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24/10/2012 1 AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃOAMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO � É a parte da superfície terrestre onde se acumulam, ou se acumularam, sedimentos e cujas características físicas, químicas e biológicas são distintas dos terrenos adjacentes. Depósitos em 3 dimensões = produtos (interrelação de elementos). � É a parte da superfície terrestre onde se acumulam, ou se acumularam, sedimentos e cujas características físicas, químicas e biológicas são distintas dos terrenos adjacentes. Depósitos em 3 dimensões = produtos (interrelação de elementos). � Estes ambientes estão sujeitos ao controle da fauna, flora, geologia, geomorfologia, clima, profundidade e salinidade da água e sistemas de correntes imperando na área. � Estes ambientes estão sujeitos ao controle da fauna, flora, geologia, geomorfologia, clima, profundidade e salinidade da água e sistemas de correntes imperando na área. � Transicional (costeiros ou mistos): Marinho Costeiro (praia); Planície de Maré; Deltáico, Estuarino e Lagunar. � Continental (água doce): Fluvial; Lacustre; Eólico (Desértico) e Glacial. � Marinho (água salgada): Plataforma Continental; Talude Continetal; Sopé Continental; Fundo Oceânico/Planície Abissal e Recifes de Corais. Classificação Representação ideal de um conjunto destes ambientes, desde os mais proximais aos mais distais. 24/10/2012 2 � Não existem atualmente em nosso país, porém estão presentes no registro geológico de várias bacias (bacia do Paraná, por exemplo); � causas das glaciações amalgamação de supercontinentes, mudança de composição atmosférica e variação do eixo de rotação da Terra (ciclo de Milankovitch); � estes ambientes existem hoje nas regiões polares e nas porções mais altas de cadeias de montanhas; � são grandes produtores de detritos com granulometria varia; � são locais onde o gelo e as águas derivadas de degelo são os principais agentes de transporte e deposição de sedimentos. AMBIENTES CONTINENTAIS Ambiente Glacial AMBIENTES CONTINENTAIS Ambiente Glacial � Geleira – é uma massa de gelo, formada pela compactação e recristalização de neve precipitada, que se movimenta gradiente abaixo pela ação da gravidade. Sua formação requer T baixas e alta precipitação atmosférica. � Geleiras possuem alto poder erosivo, ela erode por abrasão ou por remoção de blocos. Partículas incorporadas na base da geleira são transportadas sob intensa pressão contra a superfície do substrato. Os detritos agem com ferramentas abrasivas, gerando superfícies com diferentes formas indicativas de fluxo. AMBIENTES GLACIAISAMBIENTES GLACIAIS Cont. 24/10/2012 3 TRANSPORTE GLACIALTRANSPORTE GLACIAL � Ao contrário do vento e da água, o gelo não é capaz de selecionar as partículas que transporta e por isso os sedimentos glaciais possuem alta imaturidade textural e mineralógica. A intensa abrasão das partículas transportadas, entre si e com o substrato, faz com que os clastos sejam facetados e com as faces polidas e estriadas. � A ação mecânica do gelo é um importante meio produtor de partículas tamanho silte, que resultam da diminuição dos detritos transportados pelo gelo. Como consequência, os depósitos glaciais possuem porcentagem alta de matriz síltica. Cont. SEDIMENTAÇÃO GLACIALSEDIMENTAÇÃO GLACIAL � Pode ocorrer diretamente a partir da geleira ou à sua frente, onde agentes de transporte e deposição são correntes de água de degelo e fluxos de gravidade. � Depósitos formados por ação direta de geleiras configuram feições conhecidas genericamente como morenas; são constituídas por sedimentos clásticos (till – tilitos), que são depositados diretamente sobre o gelo, comumente grossos, que na maioria das vezes apresentam baixa seleção granulométrica, aspecto maciço e abundância de clastos facetados e/ou estriados; e varvitos – sedimento estratificado depositado pela agua de degelo. Cont. 24/10/2012 4 SEDIMENTAÇÃO GLACIALSEDIMENTAÇÃO GLACIAL � A produção das partículas que compõem o till envolve a combinação de 2 processos: abrasão e fragmentação, o que tende a gerar bimodalidade textural. Por isso, o aspecto mais comum do till é a presença de clastos de diferentes formas e tamanhos (grânulos a matacões), dispersos em uma matriz fina. � Através da diagênese, o sedimento till se transforma em uma rocha denominada tilito, que na maioria das vezes, em termos petrográficos são chamados de diamictitos. Cont. � São sistemas deposicionais em forma de leque aberto ou de segmento de cone, caracterizados por canais fluviais distributários de grande mobilidade lateral. � Formam-se em planícies ou vales largos onde rios, provenientes de relevos altos adjacentes, se espraiam adquirindo padrão radial, devido ao desconfinamento do fluxo. AMBIENTES DE LEQUES ALUVIAISAMBIENTES DE LEQUES ALUVIAIS O padrão distributário é consequência a redução do gradiente topográfico, que causa desconfinamento do fluxo, queda na velocidade da corrente e diminuição na profundidade da água. 24/10/2012 5 � Porção Apical: fluxos gravitacionais; ciclos com quebra granulométrica e erosão basal e CGL desorganizados e pobres em estratificações; � Porção Distal: fluxos subaquáticos, ciclos com fining, acanalamento múltiplo, intercalações pelíticas e transporte por correntes entrelaçadas. LEQUES ALUVIAIS - DIVISÃOLEQUES ALUVIAIS - DIVISÃO Cont. Modelo Deposicional de Leque Aluvial. � Uma região é considerada árida quando não contem rios, exceto aqueles que se formam durante as tempestades, e tem vegetação muito esparsa. � São domínios fisiogeográficos de sedimentação em que o vento é o principal agente geológico. � Erosão, transporte e deposição de partículas através do vento são processos inerentes aos desertos. � Não está realacionado com a temperatura, desertos podem ser quentes (> 350C) ou frios < 200C). AMBIENTES EÓLICOSAMBIENTES EÓLICOS A evaporação é > que a precipitação 24/10/2012 6 � As acumulações de areia resultantes denominam-se ergs (desertos de arenosos) ou mares de areia (sand seas), as particulas mais finas (silte e argila) são carreadas até altitudes de vários milhares de metros para fora do domínio do ambiente desértico, decantando onde as correntes atmosféricas perdem energia. � Devido a remoção de partículas de solo e sedimentos, muitas áreas desérticas são essencialmente rochosas (desertos rochosos). Outras têm a superfície coberta de grãos de granulação cascalho transportados por enxurradas, mas não pelo vento (desertos pedregosos ou regs). São grãos arredondados e foscos. AMBIENTES EÓLICOSAMBIENTES EÓLICOS Cont. Deserto da Califórnia Ventifactos da Antártica � As acumulações de areia existentes nos sistemas eólicos compreendem dois tipos básicos: lençóis de areia e campos de dunas. MORFOLOGIA E TAMANHO DAS ACUMULAÇÕES DE AREIAMORFOLOGIA E TAMANHO DAS ACUMULAÇÕES DE AREIA Cont. 24/10/2012 7 CARACTERÍSTICAS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS EÓLICOSCARACTERÍSTICAS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS EÓLICOS Cont. � Depósitos sedimentares de origem fluvial são importantes reservatórios e aqüíferos. Além disso, é frequente a ocorrência de depósitos de ouro, urânio, diamantes e carvão. � A morfologia é o resultado de uma complexa interação entre processos erosivos e deposicionais. � Os sedimentos são transportados e depositados por três principais mecanismos: fluxo de detritos, carga de fundo e carga em suspensão. AMBIENTES FLUVIAISAMBIENTES FLUVIAIS 24/10/2012 8 � A definição e a classificação dos sistemas fluviais levam em conta, dominantemente, as características referentes aos canais fluviais. Com base na morfologia, os canais fluviais podem ser subdivididosem: entrelaçado, meandrante, anastomosado e reto. AMBIENTES FLUVIAISAMBIENTES FLUVIAIS Cont. AMBIENTES FLUVIAISAMBIENTES FLUVIAIS Cont. � Retilíneos: Canais verdadeiramente retilíneos são muito raros na natureza pois, em geral, exibem uma sinuosidade desprezível devido ao desenvolvimento de barras laterais; � Meandrantes: São caracterizados pela alta sinuosidade do canal que é uma propriedade do rio meandrante. Essa sinuosidade aumenta de montante para a jusante devido a diminuição da declividade e o aumento da frequência de sedimentos pelíticos na carga sedimentar; � Entrelaçados: São caracterizados por sucessivas divisões e reuniões de canais que contornam barras arenosas ou cascalhosas. As barras de canal podem orientar-se longitudinal, transversal ou obliquamente ao sentido do fluxo fluvial, embora as longitudinais sejam mais frequentes; � Anastomosados: Se diferem por suas barras formarem ilhas permanentes e não móveis como nos entrelaçados. Seus depósitos são raros e de difícil diagnostico. 24/10/2012 9 The Wall River Holanda - retilíneo Willians River Alasca - meandrante The Slims River Canadá - entrelaçado The Columbia River Canadá - anostomosado AMBIENTES FLUVIAISAMBIENTES FLUVIAIS Cont. Fatores que influenciam o transporte e a deposição de sedimentos: Topografia, Regime Pluvial (chuvas), Constituição litológica das rochas erodidas e Estágio de Erosão. 24/10/2012 10 � São massas de água suficientemente profundas, circundadas por terras e de considerável extensão. AMBIENTES LACUSTRESAMBIENTES LACUSTRES LAGOSLAGOS Deposição de Sedimentos (transporte por afluentes) Elementos Não Permanentes Metabolismo (Acúmulo de MO) Produtividade da MO � Classificação Sistemática DIFÍCIL Gênese Estratificação da Coluna d´água e Padrão de Circulação Comunicação e Conectividade Cont. 24/10/2012 11 GÊNESE DOS LAGOSGÊNESE DOS LAGOS � Lagos tectônicos e/ ou estruturais (rift e sinéclise): formados por movimentos diferenciais da crosta, associados à falhas tectônicas (lagos mais antigos da crosta – Idade Terciária). Imagem de Satélite do Mar Cáspio � Lagos glaciares (lago periglacial e/ou proglacial): metade dos lagos conhecidos, são resultantes da atividade das geleiras. A grande maioria surgiu durante a última glaciação (~ 11 Ma) em regiões de alta latitude e temperadas. lagos em vales barrados por morainas Cont. Delta do Parnaíba � Lagos associados à barramentos por fluxos gravitacionais (lago deltáico): formado na margem ou no interior de deltas, pela construção de barras arenosas através de embaíamentos ou pelo aprisionamento do mar pela sedimentação deltáica. � Lagos vulcânicos (lagos de cratera, lagos tipo “Maar”, lagos de barragem vulcânica e lagos de caldeiras): formados a partir do cone de dejeção do vulcão, como a partir do represamento de vales devido ao magma expelido. lago de caldeira Cont. 24/10/2012 12 Região Amazônica � Lagos em meandros abandonados (lago fluvial e/ou lago em crescente): lagos formados a partir do isolamento de meandros por processos de erosão e sedimentação das margens de rios meandrantes. Apresentam-se em forma de meia-lua. � Lagos costeiros/lagunas (lago reliquiar, lagos de barragem): formados em regiões submetidas à transgressão marinha, seguida de regressão em zonas costeiras. Principais processos formadores: isolamento de enseada marinha por cordões de areia; fechamento de desembocadura de rios por sedimentos marinhos, por recife de corais e/ou sedimento fluvio-marinho. Laguna Verde – Bolivia Cont. Lençóis Maranhenses � Lagos em interdunas úmidas (lagos de barragem eólica): a deposição de sedimento, notadamente areia, em algum trecho de um rio, pelo vento, pode dar origem a esse tipo de lago. O deslocamento de dunas sem vegetação, ao se acomodarem em outro local, podem represar pequenos córregos quem buscam o mar, transformando-os em lagos. Cont. 24/10/2012 13 cratera no Peru � Lagos em astroblemas (impacto de meteoritos): muito raro, formado pelo impacto de meteoritos sobre a crosta terrestre. Lago Cheko – Tunguska � Lagos em dolinas (lagos de dissolução ou erosão, lagos de afundamento - cárstico): corpo d’água estacionária alojado em depressão fechada em região de topografia cárstica (dolinas), que são depressões formadas por dissolução de rochas calcárias. Buraco do Inferno - Goiás Cont. CLASSIFICAÇÃO POR PRODUTIVIDADE ORGÂNICACLASSIFICAÇÃO POR PRODUTIVIDADE ORGÂNICA Baseado no suprimento de MO: predomínio de fontes alóctones e autóctones Baseado no suprimento de MO: predomínio de fontes alóctones e autóctones � Lagos Eutróficos: produtividade de MO autóctone. Possuem como características gerais alta concentração de P, N e clorofila e pouca transparência na coluna d’água. São lagos rasos, empobrecidos em O durante o verão, ocorrendo muita acumulação de sedimentos no fundo; � Lagos Distróficos: MO alóctone. São caracterizados pela alta concentração de material húmico (águas rasas pantanosas), baixa disponibilidade de nutriente e alta DBO; � Lagos Oligotróficos: possuem pequena produtividade primária, com baixa quantidades de algas e, comparativamente, baixa concentração de elementos orgânicos (P e N) e alta transparência da coluna d’água. São lagos profundos, tendo um importante hipolímnio. Cont. 24/10/2012 14 ESTRATIFICAÇÃO DA COLUNA D’ÁGUAESTRATIFICAÇÃO DA COLUNA D’ÁGUA Baseado no regime hidrológico ou hidrodinâmico: mecanismo controlador é a densidade da água, em função da T, salinidade e quantidade de sedimentos em suspensão. Baseado no regime hidrológico ou hidrodinâmico: mecanismo controlador é a densidade da água, em função da T, salinidade e quantidade de sedimentos em suspensão. TEMPERATURA VERÃO DIREÇÃO DO VENTO OUTONO Estratificação Térmica da Coluna d’água Fundamental SalinidadeT Clima Área Prof. Ventos Padrão de circulação da massa d’água em lagos de regiões de clima temperado durante o verão e o outono. Wetzel (1983). Cont. � Lagos amíticos – não há circulação na coluna d’água e são permanentemente congelados. Ocorrem nas regiões polares; � Lagos oligomíticos – são geralmente encontrados em regiões tropicais, com circulação irregular ou rara e temperaturas muito acima de 40C, com alto teor de O no hipolímnio e baixa produtividade primária; � Lagos holomíticos – quando há circulação de corrente de fundo e mistura ao longo da coluna d’água durante o inverno; � Lagos meromíticos – quando o fundo é preservado. A camada superior é denominda mixolímnio e a camada inferior estagnada é chamada de monimolímnio (camada redutora). Cont. 24/10/2012 15 COMUNICAÇÃO / CONECTIVIDADECOMUNICAÇÃO / CONECTIVIDADE Governam a natureza e distribuição das fácies sedimentares (Talbot & Allen, 1996) Governam a natureza e distribuição das fácies sedimentares (Talbot & Allen, 1996) � Hidrologicamente abertos ou fechados; � Abertura variável ao longo do tempo geológico (lagos do Rift Africano). Poucos estudos sobre depósitos lacustres (pesquisas a partir do fim do séc. XIX) Poucos estudos sobre depósitos lacustres (pesquisas a partir do fim do séc. XIX) Cont. SEDIMENTAÇÃOSEDIMENTAÇÃO Flutuação da linha de costa; Química das águas; Abundância relativa de clásticos provenientes de rios. � Lagos Abertos: linhas de costas relativamente estáveis (influxo + Pp = Efluxo + Ev); Efluxo é uma barreira contra as flutuações extremas no nível do lago (embora haja flutuação considerável); Isostasia provocada pelas glaciações também influenciam na flutuaçãoda linha de costa (movimentos instantâneos geologicamente); Mar é o controlador do lago, quando o mesmo encontra-se conectado com aquele. � Sedimentação comumente é dominada por influxo de clásticos de rios, mas onde o suprimento é baixo; a sedimentação química e bioquímica pode predominar. Cont. 24/10/2012 16 SEDIMENTAÇÃOSEDIMENTAÇÃO 1. Erosão - depósitos grosseiros 2. Transporte - depósitos grosseiros e finos 3. Acumulação - depósitos finos (sed. pelágica) 4. Sedimentação Turbidítica - depósitos finos 1. Sedimentação Deltáica - depósitos grosseiros 2. Sedimentação na Pluma do Rio - depósitos grosseiros e finos 3. Sedimentação Turbidítica - depósitos finos e grosseiros Cont. SEDIMENTAÇÃOSEDIMENTAÇÃO � Lagos Fechados: perda por EV e Infiltração normalmente excede o influxo + Pp; isto permite concentração iônica com o desenvolvimento de sedimentação química; mudanças sutis na água do lago são refletidas nas mudanças no nível e da composição da água lago. Posições da linha de costa são muito móveis: avanços e retrações de fácies dão origem a ciclos sucessivos transgressivos-regressivos no registro sedimentar. � Sedimentos são geralmente uma complexa mistura de detritos provenientes de rios, material clástico “canibalizado” por camadas de lagos pretéritos e componentes químicos e bioquímicos.
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