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Plano de Aula: Teoria Geral do Direito Societário. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO I - CCJ0133 Título Teoria Geral do Direito Societário. Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 2 Tema Teoria Geral do Direito Societário. Teoria da Empresa. Objetivos - Compreender o conceito de sociedade; - Compreender os efeitos e limites da responsabilidade da personificação da sociedade; - Distinguir a responsabilidade dos sócios e da sociedade; - Entender a desconsideração da personalidade jurídica; Estrutura do Conteúdo 1. Da Sociedade 1.1. Conceito e personificação da sociedade; Nas palavras de Arnaldo Rizzardo ―As sociedades correspondem à reunião de pessoas com um objetivo comum, de natureza econômica ou não. As pessoas associam-se umas às outras, formando a sociedade. Na verdade, não são sócias da sociedade, mas o são umas das outras. O art. 981 dá a caracterização da sociedade: ―Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados‖. Ou seja, o contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir, com bens ou prestação de serviços, a uma mesma finalidade‖. E continua, ―a personalização da pessoa jurídica realiza-se em duas fases, sendo a primeira através da exteriorização da vontade humana em instrumento escrito, também conhecido por contrato social; e a segunda por meio do registro no órgão competente (Cartório de Título e Documentos e Junta Comercial ou Registro de Comércio).‖ 1.2. Efeitos, separação e limite de responsabilidade da personificação; A responsabilidade patrimonial caracteriza-se pela sujeitabilidade do patrimônio de alguém as medidas executivas destinadas à realização do direito material já decidido. A regra geral da responsabilidade patrimonial encontra-se estabelecida no artigo 591 do Código de Processo Civil, segundo o qual ―o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei‖. 1.3. Responsabilidade da sociedade e dos sócios; O efeito prático e talvez mais importante da diferenciação entre a pessoa física dos sócios e a pessoa jurídica em que se constituiu a Sociedade, é – ou ao menos deveria ser — a completa separação patrimonial que a autonomia e individualidade da pessoa jurídica estabelece, o que, em tese, minimizaria os riscos patrimoniais do sócio, uma vez que este delimita o risco patrimonial no montante que destacou de seu patrimônio para integralizar o capital da sociedade. 1.4. Desconsideração da Personalidade Jurídica: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte , ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica (art. 50 do CC). Francisco AMARAL descreve as hipóteses mais freqüentes de aplicabilidade da desconsideração da personalidade jurídica como sendo: o ingresso fraudulento na sociedade de bens ou direitos pertencentes a terceiros, realizado por sócio; a mistura de bens ou de contas entre acionis ta controlador e participantes da sociedade e a própria sociedade; negócios pessoais feitos pelo administrador como se fosse pela sociedade, confusão de patrimônios de sócio e da sociedade; o desvio de finalidade do objeto social com fins ilícitos ou fraudulentos etc. A aplicação dessa teoria da desconsideração da personalidade jurídica tem por finalidade principal fazer desaparecer a autonomia da pessoa jurídica e das pessoas naturais que a constituem, criando uma situação de subsidiariedade em que a responsabilização pessoal da pessoa natural começa no momento em que se esgotam as possibilidades patrimoniais da pessoa jurídica para garantir as responsabilidades por esta assumidas. 1.5. Nome Empresarial: No entendimento de Maria Bernadete Miranda: o nome empresarial vem a ser a identificação que será adotada pela pessoa física ou jurídica para o exercício da empresa, podendo ser a firma individual, a firma ou razão social e a denominação. O novo Código determina que para os efeitos de proteção da l ei, equipara-se ao nome empresarial, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. O novo dispositivo legal, nos artigos finais, do Capítulo II, do Título IV, determina, que o nome empresarial não poderá ser objeto de alienação e, que o adquirente de um estabelecimento comercial, por ato entre vivos, pode, se o contrato permitir, usar o nome do alienante, porém este deverá estar precedido do seu próprio nome, com a qualificação de sucessor. Aplicação Prática Teórica CASO CONCRETO: Um dos sócios de certa sociedade em comum ajuizou ação de execução contra Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda., em razão do inadimplemento de várias obrigações. No curso do processo, o exequente constatou a confusão patrimonial entre os bens da pessoa jurídica devedora e de seus três sócios, razão pela qual pretende requerer ao juízo competente a desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda. Em decorrência deste fato hipotética, existe a razão apontada é suficiente para provocar a desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda.? QUESTÃO OBJETIVA: 1) A desconsideração da pessoa jurídica a) será configurada apenas com a insolvência do ente coletivo, sem outras considerações; b) não ocorre no direito brasileiro, dada a separação patrimonial entre pessoas físicas e jurídicas; c) restringe-se às relações consumeristas; d) implicará responsabilização pessoal, direta, do sócio por obrigação original da empresa, em caso de fraude ou abuso, caracterizando desvio de finalidade ou confusão patrimonial; e) prescinde de fraude para sua caracterização, bastando a impossibilidade de a pessoa jurídica adimplir as obrigações assumidas; 2) (FUNCAB/2016/Delegado Polícia Civil/PA) Com relação às sociedades e à responsabilidade dos sócios, assinale a alternativa correta. a) Na sociedade limitada, os condôminos de quota indivisa não respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização; b) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, assim com o a responsabilidade pela integralização do capital social: c) Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais; d) O sócio admitido em sociedade já constituída não responde pelas dívidas sociais anteriores à sua admissão; e) A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária apenas dos administradores que a realizarem.
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