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Livro-Texto Unidade I (1)

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Autoras: Profa. Cely de Oliveira
 Profa. Neisa Castells Fontes
 Profa. Renata Guzzo Souza
Atendimento Pré-hospitalar
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Professoras conteudistas: Cely de Oliveira/Neisa Castells Fontes 
/Renata Guzzo Souza
Cely de Oliveira
Professora adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Paulista – UNIP, Cely de Oliveira é enfermeira graduada pela 
Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein e mestre em Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade 
de São Paulo.
É especialista em Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental pela Fundap – CAP – HCFMUSP, em Administração Hospitalar 
pela Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp, em Licenciatura Plena em Enfermagem pelas Faculdades Integradas de Guarulhos 
– FIG e em Auditoria e Contas Médicas pelo Cepam.
Atualmente, é líder das disciplinas de primeiros socorros e cuidados às pessoas e família na saúde mental e psiquiátrica, 
bem como da elaboração dos conteúdos e gravação dos vídeos da UNIP Interativa e do material didático pedagógico da referida 
instituição.
Neisa Castells Fontes
Nascida em São Paulo‑SP. Mestre em Enfermagem pela Universidade de Guarulhos – UNG (2009). Especialista em Enfermagem 
Cardiovascular pela Sociedade Brasileira de Enfermagem (2002) e em Enfermagem em Terapia Intensiva pela Escola de Enfermagem 
da USP (1999). Graduou‑se em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (1997), onde conheceu a disciplina 
Primeiros Socorros. Atuou como enfermeira assistencial no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas‑USP, onde realizou o 
curso de Suporte Básico de Vida da American Heart Association, em razão do grande interesse no atendimento a urgências e 
emergências. Atualmente trabalha como professora adjunta na Universidade Paulista – UNIP, lecionando disciplinas de Saúde do 
Adulto, Cuidado ao Paciente em Estado Crítico, Gestão em Enfermagem e Suporte Básico de Vida, para os cursos da área da saúde.
Renata Guzzo Souza
Natural de Belém‑PA. Mestre em Neurologia e Neurociências (2007) e Especialista em Neurologia/Neurocirurgia – Modalidade 
Residência (2005) pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do 
Pará – Uepa (2001). Atuou como enfermeira no Hospital Sírio‑Libanês, em São Paulo. Atualmente, trabalha como professora 
adjunta na Universidade Paulista – UNIP, lecionando disciplinas de Saúde do Adulto, Intensivismo e Emergência, para cursos da 
área da saúde.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O48a Oliveira, Cely de.
Atendimento pré‑hospitalar. / Cely de Oliveira, Neisa Castells 
Fontes, Renata Guzzo Souza. – São Paulo: Editora Sol, 2014.
108 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑043/14, ISSN 1517‑9230.
1. Emergência médica. 2. Atendimento de urgência. 3. 
Reanimação. I. Fontes, Neisa Castells. II. Souza, Renata Guzzo. III. Título.
681.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Cristina Z. Fraracio
 Amanda Casale
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Sumário
Atendimento Pré-hospitalar
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 HISTÓRICO DAS EMERGÊNCIAS MÉDICAS ............................................................................................ 13
1.1 Urgências e emergências: definições ........................................................................................... 14
1.2 As principais causas de emergências e urgências no Brasil ................................................ 14
1.3 Considerações para o atendimento básico ................................................................................ 14
1.4 O Sistema de Emergência Médica ................................................................................................. 16
1.4.1 A Corrente de Sobrevida ...................................................................................................................... 16
1.4.2 Metas para a atenção básica .............................................................................................................. 21
1.4.3 Verificação das funções vitais ............................................................................................................ 22
1.4.4 Considerações........................................................................................................................................... 22
1.4.5 Como verificar sinais vitais da vítima ............................................................................................. 23
1.4.6 Como verificar os sinais de apoio .................................................................................................... 23
2 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS NOS ATENDIMENTOS DE URGÊNCIA .............................................. 24
2.1 Protocolos para atendimento de urgência ................................................................................ 26
2.2 Avaliação inicial da cena e exame da vítima ............................................................................ 26
Unidade II
3 EMERGÊNCIAS ENVOLVENDO TECIDOS E OSSOS ............................................................................... 32
3.1 Ferimentos em tecidos moles, objeto empalado e amputação ......................................... 32
3.1.1 Ferimentos em tecidos moles ............................................................................................................ 32
3.1.2 Ferimentos com objetos empalados ............................................................................................... 34
3.1.3 Amputação ................................................................................................................................................ 34
3.2 Ferimentos em áreas específicas: olhos, orelhas e nariz ...................................................... 35
3.2.1 Ferimento nos olhos .............................................................................................................................. 35
3.2.2 Ferimento nas orelhas ...........................................................................................................................36
3.2.3 Ferimento no nariz ................................................................................................................................. 36
3.3 Ferimentos musculoesqueléticos: fraturas, luxações, entorses e distensões ............... 36
3.3.1 Fraturas ....................................................................................................................................................... 36
3.3.2 Luxações ..................................................................................................................................................... 39
3.3.3 Entorses....................................................................................................................................................... 40
3.3.4 Distensões .................................................................................................................................................. 41
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3.4 Atendimento básico ao politraumatizado, imobilizações, transporte e 
atendimento adequado das vítimas de trauma .............................................................................. 42
3.4.1 Atendimento ao politraumatizado .................................................................................................. 42
3.4.2 Imobilização .............................................................................................................................................. 47
3.4.3 Transporte e atendimento adequado das vítimas de trauma............................................... 48
4 TRAUMATISMOS CRANIOENCEFáLICO, CERVICAL, TORáCICO, ABDOMINAL, 
PÉLVICO E GENITAL ............................................................................................................................................. 49
4.1 Trauma cranioencefálico ................................................................................................................... 49
4.2 Trauma cervical ..................................................................................................................................... 50
4.3 Trauma torácico .................................................................................................................................... 51
4.4 Trauma na região abdominal ........................................................................................................... 52
4.5 Trauma de pelve .................................................................................................................................... 53
4.6 Trauma genital ....................................................................................................................................... 53
Unidade III
5 QUEIMADURAS ................................................................................................................................................ 57
6 EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES ..................................................................................................... 65
6.1 Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE) e Reanimação 
Cardiopulmonar (RCP) em adultos ....................................................................................................... 66
6.1.1 Reconhecimento da PCR ..................................................................................................................... 67
6.1.2 Compressões torácicas ......................................................................................................................... 68
6.1.3 Abertura de vias aéreas ........................................................................................................................ 68
6.1.4 Ventilações artificiais............................................................................................................................. 69
6.1.5 Desfibrilação precoce ............................................................................................................................ 69
6.2 Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE) e Reanimação 
Cardiovascular (RCP) em crianças ......................................................................................................... 70
6.2.1 Reconhecimento da PCR ..................................................................................................................... 70
6.2.2 Compressões torácicas ......................................................................................................................... 70
6.2.3 Abertura de vias aéreas ........................................................................................................................ 70
6.2.4 Desfibrilação ............................................................................................................................................. 71
6.3 Estados de choque e hemorragias ................................................................................................. 71
6.3.1 Estados de choque ................................................................................................................................. 71
6.3.2 Hemorragias .............................................................................................................................................. 73
6.4 Ataque cardíaco .................................................................................................................................... 74
6.5 Acidente Vascular Encefálico (AVE) .............................................................................................. 75
6.6 Emergências hipertensivas ............................................................................................................... 76
6.7 Outras situações de emergência que envolvem o sistema cardiovascular ................... 76
6.7.1 Síncope pelo calor .................................................................................................................................. 77
6.7.2 Desidratação ............................................................................................................................................. 78
6.7.3 Hipotermia ................................................................................................................................................. 78
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Unidade IV
7 EMERGÊNCIAS ENVOLVENDO ENVENENAMENTO ............................................................................. 82
7.1 Acidentes com animais peçonhentos .......................................................................................... 82
7.1.1 Ofidismo ou acidentes por picada de cobra ................................................................................ 83
7.1.2 Escorpionismo ou acidentes por picada de escorpião ............................................................. 84
7.1.3 Araneísmo ou acidentes por picada de aranha .......................................................................... 85
7.1.4 Ferroadas de água‑viva ........................................................................................................................ 87
8 INTOXICAÇÃO E ENVENENAMENTO ......................................................................................................... 89
8.1 Considerações para o atendimento básico ................................................................................ 90
8.2 Sintomas .................................................................................................................................................. 91
8.3 Sinais e sintomas mais comuns ...................................................................................................... 91
8.4 Metas para a atenção básica ...........................................................................................................92
8.5 Reações alérgicas (incluindo reações adversas aos anestésicos locais) ......................... 94
8.6 Considerações para o atendimento básico ................................................................................ 94
8.7 Reações alérgicas relacionadas ao uso de anestésicos locais, principalmente 
em consultórios dentários........................................................................................................................ 95
8.8 Condutas .................................................................................................................................................. 96
8.9 Metas para a atenção básica ........................................................................................................... 96
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APRESENTAÇÃO
A finalidade deste livro‑texto é expor os principais tópicos sobre o atendimento pré‑hospitalar, que 
trata da assistência prestada à vítima de acidentes e situações de emergência no local da ocorrência, 
visando à manutenção do suporte básico de vida (SBV) e à estabilização para adequado transporte dessa 
vítima a um centro hospitalar, quando for o caso. Também se pretende abordar os procedimentos nas 
principais situações de lesões decorrentes de acidentes do trabalho. Desse modo, com este material, 
busca‑se orientar profissionais prevencionistas e futuros profissionais de segurança e saúde no trabalho 
na realização dos primeiros atendimentos, desde o momento em que ocorre a emergência até a chegada 
ou atendimento por uma equipe médica.
A disciplina de Atendimento Pré‑Hospitalar é de suma importância não apenas do ponto de vista da 
vítima, mas também do socorrista. Ela apresenta técnicas que, para serem empregadas, necessitam de 
habilidade técnica, controle emocional e conhecimento de quem as emprega.
Os objetivos gerais são: proporcionar o conhecimento e a proficiência nas técnicas de Suporte Básico 
de Vida e atendimento a outras situações, como fraturas, queimaduras, intoxicações etc., por meio 
de ensinamentos teóricos; discutir os principais temas relacionados às ocorrências das situações de 
emergência; desenvolver a consciência sobre a importância do atendimento rápido e hábil nas diversas 
situações de emergência; fornecer fundamentos teóricos dos atendimentos às vítimas em situações de 
emergência; e conhecer o papel dos profissionais de segurança e saúde no trabalho diante das situações 
de emergência.
Os objetivos específicos são: identificar as principais situações de emergência, fazendo a avaliação 
inicial da vítima; conhecer os Sistemas de Emergências Médicas (EMS); estudar os aspectos legais e 
éticos nos atendimentos de emergências; conhecer os protocolos para atendimentos de emergências; 
capacitar o aluno para atuar em situações de emergência.
Segundo a Professional Diving Instructors Corporation – PDIC – (apud TRINDADE, 2005), 
o termo primeiros socorros refere‑se à diferença entre vida e morte, recuperação rápida e 
hospitalização longa, invalidez temporária ou permanente. É o atendimento imediato prestado 
a uma pessoa vítima de acidente ou mal súbito. Tem como objetivo minimizar o sofrimento 
da vítima, procurando mantê‑la em condições de aguardar tratamento médico. Quem presta 
primeiros socorros deve conhecer suas próprias limitações técnicas, principalmente não 
se propondo a executar medidas para as quais não tenha competência técnica nem esteja 
devidamente habilitado (TRINDADE, 2005).
De acordo com a First Aid and CPR Level 1, de 1993 – o primeiro manual de treinamento para 
procedimentos em situações de emergência, desenvolvido pelo International Safety Council, nos EUA –, 
os acidentes estão em quarto lugar entre todas as causas de morte, perdendo apenas para as doenças 
do coração e o derrame cerebral. Um em cada oito leitos hospitalares é ocupado por uma vítima 
de acidente. A cada ano, 80 mil pessoas ficam inválidas em consequência de lesões que atingem o 
cérebro ou a coluna vertebral.
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Veja a seguir estimativas em porcentagem das mortes causadas por doenças do coração, câncer, 
acidentes e todas as outras enfermidades para pessoas com menos de 65 anos de idade:
• Doenças do coração: 16,4%.
• Câncer: 18%.
• Acidentes: 40,8%.
• Outras enfermidades: 24,8%.
Informações como essas e outros aspectos dos primeiros socorros serão mais bem abordados ao 
longo deste livro‑texto.
INTROduÇÃO
Para o profissional de segurança do trabalho, a importância de conhecer o atendimento pré‑hospitalar 
e as técnicas de primeiros socorros reside no fato de que acidentes podem acontecer no trabalho, no 
trânsito, em casa, na escola, numa atividade esportiva, ou seja, em qualquer lugar e a qualquer hora. 
Desse modo, sempre estaremos sujeitos à exposição de situações que podem exigir atendimento de 
emergência.
Podemos verificar, no gráfico a seguir, o índice de acidentes de trabalho registrado nos últimos anos 
no Brasil:
2007
659.523
755.980
733.365
709.474 711.164
2008 2009 2010 2011
Acidentes de trabalho registrados 2007 – 2011
(Número de acidentes de trabalho fatais no período comparativo de 2007 a 2011. Fonte: MPAS).
Figura 1 
Fica evidente a importância de os profissionais prevencionistas terem conhecimento das técnicas de 
atendimento pré‑hospitalar e, sempre que possível, participarem de cursos práticos de socorristas com 
o corpo de bombeiros ou em hospitais. Estar em dia com esses conhecimentos faz toda diferença no 
momento de um atendimento real a uma vítima de acidente, seja ele qual for.
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Este livro‑texto aborda os principais conceitos, como a cadeia de sobrevida para o atendimento 
extra‑hospitalar de situações emergenciais e os respectivos protocolos, que adotam um padrão, com a 
finalidade de propiciar agilidade e eficiência ao atendimento às vítimas dos principais tipos de situações 
emergenciais.
Na primeira unidade abordaremos o sistema de emergências médicas e os principais protocolos de 
atendimento de emergências, bem como questões éticas e leis sobre o tema.
Nas unidades seguintes, encontram‑se as situações mais comuns de emergência médica 
extra‑hospitalar. Essas situações foram divididas em: emergências envolvendo tecidos e ossos; emergências 
envolvendo sistema musculoesquelético, traumatismos; emergências cardiovasculares, emergências por 
envenenamento; e outras comuns, como engasgo, desmaio, crise asmática, crise convulsiva, primeiros 
socorros no parto extra‑hospitalar e emergências diabéticas. Cada tema será contextualizado com a 
situação de emergência, para depois instruir sobre as ações de primeiros socorros.
Bom estudo!
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Atendimento Pré-hosPitAlAr
Unidade I
1 HISTÓRICO dAS EMERGÊNCIAS MÉdICAS
A história dos sistemas de emergências médicas teve seu início em 1966, nos Estados Unidos, quando foi 
publicado um estudo a respeito dos índices estatísticos de vítimas de trauma atendidas de forma adequada. 
Então, o governo americano adotou uma política para desenvolver um sistema de atendimento de emergências 
eficiente. A criação de um telefone único para chamadas de emergências (911), programas de treinamento, 
padrões de equipamentos e de veículos para atendimento de emergências foi o passo seguinte.
Os programas dos Mash da Guerra do Vietnã haviam ensinado técnicas de emergências médicas 
a diversos soldados, objetivando estabilizar os sinais vitais dos feridos no próprio campode batalha e, 
posteriormente, removê‑los para tratamento definitivo. O número de soldados sobreviventes aumentou, 
assim como melhorou a sua qualidade de vida.
Desse programa, surgiu a iniciativa governamental; finalmente, em 1972, o presidente dos EUA 
delegou ao Departamento de Saúde a atribuição de desenvolver novas técnicas e organizar o sistema 
de emergências médicas, que atualmente constitui‑se na integração de várias entidades especializadas 
com diversas atribuições específicas. Em função das condições adversas da natureza e da imprudência 
das pessoas, determina‑se cada vez mais que as comunidades do mundo inteiro criem serviços para 
atendimentos de emergência (TRINDADE, 2005).
A ocorrência de uma doença, ou agravos, que coloca pessoas em situação de risco de morte ou 
incapacidade, é um cenário dramático para qualquer cidadão. Pelas estatísticas e pelo cenário de 
emergência e urgência em âmbito nacional, esse risco parece ser crescente, principalmente em centros 
urbanos, onde a população possui um sentimento de “risco constante” à saúde ou à vida, caracterizado 
pelos acidentes de causas externas frequentes.
A área de urgência e emergência constitui‑se em um importante componente da assistência à saúde. 
Nos últimos anos, o aumento dos casos de acidentes e da violência tem causado um forte impacto sobre 
o Sistema Único de Saúde (SUS) e o conjunto da sociedade.
Na assistência, esse impacto pode ser mediado diretamente pelo aumento dos gastos realizados 
com internação em UTI e pela alta taxa de permanência hospitalar desse perfil de pacientes. Na questão 
social, ele pode ser verificado pelo aumento de 30% no índice de anos potenciais de vida perdidos 
(APVP) em relação a acidentes e violências nos últimos anos, enquanto, por causas naturais, o mesmo 
índice encontra‑se em queda.
Atualmente, as discussões sobre atendimento pré‑hospitalar e políticas de saúde baseadas em 
prevenção de riscos e aumento da qualidade de vida tornaram‑se maiores em âmbito mundial, visto 
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Unidade I
que a prevenção de agravos à saúde é eficiente para diminuição dos índices de acidentes e mortes por 
causas externas e doenças.
1.1 urgências e emergências: definições
O Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Resolução nº 1451/95 (BRASIL, 1995), define urgência 
como “[...] a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de morte, cujo portador 
necessita de assistência médica imediata”, e emergência como “[...] a constatação médica de condições 
de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, 
o tratamento médico imediato”. Nesse enfoque, o balizamento é dado pela irreversibilidade da morte ou 
de uma condição de dano permanente à saúde.
1.2 As principais causas de emergências e urgências no Brasil
Os motivos de casos de emergências e urgências no Brasil podem ser divididos em dois grandes grupos: 
causas externas e causas internas. Em 2008, do total de mortes por todas as razões na população, 12,5% 
foram por causas externas. Essas causas ocuparam o terceiro lugar na mortalidade. Contudo, em relação à 
faixa etária de 1 a 39 anos de idade, as circunstâncias externas representaram a primeira causa de morte, 
principalmente decorrente dos homicídios e de acidentes de trânsito. O sexo masculino respondeu por 
83,1% desses óbitos: a taxa de mortalidade foi de 70,5 óbitos/100 mil habitantes, sendo 119,2 para o sexo 
masculino e 23,3 para o feminino (relação homem/mulher de 5,1).
A distribuição dessas mortes segundo a faixa etária mostrou que os adultos jovens (20 a 39 anos de 
idade) concentraram o maior número, seguidos pelos adolescentes (15 a 19 anos de idade). Em relação 
ao risco, contudo, a população com idade igual ou maior de 60 anos de idade exibiu os índices mais 
altos (108,2 óbitos por 100 mil habitantes), seguindo‑se a faixa de 20‑39 anos de idade (96,6) e 15‑19 
anos de idade (80,3).
Entre os acidentes, destacaram‑se os de transporte terrestre (27,4%, o que representa 19,3 óbitos/100 
mil habitantes). Nas mortes decorrentes de acidentes por transporte terrestre, a maior parcela ocorreu 
entre os usuários mais vulneráveis do sistema viário (24,2% foram pedestres e 23,4%, motociclistas). Os 
ocupantes de veículos corresponderam a 24,4% do total.
No grupo das violências, os homicídios preponderaram (36,7%, coeficiente igual a 25,8 óbitos/100 mil 
habitantes), em contraste com a representação proporcional dos suicídios: 6,8% do total (4,8 óbitos/100 
mil habitantes). Entre as agressões, as armas de fogo foram o principal meio, respondendo por 84,4% do 
total de homicídios. Já as taxas de mortalidade por acidente de transporte terrestre distribuíram‑se de 
forma diversa nas capitais. As que apresentaram o mais alto risco de morrer por essas causas foram Porto 
Velho (31,5/100 mil habitantes), Boa Vista (30,3), Campo Grande (28,9), Palmas (26,0) e Florianópolis (24,5).
1.3 Considerações para o atendimento básico
O atendimento pré‑hospitalar (APH) consiste num conjunto de medidas e procedimentos, no tempo 
compreendido entre o instante em que ocorreu o acidente ou uma crise súbita até a chegada da vítima 
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Atendimento Pré-hosPitAlAr
à unidade hospitalar. É o tratamento imediato e provisório dado a uma vítima de trauma ou doença, 
geralmente o socorro é prestado no próprio local e dura até que a vítima seja colocada sob cuidados 
médicos. O atendimento dentro desse quadro se divide em três momentos distintos: antes de chegar ao 
hospital, na sala de emergência e no centro intensivo.
Aproximadamente 47% da população brasileira, em 784 municípios, já se encontra coberta pelo 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192). Implantado nacionalmente a partir de 
setembro de 2003 com base no modelo francês, esse serviço reduz o número de mortes, o tempo de 
internação e as sequelas por falta de socorro em tempo adequado.
Figura 2 – Samu
Um serviço do SUS, o Samu atende pelo telefone 192, 24 horas por dia, urgências de natureza 
traumática, clínica, pediátrica e neonatal, cirúrgica, gestacional e de saúde mental, acionando equipes 
treinadas. Na central de regulação do município, médicos, com base em protocolos, avaliam cada caso e 
esclarecem aos usuários a melhor conduta, enviam unidades de suporte básico ou avançado e acionam 
bombeiros, a defesa civil ou ainda a emergência do hospital de referência.
Antes da criação do Samu, o corpo de bombeiros sempre foi o órgão responsável pelo atendimento 
imediato de acidentes em quase todas as instâncias. O serviço de atendimento pré‑hospitalar é uma 
missão constitucional do corpo de bombeiros militar.
Figura 3 – Bombeiros
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Unidade I
 Observação
É importante ressaltar que o Governo do Estado de São Paulo determina 
que todos os policiais de São Paulo que atenderem ocorrências com vítimas 
graves não poderão socorrê‑las.
1.4 O Sistema de Emergência Médica
1.4.1 A Corrente de Sobrevida
O sistema de emergência médica pré‑hospitalar teve sua consolidação durante a Guerra do Vietnã, 
reduzindo drasticamente o risco de morte dos feridos, seja por meio do controle de grandes hemorragias, 
seja por meio do transporte rápido das vítimas até os centros especializados. Na década de 1970, houve 
uma valorização desse tipo de atendimento e a criação de insumos importantes, como o desfibrilador 
cardíaco, instrumento utilizado até hoje, contudo com uma influência tecnológica invejável.
Somente na década de 1980 foi criado o primeiro sistema de emergênciamédica do Brasil, por 
meio de um acordo com a França, em que o Ministério da Saúde brasileiro optou pelo modelo francês 
de Atendimento Pré‑Hospitalar (APH), que consistia na presença de um profissional médico dentro da 
ambulância. Esse serviço, conhecido como Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), é regido 
pelas três esferas do governo, como uma política de saúde pública.
O Ministério da Saúde considera APH os cuidados imediatos prestados às vítimas de agravos 
traumáticos ou não que podem acarretar sofrimento e até a morte, prestados por meio aéreo, terrestre ou 
marítimo e que envolvem uma equipe de profissionais, como bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros 
e auxiliares e técnicos de enfermagem.
O APH envolve uma sequência de atividades que compreendem a segurança do local, a avaliação 
inicial da vítima, a estabilização dos sinais vitais e o transporte adequado e rápido para uma unidade 
especializada. Para que esse atendimento seja eficaz, é necessário que a equipe tenha preparo emocional, 
cognitivo e psicomotor.
O APH pode ser realizado em dois modelos distintos:
• Suporte Básico de Vida (SBV): consiste no atendimento básico, isento de cuidados invasivos, 
podendo ser realizado por leigos previamente treinados;
• Suporte Avançado de Vida (SAV): caracterizado pelo atendimento por um médico e pela equipe 
de enfermagem, oferecendo suporte invasivo ventilatório e circulatório.
O Serviço de Emergência Médica (SME) é caracterizado por um símbolo denominado estrela da vida, 
de origem americana, constituído por seis faixas e, ao centro, um bastão com uma serpente (Figuras 
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4 e 5). O número de faixas corresponde às fases de um atendimento de emergência, e o bastão com a 
serpente enrolada está relacionado com a saúde.
Detection
Transfer to 
definitive care
On‑scene care
Reporting
Response
Care in transit
Figura 4 – Estrela da vida: o novo desenho, a cruz azul de seis barras, foi adaptado do Símbolo de Identificação Médica da Associação 
Médica Americana e certificado como marca registrada em 1º de fevereiro de 1977 pelo Comissário de Patentes e Marcas Registradas 
em nome da Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário.
Detecção
Transferência 
e tratamento 
definitivo
Cuidados 
durante o 
transporte
Socorro no 
local do acidente
Pré‑socorro
Alerta
1
4
6
5
2
3
Figura 5 – Estrela da vida: as seis faixas que constituem um ciclo completo de ações em termos de emergência médica
Figura 6 – Bastão com a serpente enrolada – simboliza a saúde e a medicina
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Unidade I
Outro sistema de identificação de emergência é caracterizado pela corrente de sobrevida, 
criada pela American Heart Association (AHA – Associação Americana de Cardiologia), 
que consiste em uma série, ordenada e encadeada, de medidas que devem ser tomadas no 
atendimento de uma parada cardiorrespiratória (PCR). A corrente da sobrevida mostra como 
atuar desde o momento em que a pessoa tem uma parada cardíaca até a chegada do profissional 
de saúde.
 Saiba mais
Para saber mais sobre primeiros socorros, consulte:
HAFEN, B. Q.; KARREN, K. J.; FRANDSEN, K. J. Guia de primeiros socorros 
para estudantes. 7. ed. Barueri: Manole, 2005.
 Observação
A expressão corrente de sobrevida é uma metáfora interessante 
para representar os elementos que compõem o conceito dos sistemas do 
SME como a melhor estratégia de tratamento para pessoas com parada 
cardiorrespiratória (PCR). Esta depende de uma série coordenada de 
eventos, pois se um dos elos for negligenciado ou atrasado, não se poderá 
garantir a sobrevida da vítima.
Figura 7 – Corrente de sobrevida – cadeia de sobrevivência do adulto
Os quatro elos dessa corrente são:
• Acesso precoce: esse elo inclui reconhecer a parada cardíaca e chamar o serviço de emergência 
o mais breve possível. O mais importante não é checar o pulso, e sim reconhecer se a vítima está 
inconsciente, não respondendo aos chamados, e se há ausência de respiração, decorrente de uma 
PCR. Diante desse quadro, deve‑se chamar imediatamente o serviço de emergência e iniciar as 
manobras de reanimação.
• Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) precoce: esse elo inclui o início das manobras de 
reanimação (massagem cardíaca) logo após a não identificação de sinais de vida, descritos no elo 
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anterior. A compressão cardíaca é crucial nos dez primeiros minutos e tem bons resultados mesmo 
sem a respiração. Outros estudos destacam que a RCP efetuada por um voluntário raramente 
prejudica a vítima, mesmo quando iniciada de maneira inadequada em pessoas que não estão em 
parada cardíaca.
• Desfibrilação precoce: na maioria das paradas cardíacas, ocorre por um fenômeno chamado 
fibrilação ventricular (FV), a qual é caracterizada por um ritmo caótico do batimento do 
coração, e o único tratamento para essa condição é aplicar um choque elétrico capaz de 
fazer o coração retornar a um ritmo normal. Por isso, programas comunitários no mundo 
todo, chamados Acesso Público à Desfibrilação, estão colocando desfibriladores externos 
automáticos (DEA) em locais públicos, como aviões, aeroportos, estádios desportivos, entre 
outros, com o intuito de que pessoas treinadas ou leigas possam dispor deles e aplicar o 
choque antes mesmo da chegada do serviço de emergência. Atualmente, sabe‑se que a 
desfibrilação precoce é o elo da corrente que mais pode aumentar os índices de sobrevivência 
fora do ambiente hospitalar. A AHA endossa enfaticamente que cada veículo de atendimento 
de emergência seja equipado com um desfibrilador e que a equipe seja treinada para usar e 
operar o aparelho (COBB et al., 1992).
• Chegada do serviço de emergência e do profissional de saúde: o atendimento precoce, seja 
o básico ou o avançado, prestado por profissionais capacitados no local da emergência é outro 
elo fundamental para o sucesso do tratamento da parada cardíaca, uma vez que temos acesso a: 
suporte ventilatório; terapia intravenosa, com a administração de medicações capazes de manter 
algumas funções vitais; controle de arritmias; e estabilização da vítima, com vistas ao transporte 
para o local adequado.
1. Acesso rápido 2. RPC rápida
Figura 8 – Acesso rápido e RCP
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3. Desfibrilação rápida 4. Suporte avançado rápido
Figura 9 – Acesso rápido e RCP
 Observação
Duas partes novas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP são: cuidados 
pós‑PCR e treinamento, implementação e equipes. A importância dos 
cuidados pós‑PCR é enfatizada pela inclusão de um quinto elo na cadeia 
de sobrevivência de adultos da AHA.
É importante ressaltar que, antes de iniciar qualquer tipo de atendimento de emergência, temos de 
examinar o local do acidente e usar a devida proteção. Isso inclui avaliar a cena quanto à presença de 
situações de risco (incêndio, explosão, choque elétrico, desabamentos) e usar equipamentos de proteção 
individual – EPI (luvas e óculos de proteção), para evitar a contaminação por agentes biológicos e/ou 
substâncias tóxicas.
O APH pode ser organizado de duas formas:
• Suporte Básico de Vida (SBV): essa unidade é composta de um motorista e um técnico ou 
auxiliar de enfermagem, cabendo a eles atender a situações de inexistência de risco imediato à 
vida. Uma vez estabelecido pelo médico regulador que não há riscoimediato à vida, compete à 
equipe de suporte básico realizar atendimentos a pacientes:
— traumatizados, quaisquer que sejam as causas;
— portadores de patologias clínicas, quaisquer que sejam as etiologias.
• Suporte Avançado de Vida (SAV): essa unidade é formada por um médico, um enfermeiro 
e um motorista, que se revezam conforme escala de trabalho predeterminada, cabendo‑lhes 
atender a qualquer situação em que haja determinação da existência de risco imediato à vida 
baseada exclusivamente no grau de comprometimento das funções vitais capaz de comprometer 
seriamente a qualidade ou a expectativa de vida. Compete, portanto, à equipe de suporte avançado 
prestar atendimentos a pacientes:
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— traumatizados, quaisquer que sejam as causas, com risco imediato à vida;
— portadores de patologias clínicas, quaisquer que sejam as etiologias, com risco imediato à vida.
Outro fato importante a ser mencionado é a consolidação de uma política de saúde pública para os 
atendimentos de urgência e emergência. Pode‑se observar que nos últimos anos houve a implementação 
de diferentes estratégias de coordenação no sistema de atendimento móvel de urgência. Estas têm sido 
adotadas por diversos programas de governo, nas três esferas de poder – federal, estadual e municipal 
– como políticas públicas de saúde.
Contudo, isso não é uma tarefa fácil, uma vez que o atendimento às urgências não se define 
como um trabalho de ações independentes e autolimitadas, mas sim como uma relação direta entre o 
atendimento de urgência e emergência e os demais níveis da assistência à saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é classificado como uma das portas de acesso ao APH. Este 
assume novo papel no cenário das políticas públicas de saúde em urgência no país, uma vez que, ao 
serem repensadas as possibilidades de atuação das equipes responsáveis pelo transporte de pacientes, 
percebe‑se que sua importância deve ser ampliada para além da manutenção da vida dos atendidos. Essa 
nova perspectiva se insere em um modelo de atenção que propõe a promoção da saúde e a prevenção 
de doenças, com minimização de agravos permanentes, que tem como propósito reestruturar o modelo 
tecnoassistencial em saúde no País.
Ressalta‑se ainda que o APH às urgências, nos últimos anos, tem sido uma preocupação constante 
dos formuladores de políticas públicas e dos gestores. Nesse sentido, o país conta, hoje, com importante 
arcabouço legal que orienta a implantação de serviços e a formação de recursos humanos, visando 
preencher uma lacuna existente entre a atenção básica e os serviços hospitalares de alta complexidade 
para o atendimento de urgência e emergência. O serviço do corpo de bombeiros ainda existe em alguns 
municípios; mas, aos poucos, vem cedendo lugar ao Samu, com uma orientação específica e um quadro 
formado por profissionais de saúde, principalmente para o atendimento em grandes centros urbanos.
No entanto, apesar de os serviços de urgência serem alvo de várias iniciativas do governo federal, 
ainda se percebe sua inserção em um cenário desfavorável à sua consolidação como serviço de qualidade. 
O que se tem observado é um baixo investimento em estratégias de promoção da qualidade de vida e 
saúde da população, com um modelo assistencial centrado na oferta de serviços, independentemente 
das necessidades dos cidadãos. Há limitações ao atendimento de casos agudos de menor complexidade 
na atenção básica, e o acesso ao sistema para os casos agudos de média complexidade é insuficiente. 
Somam‑se a isso a má utilização dos equipamentos de saúde de alta complexidade e a insuficiência de 
leitos hospitalares qualificados, especialmente de UTI e de retaguarda para as urgências.
1.4.2 Metas para a atenção básica
O tempo é um fator essencial no atendimento de urgência. Uma pessoa, após uma parada cardíaca, 
tem suas chances de ressuscitação mínimas após dez minutos de atendimento. Entre as pessoas que 
morrem em decorrência de problemas cardíacos (infarto, insuficiência cardíaca, acidente vascular 
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encefálico etc.), a morte súbita representa 50%. Quanto mais cedo se detectar e fizer o atendimento, 
maiores são as chances de sucesso na recuperação do paciente. Por isso, a importância do suporte básico 
de vida (BLS) no dia a dia dos cidadãos. O BLS ensina a diferenciação entre uma parada cardíaca e uma 
respiratória, capacitando‑o para a escolha da melhor medida no momento. Por exemplo: um idoso 
com AVE apresenta insuficiência respiratória, mas mantém seu pulso. A pessoa que o atender deverá 
restabelecer a respiração do paciente sem que seja necessária a desfibrilação. É importante que as 
pessoas saibam como proceder nessas ocasiões, pois são acontecimentos que podem ocorrer a qualquer 
momento: no banco, no ponto de ônibus, no trabalho, durante o futebol de fim de semana etc.
O atendimento deve ocorrer quando a função profissional exige, ou seja, naquelas profissões em que 
está implícita a prestação de socorro a vítimas de acidente (exemplos: bombeiros, salva‑vidas). Também 
deve ser realizado quando preexiste responsabilidade intrínseca, ou seja, no caso de haver relação de 
responsabilidade entre duas pessoas (exemplos: pai ou mãe que presenciem um filho sofrendo acidente, 
motorista de táxi cujo passageiro sofra ataque cardíaco).
Iniciado o atendimento de socorro, a pessoa não pode interrompê‑lo. A responsabilidade do socorro 
prestado pode ser questionada caso o socorrista falhe ao agir.
1.4.3 Verificação das funções vitais
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o 
acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima. As informações sobre as funções vitais 
podem ser obtidas por meio dos sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão arterial) e dos 
sinais de apoio (pupilas, cor e umidade da pele, nível de consciência e motilidade e sensibilidade do 
corpo).
Figura 10 Figura 11 
1.4.4 Considerações
Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser realizada simultaneamente à história 
e ao exame físico. São mais significativos quando obtidos em série, possibilitando o acompanhamento 
de suas variações. Seus valores devem ser analisados conforme a situação clínica.
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Na obtenção dos sinais vitais, devemos considerar:
• as condições ambientais, como temperatura e umidade no local, que podem causar variações nos 
valores;
• as condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que também 
podem causar variações nos valores;
• as condições do equipamento, que devem estar apropriados e calibrados.
1.4.5 Como verificar sinais vitais da vítima
• Temperatura: verifique se o termômetro está marcando 35 graus ou menos antes de colocá‑lo 
na vítima. Coloque‑o na axila e espere de 3 a 5 minutos. Leia a temperatura e anote. Em caso de 
dúvida, repita a operação. Na ausência de termômetro, verifique a temperatura corporal colocando 
o dorso de uma das mãos no pescoço ou na testa da vítima. A temperatura normal oscila entre 
36,5 e 37,5 graus.
• Pulso: o braço e a mão da vítima devem estar em repouso sobre a cama, a mesa ou no 
chão. Coloque seu indicador e dedo médio no pulso da vítima, no lado correspondente ao 
polegar.
Nunca use seu próprio polegar para contar as pulsações. Conte durante um minuto. Confira se 
necessário. Anote. Existem vários outros locais no corpo onde se pode examinar o pulso; entretanto, 
em situaçãode emergência, o recomendado é que se verifique pela artéria carótida. Normalmente 
o pulso varia de 130 a 140 batimentos por minuto no recém‑nascido, 100 a 120 na criança, 60 a 
100 no adulto e 60 a 70 no idoso.
• Respiração: observe a respiração da vítima sem que ela perceba, prestando atenção na elevação 
do tórax ou do abdome, ou colocando a mão sobre a parte inferior do tórax e superior do 
abdome. A frequência respiratória é contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza 
os movimentos de inspiração e expiração em um minuto (uma inspiração + uma expiração = 
um movimento respiratório). Aproveite na hora de examinar o pulso. Verifique se a respiração é 
regular ou irregular, profunda ou curta. Conte por um minuto. A frequência respiratória normal 
varia entre 40 e 60 movimentos respiratórios por minuto no recém‑nascido, 20 e 26 na criança, 
16 e 20 no adulto e 14 e 18 no idoso.
1.4.6 Como verificar os sinais de apoio
• Pupilas: em situação normal, quando há pouca ou nenhuma luz, a pupila se dilata (midríase), 
e, quando há muita luminosidade, ela se contrai (miose). Essa reação recebe o nome de 
fotorreatividade pupilar. Da mesma forma, em situação normal, as pupilas se apresentam do 
mesmo tamanho (isocória).
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Quando não há resposta ou há uma resposta lenta referente à fotorreação pupilar, ou quando ela se 
apresenta de tamanhos diferentes (anisocóricas), devemos suspeitar de grave lesão cerebral.
• Cor e umidade da pele: a pele pode ser observada pelo socorrista na face e nas extremidades, onde as 
alterações se manifestam mais rapidamente. Também pode ficar úmida e pegajosa, o que poderia levar 
à suspeita de estado de choque (diminuição do volume de sangue que circula pelo corpo).
De acordo com Demartini (2011), em situações normais, a pele pode se apresentar:
— azulada (cianose), como no caso de asfixia ou exposição ao frio;
— pálida, em casos de hemorragias, estado de choque ou mesmo tensão emocional;
— avermelhada, em caso de febre, queimaduras de primeiro grau ou traumatismos;
— fria, úmida e pegajosa, em caso de estado de choque.
• Nível de consciência: quando a pessoa percebe normalmente o ambiente que a cerca, com todos 
os órgãos dos sentidos, e consegue responder aos estímulos verbais, motores e sensoriais, o nível 
de consciência é considerado normal.
• Motilidade e sensibilidade do corpo: a vítima pode apresentar alterações para a mobilização de 
algumas partes do corpo em situações de anormalidade.
 Saiba mais
Leia a obra que segue:
CANETTI, M. D. Manual básico de socorro de emergência. 2. ed. São 
Paulo: Atheneu, 2007.
2 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS NOS ATENdIMENTOS dE uRGÊNCIA
No Brasil, não existem, ainda, normas claras e precisas sobre o atendimento pré‑hospitalar, seja ele 
médico ou não. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Ministério da Saúde (MS), por meio de seu núcleo 
de vigilância sanitária, vêm desenvolvendo ações de forma independente, ou conjunta, com o objetivo de 
normatizar o assunto, existindo muitas lacunas que permitem o funcionamento de sistemas inadequados e 
mal estruturados. As normas de que dispomos atualmente, longe de esgotarem a matéria, são:
• Parecer do CRM, de 1993, trata da morte fora do ambiente hospitalar.
• Parecer do CFM nº 47/95, de 1995, dispõe sobre o atendimento pré‑hospitalar, em especial às 
emergências traumáticas.
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• Parecer do CFM nº 15/98, de 1998, discorre novamente sobre o atendimento pré‑hospitalar, fazendo 
considerações sobre as diversas áreas envolvidas (organização estrutural, definições e objetivos 
da atuação médica em nível pré‑hospitalar, regulação médica, definições dos profissionais e seus 
atributos, perfil e competências, treinamentos).
• Portaria da SVS, discorre sobre os veículos de atendimento pré‑hospitalar e transporte 
inter‑hospitalar.
• Portaria GM/MS 824, de julho de 1999, aprova a atividade médica em nível pré‑hospitalar, 
particularmente a regulação médica.
De qualquer forma, todos os profissionais que atuam nessa área devem familiarizar‑se com os 
principais conceitos éticos e legais comuns no atendimento de emergência:
• Responsabilidade da equipe: ocorre quando a equipe não cumpre a obrigação que tem em 
relação ao paciente, causando‑lhe dano. Isso inclui alguns atos que caracterizam o erro, como: 
a negligência, que constitui a omissão ou a não observância de determinados deveres por parte 
da equipe; a imprudência, que constitui a omissão de cautela, precipitação ou audácia do ato a 
ser realizado pela equipe; e a imperícia, que constitui inaptidão, ignorância, falta de destreza ou 
insuficiência de conhecimento técnico.
• Responsabilidade do paciente: fidelidade, confidencialidade e veracidade das informações 
prestadas são as principais responsabilidades do paciente.
• Responsabilidade civil: de acordo com o Código Civil, aquele que por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito, sendo obrigado a reparar o dano. Não gera responsabilidade civil o erro 
profissional que corresponde ao risco e não apresenta vínculos com negligência, imperícia ou 
imprudência.
 Lembrete
A omissão de socorro é prevista pelo Código Penal, no artigo 135, e 
consiste em não prestar assistência a qualquer pessoa ou criança, seja 
inválida ou ferida em situação de perigo, sem caracterizar risco ao socorrista. 
Contudo se a pessoa que irá prestar socorro não se sentir segura quanto 
ao procedimento e chamar ajuda especializada, isso descaracterizará a 
omissão de socorro.
Outra realidade não menos importante é a recusa do atendimento, principalmente de indivíduos 
adultos conscientes e orientados, seja pela crença religiosa, seja pela falta de confiança na assistência 
prestada. Nesse caso, a vítima não pode ser forçada a receber os cuidados.
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Unidade I
O atendimento às emergências médicas, principalmente após o funcionamento da Regulação 
Médica, mostra toda a lógica que uma boa organização traz na agilidade e na eficiência de todo o 
sistema de saúde, mas, por outro lado, expõe todas as mazelas desse sistema, denunciando o despreparo 
e a descrença dos profissionais de saúde, bem como a falta de ações políticas. A sala de emergências, 
em qualquer lugar do mundo, acaba sendo a “consciência do país”. Ali se visualizam e vivenciam todos 
os aspectos sociais da saúde das pessoas, o que, dentro de um sistema de saúde desorganizado, acaba 
trazendo problemas aos profissionais que nele trabalham.
2.1 Protocolos para atendimento de urgência
Numa tentativa de padronização e uniformização das condutas no atendimento às emergências 
médicas, diversas instituições de ensino de vários países, sobretudo nos Estados Unidos, desenvolveram 
cursos de capacitação que se têm difundido por todo o mundo, como:
• o PreHospital Trauma Life Support (PHTLS), da National Association of Emergency Medical Technicians;
• o Advanced Trauma Life Support (ATLS), do American College of Surgeons;
• o Advanced Cardiac Life Support (ACLS) e o Brain Attack, da American Heart Association;
• o Fundamental Critical Care Support (FCCS), da Society of Critical Care Medicine;
• o Pediatric Advanced Life Support (PALS), da American Academy of Pediatrics e da American Heart 
Association.
Esses cursos são elaborados com um alto nível de conteúdo científico, realizados dentro de padrões 
didáticos preestabelecidos, rígidos e atualizados periodicamente,para que o conteúdo do manual 
acompanhe a evolução do conhecimento médico e tecnológico.
2.2 Avaliação inicial da cena e exame da vítima
Ao se deparar com qualquer acidente, deve‑se, obrigatoriamente, atentar para alguns procedimentos 
padronizados, a fim de determinar a gravidade e as medidas a serem tomadas, sem esquecer a segurança 
tanto da pessoa que estará prestando os cuidados quanto da própria vítima.
Alguns aspectos devem ser considerados, entre outros:
• segurança do local do acidente;
• quantidade de vítimas;
• gravidade do caso;
• nível de consciência da(s) vítima(s);
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• necessidade de movimentação/remoção da vítima;
• informação das testemunhas;
• mecanismo de lesão e cinemática do trauma;
• estado geral da(s) vítima(s).
Este último item é de suma importância. Para que não haja contaminação, o socorrista deverá 
utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), antes de iniciar a manipulação da vítima, como: 
luvas de procedimentos, avental, óculos e máscara. Na ausência desse material, deve‑se ter o máximo 
de cuidado ao manipulá‑la.
As informações obtidas por esse processo são de extrema valia para o posterior exame a ser realizado 
na vítima, pois, com base nas lesões sofridas e nos sinais vitais, as prioridades do atendimento serão 
estabelecidas.
 Observação
A segurança da vítima e do socorrista é primordial, mesmo antes do 
atendimento; logo, é importante observar rapidamente se existem perigos, 
como fios elétricos soltos e desencapados, tráfego de veículos, andaimes, 
vazamento de gás, entre outros.
A avaliação e a realização do exame da vítima de uma emergência clínica ou traumática devem ser 
rápidas, sistemáticas e realizadas imediatamente após a avaliação inicial da cena, devendo compreender:
• nível de consciência (respostas lógicas de nome, idade);
• respiração (entrada e saída de ar espontâneas);
• presença de hemorragia (detectar quantidade e local de saída);
• tamanho e simetria das pupilas;
• temperatura corporal;
• presença de ferimentos e incapacidade funcional;
• áreas dolorosas.
— Cabeça e pescoço: após a avaliação do nível de consciência, palpar cuidadosamente a cabeça 
e o pescoço à procura de fratura, hemorragia ou depressão óssea. Solicitar que o acidentado 
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movimente lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região e, em caso positivo, 
interromper imediatamente o exame. Faz‑se necessário também questionar se a vítima 
consegue movimentar os quatro membros, suspeitando de fratura da coluna cervical.
— Coluna dorsal: o exame consiste em palpar toda a coluna dorsal, desde a nuca até o sacro, 
questionando sobre dor, o que pode indicar alguma lesão.
— Tórax, abdome e membros: expor o tórax, o abdome e as extremidades da vítima e procurar 
algum ferimento, sangramento, deformação, edema e dor na manipulação. Torna‑se importante 
levar em conta a exposição excessiva da vítima. Solicitar a movimentação ativa dos quatro 
membros para pesquisar a presença de incapacidade funcional.
Ao se deparar com uma vítima inconsciente, deve‑se, primeiro, manter as vias aéreas abertas, 
realizando a hiperextensão da cabeça ou a lateralizando, e depois realizar o exame geral, atentando 
para alguns parâmetros:
• ausência de respiração;
• ausência de circulação (pulso ausente);
• hemorragia abundante;
• sinais de envenenamento.
O oxigênio, fonte de vida, é distribuído para todo o corpo por meio dos batimentos do coração. Sua 
ausência acarreta sofrimento potencialmente fatal à maioria dos órgãos do corpo humano. As células 
nervosas do cérebro, por exemplo, podem morrer após três minutos sem oxigenação. Na presença de 
algumas alterações ou quadros clínicos que possam levar à interrupção do fornecimento de oxigênio, 
estas devem ter prioridade no atendimento. Alguns exemplos:
• obstrução das vias aéreas superiores;
• parada cardiorrespiratória;
• grandes hemorragias;
• estado de choque;
• coma (perda da consciência);
• convulsões (agitações psicomotoras);
• intoxicações exógenas;
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• alterações na glicemia sanguínea (comas hiperglicêmicos e hipoglicêmicos);
• infarto do miocárdio;
• grandes queimaduras.
 Observação
O socorrista, ao iniciar o atendimento, deve seguir um protocolo, 
baseado no PAS – P (Prevenção); A (Alertar – chamar ajuda); e S (Socorro).
 Lembrete
Recomenda‑se que, na falta de habilidade, a vítima não seja manuseada. 
Aguarde o profissional habilitado, apenas fazendo a proteção. Contudo, se 
o local oferecer risco de vida, retire‑a desse local.
 Resumo
Nesta unidade, abordamos alguns aspectos históricos do atendimento 
de urgência. Vimos que durante a Guerra do Vietnã houve redução 
drástica do risco de morte dos feridos, por causa do controle de grandes 
hemorragias e do transporte rápido das vítimas. Também aprendemos 
que, no Brasil, somente na década de 1980 foi criado o primeiro sistema 
de emergência médica, conhecido como Samu (Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência).
Tivemos a oportunidade de conhecer as modalidades de atendimento 
pré‑hospitalar (APH), que pode ser realizado em dois momentos distintos: 
Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida. As fases desses 
momentos estão representadas nos dois maiores símbolos do APH: a estrela 
da vida e a corrente de sobrevida.
Quanto ao aspecto ético, tivemos a oportunidade de aprender que, 
embora o Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde estejam 
desenvolvendo ações com a finalidade de normatizar ética e legalmente 
o atendimento pré‑hospitalar, ainda não existem normas claras e precisas 
sobre esse atendimento. Vimos também que todo socorrista tem o dever 
de agir sem causar dano à vítima (responsabilidade da equipe), e cabe à 
pessoa atendida fornecer informações com fidelidade, confidencialidade 
e veracidade, além do direito de recusar o atendimento, quaisquer que 
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sejam as causas. O Código Civil prevê punição àquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar o direito de outrem 
ou causar‑lhe danos. Numa tentativa de padronização e uniformização das 
condutas no atendimento às emergências médicas, diversas instituições 
de ensino de vários países, sobretudo nos Estados Unidos, desenvolveram 
cursos de capacitação que têm se difundido por todo o mundo.
Finalmente, conhecemos alguns aspectos que devem ser considerados 
diante de qualquer acidente, relacionados com a segurança tanto da 
vítima quanto do socorrista. São eles: segurança do local, quantidade de 
vítimas, gravidade do caso, nível de consciência da vítima, necessidade 
de movimentação da vítima, informações das testemunhas, mecanismos 
de lesão e cinemática do trauma, estado geral da vítima, entre outros. A 
avaliação da vítima deve ser sistemática e no sentido cefalocaudal.
 Exercícios
Questão 1. Uma jovem de 20 anos sofreu colisão de motocicleta com um carro. Você está próximo 
da vítima e irá iniciar o socorro básico. O atendimento inicial dessa vítima deve respeitar uma sequência. 
Assinale a alternativa correta:
A) Vias aéreas com controle da coluna cervical, circulação, respiração e ventilação, avaliação 
neurológica e exposição.
B) Abertura das vias aéreas e ventilação, circulação, avaliação neurológica e exposição.
C) Viasaéreas com controle da coluna cervical, respiração e ventilação, circulação, avaliação 
neurológica e exposição.
D) Abertura das vias aéreas, respiração e ventilação, circulação, avaliação neurológica e exposição.
E) Abertura das vias aéreas, circulação, respiração e ventilação, avaliação neurológica e exposição.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: sequência incorreta.
B) Alternativa incorreta.
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Justificativa: sequência incorreta.
C) Alternativa correta.
Justificava: o atendimento inicial dessa vítima deve respeitar esta sequência: vias aéreas com controle 
da coluna cervical, respiração e ventilação, circulação, avaliação neurológica e exposição.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: sequência incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: sequência incorreta.
Questão 2. Diante de um acidente envolvendo uma moto que bateu contra um muro de uma 
residência, a ação prioritária de primeiros socorros inclui:
A) Avaliar a segurança do local e iniciar o socorro.
B) Aplicar o torniquete para reduzir a hemorragia.
C) Oferecer água para a vítima, com o intuito de evitar a desidratação.
D) Facilitar a respiração retirando o capacete.
E) Aguardar o socorro especializado.
Resolução desta questão na plataforma.

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