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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Unidade II
5 A METODOLOGIA DA PESQUISA
Caros alunos, entraremos agora no caminho prático da pesquisa, no planejamento das 
atividades, na busca da resposta ao objetivo da pesquisa. Como vimos, a metodologia corresponde 
à pergunta: Como tiramos o objetivo de pesquisa do papel? Como responder ao questionamento, 
nossa curiosidade da pesquisa? A resposta a essa indagação está inserida no conjunto de teorias 
e técnicas de construção e planejamento do método. Para facilitar a compreensão, comparamos 
a metodologia ao cérebro no corpo humano: esse órgão é responsável por organizar, captar e 
transmitir comandos para os outros órgãos, ou seja, é o líder – tem a função de planejar os detalhes 
da ação e da tarefa. Por exemplo, a ingestão de alimentos contaminados nos causa diversos 
problemas estomacais. Antes de sentir tal desconforto ou dor, o estômago recebe o alimento 
contaminado e imediatamente manda uma mensagem para o cérebro – “Não consigo fazer o 
meu trabalho”. Assim que recebe a informação, o cérebro tem de planejar (Como fazer isso?), 
escolhendo (Qual o método? Qual a melhor técnica?). Geralmente, a escolha do método são as 
dores, e a técnica é a intensidade – leve ou aguda. Assim que o cérebro escolhe os meios, devolve ao 
estômago os comandos, aguardando uma resposta externa. Esse exemplo simples explica a função 
da metodologia na pesquisa. Agora vamos atentar à parte teórica.
Minayo (2007) entende por metodologia:
O caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. 
Neste sentido, a metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias 
e está sempre referida a elas. Dizia Lênin (1965) que o “método é a alma 
da teoria” (p. 148), distinguindo a forma exterior com que muitas vezes 
é abordado, tal tema (como técnicas e instrumentos) do sentido generoso 
de pensar a metodologia como articulação entre conteúdo, pensamentos e 
existência (MINAYO, 2007, p. 16).
5.1 Delimitação da metodologia da pesquisa
Os procedimentos metodológicos respondem às perguntas:
• Como?
• Com quê?
• Onde?
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Unidade II
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A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o 
conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem 
executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os 
objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios 
de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de 
informação (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 85).
Segundo Ventura (2002, p. 76‑7), “são incontáveis e absolutamente diversas as classificações da 
metodologia que se podem encontrar na literatura especializada”.
A metodologia é responsável pela escolha do caminho estratégico e teórico do planejamento, 
entretanto não podemos reduzi‑la à mera descrição dos procedimentos (métodos e técnicas 
a serem adotados na pesquisa), pois é fruto da seleção teórica do pesquisador para abordar o 
objeto de estudo.
Método de pesquisa abrange procedimentos e técnicas aplicados para coleta de dados. Assim, não 
podemos confundir conteúdo (teoria) com procedimentos (métodos e técnicas) e metodologia. No 
entanto, embora não tenham o mesmo significado, teoria e método são dois termos inseparáveis, 
“devendo ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um objeto 
ou um problema de investigação” (MINAYO, 2007, p. 44). Para melhor compreensão, a autora define 
metodologia, de forma abrangente:
[...] a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do 
pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como 
a apresentação adequada e justificada dos métodos, das técnicas e 
dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas 
relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do 
pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de 
articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de 
qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas 
(MINAYO, 2007, p. 44).
Podemos definir metodologia como a parte vital da exploração do campo, composta por:
• escolha do grupo de pesquisa,
• estabelecimento dos critérios de amostragem,
• construção de estratégias de coleta de dados, por meio dos instrumentos e procedimentos que 
nortearão, posteriormente, a análise dos dados e, por fim, os resultados obtidos.
Vamos sistematizar em uma imagem como se percebe a estrutura do processo de uma pesquisa em 
suas fases de elaboração.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Abordagem
Qualitativa
Quantitativa
Quantiqualitativa
Procedimentos
Bibliogáfica
Documental
Levantamento
Método de 
procedimento
Histórico
Monográfico
Comparativo
Objetivos
Exploratória
Descritiva
Explicativa
Método de 
abordagem
Dedutivo
Indutivo
Hipotético‑
dedutivo
Instrumentos 
de coleta de 
dados
Questionário 
aberto, 
fechado ou 
misto
Formulários
Entrevistas
Autobiografia 
e biografia
Estudo de 
campo
Estudo de caso
Etnográfico
Estatístico
Histórico de 
vida Depoimento
Dialético
Pesquisa
Figura 10 – Representação do processo de elaboração de uma pesquisa
Para explicar essa figura consultamos Gil (2008). Uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode 
ser classificada da seguinte forma:
a) Exploratória: esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior 
familiaridade com o problema, com vistas a torná‑lo mais explícito. 
Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas 
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de 
pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
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b) Descritiva: tem como objetivo primordial a descrição das 
características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de 
suas características está na utilização de técnicas padronizadas de 
coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. 
Destacam‑se também na pesquisa descritiva aquelas que visam 
descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), 
como também a descrição de um processo numa organização, o estudo 
do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, 
atitudes e crenças de uma população, etc. Também são pesquisas 
descritivas aquelas que visam descobrir a existência de associações 
entre variáveis, [...] por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a 
relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.
c) Explicativa: a preocupação central é identificar os fatores que 
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. 
É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque 
explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo 
e delicado (GIL, 2008, p. 35‑6).
No que se refere aos procedimentos técnicos, segundo Gil (2008), uma pesquisa pode ser 
classificada da seguinte forma:
a) Bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, 
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é 
aconselhável que textos retirados da Internet constituam o arcabouço 
teórico do trabalho monográfico.
b) Documental: é muito parecida com a bibliográfica. A diferença está 
na natureza das fontes, pois esta forma vale‑se de materiais que 
não receberam ainda um tratamento analítico, ou queainda podem 
ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de 
analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, 
igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já 
foram processados, mas podem receber outras interpretações, como 
relatórios de empresas, tabelas etc.
c) Experimental: quando se determina um objeto de estudo, 
selecionam‑se as variáveis que seriam capazes de influenciá‑lo, 
definem‑se as formas de controle e de observação dos efeitos que a 
variável produz no objeto.
d) Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo 
comportamento se deseja conhecer. Procede‑se à solicitação 
de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do 
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, 
obterem‑se as conclusões correspondentes aos dados coletados. 
Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes 
do universo pesquisado, tem‑se um censo.
e) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade 
específica. É basicamente realizada por meio da observação direta 
das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes 
para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela 
realidade. (GIL 2008, p. 37‑8). Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa 
de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os 
critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas 
como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados 
os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.
f) Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um 
ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado 
conhecimento. Caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada 
em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, 
do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. 
Quando o estudo é intensivo podem até aparecer relações que de 
outra forma não seriam descobertas (FACHIN, 2001, p. 42).
g) Pesquisa‑ação: um tipo de pesquisa com base empírica que é 
concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com 
a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e 
participantes representativos da situação ou do problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, 
p.14 apud GIL, 2008)
Em relação ao método da pesquisa, segundo Garcia (1998, p. 44),
[...] representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), 
constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão 
e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado 
etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no 
planejamento da pesquisa (projeto).
Segundo Lakatos e Marconi (2010, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em:
Métodos de abordagem
a) Dedutivo: parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de 
fenômenos particulares.
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b) Indutivo: o estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para 
planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais 
particulares às leis e teorias mais gerais.
c) Hipotético‑dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna 
nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo 
processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos 
pela hipótese.
d) Dialético: que penetra o mundo dos fenômenos através de sua 
ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança 
dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Métodos de Procedimento
a) Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir 
na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, 
por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua 
natureza e função.
b) Monográfico: é um estudo sobre um tema específico ou particular de 
suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. 
Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em 
todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se 
destina.
c) Comparativo: consiste em investigar coisas ou fatos e explicá‑los 
segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o 
método comparativo aborda duas séries de natureza análoga 
tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de 
detectar o que é comum a ambos. Este método é de grande 
valia e sua aplicação se presta às diversas áreas das ciências, 
principalmente às Ciências Sociais. Esta utilização deve‑se pela 
possibilidade que o estudo oferece de trabalhar com grandes 
grupamentos humanos em universos populacionais diferentes e 
até distanciados pelo espaço geográfico.
d) Etnográfico: estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, 
cultura...
e) Estatístico: método que implica números, percentuais, análises 
estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa 
quantitativa.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Quando se trabalha com o método estatístico, alguns cuidados devem ser tomados. Fachin (2001, p. 
46), esclarece que:
este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados 
na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de 
certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de 
correlação entre dois ou mais fenômenos. Para o emprego desse método, 
necessariamente o pesquisador deve ter conhecimentos das noções básicas 
de estatística e saber como aplicá‑las. O método estatístico se relaciona com 
dois termos principais: população e universo.
 Lembrete
Se a pesquisa for de campo e/ou envolver o método estatístico, o tipo 
de amostragem também precisará ser explicado.
 Observação
Universo é o conjunto de fenômenos, todos os fatos apresentando uma 
característica comum, e população como um conjunto de números obtidos, 
medindo‑se ou contando‑se certos atributos dos fenômenos ou fatos que 
compõem um universo.
5.2 O campo da pesquisa e o trabalho de campo
Trataremos agora do campo da pesquisa e do trabalho de campo. A respeito desse assunto, leia o 
texto que segue, da autoria de Minayo (2007):
Vários são os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo inviabilizar essa etapa da 
pesquisa. Sobre isso, faremos algumas considerações. Em primeiro lugar, devemos buscar 
uma aproximação com as pessoas da área selecionada para o estudo. Essa aproximação 
pode ser facilitada através do conhecimento de moradores ou daqueles que mantêm sólidos 
laços de intercâmbio com os sujeitos a serem estudados. De preferência, deve ser uma 
aproximação gradual, onde cada dia de trabalho seja refletido e avaliado, com base nos 
objetivos preestabelecidos. É fundamental consolidarmos uma relação de respeito efetivo 
pelas pessoas e pelas suas manifestações no interior da comunidade pesquisada.
Em segundo lugar, destacamos como importante a apresentação da proposta de 
estudo aos grupos envolvidos. Trata‑se de estabelecermos uma situação de troca. Os grupos 
devem ser esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e as possíveis repercussões 
favoráveis advindas do processo investigativo. É preciso termos em mente que a busca 
das informações que pretendemos obter está inserida num jogo cooperativo, onde cada 
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momento é uma conquista baseada no diálogo e que foge à obrigatoriedade.Com isso, 
queremos afirmar que os grupos envolvidos não são obrigados a uma colaboração sob 
pressão. Se o procedimento se dá [...] dessa forma, trata‑se de um processo de coerção que 
não permite [...] uma efetiva interação.
[...]
Por último, somos da opinião que a opção pelo trabalho de campo pressupõe um 
cuidado teórico‑metodológico com a temática a ser explorada, considerando que o 
mesmo não se explica por si só. [...] Assim, sublinhamos a ideia de que a teoria informa o 
significado dinâmico daquilo que ocorre e que buscamos captar no espaço em estudo.
Fonte: Minayo (2007, p. 54).
Exemplo de aplicação
1. Escolha um campo de pesquisa, como: hospital, centro de saúde, centro de referencia de assistência 
social (Cras) ou instituição. Fique nesse espaço por 30 minutos e observe a estrutura física, bem 
como a movimentação das pessoas e dos profissionais. Anote todos os detalhes, depois leia com 
calma e atenção. Separe as curiosidades e as indagações que surgirem da leitura. Monte um 
problema de pesquisa sobre essas questões da sua observação.
5.3 Abordagem da pesquisa
A pesquisa é a atividade da ciência que possibilita uma aproximação e uma compreensão da realidade 
a investigar, sendo esse um processo permanentemente inacabado.
Processa‑se por meio de aproximações sucessivas da realidade, 
fornecendo‑nos subsídios para uma intervenção no real. A pesquisa 
científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado 
com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos 
científicos. Lehfeld (1991) refere‑se à pesquisa como sendo a inquisição, 
o procedimento sistemático e intensivo, que tem por objetivo descobrir e 
interpretar os fatos que estão inseridos em uma determinada realidade 
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 31).
A pesquisa engloba dois grupos distintos de abordagens metodológicas, classificadas em quantitativas 
e qualitativas.
5.3.1 Pesquisa quantitativa
O método de pesquisa quantitativa é utilizado para medir opiniões, reações, sensações, hábitos, 
atitudes, quantidades, entre outros. Todos determinados previamente por um universo (público‑alvo), 
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composto de amostras predefinidas, com a função de representar de forma estatística os resultados 
coletados, sendo estes comprovados cientificamente.
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa 
quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são 
grandes e consideradas representativas da população, os resultados são 
tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população‑alvo 
da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada 
pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com 
base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos 
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem 
matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações 
entre variáveis etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e [da] 
quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir 
isoladamente (FONSECA, 2002, p. 20).
A pesquisa quantitativa é reconhecida como pesquisa científica (pesquisa fria), porque prevê a 
mensuração dos dados (mediante números), obtendo resultados palpáveis, fidedignos, concretos, 
comprovados e incontestáveis aos olhos da ciência.
A ciência tem como objetivo fundamental checar a veracidade dos fatos. Nesse sentido, não se 
distingue de outras formas de conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico distinto 
dos demais é ter como característica fundamental sua veracidade.
Para compreender melhor esse método de pesquisa, a figura a seguir demonstra o procedimento 
geral aplicado na pesquisa quantitativa.
Amostra
Discussão 
dos 
resultados
Planejamento 
do 
questionário
Coleta 
de dados
Estudo 
do 
campo
Análise 
estatística
Figura 11 – Sequência de procedimentos da pesquisa quantitativa
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Para a pesquisa quantitativa, a amostra (delimitação da quantidade a ser pesquisada) é parte 
fundamental da circularidade, tanto para nortear a coleta de dados quanto na análise dos resultados. 
Para isso, torna‑se necessário o pesquisador selecionar os tipos de amostragem para utilizar.
Entende‑se por amostragem:
[...] técnica utilizada quando o universo é muito grande ou é impossível 
contatar a totalidade dos elementos que [a] compõem. A operacionalização 
da população a ser estudada se baseia em alguns critérios que procuram 
minimizar as possibilidades de erro (CHIZZOTTI, 2010, p. 44).
As amostras podem ser classificadas em duas categorias principais: probabilísticas e não probabilísticas.
5.3.1.1 Amostras probabilísticas
A amostragem será probabilística se todos os elementos da população (universo) tiverem probabilidade 
conhecida, ou seja, determinamos e conhecemos nosso universo (público‑alvo) a ser pesquisado, e ele 
é fechado (finito).
A amostragem probabilística implica um sorteio com regras bem‑determinadas, cuja realização só 
será possível se a população for finita e totalmente acessível.
As amostras probabilísticas mais usadas são:
• aleatórias simples: quando procuramos garantir a mesma possibilidade de compor a amostra 
para cada um dos componentes do universo. Fazemos uso de sorteios, com numeração prévia de 
cada elemento componente do universo. Exemplo: no sorteio lotérico, cada um tem a mesma 
chance de ganhar.
• sistemáticas: usadas quando os elementos da população se apresentam ordenados e a retirada 
dos elementos da amostra é feita periodicamente. Por exemplo: queremos ter uma amostra 
de 30% que serão pesquisados em dez em dez. Separamos a totalidade e depois sorteamos as 
primeiras dez, e assim sucessivamente.
• estratificadas: usadas quando a totalidade das pessoas pode ser subdividida em subgrupos ou 
estratos, como faixa etária, renda, religião, profissão, escolaridade ou outros critérios, determinados 
pelo pesquisador. Posteriormente, fazemos um sorteio de uma quantidade de elementos de cada 
estrato que compõe a amostra final, conservando a mesma proporção de pesquisados de cada 
conjunto participante da totalidade.
5.3.1.2 Amostragem não probabilística
As amostras não probabilísticas são mais usadas em pesquisas qualitativas e têm por objetivo em 
captar a diversidade do universo.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
As amostras não probabilísticas podem ser:
• intencionais: quando desejamos, por exemplo, obter a opinião ou conhecer a situação de 
determinadas pessoas ou serviços, por sua especificidade e não representatividade do universo. 
Cabe ao pesquisador escolher os elementos para pertencer à amostra, por julgar representativos. 
O perigo desse tipo de amostragem é obviamente grande, pois o pesquisador pode facilmente se 
equivocar em seu prejulgamento, desprezando elementos importantes.
• típicas: selecionamos para a pesquisa os casos típicos – mais relevantes, que tenham as características 
do universo. Isso exige de nós um razoável conhecimento prévio do problema e do universo.
• cotas: considerando‑se as características dos integrantes do universo, constrói‑se uma maquete, 
um esboço ou um desenho que o represente, com a presença de todos os elementos na amostra, 
na mesma proporção em que aparecem no universo.
A pesquisa quantitativa apoia‑se em instrumentos de coleta de dados adequados aos seus fins de 
mensuração/quantificação,tendo como principais instrumentos:
• questionário fechado (abordaremos no item 6.9 – Coleta de dados);
• entrevista dirigida ou estruturada.
Exemplo de aplicação
1. Formule problemas de pesquisa e identifique o tipo de amostragem mais adequado para sua 
investigação.
2. Procure exemplos em jornais, revistas, livros, documentos e pesquisas. Identifique o tipo de 
amostragem trabalhada no resultado.
5.3.2 Pesquisa qualitativa
A pesquisa qualitativa trabalha com um universo que não pode ser mensurado/quantificado, ou 
seja, estuda o empirismo, a subjetividade, os fenômenos e processos e as relações humanas, elementos 
impossíveis de representar por números.
Os pesquisadores que seguem essa abordagem recusam a posição do caráter da cientificidade em 
ter um único modelo de pesquisa para todas as disciplinas, pois, seguindo esse parâmetro, a área de 
Ciências Sociais perderia sua especificidade e seu campo de pesquisa, uma vez que seu trabalho é 
embasado pela compreensão dos fenômenos sociais, de que todos fazemos parte. “Os pesquisadores 
qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador 
não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa” 
(GOLDENBERG, 1997, p. 34).
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Ao contrário da posição positivista, os pesquisadores são parte do estudo, uma vez que interagem e 
estão inseridos no corpo da sociedade.
Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o 
porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam 
os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois 
os dados analisados são não métricos (suscitados e de interação) e se 
valem de diferentes abordagens. Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao 
mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da 
pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é parcial e limitado 
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 32).
O autor Chizzotti (2010) entende que:
O pesquisador é parte fundamental da pesquisa qualitativa. Ele deve, 
preliminarmente, despojar‑se de preconceitos, predisposições para assumir 
uma atitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar 
explicações nem conduzir‑se pelas aparências imediatas [...] dos fenômenos 
(CHIZZOTTI, 2010, p. 83).
Para complementar, conforme Minayo (2000):
[...] existe uma identidade entre sujeito e objeto. A pesquisa nessa área lida 
com seres humanos que, por razões culturais, de classe, de faixa etária, ou por 
qualquer outro motivo, têm substrato comum de identidade com o investigado, 
tornando‑os solidariamente imbricados e comprometidos, como lembra Lévi 
Strauss (1975): “Numa ciência, onde o observador é da mesma natureza que o 
objeto, o observador, ele mesmo é parte de sua observação (MINAYO, 2000, p. 14).
A pesquisa qualitativa preocupa‑se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser 
quantificados, centrando‑se na compreensão e na explicação da dinâmica das relações sociais. Para 
Minayo (2007), a pesquisa qualitativa:
[...] trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, 
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das 
relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à 
operacionalização de variáveis (MINAYO, 2007, p. 14).
A pesquisa qualitativa tem suas características na objetivação do fenômeno; na realidade, na rotina, 
na hierarquização das ações decorrentes do ato de descrever, compreender, explicar, na observância 
das diferenças entre o mundo social e o mundo natural, fundamentado na teoria e nos dados empíricos.
É necessário afirmar que o objeto das Ciências Sociais é essencialmente 
qualitativo. A realidade social é o próprio dinamismo da vida individual e coletiva 
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com toda a riqueza de significados dela transbordante. Essa mesma realidade 
é mais rica que qualquer teoria, qualquer pensamento e qualquer discurso que 
possamos elaborar sobre ela. Portanto, os códigos das ciências que por sua natureza 
são sempre referidos e recortados são incapazes de a conter. As Ciências Sociais, 
no entanto, possuem instrumentos e teorias capazes de fazer uma aproximação 
da suntuosidade que é a vida dos seres humanos em sociedade, ainda que de 
forma incompleta, imperfeita e insatisfatória. Para isso, ela aborda o conjunto de 
expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos, nos sujeitos, nos 
significados e nas representações (MINAYO, 2007, p. 15).
Cabe lembrar que o Serviço Social está inserido nas Ciências Sociais Aplicadas, como uma especialidade do 
campo social, portanto entender e compreender a pesquisa qualitativa torna‑se obrigatório para o exercício 
e o aprimoramento da prática profissional. Entender o conhecimento a respeito dos fenômenos sociais e 
participar dele é parte estruturante das profissões que atuam direta e indiretamente com o campo social.
Na pesquisa qualitativa, todas as pessoas que participam da pesquisa 
são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimento prático de 
senso comum e representação relativamente elaborada que formam uma 
concepção de vida e orientam as suas ações individuais. Isto não significa 
que a vivência diária, a experiência cotidiana e os conhecimentos práticos 
reflitam um conhecimento crítico que relacione esses sabores particulares 
com a totalidade, as experiências individuais como contexto geral da 
sociedade (CHIZZOTTI, 2010, p. 83).
Cabe lembrar ao pesquisador os riscos a que está sujeito em seu papel, tais como:
• a reflexão exaustiva acerca das notas de campo pode representar uma tentativa de dar conta da 
totalidade do objeto estudado, além de controlar a influência do observador sobre o objeto de estudo;
• a falta de detalhes sobre os processos por meio dos quais as conclusões foram alcançadas;
• a sensação de dominar profundamente seu objeto de estudo;
• o envolvimento do pesquisador com a situação pesquisada, impondo sua opinião e seus valores, 
tanto no ato da coleta quanto na interpretação dos dados.
Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos, principalmente na 
etapa exploratória de campo ou nas fases em que esses dados podem mostrar uma relação mais extensa 
entre fenômenos particulares.
A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a 
descoberta de fenômenos latentes, tais como a observação participante, 
história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não diretiva etc., 
que reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, 
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se baseia na racionalidade comunicacional. Observando a vida cotidiana em 
seu contexto ecológico, ouvindo as narrativas, lembranças e biografias, e 
analisando documentos, obtém‑se um volume qualitativo de dados originais 
e relevantes, não filtrados por conceitos operacionais, nem por índices 
quantitativos. A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas 
técnicas não deve construir um modelo único, exclusivo e estandardizado. A 
pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva do pesquisador, 
sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia 
adequada ao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as 
pessoas que participam da investigação. O pesquisador deverá, porém, expor 
e validar os meios e técnicas adotadas, demonstrando a cientificidade dos 
dados colhidos e dosconhecimentos produzidos (CHIZZOTTI, 2010, p. 85).
 Observação
A pesquisa qualitativa é um campo pensável para se apreender os 
vínculos entre as pessoas, os objetos e seus significados, tendo como 
resultado um trabalho coletivo, gestado nas dimensões micro e macro.
Exemplo de aplicação
O texto proposto trata da apresentação dos resultados de uma pesquisa quantitativa, entretanto o 
objeto em estudo é qualitativo. Leia com atenção:
Cerca de três mil meninos e meninas com até cinco anos de idade, que vivem em sessenta comunidades 
quilombolas em 22 Estados brasileiros, foram pesados e medidos. O objetivo era conhecer a situação nutricional 
dessas crianças. [...] De acordo com o estudo, 11,6% dos meninos e meninas que vivem nessas comunidades 
estão mais baixos do que deveriam, considerando‑se a sua idade, índice que mede a desnutrição. No Brasil, 
estima‑se uma população de 2 milhões de quilombolas. A escolaridade materna influencia diretamente o 
índice de desnutrição. Segundo a pesquisa, 8,8% dos filhos de mães com mais de quatro anos de estudo estão 
desnutridos. Esse indicador sobe para 13,7% entre as crianças de mães com escolaridade menor que quatro 
anos. A condição econômica também é determinante. Entre as crianças que vivem em famílias da classe E 
(57,5% das avaliadas), a desnutrição chega a 15,6%; e cai para 5,6% no grupo que vive na classe D, na qual 
estão 33,4% do total das pesquisadas. Os resultados serão incorporados à política de nutrição do País. “O 
Ministério de Desenvolvimento Social prevê ainda um estudo semelhante para as crianças indígenas.
Fonte: Bavaresco (2007, p. 4).
Considerando o texto que você acabou de ler, faça o que se pede:
1. Descreva o objeto de estudo de cunho qualitativo presente no texto.
2. Elabore um problema de pesquisa sobre o objeto de estudo qualitativo que você identificou.
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5.3.3 Comparações entre as abordagens: quantitativa e qualitativa
Embora uma linha de pesquisa vise ao estudo das relações, dos fenômenos sociais, e a outra seja 
puramente quantificável, fria, ambas se complementam, possibilitando, assim, um estudo aprofundando 
da realidade estudada. Vejamos, a seguir, uma comparação entre as duas abordagens.
Quadro 2 – Diferenciação entre pesquisa quantitativa e 
pesquisa qualitativa quanto aos aspectos
Aspecto Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa
Enfoque na interpretação do objeto Menor Maior
Importância do contexto do objeto pesquisado Menor Maior
Proximidade do pesquisador em relação aos 
fenômenos estudados Menor Maior
Alcance do estudo no tempo Instantâneo Intervalo maior
Quantidade de fontes de dados Uma Várias
Ponto de vista do pesquisador Externo à organização Interno à organização
Quadro teórico e hipóteses Definidas rigorosamente Menos estruturadas
Fonte: Fonseca (2002, p. 34).
A pesquisa quantitativa, que tem suas origens no pensamento positivista lógico, tende a enfatizar 
o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e as características mensuráveis da experiência humana. 
Por outro lado, a pesquisa qualitativa tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais 
da experiência humana, para apreender a totalidade no contexto daqueles que estão vivenciando o 
fenômeno (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004, p. 201).
O Quadro 3 apresenta uma comparação entre o método quantitativo e o qualitativo.
Quadro 3 – Diferenciação entre pesquisa quantitativa e 
pesquisa qualitativa quanto ao método
Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa
Focaliza uma quantidade pequena de conceitos. Tenta compreender a totalidade do fenômeno, mais que focalizar conceitos específicos.
Inicia‑se com ideias preconcebidas sobre o modo pelo 
qual os conceitos estão relacionados. 
Possui poucas ideias preconcebidas e salienta a 
importância das interpretações dos eventos, mais do que 
a interpretação do pesquisador.
Utiliza procedimentos estruturados e instrumentos 
formais para coleta de dados. Coleta dados sem instrumentos formais e estruturados.
Coleta os dados mediante condições de controle. Não tenta controlar o contexto da pesquisa, e sim captar o contexto na totalidade.
Enfatiza a objetividade na coleta e na análise dos 
dados.
Enfatiza o subjetivo como meio de compreender e 
interpretar as experiências.
Analisa os dados numéricos por meio de 
procedimentos estatísticos.
Analisa as informações narradas, de uma forma 
organizada, mas intuitiva.
Fonte: elaborado a partir de Polit, Beck e Hungler (2004).
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Vejamos a seguir como se realiza a coleta de dados em cada uma dessas abordagens:
Quadro 4 – Pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa 
e suas diferenças quanto ao método
Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa
Predomínio de questões fechadas Questões abertas e exploratórias 
Amostra grande Amostra pequena 
Análise estatística, a partir de 
informações rigorosas e científicas Análise subjetiva e interpretativa
Pesquisa descritiva ou casual Pesquisa exploratória 
Resultados quantificáveis condensados 
em tabelas e gráficos 
Resultado da linha de conduta (opiniões, 
atitudes e expectativas) 
Caráter objetivo Caráter subjetivo 
Mensuração Interpretação 
Uma realidade Múltiplas realidades 
Sistema mecanicista Sistema organicista 
Utiliza instrumentos específicos 
(exemplo: questionário) 
Utiliza a comunicação e a observação 
(exemplo: entrevista) 
Raciocínio lógico e dedutivo Raciocínio dialético e indutivo 
Trabalha com generalizações Trabalha com particularidades 
Fonte: Lakatos; Marconi (2010)
Como visto até aqui, tanto a pesquisa quantitativa quanto a qualitativa apresentam diferenças, com 
pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos fortes de uma complementam as fraquezas da outra, o 
que é fundamental para o desenvolvimento da ciência.
 Observação
Cria‑se uma relação de respeito e diálogo entre pesquisador e pesquisado, 
em que este pensa a respeito do problema de pesquisa, principalmente ao 
descrever sua experiência, visando à sua contribuição para o estudo.
Exemplo de aplicação
Leia o texto:
O autismo é considerado atualmente como uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas 
em consequência de um distúrbio de desenvolvimento, sendo caracterizado por déficit na interação 
social visualizado pela inabilidade em relacionar‑se com o outro, usualmente combinado com déficits 
de linguagem e alterações de comportamento. No DSM‑IV2 é relatado como quadro iniciado antes 
dos três anos de idade, com prevalência de quatro a cinco crianças em cada 10 mil, com predomínio 
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maior em indivíduos do sexo masculino (3:1 ou 4:1) e decorrente de vasta gama de condições pré, peri 
e pós‑natais.
Fonte: Sprovieri; Assumpção Junior (2001, p. 230).
1. Pesquise na biblioteca ou na internet dados estatísticos sobre a questão do autista e sua família.
2. Pesquise dados qualitativos sobre a dinâmica familiar com a criança autista.
3. Junte as duas pesquisas e, com o olhar de um estudioso do Serviço Social, analise os dados sobre 
a dinâmica da família com a criança autista.
 Observação
O pesquisador é um descobridor de significados e relações presentes nas 
estruturas sociais e nas singularidades dos sujeitos. Não é mero captador 
de dados, mas parte fundamental para a compreensão do estudo. Necessita 
familiarizar‑se com o fenômeno em questão e a dinâmica do campo, além 
de estabelecer uma relaçãocom o pesquisado, mantendo uma conduta 
ética, de respeito à diversidade.
5.4 Tipos de pesquisa
5.4.1 Pesquisa exploratória
Tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas à formulação 
de problemas mais precisos ou hipóteses. Esse tipo de pesquisa é o que apresenta menor rigidez no planejamento.
A maioria dessas pesquisas envolve:
• levantamentos bibliográfico e documental;
• entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado;
• estudo de caso;
• análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Amostragem e coleta de dados quantitativos não são muito utilizadas nesse tipo de pesquisa.
Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar 
visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este 
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tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é 
pouco explorado e torna‑se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e 
operacionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a 
primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema escolhido é 
bastante genérico, tornam‑se necessários seu esclarecimento e delimitação, 
o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros 
procedimentos. O produto final deste processo passa a ser um problema 
mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais 
sistematizados (GIL, 2008, p. 45).
5.4.2 Pesquisa descritiva
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou 
fenômeno, ou ainda o estabelecimento de relações entre variáveis.
A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. 
São exemplos de pesquisa descritiva:
• estudos de caso;
• análise documental;
• ex‑post‑facto: esse tipo de pesquisa está no campo experimental, abrangendo casos em 
que o fato e/ou fenômeno já ocorreu sem o controle do pesquisador; apenas são descritos 
os fatos ocorridos, com o intuito de transmitir o entendimento e a explicação do evento 
em estudo.
Dentre as pesquisas descritivas salientam‑se aquelas que têm por objetivo 
estudar as características de um grupo, sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. 
Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem estudar o nível de 
entendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de 
habitação [...], o índice de criminalidade que aí se registra etc. São incluídas 
neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, 
atitudes e crenças de uma população. Também são pesquisas descritivas 
aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, 
como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre 
preferência político‑partidária e nível de rendimento ou de escolaridade 
(GIL, 2008, p. 45).
As pesquisas descritivas e exploratórias são as mais utilizadas pelos pesquisadores sociais preocupados 
com a prática, além de serem as mais solicitadas por organizações, instituições, empresas públicas e 
privadas, entre outras.
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5.4.3 Pesquisa explicativa
Esse tipo de pesquisa se preocupa em identificar os fatores que determinam a ocorrência dos 
fenômenos ou que contribuem para tal. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento 
da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Esse tipo de pesquisa é complexo e delicado, 
porque o risco de cometer erros é concreto e considerável.
Pode‑se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados 
oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém, que as 
pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, porque quase 
sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter 
explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação 
de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam 
um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado 
(GIL, 2008, 46).
Exemplo de aplicação
1. Levante temas de ordem prática para a realização de pesquisas sobre: religiosidade, agressividade, 
preconceito, discriminação, mídia, entre outros.
2. Analise vários relatórios de pesquisa e classifique‑as em exploratórias, descritivas ou explicativas.
6 PROCEDIMENTOS PARA A PESQUISA
De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento 
da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado. Ela se processa por 
meio de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no 
real.
Para se desenvolver uma pesquisa, é indispensável selecionar o método de pesquisa a utilizar.
De acordo com as características da pesquisa, poderão ser escolhidas diferentes modalidades de 
pesquisa, sendo possível aliar o qualitativo ao quantitativo.
6.1 Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, com base em materiais escritos/gravados, 
mecânica ou eletronicamente, abrange toda a bibliografia já tornada pública (toda a parte 
teórica e aberta à população) e relacionada ao tema de estudo, com informações elaboradas e 
publicadas como:
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Quadro 5
Publicações bibliográficas Publicações periódicas Publicações por meio de comunicação oral
Livros Boletins Rádio
Monografias Jornais Gravações em fita magnética e audiovisuais
Teses Revistas Filmes
Anais de apresentação de trabalhos 
em seminários, congressos ou 
oficinas
Panfletos Programas de televisão
Dicionários Relatórios de simpósios/seminários Páginas de websites
Enciclopédias
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas 
já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos 
científicos, páginas de websites. Qualquer trabalho científico inicia‑se com uma 
pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou 
sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente 
na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o 
objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a 
respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Para o autor Gil (2008, p. 44), “os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações 
sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema”.
A autora Minayo (2007, p. 32) destaca que a fase exploratória se alicerça em muitos esforços quanto 
à pesquisa bibliográfica, que deve ser:
• disciplinada, crítica e ampla:
— disciplinada: porque devemos ter uma prática sistemática – os 
fichamentos são um bom procedimento;
— crítica: porque devemos estabelecer um diálogo reflexivo entre a 
teoria e o objeto de investigação por nós escolhido;
— ampla: porque deve dar conta do ‘’estado’’ do conhecimento atual 
sobre o problema;
• de articulação criativa, seja na determinação do objeto de pesquisa, 
seja na aplicação de conceitos;
• de humildade, ou seja, reconhecendo que todo conhecimento 
científico tem sempre um caráter:
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— aproximado: isto é, se faz semprea partir de outros conhecimentos 
sobre os quais se questiona, se aprofunda ou se critica;
— provisório: porque a realidade não é estática, mas mutante, ou 
seja, todos os dias surgem conceitos teóricos e conhecimentos 
novos;
— inacessível em relação à totalidade do objeto: isto é, as ideias 
ou explicações que fazemos da realidade estudada são sempre mais 
imprecisas do que a própria realidade;
— vinculado à vida real: a rigor, um problema intelectual surge a 
partir de sua existência na vida real, e não “espontaneamente” 
(MINAYO, 2007, p. 32‑3).
No que se refere a facilitar a organização dos dados, o autor Gil (2008) complementa que é preciso 
atentar para:
a) Exploração das fontes bibliográficas: estas fontes são livros, revistas 
científicas, boletins, teses, relatórios de pesquisa etc. O procedimento 
mais adequado para se conhecer o universo de publicações acerca 
de um assunto é a consulta a bibliotecas especializadas, com o 
manuseio de fichários que estas possuem. Também podem ser obtidas 
importantes informações sobre fontes bibliográficas mediante a 
consulta a especialistas na área. Por fim, os bons livros, artigos 
científicos e teses também podem oferecer ajuda neste sentido, visto 
que geralmente indicam as obras consultadas para sua elaboração.
b) Leitura do material: após a localização das fontes bibliográficas, 
passa‑se à sua leitura, que não deverá ser exaustiva; antes, deverá 
ter um caráter seletivo que possibilite reter o essencial para o 
desenvolvimento da pesquisa.
c) Elaboração das fichas: os aspectos mais importantes das fontes 
bibliográficas que puderem interessar na pesquisa devem ser 
reproduzidos em fichas. Estas poderão conter o resumo de parágrafos, 
capítulos ou de toda a obra.
d) Ordenação e análise das fichas: as fichas devem ser ordenadas 
segundo o seu conteúdo. A seguir, procede‑se à análise dos dados 
contidos, cuidando‑se da avaliação da sua confiabilidade.
e) Conclusões: a partir da análise dos dados, chega‑se às conclusões. 
Para que estas sejam significativas, o pesquisador deverá estar atento 
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aos objetivos definidos no início da investigação. Deverá, ainda, cuidar 
para que as conclusões derivem naturalmente dos dados, sem que 
sejam influenciadas por suas posições pessoais diante do problema 
(destaque nosso) (GIL, 2008, p. 72).
Exemplo de aplicação
1. Pesquise três autores do Serviço Social que conceituem Questão Social;
2. De posse dessas definições, dialogue com os autores, levantando as características e as divergências 
na teorização da Questão Social.
6.2 Pesquisa documental
A pesquisa documental utiliza como fontes de coleta de dados apenas documentos, escritos ou não, 
constituindo o que se denomina de fontes primárias.
A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, 
não sendo fácil, por vezes, distingui‑las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes 
constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e 
artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre 
a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: 
tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, 
filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de 
programas de televisão etc. (FONSECA, 2002, p. 32).
São fontes de coleta de dados:
• tabelas estatísticas;
• relatórios;
• documentos informativos;
• fotografias;
• correspondências;
• prontuários;
• relatos escritos;
• testemunhos escritos;
• depoimentos escritos;
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São todos os documentos não publicados – abertos – de fonte escrita. Esses documentos de estudo 
necessitam de organização, análise e, posteriormente, publicação.
Exemplo de aplicação
1. Procure em jornais e revistas diferentes, assuntos relacionados a violência urbana. Separe as 
características parecidas e compare os relatos.
6.3 Pesquisa de laboratório
A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação que analisa e descreve o que será ou 
ocorrerá em situações controladas – é exata.
Acontece por meio da interferência artificial na produção do fato ou fenômeno, já que os mecanismos 
naturais de observação são insuficientes para a acuidade.
 Observação
Esse tipo de pesquisa é pouco usado pela área de Serviço Social.
6.4 Pesquisa de levantamento
Fonseca (2002) aponta o uso desse tipo de pesquisa em estudos exploratórios e descritivos. Pode ser 
de dois tipos:
• levantamento de uma amostra;
• levantamento de uma população (também designado censo).
Fonseca (2002) ainda esclarece:
O censo populacional constitui a única fonte de informação sobre 
a situação de vida da população nos municípios e localidades. Os 
censos produzem informações imprescindíveis para a definição de 
políticas públicas estaduais e municipais e para a tomada de decisões 
de investimentos, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de 
qualquer nível de governo. Foram recenseados todos os moradores em 
domicílios particulares (permanentes e improvisados) e coletivos, na data 
de referência. Através de pesquisas mensais do comércio, da indústria e 
da agricultura, é possível recolher informações sobre o seu desempenho. 
A coleta de dados realiza‑se em ambos os casos através de questionários 
ou entrevistas (FONSECA, 2002, p. 33).
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Entre as vantagens dos levantamentos, temos o conhecimento direto da realidade, a economia, 
a rapidez e a obtenção de dados agrupados em tabelas que conferem riqueza à análise estatística. O 
levantamento ocorre da seguinte forma:
• coleta dos dados diretamente no grupo;
• seleção da amostra;
• aplicação de questionários;
• aplicação de entrevistas;
• gráficos/tabulação;
• análise de dados estatísticos.
Esse tipo de pesquisa é muito usado com a abordagem quantitativa, pois possibilita a mensuração 
do objeto de estudo. O autor Gil (2008, p. 52) complementa: “Os estudos descritivos são os que mais se 
adéquam aos levantamentos. Exemplos são os estudos de opiniões e atitudes”.
O autor destaca as vantagens de utilizar‑se desse tipo de pesquisa:
a) Conhecimento direto da realidade. À medida que as próprias 
pessoas informam acerca de seu comportamento, crenças e opiniões, 
a investigação torna‑se mais livre de interpretações calcadas no 
subjetivismo dos pesquisadores.
b) Economia e rapidez. Desde que se tenha uma equipe de 
entrevistadores, codificadores e tabuladores devidamente treinados, 
torna‑se possível a obtenção de grande quantidade de dados em 
curto espaço de tempo. Por outro lado, quando os dados são obtidos 
mediante questionários, os custos tornam‑se relativamente baixos.
c) Quantificação. Os dados obtidos mediante levantamentos podem ser 
agrupados em tabelas, possibilitando a sua análise estatística. As variáveis 
em estudo podem ser codificadas, permitindo o uso de correlações e 
outros procedimentos estatísticos. À medida que os levantamentos se 
valem de amostras probabilísticas, torna‑se possível até mesmo conhecer 
a margem de erro dos resultados obtidos (GIL, 2008, p. 77).
Cita também as desvantagens:
a) Ênfase nos aspectos perceptivos. Os levantamentos recolhem dados 
referentes à percepção que as pessoas têm acerca de si mesmas. Ora, 
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a percepção é subjetiva, o que pode resultar em dados distorcidos. 
Há muita diferença entre o que as pessoas fazem ou sentem e o 
que elas dizem a esse respeito. É possível, em primeiro lugar, omitir 
as perguntas que sabidamente a maioria das pessoas não sabe ou 
não quer responder. Também se pode, mediante perguntas indiretas, 
controlar as respostas dadas pelo informante. Todavia, estes recursos, 
em muitos dos casos, são insuficientes para sanar os problemas 
considerados.
b) Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos 
sociais. Mediante levantamentos é possível a obtenção de grande 
quantidade de dados a respeito dos indivíduos. Como, porém, 
os fenômenos sociais são determinados, sobretudo por fatores 
interpessoais e institucionais, os levantamentos mostram‑se pouco 
adequados para a investigação profunda desses fenômenos.
c) Limitada apreensão do processo de mudança. O levantamento, de 
modo geral, proporciona uma visão estática do fenômeno estudado. 
Oferece, por assim dizer, uma espécie de fotografia de determinado 
problema, mas não indica suas tendências à variação e muito menos 
as possíveis mudanças estruturais. Como tentativa de superação 
dessas limitações, vêm sendo desenvolvidos com frequência crescente 
os levantamentos do tipo painel, que consistem na coleta de dados da 
mesma amostra ao longo do tempo. Muitas informações importantes 
têm sido obtidas mediante esses procedimentos, particularmente 
em estudo sobre o nível de renda e desemprego. Entretanto, os 
levantamentos do tipo painel apresentam séria limitação, que é 
a progressiva redução da amostra por causas diversas, tais como 
mudança de residência e fadiga dos respondentes (GIL, 2008, p. 77‑8).
Ponderando as vantagens e desvantagens expostas, podemos dizer que os levantamentos são muito 
mais adequados aos estudos descritivos do que às pesquisas explicativas (GIL, 2008).
6.5 Pesquisa de campo
Pesquisa de campo é aquela em que ocorre relação com o sujeito (entrevistado), com o objetivo 
de colher informações e/ou conhecimentos acerca do problema estudado. Entende‑se campo como o 
espaço em que acontecem os fatos ou fenômenos (lugar natural). Com base em Minayo (2007),
Concebemos campo de pesquisa como o recorte que o pesquisador faz em 
termos de espaço, representando uma realidade empírica a ser estudada a 
partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da investigação. 
A título de exemplo, podemos citar, entre outros, o seguinte recorte: o estudo 
da percepção das condições de vida dos moradores de um determinado 
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bairro ou de uma favela. Para esse estudo, a favela ou bairro escolhido 
corresponde a um campo empiricamente determinado.
Além do recorte especial, em se tratando de pesquisa social, o lugar 
primordial é o ocupado pelas pessoas e grupos convivendo numa dinâmica 
de interação social.
Essas pessoas e esses grupos são sujeitos de uma determinada história a ser 
investigada, sendo necessária uma construção teórica para transformá‑los 
em objetos de estudo. Partindo da construção teórica do objeto de estudo, 
o campo torna‑se um palco de manifestações de intersubjetividade e 
interações entre pesquisador e grupos estudados, propiciando a criação de 
novos conhecimentos (MINAYO, 2007, p. 53).
6.6 Estudo de caso
O estudo de caso é uma pesquisa exploratória utilizada para a análise de situações concretas, nas suas 
particularidades. Seu uso é indicado para investigar a trajetória de vida de um indivíduo, como também 
a natureza de uma instituição ou organização, nos seus aspectos sociais, culturais, educacionais, dentre 
outros.
O estudo de caso requer uma seleção de objeto de estudo restrito, exigindo do pesquisador equilíbrio 
intelectual e capacidade de observação, por serem fatos ou fenômenos isolados.
O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma 
diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso 
particular ou de vários casos, a fim de organizar um relatório ordenado 
e crítico de uma experiência, ou avaliá‑la analiticamente, objetivando 
tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora. O 
caso é tomado como unidade significativa do todo e, por isso, suficiente 
tanto para fundamentar um julgamento fidedigno quanto [para] propor 
uma intervenção. É considerado também como um marco de referência de 
complexas condições socioculturais que envolvem uma situação e tanto 
retrata uma realidade quanto revela a multiplicidade de aspectos globais 
presente em uma dada situação (CHIZZOTTI, 2010, p. 102).
Para Alves‑Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para esse tipo de estudo são os que 
focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como os casos clínicos descritos por Freud), um pequeno 
grupo (como o estudo de Paul Willis sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma 
instituição (como uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família) ou um evento (a 
eleição do diretor de uma escola).
Ainda segundo a autora, podemos ter também estudos de casos múltiplos, nos quais vários 
estudos são conduzidos simultaneamente: vários indivíduos (por exemplo, professores alfabetizadores 
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bem‑sucedidos), várias instituições (por exemplo, diferentes escolas que estão desenvolvendo um 
mesmo projeto).
6.7 Pesquisa‑ação
A pesquisa‑ação investiga a solução de um problema ou de uma necessidade coletiva, envolvendo 
os pesquisadores e os participantes da pesquisa, de forma cooperativa, bem como desenvolvendo a ação 
por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema estudado. Cria uma forma de ação planejada, 
de caráter social, educacional e técnico.
Define Thiollent (1986, p. 14):
A pesquisa‑ação é um tipo de investigação social com base empírica 
que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou 
com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os 
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos 
de modo cooperativo ou participativo.
Para Fonseca (2002, p. 35):
A pesquisa‑ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador 
na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa 
recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as 
realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e 
compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa (p. 34). 
O objeto da pesquisa‑ação é uma situação social situada em conjunto, 
e não um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar 
independentemente do resto. Os dados recolhidos no decurso do trabalho 
não têm valor significativo em si, interessando enquanto elementos de 
um processo de mudança social. O investigador abandona o papel de 
observador em proveito de uma atitude participativa e de uma relação 
sujeito a sujeito com os outros parceiros. O pesquisador, quando participa 
na ação, traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato 
para a realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos 
que a integram. A reflexão sobre a prática implica modificações no 
conhecimento do pesquisador.
O autor Chizzotti (2010, p. 100) complementa:
A pesquisa‑ação se propõe a uma ação deliberada visando a uma mudança 
no mundo real, comprometida com um campo restrito, englobando um 
projeto mais geral e submetendo‑se a uma disciplina para alcançar os 
efeitos do conhecimento.
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Para Gil (2008, p. 55), “a pesquisa‑ação tem sido alvo de controvérsia devido ao envolvimento ativo 
do pesquisador e à ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema”. Apesar das críticas, 
essa modalidade de pesquisa tem sido muito usada pelo Serviço Social.
 Saiba mais
Leia os relatos de pesquisa a seguir, com o método de pesquisa‑ação:
GUSTIN, M. B. S. et al. Organização popular em vilas e favelas para 
o desenvolvimento de uma cultura participativa e democrática. In: 
CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo 
Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2004. Disponível em: <https://
www.ufmg.br/congrext/Direitos/Direitos39.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2013.
6.8 História de vida
Segundo Spindola e Santos (2003, p. 121), no método de história ou relato de vida, pesquisador 
deve:
ouvir o que o sujeito tem a dizer sobre ele mesmo: “o que ele acredita que 
seja importante sobre sua vida” (GLAT, 1989). Por meio do relato das Histórias 
de Vida individuais, podemos caracterizar a prática social de um grupo. 
Assim, “toda entrevista individual traz à luz direta ou indiretamente uma 
quantidade de valores, definições e atitudes do grupo ao qual o indivíduo 
pertence” (GLAT, 1989). O método de história de vida, portanto, procura 
apreender os elementos gerais contidos nas entrevistas das pessoas.
Já de acordo com Chizzotti (2010, p. 96):
O uso da história de vida como meio de pesquisa tem uma evolução 
crescente. Introduzida pela escola de Chicago, em 1920, e desenvolvida por 
Znaniescki, na Polônia, foi preterida pelas técnicas quantitativas e proscrita 
dos meios de pesquisa. A partir dos anos [19]60, as histórias de vida procuram 
superar o subjetivismo impressionista e formular o estatuto epistemológico, 
estabelecer as estratégias de análise do vivido e constituir‑se em método 
de coleta de dados do homem concreto. No contexto da pesquisa, tendem 
a romper com a ideologia de a biografia modelar de outras vidas para 
trabalhar os trajetos pessoais no contexto das relações pessoais e definir‑se 
como relatos práticos das relações sociais.
História de vida é um relato retrospectivo oral ou escrito da experiência pessoal de um indivíduo, 
relativo a fatos e acontecimentos que foram significativos e constitutivos de sua experiência vivida. 
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Pode ter muitos significados, dependendo dos objetivos ou dos pressupostos teóricos do pesquisador. 
Narra a vida de um indivíduo ou de um grupo, apoiando‑se em variadas fontes de informação – além 
de basear‑se no relato do sujeito –, como documentos, entrevistas ou quaisquer outras fontes que 
contenham informações sobre os fatos, o contexto e a própria pessoa. Os relatos ou “estórias’’ de vida 
designam a história de uma vida contada a outrem, tal como foi experienciada pela pessoa que a viveu, 
tomando o seu ponto de vista como frequência fundamental, tendo como objetivo obter informações 
sobre eventos passados, vividos ou testemunhados pela pessoa e ainda não registrados (CHIZZOTTI, 
2008, p. 100).
O método de história trabalha com instrumentos de coleta de dados específicos. Vejamos a seguir.
6.8.1 Biografia
Há muitas formas literárias de apresentar a história de uma vida. Cada pessoa idealiza uma forma de 
descrever sua experiência vivida, visando perpetuar sua vida ou a de personagens históricos. Biografia 
é a narrativa da vida de uma pessoa feita por outrem que, com base em documentos, hipóteses e 
orientações teóricas, reconstrói a vida do biografado (biografia clássica) (CHIZZOTTI, 2008, p. 103).
 Saiba mais
Para conhecer um exemplo de biografia, leia:
TAHAN, V. B. Cora coragem, Cora poesia. São Paulo: Global, 1989.
6.8.2 Autobiografia
A autobiografia é uma história de vida escrita pela própria pessoa sobre si mesma, ou registrada 
por outrem, concomitante com a vida descrita, na qual o narrador esforça‑se para exprimir o 
conteúdo de sua experiência pessoal. O autor seleciona e analisa fatos, experiências, pessoas e 
estágios relevantes da sua vida, interpretando sua história pessoal, o contexto e as contingências 
do curso da própria vida, criando um texto no qual tem voz privilegiada, imprime uma tônica 
subjetiva aos fatos e às pessoas, transita entre real e ficcional, inscreve‑se, de modo claro ou latente, 
em uma realidade social e constrói‑se como uma individualidade histórica. A autobiografia tem 
infindas variações e modalidades de estilo e forma, dependendo da originalidade e da criatividade 
do autobiógrafo na apresentação de sua história pessoal (CHIZZOTTI, 2008, p. 102‑3). Para coleta 
de dados, conte:
• um pouco da história de sua família;
• suas lembranças da infância, as brincadeiras preferidas;
• os primeiros dias na escola;
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• as pessoas e os fatos que mais marcaram o seu percurso escolar;
• quais foram/são os adultos mais admirados, como eles eram/são;
• quais os aspectos mais marcantes do início de sua adolescência;
• como você se ocupa quando está sozinho(a);
• o que você gosta de fazer no seu tempo livre;
• como você se descreveria hoje;
• quais são seus principais interesses, características e habilidades;
• quais são seus “pontos fortes” e seus “pontos fracos”;
• como você vê o mundo.
 Saiba mais
Para conhecer um exemplo de autobiografia, leia o livro:
BEAUVOIR, S. Memórias de uma moça bem‑comportada. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1991.
Exemplo de aplicação
1. Escolha duas pessoas do seu círculo familiar e entreviste‑as sobre a infância e a juventude delas, 
utilizando o método de história de vida. Junte fotos, cartas e documentos das pessoas entrevistadas 
e da época estudada. Em seguida, analise a história relatada e o material – documental. Por fim, 
junte os dois meios de coleta de dados e faça uma interpretação desses dados.
2. Escreva sua autobiografia, destacando os fatos que marcaram a sua entrada na juventude.
6.8.3 Depoimento
O depoimento é uma técnica utilizada pela história oral para a obtenção de declarações de um 
sujeito sobre algum acontecimento do qual ele tenha tomado parte, ou que ele tenha testemunhado. 
No entanto, quando se faz o registro e a posterior análise do depoimento, devem‑se levar em conta as 
disposições que o entrevistado quis manifestar por intermédio de suas declarações, pois o que emerge 
dos depoimentos não pode ser entendido nem como uma reprodução da realidade, nem como uma 
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contrafação dela. Ao contrário, trata‑se de uma construção que cada indivíduo elabora a partir de uma 
realidade cognoscível. Nesse sentido, os depoimentos permitem acesso a uma realidade demarcada 
pelas vivências de cada entrevistado. Tal situação manifesta‑se na seletividade das experiências e dos 
espaços envolvidos nas lembranças narradas, que só podem ser interpretadas se relacionadas à vida do 
indivíduo entrevistado.
Dentre os gêneros autobiográficos recentes, um tipo de narrativa testemunhal 
– o testemunho – assume uma importância: a autoridade relevante no 
esclarecimento de eventos candentes, em que, em um texto narrativo, o 
protagonista ou testemunha de um fato conta na primeira pessoa uma 
experiência significante de vida, tendo em vista denunciar uma situação 
sociopolítica adversa, com a finalidade de mudá‑la ou chamar a atenção para 
uma reivindicação, ou eventos‑limite, sejam eles sublimes, trágicos ou objetos.
A testemunha é o autor, comprometido com a luta contraa opressão 
que denuncia e sem sua fala permaneceria oculta ou ignorada, mas nem 
sempre e o redator único do texto, uma vez que, frequentemente, é relatado 
por pessoas que não podem ou não sabem dar forma redacional ao seu 
testemunho. O testemunho tem um imperativo de denunciar as condições 
opressivas e os opressores, principalmente as torturas, atrocidades, chacinas 
e prisões exercidas contra a vítima ou contra o grupo social de que faz parte 
a testemunha (CHIZZOTTI, 2008, p. 105).
Exemplo de aplicação
1. Pesquise, no seu círculo de amigos, três pessoas que passaram por tentativa de roubo.
2. Colha o depoimento delas sobre a situação e as emoções vivenciadas.
3. Correlacione os dados, levantando as categorias, e analise‑os.
6.9 Coleta de dados
Os dados não são fatores isolados, acontecimentos fixos, captados em um instante de observação. 
Eles se dão em um contexto fluente de relações: são ‘’fenômenos’’ que não se restringem às percepções 
sensíveis e aparentes, mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de revelações e de 
ocultamentos. É preciso ultrapassar sua aparência imediata para descobrir sua essência.
Na pesquisa qualitativa, todos os fenômenos são igualmente importantes e preciosos: a constância 
das manifestações e sua ocasionalidade, a frequência e a interrupção, a fala e o silêncio.
É necessário encontrar o significado manifesto e o que permaneceu oculto. Todos os sujeitos são 
igualmente dignos de estudo, todos são iguais, mas permanecem únicos, e todos os pontos de vista 
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são relevantes: o do culto e o do iletrado; o do delinquente e o de seu juiz; o dos que falam e o dos 
que calam; o dos “normais” e o dos “anormais”. Procura‑se compreender a experiência que eles têm, as 
representações que formam e os conceitos que elaboram. Esses conceitos manifestos e as experiências 
relatadas ocupam o centro de referência das análises e interpretações, na pesquisa qualitativa.
O Serviço Social tem como objeto de trabalho as expressões da Questão Social, campo composto 
por fenômenos imensuráveis em sua maioria, portanto utilizamos a pesquisa qualitativa para responder 
à realidade e compreendê‑la. Não desprezamos a pesquisa quantitativa; pelo contrário, os números 
mostram a realidade estática, que é importante para analisar os fenômenos.
A coleta de dados comporta algumas normas que dependem do tipo de pesquisa que se empreende e 
ajustam‑se a este. A definição da técnica varia conforme a pesquisa. Contudo, a escolha do método investigativo 
e a elaboração do instrumento mais adequado não são arbitrárias: estão conexas com as hipóteses que queremos 
comprovar, com os pressupostos que são assumidos e com a análise que faremos do material coligido. Decorrem, 
pois, de decisões que são tomadas no início da pesquisa, com a formulação do problema a ser investigado.
Na pesquisa, em geral, coletamos dados oriundos da observação ou dados que são obtidos suscitando 
respostas e declarações de pessoas capazes de fornecer instrumentos úteis aos objetivos do estudo. As 
técnicas têm instrumentos elaborados para garantir o registro das informações (rol de comportamentos, 
relação de perguntas, questões escritas etc.), bem como o controle e a análise dos dados coligidos.
As pesquisas têm sido caracterizadas, pelo tipo de dados coletados e pela análise que deles será feita, 
da seguinte forma:
• quantitativas: preveem a mensuração de variáveis estabelecidas, procurando verificar e explicar 
sua influência sobre outras, mediante a análise da frequência de incidências e de correlações 
estatísticas. O pesquisador descreve, explica e prediz.
• qualitativas: fundamentam‑se em dados coligidos nas interações interpessoais e na coparticipação 
das situações dos informantes; a análise desses dados é feita a partir da significação que os 
pesquisados dão aos seus atos. O pesquisador participa, compreende e interpreta.
Essas caracterizações por aspectos externos à pesquisa encerram oposições mais complexas, 
representadas por concepções da realidade; pelo modo de acender, legitimar e formalizar o conhecimento; 
e pelas técnicas mais eficazes de declarar verdadeiro um saber.
A coleta de dados compreende o conjunto de operações por meio das quais confrontamos o modelo 
de análise com os dados obtidos. Ao longo dessa etapa, várias informações são, portanto, coletadas, para 
posteriormente serem analisadas.
Para arquitetar essa etapa de coleta de dados, devemos responder a três questões:
• O que coletar? São os dados que queremos levantar, estudar e pesquisar. Correspondem à busca 
da resposta do objeto de pesquisa proposto.
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• Com quem coletar? Trata‑se de recortar o campo de pesquisa, definindo:
— um espaço geográfico e social, real e palpável;
— uma amostra a ser estudada, sendo total ou parcial, ou somente uma amostra representativa 
(quantitativamente) ou ilustrativa (qualitativamente);
— o público‑alvo da pesquisa, a população a ser estudada;
— o espaço de tempo a ser utilizado; é necessário “determinar o tempo necessário e mais adequado 
à coleta de dados, a duração prevista, o pessoal necessário para efetuar este trabalho e a tarefa 
específica de cada pessoa, se houver mais de uma” (CHIZZOTTI, 2010, p. 53);
— determinar o local a ser usado para coleta.
• Como coletar? Essa terceira questão refere‑se aos instrumentos de coleta de dados, que comporta 
três operações:
— conceber um instrumento capaz de fornecer informações adequadas e necessárias para testar 
as hipóteses; por exemplo, um questionário ou um roteiro de entrevistas ou de observações;
— testar o instrumento antes de utilizá‑lo sistematicamente para se assegurar de seu grau de 
adequação e de precisão. Segundo Chizzotti (2010, p. 54):
A definição da técnica e dos instrumentos mais adequados à realização de uma 
pesquisa pode ser auxiliada pela pré‑enquete ou projeto‑piloto, que consiste 
em ir a campo e verificar in loco a pertinência dos dados procurados em 
relação às hipóteses, a adequação do instrumento aos objetivos da pesquisa e 
à objetividade das perguntas e dos procedimentos previstos. O projeto‑piloto 
visa testar a qualidade do projeto e a clareza das questões formuladas. 
Permite, ainda: discriminar o número de variáveis, clarificar os objetivos da 
pesquisa, prever as autorizações necessárias, o tempo e o pessoal disponíveis, 
além de programar o cronograma e o custo de pesquisa. Deve‑se rever a 
pré‑pesquisa ou pesquisa‑piloto para uma apreciação in loco dos problemas e 
das circunstâncias que podem interferir na pesquisa, os contatos prévios com 
pessoas e ambiente, a testagem dos instrumentos etc.
— a aplicação do instrumento requer um trabalho planejado para prever os procedimentos que 
serão adotados, bem como as circunstâncias em que deverão ocorrer, a fim de controlar as 
incidências das variáveis.
A coleta de dados é uma etapa da pesquisa que exige um grande volume de tempo e trabalho para 
reunirmos as informações indispensáveis a comprovação da hipótese. Pressupõe a organização criteriosa 
da técnica e a confecção de instrumentos adequados de registro e leitura dos dados colhidos em campo.
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A principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais, sites, CDs etc.), que certamente 
é utilizada para todos os tipos de pesquisa. Essa técnica também é chamada de pesquisa bibliográfica.
Existem, basicamente, dois tipos de dados:
• primários: dados que ainda não sofreramestudo e análise. Para coletá‑los, podemos utilizar 
questionário (fechado ou aberto), formulário, entrevista (estruturada ou fechada, semiestruturada, 
aberta ou livre, de grupo), discussão de grupo, observação (dirigida ou estruturada, livre), 
brainstorming, brainwriting, etc.
• secundários: são os dados que já se encontram disponíveis, pois já foram objeto de estudo e 
análise (livros, teses, CDs etc.).
6.10 Instrumentos de coleta de dados
6.10.1 Questionário
É um conjunto de questões previamente elaboradas sobre o problema, para serem respondidas por 
um interlocutor, por escrito ou oralmente. Nesse último caso, o pesquisador se encarrega de preencher 
as questões respondidas.
Construir um questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos da pesquisa em questões 
específicas. As respostas a estas fornecerão os dados para esclarecer o problema da pesquisa.
O questionário consiste em um conjunto de questões pré‑elaboradas, sistemática e sequencialmente 
dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar nos informantes 
(entrevistados e/ou pesquisados) respostas dadas por escrito ou verbalmente a algum assunto sobre 
o qual eles saibam opinar, responder ou afirmar, sendo uma interlocução planejada. Para isso, sua 
execução necessita que:
• O pesquisador saiba claramente as informações que busca; o objetivo da pesquisa e de cada 
uma das questões; o que e como pretende medir ou confirmar suas hipóteses. É uma tarefa que 
exige critério e planejamento para exaurir todos os aspectos dos dados que se quer obter, sem 
negligenciar os aspectos essenciais da pesquisa.
• O informante (entrevistado e/ou pesquisado) compreenda claramente as questões que lhe são 
propostas, sem dúvidas de conteúdo, com tempos compatíveis com seu nível de informações, sua 
condição e suas reações pessoais.
• O questionário tenha uma estrutura lógica: seja progressivo (do simples para o complexo), preciso 
(uma questão por vez) e coerentemente articulado (as questões centrais ou “filtros” eliminem as 
questões derivadas), e que questões e subquestões componham uma lógica ordenada (unidade das 
partes); tenha uma linguagem simples, usuais, exatas e facilmente inteligíveis, sem termos técnicos, 
especializados nem eruditos, sem jargões nem palavras pouco usadas e de difícil compreensão. 
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Caso o pesquisador venha a aplicar o questionário em região com dialetos próprios e na análise do 
objeto de pesquisa esse dialeto se torna importante, este pode ser usado; entretanto, se o mesmo 
instrumento for utilizado em outra região, em que o dialeto não é usual, precisará ser alterado, 
tomando cuidado para não modificar a indagação.
• O questionário e sua elaboração precisam e devem evitar ambiguidades, dúvidas ou incompreensões, 
recusas e principalmente as respostas “não sei” ou “não entendi” (CHIZZOTTI, 2010, p. 55).
Segundo o autor Gil (2008):
A escolha das questões está condicionada a inúmeros fatores, tais como: a natureza da informação desejada, 
o nível sociocultural dos interrogados etc. Há, no entanto, algumas regras básicas que devem ser observadas:
a) devem ser incluídas apenas questões relacionadas ao problema pesquisado;
b) não devem ser incluídas questões cujas respostas podem se obtidas de forma mais precisa para 
outros procedimentos;
c) devem‑se levar em conta as implicações da questão com os procedimentos de tabulação e análise 
dos dados;
d) devem ser incluídas apenas as questões que possam ser respondidas sem maiores dificuldades;
e) devem ser evitadas questões que penetrem na intimidade das pessoas; (GIL, 2008, p. 32).
A elaboração das questões depende da abordagem da pesquisa. Há três tipos de questões: fechadas, 
abertas e mistas.
• Fechadas: nas questões fechadas, o informante deve escolher uma resposta entre as constantes de 
uma lista predeterminada, indicando aquela que melhor corresponda à que deseja fornecer. Esse último 
caso favorece padronização e uniformização dos dados coletados pelo questionário maiores que no 
caso das perguntas abertas. Também é necessário garantir que as alternativas sejam mutuamente 
exclusivas, ou seja, apenas uma das alternativas poderá corresponder à situação do respondente. Esse 
tipo de questão é utilizado na pesquisa quantitativa, porque mensura as respostas. O questionário 
com perguntas fechadas deve obedecer a algumas regras básicas. A principal é que possua uma lógica 
interna na representação exata dos objetivos e na estrutura de aplicação, tabulação e interpretação.
Exemplos:
— Você contraiu dengue neste último ano?
( ) Sim.
( ) Não.
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— Você assiste à televisão quantas vezes por semana?
( ) Nenhuma.
(...) Uma.
( ) Duas.
( ) Três.
( ) Quatro.
( ) Cinco.
( ) Seis.
( ) Todos os dias.
— Você gosta de fast‑food?
( ) Muito.
( ) Mais ou menos.
( ) Não gosto.
— Qual a sua avaliação do serviço público?
( ) Excelente.
( ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Razoável.
( ) Péssimo.
— Em questões com possibilidade de escolher mais de uma alternativa, isso deverá ser esclarecido. 
 Exemplos:
— Que esporte(s) você pratica? (Pode assinalar mais de uma resposta.)
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( ) Futebol.
( ) Basquete.
( ) Tênis.
( ) Vôlei.
( ) Corrida.
( ) Judô.
( ) Natação.
• Abertas: nas questões abertas, o informante responde livremente, da forma que desejar, 
expressando sua opinião sem estratificação de respostas, como acontece nas questões fechadas. 
A principal vantagem das questões abertas é a de não forçar o respondente a enquadrar sua 
percepção em alternativas preestabelecidas. No entanto, questionários com muitas perguntas 
desse tipo frequentemente retornam com muitas delas sem resposta, visto requererem maiores 
esforços para serem respondidas. Também convém levar em consideração que o processo de 
tabulação das respostas torna‑se muito mais complexo. É recomendável, portanto, que o número 
de questões abertas seja reduzido. Esse tipo de questão é utilizado nas pesquisas qualitativas que 
buscam respostas a respeito da percepção de cada pessoa sobre a realidade.
Exemplos:
— Na sua opinião, qual o principal problema que o governo precisa resolver?
— Qual a sua percepção sobre o salário‑mínimo?
— Qual a sua opinião sobre a violência?
— Em que o programa Bolsa Família contribui para melhorar a vida da população de baixa renda?
• Mistas: são questões compostas por perguntas fechadas e abertas. São aquelas em que, dentro 
de uma lista predeterminada, há um item aberto.
Exemplos:
— Você concorda com a redução da maioridade penal?
( ) Sim. ( ) Não. Por quê?
— Você é a favor da lei da palmada em crianças?
( ) Sim. ( ) Não. Por quê?
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6.10.1.1 Aplicação do questionário
A apresentação do questionário merece atenção quanto aos seguintes aspectos:
• Apresentação gráfica: esses cuidados envolvem o tipo de papel, os caracteres, a diagramação, o 
espaçamento das questões, a apresentação dos quadros a preencher, dos quadrinhos a assinalar 
etc. Tais cuidados são importantes para facilitar não apenas o preenchimento, mas também as 
operações de codificação e tabulação.
• Instruções para preenchimento: o questionário deve conterinstruções acerca do correto 
preenchimento das questões, preferencialmente com caracteres distintos.
• Introdução do questionário: o questionário deve conter uma introdução, que pode ser em 
forma de carta (separadamente) ou de um texto acompanhando e apresentando o questionário. 
Deve conter informações acerca da entidade patrocinadora do estudo, os objetivos e as razões 
que motivaram a pesquisa, destacando a importância das respostas e principalmente enfatizando 
o anonimato e o sigilo.
Quadro 6 – Vantagens e desvantagens do uso de questionários
Vantagens Desvantagens
Economiza tempo e viagens e obtém 
grande número de dados.
É pequena a percentagem dos questionários 
que voltam.
Atinge maior número de pessoas 
simultaneamente.
Deixa grande número de perguntas sem 
respostas.
Abrange uma área geográfica mais ampla. Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
Economiza pessoal, tanto em treinamento 
quanto em trabalho de campo.
Não é possível ajudar o informante em 
questões malcompreendidas.
Obtém respostas mais rápidas e mais 
precisas.
Leva a uma uniformidade aparente, em razão 
da dificuldade de compreensão por parte dos 
informantes.
Propicia maior liberdade nas respostas, em 
razão do anonimato.
Uma questão pode influenciar outra quando 
é feita a leitura de todas as perguntas antes 
do início das respostas.
Dá mais segurança, pelo fato de as 
respostas não serem identificadas.
A devolução tardia prejudica o calendário ou 
sua utilização.
Expõe a menos riscos de distorções, pela 
não influência do pesquisador.
O desconhecimento das circunstâncias em 
que foi preenchido torna difíceis o controle e 
a verificação.
Proporciona mais tempo para responder, e 
em momento mais favorável.
Nem sempre é o escolhido quem responde 
ao questionário, invalidando, portanto, as 
respostas.
Permite mais uniformidade na avaliação, 
em virtude da natureza impessoal do 
instrumento. 
Exige um universo mais homogêneo. 
Obtém respostas que materialmente 
seriam inacessíveis.
Fonte: Santos (2010, p. 4).
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Exemplo de aplicação
1. Elabore um questionário com perguntas abertas, fechadas e mistas, sobre o benefício do Bolsa 
Família, com o intuito de levantar dados sobre o impacto desse benefício na vida dos usuários.
2. Elabore uma pergunta de cada modelo estudado sobre a questão da miséria no mundo, com o 
objetivo de levantar dados a respeito do conhecimento sobre o assunto. Aplique esse questionário 
aos seus amigos, familiares e colegas.
6.10.2 Entrevista
A entrevista refere‑se ao contato face a face, pesquisador e pesquisado, momento esse de interação 
social e de coleta de informações capaz de quebrar isolamentos grupais e individuais, podendo também 
servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação.
A entrevista constitui‑se sempre em um meio cujo fim é o inter‑relacionamento humano.
Muitos autores que tematizaram esse assunto atentaram para o fato de a 
entrevista ser uma situação psicossocial complexa. Garrett (1981) amplia 
o âmbito dessa prática humana ao afirmar que todas as pessoas, de uma 
maneira ou de outra, são envolvidas na entrevista, seja entrevistando, seja 
ainda sendo entrevistadas. Em ambas as situações, residiriam aspectos 
objetivos e subjetivos. Um ponto básico de sua teorização é projetar a 
técnica para a arte da entrevista, identificando no ato de entrevistar, 
acima de tudo, a arte de ouvir, perguntar e conversar. Entrevistamos 
porque temos interesse nas histórias de outras pessoas. Este seria, segundo 
Seidman (1991), o principal motivo de se realizar uma entrevista. Temos 
interesse pelo outro, por suas histórias, reflexões, ordenamentos dos 
fatos e acontecimentos. O propósito da entrevista detalhada não seria, 
portanto, o de fornecer respostas a perguntas específicas, nem mesmo o 
de testar hipóteses ou avaliar algo específico, mas [o de] buscar tentativas 
de compreender a experiência de outras pessoas e os significados que elas 
atribuem a essas experiências. Na maioria dos casos, como nos alerta o 
autor, seria possível alcançar os resultados da nossa observação sobre o 
outro, embora dificilmente nos seja possível ter acesso à compreensão 
subjetiva desse indivíduo (MIGUEL, 2010, p. 3).
A entrevista individual pode ser utilizada como método de pesquisa ou como instrumento de coleta 
de dados. Ambas trabalham com o intuito de aproximar o pesquisador da realidade, bem como de 
possibilitar ao pesquisado rever e (re)viver sua própria realidade.
• Entrevista estruturada: na entrevista estruturada, seguimos um roteiro previamente estabelecido, 
sendo as perguntas predeterminadas e objetivas. A finalidade é obter diferentes respostas à 
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mesma pergunta, com o intuito de confirmar as informações fornecidas, ou seja, fazemos várias 
vezes a mesma pergunta de formas de diferentes, possibilitando, assim, serem comparadas. O 
entrevistador limita‑se a aplicar a entrevista, não tendo liberdade para alterar nem explicar a 
indagação.
• Entrevista semiestruturada: o pesquisador organiza um conjunto de questões (roteiro) sobre o 
tema que está sendo estudado, mas permite – e, às vezes, até incentiva – que o entrevistado fale 
livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal.
• Entrevista aberta: solicitamos ao entrevistado falar livremente a respeito do tema pesquisado, 
buscando uma visão geral do tema em estudo. Para o pesquisador, esse é um meio de colher 
informações da experiência, da história de vida, do relato, do depoimento, entre outras questões, 
com base no discurso livre.
[...] pressupõe que o informante é competente para exprimir‑se com 
clareza sobre suas questões da sua experiência e comunicar representações 
e análises suas, prestar informações fidedignas, manifestar em seus atos 
o significado que têm no contexto em que elas se realizam, revelando 
tanto a singularidade quanto a historicidade dos atos, concepções e ideias 
(CHIZZOTTI, 2010, p. 90).
Para utilizar‑se desse meio de coleta de dados, o entrevistador precisa manter‑se na escuta ativa e 
prestar atenção a todas as informações, verbais ou não verbais, tais como: emoções, gestos, olhar etc. 
Deve intervir somente com discretas indagações ou sugestões sobre o conteúdo discutido, evitando 
exprimir sua curiosidade sobre o que não seja o objeto de pesquisa ou posicionar‑se diante de toda a 
situação narrada.
O pesquisador precisar ter cuidado nos registros das informações, devendo as narrações ser fidedignas.
Exemplo de aplicação
1. Quais cuidados você tomaria para entrevistar um padre católico, com o objetivo de obter dados 
sobre a sua conduta, diante da situação de perda de fiéis na Igreja?
2. Elabore um roteiro usando os três tipos de entrevista para aplicar na pesquisa com o padre.
6.10.3 Observação
É um instrumento que faz uso dos sentidos para a apreensão de determinados aspectos da realidade. 
Consiste em ver, ouvir e examinar os fatos, os fenômenos que pretendemos investigar. O instrumento 
de observação desenvolve um importante papel no contexto da descoberta, obrigando o pesquisador a 
estabelecer um contato próximo com o objeto de estudo.
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Segundo Gil (2008, p. 104):
A observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. Desde a 
escolha e formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, 
coleta, análisee interpretação dos dados, a observação desempenha papel 
imprescindível no processo de pesquisa. É, todavia, na fase de coleta de 
dados que o seu papel se torna mais evidente. A observação é sempre 
utilizada na coleta de dados; ou conjugada a outras técnicas, ou utilizada 
de forma exclusiva.
A observação é o uso da percepção dos sentidos para adquirir os conhecimentos necessários à 
finalidade da pesquisa. Esse instrumento de coleta de dados pode ser utilizado de três modos.
• Observação simples: o pesquisador apenas observa de maneira espontânea como os fatos 
ocorrem e controla os dados obtidos. Nessa categoria, não fazemos perguntas diretas, entretanto 
existem regras de coleta de dados, entrelaçadas com o objetivo da pesquisa.
A observação simples exige uma sistematização rigorosa nas análises e interpretações dos fatos.
Conforme Gil (2008, p. 106):
A observação simples apresenta uma série de vantagens, que pode ser assim 
sintetizada:
a) Possibilita a obtenção de elementos para a delimitação de problemas 
de pesquisa.
b) Favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisado.
c) Facilita a obtenção de dados sem produzir querelas ou suspeitas nos 
membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo 
estudadas.
Em contrapartida, a observação simples apresenta algumas limitações, que 
são:
a) É canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador. Muitas vezes sua 
atenção é desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro do fenômeno.
b) O registro das observações depende, frequentemente, da memória do 
investigador.
c) Dá ampla margem à interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno 
estudado.
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A dificuldade em utilizar esse meio de coleta de dados está em definir o que coletar e em manter‑se 
no planejamento proposto pelo estudo, sem distração. Para facilitar essa coleta, utilizam‑se diários de 
campo, gravadores e filmadoras.
• Observação participante: o investigador participa até certo ponto como membro da comunidade 
ou população pesquisada. A ideia de sua incursão na população é ganhar a confiança do grupo, 
ser influenciado pelas características dos elementos do grupo e, ao mesmo tempo, sensibilizá‑lo 
da importância da investigação. Esse tipo de observação foi introduzido nas Ciências Sociais pelos 
antropólogos, no estudo das chamadas “sociedades primitivas”. É utilizado para os estudos de 
comunidades e subculturas específicas. A técnica de observação participante ocorre pelo contato 
direto do pesquisador com o fenômeno observado, com o intuito de obter informações sobre a 
realidade dos sujeitos em seus próprios contextos.
A observação participante pode assumir duas formas distintas: a) natural, 
quando o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; e 
b) artificial, quando o observador se integra ao grupo com o objetivo de realizar 
uma investigação. Na observação artificial, o observador depara‑se geralmente 
com mais problemas que na observação natural. Em primeiro lugar, precisa 
decidir se revelará o fato de ser um pesquisador ou se tentará a integração no 
grupo utilizando um disfarce. Depois, precisa considerar, no caso de não revelar 
os objetivos da pesquisa, se suas atividades disfarçadas podem prejudicar algum 
membro do grupo e, nesta hipótese, se os resultados que vierem a ser obtidos são 
tão importantes para justificar sua aquisição com esses riscos (GIL, 2008, p. 107).
Esse instrumento apresenta vantagens na sua aplicação, tais como:
— facilita o acesso rápido às situações habituais em que os sujeitos estão envolvidos em seus 
contextos;
— possibilita a coleta de dados em grupos;
— possibilita captar comportamentos e palavras de esclarecimento.
As desvantagens são relacionadas ao pesquisador e à sua adaptação ao campo de pesquisa, 
principalmente no que se refere às divergências entre a realidade do investigador e o contexto estudado.
Numa comunidade rigidamente estratificada, o pesquisador, identificado 
com determinado estrato social, poderá experimentar grandes dificuldades ao 
tentar penetrar em outros estratos. Mesmo quando o pesquisador consegue 
transpor as barreiras sociais de uma camada a outra, sua participação poderá 
ser diminuída pela desconfiança, o que implica limitações na qualidade das 
informações obtidas. Nas comunidades menos estratificadas, o problema de 
identificação com determinado segmento social é bem menor. Mas, mesmo 
assim, o pesquisador tende a assumir uma posição dentro de um grupo 
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social, o que também implica a restrição da amplitude de sua experiência 
(GIL, 2008, p. 106).
— Pode causar restrição em virtude dos papéis que o pesquisador assume no grupo e na 
comunidade.
— Pode limitar uma observação a um retrato da população estudada.
— Em população com estratificação social, o pesquisador pode ter acesso difícil a estratos 
diferentes daquele com o qual está identificado.
— Pode provocar desconfiança da população ou do grupo estudado, limitando a qualidade da observação.
A observação participante permite captar uma variedade de situações ou fenômenos que não são 
obtidos por meio de perguntas. Os fenômenos são observados diretamente na própria realidade. A 
observação participante apreende o que há de mais imponderável e evasivo na vida real.
• Observação sistemática: também conhecida como observação passiva. O pesquisador não se 
integra ao grupo observado, permanecendo de fora. Presencia o fato, mas não participa dele, não 
se deixa envolver pelas situações, faz mais o papel de espectador. O procedimento tem caráter 
sistemático. Esse tipo de observação é usado em pesquisas que requerem uma descrição mais 
detalhada e precisa dos fenômenos, ou em testes de hipóteses. Na técnica de coleta de dados, é 
presumido que o pesquisador saiba exatamente que informações são relevantes para atingir os 
objetivos propostos. Nesse sentido, antes de executar a observação sistemática, há necessidade de 
elaborar um plano para sua execução.
Como já foi indicado, na observação sistemática, o pesquisador, antes da coleta de dados, elabora 
um plano específico para a organização e o registro das informações. Isso implica estabelecer, 
antecipadamente, as categorias necessárias à análise da situação (GIL, 2008, p. 109).
Para ilustrar as escolhas dos caminhos da pesquisa, segue um quadro com algumas comparações de 
métodos, técnicas e instrumentos.
Quadro 7
Métodos de Pesquisa
Método Descrição Instrumentos
Pesquisa quantitativa
Considera que tudo pode ser quantificável, o 
que significa traduzir em números opiniões e 
informações, para classificá‑las e analisá‑las.
Questionários com perguntas fechadas, 
formulários e entrevistas estruturadas.
Pesquisa qualitativa
Verifica uma relação dinâmica entre o mundo 
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável 
entre o mundo objetivo e a subjetividade do 
sujeito que não pode ser traduzido em números 
(MINAYO, 2007).
Entrevistas abertas, questionários 
com perguntas abertas, histórias de 
vida,depoimentos.
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Estudo de caso
Estudo profundo e exaustivo de um ou poucos 
objetos, de maneira que permita o seu amplo e 
detalhado conhecimento.
Pesquisas documentais, entrevistas 
estruturadas ou semiestruturadas. Nesse 
caso, os métodos serão utilizados como 
instrumentos de coleta de dados.
Pesquisa bibliográfica Elaborada a partir de material já publicado.
Roteiro de coleta de dados dos 
materiais:livros, artigos de periódicos, 
revistas.
Pesquisa documental Elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico.
Roteiro de coleta de dados dos 
materiais: prontuários, documentos 
de ordem pessoal, formulários, 
questionários.
Entrevista aberta
A entrevista aberta é o instrumento da análise 
da enunciação que se apoia na dinâmica da 
entrevista, nas figuras e no roteiro aberto. 
Roteiro de entrevista composto por 
perguntas abertas, de acordo com o 
objetivo da pesquisa.
Entrevista estruturada A entrevista é controlada para responder aos objetivos planejados antecipadamente.
Questionário composto por perguntas 
fechadas e formulários. 
Entrevista semiestruturada
O investigador tem uma lista de questões ou 
tópicos para serem preenchidos ou respondidos, 
como se fosse um guia. A entrevista tem 
relativa flexibilidade. As questões não precisam 
seguir a ordem prevista no guia, e poderão ser 
formuladas novas perguntas no decorrer da 
entrevista. 
Roteiro de entrevistas ou questionário, 
composto por perguntas abertas, mistas 
e fechadas. 
Pesquisa‑ação
Tem o intuito de intervir e elaborar ações; 
realizada de em estreito vínculo com uma 
ação ou com a resolução de um problema 
coletivo. Os pesquisadores e participantes 
representativos da situação ou do problema 
estão envolvidos de modo cooperativo ou 
participativo. 
Entrevista semiestruturada, aberta e/
ou estruturada, questionários com 
perguntas abertas, mistas e fechadas, 
formulários, grupo.
História de vida
Serve para captar o que acontece na 
intersecção entre o individual e o social, e 
permite que elementos do presente interajam 
com elementos do passado. É um olhar 
sobre um ponto ou uma experiência de vida 
e possibilita uma visão total do conjunto, 
proporcionando uma visão mais aprofundada 
do momento e do passado.
Entrevista aberta. Lembrando, que 
nesse caso, o método de entrevista será 
utilizado como instrumento de coleta 
de dados.
Biografia
Tem a finalidade de entender a história e o 
percurso de vida de uma pessoa. Por meio 
de cartas, fotos, filmagens, documentos 
pessoais, depoimentos, entre outros recursos, o 
pesquisador objetiva captar a profundidade da 
história do sujeito. 
Pesquisa documental. Lembrando que, 
nesse caso, o método de pesquisa será 
utilizado como instrumento de coleta 
de dados, sendo necessária a elaboração 
do roteiro de coleta de dados, com base 
no objetivo da pesquisa.
Autobiografia
Testemunho ocular ou contado da história de 
seu tempo ou experiência vivida, relatadas por 
quem viveu essa história ou experiência, com 
suas contradições, interpretações sociais e 
subjetividades.
Entrevista semiestruturada ou aberta. 
Nesse caso, o método de pesquisa será 
utilizado como instrumento de coleta 
de dados, sendo necessária a elaboração 
do roteiro da entrevista.
Depoimentos
Testemunho ou relato de um fato isolado de 
experiência de vida ou contexto social; envolve 
opinião sobre determinado assunto, desde que 
direcionado.
Entrevista semiestruturada e aberta. 
Nesse caso, o método de pesquisa será 
utilizado como instrumento de coleta 
de dados, sendo necessária a elaboração 
do roteiro da entrevista.
Escolha seus métodos e instrumentos de acordo com o objetivo da pesquisa, lembrando que o 
desenho da metodologia está entrelaçado com meios de responder às questões do problema a ser 
investigado. Reflita, estude e teste o melhor método antes de aplicar os instrumentos.
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Exemplo de aplicação
1. Formule um problema de pesquisa para os quais o instrumento de coleta de dados seja a observação.
2. Separe três categorias a serem investigadas num grupo, de acordo com o problema de pesquisa.
3. Aplique a técnica.
4. Identifique possíveis dificuldades encontradas, desde a anotação até a vivência no grupo.
Vamos apresentar a seguir um modelo de projeto de pesquisa em contexto específico, para que você 
amplie sua compreesão do conteúdo deste livro‑texto.
Exemplo da descrição da metodologia: para elucidar essa etapa, é essencial a compreensão 
do objetivo da pesquisa, portanto o modelo a seguir contempla esse requisito. Para entendimento e 
identificação das etapas da metodologia, as respostas da construção estarão em destaque e/ou entre 
parênteses. Lembrando que a metodologia é um texto corrido.
Título: Homens em diferentes histórias: fortificação da família na luta pela equidade de gêneros.
Objetivo geral: analisar as histórias de vida de homens que estejam em cumprimento de pena 
alternativa por autoria de crime de menor potencial ofensivo, levantando sua relação com a violência 
intrafamiliar anterior e a prática do ato infracional, correlacionando com o impacto em suas dinâmicas 
de vida pela participação desses indivíduos em oficinas de sensibilização sobre a igualdade entre gêneros 
oferecidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas.
Objetivos específicos: analisar a relação entre a violência intrafamiliar preexistente e a prática do 
ato infracional cometido; levantar o impacto nas dinâmicas de vida desses homens pela participação em 
oficinas de sensibilização sobre a igualdade entre gêneros com o programa de recuperação e reeducação 
de autores de violência; compreender os arranjos familiares e a violência intrafamiliar, bem como a 
importância da reeducação na quebra do ciclo da violência.
Metodologia: a presente pesquisa será quantiqualitativa (abordagem) e se baseará em histórias de 
vida (método de pesquisa) de homens (público‑alvo) que estejam em cumprimento de pena alternativa 
por autoria de crime de menor potencial ofensivo (amostra), levantando sua relação com a violência 
intrafamiliar anterior e a prática do ato infracional (descrição das etapas de pesquisa). Posteriormente serão 
investigadas as repercussões positivas e/ou negativas da participação desses homens em grupo operativo de 
sensibilização em igualdade de gênero, oferecido pela equipe interdisciplinar do Creas (campo de pesquisa) 
como programa de recuperação e reeducação de autores de violência. A análise dos dados computados para a 
pesquisa terá como universo empírico homens que estejam participando do grupo operativo de sensibilização 
em igualdade de gênero, executado pela equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
– Creas na cidade de Campinas‑SP (descrição das características do público‑alvo, definição da amostra 
e definição do campo de pesquisa). Para tanto, a pesquisa se dividirá em quatro fases:
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1ª fase: pesquisa bibliográfica voltada para as questões de igualdade entre os gêneros; violência 
intrafamiliar; recuperação e reeducação de agressores.
2ª fase: aplicação do método de pesquisa qualitativa História de Vida, com três homens (amostra). 
Os sujeitos serão escolhidos aleatoriamente pela pesquisadora (amostra), dentre homens maiores de 
18 anos em cumprimento de penas alternativas, participando do grupo operativo de sensibilização em 
igualdade de gênero desenvolvido pela equipe interdisciplinar do Creas (público‑alvo e campo de 
pesquisa) no período de maio de 2010 (definição de período á ser estudado – amostra). O objetivo 
é levantar a relação da violência (sofrida ou não ao longo de suas fases de vida) com a prática do ato 
infracional, tendo como instrumento de coleta de dados o roteiro de entrevista aberta.
3ª fase: será utilizada a abordagem quantiqualitativa com o método de entrevista semiestruturada, 
adotando como instrumento de coleta de dados o questionário com perguntas abertas (relacionadasao impacto positivo ou negativo de sua participação no grupo operativo) e fechadas (relacionadas à 
participação no grupo e ao entendimento sobre o conteúdo exposto). Para a aplicação serão selecionados, 
aleatoriamente, dez homens que estejam participando do último encontro do grupo.
4ª fase: compilação dos dados obtidos, minuciosamente correlacionados e estudados, para conclusão 
do trabalho, que será colocado à disposição da comunidade acadêmica.
A pesquisa será aplicada pela pesquisadora, e os participantes serão esclarecidos sobre os objetivos 
do trabalho e consultados sobre a sua participação com o Termo de Consentimento Livre.1
Cronograma: essa etapa corresponde à pergunta: Quando pesquisar? A resposta a essa indagação 
resume‑se na descrição detalhada do planejamento da pesquisa por meio de tabela, destacando o passo 
a passo desde a elaboração do projeto até a finalização.
Tabela 1 - Exemplo de cronograma
Descrição Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
Construção do projeto de 
pesquisa X X
Pesquisa bibliográfica sobre 
o tema X X X X X X
Construção dos 
instrumentos de coleta de 
dados
X X
Aplicação do método de 
pesquisa: História de Vida X
Aplicação do Questionário X
Preparação dos dados X
Análise dos dados X X X
Preparação do relato de 
pesquisa X X
1 Esse projeto de pesquisa foi elaborado por: Lúcia Helena Octaviano e Carla da Silva em 2010.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Orçamento: toda pesquisa tem custos intelectuais com o tempo dedicado ao planejamento, 
à construção teórica, ao exercício de aprender, até o relato final, além dos gastos financeiros, tais 
como: materiais de escritório, impressão, deslocamentos, contatos (e‑mail, carta e/ou telefone) 
com os entrevistados, entre outros. Todo esse investimento precisa constar do projeto de pesquisa, 
principalmente destacando quem arcará com esses custos. Entretanto, não há necessidade de 
detalhamento dos custos de pesquisa não financiada por instituições ou órgãos de fomento. Nesse 
caso, é possível informar, por exemplo, que “todo o custo gerado pelo estudo será de responsabilidade 
do(a) pesquisador(a)”.
Referências: a construção do conhecimento baseia‑se na teoria experimentada, publicada e nas 
futuras descobertas no campo científico. Para isso, a descrição de todos os autores, livros, revistas, 
artigos, documentos consultados, sites, dissertações, teses, entre outros, é de suma importância para 
fundamentar o novo desabrochar do conhecimento da realidade.
 Saiba mais
Para elaborar as referências consultadas e estudadas, você precisa seguir 
as normas da ABNT.
Leia mais em: <http://www.abnt.org.br/>.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: segundo as regras do Conselho Nacional de Saúde 
(CNS), todo trabalho que envolve seres humanos necessita passar por Comitê de Ética em Pesquisa. 
Esse órgão foi criado por meio da Resolução número 196/96, com a função de implementar as 
normas e diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. O sigilo e a ética na 
pesquisa englobam o esclarecimento e a autorização do entrevistado quanto a participar do estudo. 
Para regulamentar essa autorização, o CNS elaborou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE), com a função de esclarecer formalmente aos pesquisados a proteção dos dados fornecidos, 
bem como a ética em sua coleta e análise. No que se refere ao pesquisador, esse documento 
confirma a autorização da coleta de dados dada ao entrevistador, além de firmar legalmente, 
perante a comunidade científica e o depoente, a responsabilidade do pesquisador no tratamento e 
na ética para com os dados colhidos. Esse termo precisa conter: título da pesquisa; pesquisador(es) 
responsável(is); instituição/departamento; endereço e telefone para contato; local da coleta de 
dados; objetivo do estudo; procedimentos de pesquisa; benefícios; riscos; sigilo; assinatura do 
pesquisador e do pesquisado.
Esse documento deverá ser impresso em duas vias, uma para ser entregue ao entrevistado e a outra, 
ao pesquisador. Veja a seguir um modelo desse termo.
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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ________________________________________________ portador(a) do 
RG: ______________________, aceito participar como voluntário(a) da pesquisa com 
o título: “Homens em diferentes histórias: fortificação da família na luta pela equidade 
de gêneros”, da pesquisadora Carla Maria, estudante da Faculdade de Serviço Social da 
Universidade Paulista – UNIP, campus Swift/Campinas – SP.
Fui informada(o) de que a pesquisa tem como objetivo: “Analisar as histórias 
de vida de homens que estejam em cumprimento de pena alternativa por autoria 
de crime de menor potencial ofensivo, levantando sua relação com a violência 
intrafamiliar anterior e a prática do ato infracional, correlacionando com o impacto 
em suas dinâmicas de vida pela participação desses em oficinas de sensibilização 
sobre a igualdade entre gêneros, oferecidas pelo Centro de Referência Especializado 
de Assistência Social – Creas”.
Aceito responder ao questionário como sujeito da pesquisa, sabendo, por orientação, 
que tenho a liberdade de me recusar a participar dela e deixá‑la a qualquer momento, sem 
prejuízo para a minha vida pessoal.
Fui também esclarecido(a) de que meu nome não será divulgado no questionário 
e nos resultados da pesquisa, estando de acordo com os princípios éticos que regem 
atividades vinculadas à pesquisa, atendendo à Resolução nº 196/96 e complementares 
do CNS.
Declaro ter recebido uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido e ter ciência de que, diante de qualquer dúvida, poderei entrar em contato com 
a pesquisadora na Faculdade de Serviço Social da UNIP, campus Swift/Campinas‑SP, pelo 
telefone (XXXX) XXXXXXXX ou pelo e‑mail _______________
Campinas, ____ de ___________ de ____.
_______________________ _______________________
Assinatura do(a) participante Carla Maria – pesquisadora
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
 Saiba mais
Para saber mais, leia:
ESTIGARA, A. Consentimento livre e esclarecido na pesquisa envolvendo 
seres humanos. Jus Navigandi, Teresina, jul. 2006. Disponível em: <http://
jus.com.br/revista/texto/8803/consentimento‑livre‑e‑esclarecido 
‑na‑pesquisa‑envolvendo‑seres‑humanos#ixzz2Pk3ELIQS>. Acesso em: 22 
abr. 2013.
7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Segundo Rauen (1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa‑os 
no crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões, 
e a interpretação consiste no contrabalanço entre os dados e a teoria.
Para Triviños (1987, p.161), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da seguinte forma:
• pré‑análise (organização do material);
• descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização);
• interpretação referencial (tratamento e reflexão).
O objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam dar respostas às 
perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais amplo de tais respostas, 
por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos (SELLTIZ et al. apud RAUEN, 1999, p. 122).
A interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de forma que os 
resultados obtidos sejam comparados com outros similares, para destacar pontos comuns e discordantes.
Em síntese, é a descrição da formacomo serão analisados os dados da pesquisa. Existem duas 
grandes tendências:
• se a pesquisa for qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global e individualmente;
• se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatísticas.
Essa etapa da pesquisa apresenta dois processos:
• análise: tem como objetivo organizar e preparar os dados, de tal forma que possibilite o 
fornecimento de respostas ao problema de investigação proposto;
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• interpretação: tem como objetivo dar sentido mais amplo às respostas, fazendo sua ligação entre 
o conhecimento levantado na pesquisa e outras constatações anteriores.
Assim, os objetivos da fase de análise são:
• compreender os dados coletados;
• confirmar ou não os pressupostos;
• responder às questões formuladas;
• ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado;
• possibilitar a aquisição e a descoberta de novos conhecimentos.
7.1 Categorias de análise
São questões que aparecem no material coletado e o modo pelo qual os pesquisados se posicionam 
diante deles. As categorias de análise são os recortes a partir do material coletado no campo.
As respostas fornecidas pelos elementos pesquisados tendem a ser as mais 
variadas. Para que essas respostas possam ser adequadamente analisadas, 
torna‑se necessário, portanto, organizá‑las, o que é feito mediante o seu 
agrupamento em certo número de categorias (GIL, 2008, p. 165).
Vejamos o exemplo do autor Gil (2008):
Para que se torne possível o agrupamento de grande número de respostas a determinado 
item em um pequeno número de categorias, torna‑se necessário estabelecer um princípio 
de classificação. Imagine, por exemplo, que uma pesquisa destinada a verificar a atitude 
acerca dos integrantes de determinado grupo religioso tenha oferecido as seguintes 
respostas:
“São pessoas muito ignorantes.”
“São como todas as outras.”
“São pessoas muito boas.”
“Não tenho o que dizer delas.”
“Não gosto delas.”
“São muito antipáticas.”
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
“Não sei o que dizer.”
“São uns vagabundos.”
“São pessoas muito respeitosas.”
“Não tenho opinião formada.”
Tomando‑se como princípio de classificação a favorabilidade ou desfavorabilidade em 
relação ao grupo, as categorias poderiam ser favorável, desfavorável e neutra, além de uma 
categoria residual para respostas que eventualmente não pudessem ser enquadradas nas 
três anteriores.
Fonte: Gil (2008, p. 167).
Temos duas grandes categorias de análise:
• analítica: é mais geral, construída na fase exploratória da pesquisa. Expressa as relações sociais 
fundamentais e dá suporte ao conhecimento do objeto, em uma perspectiva mais geral: a 
totalidade, a história, a contradição.
• empírica: é construída no campo com finalidade operacional. Visa ao trabalho de campo.
Para abordar essas categorias, é preciso um trabalho objetivo e sistemático com as informações, 
organizadas em uma classificação preliminar com base nas categorias, agrupando dados por 
aproximação.
7.2 Preparação dos dados
Essa etapa é crucial para uma boa análise dos dados. Lembre‑se: uma leitura do material colhido não 
é suficiente para analisar e interpretar os dados. É necessário proceder da seguinte forma:
• primeira leitura de todos os materiais;
• segunda leitura – elaboração de uma primeira classificação, em que cada assunto, tópico ou tema 
é separado e guardado; destacar as categorias empíricas e analíticas do documento;
• terceira leitura – exclusividade ou exclusão mútua; um mesmo dado não pode ser incluído em 
mais de uma categoria, ou seja, cada elemento ou unidade de conteúdo não pode fazer parte de 
mais de uma divisão (objetividade, consistência ou fidedignidade);
• separação e agrupamento do material de acordo com as categorias; enxugamento da classificação 
por temas mais relevantes.
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7.3 Análise
A etapa de análise pressupõe os seguintes passos:
• Descrição das análises dos conteúdos: quando se tratar de uma pesquisa quantitativa, 
essa descrição envolverá a organização de tabelas e quadros, não só apresentando as categorias 
construídas no trabalho, mas também computando frequências e percentuais referentes a essas 
categorias. Poderá haver diferentes tipos de tabelas, de acordo com os níveis de categorização 
utilizados. Quando se tratar de uma pesquisa qualitativa, a descrição terá como base cada 
categoria, sendo produzido um texto‑síntese, que expresse o conjunto de significados presentes 
nas diversas unidades de análise incluídas em cada uma delas. Geralmente é recomendável que se 
faça uso intensivo de “citações diretas” dos dados originais.
• Interpretação dos dados: leitura crítica das descrições, buscando a compreensão; o analista 
de conteúdo exercita com maior profundidade esse esforço de interpretação e o faz não só com 
conteúdos manifestos pelos pesquisados, mas também com os latentes, sejam eles ocultados 
consciente ou inconscientemente. Definição da interpretação:
— examinar conteúdo manifesto e conteúdo latente – objetivo ou subjetivo:
– a análise de conteúdo no nível manifesto restringe‑se ao que é dito, sem buscar os 
significados ocultos;
– no nível latente, o pesquisador procura captar sentidos implícitos
Os níveis manifesto e latente estão relacionados às ênfases na objetividade ou na subjetividade, 
entre as quais oscila a análise de conteúdo. O nível manifesto corresponde a uma leitura representacional, 
na qual se procura a inferência direta do que o autor quis dizer. Entretanto, a busca de uma compreensão 
mais profunda não pode ignorar o conteúdo latente das mensagens, revelado antes pelo não dito que 
pelo expresso. Isso corresponde a uma leitura que capta, nas entrelinhas, motivações inconscientes ou 
indizíveis, reveladas por descontinuidades e contradições.
• Duas vertentes para a interpretação: numa vertente, a base teórica é construída a priori, pela 
fundamentação e pela justificativa do estudo. Na outra, a teoria é construída com base nos dados 
e nas categorias de análise, emergindo das informações e das categorias. Nesse caso, a própria 
construção da teoria é uma interpretação. Teorização, interpretação e compreensão constituem 
um movimento circular em que a cada retomada do ciclo se procura atingir maior profundidade 
na análise.
• Análise final: procura articular os dados empíricos com questões macrossociais, 
considerando as experiências cotidianas como processos microssociais. Objetiva que as 
conclusões do trabalho ofereçam pistas e indicações que possam servir de fundamento 
para propostas de planejamento, transformação de relações, mudanças institucionais, 
dentre outras possibilidades.
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Exemplo de aplicação
Leia o excerto a seguir:
Título da pesquisa: A condição de pobreza das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no 
município de Bacabal – MA: a importância do benefício.
Público‑alvo da pesquisa: beneficiários do Programa Bolsa Família residentes no município de Bacabal – MA.
a) Pergunta: O que é ser pobre?
“[...] quem não tem moradia, quem mora na rua, não tem pão, o pão de cada dia. Eu não sou pobre 
porque eu tenho o feijão e o arroz todo dia, também não sou rica [...]” (entrevistada 1).
“[...] ser pobre é um pouco complicado, né? Eu acho assim, que eu me achopobre porque às vezes 
falta coisa e não tem dinheiro pra comprar na hora [...] compra as coisas na barraca pra pagar com um 
mês, com dois, e aí é assim [...]” (entrevistada 2).
“[...] eu não sou pobre não. Pobre é a pessoa que não tem nada, né, não tem aqueles pobrezinhos 
mesmo, que a gente vê que não tem nada, não tem uma casa, não tem o que comer todo dia, eu tenho 
o que comer todo dia [...]” (entrevistada 3).
b) Pergunta: Você se acha pobre?
“[...] não, eu não sou pobre não, eu sou precisada porque pobre é do coisa‑ruim é ser do coisa‑ruim 
[...] a renda só dá pra gente viver porque o pouco com Deus é muito, mas a gente vive assim [...]” 
(entrevistada 1).
“[...] eu sou pobre sim. Eu tenho que trabalhar dobrado para conseguir uma rendinha a mais, hoje 
mesmo eu vou tirar umas consultas lá no Centro Social para uns dois rapazes do interior e aí eu ganho 
hoje para poder comer amanhã. Eu sempre estou dando um jeito de arrumar um servicinho porque eu 
não tenho ninguém, é só eu mesmo. Eu lavo roupa eu cozinho eu faço qualquer coisa [...]” (entrevista 2).
“[...] eu sou pobre sim, porque eu tenho precisão de uma coisa e não tenho dinheiro pra comprar [...] 
comprar remédio, comprar sapatos pros meninos [...] é ter uma casa porque eu vivo na casa da minha 
mãe [...]” (entrevistada 3).
* As falas estão alternadas e as perguntas foram alteradas.
Fonte: Dias; Silva ([s. d.], p. 10‑2)
1. Separe as categorias presentes nos relatos.
2. Analise e interprete as falas.
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7.4 Considerações finais ou conclusões
As conclusões constituem o ponto terminal da pesquisa, para o qual 
convergem todos os passos desenvolvidos ao longo de seu processo. 
Sua finalidade básica é ressaltar o alcance a e as consequências 
dos resultados obtidos, bem como indicar o que pode ser feito para 
torná‑los mais significativos [...] devem derivar naturalmente da 
interpretação dos dados. Para bem servir às suas finalidades, devem 
ser breves, mas suficientes para representar “a súmula em que os 
argumentos, conceitos, fatos, hipóteses, teorias, modelos se unem e 
se completam”.
Convém ainda nesta parte indicar as questões que não puderam ser 
respondidas pela pesquisa, bem como as questões que surgiram com o seu 
desenvolvimento, seguidas de sugestões quanto a pesquisas futuras que 
possam respondê‑las (GIL, 2008, p. 196).
A conclusão da pesquisa deve compreender as seguintes partes:
• retrospectiva rápida do que se pretendia com o trabalho (objetivos, hipóteses mais importantes, 
conceitos que a embasaram) e procedimentos utilizados;
• apresentação dos principais resultados a que chegou (os mais relevantes);
• contribuições para o conhecimento da temática que abordou e as novas questões que suscitou;
• devolução dos resultados aos pesquisados;
• divulgação dos resultados – o mesmo material deve ser apresentado em duas versões: uma para 
o meio científico e outra mais resumida, para as reuniões.
8 QUALIFICAÇÃO DO PRÉ‑PROJETO DE PESQUISA
8.1 Revisão do pré‑projeto de pesquisa
Nesse ponto, você já caminhou bastante, então já elaborou seu pré‑projeto de pesquisa; mas por 
que ele se chama pré‑projeto? Porque ainda não foi realizada a pesquisa, que só poderá se iniciar depois 
que o pré‑projeto for encaminhado para a orientação, quando se verificará a cientificidade da proposta 
e se os autores escolhidos abarcam o tema e compõem a explicação dos achados de estudo que esperam 
encontrar.
Você deve ter percorrido as fases, que compreendem responder a algumas perguntas, 
conforme já apontamos neste livro‑texto. Contudo, vamos reapresentar essas questões, para 
conferência.
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Recapitulando, segundo Minayo (2011, p. 38‑9), as perguntas a responder são:
• O que pesquisar? (Definição do problema, hipóteses, base teórica e 
conceitual.)
• Para que pesquisar? (Propósitos do estudo, seus objetivos.)
• Por que pesquisar? (Justificativa da escolha do problema.)
• Como pesquisar? (Metodologia.)
• Por quanto tempo pesquisar? (Cronograma de execução.)
• Com que recursos? (Orçamento.)
• A partir de quais fontes? (Referências.).
Agora, você precisa fazer uma conferência, pois, muitas vezes, a forma pela qual apresentamos 
nossas ideias não está clara. Por isso, quando recebemos as orientações, estas parecem confusas e, muitas 
vezes, o orientador precisa deter‑se em aspectos estruturais. Outras vezes, essas sete perguntas não 
estão respondidas claramente no pré‑projeto, portanto serão questionadas. Diante disso, pergunte‑se e 
verifique se você sabe responder a esses questionamentos baseando‑se em seu pré‑projeto de pesquisa.
Se isso estiver claro para você, certamente também estará claro para quem ler seu pré‑projeto.
Aqui você já deve apresentar sua base teórica, os autores. Por isso, lembre‑se do que falamos sobre plágio.
 Observação
Plágio é quando um autor utiliza a obra de outro sem fazer referência 
a ela.
Cuidado com esse ponto, pois uma paráfrase não é plágio. No entanto, 
um texto parafraseado, sem a devida fonte, torna‑se um plágio. Este pode ser 
voluntário (proposital) ou involuntário, fruto de uma citação indireta malfeita.
Você está plenamente seguro de que tudo o que está escrito é autenticamente seu e de que todas as 
citações diretas e indiretas, estão respeitando a autoria de outros pesquisadores. Está tudo pronto para 
postar no sistema UNIP, onde você encontrará orientações para postagem do pré‑projeto de pesquisa.
Cada aluno terá um orientador, que lerá o trabalho e deste devolverá uma análise, observando o 
calendário. Se restarem dúvidas, você poderá entrar no Fórum para discuti‑las com o orientador, e 
também poderá comunicar‑se pelo chat, de acordo com o calendário.
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Vejamos qual deve ser a formatação do pré‑projeto de pesquisa, segundo Severino (2002):
1. Título
2. Justificativa
3. Problema
4. Hipótese
5. Objetivos
6. Revisão da literatura
7. Metodologia da pesquisa
8. Resultados esperados
9. Cronograma
10. Orçamento
11. Referências
12. Apêndices
13. Anexos (SEVERINO, 2002, p. 110).
Caso exista a intenção de realizar pesquisa envolvendo seres humanos, com utilização de formulários 
e questionários, coloque‑os como anexos. Assim, o orientador poderá compreender o todo de seu 
pré‑projeto de pesquisa.
Recebendo o retorno, você terá as orientações, com as considerações a serem revisitadas. Se 
houver pesquisa que envolva seres humanos, deverá apresentar seu projeto ao Comitê de Ética 
da UNIP.
8.2 Entrega do projeto de pesquisa
Se sua pesquisa envolver seres humanos, deverá ser encaminhada ao Comitê de Ética, órgão 
institucional que tem por objetivo proteger o bem‑estar dos indivíduos pesquisados. É um comitê 
interdisciplinar, constituído por profissionais de ambos os sexos, além de incluir pelo menos um 
representante da comunidade, que tem por função avaliar os projetos de pesquisa que envolvam a 
participação de seres humanos.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
A respeito da ética na pesquisa, leia o texto a seguir.
No Brasil, os aspectos éticos que estão envolvidos em atividades de pesquisa e 
pesquisa social que envolvam seres humanos estão regulados pelas Diretrizes e Normas 
de Pesquisa com Seres Humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de 
Saúde,estabelecida em outubro de 1996. Estas diretrizes foram detalhadas para pesquisas 
envolvendo novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos através de uma 
outra resolução (251/97), de agosto de 1997. Novas resoluções estão sendo elaboradas para 
tratar de outras áreas temáticas especiais.
O objetivo [...] da avaliação ética de projetos de pesquisa é garantir três princípios básicos: 
a beneficência, o respeito à pessoa e a justiça. Nessa garantia devem ser incluídas todas as 
pessoas que possam vir a ter alguma relação com a pesquisa, seja o sujeito da pesquisa, o 
pesquisador, o trabalhador das áreas onde a mesma se desenvolve e, em última análise, a 
sociedade como um todo.
A avaliação ética de um projeto de pesquisa na área da saúde baseia‑se, pelo menos, 
em quatro pontos fundamentais: na qualificação da equipe de pesquisadores e do próprio 
projeto; na avaliação da relação risco‑benefício; no consentimento informado; e na 
avaliação prévia por um Comitê de Ética.
Fonte: Goldim (2005).
Ainda de acordo com esse autor, deve se buscar a utilização de metodologia de pesquisa adequada 
para a problematização elevada no projeto. Um projeto que utilize uma metodologia inadequada acarreta 
riscos e custos, sem que seus resultados possam ser realmente utilizados, em razão de deficiências no 
método.
Os pesquisadores devem dar garantias de que os dados serão utilizados 
apenas para fins científicos, preservando a privacidade e a confidencialidade. 
A identificação e o uso de imagens somente poderão ser feitos com uma 
autorização expressa do indivíduo pesquisado (GOLDIM, 2005).
É necessário que todos os envolvidos na pesquisa sejam informados de que estão participando de 
uma pesquisa, identificando quais os objetivos e a finalidade desta. Para tanto, é necessária a assinatura 
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Essa atitude de esclarecimento é um dever moral e ético 
do pesquisador.
Outro aspecto a ser considerado é que o esclarecimento deixa evidente a voluntariedade da 
participação para o pesquisado, dando autonomia de escolha pela participação ou não.
Dessa forma, o consentimento informado deve ser livre e voluntário, implicando que o indivíduo se 
sinta pleno em seu processo de decidir‑se pela participação na pesquisa, não sendo desejável a falta de 
clareza sobre o assunto no qual está se envolvendo.
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Caso a pesquisa seja realizada em um serviço público ou privado, será necessário obter uma 
autorização institucional. Obter a autorização não define a participação direta dos membros desse 
serviços, sejam eles, gestores, equipe técnica, equipe de apoio, usuários/clientes etc. Cada participante 
da pesquisa deverá ser plenamente esclarecido quanto a objetivos e finalidades, bem como ter garantido 
o sigilo, não sendo permitida sua participação por nível de hierarquia institucional, ou até mesmo por 
coação, mas somente pela decisão voluntária.
O processo de consentimento esclarecido deve oferecer informações completas, incluindo riscos e 
desconfortos, bem como vantagens e desvantagens da participação na pesquisa.
Todos esses detalhes e esclarecimentos devem estar registrados em um documento por escrito, 
denominado de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução nº 196/96, cuja 
redação deve ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino.
A assinatura do consentimento não deve ser uma mera coleta de assinatura, mas, sim, garantir 
o esclarecimento sobre a pesquisa e seu processo, e como se dará a participação na qualidade de 
pesquisado, garantindo que o participante tenha clareza de que pode aceitar ou recusar, o que determina 
a voluntariedade.
O último ponto fundamental é a avaliação prévia por um Comitê de Ética 
em Pesquisa independente. Neste Comitê devem participar pesquisadores 
de reconhecida competência, além de representantes da comunidade. Deve 
ser garantida a participação de homens e mulheres. O Comitê deve avaliar 
os aspectos éticos do projeto de pesquisa, assim como a integridade e a 
qualificação da equipe de pesquisadores (GOLDIM, 2005).
Portanto, o projeto de pesquisa deverá ser submetido ao Comitê de Ética da UNIP, que está 
plenamente adequado às diretrizes e normas de pesquisa em seres humanos do Conselho Nacional de 
Saúde (Resolução nº 196/96).
Para que o aluno envie o projeto de pesquisa ao Comitê de Ética, deverá realizar sua vinculação à 
Plataforma Brasil, e o seu orientador também deverá fazê‑lo, em conformidade com as informações 
oficiais do site dessa plataforma:
A Plataforma Brasil é uma base nacional e unificada de registros de pesquisas 
envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/Conep. Ela permite que 
as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estágios – desde sua 
submissão até a aprovação final pelo CEP e pela Conep, quando necessário 
– possibilitando inclusive o acompanhamento da fase de campo, o envio de 
relatórios parciais e dos relatórios finais das pesquisas (quando concluídas). 
O sistema permite, ainda, a apresentação de documentos também em meio 
digital, propiciando ainda à sociedade o acesso aos dados públicos de todas as 
pesquisas aprovadas. Pela internet é possível a todos os envolvidos o acesso, 
por meio de um ambiente compartilhado, às informações em conjunto, 
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
diminuindo de forma significativa o tempo de trâmite dos projetos em todo 
o sistema CEP/CONEP (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Para a realização do cadastro, é obrigatório ter em mãos:
• número do CPF;
• curriculum vitae do pesquisador (em formato .doc, .docx, .odt ou .pdf), 
ou o endereço eletrônico do currículo na Plataforma Lattes;
• documento com foto digitalizado (carteira de identidade, identidade 
profissional ou carteira de motorista, em formato .jpg ou .pdf);
• conta de e‑mail ativa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
 Saiba mais
Para fazer seu cadastro, acesse o site da Plataforma Brasil: <www.saude.
gov.br/plataformabrasil>.
O orientador de sua pesquisa deverá proceder ao cadastro da pesquisa no site da Plataforma Brasil. 
Esclarecemos que todos os professores orientadores da UNIP têm seu cadastro atualizado.
Depois de todo esse caminho – elaboração de pré‑projeto, postagem no Blackboard para orientações, 
cadastro na Plataforma Brasil, encaminhamento do projeto ao Comitê de Ética, para aprovação e retorno –, 
seu projeto estará qualificado e você poderá iniciar a pesquisa, que, nesse caso, é de campo.
Na Unidade II desse livro‑texto, você aprendeu a realizar a pesquisa e a análise desta. A partir daqui, 
deverá ir a campo, coletar os dados e analisá‑los, sempre se balizando pelos autores escolhidos por meio 
da revisão de literatura.
8.3 Entrega do relatório de pesquisa
Não se preocupe em organizar muitos capítulos, mas em manter o foco e a centralidade no tema 
que está sendo abordado. Aqui, vamos sugerir uma formatação para a apresentação do relatório de 
pesquisa, atendo‑nos aos elementos textuais, que compõem o corpo do relatório ou TCC.
Seguem os elementos textuais:
• Apresentação ou Introdução;
• Capítulo 1;
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• Capítulo 2;
• Capítulo 3;
• Considerações Finais.
Na Apresentação ou Introdução, o aluno informará ao leitor qual foi sua pesquisa, sendo essa a 
penúltima parte a ser escrita, pois os elementos textuais deverão estar completamente elaborados.
Serão parágrafos contextualizando seu interesse pelo assunto e trazendo o foco centralda 
pesquisa – tema. Nessa parte, caso você tenha elaborado sua justificativa para o pré‑projeto, poderá 
aproveitá‑la. Seguidos pelos objetivos geral e específicos, virão as hipóteses, a metodologia explicando 
o tipo de pesquisa, a abordagem, os procedimentos, o método de abordagem e de procedimento e 
instrumentos de coleta; você finalizará com quatro parágrafos, cada um com a síntese de cada capítulo 
inclusive das Considerações Finais. Utilize de três a cinco páginas para a Apresentação ou Introdução.
O Capítulo 1 será a apresentação da revisão bibliográfica. Nessa parte, seja conciso. Não anexe leis, 
regulamentações nem outros materiais. Lembre‑se: você tem um foco. Diante de seus objetivos com 
a pesquisa, ou seja, nos resultados a que pretende chegar, distribua o material bibliográfico em quatro 
itens, de forma que mantenha o foco. Atente para as normas da ABNT, pois você está diante de um 
trabalho científico. Essa parte deverá ter, em um TCC, de 10 a 15 páginas.
No Capítulo 2, virá a apresentação da metodologia, com todos os procedimentos utilizados para 
a realização da pesquisa. Se sua pesquisa tiver sido feita em uma organização, apresente a instituição 
brevemente, utilizando de duas a quatro páginas. Em seguida, descreva a metodologia utilizada, etapa por 
etapa: primeiro, apresente a base teórica; depois, relate como foi a aplicação da metodologia e indique o 
universo pesquisado, bem como suas características. Caso tenha utilizado questionário, apresente cada 
pergunta e as respostas de cada participante. Não identifique as pessoas pelos seus nomes, mas busque 
outros, fictícios. Se o tema da pesquisa tiver sido, por exemplo, pessoa e família, separe nas categorias 
“Sujeitos” e “Sujeitos Familiares”. Assim, para cada questão, apresente todas as respostas obtidas.
Caso tenha utilizado História de Vida, separe o relato em partes que venham ao encontro de suas 
hipóteses. Se tiver mais de um sujeito, apresente as partes com o mesmo enfoque dado a todos os 
participantes, para tornar mais fácil a análise. Esse capítulo deverá ter de 10 a 15 páginas.
Em seguida, virá o Capítulo 3, em que você apresentará a análise dos dados levantados pela pesquisa. 
Assim, cada questão deverá gerar um achado de pesquisa, com embasamento teórico obtido da revisão 
de literatura. Busque analisar revisitando seus objetivos e suas hipóteses, identificando se o resultado 
está previsto ou a pesquisa encontrou outro caminho. Aqui, deve‑se lembrar das normas da ABNT, 
quando utilizar a fala de um autor. Para esse capítulo, você deverá utilizar de 8 a 12 páginas.
Enfim, as Considerações Finais, em que, de acordo com suas hipóteses e seus objetivos, você 
descreverá como foi ter realizado a pesquisa e qual a compreensão de seus resultados, com avaliação 
crítica da metodologia e do referencial. Deverá utilizar de três a cinco páginas.
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Lembramos ao aluno que há pessoas mais prolixas e outras mais sucintas, portanto, fica estabelecido 
que a parte de elementos textuais deverá ter trinta páginas ou mais.
Elementos 
pré‑textuais
Elementos 
pré‑textuais
Elementos 
textuais
Capa Introdução Referências
Glossário
Apêndice
Anexos
Resumo
Capítulo 2
Lista de tabelas
Considerações 
finais
Folha de rosto
Capítulo 1
Lista de ilustrações
Capítulo 3
Sumário
Figura 12 – Elementos do projeto de pesquisa
Estamos chegando ao final do presente livro‑texto e esperamos ter contribuído com a elaboração 
do seu projeto de pesquisa, compreendendo a seleção do tema, a pesquisa bibliográfica para 
elaboração do pré‑projeto, a escolha da metodologia de pesquisa, o registro dos dados e a posterior 
análise destes, bem como as formas e os veículos de apresentação do pré‑projeto, do projeto e do 
relatório de pesquisa – TCC.
Temos certeza de que, com a leitura atenta, o acompanhamento da videoaula, as postagens 
dos materiais, a realização da pesquisa e a análise e entrega do TCC, esse desafio será vencido com 
tranquilidade, objetividade e sucesso.
 Resumo
Nesta unidade, vimos que a metodologia perpassa pela escolha de 
procedimentos e técnicas, com base no esquema em forma de perguntas 
cujas respostas compõem a metodologia de pesquisa.
Aprendemos que tais procedimentos e técnicas devem estar relacionados 
com o objetivo de pesquisa.
Conhecemos ainda as abordagem de pesquisa – qualitativa, quantitativa 
ou quantiqualitativa, cuja escolha está entrelaçada com o objeto de estudo 
e a afinidade do pesquisador com a aplicação dos métodos, lembrando que 
a escolha da abordagem também depende do objetivo.
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Vimos que o campo de pesquisa é formado por lugares, instituições, 
grupos de pessoas, entre outros, e destacamos que o pesquisador escolherá 
seu campo para aplicar a coleta de dados.
Aprendemos que público‑alvo são as pessoas que serão o foco da 
pesquisa ou aquelas que, de alguma forma, serão influenciadas pelo estudo 
realizado.
Destacamos também que a amostra corresponde à delimitação, em 
nosso caso, de grupos de sujeitos, que serão investigados.
Em seguida, conhecemos os métodos de pesquisa – documental, história 
de vida, pesquisa‑ação, entrevista, grupo focal, entre outros. Aprendemos 
também que os instrumentos de coleta de dados são: formulários, 
questionários, documentos e roteiros.
Vimos também que determinar a metodologia consiste em responder 
como será a aplicação, bem como em definir o desenho de como coletar 
os dados. Lembramos que essa estruturação resume‑se em detalhar 
minuciosamente os procedimentos de coleta de dados.
Em seguida, aprendemos que a análise dos dados consiste em: 
compreender o material coletado, confirmando ou não as hipóteses; 
responder às questões formuladas do problema de pesquisa; e, por fim, 
ampliar o conhecimento sobre o assunto estudado, possibilitando descobrir 
outros novos.
Aprendemos a importância da leitura e da (re)leitura dos dados, 
imprescindíveis para a elaboração e a compreensão do material. Vimos 
que essas leituras possibilitarão ao pesquisador conhecer profundamente 
o conteúdo do material, para, assim, analisar e interpretar o teor das 
respostas obtidas. Lembramos que essa etapa da pesquisa vincula‑se à 
teoria estudada, tendo como objetivo nortear e aprofundar as análises.
Também abordamos a construção da parte denominada Considerações 
Finais ou Conclusões, que corresponde a uma retrospectiva rápida do que 
se pretendia com o trabalho, destacando os objetivos, as hipóteses mais 
importantes, os conceitos teóricos e os procedimentos metodológicos 
utilizados, destacando os principais resultados obtidos com a pesquisa e 
apontando para a descoberta do conhecimento alcançado com o estudo.
Ressaltamos a forma como deve ser apresentado o pré‑projeto de 
pesquisa, quanto ao seu conteúdo. Orientamos sobre a Plataforma Brasil 
e o encaminhamento do Projeto de Pesquisa para o Comitê de Ética da 
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
UNIP, o processo da qualificação do projeto de pesquisa e a apresentação 
da monografia como relato da pesquisa, a ser validada como Trabalho de 
Conclusão de Curso – TCC.
 Exercícios
Questão 1. Leia atentamente o resumo de pesquisa apresentado a seguir:
“Esta pesquisa tem por objetivo geral contribuir com novos subsídios para debates sobre relações 
entre organizações de educação, saúde e cultura e, por objetivos específicos, (1) discorrer sobre a 
importância da acolhida e do diálogonas interações ocorridas no interior dessas organizações e delas 
entre si e (2) fomentar a constituição de uma rede social de relações em prol do desenvolvimento 
individual e coletivo. O universo de pesquisa é constituído de organizações de Educação, Saúde e Cultura 
do Parque Peruche, bairro da zona norte de São Paulo, de expressiva presença negra. O referencial 
teórico inclui, entre outras, as contribuições de Carl Rogers, Enrique Pichón‑Rivière, Leila Albuquerque 
e Faustino Teixeira. O método encontra suporte teórico em Yin (2005) e Esping (2010). Incluem‑se entre 
os instrumentos de pesquisa o levantamento bibliográfico e de dados históricos, observação, entrevistas 
e participação nas reuniões de rede realizadas no bairro.” (RIBEIRO, R. I. Diálogo: acolhida e dádiva em 
network de Educação‑Saúde‑Cultura. Um estudo no Parque Peruche (SP). III Relatório de Pesquisa. São 
Paulo: UNIP, mai. 2013).
Com base nesse resumo de pesquisa, considere as seguintes afirmativas:
I. A pesquisa em questão é de tipo exclusivamente documental.
II. A pesquisa em questão é de tipo pesquisa‑ação.
III. Para o desenvolvimento da pesquisa em questão é absolutamente indispensável o uso de 
questionários e a coleta de relatos autobiográficos.
IV. A pesquisa em questão inclui investigação documental.
Está correto somente o que se afirma em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) I e IV.
E) III e IV.
Resposta correta: alternativa C.
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Análise das afirmativas
I. Afirmativa incorreta.
Justificativa: embora a pesquisa em questão demande o estudo de documentos históricos e 
geográficos, entre outros, ela não é de tipo exclusivamente documental por exigir também a realização 
de entrevistas individuais e em grupo, bem como intervenções nos processos de comunicação intra e 
interinstitucionais.
II. Afirmativa correta.
Justificativa: sim. A pesquisa mencionada é de tipo pesquisa‑ação porque exige ações de busca de 
conhecimento e, simultaneamente, de intervenção em uma determinada realidade social já constituída. 
III. Afirmativa incorreta.
Justificativa: para o desenvolvimento da pesquisa cujo resumo é apresentado no enunciado desta 
questão, não é absolutamente indispensável o uso de questionários, nem é absolutamente indispensável 
a coleta de relatos autobiográficos. De fato, tais recursos podem ser úteis, mas não são de todo 
indispensáveis.
IV. Afirmativa correta.
Justificativa: a pesquisa em questão demanda acesso a documentos para melhor compreensão da 
estrutura e do dinamismo das relações intra e interinstitucionais. Dados históricos do bairro, dados 
geográficos e censitários, índices sociais, como o de vulnerabilidade, total de equipamentos de educação, 
saúde e cultura são alguns dos elementos necessários à compreensão dos elementos que favorecem ou 
dificultam o diálogo que se pretende conhecer e que possibilitem intervir nessa realidade ao longo do 
desenvolvimento da investigação.
Questão 2. O estudo de caso é uma estratégia a ser adotada quando a questão formulada é do 
tipo “como?” ou “por quê?”. Partindo de tais formulações, um pesquisador terá pouco ou nenhum 
controle sobre os acontecimentos. O estudo de caso possibilita conhecer fenômenos individuais, 
grupais, organizacionais, sociais e políticos. O chamado estudo de caso descritivo além de focalizar 
acontecimentos contemporâneos e preservar as características das ocorrências, não exige controle de 
eventos comportamentais. Nesse contexto de pesquisa são bastante utilizadas a observação direta de 
acontecimentos e as entrevistas. 
A seguir são apresentados distintos objetivos de pesquisa. Assinale a alternativa em que é feita 
referência a uma pesquisa na qual pode ser adotada a estratégia de estudo de caso. 
A) Realizar um levantamento de teses e dissertações produzidas nos últimos 10 anos na área 
educacional, buscando verificar possíveis propostas de estratégias de ação afirmativa para 
valorização do negro. 
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PROJETOS DE PESQUISA EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
B) Descrever o desenvolvimento de uma criança nascida prematuramente e submetida a dois meses 
de cuidados em estufa.
C) Contribuir com novos subsídios para o debate sobre Políticas Públicas de Atenção Integral à Saúde.
D) Explorar possíveis significados do diálogo estabelecido entre praticantes de umbanda e adeptos 
da religião messiânica. 
E) Verificar o grau de incidência da dengue na região metropolitana do município de Assis (SP).
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Grupo UNIP‑Objetivo.
Figura 2
GRADUATIONS_2005_013.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/
moshep04/preview/fldr_2005_08_07/file0002120686943.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2013.
Figura 3
TEENS_2218.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/alvimann/
preview/fldr_2009_10_05/file8781254778207.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2013.
Figura 4
FAYE AND DICK.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/o/ohsusana/
preview/fldr_2012_02_03/file1751328267780.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2013.
Figura 5
IMAGE_12.JPG. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/marcas/marcas‑e‑selos>. 
Acesso em: 24 abr. 2013.
Figura 6
IMAGE.JPG. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/educacao/chamadas‑inferiores/
ensino‑fundamental‑obrigatorio‑para‑criancas‑e‑jovens/image>. Acesso em: 24 abr. 2013.
Figura 7
IMAGE.JPG Disponível em: <http://www.brasil.gov.br//sobre/saude/chamada‑superior/
dose‑de‑prevencao/image>. Acesso em: 24 abr. 2013.
Figura 8
MCMV.JPEG. Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/habitacao/resources/mcmv.jpg>. Acesso em: 24 
abr. 2013.
133
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
ABRAHAM Lincoln: caçador de vampiros. Direção: Timur Bekmambetov. EUA, 2012. 105 minutos.
Textuais
ALECRIM, L. Expressão ideocultural de uma independência manipulada: Abraham Lincoln, o caçador 
de vampiros. Correio da Cidadania, São Paulo, set. 2012. Disponível em: <http://www.correiocidadania.
com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7650:cultura210912&catid=29:cultura&It
emid=61>. Acesso em: 10 fev. 2013.
ALVES‑MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de Pesquisa (on‑line), v. 36, n. 
129, p. 637‑51, 2006.
ALVES‑MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa 
quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – 
referências e elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
___. NBR 14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos e apresentação. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2002.
AZEVEDO, C. B. Metodologia científica ao alcance de todos. Barueri: Manole, 2009.
BARRAL, W. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Fundação Boitex, 2003.
BARRETO, A. V. P.; HONORATO, C. F. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto 
Direto, 1998.
BARROS, A. J. P.; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 8. ed. Petrópolis: 
Vozes, 1999.
BASTOS, L. R.; PAIXÃO, L.; FERNANDES, L. M. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de 
pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
BAVARESCO, R. Desnutrição entre crianças quilombolas. Boletim Unicef Brasil, ano 3, n. 8, p. 
4, jun 2007. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/UNI08.pdf>. Acesso em: 18 abr. 
2013.
BEAUVOIR, S. Memórias de uma moça bem‑comportada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
134
BIOGRAFIA de Cora Coralina. Pensador.Info, [entre 2005 e 2013].Disponível em: <http://pensador.uol.
com.br/autor/cora_coralina/biografia/>. Acesso em: 18 abr. 2013.
BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de 
março de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007‑2010/2009/decreto/
d6949.htm>. Acesso em: 20 abr. 2013.
___. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá 
outras providências. Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.
htm>. Acesso em: 22 abr. 2013.
___. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. 
Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso em: 20 
abr. 2013.
___. Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
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