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Ep26_James

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William James – The Will to Believe
Deus é útil?
Imagine um homem, sempre devoto, recebe a mensagem de seu mestre, que diz que Deus quer que ele faça algo incompreensível. “Você deve levar seu irmão mais novo ao topo de uma montanha e sacrificá-lo”.
Completamente devastado, mas igualmente indisposto a acreditar que as mensagens sejam um embuste (hoax), ele leva seu irmão ao topo da montanha. Por sorte, para ele, no ultimo momento, sua mão é travado, quando um sacrifício definitivo aparece de repente. Ele não precisa sacrificar seu amado irmão. Ele está aliviado de que sua devoção foi recompensada, enquanto seu irmão mais novo não consegue entender como seu irmão pode acreditar em tamanho absurdo. A mensagem de seu mestre não pode ter sido de Deus, e se há um Deus, ele nunca pediria ao homem para fazer algo tão horrível, certo?
Para o filósofo estadunidense William James, a questão sobre acreditar em Deus é uma das mais importantes que iremos considerar jamais. Muitas pessoas já acreditam, e outras não, então, dependendo de com quem você conversa; acreditar é como “É claro que ele é real”, ou “Que tipo de idiota acredita nesta porcaria?”. Quando pressionado sobre seu raciocínio no assunto de sua crença, o crente e o não-crente podem sugerir argumentos igualmente convincentes.
Para James, o valor de uma crença reside em como ela é comprada (how it cashes out), e não se ela é verdade em algum sentido objetivo. Em outras palavras, quão útil é acreditar. Racionalidade e evidencia empírica não ajudam a decidir nossa crença, pois como um filósofo uma vez disse, “você não pode cutucar Deus com uma vara”. Conseqüentemente, James pensa que é aceitável acreditar em algo apesar de sua falta de rigor científico. Ou seja, nossa natureza emocional faz parte (comes into play) de tais crenças. Acreditar em Deus, portanto, não é uma questão de ciência lógica, mas de volição (volition), de vontade (will). Mas tampouco se trata de acreditar porque te faz se sentir bem. É sobre levar a opção a sério. Por exemplo, você pode cogitar o fato de que fadas existam, mas não há risco junto a isso. James chama isso de uma hipótese morta (dead hypothesis). Não se tratando, portanto, de se você acredita ou não em Deus. A escolha que você faz é um assunto sério, ela impacta sua vida de maneiras intensas.
Em um tempo em que acreditamos em razão e método cientifico, é fácil dispensar qualquer coisa que não se relacione completamente a evidencia e racionalidade. Mas para James, nossa vontade de acreditar (will to belief) é uma opção legítima que não deveria, e não pode ser dispensada.
-“Nossa natureza passional não só legalmente pode, mas deve decidir uma opção entre proposições, sempre que é uma verdadeira opção que não pode, pela sua natureza, ser decidido por razões intelectuais; para dizer em circunstâncias, “não decida, mas deixe a questão em aberto" é em si uma decisão passional - assim como decidir sim ou não e é atendido com o mesmo risco de perder a verdade.” (Our passional nature not only lawfully may, but must, decide an option between propositions, whenever it is a genuine option that cannot by its nature be decided on intellectual grounds; for to say under circumstances, "do not decide, but leave the question open" is itself a passional decision - just like deciding yes or not and is attended with the same risk of losing truth. THE WILL TO BELIEVE)
Portanto, a questão pragmática aqui é: você é melhor acreditando ou não?
Este texto pertence à Wisecrack –YouTube Channel e detém toda sua autoria. Esta versão é meramente uma tradução livre.

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