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Es tu do s S in tá ti co s da L ín gu a Po rt ug ue sa ESTUDOS SINTÁTICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA Odete Aléssio Pereira E d u ca çã o E S T U D O S S IN T Á T IC O S D A L ÍN G U A P O R T U G U E S A O d et e A lé ss io P er ei ra Curitiba 2016 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa Odete Aléssio Pereira Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501 P436e Pereira, Odete Aléssio Estudos sintáticos da língua portuguesa / Odete Aléssio Pereira. – Curitiba: Fael, 2016. 150 p.: il. ISBN 978-85-60531-35-6 1. Língua portuguesa – Estudo e ensino 2. Língua portuguesa - Análise sintática I. Título CDD 469.53 Direitos desta edição reservados à Fael. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael. FAEL Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz Revisão FabriCO Projeto Gráfico Sandro Niemicz Imagem da Capa Shutterstock.com/Unuchko Veronika Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim Sumário Carta ao Aluno | 5 1. Termos essenciais da oração | 7 2. Termos Integrantes da Oração | 19 3. Termos Acessórios da Oração | 33 4. Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação | 45 5. Período Composto por Coordenação | 59 6. Período Composto por Subordinação | 71 7. Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal | 89 8. Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão | 101 9. Sintaxe de colocação e noções de estilística | 117 10. Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria | 131 Conclusão | 145 Referências | 147 Carta ao Aluno Prezado aluno, Atualmente, o profissional da educação, principalmente o professor de língua portuguesa, encontra muitos desafios. É pre- ciso estar disposto a trilhar uma estrada tortuosa; no entanto, ao final dessa trilha há um grande tesouro. Esse tesouro não são barras de ouro; é muito mais que isso: é a felicidade de olhar para trás e perceber que todo esforço empreendido na formação de seus alunos valeu a pena. Isso é percebido, por exemplo, na colação de grau de uma turma. Docentes e discentes em uma comunhão de alegrias e sonhos realizados. Sabemos que nosso idioma é o que nos uni como nação, e ele tem a missão de nos socializar. A linguagem está presente em nosso cotidiano, estamos expostos a várias situações comunicativas, nas – 6 – Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa diversas práticas sociais, por exemplo, um e-mail, um bate-papo nas redes sociais, uma aula, uma carta, um trabalho escolar, a leitura de uma revista dentre tantas outras coisas. Nesse sentido, é necessário destacar a importância do professor, que no seu dia a dia coloca um “tijolinho” na sua construção. Assim, o docente de língua portuguesa tem a missão de formar leitores e pro- dutores de textos, cidadãos competentes para atuarem na sociedade de forma plena. O aluno inicia seus estudos ainda na tenra idade, vai galgando degrau a degrau, até tornar-se um profissional. Se a opção for a docência, certamente, ele proporcionará muitas mudanças na vida de seus alunos. O objetivo principal desta disciplina é, portanto, proporcionar aos estu- dantes a capacidade de compreender conceitos básicos de sintaxe e transferí-los para os desafios que o professor de língua portuguesa certamente encontrará no mercado de trabalho. Estas provocações incluem, por exemplo, a indisciplina em uma sala de aula, a desmotivação no processo-ensino aprendizagem, dentre outros, por isso é importante que o aluno encontre na escola um lugar para expressar suas opiniões e ideias, experiências já vividas. Nesse sentido, o edu- cador de língua portuguesa, que exerce seu ofício com dedicação, certamente fomentará diversas propostas de trabalho no ensino da leitura, da produção textual, dos aspectos gramaticais envolvendo a fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, dentre outros tópicos. Sabemos que o comprometimento de muitos docentes contribui de forma peculiar na formação de pessoas autônomas, capa- zes de agir e interagir de forma plena na sociedade em que vivem. Nesse sentido, ao final desta disciplina, do curso de Letras, o aluno será capaz de compreender e produzir textos de diferentes gêneros e registros, observando as regras gramaticais. Terá a compreensão dos métodos, proces- sos, procedimentos e técnicas de organização do trabalho docente, no que se refere ao ensino de gramática. Possuirá o domínio dos conteúdos básicos trabalhados nos ensinos fundamental e médio, para que tenha uma atuação eficaz como profissional do saber. Terá desenvolvido e assimilado a capaci- dade de organizar e dirigir situações de aprendizagem voltadas para o ensino da análise sintática, além de conceber e fazer evoluir os dispositivos de dife- renciação entre os pontos estudados na disciplina. Durante sua trajetória no curso, o discente certamente terá assimilado estratégias para a utilização das novas tecnologias como recurso didático no ensino-aprendizagem da gramá- tica da língua portuguesa. 1 Termos essenciais da oração Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais sobre sujeito e predicado, elementos primordiais na estruturação de uma oração. Por isso, são chamados termos essenciais, pois sem eles a oração ficará sem sentido. Quanto às definições desses termos, presentes nos manuais de gramática, são muitas, encontram-se posicionamen- tos similares e, às vezes, divergentes entre elas. De uma forma geral, há mais semelhanças do que discrepâncias. No manual de gramática de Faraco&Moura (2006, p.388), os autores definem sujeito como: “termo sobre o qual se declara algo. O verbo da oração concorda com o sujeito da oração em pessoa e número”. Para predicado, eles consideram que: “é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito. Não existe oração sem predicado.” Geralmente, ao escrevermos um texto, usamos esses termos constantemente e nem nos damos conta. Isso ocorre devido à nossa gramática internalizada. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 8 – Objetivos de aprendizagem: 2 Distinguir sujeito de predicado na frase ou oração; 2 Reconhecer os tipos de sujeito e predicado; 2 Analisar sintaticamente as frases e orações; 2 Classificar adequadamente os termos essenciais da oração. 1.1 Definição de sujeito Você perceberá as semelhanças e diferenças nas definições apresentadas por alguns gramáticos e linguistas no que se refere à conceituação de sujeito. Isso fica constatado ao pesquisar o conceito de sujeito em alguns manuais de gramática e observar as considerações e críticas elaboradas. Diante disso, é possível perceber que há algumas divergências a respeito de como conceituar na visão dos autores, confira no quadro a seguir: Quadro 1 - Definição de sujeito “O termo da oração com o qual o verbo concorda em número e pes- soa é o sujeito” (CIPRO NETO, 1998, p. 348). “Sujeito é o ser de quem se diz alguma coisa” (CEGALLA, 1985, p. 273). “Sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declara- ção” (CUNHA & CINTRA, 2001, p. 122). “Sujeito é o termo que denota o ser a respeito de quem ou de que se faz uma declaração” (FARACO & MOURA, 1994, p. 313). Sujeito é “o ser de quem se diz alguma coisa [...] é o elemento com o qual concorda o verbo” (LUFT, 2002, p. 46). “Chama-se sujeito a unidade [...] que estabelece uma relação predicativa com o núcleo verbal para construir uma oração. É [...] uma explicitação léxica que o núcleo verbal da oração [...] inclui como morfema número-pessoa (BECHARA, 2006, p. 409). “Sujeito é o termo da oração que está em relação de concordân- cia com o núcleo dopredicado” (PERINI, 2003, p. 76). – 9 – Termos essenciais da oração “Sujeito é o ser ao qual se atribui a ideia contida no predicado. [...] É o termo representado por substantivo ou expressão substantiva, ao qual, no sin- tagma oracional, se atribui um predicado” (SACCONI, 1994, p. 288). Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Importante Ao observarmos tais definições, o que percebemos em comum? A maioria destaca a ideia de que o sujeito é o tema, ou seja, o “ser” sobre o qual se menciona algo, o termo referente ao predi- cado. Desse modo, para que possamos direcionar melhor nosso estudo, podemos pensar que o sujeito é aquele sobre o qual se fazem as afirmações. 1.2 Tipos de sujeito Se propusessem a você a seguinte frase: “os retardatários não puderam entrar no local da prova” e, logo em seguida, fizessem-lhe os seguintes ques- tionamentos: qual é o assunto central dessa frase? Qual é a informação forne- cida sobre ele? Você com certeza responderia que o tema central é “os retar- datários” e a informação fornecida sobre eles é que “não puderam entrar no local da prova”. Pode-se afirmar, portanto, que ao propor um assunto para a comunicação de um fato ou de uma ideia, ou para se informar algo sobre este assunto, utilizam-se os dois termos anunciados anteriormente na abertura desse capítulo, ou seja, o sujeito e o predicado. De posse dessas informações prévias, convém, agora, que o sujeito seja conhecido com mais detalhes. O sujeito é o termo da oração (formado por uma palavra ou conjunto de palavras) para se declarar alguma coisa; portanto, geralmente o verbo con- corda com ele em número e pessoa. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 10 – 2 sujeito simples (claro ou oculto) – possui apenas um núcleo. Exemplo: Nós viajaremos para Londres no final de semana. (Nós - sujeito claro) Viajaremos para Londres no final de semana. ( sujeito oculto, ele está na forma verbal (nós) Viajaremos.) Há casos em que o verbo não concorda com o sujeito e, por isso, ocorre uma concordância especial (por razões semânticas – concordância “ideoló- gica”) ou opcional (pela proximidade de algum vocábulo com o verbo – con- cordância atrativa). Exemplos: Os responsáveis pela pesquisa somos nós sujeito verbo Nesse caso, observa-se que o verbo concordou com o pronome nós, e não com o sujeito, porque os pronomes pessoais atraem o verbo ser. Já na frase: Os brasileiros são bastante otimistas. Sujeito verbo O verbo concordou com um elemento da oração que está implícito (os brasileiros + eu), resultando em uma concordância “ideológica” deno- minada silepse. Silepse: a silepse é uma figura sintática que faz concordância pela ideia, e não por meio de regras gramaticais, por isso que é considerada de concordância ideológica ou figurada. A silepse pode ser de número, de gênero e de pessoa. Ex: Senhor governa- dor, Vossa Excelência está equivocado. Trata-se de uma silepse de gênero, pois a palavra equivo- cado está no masculino, concordando com o sexo da pessoa e não com o pronome Vossa Excelência, que é feminino – 11 – Termos essenciais da oração 2 sujeito composto – possui dois ou mais núcleos Exemplo: Os responsáveis pela pesquisa foram ele e eu. verbo sujeito Em frases com sujeito composto, também pode ocorrer concordância especial (por razões semânticas), ou opcional (pela proximidade de algum vocábulo com o verbo). Exemplos: Ainda não voltaram/voltou da praia a mulher e seus filhos. verbo sujeito Nesse caso, como o sujeito está posposto ao verbo, este pode ser flexio- nado no singular – concordando com o núcleo mais próximo – ou no plural – concordando com os dois núcleos. Obs.: quando o sujeito aparece posposto ao verbo, ele encontra-se na ordem inversa. Eu, tu e ele resolveremos este assunto com a maior urgência. sujeito verbo Como o sujeito composto foi formado por pessoas gramaticais diferen- tes, e dentre elas há a 1ª pessoa, a forma verbal permanece na 1ª pessoa do plural (nós) prevalecendo sobre as demais. Saiba mais Assista ao vídeo do grupo chamado Teatro Mágico, que compôs uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. A banda trata do assunto estudado, de forma divertida. A letra fala sobre os termos da ora- ção. Certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto. A letra, bem como a música, estão disponíveis em: http://www.vaga- lume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade.html Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 12 – 2 sujeito indeterminado – não aparece expresso na oração, ou por não se desejar, ou por não ser possível que ele seja explicitado. Há dois processos de indeterminação do sujeito: 1. Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural. Exemplo: Falaram mal de você na reunião de ontem. Nesse caso o verbo não se refere a nenhuma palavra determinada no contexto. 2. Colocando-se o verbo na terceira pessoa do singular + pronome SE (classificado como pronome indeterminador do sujeito) Exemplos: Vive-se bem no campo. (Verbo intransitivo- VI) Necessita-se de paz de espírito. (Verbo transitivo indireto-VTI) Ama-se a Deus em primeiro lugar. (Verbo transitivo direto – VTD preposicionado) Nunca se é feliz sozinho. (Verbo de ligação –VL) Importante Não se deve confundir o pronome indeterminador do sujeito (PIS) – que acompanha verbos intransitivos, transitivos indiretos, transitivos diretos preposicionados e de ligação com o pronome apassivador (PA) – com o pronome que acompanha verbos transitivos diretos. Exemplo: Vendem-se casas na zona rural. VTD sujeito Nesse exemplo, o verbo está na voz passiva pronominal (ou sintética) e equivale à seguinte estrutura da voz passiva verbal (também conhecida como analítica): – 13 – Termos essenciais da oração Casas são vendidas na zona rural. Sujeito Portanto, nos dois casos em que há voz passiva, o sujeito é o termo casas. É importante esclarecer, ainda, que a função do sujeito não é exclusiva de substantivos, pronomes e numerais. Os advérbios de base nominal ou pro- nominal também podem desempenhar a função de sujeito em uma oração. Exemplos: Agora é tudo ou nada. sujeito Ali parece sujo. sujeito Você Sabia Já houve muita discussão entre os estudiosos da língua portuguesa sobre a questão do sujeito inexistente e as orações sem sujeito. Segundo alguns, não se poderia considerar o sujeito como termo essencial da oração se existe a possibilidade de construir enunciados sem sujeito. Outros afirmam que a perspectiva de orações sem sujeito não invalida o fato de que ele é essencial nas orações das quais faz parte. E você, o que pensa sobre isso? 1.3 Oração sem sujeito Ocorre quando o predicado não se refere a nenhum tipo de sujeito e, nesse caso, são empregados verbos impessoais. Exemplos: (Ø) Trovejou durante a noite toda. (Ø) Está muito quente hoje. (Ø) Há muitos problemas naquele setor da indústria (Ø) Faz muito calor naquela região. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 14 – (Ø) Já é meio-dia e meia. (Ø) Chega de lamúrias! Atenção: se os verbos que expressam fenômenos da natureza forem empregados em sentido figurado, então passarão a ter sujeito. Ex.: Os olhos da atriz relampejavam de ódio. Sujeito Você Sabia Nas locuções verbais, o verbo auxiliar representará a impessoalidade do verbo principal, ou seja, ficará na 3ª pessoa do singular (ou even- tualmente na 3ª pessoa do plural, com o verbo ser) Exemplos: (Ø) Deve haver muitas pessoas na fila do caixa. (Ø) Vai fazer dias muitoquentes neste verão. (Ø) Devem ser umas três da manhã em Tóquio. Dicas para localizar o sujeito na oração: 2 Primeiro, localize o verbo da oração. 2 A posição usual do sujeito é antes do verbo 2 Na língua portuguesa, o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número. 2 Se o sujeito for um substantivo, ele pode ser substituído pelo pro- nome ele, ela, eles, elas). Saiba Mais Assista ao vídeo sobre “Tipos de sujeito - Aula Grátis de Português para Concursos Vestibular e Enem”. Disponível em: http://www. youtube.com/watch?v=9d58zR-zmrM. Acesso em 09 de out. De 2015. Nele você poderá fundamentar melhor seus conhecimentos sobre esse assunto. – 15 – Termos essenciais da oração Consulte o capítulo Termos Essenciais da Oração da Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, São Paulo: Com- panhia Editora Nacional, 2008. Saiba Mais Assista ao vídeo do grupo, chamado Teatro Mágico, que compôs uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. O grupo trata do assunto estudado, de forma divertida, a letra fala sobre os termos da oração, certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto. A letra, bem como a música, estão disponíveis em: http://www.vagalume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade. html. Acesso em 30 de out. de 2015. 1.4 Predicado O predicado é o termo indispensável da oração, uma vez que, conforme exposto anteriormente, o sujeito pode estar indeterminado ou, em algumas orações, ele pode não existir. 1.4.1 Tipos de predicado 2 predicado nominal – ocorre quando sua estrutura é constituída por: verbo de ligação + predicativo do sujeito Exemplo: As pessoas daquele local ficaram inquietas. VL e predicativo do sujeito 2 O predicativo do sujeito expressa uma característica, qualidade ou estado do sujeito. 2 predicado verbal – ocorre quando sua estrutura é formada por um verbo significativo (intransitivo ou transitivo) + complementos e/ou circunstâncias e não há predicativo na oração. Exemplo: O homem abandou o carro no estacionamento. VTD OD circunstância Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 16 – 2 predicado verbo-nominal – ocorre quando sua estrutura é for- mada por um verbo significativo (intransitivo ou transitivo) + um predicativo (do sujeito ou do objeto) Exemplo: As pessoas caminhavam desorientadas. VI PS A mãe encontrou a filha desmaiada. VTD OD PO 2 Na estrutura do predicado verbo-nominal também pode ser encon- trado o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto – termo que atribui características ao objeto direto ou ao objeto indireto. 2 predicativo do sujeito, do objeto Segundo Henriques (2011), predicativo é o “termo B” que quali- fica o “termo A”. Exemplos: A criança estava irritada. termo A termo B Todos consideravam o garoto mais velho um gênio. termo A termo B Saiba Mais Se quiser aprofundar melhor esse conteúdo, assista à videoaula: “ Tipos de Predicado - Aula grátis de Português para Concursos ENEM e Vestibular”. Disponível em: http://www.youtube.com/ watch?v=jvJC981hEEA. Acesso em 09 de out. De 2015. Quadro 2 – Predicativo do sujeito O predicativo do sujeito (PS) pode ser representado não ape- nas por um adjetivo, mas também por uma locução adjetiva, um substantivo, um pronome ou um numeral. Exemplos: A casa deles era de tijolos. PS = loc. adjetiva – 17 – Termos essenciais da oração Janete é uma amiga. PS = substantivo Esses objetos são meus. PS = pronome Os filhos do casal eram quatro. PS = numeral O predicativo do objeto pode ser representado por subs- tantivo, adjetivo ou locução adjetiva. Exemplos: Ele a considera uma líder. PO = substantivo Ele a encontrou desmaiada. PO = adjetivo Ele a encontrou em desespero. PO = loc. adjetiva Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Você Sabia Todo falante de um determinado idioma é capaz de construir, orga- nizar e entender frases e orações com sujeito e predicado sem ter frequentado a escola. Isso acontece devido à gramática intuitiva ou internalizada. Mesmo que o falante não tenha consciência dela, per- mite o uso automático das estruturas linguísticas. . Resumindo Nesse capítulo, você viu que para compartilhar suas ideias com alguém é preciso organizá-las, fazendo uso de estruturas linguísticas que permitem a transmissão adequada dessas ideias. Sujeito e predicado são considerados as duas estruturas linguísticas fundamentais para que você possa verbalizar o que sente, o que pensa e o que deseja. Viu também que o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto são termos que participam da construção do predi- cado, sempre que se deseja atribuir uma característica, qualidade ou estado ao sujeito ou ao objeto direto do verbo. 2 Termos Integrantes da Oração Neste capítulo, você estudará sobre a função desempe- nhada pelo objeto direto e pelo objeto indireto. Compreenderá sobre as particularidades de cada um deles. Perceberá como empre- gar os pronomes pessoais oblíquos na função de objeto direto e de objeto indireto. Será reforçado, também, um pouco sobre a predicação verbal, para que você perceba a importância dos verbos significativos e os de ligação. Assim, você poderá assimilar melhor a classificação dos verbos quanto à predicação, entendendo que depende de seu emprego na frase e que todo predicado informa uma ação e/ou estado acerca do sujeito, bem como os verbos se relacionam com o seu sujeito. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 20 – Objetivos de aprendizagem: 2 Perceber a função desempenhada pelo objeto direto e pelo objeto indireto; 2 Entender as particularidades da predicação verbal, bem como os seus complementos: objeto direto e do objeto indireto; 2 Identificar a forma adequada de emprego dos pronomes pessoais oblíquos na função de objeto direto e de objeto indireto; 2 Diferenciar complemento verbal e complemento nominal; 2 Compreender a função sintática exercida pelo agente da passiva como um termo relacionado ao verbo. 2.1 Predicação Verbal Você já está ciente de que o verbo mantém uma ligação com o sujeito por meio das relações de concordância, de regência e de mediação. Já enten- deu também que a concordância diz respeito à adaptação em número e pessoa entre o verbo e o sujeito; que na regência ocorre a subordinação entre um verbo e seus complementos ou circunstâncias, visando à construção de ora- ções corretas e claras; e que na relação de mediação, o verbo pode manter uma marca de ligação entre o sujeito e a qualificação dele e, em outro contexto, pode estabelecer a conexão entre sujeito e verbo e, verbo e complementos ou entre verbos e circunstâncias. Para entender bem a relação de mediação, é essencial saber analisar os verbos quanto à predicação, isto é, classificá-lo a partir das relações que ele estabelece na oração, tendo em vista o significado que se pretende obter em um determinado contexto. Em uma oração, o verbo pode ser classificado de duas formas: 1. Verbos significativos – também denominados de nocionais. Dentro da oração, os verbos significativos podem apresentar sen- tido completo ou incompleto e, a partir disso, são classificados em intransitivos ou transitivos. – 21 – Termos Integrantes da Oração 2 Verbos intransitivos (VI) – unem sujeito a uma circunstância. Exemplo: O assessor do ministro estava na Europa. VI circunstância 2 Os verbos transitivos fazem a conexão entre sujeito e o alvo de sua ação e subdividem-se em: a) transitivo direto (VTD) - não exige preposição na conexão comseu complemento (objeto direto - OD). Exemplo: Os manifestantes aguardavam o pronunciamento do líder. VTD objeto direto b) transitivo indireto (VTI) – une-se ao seu complemento (objeto indireto - OI), por meio de uma preposição Exemplo: Os garotos necessitavam de atenção. VTI objeto indireto c) transitivo direto e indireto (VTDI) - exige dois complemen- tos: um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto). Exemplo: Ensinamos o caminho ao turista alemão. VTDI objeto direto objeto indireto 2. Verbos de ligação (VL) - fazem a conexão entre sujeito e sua qualifica- ção ou estado denominada predicativo do sujeito (PS). Exemplo: O clima daquela região estava agradável. sujeito verbo de Predicativo ligação do sujeito Os principais verbos de ligação são: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar e outros. É importante salientar que os verbos de ligação possuem as seguintes características: Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 22 – a) Não têm significação própria; b) Não indicam ação; c) Não indicam a posição do sujeito em um lugar. Além dessas características, os verbos de ligação exprimem certas carac- terísticas do sujeito: a) Estado permanente – Exemplo: Minha casa é confortável. b) Estado transitório – Exemplo: Ontem ela estava meio aborrecida. c) Mudança de estado – Exemplo: De repente, ela ficou extrema- mente nervosa. d) Aparência de estado – Exemplo: Você me parece muito feliz hoje. e) Continuidade de estado – Exemplo: As pessoas continuam ame- drontadas. É importante esclarecer que a predicação de um verbo depende do con- texto em que este é aplicado, ou seja, a análise do verbo está vinculada a seu significado ou emprego em uma frase. Só neste contexto sua predicação se torna evidente. Veja alguns exemplos para esclarecer melhor as ideias apresen- tadas até o momento. Minha prova será difícil. sujeito VL PS Minha prova será no período da manhã. sujeito VI circunstância Minha prova será na sala ao lado da secretaria. sujeito VI circunstância Você sabia Que o verbo ser é intransitivo quando tem o significado de ocorrer, realizar-se ? – 23 – Termos Integrantes da Oração Meu chefe está nervoso sujeito VL PS Meu chefe está no escritório sujeito VI circunstância Obs. estar é verbo intransitivo quando indica a posição do sujeito em um lugar. As crianças continuam animadas. sujeito VL PS As crianças continuam suas brincadeiras. sujeito VTD OD As crianças continuam no parque. sujeito VI circunstância A mulher virou o prato. Sujeito VTD OD A mulher virou uma fera. Sujeito VL PS A menina saiu de sua casa. Sujeito VI circunstância A moça saiu uma mulher linda. Sujeito VL PS O nosso vizinho caiu em um buraco. Sujeito VI circunstância Você sabia Que o verbo continuar é verbo transitivo direto quando significa uma ação não interrompida? Ao indicar posição do sujeito em um lugar, é intransitivo. É importante esclarecer ainda que alguns verbos intransitivos ou transitivos assumem a função de um verbo de ligação. Observe esses exemplos: Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 24 – O nosso vizinho caiu doente. Sujeito VL PS Saiba mais Se você tem interesse em aprofundar o tema, leia o artigo científico Tipologia dos Complementos Verbais do Português Contemporâ- neo, de Sebastião Expedito Ignácio. Nele você encontrará vários exemplos e explicações sobre a complementação verbal. Dispo- nível em: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3755/3478. Acesso em: 11 out. 2015. 2.2 Objeto Direto e Objeto Indireto Você já entendeu que uma oração é uma estrutura organizada para comunicar ideias, fatos, sentimentos etc. e, para que isso ocorra, as pala- vras que formam essa estrutura estabelecem relações entre si. Já compre- endeu também que os termos fundamentais dessa estrutura são sujeito e predicado e, esse último, pode ser formado apenas por um verbo. Mas, na maioria das vezes, o predicado, quando informa uma ação do sujeito, apresenta um verbo que necessita de complemento, isto é, um verbo tran- sitivo. Nesse caso é que são usados os complementos verbais, ou seja, o objeto direto e o objeto indireto. Dessa forma, define-se objeto direto como um termo que integra o sentido de um verbo significativo sem o auxílio de preposição obrigatória. Exemplo: Os pedestres desrespeitaram o sinal de trânsito. VTD OD Já o objeto indireto integra o sentido de um verbo significativo com o auxílio de uma preposição obrigatória. Exemplo: Os pedestres obedeceram ao sinal de trânsito. VTI OI Há certas particularidades sobre o emprego do objeto direto que mere- cem ser mencionadas: – 25 – Termos Integrantes da Oração Objeto direto preposicionado – alguns casos de emprego: 2 Para evitar ambiguidade, ou seja, por motivos de clareza – uso obrigatório. Exemplo: Ofendeu ao filho a mãe. Observação: essa ambiguidade não existiria com o uso da ordem direta da oração: A mãe ofendeu o filho. 2 Quando o objeto direto é formado por um pronome oblíquo tônico – uso obrigatório. Exemplo: Ele sempre consultava a mim. 2 Quando o objeto direto é formado pelo pronome quem (interroga- tivo ou relativo) – uso obrigatório. Exemplo: Estamos hospedando a quem agora? (interrogativo) Ela é a pessoa a quem sempre amei. (relativo) 2 Quando o objeto direto aparece antecipado ao sujeito (procedi- mento chamado de topicalização) – uso facultativo. Exemplo: Ao seu procedimento todos admiram. 2 Quando o objeto direto é formado por um pronome indefinido designativo de pessoa– uso facultativo. Exemplo: Essas medidas beneficiarão a todos. 2 Quando o objeto direto é utilizado com intenção partitiva – uso facultativo. Exemplo: Comeram do bolo que ofereci. 2 Por motivos estilísticos, quando se quer enfatizar o objeto direto – uso facultativo. Exemplo: Sempre cumpri com o meu dever. Objeto direto interno – ocorre em duas situações: 2 Quando o objeto direto tem o mesmo radical do verbo. Exemplo: Sorriu um sorriso triste e sentou-se. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 26 – 2 Quando o objeto direto tem apenas uma identificação semân- tica com o verbo. Exemplo: Meus filhos dormiam um sono tranquilo. Objeto direto pleonástico - utilizado por motivos estilísticos: 2 Quando o objeto direto é repetido por meio de um pronome oblíquo átono. Exemplo: Meus pertences, eu os encontrei espalhados pelo chão. OD OD pleonástico Há também duas particularidades acerca do objeto indireto: Objeto indireto pleonástico 2 Quando o objeto direto é repetido por meio de um pronome oblíquo átono. Exemplo: Aos dois, desejamos-lhe sucesso. OI OI pleonástico Glossário: Pleonástico: você já ouviu falar em “descer para baixo” ou “subir para cima”? Pois bem: trata-se da figura de lingua- gem nomeada de “pleonasmo”, que serve para dar ênfase a uma palavra, ideia ou expressão, muitas vezes por repetição. Trazendo o termo para a esfera sintática, ao falar de objeto pleonástico, estamos dizendo que ele aparece na frase duas vezes. Ex.: A chave, escondeu-a na gaveta. (temos como objeto direto pleonásticoa palavra “chave” e o pronome oblíquo átono “a”); isso reforça a ênfase a esse objeto. – 27 – Termos Integrantes da Oração Objeto indireto de interesse 2 Quando o objeto indireto não tem função inferida pelo verbo - intransitivo – e, portanto, é empregado como recurso expressivo do falante na mensagem verbal. Exemplo: Nunca me apareças aqui sem avisar. 2.3 Pronomes oblíquos na função de objeto Comumente, o objeto direto e o objeto indireto são representados por pronomes oblíquos. Veja esses exemplos: Sempre a encontro nesse local. OD VTD Enviei-lhe uma mensagem de boa viagem. VTI OI Confundiram-me com outra pessoa. VTD OD Telefonaram para mim? VTI OI Observe o quadro 1 a seguir, que esquematiza o emprego dos pronomes oblíquos como objetos diretos e indiretos: Saiba mais Acesse o artigo Facultatividade e Omissão de Complementos Verbais, de Mônica Magalhães Cavalcante. Nele há uma explica- ção detalhada da transitividades verbal. Disponível em: http://www.revistadeletras.ufc.br/rl19Art02.pdf. Acesso em: 11 out. 2015. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 28 – Quadro 1 - Pronomes oblíquos Pronomes oblíqutos átonos Pronomes oblíquos tônicos o – a – os – as (e variações) → sempre objeto direto lhe – lhes → sempre objeto indireto me – te – se – nos – vos → objeto direto e indireto (con- forme a predicação verbal) preposição + mim – ti – si – ele(s) – ela(s) – nós – vós → objeto direto preposicionado ou objeto indireto (conforme a predicação verbal) Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Quando os pronomes oblíquos átonos O – A – Os – As aparecem pospostos aos verbos, sofrem as seguintes alterações: 2 Se o verbo termina em R, S ou Z, essa letra desaparece, e os pro- nomes assumem as formas LO – LA – LOS – LAS Exemplos: Encontrá-lo na saída é um prazer. (encontrar + o + encontrá-lo) Deixemo-las conversar a sós. (deixemos + as + deixemo-la) Fi-los sair da sala naquela hora. (fiz + os = fi-los) Obs.: Essa última forma é pouco utilizada no português contemporâneo. 2 Se o verbo termina em som nasal (com M ou ÃO), conserva-se essa(s) letra e os pronomes assumem as formas NO – NA – NOS - NAS Exemplos: Chamaram-no para conversar. (chamaram + o = cha- maram-no) A herança, dão-na como perdida. (dão + a = dão-na) – 29 – Termos Integrantes da Oração Importante Os pronomes oblíquos que completam o sentido dos verbos transi- tivos e, ao mesmo tempo, repetem a figura do sujeito, são denomina- dos pronomes oblíquos reflexivos. Exemplos: Ele penteou-se caprichosamente para sair. (OD reflexivo) /Nós nos impusemos severa disciplina. (OI reflexivo) Muitas vezes, esse pronome pode ter aspecto recíproco. Exemplos: Eles cumprimentaram-se antes da luta. (OD Reflexivo). 2.4 Agente da Passiva, Complemento Nominal O agente da passiva é um termo relacionado ao verbo, como ocorre com o objeto direto e o objeto indireto. Assim como ocorre com o verbo, ou seja, o fato deste necessitar de um termo que se relacione com ele por motivos semânticos, alguns nomes também apresentam essa necessidade. Portanto, ao estudar o complemento nominal, você entenderá a relação deste com certos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios). O agente da passiva é um termo da oração que pratica a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva. Esse termo aparece precedido da preposição por, na maioria das vezes, e, mais rara- mente, pela preposição de. Exemplo: Na saída, a moça foi abordada por um estranho. verbo na voz agente da passiva passiva Aquele político vivia cercado de bajuladores. verbo na voz agente da passiva passiva Segundo Bechara (2009), o agente da passiva é um tipo de termo de argumento, não obrigatório e, por isso, muitas vezes uma oração pode apare- cer na voz passiva e não apresentar o agente da passiva. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 30 – Exemplo: O réu foi condenado ontem à tarde. verbo na voz passiva Vale salientar, ainda, que uma oração na voz passiva tem origem a partir de uma estrutura equivalente, semanticamente, na voz ativa, desde que haja a presença de um verbo transitivo direto ou de um verbo tran- sitivo direto e indireto. Na mudança da voz ativa para a voz passiva analítica (formada por verbo auxiliar conjugado + verbo principal no particípio), o objeto direto da ativa passa para a função de sujeito da voz passiva, e o sujeito da ativa passa a agente da passiva. Exemplo: Voz ativa: Um carro desgovernado atropelou muitas pessoas. sujeito agente VTD OD Voz passiva: Muitas pessoas foram atropeladas por um carro desgovernado. sujeito paciente VTD na voz passiva Obs.: O verbo auxiliar da voz passiva fica no mesmo tempo e modo da voz ativa. Henriques (2011, p. 72) adverte que: “[...] o fato de haver uma estrutura com verbo transitivo direto não significa, obrigatoriamente, que a voz passiva equivalente tenha uso corrente no português. Razões semânticas, pragmáticas ou estilísticas podem revelar que, às vezes, a voz passiva é uma estrutura mais potencial do que real – e o mesmo se pode dizer para a ocorrência da voz pronominal.” Exemplos: Ainda não publicaram as novas regras salariais. → VA As novas regras salariais ainda não foram publicadas. → VP verbal de uso corrente. Ainda não se publicaram as novas regras salariais.→ VP pronominal de uso corrente Levaram vários sustos. → VA Vários sustos foram levados. → VP verbal de uso improvável Levaram-se vários sustos.→ VP pronominal de uso improvável – 31 – Termos Integrantes da Oração Exemplos: Tenho necessidade de sua ajuda. X Necessito de sua ajuda. substantivo CN VTI OI Ele tinha confiança em você. X Ele confiava em você. substantivo CN VTI OI É válido esclarecer ainda que, quando o complemento nominal com- pleta o sentido de um substantivo, este apresenta duas particularidades: a) substantivo que necessita de complemento é sempre abstrato; b) o substantivo que exige complemento geralmente deriva de um verbo. Veja também exemplos de complementos nominais de adjetivos e advérbios. A mãe foi favorável a um dos filhos. adjetivo complemento nominal A mãe agiu favoravelmente a um dos filhos. advérbio CN Você sabia O complemento nominal, assim como o objeto direto e o objeto indireto, também pode ser representado por pronomes oblíquos. Importante Você sabe qual a diferença entre o complemento nominal e o objeto indireto? Em outras estruturas sintáticas, há certos nomes de significação transitiva que necessitam de um complemento. Nesse caso, emprega-se o complemento nominal. Dessa forma, a sua função assemelha-se à do objeto indireto, por também ser um termo regido de preposição, porém o objeto indireto completa o sen- tido de um verbo, e o complemento nominal, o de um substan- tivo, adjetivo ou advérbio. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 32 – Exemplos: A mãe sempre lhe foi favorável. (= favorável a ele) Eles me devem respeito. (= respeito a mim) Saiba mais Para ter uma melhor compreensão sobre os termos integrantes da ora- ção, assista ao vídeo: Termos Integrantes da Oração, da profª.. Keyse. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=q4_L2B9MF1U. Acesso em 12 out. 2015. Consulte o capítulo Termos integrantes da oraçãoda Gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. Resumindo Nesse capítulo, você relembrou sobre a predicação verbal para enten- der que o objeto direto e o objeto indireto são termos da oração, que se relacionam ao verbo, e dizem respeito às ações que as pessoas realizam sobre algo ou alguém. Isto, no plano linguístico, equivale a dizer que os objetos são responsáveis por expressar a capacidade humana de agir e modificar seu entorno. Viu também que o emprego dos objetos está ligado a motivos esti- lísticos ou de clareza, como, por exemplo, o objeto direto preposicionado e o objeto direto e indireto pleonástico. Entendeu que os pronomes pessoais oblíquos átonos podem desempenhar a função de objeto direto e de objeto indireto. Verificou, também, que o agente da passiva é um termo usado sem- pre que num processo comunicativo o emissor da mensagem tem a intenção de expressar a ideia de passividade do sujeito. Percebeu que há situações em que determinados nomes abstratos (substantivos, adjetivos e advérbios) exi- gem um complemento que lhes esclareça o sentido e, nesse caso, utiliza-se o complemento nominal. 3 Termos Acessórios da Oração Neste capítulo, você entenderá o emprego do adjunto adverbial, bem como sua classificação. Observará como utilizar o aposto, outro termo acessório que se refere obrigatoriamente a um vocábulo anterior a ele. Compreenderá que o vocativo não é um termo sintático da oração, mas do discurso, já que ele se relaciona com o interlocutor (o destinatário) que está fora da oração. Desta forma, você saberá como empregar o adjunto adverbial como uma expressão que indica diversas circunstâncias em relação à ação ver- bal, além de usar o aposto como esclarecedor do sentido de outra palavra e, ainda, compreenderá como fazer uso do vocativo para dirigir-se ao interlocutor. Aprenderá também como empregar o adjunto adnominal relacionado ao nome e no que se distingue de complemento nominal. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 34 – Objetivos de aprendizagem: 2 Empregar o adjunto adverbial como um termo que indica diversas circunstâncias em relação à ação verbal; 2 Entender o emprego do aposto como esclarecedor do sentido de outra palavra; 2 Utilizar o vocativo para dirigir-se ao interlocutor nas diversificadas situações comunicativas; 2 Empregar o adjunto adnominal como um termo que se relaciona ao nome. 3.1 Adjunto Adverbial O adjunto adverbial é o termo da oração que, a priori, denota a cir- cunstância de um fato expresso por um verbo, mas também, em outros casos, intensifica o sentido de um adjetivo ou de um advérbio. Novamente, recorre-se à morfologia para afirmar que o adjunto adver- bial é expresso por um advérbio ou por uma locução adverbial. Veja estes exemplos: Ela sempre fazia tudo formalmente. advérbio Ela sempre fazia tudo com formalidade. locução adverbial Nesses casos, tanto o advérbio “formalmente”, quanto a locução “com formalidade”, funcionam como adjuntos adverbiais, pois expressam uma cir- cunstância referida ao verbo “fazia”. Em outros casos, como já foi mencionado, o adjunto adverbial inten- sifica o sentido de um adjetivo ou de um advérbio – que também exerce a função de adjunto adverbial. – 35 – Termos Acessórios da Oração Exemplos: Sua pele estava bastante manchada. adjunto adjetivo adverbial Meu filho acordou cedo demais. adjunto adjunto adverbial adverbial São muitas as circunstâncias expressas pelos adjuntos adverbiais. O qua- dro a seguir — elaborado sem a intenção de considerá-lo encerrado — tem o objetivo de selecionar os adjuntos adverbiais mais frequentes. Quadro 1: Os tipos de adjuntos adverbiais e exemplos. Adjuntos Adverbiais Exemplos tempo Amanhã poderemos conversar no período da tarde. modo A moça fazia tudo às pressas. lugar Encontrarei com você em frente ao fórum. afirmação Certamente ela concordará com o acordo. negação Não sabemos se ele voltará logo. dúvida Talvez você possa me dar uma informação concreta. intensidade Você está estudando demais! assunto Os turistas conversavam sobre os perigos da viagem. causa Muitas pessoas sorriam de contentamento. instrumento Cortei minha mão com uma faca afiada. fim/finalidade Eles não estavam preparados para essa perda. companhia Iremos ao cinema com nossos amigos. meio A mulher chegou aqui de táxi. condição Sem dinheiro, não poderemos viajar. conformidade Faça tudo conforme o combinado. concessão Apesar de cansado, quis sair. preço ou valor Comprei uma blusa por noventa reais. inclusão Todos foram à festa, inclusive eu. exclusão Todos foram convidados, menos eu. quantidade Os presentes chegavam em minha casa aos montes. repetição ou reiteração Vou conversar outra vez com ele. ordem Ele, finalmente, chegou ao seu destino. [...] Fonte: elaborado pelo autor , 2015. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 36 – Esse quadro não contempla todos os tipos de adjuntos adverbiais que podem ocorrer na língua portuguesa, nem tampouco se pretende afirmar que as classificações que lhes foram dadas são definitivas, uma vez que, segundo Henriques (2011, p. 81), “[...] o reconhecimento da função “adjunto adver- bial” tem natureza sintática, mas a identificação do tipo a que pertence tem caráter semântico (isto é, depende do entendimento de seu significado em relação ao outro vocábulo).” 3.2 Adjunto Adnominal O adjunto adnominal é um termo periférico que sempre se vincula a um núcleo ao qual pertence. Mas o que isso significa? Em outras palavras, o adjunto adnominal é um termo que delimita o significado de um substan- tivo-núcleo, seja qual for a sua função sintática na oração. Exemplo: Estas duas camisetas de algodão pertencem a uma criança pequena. núcleo do núcleo do sujeito OI Os adjuntos adnominais são: estas, duas, de algodão, uma e pequena Já se afirmou também que, para o entendimento da estrutura sintática de uma oração, um pré-requisito é ter um bom conhecimento das classes gramaticais, uma vez que são elas que fornecem os elementos que possi- bilitam a construção dessa estrutura. Portanto, vale ressaltar que o adjunto adnominal pode ser expresso pelas seguintes classes gramaticais: a) Artigo definido ou indefinido Exemplo: O homem precisa uma cadeira. b) Pronome adjetivo Exemplo: Meu cachorro foi roubado. c) Numeral adjetivo Exemplo: Comprei duas camisetas. d) Adjetivo Exemplo: Visitamos belas paisagens. – 37 – Termos Acessórios da Oração e) Locução adjetiva Exemplo: Ali havia uma mesa de madeira. Você sabia O adjunto adnominal, como acontece com o objeto direto, objeto indireto e complemento nominal, também pode ser expresso por pronomes oblíquos, desde que estes tenham valor possessivo. Exemplo: Ela tocou-me o rosto. (= meu rosto) Beijei-lhe os cabelos. (= seus cabelos Com o que aprendeu até agora, você já sabe identificar os adjuntos adverbiais e adnominais em um texto? Leia o parágrafo abaixo e observe como eles se apresentam: Água mole em pedra dura tanto bate até que fura A persistência, mesmo do que é frágil, derruba fortalezas. O provérbio de origem latina está registrado num verso de Lucrécio (98-55 a.C.): “ stilli- cidi casus lapidem cavat” ( a água que tomba gota a gota fura o rochedo). A expressão conviveria com outra forma popular entre os romanos, mais atenu- ada: “guta cavat lapidem lat” ( a gota de água cava a pedra), muito próxima da versão árabe,que influenciaria a península Ibérica séculos depois, “a água é mole, a pedra é dura, mas tanto anda a água sobre a pedra que deixa rastro nela”. Esse ditado integra o Kalila wa Dimna, coletânea de contos e máximas. Muito mais explicita é a forma como Ovídio (43-17 d.C.) registra o dito, em Arte de Amar, “Que é mais duro que uma pedra? Que é mais mole que a água? Contudo, a água mole cava a pedra dura”. (Fonte: Revista Língua Portuguesa.São Paulo: Segmento, n.3 dez.2005, p.11.) A partir dos termos grifados no texto podemos classificá-los em: 2 Adjunto Adverbiais: tanto (intensidade), num verso de Lucrécio (lugar), entre os romanos (lugar), muito (intensidade), séculos depois (tempo), em Arte de amar (tempo), mais (intensidade). Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 38 – 2 Adjunto Adnominais: mole, dura, latina,outra, popular, árabe. 3.3 Distinção entre o complemento nominal e o adjunto adnominal Você aprendeu que o complemento nominal é um termo sempre ini- ciado por preposição e que o adjunto adnominal, quando expresso por uma locução adjetiva, também pode ser iniciado por uma preposição. Então, como diferenciar um do outro? Se o termo preposicionado referir-se a um substantivo abstrato, teremos: I. A acusação do rapaz não era consistente. II. A acusação ao rapaz não era consistente. Nos dois casos, os termos em destaque se referem a um substantivo abs- trato, porém suas funções sintáticas são diferentes. O critério utilizado para distinguir qual termo funciona como adjunto adnominal e qual funciona como complemento nominal é o seguinte: 1º Verifique se o termo em destaque é o agente da ação = adjunto adnominal 2º Verifique se o termo em destaque é o alvo da ação = comple- mento nominal Em I, pode-se observar que o rapaz é quem acusa, portanto a função sintática do termo “do rapaz” é de adjunto adnominal; Em II, constata-se que o rapaz recebe a acusação, ou seja, é o alvo da ação = complemento nominal. Para tornar mais claro este assunto, observe exemplos de adjuntos adno- minais representados por adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e artigos: 2 Amo filme agitado (Adjunto adnominal representado por adjetivo.) 2 Manhãs de outono são agradáveis! (Adjunto adnominal represen- tado por locução adjetiva.) 2 Nosso carro está distante. (Adjunto adnominal representado por pronome adjetivo.) – 39 – Termos Acessórios da Oração 2 Quarenta empregados foram demitidos. (Adjunto adnominal representado por numeral adjetivo.) 2 A aluna passou no exame. (Adjunto adnominal representado por artigo.) Observe que quando o substantivo é trocado por um pronome, todos os adjuntos adnominais são igualmente substituídos pelo pronome, deixando de aparecer na frase. Locução adjetiva: é formada por duas ou mais pala- vras para indicar uma mesma ideia. Por exemplo: de diamante = diamantino ou adamantino; de ele- fante = elefantino; de enxofre = sulfúrico. Exemplos: 2 Aquele castelo branco foi vendido. 2 Ele foi vendido. 2 Meus simpáticos amigos prepararam tudo para a despedida de solteiro. 2 Eles prepararam tudo para a despedida de solteiro. 2 Uma alegria imensa atingiu o paciente moribundo. 2 Uma dor intensa atingiu-o. Saiba mais Se quiser aumentar seu conhecimento, assista à videoaula de número 19: Termos acessórios da oração, da professora Keyse, nela é apre- sentado o conteúdo com vários exemplos e explicação detalhada. Dis- ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HoEvRvR05kQ. Acesso em 15 de out. 2015. Consulte o capítulo Termos Acessórios da Oração da Gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 40 – 3.4 Aposto Para abordar o aposto, vamos tomar como base a definição de Henri- ques (2011, p. 81): o aposto [...] é um termo acessório que se relaciona obrigatoriamente com um termo anterior a ele (por isso, é aposto = posto + após), podendo ser empregado com finalidades distintas. Pode, porém, o aposto referir-se ao sentido global de uma oração. 3.4.1 Tipos de aposto a) Explicativo – amplia o significado de um termo fundamental da oração e aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses. Exemplo: Luiz Vaz de Camões, poeta português, é autor da obra “Os Lusíadas”. b) Especificativo – refere-se a um substantivo de sentido genérico a fim de especificá-lo. Nesse caso, não se usa nenhum sinal de pontuação. Exemplo: O poeta Luiz Vaz de Camões nasceu em Portugal. c) Enumerativo – enumera as partes que constituem o termo fun- damental. Aparece separado por dois-pontos, vírgula ou travessão. Exemplo: Nada altera a sua personalidade: curiosidade, ignorân- cia, desrespeito. d) Resumidor, resumitivo ou recapitulativo – resume por meio de um pronome o que foi expresso pelo termo fundamental. Nesse caso, o sujeito concorda com o aposto. O carro, os móveis, as joias, tudo foi levado pelos ladrões. e) Aposto distributivo – relaciona-se sintaticamente com outra oração. Exemplo: Machado de Assis e Gonçalves Dias são os meus escrito- res preferidos, aquele na prosa e este na poesia. f ) Aposto referido a uma oração - refere-se ao conteúdo de uma oração inteira. Exemplo: Depois da prova, Filipe estava radiante, sinal de seu sucesso. – 41 – Termos Acessórios da Oração Saiba mais Encontre mais informações sobre o uso do adjunto adnominal na dissertação A Multifuncionalidade do Aposto em Textos Jornalís- ticos de divulgação científica e em Artigos Científicos, de Cristina Araújo de Farias. Disponível em: http://www.ple.uem.br/defesas/ pdf/cafarias.pdf. Acesso em: 15 out. 2015. 3.5 Vocativo Na introdução deste capítulo, falamos que o vocativo é um termo independente da estrutura sintática da oração, ou seja, não pertence nem ao sujeito nem ao predicado. Seu uso está ligado a chamar ou interpelar alguém ou algo personificado, isto é, o interlocutor (ou destinatário) real ou retórico. Exemplos: Ó mar salgado, quanto de teu sal São lágrimas de Portugal! (Fernando Pessoa) Você, garota, não perde por esperar! Obs.: O vocativo também é um termo que aparece isolado por vírgula(s). O vocativo também pode vir precedido de interjeição, Óh!, Olá! Eh! Ei! : Exemplo: Ei! Mariana, onde estás? O vocativo também pode aparecer no início, no meio ou no final da oração: Exemplo: Sibele, meu tio está muito bem, não é verdade? Meu tio está muito bem, Sibele, não é verdade? Meu tio está muito bem, não é verdade, Sibele? Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 42 – 3.6 Diferença entre Vocativo e Aposto O vocativo não apresenta relação sintática com outra palavra da oração. Exemplo: Meninos, vamos sair. vocativo Já o aposto tem relação sintática com outro vocábulo da oração. Exemplo: A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada. sujeito aposto Importante Estrutura sintática: quando se estuda um idioma, há somente os dis- cursos como ponto de partida. As regras gramaticais da língua não são visíveis em si. As estruturas sintáticas não estão perceptíveis para serem observadas, mas certamente o sistema de regras que com- põe a competência dos falantes é construído por estruturas sintáticas. Observe o exemplo, para confirmar o que foi dito. Exemplo: Paulo achou a senha do cartão de crédito que ele tinha per- dido. Percebe-se no exemplo uma clara ambiguidade sintática. Paulo perdeu a senha ou o cartão? Para resolver esse problema, pode-se lançar mão do uso de parênteses. Exemplo: Paulo achou (a senha do cartão de crédito) que ele tinha perdido). Paulo achou a senha (do cartão de crédito que ele tinha perdido). Percebe-se como o uso dos parênteses proporciona dois sentidospara a oração. Isso mostra como a maneira que unimos os elementos de uma frase ou de uma oração influencia diretamente em seu sentido. – 43 – Termos Acessórios da Oração Figura 1: Esquema sobre os termos da oração. ANÁLISE SINTÁTICA ORAÇÃO Análise da estrutura de um período e das orações que compõem um período. a) determinado sujeito simples - um núcleo composto - mais de um núcleo 3ª p. p. 3ª p. s. + se b) indeterminado - O sujeito não vem expresso nem pode ser identicado. d) inexistente/oração sem sujeito a) nominal - verbo: não é ação = verbo de ligação + predicativo do sujeito b) verbal - verbo: ação = verbo transitivo direto / verbo transitivo indireto c) verbo-nominal - verbo: ação + predicativo - Pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição. - Pode ser expresso por substantivos, ou pronomes. - Acompanha o núcleo do sujeito, do objeto ou do predicativo. verbos que representam fenômenos da natureza verbo haver com sentido de “existir” verbo haver, fazer e ir indicando tempo decorrido verbo ser, na indicação do tempo c) oculto/implícito - Não está materialmente expressa, mas pode ser identicado pela desinência verbal. Exercem função adjetiva. adjetivos artigos pronomes numerais a) objeto b) predicativo do objeto direto - verbo transitivo direto = sem preposição indireto - verbo transitivo indireto = com preposição predicado complementos verbais complementos nominal agente da passiva adjunto adnominal - Intensica o sentido de um verbo. Expressa circunstância. termos integrantes (Completam o sentido dos verbos e dos nomes.) 2 termos acessórios (Não integram a estrutura básica da oração.) 3 vocativo - não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado Língua Portuguesa - Professor Fábio Cezar - fabiocezar@msn.com 4 termos essenciais (fundamentais) 1 adjunto adverbial - Explica ou esclarece um nome. Uma oração pode ter vários apostos.aposto Fonte: Blog Fábio Cezar , 2015. Resumindo Nesse capítulo, você viu que o ajunto adverbial é um termo que exprime uma circunstância, geralmente referida ao verbo e, às vezes, intensifica o sen- tido do adjetivo e do advérbio. Observou também que o aposto é empregado sempre que outro termo da oração precisa ser esclarecido. E, ainda, que o vocativo não é uma expressao sintática da oração, mas do discurso, já que Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 44 – se relaciona com o interlocutor que está fora da oração, portanto não per- tence ao sujeito nem ao predicado. Compreendeu que os termos sintáticos exercidos pelos substantivos são utilizados, muitas vezes, acompanhados de atributos que lhe delimitam o significado, circunstância que lança mão do emprego de um adjunto adnominal. E entendeu a diferença entre comple- mento nominal e adjunto adnominal. 4 Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação Neste capítulo, você estudará o período simples e o com- posto, bem como suas características. Entenderá a definição de frase oração e período e a diferença entre eles. Verificará também como ocorre a classificação da frase, da oração e do período, além de identificá-los em um texto. Poderá aprofundar seus conhecimentos sobre a pontuação e o seu uso, de acordo com o contexto discursivo. Terá a oportunidade de aprender a redigir frases, orações e períodos na construção textual e qual a importância desses como fator deci- sivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere à comunicação, tanto na oralidade como na escrita. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 46 – Objetivos de aprendizagem: 2 Promover a distinção entre: frase, oração e período. 2 Reconhecer o período simples e o período composto em um texto; 2 Redigir frases, orações e períodos, empregando corretamente a pontuação. 4.1 Objeto de estudo da sintaxe Antes de dar início às definições e exemplificações, faz-se necessário conhecer a sintaxe. Ela é a parte gramatical responsável pelo estudo das rela- ções que as palavras estabelecem entre si e nas orações, além de proporcionar a lógica estabelecida entre as orações de um período. Assim, a sintaxe é um instrumento primordial na criação das múltiplas possibilidades na combi- nação das palavras, frases e orações. Para que haja um discurso ou algo seja comunicado por meio da lín- gua, as palavras ou grupo de palavras são dispostos de modo a formar um enunciado de sentido completo, que chamamos de frase. Na fala, a frase é marcada pela entonação, que indica seu início e fim. Na escrita, os sinais de pontuação podem indicar seus limites. As estruturas das frases alteram bastante. Há frases muito simples, com apenas uma palavra, e outras mais complexas, que se organizam a partir de verbos ou locuções verbais. Quando a frase é formada por palavras que não são verbos, recebe o nome de frase nominal. Quando é estruturada a partir de um verbo, recebe o nome de oração. A frase organizada em orações cons- titui um período. Se houver apenas uma oração, tem-se o período simples; se houver mais de uma oração, dá-se o nome de período composto. Importante Expandindo o conhecimento um pouco mais sobre a sintaxe, pode- mos observar uma afirmação de Mussalim F. Bentes, C.A. Intro- dução à linguística: domínios e fronteiras, v.1. São Paulo:Cortez, 2001. [...] “É preciso, antes de mais nada, dizer que o desejo de – 47 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação estabelecer a Sintaxe como disciplina linguística independente data apenas do final do século XIX. Vale lembrar que os estu- dos linguísticos se caracterizaram no século XIX, essencialmente, pelo interesse em fenômenos fonéticos e morfológicos. Um dos primeiros indícios do interesse específico pelos fenômenos sintá- ticos está no trabalho de John Ries, Was ist Syntax? ( O que é Sintaxe?), de 1894. No entanto, é sobretudo a partir das ideias do linguista Ferdinand de Saussure, no início do século XX, e das várias aplicações e desenvolvimentos que delas fizeram seus seguidores que a Sintaxe foi adquirindo o estatuto de disciplina autônoma. A Sintaxe se distingue claramente tanto da Fonologia quanto da Morfologia pela unidade linguística que constitui o seu foco de análise – a sentença . Se o objeto de estudo é, em prin- cípio, o mesmo, nem sempre encontramos consenso entre seus estudiosos sobre a natureza dos processos que ali se desenrolam e a maneira mais adequada de explicá-los”. [...] (p. 209-210). Observe e analise a imagem abaixo: Figura 1 – Frase, oração e período Frase Verbal Período Simples Período composto Uma oração Duas ou mais orações Nominal Fonte: elaborada pela autora, baseado em Galvão, 2015. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 48 – 4.2 Frase Pode-se dizer que frase é a unidade mínima linguística, ou seja, um enunciado constituído de significado, que facilita a comunicação, tor- nando-a clara e precisa, favorecendo o entendimento entre os interlocuto- res; isso ocorre na língua falada e escrita. Neste sentido, tem-se a frase nominal e verbal. Na frase nominal não há presença de verbo. Ex.: Que dia bonito! Já na frase verbal, existe o verbo. Ex: Preciso de seu carinho. 4.3 Tipos de frases Muitas vezes, o sentido de uma frase só é compreendido dentro do con- texto em que ela aparece. A entonação é um aspecto muito importante na frase falada, o que permite reconhecer o significado de admiração, espanto, dúvida, surpresa, ironia etc. Na frase escrita, os sinais de pontuação indicam a entonação. Ex.: Que educação, hein! Há pessoas na fila! De um modo geral, as frases podem ser classificadas em: 2 Declarativas: usadas para declarar alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas. Ex.:Ele não chegou à noite. Chegou no dia seguinte. 2 Interrogativas: servem para construir perguntas diretas (com ponto de interrogação) ou indiretas. Ex.: Quem é ele? Queria saber quem é ele. 2 Exclamativas: utilizadas para indicar um estado emotivo (alegria, espanto, dúvida, admiração etc.). Ex.: Nossa! Que vestido lindo! Eu não sei o que fazer! 2 Imperativas: usadas para expressar ordem, desejo ou pedido. Podem ser afirmativas ou negativas. Ex.: Não traga o livro aqui! Leve para a casa de Paulo. 2 Optativa: é usada para exprimir desejo. Geralmente, tem o verbo no subjuntivo. Ex.: Deus te ajude! Tomara que a língua portuguesa se mantenha viva! – 49 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação Importante Sabe-se que na língua oral as frases são compreendidas a partir da entonação, das pausas e até da ausência de som. Na escrita, esses elementos vocais são substituídos pelos sinais de pontuação, que marcam graficamente as frases. No entanto, é preciso ficar atento ao contexto no qual as frases são empregadas. É o caso de situações em que se faz uso da ironia. Observe: Mentira! (pode expressar desaprovação ou espanto, surpresa) Que ideia! (pode expressar aprovação ou desaprovação) É isso! (pode expressar aprovação ou desaprovação) 4.4 Oração Oração é a frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Ela é constituída, geralmente, de dois elementos: sujeito e predicado, ou pelo menos de um predicado. (FARACO; MOURA, 2010) Ex.: O português e o espanhol são muito parecidos. sujeito predicado Fazia um frio terrível no mar. (nesta oração não tem sujeito) predicado 4.5 Período Período é a frase constituída de uma ou mais orações. Ele pode ser: 2 Simples: quando formado por uma só oração, que é chamada de absoluta: Ex.: As línguas são dinâmicas. 2 Composto: quando formado por duas ou mais orações: (FARACO; MOURA, 2006) Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 50 – Ex.: É bastante provável que surja uma espécie de portunhol. 1ª oração 2ª oração Não sabemos se esse linguista fez afirmações que procedem. 1ª oração 2ª oração 3ª oração Importante Toda a oração é considerada uma frase, mas nem toda frase pode ser considerada uma oração. Como saber o número de orações que há em um período? Geralmente, basta contar os verbos e ou locuções verbais presentes nelas. O período sempre termina por uma pausa definida, que é representada, na escrita, por um dos seguintes sinais de pontuação: ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências (FARACO; MOURA, 2006). Ex.: A língua falada poderá desaparecer. A língua falada poderá desaparecer! A língua falada poderá desaparecer? A língua falada poderá desaparecer... Saiba mais Se você quiser aprofundar o tema e ter mais conhecimento sobre frase, oração e período, assista à videoaula para o ENEM e Vestibu- lares de Português com a professora Betânia Ferreira. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=a_eaYQw2Wxc. Acesso em 18 de out. 2015. 4.6 Pontuação Sinais de pontuação são símbolos gráficos empregados nos textos escritos para organizar os termos, os enunciados e os parágrafos, estabelecendo uma hie- rarquia (ordem) entre eles. Essa hierarquia sintática torna o texto compreensível. – 51 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação Os sinais de pontuação que são usados na língua portuguesa são estes: , . ; : ? ! ... “ ” _ ( ) 2 Uso da vírgula Dentre os sinais de pontuação, o que mais dúvida provoca, no momento da utilização, é a vírgula. Isso acontece porque estamos presos àquela noção de que as vírgulas representam toda e qualquer pausa da língua oral. Quando vamos escrever, inadvertidamente colocamos uma vírgula após o primeiro segmento das frases, como no exemplo abaixo: Ex.: *A extinção do reduto de Canudos, aconteceu no início deste século. A vírgula, nesse caso, é gramaticalmente incorreta, pois está repre- sentando uma pausa de língua oral que não tem correspondência na língua escrita. Para não incorrer nesse equívoco, basta lembrar que o tipo padrão de frase, na língua portuguesa, é composto de sujeito, verbo e complemento. A maioria das frases apresenta o esquema abaixo: Quadro 1 – Sujeito, verbo e complemento Sujeito Verbo Complemento João construiu uma casa. Os alunos desta classe gostam da língua portuguesa. Cristian e Mary compraram um apartamento. Fonte: elaborado pela autora, 2015. Ao ler um texto de jornal, um livro, intuitivamente procura-se nas frases esses três elementos: sujeito, verbo e complemento. Qualquer outra informação que apareça antes, depois ou entre eles será um “encaixe’, ou seja, um ele- mento dispensável para o entendimento da ideia principal da frase. Esses encai- xes podem ser explicações, observações, indicações de tempo, lugar, modo etc. Importante Guarde para sempre a regra básica: ENTRE OS TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS, A VÍRGULA É PROIBIDA. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 52 – Para facilitar a leitura, os “encaixes” são apresentados entre vírgulas. Assim, o leitor poderá facilmente encontrar os três elementos indispensá- veis para o entendimento da frase. Você já reparou que, durante uma leitura, lemos “rapidinho” alguns segmentos? Normalmente eles são “encaixes”, e estamos “correndo” para encontrar, lá na frente, o verbo ou o complemento. Fazemos, com as vírgulas, uma “ponte”. Leia com atenção a sequência de frases: 2 João comprou uma casa. 2 João, marido de minha irmã, comprou uma casa. 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, comprou uma casa. 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, com a ajuda do sogro, comprou uma casa. 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, com a ajuda do sogro, comprou uma casa, uma linda e bem construída casa. Concluindo, a correta utilização de vírgulas é muito importante para facilitar a rápida leitura e estabelecer o correto significado da frase. Muitos são os exemplos de frases que mudam de sentido conforme a utilização de vírgulas. Alguns até aparecem em textos muito engraçados sobre heranças que mudam de dono, conforme a colocação da vírgula: Quadro 2 – Utilização da vírgula Um milionário redigiu seu testamento desta forma: “Deixo a minha fortuna para o meu irmão não para o meu sobrinho jamais para o meu advogado nada para os pobres.” Ninguém entendeu, nem conseguia definir para quem iria a herança e, cada um dos interessados pontuo assim: O irmão: “Deixo minha fortuna para o meu irmão. Não para o meu sobrinho. Jamais para o meu advogado! Nada para os pobres.” – 53 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação O sobrinho: “Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho. Jamais para o meu advogado! Nada para os pobres.” O advogado: “Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho? Jamais! Para o meu advogado. Nada para os pobres.” O defensor dos pobres: “Deixo a minha fortuna: para o meu irmão, não; para o meu sobrinho, jamais; para o meu advogado, nada; para os pobres.” Fonte: Blog O Detalhe da Palavra, 2015. Você sabia “A tecnologia gráfica, aplicada à língua escrita, vem criando algumas notações que podem ser consideradas sinais de pontuação, embora esse status não lhes seja atribuído nem pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) nem pela gramática tradicional. A análise de um texto jornalístico pode ser elucidativa a esse respeito, se observarmos com atenção a pontuação empregada nele, os símbolos gráficos utili- zados e a função que desempenham”. ( Faraco;Moura, 2006) 2Uso do Ponto Usa-se o ponto para a finalização de um período e também na indi- cação de abreviatura. Exemplos: Deus criou o mundo. Dr. pág. Ilmo. etc. 2 Uso do ponto e vírgula O ponto e vírgula tem a importante função de “separar conjuntos”, ou seja, ajudar na delimitação das orações que compõem um período. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 54 – Sabe-se que as vírgulas separam orações. No entanto, se duas orações estão com muitos “encaixes”, já indicados por vírgulas, a utilização do ponto e vírgula será essencial para indicar o término da primeira oração e o início da segunda. Para você entender mais facilmente, leia com atenção a sequência de frases abaixo: 2 Netuno é deus do mar, mas Baco tem afogado mais gente. 2 Netuno, meus amigos, é Deus do mar, mas Baco tem afogado mais gente. 2 Netuno, meus amigos, é Deus do mar, mas Baco, o deus do vinho, tem afogado mais gente. 2 Netuno, meus amigos, também chamado Possêidon, é deus do mar, mas Baco, o deus do vinho, tem afogado mais gente. 2 Netuno, meus amigos, também chamado Possêidon, é deus do mar; mas Baco, ou Dionísio, o deus do vinho, tem afogado mais gente. Na última frase, o ponto e vírgula aparece para facilitar ao leitor a locali- zação do sujeito, do verbo e do complemento de cada uma das orações. O ponto e vírgula é usado também para separar itens de uma enumeração: Ex.: E estas são as etapas: aquisição da matéria-prima; preparo da matéria –prima; confecção do produto; controle de qualidade. 2 Separar os itens de considerandos, decretos, leis, portarias, etc.: Ex.: Artigo 16 O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I. ir, vir, e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II. opinião e expressão; – 55 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação III. crença e culto religioso; IV. brincar, praticar esportes e divertir-se; V. participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi- nação; VI. participar da vida política na forma da lei; VII. buscar refúgio, auxilio e orientação. (BRASIL, 1990) Saiba mais Tem interesse em aprofundar mais seu conhecimento sobre pontu- ação? Assista ao vídeo: “Aula 11 – Pontuação”, do professor Fábio D’ávila; nele há uma explicação detalhada sobre o assunto. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=IQWPh9G8wc0. Acesso em 18 de out. 2015. Pesquise no manual de gramática elaborado por Faraco & Moura. Gra- mática. São Paulo: Ática, 2006. Nele você poderá compreender detalhamente os assuntos estudados. 2 Uso de Dois Pontos Usa-se os dois pontos para introduzir uma explicação, um esclare- cimento, uma enumeração, a fala de um personagem. Exemplos: E esta é a verdadeira razão: o bracelete. Ainda brandindo a colher, ela continuou ameaçando: – Acabo com sua vida, seu safado! 2 Uso do Ponto de interrogação É utilizado no final de uma frase interrogativa direta. Exemplos: Quem chegou? Onde estão meus chinelos? Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 56 – 2 Uso do Ponto de exclamação Usa-se no final de frases optativas, imperativas e exclamativas. Exemplos: Deus te guarde! Saia daqui! Que maravilha! 2 Uso da Reticências Seu uso está nas indicações de hesitações, incertezas, um prolonga- mento da ideia, pode também sugerir ironia, malícia. Exemplos: Não sei... Se você pensa assim... Aquela mulher ruiva é inteligente... 2 Uso da Aspas Muito usado em citações textuais, também é pertinente para indi- car que um termo é gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado (FARACO; MOURA,2010.). Exemplos: “Que seja eterno enquanto dure”, afirmava Vinicius de Moraes. Ela não deixa de “trampar” e manda o “boy” várias vezes ao banco. O jornal serve para “embrulhar”. Ela é muito “inteligente”. 2 Uso do Travessão Seu uso serve para esclarecer o significado de um termo, além de ser um bom recurso para intercalar reflexões e comentários à sequência da frase, bem como na marcação de interlocutores nos diálogos. Exemplos: Em Campinas – cidade do Estado de São Paulo – a vida é agitada. Ao barão – diria os alcoviteiros – não escapa mulher bonita. – Você irá ao baile? – Certamente, minha princesa! – 57 – Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 2 Uso do Parênteses São usados para esclarecer o significado de um termo e também para intercalar reflexões e comentários à sequência da frase. Exemplos: Em São Paulo (Capital) a violência é extrema. Ao barão (diriam os inimigos de plantão) não escapa mulher bonita. “NGB é uma sigla que significa Nomenclatura Grama- tical Brasileira, que se refere ao conjunto dos vocábulos estabelecidos para uso na gramática. A NGB tem por obje- tivo padronizar a nomenclatura gramatical em uso no País, nas escolas e na literatura didática.”(Fonte: http://www. significados.com.br/ngb/. Acesso em: 10 nov.2015. Resumindo Neste capítulo, você estudou sobre o período simples e o composto, bem como suas características. Compreendeu a importância de distinguir frase, oração e período e de fazer uso adequado dos mesmos em situações comu- nicativas, tanto oral quanto escrita. A partir das exemplificações apresenta- das, pôde verificar também como ocorre a classificação da frase, da oração e do período, além de identificá-los em contextos específicos. Aprofundou seus conhecimentos sobre a pontuação, quanto ao seu uso e importância de acordo com o contexto discursivo. Assimilou a forma correta de redigir fra- ses, orações e períodos na construção textual e a pertinência desses como fator decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere à comunicação, tanto na oralidade como na escrita. 5 Período Composto por Coordenação Neste capítulo, você estudará o período composto por coor- denação, bem como suas características. Entenderá a definição das orações coordenadas sindéticas e assindéticas e bem como a diferença existente entre elas. Verificará também como ocorre a classificação das orações coordenadas sindéticas e seus tipos, além de identificá- -las em um texto. Poderá aprofundar seus conhecimentos sobre elas, verificando os exemplos nos diversos contextos discursivos. Terá a oportunidade de reconhecer os conectivos em vários gêneros tex- tuais com tipologias diversificadas. Vai entender a importância da colocação adequada dos conectivos como fator decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere à comu- nicação, tanto na oralidade como na escrita. Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa – 60 – Objetivos de aprendizagem: 2 Diferenciar o período simples e o período composto por coordenação; 2 Classificar as orações coordenadas sindéticas; 2 Entender a diferença entre a coordenada sindética e a assindética. 5.1 Compreensão do período composto por coordenação Vamos iniciar o estudo do período composto por coordenação lendo e observando o texto abaixo: Observe como ocorre a divisão do período em orações: Como fazíamos sem... água limpa Hoje a coisa é simples. Você abre o filtro - ou a garrafinha de água mineral - e mata a sede à vontade. Mas, para nossos antepassados, água costumava ser um problemão: um pequeno gole podia levar à morte. Isso porque, no começo dos tempos, os únicos instrumentos que os homens tinham para determinar se a água estava boa ou não para o consumo eram o olho e o paladar. E parecia óbvio que água clara e sem sabores estranhos era sinônimo de água limpa. O problema é que muitos organismos nocivos ao ser humano não mudam nem a cor nem o gosto da água. [...] (SOALHEIRO, 2006, p.14). Ex.: Você abre o filtro e mata a sede à vontade. 1ª oração 2ª oração Você consegue perceber
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