Buscar

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM EFEITO SUSPENSIVO ATIVO-MP

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Autos nº xxxxxx
Agravante: Ministério Público do Estado de São Paulo
Agravada: Município de Rosana – SP
Processo de Prioridade Absoluta por se tratar de criança – artigo 227 da CF.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu Órgão abaixo assinado, no uso e gozo de suas atribuições legais, vem a presença de Vossa Excelência, nos autos do processo acima identificado, não se conformando, com a respeitável decisão de fls. (...) do respectivo instrumento em anexo, através da qual o Excelentíssimo Juiz da ___comarca de Rosana indeferiu Pedido de Liminar, negando a tutela de urgência, vem dentro do prazo legal, com fundamento no artigo 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO demonstrando as razões de seu inconformismo através da manifestação anexa.
I - DO PREPARO
A agravante requer pela juntada do comprovante de recolhimento do respectivo preparo
II – DA TEMPESTIVIDADE
Consoante o que reza o Código de Processo Civil no seu Art. 180.  O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do artigo 183, § 1º, portanto é tempestivo o presente agravo de instrumento, visto intimação pessoal ocorreu em 04/09/2017, sendo nítida a tempestividade do presente agravo.
III - DA PRIORIDADE ABSOLUTA
Reza a Constituição Federal no seu artigo 227 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. (Grifei). Nesse pensamento, requer este parquet à vossa Excelência, prioridade na tutela para que se priorize a proteção às infantes do presente caso.
IV – DAS PEÇAS JUNTADAS
A Agravante junta, na oportunidade, cópia integral dos autos, e encontram-se as seguintes peças obrigatórias:
a) Cópia da respeitável Decisão agravada (fl. )
b) Cópia da certidão da intimação da r. Decisão agravada ( fl. )
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
___________________________
LUIZ ...
 Promotor de Jesutiça
RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
ÍNCLITO RELATOR.
A respeitável decisão interlocutória proferida pelo Excelentíssimo magistrado a quo, ora agravada, merece ser reformada, tendo em vista que proferida em cristalino confronto com os interesses da parte agravante e coletividade.
Autos do Processo nº ....
Comarca de Rosana – SP / Vara da Infância e Juventude
Agravante: Ministério Público de Estado de São Paulo
Agravada: Município de Rosana - SP
I - BREVE SÍNTESE DOS FATOS 
Esta Promotoria de Justiça foi procurada por um grupo de mães das infantes xxxxxx que reclamaram sobre a falta de vagas para a realização de matrículas nas escolas de educação infantil fundamental do município. Foi informado que, devido à necessidade de corte de gastos da Administração Pública, o município fechou escolas e não providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento da população, sob alegação de que devido à crise econômica as crianças deveriam aguardar em casa até o próximo ano letivo.
Com isso, o Ministério Público Estadual requereu tutela de urgência com fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil, para que as crianças não fossem prejudicadas, as crianças sem escola perecerão de um direito que se fadará a perigo de dano ou risco irreparável, caindo em resultado danoso, risco ao resultado útil deste processo. 
Todavia, o Juízo da Infância e da Juventude da Comarca de Rosana decidiu, contrariamente, que por se tratar de norma programática não cabe ao judiciário interferir na Administração Pública para concretizar tais direitos. Entretanto não merece ser reformada a decisão interlocutória do juiz a quo, pois a respectiva tutela tem amparo legal. Como visto já supra argumentado, a educação trata-se de direito fundamental ser um direito social e, por isso, não se trata de norma programática, ainda garantido na constituição como sendo direito fundamental direito à educação que toda toda criança encontra amparado no artigo 227 da supra carta constitucional: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)”.
Portanto, inconformado com tal decisão o Representante do Parquet Estadual propôs o presente recurso objetivando(...). 
Outrossim, preenchidos os requisitos dos artigos 524 e 525 do Código de Processo Civil, requer-se seja recebido o presente, (CONCEDENDO-SE LIMINARMENTE O EFEITO SUSPENSIVO ATIVO ORA PLEITEADO), determinando-se, após, seu regular processamento.
	
II - DA REJEIÇÃO DO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
Esta Promotoria de Justiça procurou o prefeito municipal a fim de propor um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, para seu cumprimento, e assim evitar ajuizamento de Ação Civil em desfavor do município, para que houvesse o cumprimento da obrigação de criar vagas para todos os alunos, ajustando a conduta ilegal da Administração Pública àquela prevista na constituição. Contudo, o prefeito recusou o acordo sob o pretexto de que não haveria dinheiro suficiente para isso, em razão de estar finalizando as obras de um grandioso estádio de futebol. 
III - DO CABIMENTO DO PEDIDO
O artigo 6º da Constituição da República assegura o direito à educação no rol de direitos e garantias fundamentais, sendo o direito à educação um direito social de toda e qualquer pessoa. Vejamos que, o artigo 208, inciso III, Lei Suprema diz que: 
“O dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
 IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; 
Ainda:
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;”
Destaca-se, outrossim, que o presente procedimento que de início tinha por objetivo a tutela de um grupo de crianças, passou a ter um aspecto coletivo, haja vista que a situação de tais menores se enquadra como interesse individual coletivo da escola XXXX ,eis que se amolda no mesmo problema educacional, qual seja, a falta de vagas em escola municipal na supra comarca, onde não somente as crianças do presente caso serão beneficiadas, mas também outros alunos que virão a padecer de matrículas, dos quais não se pode olvidar.
IV - DO DESVIO DE VERBAS DA EDUCAÇÃO PARA O ESPORTE
De acordo com a Constituição Federal, a educação tem prioridade nas arrecadações de verbas, o que não honra o município no caso em tela, confrontando a supra Lei quando em seus artigo 211. Vejamos:
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
(...)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil
(...)
§ 4º Para efeito de distribuição de recursos dos Fundos a que se refere o inciso I do caput deste artigo, levar-se-á em conta a totalidade das matrículas no ensino fundamental e considerar-se-á para a educação infantil, para o ensino médio e para a educação de jovens e adultos 1/3 (um terço) das matrículas no primeiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano e sua totalidade a partir do terceiro ano”. Assim, flagrantecrime de improbidade administrativa do município para com a educação na cidade de Rosana, o que a tempo oportuno se instaurará também INQUÉRITO CIVIL.
V - DA NECESSÁRIA TUTELA DE URGÊNCIA
 Ante a todos esses argumentos, verifica-se que estão presentes todos os requisitos para a concessão de tutela provisória para que o MUNICÍPIO DE ROSANA seja obrigado a disponibilizar vagas para todas as crianças sem vagas nas escolas, das quais suas representantes legais procuraram essa promotoria, pois entende esse parquet amparado pelo artigo 300 do CPC que reza: “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”, assim, que as crianças sem escola perecerão de um direito que se fadará a perigo de dano ou risco irreparável, caindo em resultado danoso, risco ao resultado útil deste processo.
VI - DO MÉRITO DO PEDIDO:
São tais as razões, portanto, que fazem com que o Ministério Público pugne pelo seguinte: 
A - Seja deferida a liminar, com esteio nos artigos 300 do Código de Processo Civil, a fim de que o MUNICÍPIO DE ROSANA seja obrigado a disponibilizar vaga para as crianças do ensino fundamental supra elencadas XXXXX e desde logo, sob pena de multa diária valor a ser fixado por Vossa Excelência, em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), para as crianças por preencher os requisitos e admissibilidade;
B – Seja recebido o presente agravo no seu regular EFEITO SUSPENSIVO ATIVO. AINDA, a citação do réu MUNICÍPIO DE ROSANA para que, querendo, conteste a presente demanda; 
C - seja dado provimento para o fim de ser deferida a liminar do pedido para vagas no ensino fundamental às crianças supra elencadas;
D - Julgar procedente o pedido, tornando definitiva a tutela provisória a fim de que o MUNICÍPIO DE ROSANA seja obrigado a disponibilizar as requeridas vagas;
E - Julgar procedente o pedido para que o MUNICÍPIO DE ROSANA seja obrigado a implementar mais escolas e vagas das supras infantes.
VII - DAS PROVAS 
Pugna o Ministério Público pela produção de todas as provas admitidas pelo direito. 
Cidade de Rosana xx de xx de xxxx
_____________________________
Luiz xxxxx
 Promotor de Justiça

Continue navegando