ele estava fazendo ou deixando de fazer e, a percepção de que estas consequências o prejudicarão se não houverem mudanças. 4.7.2 Discutir soluções alternativas Para que esta discussão ocorra é necessário que o gerente estimule seus funcionários a pensar, de forma criativa, em uma solução para o problema. 4.7.3 Obter concordância sobre as providências a serem tomadas É fundamental que o trabalhador expresse verbalmente que concorda com a atitude que será tomada para solucionar o problema e com o momento em que essa atitude será colocada em prática. 4.7.4 Acompanhamento para que os resultados sejam alcançados É necessário que o gerente avalie, constantemente, o comportamento obtido após as providências terem sido colocadas em ação. Pois, somente assim, será possível comparar o comportamento obtido com o esperado. 4.7.5 Reconhecer toda conquista quando ela ocorrer: O que motiva os trabalhadores são as conquistas que irão obter. Portanto, a motivação só ocorre quando o gerente reconhecer estas conquistas. Pode-se afirmar que o aspecto motivacional do Coaching baseia-se em três premissas básicas, onde o comportamento é seguido de uma consequência positiva e tende a se repetir; Qualquer consequência que ocorra após uma ação e que venha aumentar sua frequência pode ser chamada de reforço positivo; e todo comportamento seguido de uma consequência negativo tende a diminuir sua frequência. Para GROHMANN, a metodologia do Coaching não trouxe muitas contribuições à motivação nas organizações. Porém, sua grande contribuição foi a de demonstrar que nem todos os problemas de desempenho são decorrentes da falta de motivação. Muitas vezes o mau desempenho é gerado por falhas da gerência, do sistema ou de treinamento. 20 4.8 TEORIAS MOTIVACIONAIS COMPLEMENTARES Fonte: FRAGA, Artigo - MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES p. 9-10. 21 5 REFERÊNCIAS BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada a administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 4ª edição – São Paulo. Editora Atlas, 2006. BUENO, Marcos. As teorias de Motivação Humana e sua contribuição para a empresa humanizada. Revista do Centro de Ensino Superior de Catalão - CESUC - Ano IV - nº 06 - 1º Semestre . 2002. CHIAVENATTO, Idalberto. Recursos Humanos – Ed. Compacta. 5ª Edição. São Paulo; Editora Atlas. 1998. FACCIOLI, Cintya. Teorias Motivacionais. Maio de 2008. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/teorias- motivacionais/22665/. Acesso em 17 de Março de 2014. FRAGA, Leandro Duarte. Motivação nas Organizações. Disponível em: http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv3n5/artigo05.pdf. Acesso em 20 de Março de 2014. GROHMANN, Márcia Zampieri Universidade Federal de Santa Maria. Projeto do Posto e de Sistema de Organização do Trabalho – Gerência de Pessoas. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0182.pdf. Acesso em: 23 de Março de 2014. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva 2005. LEAL, Gilmar da Rocha – Artigo - O comportamento motivacional no ambiente de trabalho da fábrica de sucos Imbiara, Picos - PI . 2011. Disponível em: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/admpicos/arquivos/files/GILMAR%20DA%20ROCHA%20L EAL.pdf. Acesso em 23 de Março de 2014.
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