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PPRROOJJEETTOO AAMMBBIIEENNTTAALL 
Medidas Mitigadoras/Compensatórias e 
Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica Responsável: 
 
Margareth Mascarenhas Alheiros 
CREA: 25.169 D/PE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife, abril de 2009 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
1 
 
 
CCoonntteeúúddoo 
 
 
 Pagina 
APRESENTAÇÃO 2 
 
1. INTRODUÇÃO 3 
1.1. Características Gerais do Projeto Pontal 3 
1.2. Breve Histórico do Licenciamento Ambiental do Projeto Pontal 4 
 
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO AMBIENTAL 7 
2.1. Análise das Formulações, Recomendações e Exigências Referentes ao 
Projeto Ambiental do Projeto de Irrigação Pontal 
7 
2.2. Considerações Preliminares sobre Passivo Ambiental e Programas de 
Controle Ambiental 
11 
 
3. PASSIVO AMBIENTAL 14 
 
4. PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL 17 
4.1. Programa de Controle Ambiental Associado à Execução das Obras 18 
4.2. Programa de Compensação Ambiental 27 
4.3. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas 29 
4.4. Programa de Manejo do Solo 37 
4.5. Programa de Implantação da Reserva Legal 39 
4.6. Programa de Manejo da Vegetação e Fauna 42 
4.7. Programa de Saneamento Básico e Saúde Pública 42 
4.8. Programas Vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural 49 
4.9. Programa de Melhoria e Ampliação da Infraestrutura e dos Serviços Sociais 53 
4.10.Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias 55 
4.11.Programa de Deslocamento e Reassentamento de Famílias 56 
4.12.Programa de Treinamento e Capacitação dos Produtores 60 
4.13.Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental 63 
 
5. PROGRAMAS DE GESTÃO E MONITORAMENTO 67 
5.1. Programa de Gestão Ambiental 67 
5.2. Programa de Monitoramento de Solo 73 
5.3. Programa de Monitoramento da Cobertura Vegetal e Fauna 76 
5.4. Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos 82 
5.5. Medidas Associadas a Procedimentos Jurídicos de Controle 86 
 
6. CRONOGRAMA GERAL DO PROJETO AMBIENTAL 89 
 
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 90 
 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
2 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
Este relatório tem como finalidade atender ao item 9.2.2 do Acórdão 
Nº 2886/2008 do Tribunal de Contas da União, Processo TC-
009.724/2008-7, referente à licitação e contratação de parceria 
público-privada PPP do Projeto de Irrigação Pontal. 
 
Contém o Projeto Ambiental constituído pelos Programas de 
Compensação Ambiental e pelos Programas de Gestão e 
Monitoramento Ambiental - onde se insere a Recuperação do Passivo 
Ambiental, os quais atenderão ao conjunto das medidas mitigadoras 
e compensatórias, indicadas para o Projeto Pontal – Área Sul, no 
EIA-RIMA elaborado em 1996, de acordo com os instrumentos 
normativos da CPRH - Agencia Estadual de Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos de Pernambuco, UIA 07/92 e GT-DRN 002/95, 
complementado pelas exigências apresentadas no Parecer GT 
CPRH/DRN 001/96. 
 
O Projeto Ambiental Inclui também as recomendações emitidas pela 
CPRH nos Termos de Referência para a elaboração do EIA-RIMA do 
Pontal Norte, TR GT CPRH 011/06 - processo de licenciamento Nº 
4.999/06, que se encontra atualmente em análise por esse órgão 
ambiental. 
 
Os custos para a execução das medidas mitigadoras e 
compensatórias contidas no Projeto Ambiental foram estimados de 
modo global, de acordo com as recomendações da CPRH, podendo 
sofrer alterações em razão do detalhamento dos mesmos e da forma 
de sua implantação. 
 
Os valores obtidos chegaram a R$ 2.641.000,00 para dois anos 
durante a Fase de Instalação e a R$ 160.000,00/ano para a 
continuidade do Monitoramento durante a Operação do Projeto de 
Irrigação Pontal. 
 
 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
3 
8986700 
31
6 
00
0 
8986700 
36
1 
00
0 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Características Gerais do Projeto Pontal1 
 
O Projeto de Irrigação Pontal tem como objetivo primordial o desenvolvimento hidro-
agrícola da região semi-árida de Pernambuco e foi concebido inicialmente para o 
aproveitamento de manchas de solos aptos à agricultura irrigada, identificadas no 
município de Petrolina, Pernambuco. O Projeto tem como fonte hídrica o rio São 
Francisco, abrangendo duas grandes áreas contíguas, harmonicamente integradas, 
denominadas respectivamente, Pontal Norte e Pontal Sul, separadas pelo riacho 
Pontal, afluente do rio São Francisco pela margem esquerda (Figura 1). 
 
Para fins de desapropriação foi estabelecida uma área total de 33.526,65 ha 
(Decreto Federal de Utilidade Pública de Terras de 18/11/2004), a qual inclui áreas 
irrigáveis e de sequeiro. A área do empreendimento é de 16.891,96 ha, incluindo 
solos irrigáveis, solos inaptos à irrigação, áreas para a infra-estrutura hidráulica, 
Reserva Legal e as áreas dos três núcleos habitacionais - Icozeiro e Lajedo, situados 
na área Sul, e Uruás, localizado na área Norte. 
 
A área total considerada para irrigação é de 7.717 ha, sendo 4.129 ha na área Norte 
e 3.588 ha na área Sul, em função da qual foi dimensionada a captação de água no 
rio São Francisco para uma vazão de 7,83/s, sendo 4,24 m3/s para abastecimento da 
área Norte, e 3,56 m3/s para a área Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Arranjo Geral do Projeto Pontal – Área Norte e Área Sul 
 
1
 fonte: Alheiros (2009) – Análise Técnica dos Estudos Ambientais do Projeto Pontal, PE 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
4 
1.2. Breve Histórico do Processo de Licenciamento do Projeto Pontal 
 
 
O aproveitamento hidroagrícola das terras irrigáveis do Projeto Pontal iniciou-se nos 
anos 60, com a elaboração do “Relatório de Investigação e Delimitação Preliminar” 
dos solos da área, para fins de irrigação. Foram realizados a partir de então vários 
outros estudos técnicos, que permitiram o início da implantação de algumas obras 
como a adução do lago de Sobradinho utilizando a calha do Riacho Pontal, a 
Barragem-Mãe do Pontal e alguns trechos do Canal Adutor, paralisadas desde 1982. 
 
A fase de estudos técnicos foi retomada em 1989 com o “Levantamento Detalhado 
de Solos” e posteriormente, em 1990, com os estudos de pré-viabilidade, concluido 
em 1991; em seqüência (1992) foi realizado o “Estudo de Viabilidade Técnico-Sócio-
Econômico de uma Área de 11.000 ha, Compreendendo as Manchas Denominadas 
“Pontal Sul” e “Pontal Norte”, Localizada no Município de Petrolina, Estado de 
Pernambuco”, compreendendo o Projeto Básico da Área Sul e o primeiro Estudo de 
Impacto Ambiental, concluido em 1993, para o Projeto de Irrigação Pontal, como um 
todo. 
 
Nesse estudo, o EIA (constituido pelos vols I, II e III) e o RIMA, foram 
encaminhados à CPRH em 1994, para o licenciamento ambiental do Projeto, 
permitindo assim a licitação das obras civis do sistema de captação e dos 24 km 
iniciais do sistema de adução principal. Em sua avaliação a CPRH entendeu que o 
EIA/RIMA não contemplava as mudanças ocorridas no projeto básico, solicitando 
uma atualização dos estudos ambientais. 
 
Como o Pontal Norte ainda não dispunha de Projeto Básico nessa ocasião, a 
CODEVASF, com a concordância da CPRH, separou os EIA/RIMA do Pontal Sul e do 
Pontal Norte, viabilizando assim a obtenção da Licença de Instalação (LI) para o 
Projeto Pontal Sul, o que permitiria o início das obras previstas. Desse modo o 
Projeto Pontal Sul, obteve a sua Licença de Instalação (LI) em 1996,com a 
aprovação do EIA-RIMA do Pontal Sul, a qual veio sendo renovada sucessivamente 
até 2008, quando passou a incorporar o conceito de faseamento (LI nº 1260 de 
19/11/2008). 
 
O projeto básico do Projeto Pontal Norte foi contratado em setembro de 1995, tendo 
sido também elaborado o seu EIA/RIMA, submetido à CPRH, através do processo 
1756/96. O Projeto Pontal Norte não chegou a ser licenciado, tendo em vista a 
necessidade de grandes mudanças estratégicas no Projeto Pontal como um todo, 
identificadas após a elaboração do Projeto Executivo do Pontal Sul. 
 
O Projeto Executivo do Pontal Sul foi contratado no início de 1996, visando a 
otimização do sistema concebido no projeto básico anterior e o detalhamento 
construtivo do mesmo, ajustando sua concepção à realidade dos novos projetos 
desenvolvidos e em desenvolvimento pela CODEVASF, na região de Petrolina. As 
modificações introduzidas, envolvendo novas tecnologias de irrigação e redução da 
área irrigada, além de outras inovações, levou à CODEVASF a alterar a concepção 
inicial de captações e sistemas adutores independentes para os projetos Sul e Norte, 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
5 
para um sistema adutor unificado atendendo aos dois projetos, com captação a 
montante do Projeto Bebedouro, no local previamente escolhido para a captação do 
Pontal Sul. Essa concepção integrada foi mostrada na Figura 1 deste relatório, no 
Arranjo Geral dos Projetos Pontal Norte e Pontal Sul. 
 
Em outubro de 2006 a CPRH emitiu os Termos de Referência TR GT 11/06 para 
elaboração do EIA-RIMA do Projeto de Irrigação Pontal Norte, referente ao Processo 
4999/06, que foi concluído no final de 2007 e submetido à CPRH em junho de 2008, 
estando o processo de avaliação em andamento pela CPRH. 
 
De acordo com parecer jurídico2 encaminhado à CPRH em março de 2009 pela 
CODEVASF, a ...LI do “faseamento” das obras não substitui as LIs específicas de 
cada fase e seus componentes,... Posteriormente, após avaliado o EIA/RIMA do 
Pontal Norte, e entendendo o órgão ambiental ser viável essa segunda etapa do 
empreendimento, deve ser expedida a sua LI específica. 
 
Em 06/04/2009 foi concedida em caráter excepcional a Licença Prévia (LP) de Nº 
01.09.04.000411-2, para o Projeto de Irrigação Pontal como um todo, incluindo-se aí 
o Projeto Pontal Norte como uma nova fase do empreendimento, adequando-o ao 
conceito de faseamento, saneando o licenciamento do Projeto Pontal. 
 
Desse modo, obtida a LP para o Pontal Norte, o início das obras da área norte ficará 
condicionado à emissão da Licença de Instalação (LI), após a avaliação e aprovação 
do EIA-RIMA ora em análise. O Quadro 1 apresenta o Cronograma com as obras 
realizadas e previstas, para o Projeto de Irrigação Pontal, que embasou a formulação 
do seu conceito de faseamento. 
 
 
2
 fonte: Pires Advogados & Consultores (2009) - Parecer Jurídico Ambiental - Licenciamento do Projeto de 
Irrigação Pontal 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
6 
Quadro 1 - Cronograma Geral das Obras e Serviços 
 
 
OBRAS E SERVIÇOS 1996 - 
2008 
2009 2010 2011 
Executadas / em execução – Área Sul 
• Sistema de Captação e Recalque 
• Sistema de Adução Principal 
• Sistema de Adução Secundário 
• Sistema de Drenagem 
• Sistema de Suprimento Elétrico 
• Sistema Viário 
A executar – Área Sul 
Trecho A 
• Obras Civis 
o Canal de Interligação EB1 a EB2 
o Estação de Bombeamento EB2 
o One Way 
o Comporta CA-1 
o Reservatório RS-01 
o Tubulação de Recalque TR-1 
• Equipamentos Hidromecânicos e Elétricos 
Trecho B 
• Obras Civis 
o Comportas 
o Passarela PL2 
o Tomadas D´água 
o Condutos Forçados 
o Canal Secundário 
o Aqueduto 06 
o Estação de Bombeamento 
o Tubulação de Recalque 
o Recuperação de Placas de concreto fissuradas 
o Bueiros e canais de retorno 
o Reservatório 
o Extravasor 
o Valeta de drenagem 
o Ponte 
• Sistema de drenagem coletora agrícola 
• Suprimento de Energia Elétrica 
• Sistema de Comando e Controle 
• Sistema de Rádio Comunicação 
• Equipamentos para Oficina de Apoio e Manutenção 
A executar – Área Norte 
• Instalação do Canteiro de Obras 
• Canal Adutor e Estação de Bombeamento 
o Sifão Invertido – mancha 23 
o Sifão Invertido – mancha 20 
• Canal CP02 e Obras D’Arte 
• Canais e Tubulações Secundárias e Terciárias 
o Mancha 23 
o Mancha 20 
• Estação de Pressurização 
• Rede de Pressurização 
• Sistema de Drenagem 
• Estradas de Serviço 
o Mancha 23 
o Mancha 20 
• Estradas de Operação, Manutenção e Ligação 
• Sistema de Suprimento Elétrico 
o Estação de Bombeamento da Mancha 20 
o Estação de Bomb. da Mancha 23 e das EP’s 
• Sistema de Regulação e Controle 
• Núcleos Habitacionais e de Serviço 
• Rede de Distribuição 
• Acabamentos Finais e Desmobilização 
 
(fonte: Alheiros, 2009 op. cit.) 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
7 
 
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO AMBIENTAL 
 
 
2.1. Análise das Formulações, Recomendações e Exigências Referentes ao 
Projeto Ambiental do Projeto de Irrigação Pontal 
 
De acordo com as recomendações estabelecidas na Resolução CONAMA 01/86, que 
define as condições para a elaboração de EIA e RIMA, o Projeto Ambiental é definido 
no art. 6º nos seguintes termos: 
 
Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no 
mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
I - Diagnóstico ambiental ... 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas... 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos 
negativos, entre elas os equipamentos de controle e 
sistemas de tratamento de despejos, avaliando a 
eficiência de cada uma delas. 
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e 
monitoramento dos impactos positivos e negativos, 
indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados. 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo 
de impacto Ambiental o órgão estadual competente ou 
o IBAMA ou quando couber, o Município, fornecerá as 
instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas 
peculiaridades do projeto e características ambientais 
da área. 
... 
 
Como se pode observar no Parágrafo Único do inciso IV, fica a cargo do órgão 
ambiental responsável pelo licenciamento, o estabelecimento de instruções, que são 
usualmente expressas pelos Termos de Referência que orientam a elaboração do 
EIA-RIMA. No caso do Projeto Pontal, a CPRH recomendou quanto às Medidas 
Mitigadoras/Compensatórias: 
 
Deverão ser apresentadas medidas (ações, providências ou 
características) que visem minimizar ou eliminar, se for o caso, 
compensar os impactos adversos identificados... ou a aumentar 
(potencializar) o efeito benéfico daqueles impactos positivos... 
Para facilitar a compreensão e análise, bem como sua 
implementação, essas medidas deverão ser descritas, 
organizadas e apresentadas de forma ordenada em 
conformidade com sua finalidade: 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
8 
a) medidas mitigadoras referentes aos aspectos 
construtivos – que além de se constituírem normas de 
execução, podem integrar as especificações técnicas da 
obra, como também, medidas de caráter geral incluídas 
no próprio ambiente da obra. 
 
b) medidas de caráter complexoque envolvem uma 
metodologia particular de trabalho – (projetos 
integrantes de Programas de Mitigação/Compensação) 
com a finalidade de obter-se a mitigação / compensação 
de um ou mais impactos. 
 
Para efeito desta fase os Projetos deverão ser listados e 
descritos sumariamente considerando, no mínimo, os objetivos, 
suas justificativas, metodologia (procedimentos) 
responsabilidade pela implementação, tempo de implantação 
(incluir cronograma) e custo total estimado. Os programas 
vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural deverão ser 
apresentados em atendimento às exigências do IPHAN... 
Considerar dentre os projetos requeridos para essa tipologia de 
projetos, os seguintes: 
 
• gestão ambiental 
• controle ambiental associado à execução das obras 
• compensação ambiental – proposta ou projeto ou 
indicação de possíveis alternativas para atender ao 
exposto na Resolução CONAMA 02/96, na Lei Federal 
9985/00 e seu regulamento (Decreto 4340/02) e na Lei 
Estadual 11206/95. 
• recuperação de áreas degradadas 
• manejo do solo (contemplando práticas de conservação 
do solo a serem desenvolvidas nas diversas fases de 
instalação e operação do projeto). 
• implantação da reserva Legal (diretrizes orientadoras 
para implantação da reserva legal) 
• manejo da vegetação e fauna 
• saneamento básico e saúde pública (medidas de controle 
da área de projeto e seu entorno envolvendo 
abastecimento d’água; disposição de esgotos sanitários e 
de lixo; águas drenadas pelo projeto; controle de 
doenças endêmicas; controle de insumos agrícolas; etc.) 
• proteção do patrimônio cultural (deve atender a 
recomendação do Termo de Referencia fornecido pelo 
IPHAN (of. 668/2006/ 5ª SR/IPHAN/Minc. de 
05.09.2006) 
• fomento às atividades produtivas (medidas voltadas ao 
incentivo à produção e comercialização de atividades 
artesanais como fonte alternativa de renda familiar, etc.) 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
9 
• melhoria e ampliação da infraestrutura e dos serviços 
sociais 
• indenização de terras e benfeitorias 
• deslocamento e reassentamento de famílias 
• treinamento e capacitação dos produtores 
• comunicação social e educação ambiental 
 
c) medidas associadas a procedimentos jurídicos de 
controle:... ex.: correção de passivo ambiental de 
natureza jurídica, etc.) 
 
 
 
Nesse mesmo TR para o EIA-RIMA do Pontal Norte, antecedendo as orientações para 
a análise dos impactos ambientais, há a recomendação para estudos referentes ao 
Passivo Ambiental e recomenda: 
 
No Diagnóstico Ambiental local deverá ser incluído o 
levantamento do passivo ambiental como conseqüência da 
implantação do Projeto Pontal em sua primeira etapa (Área 
Sul), ou seja, a identificação dos principais problemas 
atualmente existentes na área de intervenção (poluição das 
águas, degradação das áreas, pendências do projeto ambiental 
acordado, como também dívidas com aspectos físicos, 
biológicos e antrópicos, ... de forma a contribuir, dentre outras, 
para a formação do quadro ambiental da área de influência 
complementando as informações discutidas... O levantamento 
deverá servir de base a intervenções corretivas e/ou a um 
planejamento de gestão ambiental do projeto. 
 
 
No EIA-RIMA do Projeto Pontal Sul (1996), o capítulo 5 traz a análise dos impactos 
ambientais, no bojo da qual as medidas mitigadoras e compensatórias são 
denominadas “medidas de intervenção” e apresentadas sob a forma de 
“recomendações”, ao final da análise do impacto de cada fator ambiental 
considerado no Estudo (física do solo; química do solo; biologia do solo; geologia do 
solo; quantidade de água; qualidade de água; qualidade do ar; flora, fauna; 
cultural/psicológico; uso do solo; saúde; emprego; educação; habitação; 
alimentação; tecnologia; migração; bem-estar social e mercado). 
 
Nesse mesmo EIA-RIMA foram apresentados os seguintes “Programas de 
Preservação e Controle Ambiental”, que abrangem parcialmente, de forma isolada ou 
combinada, as recomendações feitas para o estudo dos impactos: 
 
1. Implantação da Reserva Legal 
2. Deslocamento e Reassentamento de Famílias 
3. Treinamento e Capacitação dos Produtores 
4. Monitoramento da Água e Solo 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
10
5. Inventário e Monitoramento da Fauna e Flora 
 
A partir da análise desse EIA-RIMA, foi concedida a LP 005/96 pela CPRH para o 
Pontal Sul, definindo como exigências: 
 
- Apresentar Projeto Ambiental contendo o detalhamento dos 
Programas de Controle Ambiental previsto no EIA/RIMA e 
complementados no Parecer GT CPRH/DRN nº 001/96, e que 
serão implementados nas etapas do Projeto Executivo/ 
Implantação e Operação. 
- Indicar nos Programas Ambientais, no mínimo, os seguintes 
aspectos: descrição das atividades; cronologia de 
implementação/desenvolvimento das atividades quer sejam de 
controle, quer sejam de monitoramento; parâmetros 
indicadores; responsáveis pela execução e descrição da 
metodologia utilizada. 
 
Na LP 01.09.04.000411-2, recentemente concedida para o Projeto Pontal como um 
todo, a CPRH reitera como exigência: 
 
Apresentar Projeto Ambiental contendo detalhamento dos 
Programas de Controle Ambiental (para fase de instalação e 
operação) previsto no EIA/RIMA da área sul, denominado 
Projeto Pontal Sul e complementados no Parecer GT CPRH/DRN 
nº 001/96. Quando da instalação e operação da área norte, 
denominado Projeto Pontal Norte, após a devida aprovação do 
EIA/RIMA, deverá a CODEVASF integrar os Programas de 
Controle Ambiental que forem pertinentes, desta forma 
unificando as ações de monitoramento do Projeto Pontal. 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
11
2.2. Considerações Preliminares sobre Passivo Ambiental e Programas de 
Controle Ambiental 
 
Em conformidade com as recomendações e exigências da CPRH, órgão ambiental 
responsável pelo licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal, este Projeto 
Ambiental é constituído pelos Programas de Controle Ambiental, que incluem as 
medidas mitigadoras/compensatórias de maior relevância, abrangência e capacidade 
de resposta à recuperação dos elementos ambientais, que foram ou serão 
presumidamente afetados pelo empreendimento. 
 
Desse modo, estas medidas estão relacionadas aos impactos criados pela 
implantação das obras de infraestrutura do Projeto Pontal Sul, bem como aos 
impactos futuros, decorrentes da implantação da infraestrutura do Projeto Pontal 
Norte, e ainda da operação futura do Projeto de Irrigação Pontal Sul e Norte. 
 
Cabe salientar dois aspectos deste Projeto Ambiental que merecem definição 
apropriada para os fins da análise ambiental: Passivo Ambiental e Programas de 
Controle Ambiental. 
 
O Passivo Ambiental, termo obtido e adaptado do conhecimento contábil para a área 
ambiental, representa, a rigor, o sacrifício de benefícios econômicos que serão 
realizados para a preservação, recuperação e proteção do meio ambiente de forma a 
compatibilizar o desenvolvimento econômico e o equilíbrio ecológico ou como 
decorrência de uma conduta inadequada em relação ao patrimônio ambiental 
(Ribeiro & Lisboa, 2000). 
 
Entre as dificuldades para o reconhecimento do passivo ambiental, no sentido 
contábil, estão a identificação e quantificação dos danos no momento em que 
ocorrem, as conseqüências futuras desses danos e a mensuração dos gastos 
necessários para corrigi-los. 
 
O termo “passivo ambiental” ficou mais amplamente conhecido a partir de grandes 
acidentes ecológicos, a exemplo do derramamento de óleo pelo petroleiro Exxon-
Valdez no Alasca, do vazamento de resíduos nucleares deChernobil na Rússia, do 
vazamento de óleo na Baía de Guanabara, entre outros. Nesse sentido os danos 
ambientais foram sendo associados ao passivo ambiental, sendo muitas vezes estes 
termos utilizados com o mesmo significado. 
 
O conceito de passivo ambiental que vem sendo adotado nos estudos realizados para 
o licenciamento ambiental do Projeto Pontal refere-se ao acúmulo de problemas e 
agressões causadas ao ambiente e que “permanecem sem solução adequada”, 
devendo ser “debitados” às instâncias responsáveis pela sua existência. Reconhece-
se assim que as áreas que receberam e receberão medidas corretivas efetivadas 
durante as várias fases da obra, não se configuram como passivo ambiental. 
 
Levantar o passivo ambiental do empreendimento significa, portanto, identificar e 
caracterizar os efeitos ambientais adversos, de natureza física, biológica e antrópica, 
proporcionados pela construção, operação, manutenção, ampliação ou 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
12
desmobilização do empreendimento, pressupondo que o empreendimento é 
responsável pelos efeitos adversos que ocorreram ou porventura venham a ocorrer 
em sua região de inserção, sendo de sua responsabilidade a reabilitação dos espaços 
afetados, proporcionando-lhes condições adequadas de existência, do ponto de vista 
físico, biológico e humano. 
 
O Projeto Ambiental contemplará desse modo, também a recuperação do passivo 
ambiental nas áreas identificadas em diagnósticos mais recentes, que ainda 
permanecem sem solução ambiental adequada. 
 
Outro termo a ser mais bem definido é o Programa de Controle Ambiental. 
 
O Programa de Controle Ambiental deriva de dois outros instrumentos da prática 
ambiental que são o Plano de Controle Ambiental - PCA e o Plano ou 
Programa Básico Ambiental - PBA. 
 
O PCA foi inicialmente adotado para as atividades de mineração sendo parte 
integrante das exigências do Código de Mineração brasileiro (acompanhado através 
dos Relatórios de Controle Ambiental – RCA), no que se refere à recuperação de 
áreas degradadas pela exploração mineral. Esta denominação foi também adotada 
pelo CONAMA em sua Resolução 009/90, que estabelece os condicionantes para o 
licenciamento ambiental de atividades minerarias. Os arts. 5º e 7º e seus parágrafos 
estabelecem: 
 
... 
Art. 5º - A Licença de Instalação deverá ser requerida ao órgão 
meio ambiental competente, ocasião em que o empreendedor 
deverá apresentar o Plano de Controle Ambiental - PCA, que 
conterá os projetos executivos de minimização dos impactos 
ambientais avaliados na fase da LP, acompanhado dos demais 
documentos necessários. 
§ 1º - ... 
§ 2º - O órgão ambiental competente, após a aprovação do 
PCA do empreendimento, concederá a Licença de Instalação. 
§ 3º - ... 
... 
Art. 7º - Após a obtenção da Portaria de lavra e a implantação 
dos projetos constantes do PCA, aprovados quando da 
concessão da Licença de Instalação, o empreendedor deverá 
requerer a Licença de Operação, apresentando a documentação 
necessária. 
§ 1º - ... 
§ 2º - O órgão ambiental competente, após a comprovação 
da implantação dos projetos do PCA, concederá a Licença de 
Operação. 
... 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
13
O Projeto Básico Ambiental ou Plano Básico Ambiental, reconhecidos pela sigla PBA, 
tem sua operacionalização através de Programas Ambientais, invertendo a lógica dos 
instrumentos de planejamento, que têm no Plano, as idéias mais gerais, no 
Programa, a estrutura programática com metas globais e no Projeto, o instrumento 
operacional mais detalhado com objetivos, justificativas, cronograma e custos de 
execução. 
 
Nesse contexto, fica caracterizado, para os fins do licenciamento do Projeto de 
Irrigação Pontal, que o presente Projeto Ambiental, composto pelos Programas 
de Controle Ambiental e pelos Programas de Gestão e Monitoramento, busca 
atender às exigências expressas na LP de faseamento do Projeto Pontal, que adotou 
esta denominação, como também às recomendações do TR GT 11/06 (item 3.10) 
para o Pontal Norte, que adotou a denominação de “Projetos Ambientais”, com o 
mesmo significado e conteúdo dos Programas de Controle Ambiental. 
 
Fazem parte do Projeto Ambiental, a recuperação do Passivo Ambiental da Área Sul e 
os Programas de Gestão e Monitoramento, que permitirão o acompanhamento futuro 
dos impactos ambientais presumidos, bem como das respostas advindas das 
medidas mitigadoras/compensatórias, efetivamente implementadas através dos 
Programas de Controle Ambiental. 
 
Também a título de esclarecimento no que se refere ao item 9.2.2 do Acórdão nº 
2886/2008 – TCU, que o Projeto Ambiental e os Programas que fazem parte do 
mesmo, contemplam as medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos 
relevantes, bem como a recuperação do passivo ambiental. De fato o Projeto 
Ambiental é o instrumento que viabiliza a execução das medidas 
mitigadoras/compensatórias e o cumprimento das exigências legais no âmbito do 
órgão ambiental. 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
14
 
3. PASSIVO AMBIENTAL 
 
Para a realização do levantamento do passivo ambiental foram desenvolvidas as 
seguintes atividades básicas: 3 
 
• Inspeção ambiental da área e seu entorno; 
• Documentação fotográfica dos itens de passivo encontrados; 
• Identificação dos processos de transformação ambiental que deram origem 
aos itens de passivo identificados; 
• Caracterização ambiental dos itens de passivo e de seus processos 
causadores; 
• Hierarquização dos itens de passivo, em termos de sua representatividade, 
assim como de seus processos causadores. 
 
Foram considerados como bens ambientais as áreas protegidas por lei, tais como 
unidades de conservação de proteção integral e/ou de uso sustentável, áreas de 
preservação permanente e áreas de reserva legal, bem como de servidão florestal, 
além de rios, lagos, açudes e represas que abasteçam centros urbanos e unidades 
familiares, onde acidentes possam por em risco a qualidade e quantidade das águas. 
 
As condições climáticas da região, associadas ao forte componente cultural no uso 
do solo no semi-árido pernambucano e a falta de investimento em saneamento 
básico e em ações de preservação ambiental, respondem primordialmente pelos 
impactos identificados, como: corte de árvores em áreas de preservação permanente 
(margens de riachos, reservatórios), solo exposto, erosão pluvial, assoreamento de 
calhas fluviais, inexistência de áreas de reserva legal averbadas, desmatamento para 
pasto ou roçado e exploração de material lenhoso sem as devidas autorizações 
emitidas pelo órgão ambiental competente, corte eventual de espécies vegetais 
ameaçadas (aroeira e baraúna) e endêmicas do local, fauna afetada por atividades 
de caça e apanha, deslocamento da mão-de-obra para áreas vizinhas em busca de 
oportunidades de emprego, ausência de sistemas adequados de coleta e tratamento 
de lixo, peças arqueológicas em poder de moradores locais sem as referencias de 
sua procedência, foram os principais impactos identificados. 
 
No caso da Área Norte, os impactos identificados nesse estudo, não estão associados 
diretamente ao empreendimento, tendo em vista a sua ocorrência difusa e ao fato de 
que as obras de infra-estrutura do Projeto de Irrigação do Pontal ainda não foram ali 
iniciadas. 
 
Na área Sul do Projeto, grande parte da infra-estrutura de uso comum do projeto 
encontra-se implantada (cerca de 94% das obras civis), correspondendo às obras de 
captação comum das áreas Sul e Norte e às obras de condução, derivação e controle 
da área Sul. As Figuras 2 a 5 dão uma mostra dosefeitos diretos no local das obras e 
no seu entorno: 
 
3
 Estudo realizado por equipe técnica da PROJETEC, incumbida da execução do EIA-RIMA do Projeto Pontal 
Norte. 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
15
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Detalhes das estações de bombeamento já construídas (Área Sul) 
(foto: Roberta Alcoforado, fev/09) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Aqueduto e canais já construídos (Área Sul) 
(foto: Roberta Alcoforado, fev/09) 
 
Figura 2 – Vista geral do canal adutor e estação de 
captação do 
Projeto Pontal no Rio São Francisco 
(fonte: EIA de 2008) 
Figura 3 - Tomada de água principal 
no rio São Francisco 
(foto: Roberta Alcoforado, fev/09) 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
16
 
Essas obras, dominantemente lineares, têm efeito localizado sobre o meio físico, ao 
longo da faixa de implantação do sistema adutor e grande parte dos impactos 
originados de sua construção, são mitigados ou minimizados com a conclusão da 
obra, até como garantia para a sua segurança física e eficiência hídrica. 
 
Os impactos irreversíveis da obra, como a remoção da vegetação, alteração da rede 
hídrica, relocação de famílias, alterações do uso do solo, entre outros, serão em 
grande parte compensados, pela implantação da Reserva Legal e da Unidade de 
Conservação: Estação Ecológica da Serra do Areial, além do Programa de 
Recuperação das Áreas Degradadas e de Controle Ambiental associado à Execução 
das Obras e, equilibrados pelos impactos positivos previstos, como o aumento da 
oferta de água, ampliação do setor produtivo, aumento de emprego e renda, entre 
outros. 
 
É essencialmente esse “balanço” que leva as equipes multidisciplinares dos estudos 
ambientais a recomendarem a realização do empreendimento, mesmo indicando 
medidas mitigadoras/compensatórias para garantir a melhoria das condições 
ambientais e socioeconômicas, em setores específicos, mais fortemente atingidos 
pelo empreendimento. 
 
No caso do Passivo do Projeto Pontal, essas medidas mitigadoras e ou 
compensatórias estarão contempladas no Projeto Ambiental, distribuídas nos 
diversos Programas de Controle Ambiental apresentados, cuja implementação 
passará a ser exigida pelo órgão ambiental, como requisito para a obtenção e 
renovação das licenças ambientais futuras (Licenças de Instalação -LI e Licenças de 
Operação - LO). 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
17
4. PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL 
 
Os Programas de Controle Ambiental apresentados a seguir, contemplam os 
compromissos assumidos pelo EIA-RIMA do Projeto Pontal Sul (1996), ampliados PA 
atender às recomendações emitidas no TR GT 11/06 para o EIA-RIMA do Projeto 
Pontal Norte. Essas recomendações foram atendidas durante os estudos de campo 
realizados por equipe multidisciplinar4 no ano de 2007, para a avaliação dos impactos 
ambientais da área Norte e para o levantamento do Passivo Ambiental do Projeto 
Pontal Sul. 
 
Para evitar redundâncias e omissões e especialmente após a aplicação do conceito 
de faseamento para o licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal, e das 
recomendações e exigências emitidas em diferentes oportunidades, por esse órgão 
ambiental, os Programas de Controle Ambiental foram revistos e reordenados 
para abranger as principais medidas mitigadoras/compensatórias e o passivo 
ambiental das intervenções já realizadas. 
 
O Quadro 2 sintetiza as principais informações sobre os Programas de Controle 
Ambiental, como os responsáveis pela execução, prazo de implantação e custo global 
estimado5 para os primeiros dois anos. 
 
 Programas Responsável Prazo (anos) 
Ano 1 
(R$ 1,00) 
Ano 2 
(R$ 1,00) 
Programa de Controle Ambiental Associado à Execução 
das Obras 
CODEVASF e 
construtoras 2 60.000 60.000 
Programa de Compensação Ambiental CODEVASF 1 469.950 0 
Programa de Recuperação das Áreas Degradadas Construtora / Distrito de Irrigação 2 300.000 200.000 
Programa de Manejo do Solo Construtora / Distrito de Irrigação 2 15.000 15.000 
Programa de Implantação da Reserva Legal CODEVASF / Distrito 
de Irrigação 
2 150.000 150.000 
Programa de Manejo da Cobertura Vegetal e Fauna ver texto (item 4.6) - - - 
Programa de Saneamento Básico e Saúde Pública CODEVASF / Distrito de Irrigação 2 50.000 20.000 
Programas Vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural CODEVASF / Distrito 
de Irrigação 
2 30.000 15.000 
Programa de Melhoria e Ampliação da Infraestrutura e 
dos Serviços Sociais 
CODEVASF 2 30.000 15.000 
Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias CODEVASF 
Programa de Deslocamento e Reassentamento de 
Famílias 
CODEVASF e 
construtoras 1 267.000 0 
Programa de Treinamento e Capacitação dos 
Produtores 
CODEVASF / 
construtoras / Distrito 
de Irrigação 
2 30.000 30.000 
Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental 
CODEVASF / 
construtoras / Distrito 
de Irrigação 
2 100.000 30.000 
 TOTAL 1.501.950 535.000 
 
4
 Estudos realizados pela equipe técnica contratada pela PROJETEC, incumbida da execução do EIA-RIMA do 
Projeto Pontal Norte; 
 
5
 Os custos para a execução das medidas mitigadoras e compensatórias contidas nos Programas de Controle 
Ambiental foram estimados de modo global, de acordo com as recomendações da CPRH, podendo sofrer 
alterações em razão do detalhamento dos mesmos e da forma de sua implantação. 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
18
4.1. Programa de Controle Ambiental Associado à Execução das Obras 
 
I) Justificativa 
 
Os cuidados relativos à minimização dos impactos na vegetação nativa e restauração 
ambiental de áreas impactadas deverão estar sob a responsabilidade da coordenação 
ambiental da obra, encarregada do planejamento, execução e monitoramento das 
ações, assim como da promoção de encontros periódicos com os atores envolvidos 
nas obras civis para realização de dinâmicas de grupo e jornadas de campo, como 
estratégias de educação ambiental. Controle e fiscalização, aliados à programa 
sistemático de informação, serão implementados junto a profissionais e operários de 
todos os níveis, seguindo as boas práticas da engenharia com redução de 
desperdícios e minimização de impactos nas áreas adjacentes a diretamente 
afetadas. 
 
A maior parte dos impactos ambientais provenientes de obras civis pode ser evitada 
pela adoção de técnicas e métodos de engenharia adequados, especialmente aqueles 
oriundos da etapa de implantação, embora em função do porte da obra, alguns 
impactos, por serem de caráter irreversível, possam apenas ser compensados. 
 
As degradações impostas ao meio ambiente pela implantação e operação do canteiro 
de obras e da exploração de jazidas de materiais naturais de construção envolvem 
danos à flora, deterioração pontual dos solos, desencadeamento de processos 
erosivos e de assoreamento dos cursos d’água e redução na recarga dos aqüíferos. 
Além disso, pode ocorrer a geração de poeiras e ruídos provocados pelos 
desmatamentos e terraplenagens, e pela operação da usina de concreto e da central 
de britagem. 
 
II) Objetivo Geral 
 
Recuperar as áreas utilizadas nas instalações provisórias, para seu uso original 
(pastagens, vegetação nativa, etc.). 
 
III) Objetivos Específicos 
 
• Minimizar os impactos provocados com a implantação das obras civis; 
• Dispor o projeto de soluções que contemplem a segurança operacional, 
considerandonão apenas os aspectos técnicos, mas também os ambientais; 
• Propiciar proteção contra vento, propagação de ruídos, proteção de áreas de 
interesse específico; 
• Evitar acidentes e proteger a saúde dos trabalhadores, garantindo a higiene 
do acampamento; 
• Conscientizar, motivar e informar trabalhadores sobre a importância dos 
cuidados de segurança ambiental; 
• Evitar a proliferação de vetores indesejáveis, principalmente de mosquitos 
transmissores de dengue, febre amarela e caramujos que transmitem a 
esquistossomose nas regiões endêmicas, e de répteis venenosos, na área das 
obras; 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
19
• Evitar a obstrução de obras de drenagem ou redução de suas seções de 
vazão; 
 
IV) Metodologia 
 
Canteiro de Obras 
 
Canteiros de obras são instalações provisórias constituídas de escritórios, 
alojamentos, refeitórios, ambulatórios, sanitários, oficinas, almoxarifados e 
armazenamento de materiais. 
 
A escolha do local para implantação do canteiro de obras e dos alojamentos deverá 
ser feita considerando o local de fácil acesso, livre de inundações, ventilado e com 
insolação adequada, e que permita o mínimo de desmatamento, procurando-se 
preservar árvores de grande porte. A seleção do local deve, ainda, considerar 
escolha de áreas já degradadas, com necessidade de remoção do mínimo possível de 
vegetação nativa, arbustiva ou arbórea, e evitar áreas onde sejam necessárias 
grandes movimentações de terra, como aterros e terraplenagens. No caso de 
necessidade de uso de explosivos, as normas de construção do paiol de 
armazenamento deve seguir as normas do Exército quanto à localização. 
 
A seleção da localização deve levar em consideração a proximidade de cidade de 
porte, objetivando causar o mínimo de impactos e facilitar o transporte diário da 
mão-de-obra até as frentes de trabalho e para fora delas, em seus períodos de lazer. 
Os pequenos agrupamentos populacionais devem ser evitados, de forma a não 
promover impactos de vizinhança, especialmente quanto às características sociais 
dessas pequenas comunidades, evitando que as atividades de obra, o funcionamento 
do canteiro e o convívio com os trabalhadores venham a acarretar impactos 
negativos significativos na qualidade de vida das populações. 
 
Será evitada a implantação de canteiros próximos áreas de preservação permanente 
e a sítios que se encontram em habitats naturais relevantes. A escolha dos locais 
para implantação dos canteiros deverá contar com a participação direta da Prefeitura 
e outros órgãos públicos com vínculo na região, para propiciar a integração dessas 
instalações com a infra-estrutura existente. De mesma forma, deverá ser solicitado o 
apoio das Prefeituras Municipais locais e circunvizinhas para cadastrar a mão-de-obra 
local disponível para as obras. 
 
Deverá ser priorizado o recrutamento de mão-de-obra local, reduzindo, assim, o 
contingente de trabalhadores de fora da região e, ao mesmo tempo, diminuindo a 
estrutura de apoio às obras (alojamentos, sanitários, serviços de coleta e 
armazenamento do lixo). Esse procedimento contribuirá, também, para evitar a 
veiculação de doenças transmissíveis e minimizar os problemas de aumento da 
prostituição e da violência, dentre outros. 
 
Nas regiões próximas a cidades com infra-estrutura, a localização não deverá 
interferir no sistema viário e de saneamento básico, sendo necessário contatar a 
Prefeitura, órgãos de trânsito, de segurança pública, sistema hospitalar, 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
20
concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, para qualquer 
intervenção em suas áreas e redes de atuação, face à implantação do canteiro de 
obras. 
 
As demandas de aquisição de material para obras e o afluxo de mão-de-obra durante 
a construção constituem um fator de incentivo às atividades econômicas das 
localidades e, trazem expectativa positivas para a comunidade. Neste sentido a 
construtora responsável pelas obras deverá priorizar a aquisição de insumos para o 
canteiro de obras, em termos de abastecimento de bens e insumos junto às 
empresas locais, assim como a oferta de transporte de trabalhadores para as cidades 
circunvizinhas, facilitando o aproveitamento da mão-de-obra local. 
 
O canteiro deverá atender às diretrizes do Plano de Ação de Emergência e à 
Legislação Brasileira de Segurança e Medicina no Trabalho, especialmente o Plano de 
Emergência Médica e Primeiros Socorros, para eventuais remoções de acidentados 
para hospital da região. 
 
O planejamento das instalações do canteiro deverá considerar a previsão, quando do 
término da obra, do possível aproveitamento da infra-estrutura pela comunidade 
local. Após o término das obras, toda a infra-estrutura utilizada durante a construção 
do sistema adutor, caracterizada essencialmente pelo canteiro de obras e 
equipamentos de maquinaria, deverá ser removida, exceto nos casos em que essas 
estruturas forem aproveitadas na fase de operação do sistema, pelo empreendedor 
ou pela comunidade. 
 
Não será permitido o abandono da área de acampamento sem recuperação do uso 
original, nem o abandono de sobras de materiais de construção, de equipamentos ou 
partes de equipamentos inutilizados. Os resíduos deverão ser acondicionados em 
locais apropriados, os quais deverão receber tratamento adequado. 
 
Estradas de Serviço 
 
O planejamento do Sistema Viário do Projeto Pontal levou em consideração os 
acessos existentes que levam à área do projeto – Estradas de Serviço, de terra e, a 
maioria já existe, devendo receber alargamentos e melhorias gerais. Ao lado de cada 
canal foram projetadas Estradas de Operação e Manutenção, que permitem acessos 
aos lotes. Ainda serão executadas as Estradas de Ligação, que darão continuidade às 
estradas do projeto com as estradas existentes. 
 
As estradas de serviço são abertas para uso provisório durante as obras, seja para 
permitir uma operação mais eficiente das máquinas e equipamentos de construção, 
seja para garantir o acesso a áreas de exploração de materiais de construção (água, 
areia, pedra). Uma vez que são feitas para uso provisório, é usual implantá-las com o 
menor dispêndio possível de recursos, economizando-se na largura da faixa, no 
movimento de terra, nas obras de transposição de talvegues, etc, o que também 
minimiza a extensão das alterações no ambiente. Desse modo deverão ser tomados 
os cuidados necessários, quanto à sua localização, para evitar prejuízos futuros. 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
21
O abandono dos caminhos de serviço, a partir do momento em que se tornam 
desnecessários, pode causar problemas que chegam a comprometer ou ameaçar até 
mesmo a obra que ajudaram a construir. Esses trechos de terra, desprovidos de 
cobertura vegetal e com relativa compactação, tornam-se caminhos preferenciais 
para o escorrimento de águas superficiais, dando origem a erosões. 
 
As travessias de talvegues, sempre dimensionadas para cheias de baixos períodos de 
retorno, tornam-se impedimentos ao fluxo natural das águas superficiais. Em 
decorrência, os empoçamentos de água que ocorrem, favorecem a proliferação de 
insetos e caramujos, veiculadores e/ou hospedeiros de doenças como a malária, 
dengue, esquistossomose, e outras. 
 
Para que sejam evitados esses problemas, duas diretrizes básicas deverão ser 
seguidas. A primeira refere-se à localização e dimensão dessas obras de apoio, que 
deverão ser projetadas com o traçado evitando interferências em áreas de interesse 
ambiental e a fragmentação de habitats naturais; utilizando materiais de construção 
provenientes de jazidas queserão recuperadas ou locadas no interior da área de 
inundação; usando dispositivos de drenagem e de controle da erosão adequados. A 
segunda diretriz consiste na recuperação das condições originais de todos os trechos 
de terreno afetados pela construção de estradas de serviços, permitindo que as 
águas superficiais percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou desvios. 
 
No caso dessas estradas de serviço passarem a integrar a rede de estradas vicinais 
locais, essas deverão ser tratadas como se fossem partes das obras principais, ou 
seja, replanejadas e dotadas de todas as características que seriam exigidas 
normalmente para a implantação e manutenção de rodovias vicinais. Recomenda-se 
evitar a abertura de estradas de serviço, utilizando-se, sempre que possível, as 
estradas existentes. Todavia, em caso de se tornar imprescindível a abertura de 
estradas de serviço, as ações adequadas a serem desenvolvidas são: 
 
• Antes do início das atividades de obra, deverão ser verificadas as condições 
dos acessos existentes, principalmente no que se refere à capacidade de 
carga das travessias e à capacidade de suporte das pistas de rolamento; 
• Só poderão ser usadas as estradas internas de serviço autorizadas, 
negociadas pela(s) construtora(s) com os respectivos proprietários; 
• As melhorias introduzidas não deverão afetar sistemas de drenagem e cursos 
d’água existentes; 
• A abertura deverá ser precedida de vistoria prévia e aprovação do 
empreendedor (Assessoria ou Gerência Ambiental) e dos órgãos ambientais; 
• As estradas de serviço deverão ser recuperadas, até serem obtidas as 
condições anteriores à construção, a não ser que o proprietário da terra 
especifique diferente e que isso esteja contido no contrato de permissão de 
uso da terra; 
• A abertura de novos acessos deverá ser precedida de licença ambiental 
específica dos órgãos ambientais (a ser obtida junto com a licença para 
instalação dos canteiros); 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
22
• Caso seja necessária a abertura de novos acessos, estes serão dotados de 
dispositivos de controle de erosão, constituídos por valetas laterais de 
drenagem e/ou terraços transversais à pista. 
• O lançamento das águas pluviais deverá ser em áreas de solo firme e bem 
vegetado. Se necessário, serão implantados dispositivos de descidas d’água e 
dissipadores de energia. 
• Nas estradas de acesso existentes, as melhorias nos dispositivos de drenagem 
deverão ser realizadas de modo a evitar o surgimento de processos erosivos. 
 
Controle de Ruídos 
 
Os ruídos e as vibrações provenientes da operação de máquinas e equipamentos 
poderão ser minimizados ao se evitar a instalação próxima de aglomerados urbanos 
e do próprio acampamento. É importante também exercer um controle à emissão de 
ruídos por motores mal regulados ou com manutenção deficiente. Os silenciadores 
dos equipamentos deverão receber manutenção rotineira para permanecer 
funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horário noturno (das 22 até 
as 7 horas). 
 
Pátio de Equipamentos 
 
Deverão ser estabelecidos critérios de filtração e recuperação de óleos e graxas, de 
forma que os refugos ou perdas de equipamentos não escoem, poluindo o solo e 
sendo levados, principalmente nas épocas de chuva, aos cursos d’água. 
 
Abertura da Faixa de Obras 
 
A abertura da faixa de caminhamento dos canais envolve trabalhos de limpeza, 
terraplenagem e construção de dispositivos de controle de erosão e drenagem, 
necessários à constituição da pista de serviço. 
 
Como espécies imunes de corte, segundo legislação federal, aroeira e baraúna serão 
poupadas de corte nas áreas do corte na faixa de obras, sendo mantidas todas as 
árvores dessas espécies, fazendo-se para isso as curvaturas e desvios necessários. 
 
Abertura da Vala 
 
De uma forma geral a vala deverá ser aberta e preparada considerando-se as 
recomendações a seguir apresentadas: 
 
• O solo superficial (camada orgânica) e o solo mineral escavado deverão ser 
separados, durante o processo de escavação, e armazenados separadamente; 
• O solo superficial orgânico deverá ser removido na sua profundidade 
detectada; 
• Em nenhuma circunstância o solo superficial poderá ser usado como 
revestimento de fundo da vala; 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
23
• Interferências subterrâneas deverão ser localizadas (tubulações e cabos), 
escavadas cuidadosamente e identificadas. As autoridades envolvidas 
(concessionárias, agências) deverão ser notificadas. 
 
Colocação de Tubos 
 
Para preservar a estabilidade da vala contra processos erosivos e, conseqüentemente 
garantir a integridade dos canais e tubulações, antes do início dos serviços de 
colocação da tubulação no interior da vala deverão ser adotados os seguintes 
procedimentos: 
 
• Execução de uma inspeção minuciosa das condições das paredes laterais e do 
fundo da vala; 
• Esgotamento preferencial da vala, nos casos da ocorrência de água no seu 
interior, de forma a permitir uma inspeção detalhada das suas paredes laterais 
e do seu fundo; 
• Verificação dos trechos da vala aberta em rocha, visando um exame das 
condições de suas paredes e do seu fundo, com a remoção de eventuais 
ressaltos que venham a comprometer a segurança da tubulação; 
• Recolhimento de detritos detectados no interior da vala, tais como: pedaços 
de madeira, tacos e sacos de apoio da tubulação, protetores de bisel dos 
tubos, pedras soltas, luvas, lixas, escovas, restos de papel feltro, lã de vidro, 
fitas de polietileno, embalagens de comidas, e outros; 
• Revestimento do fundo da vala com camada de solo isento de pedras e outros 
materiais que possam danificar o revestimento do canal nos trechos de vala 
aberta em rocha, ou onde, na superfície do fundo da vala, o terreno estiver 
muito irregular; 
• Preparação de berços de apoio no fundo da vala para permitir um 
assentamento contínuo da tubulação e manta, com o uso de solo escavado da 
própria vala, isento de pedras e outros materiais que possam danificar o 
revestimento dos tubos; 
• Deverá ser feita uma inspeção para a verificação de eventuais danos nos 
tubos e mantas, e no seu revestimento original, com a execução dos reparos 
que se fizerem necessários; 
• Sempre que o serviço de colocação dos tubos for interrompido deverá ser 
verificado se a tubulação colocada na vala está com as suas extremidades 
tamponadas, para impedir a entrada de animais, detritos e outros objetos 
estranhos. 
 
Reaterro da Vala para tubulações 
 
Deverão ser empregados métodos, equipamentos e materiais adequados à execução 
do serviço de enchimento da vala e cobertura das tubulações, para não causar danos 
à tubulação e ao seu revestimento anticorrosivo (se for o caso). Na definição do 
método de execução, deverão ser levados em consideração o tipo de solo e as 
características de cada região atravessada. 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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O serviço de cobertura deverá ser iniciado logo após a colocação da tubulação na 
vala e a sua aprovação pela fiscalização, de forma que seja evitado o risco de 
instabilidade da vala, da pista e da tubulação, face à retirada do material pela 
escavação. 
 
Deverá ser observado o atendimento da cobertura mínima definida nos documentos 
técnicos contratuais (especificações da consultora projetista e do fabricante dos 
tubos), especialmente nas situações de área de culturas com lavra mecanizada ou 
não mecanizada e áreas ocupadas ou com previsão de ocupação residencial ou 
industrial. 
 
No caso de necessidade de passagem de tubulações por áreas de significativointeresse ambiental (áreas de preservação permanente ou com a cobertura natural 
não alterada anteriormente), o serviço de cobertura deverá incluir o reaterro 
compactado do solo e o replantio de espécies vegetais retiradas, desde que não 
venham a comprometer a tubulação. 
 
Em princípio, todo o material oriundo da escavação da vala deverá ser recolocado 
nela, tomando-se o cuidado para que a camada externa de solo vegetal venha a 
ocupar a sua posição original. As camadas recolocadas deverão ser constituídas de 
solo solto e macio, retirado do material escavado da própria vala, isento de 
impurezas e detritos. Na impossibilidade de contar com o material escavado da vala - 
caso de trecho em rocha - deverá ser providenciado o transporte do material de uma 
área de empréstimo previamente escolhida, cujo solo atenda aos requisitos 
especificados. 
 
Quando requerida a compactação do reaterro da vala, deverão ser colocadas 
camadas de altura compatível com o tipo de solo e o grau de compactação desejado. 
A compactação junto à tubulação deverá ser feita com soquete manual. Na camada 
superficial do terreno, a compactação do solo deverá ser reduzida, objetivando 
facilitar o desenvolvimento do sistema radicular das espécies a serem utilizadas na 
revegetação. 
 
Deverá ser executada uma sobrecobertura ao longo da vala, para compensar 
possíveis acomodações do material e o aparecimento de focos de erosão. O solo 
deverá cobrir toda a parte superior da vala, visando facilitar a estabilização do 
terreno. A sobrecobertura não deverá, entretanto, ser executada nos seguintes 
casos: 
 
• Nos trechos onde possa vir a obstruir o sistema de drenagem; 
• Nos locais de cruzamentos e ao longo, estradas, acostamentos, caminhos e 
passagens de qualquer natureza. 
• Nos casos em que não for possível executar a sobre-cobertura da vala, deverá 
ser providenciada a compactação do material de cobertura. 
 
 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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Gerenciamento e disposição de resíduo 
 
Os serviços de limpeza e recuperação da faixa de obras deverão ser definidos em 
função dos seguintes princípios básicos para a minimização dos impactos causados 
ao meio ambiente: 
 
• Adoção de métodos para zelar pela proteção ao solo, pelo combate à erosão e 
pela manutenção da integridade física da tubulação, com a correspondente 
estabilidade da vala onde for implantada; 
• Devolução, à faixa de obras e aos demais terrenos atravessados e/ou 
próximos dos canais, do máximo de seu aspecto e condições originais de 
drenagem, proteção vegetal e de estabilidade, restaurando todos os eventuais 
danos ecológicos e socioeconômicos causados às propriedades de terceiros e 
aos bens públicos, assim como aos sistemas hidrográficos e aos mananciais, 
afetados pela construção do canal que não esteja dentro da área de servidão 
regularmente desapropriada; 
• Os serviços de limpeza e recuperação deverão ser executados imediatamente 
após a conclusão da cobertura da vala; 
• Em áreas sujeitas a ação erosiva intensa, com formação de voçorocas, em 
face do risco da tubulação ficar exposta, a restauração da faixa de obras 
deverá ser executada simultaneamente com a fase de montagem da 
tubulação; 
 
Além da restauração definitiva das instalações danificadas pela obra, os serviços 
deverão englobar a execução de drenagem superficial e de proteção vegetal nas 
áreas envolvidas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando a faixa de 
obras, a pista, o canal e as tubulações enterradas de uma proteção permanente. A 
execução dos serviços de drenagem superficial e de proteção vegetal deverá 
obedecer ao projeto construtivo previamente elaborado e aprovado pela fiscalização. 
Nos locais onde a faixa interceptar rios e corpos d’água, deverá ser executada a 
restauração das margens e taludes. 
 
O projeto de proteção vegetal deverá contemplar a revegetação de todas as áreas 
atingidas pela construção e do canal. Tal projeto deverá propiciar a proteção do solo 
e dos mananciais hídricos contra os processos erosivos e de assoreamento, assim 
como a reintegração paisagística e a integridade física da própria tubulação. 
 
Os trabalhos de revegetação deverão ocorrer paralelamente aos serviços de 
recomposição, logo após o nivelamento do terreno e a recolocação da camada 
superior de solo orgânico, observada a sazonalidade climática da região. Deverá ser 
de responsabilidade da empreiteira a execução - ou acompanhamento, no caso de 
convênios e sub-contratação - dos serviços de revestimento vegetal, incluindo a sua 
irrigação e manutenção, até que fique comprovado, após germinação, a pega total 
da vegetação. 
 
Na restauração de áreas cultivadas ou de futuros lotes, deverão ser adotados 
cuidados especiais para assegurar que os terrenos possam ser preparados em 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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condições para o plantio, ou seja, com o substrato recuperado no seu nível original, 
permitindo a sua reintrodução ao uso original pelos proprietários. 
 
Deverá ser realizada a limpeza completa da faixa de obras e das pistas de acesso, 
assim como dos demais terrenos e estruturas de apoio utilizadas nos serviços de 
construção e montagem do canal. 
 
Os serviços de limpeza deverão compreender a remoção de: 
 
• Pedras, matacões, restos de raízes, troncos de árvores, galhos e demais 
obstáculos e irregularidades existentes na faixa e nas pistas, oriundos da 
execução dos serviços; 
• Fragmentos de equipamentos, ferramentas, embalagens e demais materiais; 
• Sobras de tubos, protetores de bisel, etc. 
 
Exceto quando estabelecido de outra forma, deverão ser desativados todos os 
acessos provisórios, assim como eliminados ou removidos pontes, pontilhões, estivas 
e outras instalações provisórias utilizadas na execução dos serviços de construção e 
montagem do canal. 
 
Segurança do Trabalho 
 
A legislação aplicável em termos de segurança e saúde do trabalho deverá ser 
rigorosamente observada pela construtora responsável pela execução das obras e as 
suas sub-contratadas e fornecedores, e será fiscalizada pela equipe de fiscalização 
e/ou monitoramento ambiental. 
 
Considerando a vinda de pessoas de outras áreas, e a aglomeração das mesmas em 
alojamentos, é necessário o desenvolvimento de um controle epidemiológico, com a 
adoção de medidas de saúde pública visando evitar a proliferação de doenças. Entre 
estas medidas incluem-se a vacinação, a medicação e a educação sanitária dos 
operários para a adoção de hábitos saudáveis de convivência. Os operários deverão 
dispor dos equipamentos adequados de proteção individual e coletiva de segurança 
do trabalho. 
 
As normas de saúde ocupacional respeitarão todas as exigências constantes na Lei 
Federal Nº6.514/77, regulamentada pela Portaria MTb Nº3214/78 e Portaria 
MTb/SSST Nº 24/94 do Ministério do Trabalho, e respectivas Normas 
Regulamentadoras. Será exigida da construtora a constituição de órgão especializado 
em Engenharia de Segurança do Trabalho e Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA), de acordo com o estabelecido nas Normas Regulamentadoras Nºs 
4 e 5 da Portaria MTb Nº 3214 / 78 do Ministério do Trabalho. 
 
Antes do início das obras será exigida a apresentação, por parte das empresas 
responsáveis, do Plano de Segurança do Trabalho que deverá vigorar durante todo o 
prazo de obra. 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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V) Responsabilidade e Tempo de Execução 
 
Compete à CODEVASF e à construtora a execução de todos os procedimentos e 
recomendações apresentados. Caso a duração da obra extrapole dois anos, deverão 
ser garantidos recursosequivalentes para os anos futuros. 
 
 
VI) Custo Total Estimado: R$ 60.000,00 sendo R$ 30.000,00 no primeiro ano e R$ 
30.000,00 no segundo ano. 
 
 
 
4.2. Programa de Compensação Ambiental 
 
I) Justificativa 
 
Este Programa atende a preceitos legais, especialmente à Resolução CONAMA Nº 02, 
de 18 de abril de 1996, e à Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e seu Regulamento 
(Decreto Nº 4.340/02) que se referem especificamente à obrigatoriedade de, nos 
casos de licenciamento ambiental, o empreendedor destinar, no mínimo 0,5% dos 
custos diretos do empreendimento, para serem aplicados em Unidades de 
Conservação e, a Lei Estadual Lei N°11.206/95, que trata da Política Florestal do 
Estado de Pernambuco. 
 
A Resolução CONAMA Nº 02/90 é voltada para as Unidades de Conservação de 
Proteção Integral e indica que os recursos envolvidos no Programa de Compensação 
Ambiental não são obrigatoriamente vinculados à área de influência do 
empreendimento, ou seja, a UC a ser contemplada não precisa necessariamente 
estar junto ao sítio do Projeto. 
 
Nessa Resolução é colocada também a possibilidade dos recursos serem investidos 
em unidades já existentes ou na criação de uma nova unidade. Já a Lei nº 
9.985/2000, estende a aplicação dos recursos destinados à compensação ambiental 
também às UCs de Uso Sustentável, quando estas forem afetadas pelo 
empreendimento. 
 
Além disso, a Resolução CONAMA Nº13/90 determina a necessidade de auscultação 
dos órgãos administradores das Unidades de Conservação localizadas num raio de 
até 10 km do empreendimento. 
 
Compete à CPRH, na condição de órgão responsável pelo licenciamento do Projeto 
Pontal a definição da aplicação dos recursos da compensação ambiental. Ao se 
levantar as UCs situadas na área de influência do empreendimento, com ênfase para 
a faixa definida na Resolução CONAMA 13/90, verificou-se que não existem áreas 
protegidas no município de Petrolina. Por outro lado especialistas apontaram 53 
áreas prioritárias para conservação da flora da Caatinga, entre essas, 17 são 
consideradas de extrema importância sendo recomendada proteção integral. Destas 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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oito, ou 47% da área, estão relacionadas à bacia do São Francisco, dentre as quais 
está o município de Petrolina, em Pernambuco. 
 
O nível de implantação de UCs é precário, o que, sem dúvida, compromete sua 
função. Por esses motivos, foi feita a opção de desenvolver o Programa de 
Compensação voltado para a consolidação de áreas a serem protegidas, 
especificamente na Serra do Areial, na área Norte do Projeto Pontal, como forma de 
contribuir para a preservação do Bioma Caatinga em área já considerada prioritária, 
enquanto se fazem os trâmites para a criação do que seria a primeira Unidade de 
Conservação do município. 
 
 
II) Objetivo Geral 
 
Este Programa tem por objetivo atender ao que estabelece a Resolução CONAMA Nº 
02/96, e o Artigo 36 da Lei Nº 9.985/00, através da Criação da Unidade de 
Conservação: Estação Ecológica da Serra do Areial. 
 
II) Objetivo Específico 
 
Estabelecer os procedimentos para subsidiar a CODEVASF, responsável pelo 
empreendimento, e a CPRH, como órgão ambiental responsável pela gestão das 
áreas protegidas de Pernambuco, visando a averbação da área que será 
contemplada pela Compensação Ambiental e os encaminhamentos para a criação da 
Estação Ecológica da Serra do Areial. 
 
III) Metodologia para a Criação de Nova Unidade de Conservação 
 
O ato de criação de uma unidade de conservação deve indicar a denominação, a 
categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão 
responsável por sua administração. É necessário também explicitar a população 
tradicional beneficiária, no caso de Reservas Extrativistas e de Desenvolvimento 
Sustentável, e a população tradicional residente, quando couber, no caso das 
Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais, bem como as 
atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas. 
 
A denominação de cada unidade de conservação deverá basear-se, 
preferencialmente, na sua característica natural mais significativa, ou na sua 
denominação mais antiga, como no caso da Serra do Areial. 
 
Compete ao órgão executor proponente de nova unidade de conservação, elaborar 
todos os estudos técnicos preliminares, neste caso com os recursos da Compensação 
Ambiental, e realizar, quando for o caso, a consulta pública e os demais 
procedimentos administrativos necessários à criação da unidade. 
 
A consulta pública para a criação de unidade de conservação tem a finalidade de 
subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para 
a unidade. Essa consulta consiste em reuniões públicas ou outras formas de escuta 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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da população local e de outras partes interessadas, a critério do órgão ambiental 
competente. No processo de consulta pública, o órgão executor competente deve 
indicar as implicações para a população residente no interior e no entorno da 
unidade proposta, de modo claro e em linguagem acessível. 
 
 
IV) Responsabilidade e Tempo de Execução 
 
Compete à CODEVASF a criação da Unidade de Conservação: Estação Ecológica 
da Serra do Areial e a execução de todos os procedimentos e recomendações 
apresentados, sendo de um ano, o tempo de implantação dessas atividades. 
 
 
V) Custo Total Estimado: R$ 469.950,00 no primeiro ano, voltados à regularização 
fundiária, estudos preliminares, preparação e realização de consulta pública, 
elaboração de plano de manejo segundo metodologia participativa e construção de 
sistema de gestão da unidade pela CODEVASF, de forma compartilhada com a 
Prefeitura Municipal de Petrolina, estabelecida por meio de convênio entre as 
instituições. 
 
 
 
4.3. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas 
 
I) Justificativa 
 
Para a implantação do empreendimento será necessário, durante a fase de obras, a 
remoção da cobertura vegetal e a movimentação do solo em diversos pontos da sua 
área de influência, o que tende promover a desestruturação e a exposição gradual 
do mesmo à erosão. Verifica-se, portanto, a necessidade de definir-se previamente o 
conjunto de medidas a serem adotadas na prevenção e mitigação destes impactos, 
sendo que esses tendem a se manifestar de forma mais acentuada, nas áreas 
escavadas, vias de acesso, aterros e bota-foras, bem como, nas instalações do 
acampamento de obras. 
 
Dentro desse contexto, verifica-se a necessidade da elaboração do Programa de 
Recuperação de Áreas Degradadas, de maneira a fundamentar os princípios da 
gestão ambiental na fase de obras, bem como, definir as atividades a serem 
implementadas no que concerne à recuperação das áreas a serem utilizadas no 
processo construtivo, objetivando garantir o uso racional do solo, e minimizar a 
incidência de processos erosivos. 
 
Para cada área impactada pela implantação da obras, cujo impacto não esteja 
associada ao seu aproveitamento como área irrigável ou de pecuária, deverão ser 
realizadas ações mitigadoras e/ou de recuperação cênica e cobertura vegetal. 
 
Para a área definida como Reserva Legal são indicados procedimentos específicos no 
Programa de Implantação de Reserva Legal. Para esta área, considerada prioritária, 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
30
deverão ser previstas ações de recuperação das possíveis degradações, definidas as 
técnicas de manejo e conservação do solo, águas, recomposição topográfica, preparo 
do solo e revegetação. 
 
Para as Áreas de Preservação Permanente serão aplicadas técnicas adequadas deconservação do solo, controle das águas superficiais, preparo do solo e revegetação 
das áreas degradadas, tendo como objetivo conservar a diversidade de ambientes, 
espécies e de processos naturais. São de preservação permanente as margens de 
riachos e reservatórios d’água (barreiros), bem como as áreas declivosas das 
encostas. 
 
II) Objetivo Geral 
 
Identificar e apresentar as medidas preventivas e corretivas a serem adotadas, para 
a recuperação e conservação das áreas exploradas na construção do Projeto Pontal. 
 
III) Objetivos Específicos 
 
• Definir as medidas de recuperação física e paisagística das áreas a serem 
potencialmente impactadas, durante o processo de edificação de apoio às 
obras; 
• Promover a revegetação das áreas afetadas, com melhoria da paisagem e 
garantia de preservação de espécies endêmicas e ameaçadas; 
• Recuperar vias de acesso, aterros, bota-foras, áreas das instalações do 
acampamento de obras e, se cabível, e áreas de empréstimo; 
• Garantir a perpetuação, na área irrigável, das espécies ameaçadas e a 
recuperação e conservação das áreas de preservação permanente. 
 
IV) Metodologia 
 
As técnicas e os procedimentos a serem empregados na recuperação das áreas 
degradadas deverão ser individualizados por setores. Devem-se respeitar as suas 
características específicas quanto às formações vegetais, tipos de solo, declividades 
do terreno, tipo de intervenção que originou a degradação, entre outros fatores, que 
deverão estar integrados com o Programa de Monitoramento da Cobertura Vegetal. 
 
Ao término da construção as áreas degradadas deverão ser trabalhadas de modo 
que as suas novas condições situem-se próximas às condições anteriores à 
intervenção, procurando-se devolver aos locais o equilíbrio dos processos ambientais 
ali atuantes anteriormente, ou permitir a possibilidade de novos usos. 
 
Dentro desse contexto, os principais procedimentos a serem adotados, na 
recuperação das áreas que venham a ser degradadas por ocasião da instalação de 
canteiro de obras, vias de acesso temporárias e bota-foras deverão considerar um 
planejamento em etapas, descritas a seguir. 
 
 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
31
Delimitação e seleção das áreas a serem recuperadas 
 
Essa etapa compreende a caracterização das áreas a serem exploradas e/ou 
utilizadas na implantação do empreendimento, notadamente, no que se refere à 
cobertura vegetal existente, informações estas, fundamentais para o adequado 
planejamento e dimensionamento das intervenções a serem realizadas. 
 
No processo de seleção das áreas específicas onde serão desenvolvidos os trabalhos 
de reabilitação, através de re-introdução da cobertura vegetal, da utilização de 
técnicas de engenharia ou da aplicação conjunta das mesmas, será dada ênfase às 
áreas terraplenadas em geral (jazidas de empréstimo; estradas e caminhos de 
serviço; canteiros de obras a serem desativados, dentre outras); taludes de corte e 
aterro. Em tais áreas deverá se buscar a reintegração à paisagem local. 
 
As áreas de empréstimo estarão excluídas deste Programa quando forem utilizadas 
jazidas comerciais, devidamente licenciadas, com responsabilidade da empresa 
construtora de apresentar sempre que solicitado pela fiscalização, cópias validas das 
referidas licenças. 
 
 
Intervenções recomendadas para cada área específica 
 
A partir da análise e síntese das informações levantadas na etapa anterior, será 
definido o conjunto de práticas a serem adotadas para cada área específica, as quais 
estão fundamentadas nos princípios rotineiramente recomendados para obras de 
mesma magnitude, sendo que dentre estes, podem ser citados os seguintes: 
 
• Forma de remoção e armazenamento do material vegetal e/ou horizonte 
superficial; 
• Gestão equilibrada de efluentes e/ou resíduos sólidos; 
• Análise da topografia das áreas a reabilitar; 
• Readequação da rede de drenagem para a proteção dos taludes das cavas das 
jazidas; 
• Reconformação e/ou sistematização do terreno, visando a amenização dos 
taludes; 
• Recuperação das características físicas e químicas, através de práticas de 
descompactação do solo e/ou adubação e calagem; 
• Análise da região fitogeográfica em que estão localizadas as áreas a 
recuperar; 
• Seleção e definição do tipo de uso futuro das áreas a recuperar; 
• Análise da vegetação ocorrente na região de localização das áreas a reabilitar; 
• Seleção de espécies vegetais a serem introduzidas; 
• Aquisição/produção de plantas; 
• Espalhamento do material vegetal e/ou horizonte superficial; 
• Atividades de plantio; 
• Atividades de manutenção das plantações. 
 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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Essas práticas, isoladamente ou de preferência em conjunto, em muito contribuem 
para a prevenção e/ou mitigação de impactos nas áreas de exploração de materiais 
e/ou de deposição de rejeitos, contribuindo de forma significativa na redução e 
controle dos processos erosivos. 
 
 
Áreas específicas a serem recuperadas 
 
i) Jazidas 
 
Para o caso de necessidade de importação de materiais de empréstimo para as 
melhorias das estradas de acesso, preenchimento ou recobrimento de valas e 
implantação de dispositivos de controle de erosão, e não houver jazida comercial na 
região, a exploração desses materiais deverá ter a aprovação prévia do proprietário 
da área onde se localiza a jazida, bem como ser licenciada pelos órgãos ambientais 
competentes. 
 
As atividades de extração deverão ser acompanhadas pelo responsável ambiental do 
empreendedor, visando à manutenção da qualidade ambiental da área e a 
compensação e atenuação das adversidades geradas. 
 
A seleção das áreas de jazidas a serem exploradas será feita pela construtora e 
aprovadas pela fiscalização, em função das distâncias de transporte até o local de 
utilização do material. Deverão ser respeitadas as áreas de interesse ecológico 
(habitats naturais e áreas de preservação permanente), evitando-se, sempre que 
possível, alterar as condições naturais desses ambientes. 
 
Para recuperação das áreas exploradas como jazidas recomenda-se a aplicação de 
métodos físicos (recomposição topográfica; sistematização dos terrenos; leve 
compactação dos terrenos, para sua estabilização; recobrimento de toda a área com 
a camada superficial de solo orgânico, anteriormente removida e estocada) e 
biológicos (revegetação). Os métodos físicos deverão ser executados tão logo as 
áreas sejam exploradas e os métodos biológicos deverão ser executados no início do 
primeiro período chuvoso subseqüente. 
 
ii) Bota-Foras 
 
Podem ser implantados bota-foras de dois tipos: temporários e permanentes. 
 
Bota-foras temporários podem ser formados durante as escavações de valas e cortes 
cujos materiais são utilizados para o recobrimento das valas e recomposição dos 
taludes. Nesses casos, esses bota-foras deverão estar próximos ao local de uso, e 
serem providos de dispositivos de controle de drenagem e contenção de sedimentos, 
visando evitar o carreamento de material para os talvegues a jusante. 
 
Bota-foras permanentes poderão ser necessários caso haja grandes volumes de 
material retirado e que não devam ser aproveitados no reaterro e cobrimento das 
valas, tais como rochas e solos expansivos. Deverão ser dispostos em locais com 
Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 
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aprovação prévia do proprietário da área, precedidos de vistoria pelo responsável da 
gestão ambiental, bem como ser licenciados pela CPRH, se assim for requerido. 
 
A seleção de áreas para bota-fora deverá ser organizada em conjunto com a 
Prefeitura local e/ou Governo

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