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26/08/2014 1 PLANO DE ENSINO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Formas de representação da Terra 2. Coordenadas cartesianas, geográficas e geodésicas 3. Sistemas Geodésicos de Referência 4. Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) 5. NP1 6. Sistemas de projeção cartográfica 7. Tipos de projeções: cônica, cilíndrica, plana ou azimutal 8. Sistema de projeção UTM 9. Sistema de coordenadas UTM 10. Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM) 11. GPS 12. NP2 - Exame GEODÉSIA A Geodésia é uma Engenharia que trata do levantamento e da representação da forma e da superfície da terra (definição clássica de Helmert) global e parcial, com as suas feições naturais e artificiais bem como a determinação do campo gravitacional da Terra. 26/08/2014 2 REPRESENTAÇÃO DA TERRA REPRESENTAÇÃO DA TERRA Irregularidades da superfície terrestre: utilizam-se modelos para sua representação que devem ser simples, regulares e geométricos, e que mais se aproximem da forma real do globo. Em uma primeira aproximação, as irregularidades da superfície terrestre podem ser negligenciadas. Devido a essas irregularidades, adotam-se modelos ou superfícies de referência mais simples, regulares e com características geométricas conhecidas que permitam a realização de reduções e sirvam de base para cálculos e representações. As superfícies utilizadas em levantamentos são o plano topográfico, a esfera, o elipsóide de revolução e o geóide MODELO ESFÉRICO Em determinadas aplicações, por exemplo, na Astronomia, a Terra pode ser considerada uma esfera. Um ponto localizado na superfície desta esfera pode ser localizado por meio das coordenadas latitude e longitude astronômicas. MODELO ELIPSOIDAL Esta figura é gerada pela rotação de uma semi-elipse em torno de um de seus eixos. Eixo de revolução: eixo menor (elipsóide achatado). Eixo maior: elipsóide alongado. Parâmetros: semi-eixos maior e menor, denominados a e b. 26/08/2014 3 ELIPSÓIDES DE REFERÊNCIA Existem vários tipos de elipsóides utilizados em diferentes países e continentes. Elipsóide com orientação local (topocêntrico) – que melhor se adapte à porção de superfície da Terra que se deseja representar Orientação global, de origem geocêntrica (centro do globo), que é um modelo generalizado para toda a Terra. O Sistema Geodésico Brasileiro adota como modelo geométrico o elipsóide GRS8O (Geodetic Reference System – 1980) TIPOS DE ELIPSÓIDES DE REFERÊNCIA MODELO GEOIDAL É definido pelo nível médio dos mares (NMM) em repouso, prolongado através dos continentes. É o modelo “natural” da Terra e por isso é modelo que mais se aproxima da forma da Terra. Trata-se de uma superfície irregular e de complexo tratamento matemático. 26/08/2014 4 • A superfície eqüipotencial, assim definida, é denominada “Geóide” e é usada como referência para os levantamentos altimétricos, influindo, portanto, nas reduções das medições executadas diretamente sobre o terreno. • De modo não muito preciso, pode-se dizer que o geóide é representado pelo nível médio dos oceanos, considerados hipoteticamente em repouso, e um imaginário prolongamento destes oceanos através dos continentes. MODELO PLANO Adotado na Topografia, onde não se considera a influência dos erros sistemáticos devidos à curvatura da Terra e ao desvio da vertical. Assume-se que a porção de Terra em estudo seja plana. Trata- se de uma simplificação, considerada válida dentro de certos limites a fim de facilitar os cálculos topográficos. A este plano, denominado plano topográfico local ou superfície de projeção, são lançados os pontos medidos na superfície do terreno. ALTITUDES, DESVIO DA VERTICAL E ONDULAÇÃO GEOIDAL O geóide é uma superfície equipotencial da gravidade terrestre que mais se aproxima do NMM. Serve para a definição da coordenada altitude ortométrica, representada por H, por isso diz-se que o geóide é uma superfície de referência das altitudes. A altitude ortométrica (H) de um ponto P qualquer na superfície física é a distância contada ao longo da linha vertical do ponto P ao geóide. 26/08/2014 5 A vertical do lugar é a linha de força do campo da gravidade que passa neste ponto. Ela representa a direção do vetor gravidade g e é materializada pelo fio de prumo ou pelo eixo vertical de um teodolito nivelado corretamente. A altitude geométrica ou elipsoidal do ponto P, representada por h, é a distância contada ao longo da normal ao elipsóide que passa pelo ponto P. O elipsóide não é paralelo nem coincide com o geóide. Dessa forma, ocorre um desvio entre a normal ao elipsóide, ao longo do qual é medida a altitude geométrica (h) e a vertical, ao longo da qual é medida a altitude ortométrica (H). Esta diferença é denominada desvio da vertical, representado por θ. A distância de separação entre o elipsóide e o geóide é denominada ondulação geoidal ou ondulação do geóide, representada por ∆N. Ela indica a variação do geóide em relação ao elipsóide e normalmente oscila de 30 metros, podendo chegar a 100 metros. A altitude geométrica pode ser convertida em altitude ortométrica por meio da relação 26/08/2014 6 SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA Sistema coordenado, utilizado para representar características terrestres, sejam elas geométricas ou físicas. Na prática, serve para a obtenção de coordenadas (latitude e longitude) e altitudes que possibilitam a representação e localização em mapa de qualquer elemento da superfície do planeta. Definição do SGR: conjunto de convenções junto a um elipsóide ajustado às dimensões da Terra e devidamente orientado. Realização do SGR: conjunto de pontos implantados sobre a superfície física da Terra com coordenadas conhecidas (marcos geodésicos). Instituições e empresas voltadas à produção cartográfica e os usuários de dados georreferenciados utilizam informações baseadas nos diferentes sistemas de referência que coexistem no Brasil. É de extrema importância o conhecimento das características e restrições de cada um destes sistemas 26/08/2014 7 REDES GEODÉSICAS A materialização ou realização do Sistema Geodésico de Referência dá-se através do conjunto de pontos implantados sobre a superfície física da Terra cujas coordenadas são conhecidas. A realização do sistema de referência é disponibilizada ao usuário através da divulgação do conjunto de coordenadas. O conjunto de estações terrestres cujas posições foram determinadas com respeito a um sistema coordenado constitui as malhas ou redes geodésicas, que proporcionam uma forma de representação pontual da superfície física do planeta. POSIÇÃO E ORIENTAÇÃO DO ELIPSÓIDE DE REFERÊNCIA A posição e a orientação do elipsóide adotado como de referência pode ser com relação à Terra como um todo (elipsóides geocêntricos: seu centro geométrico coincidente com o centro de massa da Terra (SIRGAS). Existe outra família de elipsóides cujo propósito não é representar a Terra como um todo e sim se ajustar a uma certa região como um país, grupo de países ou continente (topocêntrico): SAD - 69. O posicionamento e a orientação são feitos através de seis parâmetros topocêntricos: coordenadas de um ponto origem, orientação (azimute inicial), separação geóide-elipsóide (ondulação geoidal), e as componentes do desvio da vertical (componente meridiana ξ e componente primeiro vertical η) SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA NO BRASIL Legalmente, existem o SAD69 (South American Datum 1969) e o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas). Há também outros sistemas que, apesar de não teremrespaldo em lei, ainda são utilizados no País (SICAD – DF) SIRGAS (Sistema de Informações Geocêntrico para as Américas): todos os países da AS, México, Panamá, El Salvador e Costa Rica. REDE GEODÉSICA DO DF REDE GEODÉSICA DO DF 26/08/2014 8 CLASSIFICAÇÃO Didaticamente as redes são divididas em três categorias: redes verticais, redes horizontais e redes tridimensionais. As redes de pontos definidos por apenas uma coordenada, a altitude, são conhecidas como redes geodésicas verticais. As redes de pontos cujas posições horizontais são conhecidas, por exemplo, a latitude e a longitude, são chamadas de redes geodésicas horizontais. As redes de pontos com três coordenadas são conhecidas como redes tridimensionais. REDES VERTICAIS As redes geodésicas verticais são compostas por pontos implantados na superfície física da Terra. Cada ponto é conhecido por RN (Referência de Nível) e sua altitude ortométrica (H) é conhecida e determinada por técnicas de nivelamento. No estabelecimento das redes verticais existe maior preocupação com a precisão das altitudes do que com a precisão das coordenadas horizontais. Essas altitudes estão referenciadas ao geóide ou mais popularmente ao “Nível Médio dos Mares” (NMM). REDES GEODÉSICAS HORIZONTAIS As redes geodésicas horizontais são compostas por pontos cujas coordenadas (geralmente latitude φ e longitude λ), com respeito a uma superfície de referência (o elipsóide), são conhecidas. As altitudes dos pontos das redes horizontais são determinadas com uma precisão relativa inferior a das coordenadas horizontais, por exemplo, através de nivelamento trigonométrico. REDES GEODÉSICAS TRIDIMENSIONAIS As redes tridimensionais podem ser estabelecidas de duas formas: a) combinar as coordenadas horizontais (φ, λ) e a altitude ortométrica (H) de pontos homólogos para obter então as coordenadas tridimensionais (φ, λ, h) ou (X, Y, Z). b) utilizar técnicas de posicionamento que sejam capazes de fornecer diretamente as três coordenadas em algum referencial, como por exemplo o VLBI (Very Long Baseline Interferometry), SLR (Satellite Laser Range) e o GPS (Global Positioning System). Sistema Geodésico Brasileiro • Geodésia é a ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra. • A atuação do IBGE, instituição responsável no País por essas atividades, caracteriza-se pela implantação e manutenção do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), formado pelo conjunto de estações, materializadas no terreno, cuja posição serve como referência precisa a diversos projetos de engenharia - construção de estradas, pontes, barragens, etc. -, mapeamento, geofísica, pesquisas científicas, dentre outros. 26/08/2014 9 Sistema Geodésico Brasileiro • A partir de 2005 o Sistema de Referência Oficial do Brasil passou a ser o “SIRGAS2000, conforme Portaria 1/2005, de 25/02/2005 – IBGE, cujos parâmetros principais são: • Nomenclatura oficial: Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas. • Sistema Geodésico de Referência: Sistema de Referência Terrestre Internacional - ITRS (International Terrestrial Reference System). • Figura geométrica para a Terra: Elipsóide do Sistema Geodésico de Referência de 1980 (Geodetic Reference System 1980 – GRS80); • Semieixo maior a = 6.378.137m; • Achatamento f = 1/298,257222101. • Origem: Centro de massa da Terra (Geocêntrico). • Orientação: Polos e meridiano de referência consistentes em ±0.005” com as direções definidas pelo BIH (Bureau International de l´Heure), em 1984,0. • Época de Referência das coordenadas: 2000 • Materialização: Estabelecida por intermédio de todas as estações que compõem a Rede Geodésica Brasileira, implantadas a partir das estações de referência. Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) • Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RMCB) • Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) • Rede Maregráfica Permanente para a Geodésia (RMPG) • Rede Gravimétrica SICAD O Sistema Cartográfico do Distrito Federal - SICAD foi criado em 1976. Suas principais características são: Possuir articulação sistemática própria; É referência oficial e obrigatória para todo e qualquer trabalho de topografia, cartografia, demarcação, estudos de engenharia e de urbanismo no DF (Decreto Distrital n.º 4.008/1977). O território do DF localiza-se em 2 fusos do sistema UTM, a saber, fuso 23 e fuso 22, porém a representação cartográfica é feita apenas no fuso 23 que foi expandido a oeste. 26/08/2014 10 • O referencial geodésico sobre o qual desenvolveram-se todos os mapeamentos do SICAD realizado antes de 2010 era o ASTRO DATUM CHUA com os seguintes parâmetros: • Elipsóide: Hayford (elipsóide internacional de 1924); • Semi-eixo maior a = 6.378.388 m; • Achatamento f = 1/297; • Parâmetros referentes ao posicionamento espacial do elipsóide: • Orientação topocêntrica: • Ponto Datum = Vértice de triangulação Astro Chuá; φG = 19º 45' 41,6527" S; λG = 48º 06' 04,0639" WGr.; φA = 19º 45’ 41,34” S; λA = 48º 06’07,80” WGr.; AG = 271° 30' 04,05" SWNE para VT-Uberaba; N = 0,0 m. Onde: φG = Latitude Geodésica; φA = Latitude Astronômica; λG = Longitude Geodésica; λA = Longitude Astronômica; AG = Azimute Geodésico; N = Ondulação Geoidal. • Para a elaboração do novo Mapeamento do Distrito Federal (2010) elaborado pela TERRACAP visando compatibilidade com o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), houve a necessidade de alteração do referencial geodésico do SICAD para o SIRGAS-2000.
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