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PPRROOJJEETTOO AAMMBBIIEENNTTAALL Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Técnica Responsável: Margareth Mascarenhas Alheiros CREA: 25.169 D/PE Recife, abril de 2009 Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 1 CCoonntteeúúddoo Pagina APRESENTAÇÃO 2 1. INTRODUÇÃO 3 1.1. Características Gerais do Projeto Pontal 3 1.2. Breve Histórico do Licenciamento Ambiental do Projeto Pontal 4 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO AMBIENTAL 7 2.1. Análise das Formulações, Recomendações e Exigências Referentes ao Projeto Ambiental do Projeto de Irrigação Pontal 7 2.2. Considerações Preliminares sobre Passivo Ambiental e Programas de Controle Ambiental 11 3. PASSIVO AMBIENTAL 14 4. PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL 17 4.1. Programa de Controle Ambiental Associado à Execução das Obras 18 4.2. Programa de Compensação Ambiental 27 4.3. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas 29 4.4. Programa de Manejo do Solo 37 4.5. Programa de Implantação da Reserva Legal 39 4.6. Programa de Manejo da Vegetação e Fauna 42 4.7. Programa de Saneamento Básico e Saúde Pública 42 4.8. Programas Vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural 49 4.9. Programa de Melhoria e Ampliação da Infraestrutura e dos Serviços Sociais 53 4.10.Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias 55 4.11.Programa de Deslocamento e Reassentamento de Famílias 56 4.12.Programa de Treinamento e Capacitação dos Produtores 60 4.13.Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental 63 5. PROGRAMAS DE GESTÃO E MONITORAMENTO 67 5.1. Programa de Gestão Ambiental 67 5.2. Programa de Monitoramento de Solo 73 5.3. Programa de Monitoramento da Cobertura Vegetal e Fauna 76 5.4. Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos 82 5.5. Medidas Associadas a Procedimentos Jurídicos de Controle 86 6. CRONOGRAMA GERAL DO PROJETO AMBIENTAL 89 7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 90 Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 2 APRESENTAÇÃO Este relatório tem como finalidade atender ao item 9.2.2 do Acórdão Nº 2886/2008 do Tribunal de Contas da União, Processo TC- 009.724/2008-7, referente à licitação e contratação de parceria público-privada PPP do Projeto de Irrigação Pontal. Contém o Projeto Ambiental constituído pelos Programas de Compensação Ambiental e pelos Programas de Gestão e Monitoramento Ambiental - onde se insere a Recuperação do Passivo Ambiental, os quais atenderão ao conjunto das medidas mitigadoras e compensatórias, indicadas para o Projeto Pontal – Área Sul, no EIA-RIMA elaborado em 1996, de acordo com os instrumentos normativos da CPRH - Agencia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco, UIA 07/92 e GT-DRN 002/95, complementado pelas exigências apresentadas no Parecer GT CPRH/DRN 001/96. O Projeto Ambiental Inclui também as recomendações emitidas pela CPRH nos Termos de Referência para a elaboração do EIA-RIMA do Pontal Norte, TR GT CPRH 011/06 - processo de licenciamento Nº 4.999/06, que se encontra atualmente em análise por esse órgão ambiental. Os custos para a execução das medidas mitigadoras e compensatórias contidas no Projeto Ambiental foram estimados de modo global, de acordo com as recomendações da CPRH, podendo sofrer alterações em razão do detalhamento dos mesmos e da forma de sua implantação. Os valores obtidos chegaram a R$ 2.641.000,00 para dois anos durante a Fase de Instalação e a R$ 160.000,00/ano para a continuidade do Monitoramento durante a Operação do Projeto de Irrigação Pontal. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 3 8986700 31 6 00 0 8986700 36 1 00 0 1. INTRODUÇÃO 1.1. Características Gerais do Projeto Pontal1 O Projeto de Irrigação Pontal tem como objetivo primordial o desenvolvimento hidro- agrícola da região semi-árida de Pernambuco e foi concebido inicialmente para o aproveitamento de manchas de solos aptos à agricultura irrigada, identificadas no município de Petrolina, Pernambuco. O Projeto tem como fonte hídrica o rio São Francisco, abrangendo duas grandes áreas contíguas, harmonicamente integradas, denominadas respectivamente, Pontal Norte e Pontal Sul, separadas pelo riacho Pontal, afluente do rio São Francisco pela margem esquerda (Figura 1). Para fins de desapropriação foi estabelecida uma área total de 33.526,65 ha (Decreto Federal de Utilidade Pública de Terras de 18/11/2004), a qual inclui áreas irrigáveis e de sequeiro. A área do empreendimento é de 16.891,96 ha, incluindo solos irrigáveis, solos inaptos à irrigação, áreas para a infra-estrutura hidráulica, Reserva Legal e as áreas dos três núcleos habitacionais - Icozeiro e Lajedo, situados na área Sul, e Uruás, localizado na área Norte. A área total considerada para irrigação é de 7.717 ha, sendo 4.129 ha na área Norte e 3.588 ha na área Sul, em função da qual foi dimensionada a captação de água no rio São Francisco para uma vazão de 7,83/s, sendo 4,24 m3/s para abastecimento da área Norte, e 3,56 m3/s para a área Sul. Figura 1 – Arranjo Geral do Projeto Pontal – Área Norte e Área Sul 1 fonte: Alheiros (2009) – Análise Técnica dos Estudos Ambientais do Projeto Pontal, PE Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 4 1.2. Breve Histórico do Processo de Licenciamento do Projeto Pontal O aproveitamento hidroagrícola das terras irrigáveis do Projeto Pontal iniciou-se nos anos 60, com a elaboração do “Relatório de Investigação e Delimitação Preliminar” dos solos da área, para fins de irrigação. Foram realizados a partir de então vários outros estudos técnicos, que permitiram o início da implantação de algumas obras como a adução do lago de Sobradinho utilizando a calha do Riacho Pontal, a Barragem-Mãe do Pontal e alguns trechos do Canal Adutor, paralisadas desde 1982. A fase de estudos técnicos foi retomada em 1989 com o “Levantamento Detalhado de Solos” e posteriormente, em 1990, com os estudos de pré-viabilidade, concluido em 1991; em seqüência (1992) foi realizado o “Estudo de Viabilidade Técnico-Sócio- Econômico de uma Área de 11.000 ha, Compreendendo as Manchas Denominadas “Pontal Sul” e “Pontal Norte”, Localizada no Município de Petrolina, Estado de Pernambuco”, compreendendo o Projeto Básico da Área Sul e o primeiro Estudo de Impacto Ambiental, concluido em 1993, para o Projeto de Irrigação Pontal, como um todo. Nesse estudo, o EIA (constituido pelos vols I, II e III) e o RIMA, foram encaminhados à CPRH em 1994, para o licenciamento ambiental do Projeto, permitindo assim a licitação das obras civis do sistema de captação e dos 24 km iniciais do sistema de adução principal. Em sua avaliação a CPRH entendeu que o EIA/RIMA não contemplava as mudanças ocorridas no projeto básico, solicitando uma atualização dos estudos ambientais. Como o Pontal Norte ainda não dispunha de Projeto Básico nessa ocasião, a CODEVASF, com a concordância da CPRH, separou os EIA/RIMA do Pontal Sul e do Pontal Norte, viabilizando assim a obtenção da Licença de Instalação (LI) para o Projeto Pontal Sul, o que permitiria o início das obras previstas. Desse modo o Projeto Pontal Sul, obteve a sua Licença de Instalação (LI) em 1996,com a aprovação do EIA-RIMA do Pontal Sul, a qual veio sendo renovada sucessivamente até 2008, quando passou a incorporar o conceito de faseamento (LI nº 1260 de 19/11/2008). O projeto básico do Projeto Pontal Norte foi contratado em setembro de 1995, tendo sido também elaborado o seu EIA/RIMA, submetido à CPRH, através do processo 1756/96. O Projeto Pontal Norte não chegou a ser licenciado, tendo em vista a necessidade de grandes mudanças estratégicas no Projeto Pontal como um todo, identificadas após a elaboração do Projeto Executivo do Pontal Sul. O Projeto Executivo do Pontal Sul foi contratado no início de 1996, visando a otimização do sistema concebido no projeto básico anterior e o detalhamento construtivo do mesmo, ajustando sua concepção à realidade dos novos projetos desenvolvidos e em desenvolvimento pela CODEVASF, na região de Petrolina. As modificações introduzidas, envolvendo novas tecnologias de irrigação e redução da área irrigada, além de outras inovações, levou à CODEVASF a alterar a concepção inicial de captações e sistemas adutores independentes para os projetos Sul e Norte, Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 5 para um sistema adutor unificado atendendo aos dois projetos, com captação a montante do Projeto Bebedouro, no local previamente escolhido para a captação do Pontal Sul. Essa concepção integrada foi mostrada na Figura 1 deste relatório, no Arranjo Geral dos Projetos Pontal Norte e Pontal Sul. Em outubro de 2006 a CPRH emitiu os Termos de Referência TR GT 11/06 para elaboração do EIA-RIMA do Projeto de Irrigação Pontal Norte, referente ao Processo 4999/06, que foi concluído no final de 2007 e submetido à CPRH em junho de 2008, estando o processo de avaliação em andamento pela CPRH. De acordo com parecer jurídico2 encaminhado à CPRH em março de 2009 pela CODEVASF, a ...LI do “faseamento” das obras não substitui as LIs específicas de cada fase e seus componentes,... Posteriormente, após avaliado o EIA/RIMA do Pontal Norte, e entendendo o órgão ambiental ser viável essa segunda etapa do empreendimento, deve ser expedida a sua LI específica. Em 06/04/2009 foi concedida em caráter excepcional a Licença Prévia (LP) de Nº 01.09.04.000411-2, para o Projeto de Irrigação Pontal como um todo, incluindo-se aí o Projeto Pontal Norte como uma nova fase do empreendimento, adequando-o ao conceito de faseamento, saneando o licenciamento do Projeto Pontal. Desse modo, obtida a LP para o Pontal Norte, o início das obras da área norte ficará condicionado à emissão da Licença de Instalação (LI), após a avaliação e aprovação do EIA-RIMA ora em análise. O Quadro 1 apresenta o Cronograma com as obras realizadas e previstas, para o Projeto de Irrigação Pontal, que embasou a formulação do seu conceito de faseamento. 2 fonte: Pires Advogados & Consultores (2009) - Parecer Jurídico Ambiental - Licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 6 Quadro 1 - Cronograma Geral das Obras e Serviços OBRAS E SERVIÇOS 1996 - 2008 2009 2010 2011 Executadas / em execução – Área Sul • Sistema de Captação e Recalque • Sistema de Adução Principal • Sistema de Adução Secundário • Sistema de Drenagem • Sistema de Suprimento Elétrico • Sistema Viário A executar – Área Sul Trecho A • Obras Civis o Canal de Interligação EB1 a EB2 o Estação de Bombeamento EB2 o One Way o Comporta CA-1 o Reservatório RS-01 o Tubulação de Recalque TR-1 • Equipamentos Hidromecânicos e Elétricos Trecho B • Obras Civis o Comportas o Passarela PL2 o Tomadas D´água o Condutos Forçados o Canal Secundário o Aqueduto 06 o Estação de Bombeamento o Tubulação de Recalque o Recuperação de Placas de concreto fissuradas o Bueiros e canais de retorno o Reservatório o Extravasor o Valeta de drenagem o Ponte • Sistema de drenagem coletora agrícola • Suprimento de Energia Elétrica • Sistema de Comando e Controle • Sistema de Rádio Comunicação • Equipamentos para Oficina de Apoio e Manutenção A executar – Área Norte • Instalação do Canteiro de Obras • Canal Adutor e Estação de Bombeamento o Sifão Invertido – mancha 23 o Sifão Invertido – mancha 20 • Canal CP02 e Obras D’Arte • Canais e Tubulações Secundárias e Terciárias o Mancha 23 o Mancha 20 • Estação de Pressurização • Rede de Pressurização • Sistema de Drenagem • Estradas de Serviço o Mancha 23 o Mancha 20 • Estradas de Operação, Manutenção e Ligação • Sistema de Suprimento Elétrico o Estação de Bombeamento da Mancha 20 o Estação de Bomb. da Mancha 23 e das EP’s • Sistema de Regulação e Controle • Núcleos Habitacionais e de Serviço • Rede de Distribuição • Acabamentos Finais e Desmobilização (fonte: Alheiros, 2009 op. cit.) Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 7 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO AMBIENTAL 2.1. Análise das Formulações, Recomendações e Exigências Referentes ao Projeto Ambiental do Projeto de Irrigação Pontal De acordo com as recomendações estabelecidas na Resolução CONAMA 01/86, que define as condições para a elaboração de EIA e RIMA, o Projeto Ambiental é definido no art. 6º nos seguintes termos: Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: I - Diagnóstico ambiental ... II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas... III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual competente ou o IBAMA ou quando couber, o Município, fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área. ... Como se pode observar no Parágrafo Único do inciso IV, fica a cargo do órgão ambiental responsável pelo licenciamento, o estabelecimento de instruções, que são usualmente expressas pelos Termos de Referência que orientam a elaboração do EIA-RIMA. No caso do Projeto Pontal, a CPRH recomendou quanto às Medidas Mitigadoras/Compensatórias: Deverão ser apresentadas medidas (ações, providências ou características) que visem minimizar ou eliminar, se for o caso, compensar os impactos adversos identificados... ou a aumentar (potencializar) o efeito benéfico daqueles impactos positivos... Para facilitar a compreensão e análise, bem como sua implementação, essas medidas deverão ser descritas, organizadas e apresentadas de forma ordenada em conformidade com sua finalidade: Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 8 a) medidas mitigadoras referentes aos aspectos construtivos – que além de se constituírem normas de execução, podem integrar as especificações técnicas da obra, como também, medidas de caráter geral incluídas no próprio ambiente da obra. b) medidas de caráter complexoque envolvem uma metodologia particular de trabalho – (projetos integrantes de Programas de Mitigação/Compensação) com a finalidade de obter-se a mitigação / compensação de um ou mais impactos. Para efeito desta fase os Projetos deverão ser listados e descritos sumariamente considerando, no mínimo, os objetivos, suas justificativas, metodologia (procedimentos) responsabilidade pela implementação, tempo de implantação (incluir cronograma) e custo total estimado. Os programas vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural deverão ser apresentados em atendimento às exigências do IPHAN... Considerar dentre os projetos requeridos para essa tipologia de projetos, os seguintes: • gestão ambiental • controle ambiental associado à execução das obras • compensação ambiental – proposta ou projeto ou indicação de possíveis alternativas para atender ao exposto na Resolução CONAMA 02/96, na Lei Federal 9985/00 e seu regulamento (Decreto 4340/02) e na Lei Estadual 11206/95. • recuperação de áreas degradadas • manejo do solo (contemplando práticas de conservação do solo a serem desenvolvidas nas diversas fases de instalação e operação do projeto). • implantação da reserva Legal (diretrizes orientadoras para implantação da reserva legal) • manejo da vegetação e fauna • saneamento básico e saúde pública (medidas de controle da área de projeto e seu entorno envolvendo abastecimento d’água; disposição de esgotos sanitários e de lixo; águas drenadas pelo projeto; controle de doenças endêmicas; controle de insumos agrícolas; etc.) • proteção do patrimônio cultural (deve atender a recomendação do Termo de Referencia fornecido pelo IPHAN (of. 668/2006/ 5ª SR/IPHAN/Minc. de 05.09.2006) • fomento às atividades produtivas (medidas voltadas ao incentivo à produção e comercialização de atividades artesanais como fonte alternativa de renda familiar, etc.) Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 9 • melhoria e ampliação da infraestrutura e dos serviços sociais • indenização de terras e benfeitorias • deslocamento e reassentamento de famílias • treinamento e capacitação dos produtores • comunicação social e educação ambiental c) medidas associadas a procedimentos jurídicos de controle:... ex.: correção de passivo ambiental de natureza jurídica, etc.) Nesse mesmo TR para o EIA-RIMA do Pontal Norte, antecedendo as orientações para a análise dos impactos ambientais, há a recomendação para estudos referentes ao Passivo Ambiental e recomenda: No Diagnóstico Ambiental local deverá ser incluído o levantamento do passivo ambiental como conseqüência da implantação do Projeto Pontal em sua primeira etapa (Área Sul), ou seja, a identificação dos principais problemas atualmente existentes na área de intervenção (poluição das águas, degradação das áreas, pendências do projeto ambiental acordado, como também dívidas com aspectos físicos, biológicos e antrópicos, ... de forma a contribuir, dentre outras, para a formação do quadro ambiental da área de influência complementando as informações discutidas... O levantamento deverá servir de base a intervenções corretivas e/ou a um planejamento de gestão ambiental do projeto. No EIA-RIMA do Projeto Pontal Sul (1996), o capítulo 5 traz a análise dos impactos ambientais, no bojo da qual as medidas mitigadoras e compensatórias são denominadas “medidas de intervenção” e apresentadas sob a forma de “recomendações”, ao final da análise do impacto de cada fator ambiental considerado no Estudo (física do solo; química do solo; biologia do solo; geologia do solo; quantidade de água; qualidade de água; qualidade do ar; flora, fauna; cultural/psicológico; uso do solo; saúde; emprego; educação; habitação; alimentação; tecnologia; migração; bem-estar social e mercado). Nesse mesmo EIA-RIMA foram apresentados os seguintes “Programas de Preservação e Controle Ambiental”, que abrangem parcialmente, de forma isolada ou combinada, as recomendações feitas para o estudo dos impactos: 1. Implantação da Reserva Legal 2. Deslocamento e Reassentamento de Famílias 3. Treinamento e Capacitação dos Produtores 4. Monitoramento da Água e Solo Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 10 5. Inventário e Monitoramento da Fauna e Flora A partir da análise desse EIA-RIMA, foi concedida a LP 005/96 pela CPRH para o Pontal Sul, definindo como exigências: - Apresentar Projeto Ambiental contendo o detalhamento dos Programas de Controle Ambiental previsto no EIA/RIMA e complementados no Parecer GT CPRH/DRN nº 001/96, e que serão implementados nas etapas do Projeto Executivo/ Implantação e Operação. - Indicar nos Programas Ambientais, no mínimo, os seguintes aspectos: descrição das atividades; cronologia de implementação/desenvolvimento das atividades quer sejam de controle, quer sejam de monitoramento; parâmetros indicadores; responsáveis pela execução e descrição da metodologia utilizada. Na LP 01.09.04.000411-2, recentemente concedida para o Projeto Pontal como um todo, a CPRH reitera como exigência: Apresentar Projeto Ambiental contendo detalhamento dos Programas de Controle Ambiental (para fase de instalação e operação) previsto no EIA/RIMA da área sul, denominado Projeto Pontal Sul e complementados no Parecer GT CPRH/DRN nº 001/96. Quando da instalação e operação da área norte, denominado Projeto Pontal Norte, após a devida aprovação do EIA/RIMA, deverá a CODEVASF integrar os Programas de Controle Ambiental que forem pertinentes, desta forma unificando as ações de monitoramento do Projeto Pontal. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 11 2.2. Considerações Preliminares sobre Passivo Ambiental e Programas de Controle Ambiental Em conformidade com as recomendações e exigências da CPRH, órgão ambiental responsável pelo licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal, este Projeto Ambiental é constituído pelos Programas de Controle Ambiental, que incluem as medidas mitigadoras/compensatórias de maior relevância, abrangência e capacidade de resposta à recuperação dos elementos ambientais, que foram ou serão presumidamente afetados pelo empreendimento. Desse modo, estas medidas estão relacionadas aos impactos criados pela implantação das obras de infraestrutura do Projeto Pontal Sul, bem como aos impactos futuros, decorrentes da implantação da infraestrutura do Projeto Pontal Norte, e ainda da operação futura do Projeto de Irrigação Pontal Sul e Norte. Cabe salientar dois aspectos deste Projeto Ambiental que merecem definição apropriada para os fins da análise ambiental: Passivo Ambiental e Programas de Controle Ambiental. O Passivo Ambiental, termo obtido e adaptado do conhecimento contábil para a área ambiental, representa, a rigor, o sacrifício de benefícios econômicos que serão realizados para a preservação, recuperação e proteção do meio ambiente de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico e o equilíbrio ecológico ou como decorrência de uma conduta inadequada em relação ao patrimônio ambiental (Ribeiro & Lisboa, 2000). Entre as dificuldades para o reconhecimento do passivo ambiental, no sentido contábil, estão a identificação e quantificação dos danos no momento em que ocorrem, as conseqüências futuras desses danos e a mensuração dos gastos necessários para corrigi-los. O termo “passivo ambiental” ficou mais amplamente conhecido a partir de grandes acidentes ecológicos, a exemplo do derramamento de óleo pelo petroleiro Exxon- Valdez no Alasca, do vazamento de resíduos nucleares deChernobil na Rússia, do vazamento de óleo na Baía de Guanabara, entre outros. Nesse sentido os danos ambientais foram sendo associados ao passivo ambiental, sendo muitas vezes estes termos utilizados com o mesmo significado. O conceito de passivo ambiental que vem sendo adotado nos estudos realizados para o licenciamento ambiental do Projeto Pontal refere-se ao acúmulo de problemas e agressões causadas ao ambiente e que “permanecem sem solução adequada”, devendo ser “debitados” às instâncias responsáveis pela sua existência. Reconhece- se assim que as áreas que receberam e receberão medidas corretivas efetivadas durante as várias fases da obra, não se configuram como passivo ambiental. Levantar o passivo ambiental do empreendimento significa, portanto, identificar e caracterizar os efeitos ambientais adversos, de natureza física, biológica e antrópica, proporcionados pela construção, operação, manutenção, ampliação ou Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 12 desmobilização do empreendimento, pressupondo que o empreendimento é responsável pelos efeitos adversos que ocorreram ou porventura venham a ocorrer em sua região de inserção, sendo de sua responsabilidade a reabilitação dos espaços afetados, proporcionando-lhes condições adequadas de existência, do ponto de vista físico, biológico e humano. O Projeto Ambiental contemplará desse modo, também a recuperação do passivo ambiental nas áreas identificadas em diagnósticos mais recentes, que ainda permanecem sem solução ambiental adequada. Outro termo a ser mais bem definido é o Programa de Controle Ambiental. O Programa de Controle Ambiental deriva de dois outros instrumentos da prática ambiental que são o Plano de Controle Ambiental - PCA e o Plano ou Programa Básico Ambiental - PBA. O PCA foi inicialmente adotado para as atividades de mineração sendo parte integrante das exigências do Código de Mineração brasileiro (acompanhado através dos Relatórios de Controle Ambiental – RCA), no que se refere à recuperação de áreas degradadas pela exploração mineral. Esta denominação foi também adotada pelo CONAMA em sua Resolução 009/90, que estabelece os condicionantes para o licenciamento ambiental de atividades minerarias. Os arts. 5º e 7º e seus parágrafos estabelecem: ... Art. 5º - A Licença de Instalação deverá ser requerida ao órgão meio ambiental competente, ocasião em que o empreendedor deverá apresentar o Plano de Controle Ambiental - PCA, que conterá os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados na fase da LP, acompanhado dos demais documentos necessários. § 1º - ... § 2º - O órgão ambiental competente, após a aprovação do PCA do empreendimento, concederá a Licença de Instalação. § 3º - ... ... Art. 7º - Após a obtenção da Portaria de lavra e a implantação dos projetos constantes do PCA, aprovados quando da concessão da Licença de Instalação, o empreendedor deverá requerer a Licença de Operação, apresentando a documentação necessária. § 1º - ... § 2º - O órgão ambiental competente, após a comprovação da implantação dos projetos do PCA, concederá a Licença de Operação. ... Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 13 O Projeto Básico Ambiental ou Plano Básico Ambiental, reconhecidos pela sigla PBA, tem sua operacionalização através de Programas Ambientais, invertendo a lógica dos instrumentos de planejamento, que têm no Plano, as idéias mais gerais, no Programa, a estrutura programática com metas globais e no Projeto, o instrumento operacional mais detalhado com objetivos, justificativas, cronograma e custos de execução. Nesse contexto, fica caracterizado, para os fins do licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal, que o presente Projeto Ambiental, composto pelos Programas de Controle Ambiental e pelos Programas de Gestão e Monitoramento, busca atender às exigências expressas na LP de faseamento do Projeto Pontal, que adotou esta denominação, como também às recomendações do TR GT 11/06 (item 3.10) para o Pontal Norte, que adotou a denominação de “Projetos Ambientais”, com o mesmo significado e conteúdo dos Programas de Controle Ambiental. Fazem parte do Projeto Ambiental, a recuperação do Passivo Ambiental da Área Sul e os Programas de Gestão e Monitoramento, que permitirão o acompanhamento futuro dos impactos ambientais presumidos, bem como das respostas advindas das medidas mitigadoras/compensatórias, efetivamente implementadas através dos Programas de Controle Ambiental. Também a título de esclarecimento no que se refere ao item 9.2.2 do Acórdão nº 2886/2008 – TCU, que o Projeto Ambiental e os Programas que fazem parte do mesmo, contemplam as medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos relevantes, bem como a recuperação do passivo ambiental. De fato o Projeto Ambiental é o instrumento que viabiliza a execução das medidas mitigadoras/compensatórias e o cumprimento das exigências legais no âmbito do órgão ambiental. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 14 3. PASSIVO AMBIENTAL Para a realização do levantamento do passivo ambiental foram desenvolvidas as seguintes atividades básicas: 3 • Inspeção ambiental da área e seu entorno; • Documentação fotográfica dos itens de passivo encontrados; • Identificação dos processos de transformação ambiental que deram origem aos itens de passivo identificados; • Caracterização ambiental dos itens de passivo e de seus processos causadores; • Hierarquização dos itens de passivo, em termos de sua representatividade, assim como de seus processos causadores. Foram considerados como bens ambientais as áreas protegidas por lei, tais como unidades de conservação de proteção integral e/ou de uso sustentável, áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal, bem como de servidão florestal, além de rios, lagos, açudes e represas que abasteçam centros urbanos e unidades familiares, onde acidentes possam por em risco a qualidade e quantidade das águas. As condições climáticas da região, associadas ao forte componente cultural no uso do solo no semi-árido pernambucano e a falta de investimento em saneamento básico e em ações de preservação ambiental, respondem primordialmente pelos impactos identificados, como: corte de árvores em áreas de preservação permanente (margens de riachos, reservatórios), solo exposto, erosão pluvial, assoreamento de calhas fluviais, inexistência de áreas de reserva legal averbadas, desmatamento para pasto ou roçado e exploração de material lenhoso sem as devidas autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente, corte eventual de espécies vegetais ameaçadas (aroeira e baraúna) e endêmicas do local, fauna afetada por atividades de caça e apanha, deslocamento da mão-de-obra para áreas vizinhas em busca de oportunidades de emprego, ausência de sistemas adequados de coleta e tratamento de lixo, peças arqueológicas em poder de moradores locais sem as referencias de sua procedência, foram os principais impactos identificados. No caso da Área Norte, os impactos identificados nesse estudo, não estão associados diretamente ao empreendimento, tendo em vista a sua ocorrência difusa e ao fato de que as obras de infra-estrutura do Projeto de Irrigação do Pontal ainda não foram ali iniciadas. Na área Sul do Projeto, grande parte da infra-estrutura de uso comum do projeto encontra-se implantada (cerca de 94% das obras civis), correspondendo às obras de captação comum das áreas Sul e Norte e às obras de condução, derivação e controle da área Sul. As Figuras 2 a 5 dão uma mostra dosefeitos diretos no local das obras e no seu entorno: 3 Estudo realizado por equipe técnica da PROJETEC, incumbida da execução do EIA-RIMA do Projeto Pontal Norte. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 15 Figura 4 - Detalhes das estações de bombeamento já construídas (Área Sul) (foto: Roberta Alcoforado, fev/09) Figura 5 – Aqueduto e canais já construídos (Área Sul) (foto: Roberta Alcoforado, fev/09) Figura 2 – Vista geral do canal adutor e estação de captação do Projeto Pontal no Rio São Francisco (fonte: EIA de 2008) Figura 3 - Tomada de água principal no rio São Francisco (foto: Roberta Alcoforado, fev/09) Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 16 Essas obras, dominantemente lineares, têm efeito localizado sobre o meio físico, ao longo da faixa de implantação do sistema adutor e grande parte dos impactos originados de sua construção, são mitigados ou minimizados com a conclusão da obra, até como garantia para a sua segurança física e eficiência hídrica. Os impactos irreversíveis da obra, como a remoção da vegetação, alteração da rede hídrica, relocação de famílias, alterações do uso do solo, entre outros, serão em grande parte compensados, pela implantação da Reserva Legal e da Unidade de Conservação: Estação Ecológica da Serra do Areial, além do Programa de Recuperação das Áreas Degradadas e de Controle Ambiental associado à Execução das Obras e, equilibrados pelos impactos positivos previstos, como o aumento da oferta de água, ampliação do setor produtivo, aumento de emprego e renda, entre outros. É essencialmente esse “balanço” que leva as equipes multidisciplinares dos estudos ambientais a recomendarem a realização do empreendimento, mesmo indicando medidas mitigadoras/compensatórias para garantir a melhoria das condições ambientais e socioeconômicas, em setores específicos, mais fortemente atingidos pelo empreendimento. No caso do Passivo do Projeto Pontal, essas medidas mitigadoras e ou compensatórias estarão contempladas no Projeto Ambiental, distribuídas nos diversos Programas de Controle Ambiental apresentados, cuja implementação passará a ser exigida pelo órgão ambiental, como requisito para a obtenção e renovação das licenças ambientais futuras (Licenças de Instalação -LI e Licenças de Operação - LO). Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 17 4. PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL Os Programas de Controle Ambiental apresentados a seguir, contemplam os compromissos assumidos pelo EIA-RIMA do Projeto Pontal Sul (1996), ampliados PA atender às recomendações emitidas no TR GT 11/06 para o EIA-RIMA do Projeto Pontal Norte. Essas recomendações foram atendidas durante os estudos de campo realizados por equipe multidisciplinar4 no ano de 2007, para a avaliação dos impactos ambientais da área Norte e para o levantamento do Passivo Ambiental do Projeto Pontal Sul. Para evitar redundâncias e omissões e especialmente após a aplicação do conceito de faseamento para o licenciamento do Projeto de Irrigação Pontal, e das recomendações e exigências emitidas em diferentes oportunidades, por esse órgão ambiental, os Programas de Controle Ambiental foram revistos e reordenados para abranger as principais medidas mitigadoras/compensatórias e o passivo ambiental das intervenções já realizadas. O Quadro 2 sintetiza as principais informações sobre os Programas de Controle Ambiental, como os responsáveis pela execução, prazo de implantação e custo global estimado5 para os primeiros dois anos. Programas Responsável Prazo (anos) Ano 1 (R$ 1,00) Ano 2 (R$ 1,00) Programa de Controle Ambiental Associado à Execução das Obras CODEVASF e construtoras 2 60.000 60.000 Programa de Compensação Ambiental CODEVASF 1 469.950 0 Programa de Recuperação das Áreas Degradadas Construtora / Distrito de Irrigação 2 300.000 200.000 Programa de Manejo do Solo Construtora / Distrito de Irrigação 2 15.000 15.000 Programa de Implantação da Reserva Legal CODEVASF / Distrito de Irrigação 2 150.000 150.000 Programa de Manejo da Cobertura Vegetal e Fauna ver texto (item 4.6) - - - Programa de Saneamento Básico e Saúde Pública CODEVASF / Distrito de Irrigação 2 50.000 20.000 Programas Vinculados ao Patrimônio Histórico-Cultural CODEVASF / Distrito de Irrigação 2 30.000 15.000 Programa de Melhoria e Ampliação da Infraestrutura e dos Serviços Sociais CODEVASF 2 30.000 15.000 Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias CODEVASF Programa de Deslocamento e Reassentamento de Famílias CODEVASF e construtoras 1 267.000 0 Programa de Treinamento e Capacitação dos Produtores CODEVASF / construtoras / Distrito de Irrigação 2 30.000 30.000 Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental CODEVASF / construtoras / Distrito de Irrigação 2 100.000 30.000 TOTAL 1.501.950 535.000 4 Estudos realizados pela equipe técnica contratada pela PROJETEC, incumbida da execução do EIA-RIMA do Projeto Pontal Norte; 5 Os custos para a execução das medidas mitigadoras e compensatórias contidas nos Programas de Controle Ambiental foram estimados de modo global, de acordo com as recomendações da CPRH, podendo sofrer alterações em razão do detalhamento dos mesmos e da forma de sua implantação. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 18 4.1. Programa de Controle Ambiental Associado à Execução das Obras I) Justificativa Os cuidados relativos à minimização dos impactos na vegetação nativa e restauração ambiental de áreas impactadas deverão estar sob a responsabilidade da coordenação ambiental da obra, encarregada do planejamento, execução e monitoramento das ações, assim como da promoção de encontros periódicos com os atores envolvidos nas obras civis para realização de dinâmicas de grupo e jornadas de campo, como estratégias de educação ambiental. Controle e fiscalização, aliados à programa sistemático de informação, serão implementados junto a profissionais e operários de todos os níveis, seguindo as boas práticas da engenharia com redução de desperdícios e minimização de impactos nas áreas adjacentes a diretamente afetadas. A maior parte dos impactos ambientais provenientes de obras civis pode ser evitada pela adoção de técnicas e métodos de engenharia adequados, especialmente aqueles oriundos da etapa de implantação, embora em função do porte da obra, alguns impactos, por serem de caráter irreversível, possam apenas ser compensados. As degradações impostas ao meio ambiente pela implantação e operação do canteiro de obras e da exploração de jazidas de materiais naturais de construção envolvem danos à flora, deterioração pontual dos solos, desencadeamento de processos erosivos e de assoreamento dos cursos d’água e redução na recarga dos aqüíferos. Além disso, pode ocorrer a geração de poeiras e ruídos provocados pelos desmatamentos e terraplenagens, e pela operação da usina de concreto e da central de britagem. II) Objetivo Geral Recuperar as áreas utilizadas nas instalações provisórias, para seu uso original (pastagens, vegetação nativa, etc.). III) Objetivos Específicos • Minimizar os impactos provocados com a implantação das obras civis; • Dispor o projeto de soluções que contemplem a segurança operacional, considerandonão apenas os aspectos técnicos, mas também os ambientais; • Propiciar proteção contra vento, propagação de ruídos, proteção de áreas de interesse específico; • Evitar acidentes e proteger a saúde dos trabalhadores, garantindo a higiene do acampamento; • Conscientizar, motivar e informar trabalhadores sobre a importância dos cuidados de segurança ambiental; • Evitar a proliferação de vetores indesejáveis, principalmente de mosquitos transmissores de dengue, febre amarela e caramujos que transmitem a esquistossomose nas regiões endêmicas, e de répteis venenosos, na área das obras; Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 19 • Evitar a obstrução de obras de drenagem ou redução de suas seções de vazão; IV) Metodologia Canteiro de Obras Canteiros de obras são instalações provisórias constituídas de escritórios, alojamentos, refeitórios, ambulatórios, sanitários, oficinas, almoxarifados e armazenamento de materiais. A escolha do local para implantação do canteiro de obras e dos alojamentos deverá ser feita considerando o local de fácil acesso, livre de inundações, ventilado e com insolação adequada, e que permita o mínimo de desmatamento, procurando-se preservar árvores de grande porte. A seleção do local deve, ainda, considerar escolha de áreas já degradadas, com necessidade de remoção do mínimo possível de vegetação nativa, arbustiva ou arbórea, e evitar áreas onde sejam necessárias grandes movimentações de terra, como aterros e terraplenagens. No caso de necessidade de uso de explosivos, as normas de construção do paiol de armazenamento deve seguir as normas do Exército quanto à localização. A seleção da localização deve levar em consideração a proximidade de cidade de porte, objetivando causar o mínimo de impactos e facilitar o transporte diário da mão-de-obra até as frentes de trabalho e para fora delas, em seus períodos de lazer. Os pequenos agrupamentos populacionais devem ser evitados, de forma a não promover impactos de vizinhança, especialmente quanto às características sociais dessas pequenas comunidades, evitando que as atividades de obra, o funcionamento do canteiro e o convívio com os trabalhadores venham a acarretar impactos negativos significativos na qualidade de vida das populações. Será evitada a implantação de canteiros próximos áreas de preservação permanente e a sítios que se encontram em habitats naturais relevantes. A escolha dos locais para implantação dos canteiros deverá contar com a participação direta da Prefeitura e outros órgãos públicos com vínculo na região, para propiciar a integração dessas instalações com a infra-estrutura existente. De mesma forma, deverá ser solicitado o apoio das Prefeituras Municipais locais e circunvizinhas para cadastrar a mão-de-obra local disponível para as obras. Deverá ser priorizado o recrutamento de mão-de-obra local, reduzindo, assim, o contingente de trabalhadores de fora da região e, ao mesmo tempo, diminuindo a estrutura de apoio às obras (alojamentos, sanitários, serviços de coleta e armazenamento do lixo). Esse procedimento contribuirá, também, para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e minimizar os problemas de aumento da prostituição e da violência, dentre outros. Nas regiões próximas a cidades com infra-estrutura, a localização não deverá interferir no sistema viário e de saneamento básico, sendo necessário contatar a Prefeitura, órgãos de trânsito, de segurança pública, sistema hospitalar, Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 20 concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação, face à implantação do canteiro de obras. As demandas de aquisição de material para obras e o afluxo de mão-de-obra durante a construção constituem um fator de incentivo às atividades econômicas das localidades e, trazem expectativa positivas para a comunidade. Neste sentido a construtora responsável pelas obras deverá priorizar a aquisição de insumos para o canteiro de obras, em termos de abastecimento de bens e insumos junto às empresas locais, assim como a oferta de transporte de trabalhadores para as cidades circunvizinhas, facilitando o aproveitamento da mão-de-obra local. O canteiro deverá atender às diretrizes do Plano de Ação de Emergência e à Legislação Brasileira de Segurança e Medicina no Trabalho, especialmente o Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros, para eventuais remoções de acidentados para hospital da região. O planejamento das instalações do canteiro deverá considerar a previsão, quando do término da obra, do possível aproveitamento da infra-estrutura pela comunidade local. Após o término das obras, toda a infra-estrutura utilizada durante a construção do sistema adutor, caracterizada essencialmente pelo canteiro de obras e equipamentos de maquinaria, deverá ser removida, exceto nos casos em que essas estruturas forem aproveitadas na fase de operação do sistema, pelo empreendedor ou pela comunidade. Não será permitido o abandono da área de acampamento sem recuperação do uso original, nem o abandono de sobras de materiais de construção, de equipamentos ou partes de equipamentos inutilizados. Os resíduos deverão ser acondicionados em locais apropriados, os quais deverão receber tratamento adequado. Estradas de Serviço O planejamento do Sistema Viário do Projeto Pontal levou em consideração os acessos existentes que levam à área do projeto – Estradas de Serviço, de terra e, a maioria já existe, devendo receber alargamentos e melhorias gerais. Ao lado de cada canal foram projetadas Estradas de Operação e Manutenção, que permitem acessos aos lotes. Ainda serão executadas as Estradas de Ligação, que darão continuidade às estradas do projeto com as estradas existentes. As estradas de serviço são abertas para uso provisório durante as obras, seja para permitir uma operação mais eficiente das máquinas e equipamentos de construção, seja para garantir o acesso a áreas de exploração de materiais de construção (água, areia, pedra). Uma vez que são feitas para uso provisório, é usual implantá-las com o menor dispêndio possível de recursos, economizando-se na largura da faixa, no movimento de terra, nas obras de transposição de talvegues, etc, o que também minimiza a extensão das alterações no ambiente. Desse modo deverão ser tomados os cuidados necessários, quanto à sua localização, para evitar prejuízos futuros. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 21 O abandono dos caminhos de serviço, a partir do momento em que se tornam desnecessários, pode causar problemas que chegam a comprometer ou ameaçar até mesmo a obra que ajudaram a construir. Esses trechos de terra, desprovidos de cobertura vegetal e com relativa compactação, tornam-se caminhos preferenciais para o escorrimento de águas superficiais, dando origem a erosões. As travessias de talvegues, sempre dimensionadas para cheias de baixos períodos de retorno, tornam-se impedimentos ao fluxo natural das águas superficiais. Em decorrência, os empoçamentos de água que ocorrem, favorecem a proliferação de insetos e caramujos, veiculadores e/ou hospedeiros de doenças como a malária, dengue, esquistossomose, e outras. Para que sejam evitados esses problemas, duas diretrizes básicas deverão ser seguidas. A primeira refere-se à localização e dimensão dessas obras de apoio, que deverão ser projetadas com o traçado evitando interferências em áreas de interesse ambiental e a fragmentação de habitats naturais; utilizando materiais de construção provenientes de jazidas queserão recuperadas ou locadas no interior da área de inundação; usando dispositivos de drenagem e de controle da erosão adequados. A segunda diretriz consiste na recuperação das condições originais de todos os trechos de terreno afetados pela construção de estradas de serviços, permitindo que as águas superficiais percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou desvios. No caso dessas estradas de serviço passarem a integrar a rede de estradas vicinais locais, essas deverão ser tratadas como se fossem partes das obras principais, ou seja, replanejadas e dotadas de todas as características que seriam exigidas normalmente para a implantação e manutenção de rodovias vicinais. Recomenda-se evitar a abertura de estradas de serviço, utilizando-se, sempre que possível, as estradas existentes. Todavia, em caso de se tornar imprescindível a abertura de estradas de serviço, as ações adequadas a serem desenvolvidas são: • Antes do início das atividades de obra, deverão ser verificadas as condições dos acessos existentes, principalmente no que se refere à capacidade de carga das travessias e à capacidade de suporte das pistas de rolamento; • Só poderão ser usadas as estradas internas de serviço autorizadas, negociadas pela(s) construtora(s) com os respectivos proprietários; • As melhorias introduzidas não deverão afetar sistemas de drenagem e cursos d’água existentes; • A abertura deverá ser precedida de vistoria prévia e aprovação do empreendedor (Assessoria ou Gerência Ambiental) e dos órgãos ambientais; • As estradas de serviço deverão ser recuperadas, até serem obtidas as condições anteriores à construção, a não ser que o proprietário da terra especifique diferente e que isso esteja contido no contrato de permissão de uso da terra; • A abertura de novos acessos deverá ser precedida de licença ambiental específica dos órgãos ambientais (a ser obtida junto com a licença para instalação dos canteiros); Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 22 • Caso seja necessária a abertura de novos acessos, estes serão dotados de dispositivos de controle de erosão, constituídos por valetas laterais de drenagem e/ou terraços transversais à pista. • O lançamento das águas pluviais deverá ser em áreas de solo firme e bem vegetado. Se necessário, serão implantados dispositivos de descidas d’água e dissipadores de energia. • Nas estradas de acesso existentes, as melhorias nos dispositivos de drenagem deverão ser realizadas de modo a evitar o surgimento de processos erosivos. Controle de Ruídos Os ruídos e as vibrações provenientes da operação de máquinas e equipamentos poderão ser minimizados ao se evitar a instalação próxima de aglomerados urbanos e do próprio acampamento. É importante também exercer um controle à emissão de ruídos por motores mal regulados ou com manutenção deficiente. Os silenciadores dos equipamentos deverão receber manutenção rotineira para permanecer funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horário noturno (das 22 até as 7 horas). Pátio de Equipamentos Deverão ser estabelecidos critérios de filtração e recuperação de óleos e graxas, de forma que os refugos ou perdas de equipamentos não escoem, poluindo o solo e sendo levados, principalmente nas épocas de chuva, aos cursos d’água. Abertura da Faixa de Obras A abertura da faixa de caminhamento dos canais envolve trabalhos de limpeza, terraplenagem e construção de dispositivos de controle de erosão e drenagem, necessários à constituição da pista de serviço. Como espécies imunes de corte, segundo legislação federal, aroeira e baraúna serão poupadas de corte nas áreas do corte na faixa de obras, sendo mantidas todas as árvores dessas espécies, fazendo-se para isso as curvaturas e desvios necessários. Abertura da Vala De uma forma geral a vala deverá ser aberta e preparada considerando-se as recomendações a seguir apresentadas: • O solo superficial (camada orgânica) e o solo mineral escavado deverão ser separados, durante o processo de escavação, e armazenados separadamente; • O solo superficial orgânico deverá ser removido na sua profundidade detectada; • Em nenhuma circunstância o solo superficial poderá ser usado como revestimento de fundo da vala; Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 23 • Interferências subterrâneas deverão ser localizadas (tubulações e cabos), escavadas cuidadosamente e identificadas. As autoridades envolvidas (concessionárias, agências) deverão ser notificadas. Colocação de Tubos Para preservar a estabilidade da vala contra processos erosivos e, conseqüentemente garantir a integridade dos canais e tubulações, antes do início dos serviços de colocação da tubulação no interior da vala deverão ser adotados os seguintes procedimentos: • Execução de uma inspeção minuciosa das condições das paredes laterais e do fundo da vala; • Esgotamento preferencial da vala, nos casos da ocorrência de água no seu interior, de forma a permitir uma inspeção detalhada das suas paredes laterais e do seu fundo; • Verificação dos trechos da vala aberta em rocha, visando um exame das condições de suas paredes e do seu fundo, com a remoção de eventuais ressaltos que venham a comprometer a segurança da tubulação; • Recolhimento de detritos detectados no interior da vala, tais como: pedaços de madeira, tacos e sacos de apoio da tubulação, protetores de bisel dos tubos, pedras soltas, luvas, lixas, escovas, restos de papel feltro, lã de vidro, fitas de polietileno, embalagens de comidas, e outros; • Revestimento do fundo da vala com camada de solo isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento do canal nos trechos de vala aberta em rocha, ou onde, na superfície do fundo da vala, o terreno estiver muito irregular; • Preparação de berços de apoio no fundo da vala para permitir um assentamento contínuo da tubulação e manta, com o uso de solo escavado da própria vala, isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento dos tubos; • Deverá ser feita uma inspeção para a verificação de eventuais danos nos tubos e mantas, e no seu revestimento original, com a execução dos reparos que se fizerem necessários; • Sempre que o serviço de colocação dos tubos for interrompido deverá ser verificado se a tubulação colocada na vala está com as suas extremidades tamponadas, para impedir a entrada de animais, detritos e outros objetos estranhos. Reaterro da Vala para tubulações Deverão ser empregados métodos, equipamentos e materiais adequados à execução do serviço de enchimento da vala e cobertura das tubulações, para não causar danos à tubulação e ao seu revestimento anticorrosivo (se for o caso). Na definição do método de execução, deverão ser levados em consideração o tipo de solo e as características de cada região atravessada. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 24 O serviço de cobertura deverá ser iniciado logo após a colocação da tubulação na vala e a sua aprovação pela fiscalização, de forma que seja evitado o risco de instabilidade da vala, da pista e da tubulação, face à retirada do material pela escavação. Deverá ser observado o atendimento da cobertura mínima definida nos documentos técnicos contratuais (especificações da consultora projetista e do fabricante dos tubos), especialmente nas situações de área de culturas com lavra mecanizada ou não mecanizada e áreas ocupadas ou com previsão de ocupação residencial ou industrial. No caso de necessidade de passagem de tubulações por áreas de significativointeresse ambiental (áreas de preservação permanente ou com a cobertura natural não alterada anteriormente), o serviço de cobertura deverá incluir o reaterro compactado do solo e o replantio de espécies vegetais retiradas, desde que não venham a comprometer a tubulação. Em princípio, todo o material oriundo da escavação da vala deverá ser recolocado nela, tomando-se o cuidado para que a camada externa de solo vegetal venha a ocupar a sua posição original. As camadas recolocadas deverão ser constituídas de solo solto e macio, retirado do material escavado da própria vala, isento de impurezas e detritos. Na impossibilidade de contar com o material escavado da vala - caso de trecho em rocha - deverá ser providenciado o transporte do material de uma área de empréstimo previamente escolhida, cujo solo atenda aos requisitos especificados. Quando requerida a compactação do reaterro da vala, deverão ser colocadas camadas de altura compatível com o tipo de solo e o grau de compactação desejado. A compactação junto à tubulação deverá ser feita com soquete manual. Na camada superficial do terreno, a compactação do solo deverá ser reduzida, objetivando facilitar o desenvolvimento do sistema radicular das espécies a serem utilizadas na revegetação. Deverá ser executada uma sobrecobertura ao longo da vala, para compensar possíveis acomodações do material e o aparecimento de focos de erosão. O solo deverá cobrir toda a parte superior da vala, visando facilitar a estabilização do terreno. A sobrecobertura não deverá, entretanto, ser executada nos seguintes casos: • Nos trechos onde possa vir a obstruir o sistema de drenagem; • Nos locais de cruzamentos e ao longo, estradas, acostamentos, caminhos e passagens de qualquer natureza. • Nos casos em que não for possível executar a sobre-cobertura da vala, deverá ser providenciada a compactação do material de cobertura. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 25 Gerenciamento e disposição de resíduo Os serviços de limpeza e recuperação da faixa de obras deverão ser definidos em função dos seguintes princípios básicos para a minimização dos impactos causados ao meio ambiente: • Adoção de métodos para zelar pela proteção ao solo, pelo combate à erosão e pela manutenção da integridade física da tubulação, com a correspondente estabilidade da vala onde for implantada; • Devolução, à faixa de obras e aos demais terrenos atravessados e/ou próximos dos canais, do máximo de seu aspecto e condições originais de drenagem, proteção vegetal e de estabilidade, restaurando todos os eventuais danos ecológicos e socioeconômicos causados às propriedades de terceiros e aos bens públicos, assim como aos sistemas hidrográficos e aos mananciais, afetados pela construção do canal que não esteja dentro da área de servidão regularmente desapropriada; • Os serviços de limpeza e recuperação deverão ser executados imediatamente após a conclusão da cobertura da vala; • Em áreas sujeitas a ação erosiva intensa, com formação de voçorocas, em face do risco da tubulação ficar exposta, a restauração da faixa de obras deverá ser executada simultaneamente com a fase de montagem da tubulação; Além da restauração definitiva das instalações danificadas pela obra, os serviços deverão englobar a execução de drenagem superficial e de proteção vegetal nas áreas envolvidas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando a faixa de obras, a pista, o canal e as tubulações enterradas de uma proteção permanente. A execução dos serviços de drenagem superficial e de proteção vegetal deverá obedecer ao projeto construtivo previamente elaborado e aprovado pela fiscalização. Nos locais onde a faixa interceptar rios e corpos d’água, deverá ser executada a restauração das margens e taludes. O projeto de proteção vegetal deverá contemplar a revegetação de todas as áreas atingidas pela construção e do canal. Tal projeto deverá propiciar a proteção do solo e dos mananciais hídricos contra os processos erosivos e de assoreamento, assim como a reintegração paisagística e a integridade física da própria tubulação. Os trabalhos de revegetação deverão ocorrer paralelamente aos serviços de recomposição, logo após o nivelamento do terreno e a recolocação da camada superior de solo orgânico, observada a sazonalidade climática da região. Deverá ser de responsabilidade da empreiteira a execução - ou acompanhamento, no caso de convênios e sub-contratação - dos serviços de revestimento vegetal, incluindo a sua irrigação e manutenção, até que fique comprovado, após germinação, a pega total da vegetação. Na restauração de áreas cultivadas ou de futuros lotes, deverão ser adotados cuidados especiais para assegurar que os terrenos possam ser preparados em Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 26 condições para o plantio, ou seja, com o substrato recuperado no seu nível original, permitindo a sua reintrodução ao uso original pelos proprietários. Deverá ser realizada a limpeza completa da faixa de obras e das pistas de acesso, assim como dos demais terrenos e estruturas de apoio utilizadas nos serviços de construção e montagem do canal. Os serviços de limpeza deverão compreender a remoção de: • Pedras, matacões, restos de raízes, troncos de árvores, galhos e demais obstáculos e irregularidades existentes na faixa e nas pistas, oriundos da execução dos serviços; • Fragmentos de equipamentos, ferramentas, embalagens e demais materiais; • Sobras de tubos, protetores de bisel, etc. Exceto quando estabelecido de outra forma, deverão ser desativados todos os acessos provisórios, assim como eliminados ou removidos pontes, pontilhões, estivas e outras instalações provisórias utilizadas na execução dos serviços de construção e montagem do canal. Segurança do Trabalho A legislação aplicável em termos de segurança e saúde do trabalho deverá ser rigorosamente observada pela construtora responsável pela execução das obras e as suas sub-contratadas e fornecedores, e será fiscalizada pela equipe de fiscalização e/ou monitoramento ambiental. Considerando a vinda de pessoas de outras áreas, e a aglomeração das mesmas em alojamentos, é necessário o desenvolvimento de um controle epidemiológico, com a adoção de medidas de saúde pública visando evitar a proliferação de doenças. Entre estas medidas incluem-se a vacinação, a medicação e a educação sanitária dos operários para a adoção de hábitos saudáveis de convivência. Os operários deverão dispor dos equipamentos adequados de proteção individual e coletiva de segurança do trabalho. As normas de saúde ocupacional respeitarão todas as exigências constantes na Lei Federal Nº6.514/77, regulamentada pela Portaria MTb Nº3214/78 e Portaria MTb/SSST Nº 24/94 do Ministério do Trabalho, e respectivas Normas Regulamentadoras. Será exigida da construtora a constituição de órgão especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de acordo com o estabelecido nas Normas Regulamentadoras Nºs 4 e 5 da Portaria MTb Nº 3214 / 78 do Ministério do Trabalho. Antes do início das obras será exigida a apresentação, por parte das empresas responsáveis, do Plano de Segurança do Trabalho que deverá vigorar durante todo o prazo de obra. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 27 V) Responsabilidade e Tempo de Execução Compete à CODEVASF e à construtora a execução de todos os procedimentos e recomendações apresentados. Caso a duração da obra extrapole dois anos, deverão ser garantidos recursosequivalentes para os anos futuros. VI) Custo Total Estimado: R$ 60.000,00 sendo R$ 30.000,00 no primeiro ano e R$ 30.000,00 no segundo ano. 4.2. Programa de Compensação Ambiental I) Justificativa Este Programa atende a preceitos legais, especialmente à Resolução CONAMA Nº 02, de 18 de abril de 1996, e à Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e seu Regulamento (Decreto Nº 4.340/02) que se referem especificamente à obrigatoriedade de, nos casos de licenciamento ambiental, o empreendedor destinar, no mínimo 0,5% dos custos diretos do empreendimento, para serem aplicados em Unidades de Conservação e, a Lei Estadual Lei N°11.206/95, que trata da Política Florestal do Estado de Pernambuco. A Resolução CONAMA Nº 02/90 é voltada para as Unidades de Conservação de Proteção Integral e indica que os recursos envolvidos no Programa de Compensação Ambiental não são obrigatoriamente vinculados à área de influência do empreendimento, ou seja, a UC a ser contemplada não precisa necessariamente estar junto ao sítio do Projeto. Nessa Resolução é colocada também a possibilidade dos recursos serem investidos em unidades já existentes ou na criação de uma nova unidade. Já a Lei nº 9.985/2000, estende a aplicação dos recursos destinados à compensação ambiental também às UCs de Uso Sustentável, quando estas forem afetadas pelo empreendimento. Além disso, a Resolução CONAMA Nº13/90 determina a necessidade de auscultação dos órgãos administradores das Unidades de Conservação localizadas num raio de até 10 km do empreendimento. Compete à CPRH, na condição de órgão responsável pelo licenciamento do Projeto Pontal a definição da aplicação dos recursos da compensação ambiental. Ao se levantar as UCs situadas na área de influência do empreendimento, com ênfase para a faixa definida na Resolução CONAMA 13/90, verificou-se que não existem áreas protegidas no município de Petrolina. Por outro lado especialistas apontaram 53 áreas prioritárias para conservação da flora da Caatinga, entre essas, 17 são consideradas de extrema importância sendo recomendada proteção integral. Destas Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 28 oito, ou 47% da área, estão relacionadas à bacia do São Francisco, dentre as quais está o município de Petrolina, em Pernambuco. O nível de implantação de UCs é precário, o que, sem dúvida, compromete sua função. Por esses motivos, foi feita a opção de desenvolver o Programa de Compensação voltado para a consolidação de áreas a serem protegidas, especificamente na Serra do Areial, na área Norte do Projeto Pontal, como forma de contribuir para a preservação do Bioma Caatinga em área já considerada prioritária, enquanto se fazem os trâmites para a criação do que seria a primeira Unidade de Conservação do município. II) Objetivo Geral Este Programa tem por objetivo atender ao que estabelece a Resolução CONAMA Nº 02/96, e o Artigo 36 da Lei Nº 9.985/00, através da Criação da Unidade de Conservação: Estação Ecológica da Serra do Areial. II) Objetivo Específico Estabelecer os procedimentos para subsidiar a CODEVASF, responsável pelo empreendimento, e a CPRH, como órgão ambiental responsável pela gestão das áreas protegidas de Pernambuco, visando a averbação da área que será contemplada pela Compensação Ambiental e os encaminhamentos para a criação da Estação Ecológica da Serra do Areial. III) Metodologia para a Criação de Nova Unidade de Conservação O ato de criação de uma unidade de conservação deve indicar a denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão responsável por sua administração. É necessário também explicitar a população tradicional beneficiária, no caso de Reservas Extrativistas e de Desenvolvimento Sustentável, e a população tradicional residente, quando couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais, bem como as atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas. A denominação de cada unidade de conservação deverá basear-se, preferencialmente, na sua característica natural mais significativa, ou na sua denominação mais antiga, como no caso da Serra do Areial. Compete ao órgão executor proponente de nova unidade de conservação, elaborar todos os estudos técnicos preliminares, neste caso com os recursos da Compensação Ambiental, e realizar, quando for o caso, a consulta pública e os demais procedimentos administrativos necessários à criação da unidade. A consulta pública para a criação de unidade de conservação tem a finalidade de subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade. Essa consulta consiste em reuniões públicas ou outras formas de escuta Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 29 da população local e de outras partes interessadas, a critério do órgão ambiental competente. No processo de consulta pública, o órgão executor competente deve indicar as implicações para a população residente no interior e no entorno da unidade proposta, de modo claro e em linguagem acessível. IV) Responsabilidade e Tempo de Execução Compete à CODEVASF a criação da Unidade de Conservação: Estação Ecológica da Serra do Areial e a execução de todos os procedimentos e recomendações apresentados, sendo de um ano, o tempo de implantação dessas atividades. V) Custo Total Estimado: R$ 469.950,00 no primeiro ano, voltados à regularização fundiária, estudos preliminares, preparação e realização de consulta pública, elaboração de plano de manejo segundo metodologia participativa e construção de sistema de gestão da unidade pela CODEVASF, de forma compartilhada com a Prefeitura Municipal de Petrolina, estabelecida por meio de convênio entre as instituições. 4.3. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas I) Justificativa Para a implantação do empreendimento será necessário, durante a fase de obras, a remoção da cobertura vegetal e a movimentação do solo em diversos pontos da sua área de influência, o que tende promover a desestruturação e a exposição gradual do mesmo à erosão. Verifica-se, portanto, a necessidade de definir-se previamente o conjunto de medidas a serem adotadas na prevenção e mitigação destes impactos, sendo que esses tendem a se manifestar de forma mais acentuada, nas áreas escavadas, vias de acesso, aterros e bota-foras, bem como, nas instalações do acampamento de obras. Dentro desse contexto, verifica-se a necessidade da elaboração do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, de maneira a fundamentar os princípios da gestão ambiental na fase de obras, bem como, definir as atividades a serem implementadas no que concerne à recuperação das áreas a serem utilizadas no processo construtivo, objetivando garantir o uso racional do solo, e minimizar a incidência de processos erosivos. Para cada área impactada pela implantação da obras, cujo impacto não esteja associada ao seu aproveitamento como área irrigável ou de pecuária, deverão ser realizadas ações mitigadoras e/ou de recuperação cênica e cobertura vegetal. Para a área definida como Reserva Legal são indicados procedimentos específicos no Programa de Implantação de Reserva Legal. Para esta área, considerada prioritária, Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 30 deverão ser previstas ações de recuperação das possíveis degradações, definidas as técnicas de manejo e conservação do solo, águas, recomposição topográfica, preparo do solo e revegetação. Para as Áreas de Preservação Permanente serão aplicadas técnicas adequadas deconservação do solo, controle das águas superficiais, preparo do solo e revegetação das áreas degradadas, tendo como objetivo conservar a diversidade de ambientes, espécies e de processos naturais. São de preservação permanente as margens de riachos e reservatórios d’água (barreiros), bem como as áreas declivosas das encostas. II) Objetivo Geral Identificar e apresentar as medidas preventivas e corretivas a serem adotadas, para a recuperação e conservação das áreas exploradas na construção do Projeto Pontal. III) Objetivos Específicos • Definir as medidas de recuperação física e paisagística das áreas a serem potencialmente impactadas, durante o processo de edificação de apoio às obras; • Promover a revegetação das áreas afetadas, com melhoria da paisagem e garantia de preservação de espécies endêmicas e ameaçadas; • Recuperar vias de acesso, aterros, bota-foras, áreas das instalações do acampamento de obras e, se cabível, e áreas de empréstimo; • Garantir a perpetuação, na área irrigável, das espécies ameaçadas e a recuperação e conservação das áreas de preservação permanente. IV) Metodologia As técnicas e os procedimentos a serem empregados na recuperação das áreas degradadas deverão ser individualizados por setores. Devem-se respeitar as suas características específicas quanto às formações vegetais, tipos de solo, declividades do terreno, tipo de intervenção que originou a degradação, entre outros fatores, que deverão estar integrados com o Programa de Monitoramento da Cobertura Vegetal. Ao término da construção as áreas degradadas deverão ser trabalhadas de modo que as suas novas condições situem-se próximas às condições anteriores à intervenção, procurando-se devolver aos locais o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes anteriormente, ou permitir a possibilidade de novos usos. Dentro desse contexto, os principais procedimentos a serem adotados, na recuperação das áreas que venham a ser degradadas por ocasião da instalação de canteiro de obras, vias de acesso temporárias e bota-foras deverão considerar um planejamento em etapas, descritas a seguir. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 31 Delimitação e seleção das áreas a serem recuperadas Essa etapa compreende a caracterização das áreas a serem exploradas e/ou utilizadas na implantação do empreendimento, notadamente, no que se refere à cobertura vegetal existente, informações estas, fundamentais para o adequado planejamento e dimensionamento das intervenções a serem realizadas. No processo de seleção das áreas específicas onde serão desenvolvidos os trabalhos de reabilitação, através de re-introdução da cobertura vegetal, da utilização de técnicas de engenharia ou da aplicação conjunta das mesmas, será dada ênfase às áreas terraplenadas em geral (jazidas de empréstimo; estradas e caminhos de serviço; canteiros de obras a serem desativados, dentre outras); taludes de corte e aterro. Em tais áreas deverá se buscar a reintegração à paisagem local. As áreas de empréstimo estarão excluídas deste Programa quando forem utilizadas jazidas comerciais, devidamente licenciadas, com responsabilidade da empresa construtora de apresentar sempre que solicitado pela fiscalização, cópias validas das referidas licenças. Intervenções recomendadas para cada área específica A partir da análise e síntese das informações levantadas na etapa anterior, será definido o conjunto de práticas a serem adotadas para cada área específica, as quais estão fundamentadas nos princípios rotineiramente recomendados para obras de mesma magnitude, sendo que dentre estes, podem ser citados os seguintes: • Forma de remoção e armazenamento do material vegetal e/ou horizonte superficial; • Gestão equilibrada de efluentes e/ou resíduos sólidos; • Análise da topografia das áreas a reabilitar; • Readequação da rede de drenagem para a proteção dos taludes das cavas das jazidas; • Reconformação e/ou sistematização do terreno, visando a amenização dos taludes; • Recuperação das características físicas e químicas, através de práticas de descompactação do solo e/ou adubação e calagem; • Análise da região fitogeográfica em que estão localizadas as áreas a recuperar; • Seleção e definição do tipo de uso futuro das áreas a recuperar; • Análise da vegetação ocorrente na região de localização das áreas a reabilitar; • Seleção de espécies vegetais a serem introduzidas; • Aquisição/produção de plantas; • Espalhamento do material vegetal e/ou horizonte superficial; • Atividades de plantio; • Atividades de manutenção das plantações. Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 32 Essas práticas, isoladamente ou de preferência em conjunto, em muito contribuem para a prevenção e/ou mitigação de impactos nas áreas de exploração de materiais e/ou de deposição de rejeitos, contribuindo de forma significativa na redução e controle dos processos erosivos. Áreas específicas a serem recuperadas i) Jazidas Para o caso de necessidade de importação de materiais de empréstimo para as melhorias das estradas de acesso, preenchimento ou recobrimento de valas e implantação de dispositivos de controle de erosão, e não houver jazida comercial na região, a exploração desses materiais deverá ter a aprovação prévia do proprietário da área onde se localiza a jazida, bem como ser licenciada pelos órgãos ambientais competentes. As atividades de extração deverão ser acompanhadas pelo responsável ambiental do empreendedor, visando à manutenção da qualidade ambiental da área e a compensação e atenuação das adversidades geradas. A seleção das áreas de jazidas a serem exploradas será feita pela construtora e aprovadas pela fiscalização, em função das distâncias de transporte até o local de utilização do material. Deverão ser respeitadas as áreas de interesse ecológico (habitats naturais e áreas de preservação permanente), evitando-se, sempre que possível, alterar as condições naturais desses ambientes. Para recuperação das áreas exploradas como jazidas recomenda-se a aplicação de métodos físicos (recomposição topográfica; sistematização dos terrenos; leve compactação dos terrenos, para sua estabilização; recobrimento de toda a área com a camada superficial de solo orgânico, anteriormente removida e estocada) e biológicos (revegetação). Os métodos físicos deverão ser executados tão logo as áreas sejam exploradas e os métodos biológicos deverão ser executados no início do primeiro período chuvoso subseqüente. ii) Bota-Foras Podem ser implantados bota-foras de dois tipos: temporários e permanentes. Bota-foras temporários podem ser formados durante as escavações de valas e cortes cujos materiais são utilizados para o recobrimento das valas e recomposição dos taludes. Nesses casos, esses bota-foras deverão estar próximos ao local de uso, e serem providos de dispositivos de controle de drenagem e contenção de sedimentos, visando evitar o carreamento de material para os talvegues a jusante. Bota-foras permanentes poderão ser necessários caso haja grandes volumes de material retirado e que não devam ser aproveitados no reaterro e cobrimento das valas, tais como rochas e solos expansivos. Deverão ser dispostos em locais com Projeto Ambiental: Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Passivo Ambiental do Projeto Pontal, PE Alheiros, 2009 33 aprovação prévia do proprietário da área, precedidos de vistoria pelo responsável da gestão ambiental, bem como ser licenciados pela CPRH, se assim for requerido. A seleção de áreas para bota-fora deverá ser organizada em conjunto com a Prefeitura local e/ou Governo
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