Projeto de PráticaBenefícios da atividade física para o aparelho locomotor dos pacientes com hipertensão arterial

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Centro Universitário Claretiano
Curso de Graduação em Educação Física
Lucas Câmara da Silveira - RA 8055844
Projeto de Prática 
Benefícios da atividade física para o aparelho locomotor dos pacientes com hipertensão arterial.
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2019
DESCRIÇÃO DO PROJETO
	Observa-se, na população em geral, um aumento significativo de casos de pessoas com hipertensão arterial. Vários fatores colaboram para que esta doença se desenvolva e, dentre elas, podemos citar: inatividade física, álcool, alimentação, distúrbios hormonais e o próprio processo do envelhecimento.
	Sabemos que a hipertensão arterial pode ser prevenido e até, em muitos casos, conseguimos sua reversão ou mesmo que os quadros não agravem. Para que o melhor aconteça ou que a doença não se instale, a Medicina, a Nutrição e a educação Física serão muito importantes.
OBJETIVOS
Reconhecer a importância da atividade física na prevenção, manutenção e até na recuperação da saúde.
Verificar se nas academias, clubes ou mesmo nos projetos da terceira idade dos municípios os profissionais são qualificados, se fizeram especialização na área e, portanto, se têm conhecimentos sobre o assunto.
Verificar quais são os exercícios indicados por esses profissionais (caminhada, hidroginástica, musculação etc.), se os programas são específicos para o grupo e como o grupo reage mediante os exercícios prescritos.
METODOLOGIA
Os alunos deverão pesquisar sobre os benefícios do exercício físico, o condicionamento físico de pessoas com hipertensão arterial.
IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO, MANUTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE.	
	Segundo Razo, Greve e Polito (2013) a hipertensão arterial pode ser definida como uma doença multifatorial que se caracteriza pela manutenção de níveis elevados de pressão arterial (PA), pressão arterial sistólica (PAS ≥ 140 mmHg) e pressão arterial diastólica (PAD ≥ 90mmHg). A hipertensão está associada a alterações em vários órgãos como coração, encéfalo, rins e vasos, podendo causar a morte.
	Podemos dizer que a hipertensão força o coração a trabalhar mais, ou seja, com maior intensidade do que o normal, pois dessa forma ele trabalha para expelir o sangue no ventrículo esquerdo contra uma maior resistência. A hipertensão provoca uma maior tensão nas artérias e arteríolas sistêmicas. Com o passar do tempo, essa tensão acarreta em uma dilatação do coração e as artérias e arteríolas fiquem endurecidas e menos elásticas. Finalmente, esse processo pode resultar em aterosclerose, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, derrame cerebral e insuficiência renal (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013).
	Para reconhecer a importância da atividade física na prevenção, manutenção e até na recuperação da saúde devemos partir do conceito que o ser humano precisa de exercício para que nosso organismo funcione da melhor forma possível. Podemos conceituar de maneiras diferentes o exercício físico e a atividade física (SANTAREM, 2012).
	A atividade física pode ser definida como contração muscular. Pois durante a contração muscular ocorre o gasto energético junto com várias funções orgânicas. A contração muscular pode levar a um movimento do corpo ou não, de acordo com a contração isométrica, que ocorre quando músculos opostos realizam movimento nas articulações e dessa forma não ocorrendo movimento (SANTAREM, 2012).
	O exercício físico pode ser entendido como formas sistematizadas de atividades físicas. Como a atividade física ocorra na vida diária, como por exemplo na locomoção, no lazer e no trabalho, quando se almeja estimular algumas funções especificas, os exercícios físicos são utilizados pela maior eficiência e segurança. Ou seja, o exercício é selecionado de acordo com os objetivos, seja na saúde ou na aptidão física (SANTAREM, 2012).
	De uma maneira geral, exercícios físicos promovem diversos benefícios ao praticante, embora muitos ainda acreditem que exercícios físicos atuam somente da melhoria das aptidões físicas. Segundo Santarém (2012), exercícios físicos são parte integrante da prática e preparação esportiva, e também podem ser utilizados em medicina com diversas finalidades. Nesse sentido, Coelho (2009) ressalta que existe uma associação entre exercício físico com promoção e recuperação da saúde. Ainda segundo o autor, o exercício físico pode trazer benefícios atuando na saúde.
	Podemos dizer que o exercício físico provoca diminuição da pressão arterial, segundo Vaisberg e Mello (2010), uma única seção de exercício físico provocam o efeito de hipotensão pós exercício, que é uma excelente intervenção para o controle da pressão arterial, principalmente quando nos referimos a indivíduos com hipertensão.
	O mesmo autor afirma que a média de redução na pressão arterial pós exercício de pacientes normotensos é de 8/9mmHg e em pacientes hipertensos é de 10/7mmHg. 
 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS 
	Segundo Kenney, Wilmore e Costill (2013) a prescrição do exercício ao hipertenso deve seguir quatro fatores básicos: Modo ou tipo de exercício, frequência de participação, duração de cada sessão de exercício e intensidade da sessão de exercício.
	Corroborando com o autor acima, Baptista, et al. (1997) afirma que a prescrição de exercícios obedece aos princípios gerais de intensidade, frequência e duração, nunca se esquecendo do princípio da individualidade biológica. O autor afirma que a frequência no treinamento deve ser de três a cinco sessões semanais com duração entre 20 e 30 minutos. No que se refere ao tipo de exercício, o autor afirma que o indicado na maioria dos casos é para caminhadas, corridas, natação e ciclismo já que é comprovado seus efeitos condicionantes cardiocirculatórios. 
Devem ser evitados os exercícios isométricos pela possibilidade de aumentarem a PA, porém não podem ser confundidos somente com exercícios de musculação, como levantamento de pesos e outros. Estudos têm demonstrado efeitos benéficos de sua realização em programas de reabilitação cardíaca e sem a utilização de cargas elevadas e sempre acompanhados. (BAPTISTA et al., p. 120, 1997). 
	Um, fato importante que devemos salientar é que os hipertensos com níveis leves e moderados e sem lesões de órgãos-alvos podem participar de esportes de maior intensidade e até competitivos sem ter muitos riscos. Já os pacientes que se encontram com um quadro de hipertensão grave e comprometimento de órgãos-alvos devem ser orientados à prática de exercícios de baixa intensidade e proibidos para competições (BAPTISTA et al., 1997).
	Quanto a duração do exercício físico, podemos dizer que vários estudos apontam que atividades que durem de 5 a 10 minutos por dia já atuam na melhora do condicionamento cardiovascular. Porem vemos na literatura atual, estudos que indicaram que 20 a 30 minutos por dia é um tempo ideal (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). 
	Exercícios com pesos (treinamento de força ou musculação) contam com vários benefícios, estudos revelam que em pessoas sadias, o exercício dinâmico com pesos reduz a PAS/PAD em cerca de -3,2/-3,5 mmHg. Podemos usar o treinamento de forca em conjunto (complementando) com o treino aeróbico, realizando de 1 a 3 séries em 8 a 10 exercícios, 2 a 3 vezes por semana (RAZO; GREVE; POLITO, 2013).
	Segundo Razo, Greve e Polito (2013, p. 271) em virtude do aumento da pressão arterial durante o exercício, indicam que “a massa muscular exercitada seja pequena, que a intensidade seja baixa e que sejam realizadas de 10 a 15 repetições até a fadiga moderada, respeitando-se intervalos de recuperação longos entre as séries e os exercícios físicos”.
	Outro meio de se reduzir a pressão em hipertensos são as atividades em ambiente aquático. Estudos revelam uma redução de 6 mmHg na PAS com a prática de natação. Devemos seguir as recomendações do exercício aeróbico sempre ajustando a intensidade do treino.
CONCLUSÃO 
Podemos dizer que é claro a necessidade de se realizar exercícios físicos não só para hipertensos,pessoas sem nenhuma patologia também devem se exercitar Dentre os objetivos para a prescrição de exercícios pode-se citar a profilaxia, tratamento e reabilitação de doenças e deformidades, promoção de aptidão para as atividades da vida diária, o trabalho, o lazer e para o esporte, além de estímulo à estética corporal e ao bem-estar psicológico (SANTARÉM, 2012).
A esse respeito Kenney, Wilmore e Costill (2013) afirmam que: 
Os padrões de vida atualmente direcionaram o homem comum para uma existência cada vez mais sedentária. Mas os seres humanos foram “projetados e construídos” para o movimento. Do ponto de vista fisiológico, não nos adaptamos bem a esse estilo de vida inativo. Contudo, estudos determinaram com clareza que, para a maioria das pessoas, um estilo de vida ativo é importante para uma boa saúde (p.500).
	Durante o estudo ficou claro que o exercício aeróbico é presrito com a finalidade de controle da pressão arterial. Assim com os exercícios com pesos devem ser recomendados como complemento aos aeróbicos. 
	Portanto, devemos sempre procurar uma equipe ou um profissional capacitado para lidar com esse público (hipertenso), através de capacitações e preparo adequado os riscos são minimizados, pois dessa forma, o profissional irá conhecer os riscos e benefícios dos diferentes tipos de atividade, sabendo qual tipo de exercício físico utilizará para a prevenção e tratamento.
	
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Claudio et al. Hipertensão arterial sistêmica e atividade física. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 3, n. 4, p. 117-121, 1997. 
COELHO, Christianne de Faria; BURINI, Roberto Carlos. Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev. Nutr., Campinas, v. 22, n. 6, p. 937-946, nov./dez., 2009.
KENNEY, W. Larry; WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri, SP: Manole, 2013.
POLLOCK, Michael L.; WILMORE, Jack H. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. MEDSI Editora, 1993.
RAZO, Vagner; GREVE, Julia Maria D`Andrea; POLITO, Marcos Doederlein, Pollock: Fisiologia clínica do exercício. São Paulo: Manole, 2013.
SANTARÉM, José, Maria. Musculação em todas as idades. São Paulo: Manole, 2012.
VAISBERG, Mauro; MELLO, Marco Túlio de. Exercícios na saúde e na doença. Barueri: Editora Manole, 2010.