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A Enfermagem na Reforma Psiquiátrica A prática contemporânea da enfermagem psiquiátrica ocorre em um contexto social e ambiental. Ela engloba as dimensões da competência clínica, colaboração interdisciplinar, parâmetros éticos-legais. São ações da enfermagem psiquiátrica hoje: Fazer avaliações biopsicossociais dos pacientes. Idealizar e implementar planos de tratamento para pacientes e familiares com problemas complexos de saúde e condições patológicas. Participar de atividades de gerenciamento da assistência aos pacientes: organizar, avaliar, coordenar e integrar os serviços de enfermagem. Elaborar plano de cuidado para os pacientes, observando as necessidades físicas e psíquicas deles. Avaliar criticamente os resultados das atividades de enfermagem prestadas aos pacientes e/ou familiares. Educar o cliente e a família sobre promoção, manutenção e recuperação do comportamento que contribua para o seu funcionamento integrado. Criar e manter ambiente terapêutico Atuar como figura significativa para o cliente e família Promover relações interpessoais Contribuir para melhorar as habilidades de enfrentamento das dificuldades do cliente Atuar em equipe multidisciplinar Participar e criar ações comunitárias para saúde mental Participar da elaboração de políticas de saúde mental PADRÕES DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM São parâmetros que determinam as ações de enfermagem e os limites da atuação do enfermeiro. Permitem uma avaliação mais objetiva da prática da enfermagem, garantindo a qualidade da assistência. PROCESSO DE ENFERMAGEM Um modo sistemático e individualizado de solucionar problemas e obter resultados a partir dos cuidados de enfermagem, respeitando a autonomia e liberdade do cliente para tomar decisões e se envolver no processo. As fases do processo de enfermagem são: 1) Avaliação: Entrevista de avaliação para recolher dados sobre a saúde do cliente, observação do comportamento (exame do estado mental) e revisão do prontuário. Estabelece um contrato terapêutico quando poderá: a) identificar a razão pela qual busca ajuda; b) avaliar os fatores de risco relacionados à segurança do cliente; c) realizar uma avaliação biopsicossocial das necessidades do cliente relativas ao tratamento. 2) Diagnóstico Problemas reais ou potenciais de saúde mental dos clientes envolvendo: Limitações nos cuidados pessoais ou prejuízo no funcionamento devido ao sofrimento mental e emocional. Déficits no funcionamento de sistemas biológicos, emocionais e cognitivos importantes. Estresse emocional ou componente de crise relacionados à doença, à dor e à incapacitação. Alterações no autoconceito – desenvolvimento pessoal e mudanças no modo de vida. Problemas relacionados às emoções como ansiedade, raiva, tristeza, solidão e perda. Sintomas físicos que ocorrem juntamente com alteração no funcionamento psíquico. Alterações no pensamento, percepção, simbolização, comunicação e tomada de decisões. Dificuldades de relacionamento. Comportamentos e estados mentais que indicam que o paciente é um perigo para si mesmo ou para outros, ou que apresenta uma deficiência grave. Circunstâncias ou eventos interpessoais, sistêmicos, socioculturais, espirituais ou ambientais que afetam o bem-estar individual, familiar ou da comunidade. Manejo sintomático, efeitos colaterais/tóxicos associados com intervenção psicofarmacológica e outros aspectos do regime de tratamento. 3) Identificação do Resultado Estabelecimento de: metas com o cliente; critérios para a evolução final desejada para o cliente; critérios para evolução final desejada para a família. 4) Planejamento: Prescrição de um plano de cuidados individualizado com intervenções para a aquisição de resultados esperados. Deve ser centrado nas necessidades do cliente e envolver sua família. 5) Implementação do plano de cuidados: Intervenções que visam prevenir, promover, manter e restaurar a saúde mental e física: Intervenções de aconselhamento, ajudando na melhora ou reconquista de habilidades de enfrentamento, apoiando a saúde mental. Estabelecimento de um ambiente terapêutico em colaboração com o cliente e demais membros da equipe multidisciplinar. Intervenções centradas nas atividades da vida diária do cliente para incentivar o autocuidado. 6) Avaliação Final: Um processo contínuo de determinação do efeito das intervenções de enfermagem e do regime de tratamento sobre o estado de saúde do cliente e os resultados esperados. Profª Enf. Mara Lúcia Silvestre -Universidade Estadual de Londrina Clínica Psiquiátrica de Londrina Stefanelli, Maguida e cols. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. I. IDENTIFICAÇÃO: iniciais do nome completo do paciente, idade em anos redondos, sexo, cor, nacionalidade, naturalidade, grau de instrução, profissão, estado civil (o que o paciente considera), religião, número do prontuário. II. QUEIXA PRINCIPAL (QP): deve-se colocá-la entre aspas e nas palavras do paciente. Ex: “Tô sem saber o que faço da minha vida. Acho que é culpa do governo”. ANAMNESE III. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): registram-se os sintomas mais significativos, a época em que começou o distúrbio; como vem se apresentando, sob que condições melhora ou piora, de preferência em ordem cronológica. IV. HISTÓRIA PESSOAL (HP): de forma sucinta dados sobre a infância, educação, escolaridade, relacionamento com os pais, relacionamento social, aprendizado sobre sexo..., enfim, tudo o que se refere à vida pessoal do paciente. V. HISTÓRIA FAMILIAR (HF): relações familiares (pais, irmãos, cônjuge, filhos e a atmosfera familiar) VI. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP): todos os antecedentes mórbidos do paciente. VII. EXAME PSÍQUICO (EP) VIII. SÚMULA PSICOPATOLÓGICA: uso de termos técnicos. Com a súmula, é possível a outro profissional da área, em poucos minutos, inteirar-se da situação do paciente. “Lúcido. Vestido adequadamente e com boas condições de higiene pessoal. Orientado auto e alopsiquicamente. Cooperativo. Normovigil. Hipertenaz. Memórias retrógrada e anterógrada prejudicadas. Inteligência mantida. Sensopercepção alterada com alucinação auditivo-verbal. Pensamento com alteração de curso (acelerado), alteração da forma (fuga de ideias) por ocasião da agudização do quadro e alteração de conteúdo (ideias delirantes de perseguição, grandeza e onipotência). Linguagem apresentando alguns neologismos. Consciência do eu alterada na fase aguda do quadro. Nexos afetivos mantidos. Hipertimia. Psicomotricidade alterada, apresentando tiques. Hiperbúlico. Pragmatismo parcialmente comprometido. Com consciência da doença atual”. . IX. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA “Sintomatologia sugestiva de quadro maníaco com sintomas psicóticos”.
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