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“A fetichização do discurso e o discurso da fetichização”, onde aborda-se a dogmática jurídica, o discurso jurídico e a interpretação da lei, com base no livro de Lenio Streck, “Hermenêutica Jurídica e(m) Crise”.

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Introdução
Neste trabalho, faremos uma breve apreciação sobre “A fetichização do discurso e o discurso da fetichização”, onde aborda-se a dogmática jurídica, o discurso jurídico e a interpretação da lei, com base no livro de Lenio Streck, “Hermenêutica Jurídica e(m) Crise”.
Fetichização
Fetiche: do francês ”fétiche”, que por sua vez é um empréstimo do português “Feitiço”, cuja origem é o latim “facticius”, sendo que este significa artificial, fictício, não natural.[1: Disponível em https://zarpante.wordpress.com/2013/08/16/a-origem-da-palavra-fetiche/ Acesso em: 28 de Abril de 2015.]
Para a Hermenêutica, a fetichização seria um entendimento contrário a norma, ou seja, os conteúdos dos textos jurídicos não representam a realidade social do país, o que leva a termos um Direito descompromissado com a ética e com a justiça social. 
 A fetichização do discurso jurídico reproduz uma visão do Direito excessivamente preocupado com a pureza, a forma e o aspecto técnico do saber jurídico, sem se preocupar com o destinatário final, o povo. A fetichização ainda pode ser vista como um dos obstáculos que impedem a realização plena dos direitos em nossa sociedade.
Interpretação da Lei
Pelo processo interpretativo se estabelece o exato sentido da norma; seu alcance, suas consequências jurídicas e os elementos constitutivos do caso típico previsto pela norma. 
Toda Lei está sujeita á interpretação, a linguagem usada tem um papel secundário, de servir como veículo para a busca da verdadeira “Essência” do Direito. Interpretar a lei é a busca do esclarecimento do significado verdadeiro de uma expressão; É extrair de uma frase, sentença ou norma, tudo o que na mesma se contém, revelando seu sentido apropriado para a vida real e conducente a uma decisão.
Quando a lei é clara, a interpretação é instantânea (In claris non fit interpretatio). No contexto hermenêutico, existe uma grande discussão a respeito do que deve prevalecer:
• Voluntas Legis (Vontade da Lei): A vontade da lei é defendida pela doutrina objetivista, segundo a qual a lei torna-se autônoma a seu criador a partir do momento em que é publicada, ou seja, a lei pode ser interpretada livremente dentro do mundo jurídico pelas técnicas hermenêuticas disponíveis, sem precisar se valer das intenções presentes no momento de sua produção.
• Voluntas Legislatoris (Vontade do Legislador): A vontade do legislador é defendida pela doutrina subjetivista, a qual procura descobrir na interpretação da lei, a intenção do criador da norma.
Streck ressalta que o uso das duas vontades deve ser moderado, pois o uso intenso da Voluntas Legislatoris, pode ser representado com a imagem de Hitler, que interpretava as leis a sua maneira, sem se importar com o real sentido da norma. Porém, o uso excessivo da Voluntas Legis, também pode causar uma insegurança jurídica no mundo contemporâneo. 
 
Lacunas do Direito (axiológicas)
São espaços sem resposta presentes no ordenamento, uma ausência legislativa. As lacunas são, muitas vezes, partes obscuras do ordenamento, quer pelo fato de o intérprete não as compreender, quer por achá-las injustas ou não concordar com elas e assim ficar com a impressão de que “falta algo na lei”. Na lacuna axiológica há lei para o caso concreto, porém sua aplicação se revela injusta ou insatisfatória. É o caso do duplo grau de jurisdição obrigatório no processo do trabalho. 
Considerações Finais
A Constituição Federal de 1988 instituiu um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, dentre eles, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias. Para que todos esses direitos e garantias realmente sejam realizados, as leis devem ser analisadas de uma forma mais ampla e eficaz, não restringindo- se somente à literalidade do texto da lei, muito menos a simples opinião do legislador e do interpretador da lei. 
Streck demonstra em seu livro, os passos básicos que devem ser tomados para sairmos desta crise jurídica, a fetichização é apenas um dos muitos problemas que ainda precisam ser resolvidos no sistema judiciário brasileiro.

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