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ESTUDOS SINTÁTICOS
DA LÍNGUA PORTUGUESA
Odete Aléssio Pereira
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Curitiba
2016
Estudos 
Sintáticos 
da Língua 
Portuguesa
Odete Aléssio Pereira
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
P436e Pereira, Odete Aléssio 
Estudos sintáticos da língua portuguesa / Odete Aléssio Pereira. 
– Curitiba: Fael, 2016.
150 p.: il.
ISBN 978-85-60531-35-6
1. Língua portuguesa – Estudo e ensino 2. Língua 
portuguesa - Análise sintática I. Título 
CDD 469.53
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/Unuchko Veronika
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
 Carta ao Aluno | 5
1. Termos essenciais da oração | 7
2. Termos Integrantes da Oração | 19
3. Termos Acessórios da Oração | 33
4. Período simples e composto: análise 
dos períodos e pontuação | 45
5. Período Composto por Coordenação | 59
6. Período Composto por Subordinação | 71
7. Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal | 89
8. Sintaxe de concordância: nominal e verbal 
e recursos de expressão | 101
9. Sintaxe de colocação e noções de estilística | 117
10. Práticas pedagógicas no ensino da gramática 
e vertentes da sintaxe: teoria | 131
 Conclusão | 145
 Referências | 147
Carta ao Aluno
Prezado aluno,
Atualmente, o profissional da educação, principalmente o 
professor de língua portuguesa, encontra muitos desafios. É pre-
ciso estar disposto a trilhar uma estrada tortuosa; no entanto, ao 
final dessa trilha há um grande tesouro. Esse tesouro não são barras 
de ouro; é muito mais que isso: é a felicidade de olhar para trás e 
perceber que todo esforço empreendido na formação de seus alunos 
valeu a pena. Isso é percebido, por exemplo, na colação de grau de 
uma turma. Docentes e discentes em uma comunhão de alegrias e 
sonhos realizados. 
Sabemos que nosso idioma é o que nos uni como nação, e ele 
tem a missão de nos socializar. A linguagem está presente em nosso 
cotidiano, estamos expostos a várias situações comunicativas, nas 
– 6 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
diversas práticas sociais, por exemplo, um e-mail, um bate-papo nas redes 
sociais, uma aula, uma carta, um trabalho escolar, a leitura de uma revista 
dentre tantas outras coisas. Nesse sentido, é necessário destacar a importância 
do professor, que no seu dia a dia coloca um “tijolinho” na sua construção. 
Assim, o docente de língua portuguesa tem a missão de formar leitores e pro-
dutores de textos, cidadãos competentes para atuarem na sociedade de forma 
plena. O aluno inicia seus estudos ainda na tenra idade, vai galgando degrau 
a degrau, até tornar-se um profissional. Se a opção for a docência, certamente, 
ele proporcionará muitas mudanças na vida de seus alunos.
O objetivo principal desta disciplina é, portanto, proporcionar aos estu-
dantes a capacidade de compreender conceitos básicos de sintaxe e transferí-los 
para os desafios que o professor de língua portuguesa certamente encontrará no 
mercado de trabalho. Estas provocações incluem, por exemplo, a indisciplina 
em uma sala de aula, a desmotivação no processo-ensino aprendizagem, dentre 
outros, por isso é importante que o aluno encontre na escola um lugar para 
expressar suas opiniões e ideias, experiências já vividas. Nesse sentido, o edu-
cador de língua portuguesa, que exerce seu ofício com dedicação, certamente 
fomentará diversas propostas de trabalho no ensino da leitura, da produção 
textual, dos aspectos gramaticais envolvendo a fonética, fonologia, morfologia, 
sintaxe, dentre outros tópicos. Sabemos que o comprometimento de muitos 
docentes contribui de forma peculiar na formação de pessoas autônomas, capa-
zes de agir e interagir de forma plena na sociedade em que vivem. 
Nesse sentido, ao final desta disciplina, do curso de Letras, o aluno será 
capaz de compreender e produzir textos de diferentes gêneros e registros, 
observando as regras gramaticais. Terá a compreensão dos métodos, proces-
sos, procedimentos e técnicas de organização do trabalho docente, no que 
se refere ao ensino de gramática. Possuirá o domínio dos conteúdos básicos 
trabalhados nos ensinos fundamental e médio, para que tenha uma atuação 
eficaz como profissional do saber. Terá desenvolvido e assimilado a capaci-
dade de organizar e dirigir situações de aprendizagem voltadas para o ensino 
da análise sintática, além de conceber e fazer evoluir os dispositivos de dife-
renciação entre os pontos estudados na disciplina. Durante sua trajetória no 
curso, o discente certamente terá assimilado estratégias para a utilização das 
novas tecnologias como recurso didático no ensino-aprendizagem da gramá-
tica da língua portuguesa.
1
Termos essenciais 
da oração
Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais sobre sujeito 
e predicado, elementos primordiais na estruturação de uma oração. 
Por isso, são chamados termos essenciais, pois sem eles a oração 
ficará sem sentido. Quanto às definições desses termos, presentes 
nos manuais de gramática, são muitas, encontram-se posicionamen-
tos similares e, às vezes, divergentes entre elas. De uma forma geral, 
há mais semelhanças do que discrepâncias. No manual de gramática 
de Faraco&Moura (2006, p.388), os autores definem sujeito como: 
“termo sobre o qual se declara algo. O verbo da oração concorda 
com o sujeito da oração em pessoa e número”. Para predicado, eles 
consideram que: “é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito. 
Não existe oração sem predicado.” Geralmente, ao escrevermos um 
texto, usamos esses termos constantemente e nem nos damos conta. 
Isso ocorre devido à nossa gramática internalizada. 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa 
– 8 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Distinguir sujeito de predicado na frase ou oração; 
 2 Reconhecer os tipos de sujeito e predicado; 
 2 Analisar sintaticamente as frases e orações; 
 2 Classificar adequadamente os termos essenciais da oração.
1.1 Definição de sujeito 
Você perceberá as semelhanças e diferenças nas definições apresentadas 
por alguns gramáticos e linguistas no que se refere à conceituação de sujeito. 
Isso fica constatado ao pesquisar o conceito de sujeito em alguns manuais de 
gramática e observar as considerações e críticas elaboradas. Diante disso, é 
possível perceber que há algumas divergências a respeito de como conceituar 
na visão dos autores, confira no quadro a seguir:
Quadro 1 - Definição de sujeito
“O termo da oração com o qual o verbo concorda em número e pes-
soa é o sujeito” (CIPRO NETO, 1998, p. 348).
“Sujeito é o ser de quem se diz alguma coisa” (CEGALLA, 1985, p. 273).
“Sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declara-
ção” (CUNHA & CINTRA, 2001, p. 122). 
“Sujeito é o termo que denota o ser a respeito de quem ou de que se 
faz uma declaração” (FARACO & MOURA, 1994, p. 313). 
Sujeito é “o ser de quem se diz alguma coisa [...] é o elemento 
com o qual concorda o verbo” (LUFT, 2002, p. 46). 
“Chama-se sujeito a unidade [...] que estabelece uma relação predicativa com o núcleo 
verbal para construir uma oração. É [...] uma explicitação léxica que o núcleo verbal 
da oração [...] inclui como morfema número-pessoa (BECHARA, 2006, p. 409).
“Sujeito é o termo da oração que está em relação de concordân-
cia com o núcleo dopredicado” (PERINI, 2003, p. 76).
– 9 –
Termos essenciais da oração
 “Sujeito é o ser ao qual se atribui a ideia contida no predicado. [...] É o 
termo representado por substantivo ou expressão substantiva, ao qual, no sin-
tagma oracional, se atribui um predicado” (SACCONI, 1994, p. 288).
Fonte: Elaborada pela autora, 2015.
 Importante
Ao observarmos tais definições, o que percebemos em comum? 
A maioria destaca a ideia de que o sujeito é o tema, ou seja, o 
“ser” sobre o qual se menciona algo, o termo referente ao predi-
cado. Desse modo, para que possamos direcionar melhor nosso 
estudo, podemos pensar que o sujeito é aquele sobre o qual se 
fazem as afirmações. 
1.2 Tipos de sujeito
Se propusessem a você a seguinte frase: “os retardatários não puderam 
entrar no local da prova” e, logo em seguida, fizessem-lhe os seguintes ques-
tionamentos: qual é o assunto central dessa frase? Qual é a informação forne-
cida sobre ele? Você com certeza responderia que o tema central é “os retar-
datários” e a informação fornecida sobre eles é que “não puderam entrar no 
local da prova”. Pode-se afirmar, portanto, que ao propor um assunto para a 
comunicação de um fato ou de uma ideia, ou para se informar algo sobre este 
assunto, utilizam-se os dois termos anunciados anteriormente na abertura 
desse capítulo, ou seja, o sujeito e o predicado. 
De posse dessas informações prévias, convém, agora, que o sujeito seja 
conhecido com mais detalhes. 
O sujeito é o termo da oração (formado por uma palavra ou conjunto 
de palavras) para se declarar alguma coisa; portanto, geralmente o verbo con-
corda com ele em número e pessoa.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa 
– 10 –
 2 sujeito simples (claro ou oculto) – possui apenas um núcleo. 
Exemplo: Nós viajaremos para Londres no final de semana. 
 (Nós - sujeito claro) 
 Viajaremos para Londres no final de semana. 
 ( sujeito oculto, ele está na forma verbal (nós) Viajaremos.) 
Há casos em que o verbo não concorda com o sujeito e, por isso, ocorre 
uma concordância especial (por razões semânticas – concordância “ideoló-
gica”) ou opcional (pela proximidade de algum vocábulo com o verbo – con-
cordância atrativa). 
Exemplos: Os responsáveis pela pesquisa somos nós 
 sujeito verbo 
Nesse caso, observa-se que o verbo concordou com o pronome nós, e 
não com o sujeito, porque os pronomes pessoais atraem o verbo ser.
Já na frase: 
Os brasileiros são bastante otimistas. 
Sujeito verbo 
O verbo concordou com um elemento da oração que está implícito 
(os brasileiros + eu), resultando em uma concordância “ideológica” deno-
minada silepse. 
Silepse: a silepse é uma figura sintática que faz concordância 
pela ideia, e não por meio de regras gramaticais, por isso que é 
considerada de concordância ideológica ou figurada. A silepse 
pode ser de número, de gênero e de pessoa. Ex: Senhor governa-
dor, Vossa Excelência está equivocado. 
Trata-se de uma silepse de gênero, pois a palavra equivo-
cado está no masculino, concordando com o sexo da pessoa 
e não com o pronome Vossa Excelência, que é feminino
 
– 11 –
Termos essenciais da oração
 2 sujeito composto – possui dois ou mais núcleos
Exemplo: 
Os responsáveis pela pesquisa foram ele e eu. 
 verbo sujeito 
Em frases com sujeito composto, também pode ocorrer concordância 
especial (por razões semânticas), ou opcional (pela proximidade de algum 
vocábulo com o verbo).
Exemplos: 
Ainda não voltaram/voltou da praia a mulher e seus filhos. 
 verbo sujeito 
Nesse caso, como o sujeito está posposto ao verbo, este pode ser flexio-
nado no singular – concordando com o núcleo mais próximo – ou no plural – 
concordando com os dois núcleos. 
Obs.: quando o sujeito aparece posposto ao verbo, ele encontra-se na 
ordem inversa. 
Eu, tu e ele resolveremos este assunto com a maior urgência. 
sujeito verbo 
Como o sujeito composto foi formado por pessoas gramaticais diferen-
tes, e dentre elas há a 1ª pessoa, a forma verbal permanece na 1ª pessoa do 
plural (nós) prevalecendo sobre as demais.
 Saiba mais
Assista ao vídeo do grupo chamado Teatro Mágico, que compôs 
uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. A banda trata do assunto 
estudado, de forma divertida. A letra fala sobre os termos da ora-
ção. Certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto. 
A letra, bem como a música, estão disponíveis em: http://www.vaga-
lume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade.html
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa 
– 12 –
 2 sujeito indeterminado – não aparece expresso na oração, ou por 
não se desejar, ou por não ser possível que ele seja explicitado. 
Há dois processos de indeterminação do sujeito: 
1. Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural. 
 Exemplo: Falaram mal de você na reunião de ontem. 
 Nesse caso o verbo não se refere a nenhuma palavra determinada 
no contexto. 
2. Colocando-se o verbo na terceira pessoa do singular + pronome 
SE (classificado como pronome indeterminador do sujeito) 
 Exemplos: Vive-se bem no campo. 
 (Verbo intransitivo- VI) 
 Necessita-se de paz de espírito. 
 (Verbo transitivo indireto-VTI)
 Ama-se a Deus em primeiro lugar. 
 (Verbo transitivo direto – VTD preposicionado) 
 Nunca se é feliz sozinho. 
 (Verbo de ligação –VL)
 Importante
Não se deve confundir o pronome indeterminador do sujeito (PIS) 
– que acompanha verbos intransitivos, transitivos indiretos, transitivos 
diretos preposicionados e de ligação com o pronome apassivador 
(PA) – com o pronome que acompanha verbos transitivos diretos. 
Exemplo: Vendem-se casas na zona rural. 
 VTD sujeito
Nesse exemplo, o verbo está na voz passiva pronominal (ou sintética) 
e equivale à seguinte estrutura da voz passiva verbal (também conhecida 
como analítica): 
– 13 –
Termos essenciais da oração
Casas são vendidas na zona rural. 
Sujeito
Portanto, nos dois casos em que há voz passiva, o sujeito é o termo casas.
É importante esclarecer, ainda, que a função do sujeito não é exclusiva 
de substantivos, pronomes e numerais. Os advérbios de base nominal ou pro-
nominal também podem desempenhar a função de sujeito em uma oração. 
Exemplos: 
Agora é tudo ou nada. 
sujeito 
Ali parece sujo. 
sujeito
 Você Sabia
Já houve muita discussão entre os estudiosos da língua portuguesa 
sobre a questão do sujeito inexistente e as orações sem sujeito. 
Segundo alguns, não se poderia considerar o sujeito como termo 
essencial da oração se existe a possibilidade de construir enunciados 
sem sujeito. Outros afirmam que a perspectiva de orações sem sujeito 
não invalida o fato de que ele é essencial nas orações das quais faz 
parte. E você, o que pensa sobre isso?
1.3 Oração sem sujeito 
Ocorre quando o predicado não se refere a nenhum tipo de sujeito e, 
nesse caso, são empregados verbos impessoais. 
Exemplos: 
(Ø) Trovejou durante a noite toda. 
(Ø) Está muito quente hoje. 
(Ø) Há muitos problemas naquele setor da indústria
(Ø) Faz muito calor naquela região. 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa 
– 14 –
(Ø) Já é meio-dia e meia. 
(Ø) Chega de lamúrias! 
Atenção: se os verbos que expressam fenômenos da natureza forem 
empregados em sentido figurado, então passarão a ter sujeito.
Ex.: Os olhos da atriz relampejavam de ódio. 
 Sujeito
 Você Sabia
Nas locuções verbais, o verbo auxiliar representará a impessoalidade 
do verbo principal, ou seja, ficará na 3ª pessoa do singular (ou even-
tualmente na 3ª pessoa do plural, com o verbo ser) 
Exemplos: 
(Ø) Deve haver muitas pessoas na fila do caixa. 
(Ø) Vai fazer dias muitoquentes neste verão. 
(Ø) Devem ser umas três da manhã em Tóquio.
Dicas para localizar o sujeito na oração: 
 2 Primeiro, localize o verbo da oração.
 2 A posição usual do sujeito é antes do verbo
 2 Na língua portuguesa, o verbo concorda com o sujeito em pessoa e 
número.
 2 Se o sujeito for um substantivo, ele pode ser substituído pelo pro-
nome ele, ela, eles, elas).
 Saiba Mais
Assista ao vídeo sobre “Tipos de sujeito - Aula Grátis de Português 
para Concursos Vestibular e Enem”. Disponível em: http://www.
youtube.com/watch?v=9d58zR-zmrM. Acesso em 09 de out. De 
2015. Nele você poderá fundamentar melhor seus conhecimentos 
sobre esse assunto.
– 15 –
Termos essenciais da oração
Consulte o capítulo Termos Essenciais da Oração da Gramática da 
Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, São Paulo: Com-
panhia Editora Nacional, 2008. 
 Saiba Mais
Assista ao vídeo do grupo, chamado Teatro Mágico, que compôs 
uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. O grupo trata do assunto 
estudado, de forma divertida, a letra fala sobre os termos da oração, 
certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto. A letra, 
bem como a música, estão disponíveis em:
http://www.vagalume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade.
html. Acesso em 30 de out. de 2015.
1.4 Predicado 
O predicado é o termo indispensável da oração, uma vez que, conforme 
exposto anteriormente, o sujeito pode estar indeterminado ou, em algumas 
orações, ele pode não existir. 
1.4.1 Tipos de predicado 
 2 predicado nominal – ocorre quando sua estrutura é constituída 
por: verbo de ligação + predicativo do sujeito 
Exemplo: As pessoas daquele local ficaram inquietas. 
 VL e predicativo do sujeito
 2 O predicativo do sujeito expressa uma característica, qualidade ou 
estado do sujeito. 
 2 predicado verbal – ocorre quando sua estrutura é formada por um 
verbo significativo (intransitivo ou transitivo) + complementos e/ou 
circunstâncias e não há predicativo na oração. 
Exemplo: O homem abandou o carro no estacionamento. 
 VTD OD circunstância 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa 
– 16 –
 2 predicado verbo-nominal – ocorre quando sua estrutura é for-
mada por um verbo significativo (intransitivo ou transitivo) + um 
predicativo (do sujeito ou do objeto) 
Exemplo: As pessoas caminhavam desorientadas. 
 VI PS 
A mãe encontrou a filha desmaiada. 
 VTD OD PO
 2 Na estrutura do predicado verbo-nominal também pode ser encon-
trado o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto – termo que 
atribui características ao objeto direto ou ao objeto indireto.
 2 predicativo do sujeito, do objeto 
Segundo Henriques (2011), predicativo é o “termo B” que quali-
fica o “termo A”.
Exemplos: A criança estava irritada. 
 termo A termo B 
Todos consideravam o garoto mais velho um gênio. 
 termo A termo B
 Saiba Mais
Se quiser aprofundar melhor esse conteúdo, assista à videoaula: “ 
Tipos de Predicado - Aula grátis de Português para Concursos 
ENEM e Vestibular”. Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=jvJC981hEEA. Acesso em 09 de out. De 2015.
Quadro 2 – Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito (PS) pode ser representado não ape-
nas por um adjetivo, mas também por uma locução adjetiva, um 
substantivo, um pronome ou um numeral. Exemplos: 
A casa deles era de tijolos. 
PS = loc. adjetiva
– 17 –
Termos essenciais da oração
Janete é uma amiga. 
PS = substantivo 
Esses objetos são meus. 
PS = pronome 
Os filhos do casal eram quatro. 
PS = numeral
O predicativo do objeto pode ser representado por subs-
tantivo, adjetivo ou locução adjetiva. Exemplos: 
Ele a considera uma líder. 
PO = substantivo 
Ele a encontrou desmaiada. 
PO = adjetivo 
Ele a encontrou em desespero. 
PO = loc. adjetiva
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
 Você Sabia
Todo falante de um determinado idioma é capaz de construir, orga-
nizar e entender frases e orações com sujeito e predicado sem ter 
frequentado a escola. Isso acontece devido à gramática intuitiva ou 
internalizada. Mesmo que o falante não tenha consciência dela, per-
mite o uso automático das estruturas linguísticas. .
Resumindo
Nesse capítulo, você viu que para compartilhar suas ideias com alguém 
é preciso organizá-las, fazendo uso de estruturas linguísticas que permitem a 
transmissão adequada dessas ideias. Sujeito e predicado são considerados as 
duas estruturas linguísticas fundamentais para que você possa verbalizar o que 
sente, o que pensa e o que deseja. Viu também que o predicativo do sujeito 
e o predicativo do objeto são termos que participam da construção do predi-
cado, sempre que se deseja atribuir uma característica, qualidade ou estado ao 
sujeito ou ao objeto direto do verbo.
2
 Termos Integrantes 
da Oração
Neste capítulo, você estudará sobre a função desempe-
nhada pelo objeto direto e pelo objeto indireto. Compreenderá 
sobre as particularidades de cada um deles. Perceberá como empre-
gar os pronomes pessoais oblíquos na função de objeto direto e 
de objeto indireto. Será reforçado, também, um pouco sobre a 
predicação verbal, para que você perceba a importância dos verbos 
significativos e os de ligação. Assim, você poderá assimilar melhor 
a classificação dos verbos quanto à predicação, entendendo que 
depende de seu emprego na frase e que todo predicado informa 
uma ação e/ou estado acerca do sujeito, bem como os verbos se 
relacionam com o seu sujeito.
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 20 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Perceber a função desempenhada pelo objeto direto e pelo 
objeto indireto; 
 2 Entender as particularidades da predicação verbal, bem como os 
seus complementos: objeto direto e do objeto indireto;
 2 Identificar a forma adequada de emprego dos pronomes pessoais 
oblíquos na função de objeto direto e de objeto indireto; 
 2 Diferenciar complemento verbal e complemento nominal;
 2 Compreender a função sintática exercida pelo agente da passiva 
como um termo relacionado ao verbo.
2.1 Predicação Verbal 
Você já está ciente de que o verbo mantém uma ligação com o sujeito 
por meio das relações de concordância, de regência e de mediação. Já enten-
deu também que a concordância diz respeito à adaptação em número e pessoa 
entre o verbo e o sujeito; que na regência ocorre a subordinação entre um 
verbo e seus complementos ou circunstâncias, visando à construção de ora-
ções corretas e claras; e que na relação de mediação, o verbo pode manter uma 
marca de ligação entre o sujeito e a qualificação dele e, em outro contexto, 
pode estabelecer a conexão entre sujeito e verbo e, verbo e complementos ou 
entre verbos e circunstâncias. 
Para entender bem a relação de mediação, é essencial saber analisar os 
verbos quanto à predicação, isto é, classificá-lo a partir das relações que ele 
estabelece na oração, tendo em vista o significado que se pretende obter em 
um determinado contexto. 
Em uma oração, o verbo pode ser classificado de duas formas:
1. Verbos significativos – também denominados de nocionais. 
Dentro da oração, os verbos significativos podem apresentar sen-
tido completo ou incompleto e, a partir disso, são classificados em 
intransitivos ou transitivos. 
– 21 –
Termos Integrantes da Oração
 2 Verbos intransitivos (VI) – unem sujeito a uma circunstância. 
Exemplo: O assessor do ministro estava na Europa. 
VI circunstância
 2 Os verbos transitivos fazem a conexão entre sujeito e o alvo de sua ação 
e subdividem-se em: 
a) transitivo direto (VTD) - não exige preposição na conexão comseu complemento (objeto direto - OD). 
Exemplo: Os manifestantes aguardavam o pronunciamento do líder. 
 VTD objeto direto 
b) transitivo indireto (VTI) – une-se ao seu complemento (objeto 
indireto - OI), por meio de uma preposição 
Exemplo: Os garotos necessitavam de atenção. 
 VTI objeto indireto 
c) transitivo direto e indireto (VTDI) - exige dois complemen-
tos: um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição 
(objeto indireto). 
Exemplo: Ensinamos o caminho ao turista alemão. 
 VTDI objeto direto objeto indireto
2. Verbos de ligação (VL) - fazem a conexão entre sujeito e sua qualifica-
ção ou estado denominada predicativo do sujeito (PS). 
Exemplo: O clima daquela região estava agradável. 
 sujeito verbo de Predicativo
 ligação do sujeito 
Os principais verbos de ligação são: ser, estar, 
parecer, permanecer, ficar, continuar e outros.
 
 
É importante salientar que os verbos de ligação possuem as seguintes 
características: 
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 22 –
a) Não têm significação própria; 
b) Não indicam ação; 
c) Não indicam a posição do sujeito em um lugar. 
Além dessas características, os verbos de ligação exprimem certas carac-
terísticas do sujeito: 
a) Estado permanente – Exemplo: Minha casa é confortável.
b) Estado transitório – Exemplo: Ontem ela estava meio aborrecida. 
c) Mudança de estado – Exemplo: De repente, ela ficou extrema-
mente nervosa. 
d) Aparência de estado – Exemplo: Você me parece muito feliz hoje. 
e) Continuidade de estado – Exemplo: As pessoas continuam ame-
drontadas.
É importante esclarecer que a predicação de um verbo depende do con-
texto em que este é aplicado, ou seja, a análise do verbo está vinculada a seu 
significado ou emprego em uma frase. Só neste contexto sua predicação se 
torna evidente. Veja alguns exemplos para esclarecer melhor as ideias apresen-
tadas até o momento. 
Minha prova será difícil. 
sujeito VL PS 
Minha prova será no período da manhã. 
sujeito VI circunstância 
Minha prova será na sala ao lado da secretaria. 
sujeito VI circunstância
 
 Você sabia
Que o verbo ser é intransitivo quando tem o significado de ocorrer, 
realizar-se ?
 
– 23 –
Termos Integrantes da Oração
Meu chefe está nervoso 
sujeito VL PS 
Meu chefe está no escritório 
sujeito VI circunstância 
Obs. estar é verbo intransitivo quando indica a posição do sujeito 
em um lugar. 
As crianças continuam animadas. 
sujeito VL PS 
As crianças continuam suas brincadeiras. 
sujeito VTD OD 
As crianças continuam no parque. 
sujeito VI circunstância 
A mulher virou o prato. 
Sujeito VTD OD 
A mulher virou uma fera. 
Sujeito VL PS 
A menina saiu de sua casa. 
Sujeito VI circunstância 
A moça saiu uma mulher linda. 
Sujeito VL PS 
O nosso vizinho caiu em um buraco. 
Sujeito VI circunstância 
 Você sabia
Que o verbo continuar é verbo transitivo direto quando significa 
uma ação não interrompida? Ao indicar posição do sujeito em um 
lugar, é intransitivo. É importante esclarecer ainda que alguns verbos 
intransitivos ou transitivos assumem a função de um verbo de ligação. 
Observe esses exemplos:
 
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 24 –
O nosso vizinho caiu doente. 
Sujeito VL PS
 Saiba mais
Se você tem interesse em aprofundar o tema, leia o artigo científico 
Tipologia dos Complementos Verbais do Português Contemporâ-
neo, de Sebastião Expedito Ignácio. Nele você encontrará vários 
exemplos e explicações sobre a complementação verbal. Dispo-
nível em: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3755/3478. 
Acesso em: 11 out. 2015. 
2.2 Objeto Direto e Objeto Indireto 
Você já entendeu que uma oração é uma estrutura organizada para 
comunicar ideias, fatos, sentimentos etc. e, para que isso ocorra, as pala-
vras que formam essa estrutura estabelecem relações entre si. Já compre-
endeu também que os termos fundamentais dessa estrutura são sujeito e 
predicado e, esse último, pode ser formado apenas por um verbo. Mas, 
na maioria das vezes, o predicado, quando informa uma ação do sujeito, 
apresenta um verbo que necessita de complemento, isto é, um verbo tran-
sitivo. Nesse caso é que são usados os complementos verbais, ou seja, o 
objeto direto e o objeto indireto. 
Dessa forma, define-se objeto direto como um termo que integra o 
sentido de um verbo significativo sem o auxílio de preposição obrigatória. 
Exemplo: Os pedestres desrespeitaram o sinal de trânsito. 
 VTD OD
Já o objeto indireto integra o sentido de um verbo significativo com o 
auxílio de uma preposição obrigatória. 
Exemplo: Os pedestres obedeceram ao sinal de trânsito. 
 VTI OI 
Há certas particularidades sobre o emprego do objeto direto que mere-
cem ser mencionadas:
– 25 –
Termos Integrantes da Oração
 Objeto direto preposicionado – alguns casos de emprego: 
 2 Para evitar ambiguidade, ou seja, por motivos de clareza – uso 
obrigatório. 
Exemplo: Ofendeu ao filho a mãe. 
Observação: essa ambiguidade não existiria com o uso da ordem 
direta da oração: A mãe ofendeu o filho.
 2 Quando o objeto direto é formado por um pronome oblíquo 
tônico – uso obrigatório. 
Exemplo: Ele sempre consultava a mim. 
 2 Quando o objeto direto é formado pelo pronome quem (interroga-
tivo ou relativo) – uso obrigatório. 
Exemplo: Estamos hospedando a quem agora? (interrogativo) 
Ela é a pessoa a quem sempre amei. (relativo) 
 2 Quando o objeto direto aparece antecipado ao sujeito (procedi-
mento chamado de topicalização) – uso facultativo. 
Exemplo: Ao seu procedimento todos admiram. 
 2 Quando o objeto direto é formado por um pronome indefinido 
designativo de pessoa– uso facultativo. 
Exemplo: Essas medidas beneficiarão a todos. 
 2 Quando o objeto direto é utilizado com intenção partitiva – uso 
facultativo. 
Exemplo: Comeram do bolo que ofereci. 
 2 Por motivos estilísticos, quando se quer enfatizar o objeto direto – 
uso facultativo. 
Exemplo: Sempre cumpri com o meu dever. 
Objeto direto interno – ocorre em duas situações: 
 2 Quando o objeto direto tem o mesmo radical do verbo. 
Exemplo: Sorriu um sorriso triste e sentou-se. 
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 26 –
 2 Quando o objeto direto tem apenas uma identificação semân-
tica com o verbo. 
Exemplo: Meus filhos dormiam um sono tranquilo. 
Objeto direto pleonástico - utilizado por motivos estilísticos: 
 2 Quando o objeto direto é repetido por meio de um pronome 
oblíquo átono. 
Exemplo: Meus pertences, eu os encontrei espalhados pelo chão. 
 OD OD pleonástico 
Há também duas particularidades acerca do objeto indireto: 
Objeto indireto pleonástico 
 2 Quando o objeto direto é repetido por meio de um pronome 
oblíquo átono. 
Exemplo: Aos dois, desejamos-lhe sucesso. 
 OI OI pleonástico 
Glossário: 
Pleonástico: você já ouviu falar em “descer para baixo” ou 
“subir para cima”? Pois bem: trata-se da figura de lingua-
gem nomeada de “pleonasmo”, que serve para dar ênfase a 
uma palavra, ideia ou expressão, muitas vezes por repetição. 
Trazendo o termo para a esfera sintática, ao falar de objeto 
pleonástico, estamos dizendo que ele aparece na frase duas 
vezes. Ex.: A chave, escondeu-a na gaveta. (temos como 
objeto direto pleonásticoa palavra “chave” e o pronome 
oblíquo átono “a”); isso reforça a ênfase a esse objeto.
 
– 27 –
Termos Integrantes da Oração
Objeto indireto de interesse 
 2 Quando o objeto indireto não tem função inferida pelo verbo - 
intransitivo – e, portanto, é empregado como recurso expressivo do 
falante na mensagem verbal. 
Exemplo: Nunca me apareças aqui sem avisar. 
2.3 Pronomes oblíquos na função de objeto 
Comumente, o objeto direto e o objeto indireto são representados por 
pronomes oblíquos. Veja esses exemplos: 
Sempre a encontro nesse local.
 OD VTD 
Enviei-lhe uma mensagem de boa viagem. 
 VTI OI
Confundiram-me com outra pessoa. 
 VTD OD 
Telefonaram para mim? 
 VTI OI 
Observe o quadro 1 a seguir, que esquematiza o emprego dos pronomes 
oblíquos como objetos diretos e indiretos:
 Saiba mais
Acesse o artigo Facultatividade e Omissão de Complementos 
Verbais, de Mônica Magalhães Cavalcante. Nele há uma explica-
ção detalhada da transitividades verbal. 
Disponível em: http://www.revistadeletras.ufc.br/rl19Art02.pdf. 
Acesso em: 11 out. 2015. 
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 28 –
Quadro 1 - Pronomes oblíquos
Pronomes oblíqutos átonos Pronomes oblíquos tônicos 
o – a – os – as (e variações) → 
sempre objeto direto 
lhe – lhes → sempre objeto indireto 
me – te – se – nos – vos → 
objeto direto e indireto (con-
forme a predicação verbal) 
preposição + mim – ti – si – ele(s) – 
ela(s) – nós – vós → objeto direto 
preposicionado ou objeto indireto 
(conforme a predicação verbal)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Quando os pronomes oblíquos átonos O – A – Os – As aparecem 
pospostos aos verbos, sofrem as seguintes alterações: 
 2 Se o verbo termina em R, S ou Z, essa letra desaparece, e os pro-
nomes assumem as formas LO – LA – LOS – LAS 
Exemplos: Encontrá-lo na saída é um prazer. (encontrar + o + 
encontrá-lo) 
Deixemo-las conversar a sós. (deixemos + as + deixemo-la) 
Fi-los sair da sala naquela hora. (fiz + os = fi-los) 
Obs.: Essa última forma é pouco utilizada no português contemporâneo. 
 2 Se o verbo termina em som nasal (com M ou ÃO), conserva-se essa(s) 
letra e os pronomes assumem as formas NO – NA – NOS - NAS 
Exemplos: Chamaram-no para conversar. (chamaram + o = cha-
maram-no) 
A herança, dão-na como perdida. (dão + a = dão-na)
– 29 –
Termos Integrantes da Oração
 Importante
Os pronomes oblíquos que completam o sentido dos verbos transi-
tivos e, ao mesmo tempo, repetem a figura do sujeito, são denomina-
dos pronomes oblíquos reflexivos. 
Exemplos: Ele penteou-se caprichosamente para sair. (OD reflexivo) 
/Nós nos impusemos severa disciplina. (OI reflexivo) 
Muitas vezes, esse pronome pode ter aspecto recíproco. 
Exemplos: Eles cumprimentaram-se antes da luta. (OD Reflexivo).
2.4 Agente da Passiva, Complemento Nominal 
O agente da passiva é um termo relacionado ao verbo, como ocorre com 
o objeto direto e o objeto indireto. Assim como ocorre com o verbo, ou seja, 
o fato deste necessitar de um termo que se relacione com ele por motivos 
semânticos, alguns nomes também apresentam essa necessidade. Portanto, ao 
estudar o complemento nominal, você entenderá a relação deste com certos 
nomes (substantivos, adjetivos e advérbios).
O agente da passiva é um termo da oração que pratica a ação 
expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva. Esse termo 
aparece precedido da preposição por, na maioria das vezes, e, mais rara-
mente, pela preposição de. 
Exemplo: Na saída, a moça foi abordada por um estranho. 
 verbo na voz agente da passiva 
 passiva 
Aquele político vivia cercado de bajuladores. 
 verbo na voz agente da passiva 
 passiva 
Segundo Bechara (2009), o agente da passiva é um tipo de termo de 
argumento, não obrigatório e, por isso, muitas vezes uma oração pode apare-
cer na voz passiva e não apresentar o agente da passiva. 
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 30 –
Exemplo: O réu foi condenado ontem à tarde. 
 verbo na voz passiva 
Vale salientar, ainda, que uma oração na voz passiva tem origem a 
partir de uma estrutura equivalente, semanticamente, na voz ativa, desde 
que haja a presença de um verbo transitivo direto ou de um verbo tran-
sitivo direto e indireto.
Na mudança da voz ativa para a voz passiva analítica (formada por 
verbo auxiliar conjugado + verbo principal no particípio), o objeto direto 
da ativa passa para a função de sujeito da voz passiva, e o sujeito da ativa 
passa a agente da passiva. 
Exemplo: Voz ativa: Um carro desgovernado atropelou muitas pessoas. 
 sujeito agente VTD OD 
Voz passiva: Muitas pessoas foram atropeladas por um carro desgovernado. 
 sujeito paciente VTD na voz passiva 
Obs.: O verbo auxiliar da voz passiva fica no mesmo tempo e modo 
da voz ativa.
Henriques (2011, p. 72) adverte que: 
“[...] o fato de haver uma estrutura com verbo transitivo direto 
não significa, obrigatoriamente, que a voz passiva equivalente 
tenha uso corrente no português. Razões semânticas, pragmáticas 
ou estilísticas podem revelar que, às vezes, a voz passiva é uma 
estrutura mais potencial do que real – e o mesmo se pode dizer 
para a ocorrência da voz pronominal.”
Exemplos: 
Ainda não publicaram as novas regras salariais. → VA 
As novas regras salariais ainda não foram publicadas. → VP verbal 
de uso corrente. 
Ainda não se publicaram as novas regras salariais.→ VP pronominal 
de uso corrente 
Levaram vários sustos. → VA 
Vários sustos foram levados. → VP verbal de uso improvável 
Levaram-se vários sustos.→ VP pronominal de uso improvável
– 31 –
Termos Integrantes da Oração
Exemplos: 
Tenho necessidade de sua ajuda. X Necessito de sua ajuda. 
 substantivo CN VTI OI 
Ele tinha confiança em você. X Ele confiava em você. 
 substantivo CN VTI OI
É válido esclarecer ainda que, quando o complemento nominal com-
pleta o sentido de um substantivo, este apresenta duas particularidades: 
a) substantivo que necessita de complemento é sempre abstrato; 
b) o substantivo que exige complemento geralmente deriva de um verbo. 
Veja também exemplos de complementos nominais de adjetivos e advérbios. 
A mãe foi favorável a um dos filhos. 
 adjetivo complemento nominal 
A mãe agiu favoravelmente a um dos filhos. 
 advérbio CN
 Você sabia
O complemento nominal, assim como o objeto direto e o objeto 
indireto, também pode ser representado por pronomes oblíquos. 
 Importante
Você sabe qual a diferença entre o complemento nominal e o 
objeto indireto?
Em outras estruturas sintáticas, há certos nomes de significação 
transitiva que necessitam de um complemento. Nesse caso, 
emprega-se o complemento nominal. Dessa forma, a sua função 
assemelha-se à do objeto indireto, por também ser um termo 
regido de preposição, porém o objeto indireto completa o sen-
tido de um verbo, e o complemento nominal, o de um substan-
tivo, adjetivo ou advérbio.
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 32 –
Exemplos: 
A mãe sempre lhe foi favorável. (= favorável a ele) 
Eles me devem respeito. (= respeito a mim)
 
 Saiba mais
Para ter uma melhor compreensão sobre os termos integrantes da ora-
ção, assista ao vídeo: Termos Integrantes da Oração, da profª.. Keyse. 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=q4_L2B9MF1U. 
Acesso em 12 out. 2015. Consulte o capítulo Termos integrantes 
da oraçãoda Gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal 
Cegalla. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. 
Resumindo
Nesse capítulo, você relembrou sobre a predicação verbal para enten-
der que o objeto direto e o objeto indireto são termos da oração, que se 
relacionam ao verbo, e dizem respeito às ações que as pessoas realizam sobre 
algo ou alguém. Isto, no plano linguístico, equivale a dizer que os objetos 
são responsáveis por expressar a capacidade humana de agir e modificar seu 
entorno. Viu também que o emprego dos objetos está ligado a motivos esti-
lísticos ou de clareza, como, por exemplo, o objeto direto preposicionado e 
o objeto direto e indireto pleonástico. Entendeu que os pronomes pessoais 
oblíquos átonos podem desempenhar a função de objeto direto e de objeto 
indireto. Verificou, também, que o agente da passiva é um termo usado sem-
pre que num processo comunicativo o emissor da mensagem tem a intenção 
de expressar a ideia de passividade do sujeito. Percebeu que há situações em 
que determinados nomes abstratos (substantivos, adjetivos e advérbios) exi-
gem um complemento que lhes esclareça o sentido e, nesse caso, utiliza-se o 
complemento nominal.
3
Termos Acessórios 
da Oração
Neste capítulo, você entenderá o emprego do adjunto 
adverbial, bem como sua classificação. Observará como utilizar o 
aposto, outro termo acessório que se refere obrigatoriamente a um 
vocábulo anterior a ele. Compreenderá que o vocativo não é um 
termo sintático da oração, mas do discurso, já que ele se relaciona 
com o interlocutor (o destinatário) que está fora da oração. Desta 
forma, você saberá como empregar o adjunto adverbial como uma 
expressão que indica diversas circunstâncias em relação à ação ver-
bal, além de usar o aposto como esclarecedor do sentido de outra 
palavra e, ainda, compreenderá como fazer uso do vocativo para 
dirigir-se ao interlocutor. Aprenderá também como empregar o 
adjunto adnominal relacionado ao nome e no que se distingue de 
complemento nominal.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 34 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Empregar o adjunto adverbial como um termo que indica diversas 
circunstâncias em relação à ação verbal; 
 2 Entender o emprego do aposto como esclarecedor do sentido de 
outra palavra; 
 2 Utilizar o vocativo para dirigir-se ao interlocutor nas diversificadas 
situações comunicativas;
 2 Empregar o adjunto adnominal como um termo que se relaciona 
ao nome.
3.1 Adjunto Adverbial
O adjunto adverbial é o termo da oração que, a priori, denota a cir-
cunstância de um fato expresso por um verbo, mas também, em outros casos, 
intensifica o sentido de um adjetivo ou de um advérbio. 
Novamente, recorre-se à morfologia para afirmar que o adjunto adver-
bial é expresso por um advérbio ou por uma locução adverbial. 
Veja estes exemplos: 
Ela sempre fazia tudo formalmente. 
 advérbio 
Ela sempre fazia tudo com formalidade. 
 locução adverbial 
Nesses casos, tanto o advérbio “formalmente”, quanto a locução “com 
formalidade”, funcionam como adjuntos adverbiais, pois expressam uma cir-
cunstância referida ao verbo “fazia”. 
Em outros casos, como já foi mencionado, o adjunto adverbial inten-
sifica o sentido de um adjetivo ou de um advérbio – que também exerce a 
função de adjunto adverbial. 
– 35 –
Termos Acessórios da Oração
Exemplos: 
Sua pele estava bastante manchada. 
 adjunto adjetivo 
 adverbial
Meu filho acordou cedo demais. 
 adjunto adjunto 
 adverbial adverbial
São muitas as circunstâncias expressas pelos adjuntos adverbiais. O qua-
dro a seguir — elaborado sem a intenção de considerá-lo encerrado — tem o 
objetivo de selecionar os adjuntos adverbiais mais frequentes.
Quadro 1: Os tipos de adjuntos adverbiais e exemplos.
Adjuntos Adverbiais Exemplos
tempo Amanhã poderemos conversar no período da tarde. 
modo A moça fazia tudo às pressas. 
lugar Encontrarei com você em frente ao fórum. 
afirmação Certamente ela concordará com o acordo. 
negação Não sabemos se ele voltará logo. 
dúvida Talvez você possa me dar uma informação concreta. 
intensidade Você está estudando demais! 
assunto Os turistas conversavam sobre os perigos da viagem. 
causa Muitas pessoas sorriam de contentamento. 
instrumento Cortei minha mão com uma faca afiada. 
fim/finalidade Eles não estavam preparados para essa perda. 
companhia Iremos ao cinema com nossos amigos. 
meio A mulher chegou aqui de táxi. 
condição Sem dinheiro, não poderemos viajar. 
conformidade Faça tudo conforme o combinado. 
concessão Apesar de cansado, quis sair. 
preço ou valor Comprei uma blusa por noventa reais. 
inclusão Todos foram à festa, inclusive eu. 
exclusão Todos foram convidados, menos eu.
quantidade Os presentes chegavam em minha casa aos montes. 
repetição ou reiteração Vou conversar outra vez com ele. 
ordem Ele, finalmente, chegou ao seu destino. 
[...]
Fonte: elaborado pelo autor , 2015.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 36 –
Esse quadro não contempla todos os tipos de adjuntos adverbiais que 
podem ocorrer na língua portuguesa, nem tampouco se pretende afirmar que 
as classificações que lhes foram dadas são definitivas, uma vez que, segundo 
Henriques (2011, p. 81), “[...] o reconhecimento da função “adjunto adver-
bial” tem natureza sintática, mas a identificação do tipo a que pertence tem 
caráter semântico (isto é, depende do entendimento de seu significado em 
relação ao outro vocábulo).” 
3.2 Adjunto Adnominal
O adjunto adnominal é um termo periférico que sempre se vincula a 
um núcleo ao qual pertence. Mas o que isso significa? Em outras palavras, o 
adjunto adnominal é um termo que delimita o significado de um substan-
tivo-núcleo, seja qual for a sua função sintática na oração. 
Exemplo: 
Estas duas camisetas de algodão pertencem a uma criança pequena. 
 núcleo do núcleo do 
 sujeito OI 
Os adjuntos adnominais são: estas, duas, de algodão, uma e pequena
Já se afirmou também que, para o entendimento da estrutura sintática 
de uma oração, um pré-requisito é ter um bom conhecimento das classes 
gramaticais, uma vez que são elas que fornecem os elementos que possi-
bilitam a construção dessa estrutura. Portanto, vale ressaltar que o adjunto 
adnominal pode ser expresso pelas seguintes classes gramaticais: 
a) Artigo definido ou indefinido 
Exemplo: O homem precisa uma cadeira. 
b) Pronome adjetivo 
Exemplo: Meu cachorro foi roubado. 
c) Numeral adjetivo 
Exemplo: Comprei duas camisetas. 
d) Adjetivo 
Exemplo: Visitamos belas paisagens. 
– 37 –
Termos Acessórios da Oração
e) Locução adjetiva 
Exemplo: Ali havia uma mesa de madeira. 
 Você sabia
O adjunto adnominal, como acontece com o objeto direto, objeto 
indireto e complemento nominal, também pode ser expresso por 
pronomes oblíquos, desde que estes tenham valor possessivo. 
Exemplo: 
Ela tocou-me o rosto. (= meu rosto) 
Beijei-lhe os cabelos. (= seus cabelos
 
Com o que aprendeu até agora, você já sabe identificar os adjuntos 
adverbiais e adnominais em um texto? Leia o parágrafo abaixo e observe 
como eles se apresentam:
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
A persistência, mesmo do que é frágil, derruba fortalezas. O provérbio 
de origem latina está registrado num verso de Lucrécio (98-55 a.C.): “ stilli-
cidi casus lapidem cavat” ( a água que tomba gota a gota fura o rochedo). A 
expressão conviveria com outra forma popular entre os romanos, mais atenu-
ada: “guta cavat lapidem lat” ( a gota de água cava a pedra), muito próxima 
da versão árabe,que influenciaria a península Ibérica séculos depois, “a água 
é mole, a pedra é dura, mas tanto anda a água sobre a pedra que deixa rastro 
nela”. Esse ditado integra o Kalila wa Dimna, coletânea de contos e máximas. 
Muito mais explicita é a forma como Ovídio (43-17 d.C.) registra o dito, 
em Arte de Amar, “Que é mais duro que uma pedra? Que é mais mole que 
a água? Contudo, a água mole cava a pedra dura”. (Fonte: Revista Língua 
Portuguesa.São Paulo: Segmento, n.3 dez.2005, p.11.) 
A partir dos termos grifados no texto podemos classificá-los em:
 2 Adjunto Adverbiais: tanto (intensidade), num verso de Lucrécio 
(lugar), entre os romanos (lugar), muito (intensidade), séculos 
depois (tempo), em Arte de amar (tempo), mais (intensidade). 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 38 –
 2 Adjunto Adnominais: mole, dura, latina,outra, popular, árabe. 
3.3 Distinção entre o complemento 
nominal e o adjunto adnominal 
Você aprendeu que o complemento nominal é um termo sempre ini-
ciado por preposição e que o adjunto adnominal, quando expresso por uma 
locução adjetiva, também pode ser iniciado por uma preposição. Então, 
como diferenciar um do outro? Se o termo preposicionado referir-se a um 
substantivo abstrato, teremos: 
I. A acusação do rapaz não era consistente. 
II. A acusação ao rapaz não era consistente. 
Nos dois casos, os termos em destaque se referem a um substantivo abs-
trato, porém suas funções sintáticas são diferentes. 
O critério utilizado para distinguir qual termo funciona como adjunto 
adnominal e qual funciona como complemento nominal é o seguinte: 
1º Verifique se o termo em destaque é o agente da ação = adjunto adnominal 
2º Verifique se o termo em destaque é o alvo da ação = comple- 
mento nominal 
Em I, pode-se observar que o rapaz é quem acusa, portanto a função 
sintática do termo “do rapaz” é de adjunto adnominal; 
Em II, constata-se que o rapaz recebe a acusação, ou seja, é o alvo da 
ação = complemento nominal.
Para tornar mais claro este assunto, observe exemplos de adjuntos adno-
minais representados por adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, 
numerais adjetivos e artigos:
 2 Amo filme agitado (Adjunto adnominal representado por adjetivo.)
 2 Manhãs de outono são agradáveis! (Adjunto adnominal represen-
tado por locução adjetiva.)
 2 Nosso carro está distante. (Adjunto adnominal representado por 
pronome adjetivo.)
– 39 –
Termos Acessórios da Oração
 2 Quarenta  empregados foram demitidos. (Adjunto adnominal 
representado por numeral adjetivo.)
 2 A aluna passou no exame. (Adjunto adnominal representado por artigo.)
Observe que quando o substantivo é trocado por um pronome, todos 
os adjuntos adnominais são igualmente substituídos pelo pronome, deixando 
de aparecer na frase.
Locução adjetiva: é formada por duas ou mais pala-
vras para indicar uma mesma ideia. Por exemplo: 
de diamante = diamantino ou adamantino; de ele-
fante = elefantino; de enxofre = sulfúrico. 
 
Exemplos:
 2 Aquele castelo branco foi vendido.
 2 Ele foi vendido.
 2 Meus simpáticos amigos  prepararam tudo para a despedida 
de solteiro.
 2 Eles prepararam tudo para a despedida de solteiro.
 2 Uma alegria imensa atingiu o paciente moribundo.
 2 Uma dor intensa atingiu-o.
 Saiba mais
Se quiser aumentar seu conhecimento, assista à videoaula de número 
19: Termos acessórios da oração, da professora Keyse, nela é apre-
sentado o conteúdo com vários exemplos e explicação detalhada. Dis-
ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HoEvRvR05kQ. 
Acesso em 15 de out. 2015.
Consulte o capítulo Termos Acessórios da Oração da Gramática 
da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 2008. 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 40 –
3.4 Aposto
Para abordar o aposto, vamos tomar como base a definição de Henri-
ques (2011, p. 81): 
o aposto [...] é um termo acessório que se relaciona obrigatoriamente 
com um termo anterior a ele (por isso, é aposto = posto + após), 
podendo ser empregado com finalidades distintas. Pode, porém, o 
aposto referir-se ao sentido global de uma oração.
3.4.1 Tipos de aposto 
a) Explicativo – amplia o significado de um termo fundamental da 
oração e aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses. 
Exemplo: Luiz Vaz de Camões, poeta português, é autor da obra 
“Os Lusíadas”. 
b) Especificativo – refere-se a um substantivo de sentido genérico a fim 
de especificá-lo. Nesse caso, não se usa nenhum sinal de pontuação. 
Exemplo: O poeta Luiz Vaz de Camões nasceu em Portugal. 
c) Enumerativo – enumera as partes que constituem o termo fun-
damental. Aparece separado por dois-pontos, vírgula ou travessão. 
Exemplo: Nada altera a sua personalidade: curiosidade, ignorân- 
cia, desrespeito. 
d) Resumidor, resumitivo ou recapitulativo – resume por meio de 
um pronome o que foi expresso pelo termo fundamental. Nesse 
caso, o sujeito concorda com o aposto. 
O carro, os móveis, as joias, tudo foi levado pelos ladrões. 
e) Aposto distributivo – relaciona-se sintaticamente com outra oração. 
Exemplo: Machado de Assis e Gonçalves Dias são os meus escrito-
res preferidos, aquele na prosa e este na poesia. 
f ) Aposto referido a uma oração - refere-se ao conteúdo de uma 
oração inteira. 
Exemplo: Depois da prova, Filipe estava radiante, sinal de seu sucesso.
– 41 –
Termos Acessórios da Oração
 Saiba mais
Encontre mais informações sobre o uso do adjunto adnominal na 
dissertação A Multifuncionalidade do Aposto em Textos Jornalís-
ticos de divulgação científica e em Artigos Científicos, de Cristina 
Araújo de Farias. Disponível em: http://www.ple.uem.br/defesas/
pdf/cafarias.pdf. Acesso em: 15 out. 2015. 
3.5 Vocativo 
Na introdução deste capítulo, falamos que o vocativo é um termo 
independente da estrutura sintática da oração, ou seja, não pertence nem 
ao sujeito nem ao predicado. Seu uso está ligado a chamar ou interpelar 
alguém ou algo personificado, isto é, o interlocutor (ou destinatário) real 
ou retórico. 
Exemplos: 
Ó mar salgado, quanto de teu sal
São lágrimas de Portugal! (Fernando Pessoa) 
Você, garota, não perde por esperar! 
Obs.: O vocativo também é um termo que aparece isolado por vírgula(s).
O vocativo também pode vir precedido de interjeição, Óh!, Olá! Eh! Ei! :
Exemplo: Ei! Mariana, onde estás?
O vocativo também pode aparecer no início, no meio ou no final 
da oração:
Exemplo:
Sibele, meu tio está muito bem, não é verdade?
Meu tio está muito bem, Sibele, não é verdade?
Meu tio está muito bem, não é verdade, Sibele?
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 42 –
3.6 Diferença entre Vocativo e Aposto
O vocativo não apresenta relação sintática com outra palavra da oração.
Exemplo: 
Meninos, vamos sair.
vocativo
Já o aposto tem relação sintática com outro vocábulo da oração.
Exemplo:
A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.
  sujeito    aposto
 Importante
Estrutura sintática: quando se estuda um idioma, há somente os dis-
cursos como ponto de partida. As regras gramaticais da língua não 
são visíveis em si. As estruturas sintáticas não estão perceptíveis para 
serem observadas, mas certamente o sistema de regras que com-
põe a competência dos falantes é construído por estruturas sintáticas. 
Observe o exemplo, para confirmar o que foi dito.
Exemplo: Paulo achou a senha do cartão de crédito que ele tinha per-
dido. Percebe-se no exemplo uma clara ambiguidade sintática. Paulo perdeu 
a senha ou o cartão? Para resolver esse problema, pode-se lançar mão do uso 
de parênteses. 
Exemplo: Paulo achou (a senha do cartão de crédito) que ele tinha 
perdido). Paulo achou a senha (do cartão de crédito que ele tinha perdido). 
Percebe-se como o uso dos parênteses proporciona dois sentidospara a 
oração. Isso mostra como a maneira que unimos os elementos de uma frase 
ou de uma oração influencia diretamente em seu sentido.
– 43 –
Termos Acessórios da Oração
Figura 1: Esquema sobre os termos da oração. 
ANÁLISE SINTÁTICA
ORAÇÃO
Análise da estrutura de um período e das orações que compõem um período.
a) determinado
sujeito
simples - um núcleo
composto - mais de um núcleo
3ª p. p.
3ª p. s. + se
b) indeterminado - O sujeito não vem expresso nem pode ser identicado.
d) inexistente/oração sem sujeito
a) nominal - verbo: não é ação = verbo de ligação + predicativo do sujeito
b) verbal - verbo: ação = verbo transitivo direto / verbo transitivo indireto
c) verbo-nominal - verbo: ação + predicativo
- Pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.
- Pode ser expresso por substantivos, ou pronomes.
- Acompanha o núcleo do sujeito, do objeto ou do predicativo.
verbos que representam fenômenos da natureza
verbo haver com sentido de “existir”
verbo haver, fazer e ir indicando tempo decorrido
verbo ser, na indicação do tempo
c) oculto/implícito - Não está materialmente expressa, mas pode ser identicado pela desinência verbal.
Exercem função adjetiva. adjetivos
artigos
pronomes
numerais
a) objeto
b) predicativo do objeto
direto - verbo transitivo direto = sem preposição
indireto - verbo transitivo indireto = com preposição
predicado
complementos
verbais
complementos
nominal
agente da
passiva
adjunto adnominal
- Intensica o sentido de um verbo. Expressa circunstância.
termos
integrantes
(Completam o
sentido dos
verbos e dos
nomes.)
2
termos
acessórios
(Não integram a
estrutura básica
da oração.)
3
vocativo - não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado
Língua Portuguesa - Professor Fábio Cezar - fabiocezar@msn.com
4
termos
essenciais
(fundamentais)
1
adjunto adverbial
- Explica ou esclarece um nome. Uma oração pode ter vários apostos.aposto
Fonte: Blog Fábio Cezar , 2015.
Resumindo
Nesse capítulo, você viu que o ajunto adverbial é um termo que exprime 
uma circunstância, geralmente referida ao verbo e, às vezes, intensifica o sen-
tido do adjetivo e do advérbio. Observou também que o aposto é empregado 
sempre que outro termo da oração precisa ser esclarecido. E, ainda, que o 
vocativo não é uma expressao sintática da oração, mas do discurso, já que 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 44 –
se relaciona com o interlocutor que está fora da oração, portanto não per-
tence ao sujeito nem ao predicado. Compreendeu que os termos sintáticos 
exercidos pelos substantivos são utilizados, muitas vezes, acompanhados de 
atributos que lhe delimitam o significado, circunstância que lança mão do 
emprego de um adjunto adnominal. E entendeu a diferença entre comple-
mento nominal e adjunto adnominal.
4
Período simples e 
composto: análise dos 
períodos e pontuação 
Neste capítulo, você estudará o período simples e o com-
posto, bem como suas características. Entenderá a definição de 
frase oração e período e a diferença entre eles. Verificará também 
como ocorre a classificação da frase, da oração e do período, além de 
identificá-los em um texto. Poderá aprofundar seus conhecimentos 
sobre a pontuação e o seu uso, de acordo com o contexto discursivo. 
Terá a oportunidade de aprender a redigir frases, orações e períodos 
na construção textual e qual a importância desses como fator deci-
sivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se 
refere à comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 46 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Promover a distinção entre: frase, oração e período. 
 2 Reconhecer o período simples e o período composto em um texto;
 2 Redigir frases, orações e períodos, empregando corretamente a 
pontuação.
4.1 Objeto de estudo da sintaxe 
Antes de dar início às definições e exemplificações, faz-se necessário 
conhecer a sintaxe. Ela é a parte gramatical responsável pelo estudo das rela-
ções que as palavras estabelecem entre si e nas orações, além de proporcionar 
a lógica estabelecida entre as orações de um período. Assim, a sintaxe é um 
instrumento primordial na criação das múltiplas possibilidades na combi-
nação das palavras, frases e orações.
Para que haja um discurso ou algo seja comunicado por meio da lín-
gua, as palavras ou grupo de palavras são dispostos de modo a formar um 
enunciado de sentido completo, que chamamos de frase. Na fala, a frase é 
marcada pela entonação, que indica seu início e fim. Na escrita, os sinais de 
pontuação podem indicar seus limites.
As estruturas das frases alteram bastante. Há frases muito simples, com 
apenas uma palavra, e outras mais complexas, que se organizam a partir de 
verbos ou locuções verbais. Quando a frase é formada por palavras que não 
são verbos, recebe o nome de frase nominal. Quando é estruturada a partir 
de um verbo, recebe o nome de oração. A frase organizada em orações cons-
titui um período. Se houver apenas uma oração, tem-se o período simples; 
se houver mais de uma oração, dá-se o nome de período composto. 
 Importante
Expandindo o conhecimento um pouco mais sobre a sintaxe, pode-
mos observar uma afirmação de Mussalim F. Bentes, C.A. Intro-
dução à linguística: domínios e fronteiras, v.1. São Paulo:Cortez, 
2001. [...] “É preciso, antes de mais nada, dizer que o desejo de 
– 47 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
estabelecer a Sintaxe como disciplina linguística independente 
data apenas do final do século XIX. Vale lembrar que os estu-
dos linguísticos se caracterizaram no século XIX, essencialmente, 
pelo interesse em fenômenos fonéticos e morfológicos. Um dos 
primeiros indícios do interesse específico pelos fenômenos sintá-
ticos está no trabalho de John Ries, Was ist Syntax? ( O que é 
Sintaxe?), de 1894. No entanto, é sobretudo a partir das ideias 
do linguista Ferdinand de Saussure, no início do século XX, e 
das várias aplicações e desenvolvimentos que delas fizeram seus 
seguidores que a Sintaxe foi adquirindo o estatuto de disciplina 
autônoma. A Sintaxe se distingue claramente tanto da Fonologia 
quanto da Morfologia pela unidade linguística que constitui o seu 
foco de análise – a sentença . Se o objeto de estudo é, em prin-
cípio, o mesmo, nem sempre encontramos consenso entre seus 
estudiosos sobre a natureza dos processos que ali se desenrolam 
e a maneira mais adequada de explicá-los”. [...] (p. 209-210).
Observe e analise a imagem abaixo:
Figura 1 – Frase, oração e período
Frase
Verbal
Período Simples
Período composto
Uma oração
Duas ou mais
orações
Nominal
Fonte: elaborada pela autora, baseado em Galvão, 2015.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 48 –
4.2 Frase 
Pode-se dizer que frase é a unidade mínima linguística, ou seja, um 
enunciado constituído de significado, que facilita a comunicação, tor-
nando-a clara e precisa, favorecendo o entendimento entre os interlocuto-
res; isso ocorre na língua falada e escrita.
Neste sentido, tem-se a frase nominal e verbal. 
Na frase nominal não há presença de verbo.
Ex.: Que dia bonito!
Já na frase verbal, existe o verbo.
Ex: Preciso de seu carinho.
4.3 Tipos de frases 
Muitas vezes, o sentido de uma frase só é compreendido dentro do con-
texto em que ela aparece. A entonação é um aspecto muito importante na 
frase falada, o que permite reconhecer o significado de admiração, espanto, 
dúvida, surpresa, ironia etc. Na frase escrita, os sinais de pontuação indicam 
a entonação. Ex.: Que educação, hein! Há pessoas na fila!
De um modo geral, as frases podem ser classificadas em:
 2 Declarativas: usadas para declarar alguma coisa. Podem ser afirmativas 
ou negativas. Ex.:Ele não chegou à noite. Chegou no dia seguinte.
 2 Interrogativas: servem para construir perguntas diretas (com ponto de 
interrogação) ou indiretas. Ex.: Quem é ele? Queria saber quem é ele.
 2 Exclamativas: utilizadas para indicar um estado emotivo (alegria, 
espanto, dúvida, admiração etc.). Ex.: Nossa! Que vestido lindo! 
Eu não sei o que fazer!
 2 Imperativas: usadas para expressar ordem, desejo ou pedido. 
Podem ser afirmativas ou negativas. Ex.: Não traga o livro aqui! 
Leve para a casa de Paulo.
 2 Optativa: é usada para exprimir desejo. Geralmente, tem o verbo 
no subjuntivo. Ex.: Deus te ajude! Tomara que a língua portuguesa 
se mantenha viva! 
– 49 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
 Importante
Sabe-se que na língua oral as frases são compreendidas a partir da 
entonação, das pausas e até da ausência de som. Na escrita, esses 
elementos vocais são substituídos pelos sinais de pontuação, que 
marcam graficamente as frases. No entanto, é preciso ficar atento ao 
contexto no qual as frases são empregadas. É o caso de situações em 
que se faz uso da ironia. 
Observe: 
Mentira! (pode expressar desaprovação ou espanto, surpresa)
Que ideia! (pode expressar aprovação ou desaprovação)
É isso! (pode expressar aprovação ou desaprovação)
4.4 Oração
Oração é a frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de 
um verbo ou de uma locução verbal. Ela é constituída, geralmente, de dois 
elementos: sujeito e predicado, ou pelo menos de um predicado. (FARACO; 
MOURA, 2010)
Ex.: O português e o espanhol são muito parecidos.
 sujeito predicado
Fazia um frio terrível no mar. (nesta oração não tem sujeito)
 predicado
4.5 Período 
Período é a frase constituída de uma ou mais orações. Ele pode ser:
 2 Simples: quando formado por uma só oração, que é chamada de 
absoluta: Ex.: As línguas são dinâmicas.
 2 Composto: quando formado por duas ou mais orações: (FARACO; 
MOURA, 2006)
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 50 –
Ex.: É bastante provável que surja uma espécie de portunhol. 
 1ª oração 2ª oração
Não sabemos se esse linguista fez afirmações que procedem.
 1ª oração 2ª oração 3ª oração
 Importante
Toda a oração é considerada uma frase, mas nem toda frase pode ser 
considerada uma oração. Como saber o número de orações que há 
em um período? Geralmente, basta contar os verbos e ou locuções 
verbais presentes nelas.
O período sempre termina por uma pausa definida, que é representada, 
na escrita, por um dos seguintes sinais de pontuação: ponto final, ponto de 
exclamação, ponto de interrogação, reticências (FARACO; MOURA, 2006).
Ex.: A língua falada poderá desaparecer.
A língua falada poderá desaparecer!
A língua falada poderá desaparecer?
A língua falada poderá desaparecer...
 Saiba mais
Se você quiser aprofundar o tema e ter mais conhecimento sobre 
frase, oração e período, assista à videoaula para o ENEM e Vestibu-
lares de Português com a professora Betânia Ferreira. Disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=a_eaYQw2Wxc. Acesso em 
18 de out. 2015.
4.6 Pontuação
Sinais de pontuação são símbolos gráficos empregados nos textos escritos 
para organizar os termos, os enunciados e os parágrafos, estabelecendo uma hie-
rarquia (ordem) entre eles. Essa hierarquia sintática torna o texto compreensível. 
– 51 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
Os sinais de pontuação que são usados na língua portuguesa são estes:
, . ; : ? ! ... “ ” _ ( )
 2 Uso da vírgula
Dentre os sinais de pontuação, o que mais dúvida provoca, no momento 
da utilização, é a vírgula. Isso acontece porque estamos presos àquela noção 
de que as vírgulas representam toda e qualquer pausa da língua oral. Quando 
vamos escrever, inadvertidamente colocamos uma vírgula após o primeiro 
segmento das frases, como no exemplo abaixo: 
Ex.: *A extinção do reduto de Canudos, aconteceu no início deste século. 
A vírgula, nesse caso, é gramaticalmente incorreta, pois está repre-
sentando uma pausa de língua oral que não tem correspondência na língua 
escrita. Para não incorrer nesse equívoco, basta lembrar que o tipo padrão de 
frase, na língua portuguesa, é composto de sujeito, verbo e complemento. A 
maioria das frases apresenta o esquema abaixo: 
Quadro 1 – Sujeito, verbo e complemento
Sujeito Verbo Complemento
João construiu uma casa.
Os alunos desta classe gostam da língua portuguesa.
Cristian e Mary compraram um apartamento.
Fonte: elaborado pela autora, 2015.
Ao ler um texto de jornal, um livro, intuitivamente procura-se nas frases 
esses três elementos: sujeito, verbo e complemento. Qualquer outra informação 
que apareça antes, depois ou entre eles será um “encaixe’, ou seja, um ele-
mento dispensável para o entendimento da ideia principal da frase. Esses encai-
xes podem ser explicações, observações, indicações de tempo, lugar, modo etc.
 Importante
Guarde para sempre a regra básica: 
ENTRE OS TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS, A VÍRGULA É 
PROIBIDA. 
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 52 –
Para facilitar a leitura, os “encaixes” são apresentados entre vírgulas. 
Assim, o leitor poderá facilmente encontrar os três elementos indispensá-
veis para o entendimento da frase. Você já reparou que, durante uma leitura, 
lemos “rapidinho” alguns segmentos? Normalmente eles são “encaixes”, e 
estamos “correndo” para encontrar, lá na frente, o verbo ou o complemento. 
Fazemos, com as vírgulas, uma “ponte”. 
Leia com atenção a sequência de frases: 
 2 João comprou uma casa.
 2 João, marido de minha irmã, comprou uma casa.
 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, comprou uma casa.
 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, com a ajuda do 
sogro, comprou uma casa.
 2 No ano passado, João, marido de minha irmã, com a ajuda do 
sogro, comprou uma casa, uma linda e bem construída casa.
Concluindo, a correta utilização de vírgulas é muito importante para 
facilitar a rápida leitura e estabelecer o correto significado da frase. 
Muitos são os exemplos de frases que mudam de sentido conforme a 
utilização de vírgulas. Alguns até aparecem em textos muito engraçados sobre 
heranças que mudam de dono, conforme a colocação da vírgula:
Quadro 2 – Utilização da vírgula
Um milionário redigiu seu testamento desta forma:
“Deixo a minha fortuna para o meu irmão não para o meu sobrinho jamais para o meu 
advogado nada para os pobres.” 
Ninguém entendeu, nem conseguia definir para quem iria a herança e, cada um dos 
interessados pontuo assim:
O irmão: 
“Deixo minha fortuna para o meu irmão. Não para o meu sobrinho. Jamais para o meu 
advogado! Nada para os pobres.” 
– 53 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
O sobrinho: 
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho. Jamais para o 
meu advogado! Nada para os pobres.” 
O advogado: 
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho? Jamais! Para o 
meu advogado. Nada para os pobres.” 
O defensor dos pobres: 
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão, não; para o meu sobrinho, jamais; para o 
meu advogado, nada; para os pobres.” 
Fonte: Blog O Detalhe da Palavra, 2015.
 Você sabia
“A tecnologia gráfica, aplicada à língua escrita, vem criando algumas 
notações que podem ser consideradas sinais de pontuação, embora 
esse status não lhes seja atribuído nem pela Nomenclatura Gramatical 
Brasileira (NGB) nem pela gramática tradicional. A análise de um 
texto jornalístico pode ser elucidativa a esse respeito, se observarmos 
com atenção a pontuação empregada nele, os símbolos gráficos utili-
zados e a função que desempenham”. ( Faraco;Moura, 2006)
 
 2Uso do Ponto
Usa-se o ponto para a finalização de um período e também na indi-
cação de abreviatura.
Exemplos: Deus criou o mundo.
 Dr. pág. Ilmo. etc.
 2 Uso do ponto e vírgula
O ponto e vírgula tem a importante função de “separar conjuntos”, 
ou seja, ajudar na delimitação das orações que compõem um período.
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 54 –
Sabe-se que as vírgulas separam orações. No entanto, se duas orações 
estão com muitos “encaixes”, já indicados por vírgulas, a utilização do ponto 
e vírgula será essencial para indicar o término da primeira oração e o início da 
segunda. Para você entender mais facilmente, leia com atenção a sequência 
de frases abaixo:
 2 Netuno é deus do mar, mas Baco tem afogado mais gente. 
 2 Netuno, meus amigos, é Deus do mar, mas Baco tem afogado 
mais gente. 
 2 Netuno, meus amigos, é Deus do mar, mas Baco, o deus do vinho, 
tem afogado mais gente.
 2 Netuno, meus amigos, também chamado Possêidon, é deus do 
mar, mas Baco, o deus do vinho, tem afogado mais gente. 
 2 Netuno, meus amigos, também chamado Possêidon, é deus do mar; 
mas Baco, ou Dionísio, o deus do vinho, tem afogado mais gente. 
Na última frase, o ponto e vírgula aparece para facilitar ao leitor a locali-
zação do sujeito, do verbo e do complemento de cada uma das orações. 
O ponto e vírgula é usado também para separar itens de uma enumeração: 
Ex.: E estas são as etapas:
aquisição da matéria-prima;
preparo da matéria –prima;
confecção do produto;
controle de qualidade.
 2 Separar os itens de considerandos, decretos, leis, portarias, etc.:
Ex.: Artigo 16
O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I. ir, vir, e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, 
ressalvadas as restrições legais;
II. opinião e expressão;
– 55 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
III. crença e culto religioso;
IV. brincar, praticar esportes e divertir-se;
V. participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi- 
nação;
VI. participar da vida política na forma da lei;
VII. buscar refúgio, auxilio e orientação. 
(BRASIL, 1990)
 Saiba mais
Tem interesse em aprofundar mais seu conhecimento sobre pontu-
ação? Assista ao vídeo: “Aula 11 – Pontuação”, do professor Fábio 
D’ávila; nele há uma explicação detalhada sobre o assunto. Disponível 
em: http://www.youtube.com/watch?v=IQWPh9G8wc0. Acesso 
em 18 de out. 2015.
Pesquise no manual de gramática elaborado por Faraco & Moura. Gra-
mática. São Paulo: Ática, 2006. Nele você poderá compreender detalhamente 
os assuntos estudados. 
 2 Uso de Dois Pontos
Usa-se os dois pontos para introduzir uma explicação, um esclare-
cimento, uma enumeração, a fala de um personagem.
Exemplos: 
E esta é a verdadeira razão: o bracelete.
Ainda brandindo a colher, ela continuou ameaçando:
– Acabo com sua vida, seu safado!
 2 Uso do Ponto de interrogação
É utilizado no final de uma frase interrogativa direta.
Exemplos: Quem chegou? Onde estão meus chinelos?
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 56 –
 2 Uso do Ponto de exclamação
Usa-se no final de frases optativas, imperativas e exclamativas.
Exemplos: Deus te guarde! 
Saia daqui! 
Que maravilha! 
 2 Uso da Reticências
Seu uso está nas indicações de hesitações, incertezas, um prolonga-
mento da ideia, pode também sugerir ironia, malícia.
Exemplos: Não sei...
Se você pensa assim...
Aquela mulher ruiva é inteligente... 
 2 Uso da Aspas
Muito usado em citações textuais, também é pertinente para indi-
car que um termo é gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado 
em sentido figurado (FARACO; MOURA,2010.).
Exemplos: 
“Que seja eterno enquanto dure”, afirmava Vinicius de Moraes.
Ela não deixa de “trampar” e manda o “boy” várias vezes ao banco.
O jornal serve para “embrulhar”.
Ela é muito “inteligente”.
 2 Uso do Travessão 
Seu uso serve para esclarecer o significado de um termo, além de ser 
um bom recurso para intercalar reflexões e comentários à sequência 
da frase, bem como na marcação de interlocutores nos diálogos. 
Exemplos: 
Em Campinas – cidade do Estado de São Paulo – a vida é agitada.
Ao barão – diria os alcoviteiros – não escapa mulher bonita.
– Você irá ao baile?
– Certamente, minha princesa!
– 57 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação 
 2 Uso do Parênteses
São usados para esclarecer o significado de um termo e também 
para intercalar reflexões e comentários à sequência da frase.
Exemplos:
Em São Paulo (Capital) a violência é extrema.
Ao barão (diriam os inimigos de plantão) não escapa mulher bonita.
“NGB é uma sigla que significa Nomenclatura Grama-
tical Brasileira, que se refere ao conjunto dos vocábulos 
estabelecidos para uso na gramática. A NGB tem por obje-
tivo padronizar a nomenclatura gramatical em uso no País, 
nas escolas e na literatura didática.”(Fonte: http://www.
significados.com.br/ngb/. Acesso em: 10 nov.2015.
 
Resumindo
Neste capítulo, você estudou sobre o período simples e o composto, bem 
como suas características. Compreendeu a importância de distinguir frase, 
oração e período e de fazer uso adequado dos mesmos em situações comu-
nicativas, tanto oral quanto escrita. A partir das exemplificações apresenta-
das, pôde verificar também como ocorre a classificação da frase, da oração 
e do período, além de identificá-los em contextos específicos. Aprofundou 
seus conhecimentos sobre a pontuação, quanto ao seu uso e importância de 
acordo com o contexto discursivo. Assimilou a forma correta de redigir fra-
ses, orações e períodos na construção textual e a pertinência desses como fator 
decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere 
à comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
5
Período Composto 
por Coordenação
Neste capítulo, você estudará o período composto por coor-
denação, bem como suas características. Entenderá a definição das 
orações coordenadas sindéticas e assindéticas e bem como a diferença 
existente entre elas. Verificará também como ocorre a classificação 
das orações coordenadas sindéticas e seus tipos, além de identificá-
-las em um texto. Poderá aprofundar seus conhecimentos sobre elas, 
verificando os exemplos nos diversos contextos discursivos. Terá a 
oportunidade de reconhecer os conectivos em vários gêneros tex-
tuais com tipologias diversificadas. Vai entender a importância da 
colocação adequada dos conectivos como fator decisivo na clareza, 
objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere à comu-
nicação, tanto na oralidade como na escrita.
 Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 60 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Diferenciar o período simples e o período composto por coordenação; 
 2 Classificar as orações coordenadas sindéticas; 
 2 Entender a diferença entre a coordenada sindética e a assindética.
5.1 Compreensão do período 
composto por coordenação
Vamos iniciar o estudo do período composto por coordenação lendo e 
observando o texto abaixo:
Observe como ocorre a divisão do período em orações:
Como fazíamos sem... água limpa
Hoje a coisa é simples. Você abre o filtro - ou a garrafinha de água mineral - e mata 
a sede à vontade. Mas, para nossos antepassados, água costumava ser um problemão: 
um pequeno gole podia levar à morte. Isso porque, no começo dos tempos, os únicos 
instrumentos que os homens tinham para determinar se a água estava boa ou não para o 
consumo eram o olho e o paladar. E parecia óbvio que água clara e sem sabores estranhos 
era sinônimo de água limpa. O problema é que muitos organismos nocivos ao ser humano 
não mudam nem a cor nem o gosto da água. [...] (SOALHEIRO, 2006, p.14).
Ex.: Você abre o filtro e mata a sede à vontade.
 1ª oração 2ª oração
Você consegue perceber

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