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Peça - Ação Civil Pública - Constitucional
Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá)
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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA _
VARA CÍVEL DA COMARCA DE ROSANA, ESTADO DE SÃO PAULO. 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO
PAULO, por intermédio de seu Promotor de Justiça signatário, no uso de suas
atribuições legais e com fincas nos artigos 129, incisos II e III, 205, 227 e 211,
§ 2º, todos da Constituição Federal, artigos 1º, inciso IV, 5º, inciso I, 12, § 1º e
2º da Lei n.º 7.347/85, artigo 11 da Lei n.º 9.394/96, artigo 300 do Código de
Processo Civil, bem como nos artigos 53 e 54 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), vem, à douta presença de Vossa Excelência, propor a
presente: 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
Contra o MUNICÍPIO DE ROSANA/SP, pessoa jurídica de direito público
interno, representado por seu Prefeito ou Procurador, inscrito no CNPJ sob n.º
(...), cuja sede localiza-se na (...), em Rosana/SP, CEP. (...), com endereço
eletrônico: (...), pelos fundamentos doravante delineados.
I – DOS FATOS 
É de se destacar que um grupo de mães procurou esta
Promotoria de Justiça com o objetivo de reclamar acerca da falta de vagas para
a realização de matrículas nas escolas de educação infantil para o ensino
fundamental do respectivo munícipio. 
Verificou-se, ainda, que devido à necessidade de corte de
gastos da Administração Pública, o Requerido fechou escolas e não
providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento da população,
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sob alegação de que devido à crise econômica as crianças deveriam aguardar
em casa até o próximo ano letivo. 
Seguindo esteira, o Requerente propôs um plano de
cumprimento da obrigação de criar vagas para todos os alunos, ajustando a
conduta ilegal da Administração Pública àquela prevista na Constituição. 
Todavia, o prefeito, na condição de representante do
Munícipio de Rosana/SP, recusou o acordo sob o pretexto de que não haveria
dinheiro suficiente para isso, em virtude de estar finalizando as obras de um
grandioso estádio de futebol. 
Ora, Excelência, é evidente a necessidade de mobilização
de recursos financeiros e orçamentários para que, mediante sério e articulado
planejamento do Executivo Municipal, sejam asseguradas progressivamente as
vagas em número suficiente a demanda de Rosana/SP no menor prazo
possível e de forma ordenada no tempo, não devendo ser privilegiado, em
hipótese alguma, a utilização do dinheiro público na construção de obras
voluptuosas e desnecessárias. 
Ante ao exposto, a presente ação cinge-se, portanto, à
condenação do Município de Rosana/SP ao atendimento da demanda
manifesta existente a fim de suprir o déficit nas escolas de educação infantil
para o ensino fundamental de maneira planejada e ordenada, de forma
progressiva, efetuando as devidas matrículas e regulando as frequências. 
Alfim, caso seja deveras dispendioso e o Município não
possa arcar no momento, pugna para que o Requerido efetive convênios com
entidades assistenciais e particulares de ensino para que as mesmas façam a
prestação emergencial do serviço até que sejam construídas, ou estabelecidas
na cidade, as próprias unidades de atendimento. 
II – DO DIREITO 
II.1 – DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
É cediço que a Constituição Federal consagra como
fundamental o direito à educação, cuja salvaguarda é instrumentalizada ao
longo da própria Carta através de uma série de outros direitos e garantias. 
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Na perspectiva da efetivação desses direitos, o
constituinte originário cuidou de incumbir ao Parquet uma série de atribuições,
elencadas no artigo 129, in verbis: 
Art. 129 – São funções institucionais do Ministério Público:
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia.(g.n)
Mais adiante, em capítulo próprio, cuidou o legislador
constitucional de instituir, de forma inequívoca, que a Educação é direito de
todos e dever do Estado, constituindo-se as ações e serviços de saúde de
relevância pública, expressis verbis: 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Ainda no âmbito constitucional, estatui o artigo 227, caput,
que: 
Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
a forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
A interpretação conjunta de tais dispositivos evidencia, de
modo claro, que os direitos e garantias assegurados pelo legislador constituinte
são alvo da proteção Ministerial, que possui legitimação extraordinária (ou
legitimação autônoma para a condução do processo, como defendem alguns
autores, a exemplo de Nelson Nery Júnior), conferida diretamente pela vontade
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constituinte, para que sejam salvaguardados tais direitos infantojuvenis, de
feição indiscutivelmente fundamental.
Em suma, sendo de relevância pública as ações e
serviços de educação, pelas quais cabe ao Parquet velar, resta sobejamente
demonstrada a legitimação ativa da Actio ora proposta.II.2 – DA LEGITIMIDADE PASSIVA 
No direito brasileiro a educação básica está organizada
em três níveis: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. O
legislador constitucional (art. 211, § 2º) deixou bastante clara a vocação dos
Municípios para atender, com prioridade, a educação infantil e o ensino
fundamental, senão vejamos:
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração seus
sistemas de ensino. 
(...)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
Nesta esteira, a Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9.394/96)
estabelece:
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: 
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem,
(...); 
No mesmo diapasão, traz artigo 11, inciso V da referida
Lei: 
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
(...)
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-
escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente
quando estiverem atendidas plenamente as necessidades
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de sua área de competência e com recursos acima dos
percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal
à manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Desta forma, quanto à educação infantil, não há qualquer
dúvida de que a competência para a prestação do serviço é do Município,
posto que a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
são claras em atribuir a este a responsabilidade pela oferta prioritária deste
nível de ensino. 
Assim, tendo em vista que o Município de Rosana/SP não
vem cumprindo com sua obrigação de disponibilizar as devidas vagas na
educação infantil, ajuíza-se a presente ação civil pública para coagi-lo a
cumprir seu dever constitucional, o qual, diga-se de passagem, já deveria estar
sendo cumprido voluntariamente.
Afigura-se, pois, incontroversa a legitimidade passiva do
ente público demandado, não sendo demasiado lembrar que a decisão
postulada projetará efeitos diretos sobre sua respectiva esfera jurídica, sendo
possível também a inclusão do Estado de São Paulo em litisconsórcio passivo.
II.3 – DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A ação civil pública é o instrumento processual destinado
à tutela de direitos transindividuais, dentre os quais se resguarda o direito à
educação infantil que é a primeira etapa da educação básica. 
A Constituição Federal determina no artigo 129, inciso III,
que: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...). 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,
para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Isto posto, é evidente o cabimento da ação civil pública
com o objetivo de regularizar uma situação ou ainda que o Requerido não aja
mais de alguma maneira, a fim de evitar ou desfazer um ato lesivo a algum
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interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo, inclusive para que
disponibilize as vagas necessárias para a educação infantil pré-escolar.
II.4 – DO DESCUMPRIMENTO DE NORMA CONSTITUCIONAL 
A Constituição Federal, precisamente no art. 227,
estabeleceu que: “É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar
à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão”, de onde extraímos os princípios da prioridade
absoluta e da proteção integral, consagrados, inclusive, no Estatuto da Criança
e do Adolescente. 
No mesmo rumo o art. 205 diz que a “educação, direito
de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho”, assegurando, pelo mandamento do art. 206, inciso VII, que o
ensino deve ser ofertado em obediência ao princípio da garantia do padrão de
qualidade.
Além disso, vale ressaltar que esta norma constitucional,
por tratar de direitos fundamentais, tem aplicação imediata, consoante a
determinação do artigo 5º, §1º da Constituição Federal e independe de
regulamentação: 
Art. 5º. (...) 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
De outro lado, tem-se a partir do Estatuto da Criança e do
Adolescente que:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
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preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, assegurando-se-lhes: 
I - igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola; 
(...).
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente: 
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria; 
(...)
V – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a cinco anos de idade;
(...)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
direito público subjetivo. 
Portanto, o descumprimento de norma constitucional e
ainda, do Estatuto da Criança e do Adolescente é evidente, tendo em vista que
ao permitir a construção de obras voluptuosas ao invés de escolas e/ou
creches para crianças em fase pré-escolar, demonstra a negligência e o zelo
para com a sociedade.
II.5 – DA GARANTIA DA ABSOLUTA PRIORIDADE E DA ATUAÇÃO
PRIORITÁRIA DO MUNICÍPIO 
A legislação brasileira inseriu no artigo 277 da
Constituição Federal o princípio da prioridade absoluta, também chamado de
garantia da absoluta prioridade, ao determinar ser dever da família, da
sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente COM
ABSOLUTA PRIORIDADE, inúmeros direitos, dentre estes o direito à
educação. 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
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convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
Nesse sentido, é imperioso destacar que: 
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração
seus sistemas de ensino.
(...).
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
Ainda, na mesma vereda:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de: (...) 
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.
Portanto, não pode o Poder Público simplesmente ignorar
a esta prioridade, como se não existisse, ou como se lhe fosse lícito não
observá-la. Afunção Executiva do Estado, incumbida da gerência da coisa
pública, não pressupõe poderes irrestritos e arbitrários, aptos a permitir ao
Administrador escolher se cumpre ou não a Constituição. Os Administradores
Públicos submetem-se às leis tanto quanto os demais cidadãos. Em verdade,
lhe devem obediência maior, posto que somente lhes é permitido agir conforme
a determinação legal. E se o ordenamento jurídico determina a priorização
dos direitos das crianças e adolescentes, assim deve ser.
II.6 – DA TUTELA DE URGÊNCIA
O Código de Processo Civil dispõe no livro V, parte geral,
especificamente no disposto do art. 300, sobre o instituto da tutela de urgência,
senão vejamos:
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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
Noutro vértice, em relação ao artigo 12, §§ 1 e 2, da Lei
n.º 7.347/85, temos:
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou
sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do
Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo
recurso suspender a execução da liminar, em decisão
fundamentada, da qual caberá agravo para uma das
turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da
publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do
réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao
autor, mas será devida desde o dia em que se houver
configurado o descumprimento.
Extrai-se, outrossim, que para concessão da Tutela de
Urgência é necessário à presença de dois requisitos, quais sejam: periculum in
mora e fumus boni iuris. 
 Nesse trilhar, pelos fatos articulados até o presente
momento, é facilmente perceptível que o primeiro requisito está devidamente
preenchido, vez que é patente prejuízo das crianças frente ao ano letivo em
razão de reprovação por ausência dos dias letivos.
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Por sua vez, o segundo requisito, o perigo da demora,
está nitidamente evidenciado no desrespeito ao provimento para o atendimento
no sistema educacional infantil. 
Destarte, considerando os fatos e motivos alinhavados
anteriormente, requer seja concedida, inaudita altera pars, a tutela de urgência
vindicada, para promover a disponibilização, o quanto antes, de vagas para a
educação infantil pré-escolar. 
III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS
Na defesa de uma ordem jurídica justa, do direito
fundamental de se garantir a educação de base e, com estribo na
fundamentação fática e jurídica deduzida nesta peça inaugural, o MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO requer a prestação de uma tutela
efetivamente protetiva e, para tanto, apresenta os seguintes pedidos e
requerimentos:
i) A citação do Município de Rosana/SP, na pessoa de
seu representante legal, para contestar, querendo, a presente ação, sob pena
de revelia;
ii) Seja o Requerente dispensado o pagamento de custas,
emolumentos e outros encargos, desde logo, à vista do disposto no artigo 18
da Lei n.º 7.347/85;
iii) Seja concedida a tutela de urgência, “inaudita altera
pars”, na forma requerida acima, observada no artigo 300 do Código de
Processo Civil;
iv) Pugna-se que esta ação seja julgada procedente em
todos os seus aspectos, confirmando-se a tutela de urgência, para condenar,
condenando o Requerido a:
a.1) Ofertar ou promover a criação de vagas para a
educação infantil pré-escolar do Município de Rosana/SP;
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b.2) Subsidiariamente, na remota hipótese do pedido
principal não ser procedente, requer que o Requerido efetive convênios com
entidades assistenciais e particulares de ensino para que as mesmas façam a
prestação emergencial do serviço até que sejam construídas, ou estabelecidas
na cidade, as próprias instituições para educação pré-infantil. 
v) Assegurada nesta ação o benefício da prioridade de
tramitação, nos moldes propostos pelo art. 227, caput, da Constituição
Federal, arts. 4º e 102, §2º, in fine, do Estatuto da Criança e do Adolescente e
Provimento n.º 50/2008-CGJ, mediante a identificação dos autos com uma tarja
verde e uma amarela em seu dorso, de modo a evidenciar sua tramitação
prioritária, e assegurar a designação de audiências, bem como a prolação de
despachos, decisões ou sentenças em caráter prioritário sobre os demais
processos que não gozem do benefício ora estabelecido. 
vi) Seja o Requerido condenado ao pagamento das
custas e demais despesas processuais; 
Protesta provar-se-á o alegado por todos os meios em
direitos admitidos, notadamente pelos documentos já inclusos, e, bem assim,
pelas demais provas que se fizerem necessárias, cujo rol será apresentado
oportunamente. 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), 
para efeitos meramente fiscais.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Rosana/SP, (...) de (...) de (...).
____________________________________
Assinatura do Promotor de Justiça
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