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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
						 JANUÁRIO, Adriane dos Santos[1: Aluna do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. ² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.]
				SOBRENOME, Nome do professor²
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo identificar como o lúdico influencia no desenvolvimento do ensino e aprendizagem das crianças da Educação Infantil. Sendo assim o processo de aprendizagem faz parte do ser humano, e a criatividade e imaginação faz com que as crianças se desenvolvam a partir de novas vivências. Tem-se então, na ludicidade, uma forma de estimular e transformar o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso. Todavia, alguns professores ainda tem uma resistência com o novo, preferem utilizar metodologias ultrapassadas e pouco eficazes. A pesquisa está voltada para um levantamento bibliográfico, no qual foram contemplados os seguintes autores: Santos (1995), Brougère (1998), Vigotski (1998), Vigotski (2007), Kishimoto (2008), Winnicott (1975), Borba (2007), Kuhlmann (2001), Piaget (1978). Considera-se então, que o trabalho com o lúdico, é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Contudo, este projeto contribuiu para identificar a importância das brincadeiras na educação infantil, além de analisar a postura dos profissionais de pedagogia em relação a este tipo de metodologia nas séries iniciais, pois tem por finalidade levar o educador a repensar as suas práticas educacionais. 
 
Palavras-chave: Lúdico; Aprendizagem; Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO 
	 Conforme pesquisado anteriormente o projeto esteve vinculado a educação infantil, e teve por objetivo discutir sobre a importância da ludicidade na primeira etapa da educação básica. A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como uma estratégia no processo de ensinar e aprender têm tido êxito entre os educadores e pesquisadores nesses últimos tempos, por considerarem, em sua grande maioria uma forma de trabalho pedagógico que estimula atividades voltadas para a atenção e concentração, memória, motricidade fina e ampla, sensorial, leitura, escrita, interpretação, socialização, estimulação da linguagem, percepção visual, raciocínio lógico e processamento auditivo. 
 	O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve favorecer a criança a construção do conhecimento científico, proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo à criança desafios e instigando-a a buscar soluções para as situações que se apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar ideias e tomar decisões.
	Já a brincadeira oportuniza à criança descobrir, criar, inventar, reorganizar o que aprendeu, produzindo novos conhecimentos e assimilando a sua maneira o que acontece diariamente, ampliando o seu vocabulário, desenvolvendo o pensamento, oportunizando a ela a ter atenção aquele momento especial que a brincadeira traz.
O brincar é, portanto, uma atividade natural, espontânea e necessária para criança, constituindo-se em uma peça importantíssima a sua formação seu papel transcende o mero controle de habilidades. É muito mais abrangente. Sua importância é notável, já que, por meio dessas atividades, a criança constrói o seu próprio mundo. (SANTOS, 1995, p.4).
	Os papéis dos profissionais de educação devem ser repensados, pois não podem mais agir de forma tradicional no ensino infantil, apoiando-se apenas em conteúdos, métodos e técnicas. Os mesmos precisam fazer uso da ludicidade, onde está incluso as brincadeiras e jogos que proporcionam a imaginação e o faz de conta das crianças. 
	Sendo assim, o objetivo do trabalho foi analisar a importância dos jogos e brincadeiras no processo de ensino e aprendizagem infantil, despertando o lúdico como modelo prático de vivência. Desta forma, a escolha do tema se deu pela necessidade de compreender como o docente se utiliza das brincadeiras como recurso para a resolução de atividades no espaço escolar, pois através deste a criança aprende brincando, com um resultado mais eficiente que os métodos tradicionais.
Levando em conta que a ludicidade vem sido abordada nos últimos tempos em todos os segmentos da educação básica, questiona-se a seguinte problemática “Como o lúdico influencia no processo de ensino-aprendizagem infantil?” Será que os educadores estão preparados para lidar com a ludicidade? 
O professor torna-se responsável em proporcionar o lúdico no momento das suas aulas, para que as crianças aprendam de um jeito mais prazeroso com resultados satisfatórios.
	 Desta forma, a ludicidade entusiasma pessoas de todas as faixas etárias, tal como, crianças, adolescentes e adultos, pois todos gostam de brincar e ao mesmo tempo aprender. A mesma é um meio de motivar o discente e assim facilitar o seu aprendizado.
	O trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo um retratando a ludicidade e o outro o papel do docente na aplicação do lúdico na Educação Infantil. Vale ressaltar, que o estudo foi de suma importância para os alunos da área de pedagogia e licenciaturas afins, pesquisadores e profissionais da educação, para que os mesmos possam trazer melhorias na sala de aula e fora dela. 
2 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO FACILITADOR DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DE 3 E 4 ANOS. 
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
		Definir o lúdico hoje, sobretudo no contexto da Educação Infantil, não tem sido uma empreitada fácil, tendo em vista que várias são as abordagens e estudos sobre a temática. O ato de brincar é de grande valor na construção do conhecimento, por poder permitir que a criança explore seu mundo interior e descubra os elementos externos em si que exercite a socialização e adquira qualidades fundamentais para o seu desenvolvimento físico e mental. 
	Assim, o brincar é uma das atividades que favorece o desenvolvimento físico, social e cognitivo da criança. Por isso, esta pesquisa analisa o uso do lúdico na educação infantil, com crianças de 3 e 4 anos, como ferramenta do processo de ensino e aprendizagem, para que este ocorra de forma agradável e eficaz.  
O brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça as habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se a sociedade e constrói o seu próprio conhecimento (SANTOS, 1997, p. 20)
	Sendo assim, as crianças de dois e quatro anos possuem sua atividade motora muito ativa, gostam de correr, pular, arrastar, puxar e empurrar, por isso elas precisam ser estimuladas por seus professores, onde os mesmos devem ter cuidado com elas em relação ao seu aprendizado e desenvolvimento. 
		Diante disso, a Educação Infantil compreende crianças de 0 a 5 anos de idade, no qual elas devem ser estimuladas através de atividades lúdicas, brincadeiras e jogos, para exercitar sua capacidade cognitiva e motora, desenvolver suas habilidades, e fazerem descobertas sobre si e sobre o meio que lhe rodeia. 
		Em 26 de dezembro 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a Educação Infantil passou a fazer parte da Educação Básica, ao lado do ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDB em seu artigo 29:
 	A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus 6 aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996, p. 24)
		A Educação Infantil passa a fazer parte da educação básica, com a preocupação do desenvolvimento da criança em todos os aspectos, Sendo uma obrigação do Estado, mas deixando claro que a educação começa na família com extensão à escola e comunidade que auxiliam nesse processo. Por isso é imprescindível a parceria entre escola,família e comunidade para o desenvolvimento integral da criança.
		Deve-se então desconstruir o sistema, e sair do que já é habitual (módulos e cadernos), mas sim trabalhar com atividades que envolvam o concreto em que as crianças possam pegar, tocar e vivenciar. 
		No que argumenta FRIEDMANN, 1996: 
A educação infantil dividi-se em várias etapas, de acordo com a faixa etária da criança. O lúdico é o nosso companheiro diário, já que desse modo às crianças se conhecem e se expressam melhor, adquirindo conhecimentos , conhecendo limites de maneira agradável e saudável. (FRIEDMANN, 1996, p. 20). 
		Jean Piaget (1978) estudou sobre o desenvolvimento da inteligência e colocou os jogos como atividades imprescindíveis na busca do conhecimento pelo indivíduo. O mesmo dividiu o desenvolvimento intelectual da criança em etapas, ou seja: até os dois anos de idade, sensório-motor; de dois a sete anos, pré-operacional; de sete a doze anos, operações concretas; de doze anos em diante, operações formais. 
		Assim, se tratando dessa busca do conhecimento que Piaget relatou, as brincadeiras e os jogos na Educação Infantil são atividades lúdicas bastante utilizadas pelos professores nas salas de aula, pois elas representam muito mais do que um “faz de conta”, é um momento excepcional, que oferece às crianças a possibilidade de experimentarem situações novas, compartilharem experiências, bem como as preparam para superar novos desafios e novas vivências. 
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VIGOTSKI, 1998, p. 130)
	É por meio das brincadeiras que as crianças expressam seus sentimentos, aprendem que existem regras a serem respeitadas, se colocam no lugar do outro e expõem as relações do seu cotidiano. Desse modo, as brincadeiras permitem que os professores trabalhem com o concreto ou abstrato, permitindo diversas maneiras e formas das crianças realizarem determinadas atividades, estabelecendo um aprendizado mais significativo e divertido. 
	As brincadeiras são algo simples na vida das crianças. O jogo e o brinquedo também desempenham um papel fundamental na aprendizagem, e excluir esse papel na escola é talvez negar a nossa própria história de aprendizagem. 
	Desta forma, o brincar existe na vida dos sujeitos, pois quando as crianças participam ativamente de alguma atividade, elas conseguem aprender e assimilar de forma prazerosa. Mas com o passar dos anos isso tem diminuído por conta do aparecimento de novos brinquedos e da influência da tecnologia. 
	As crianças não brincam mais como antigamente, e ainda são poucas as brincadeiras tradicionais que as crianças participam. Elas gostam de estar em frente a uma tela de computador ou celular e esquece-se de brincar com outras crianças. Todavia, Brougére (1998, p.17), argumenta que “Os jogos e brinquedos são meios que ajudam a criança a penetrar em sua própria vida tanto como na natureza e no universo”. 
	Assim, a ludicidade está presente diariamente nas salas de Educação Infantil, os jogos e as brincadeiras se tornaram parte fundamental e essencial para a infância, sendo um direito adquirido, mas nem todas as crianças tem acesso. Ser criança pressupõe-se uma fase para brincadeiras, descobertas do mundo e aprendizagem para o desenvolvimento, alicerçada à segurança, à alimentação de qualidade, à educação e à saúde. 
	Tal realidade não se aplica a todas as crianças, por diversas questões sociais e econômicas.
A brincadeira é, antes de tudo, uma confrontação com a cultura. Na brincadeira, a criança se relaciona com conteúdos culturais que ela reproduz e transforma, dos quais ela se apropria e lhes dá uma significação. A brincadeira é entrada na cultura, numa cultura particular, tal como ela existe num dado momento, mas com todo seu peso histórico. [...] A apropriação do mundo exterior passa por transformações, por modificações, por adaptações, para se transformar numa brincadeira: é liberdade de iniciativa e de desdobramento daquele que brinca, sem a qual não existe a verdadeira brincadeira. (BROUGÈRE, 2010, p. 82).
	A criança se insere no mundo imaginário, em que realiza todos os seus desejos, usando o ludicidade a criança demostra o mundo e é onde vivencia suas fantasias. Os jogos conseguem despertar no aluno um grande interesse e atenção, pois ao mesmo tempo em que está brincando também aprende e se desenvolve. 
	Desta forma, a escola ao está valorizando o lúdico, inserindo os jogos e as brincadeiras no seu planejamento pedagógico, o educador consegue que seus alunos tenham um bom conceito de mundo e da sociedade em que estão colocados, pois com a utilização do lúdico trabalha-se afetividade, a sociabilização, a criatividade entre outros. 
	Contudo, desenvolver atividades lúdicas na Educação Infantil não é uma tarefa fácil em razão dos alunos ainda não corresponderem satisfatoriamente à motricidade, o cognitivo, o social e o afetivo a muitas atividades. Neste sentido, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem disponibiliza para as crianças os jogos e brincadeiras, trazendo materiais e participando de forma ativa na construção dos espaços e tempo das atividades lúdicas, ou seja, proporciona a mediação na construção do conhecimento, observando e respeitando as diferenças de cada criança. 
	Piaget, Vigostski e Wallon tentaram apontar que “a capacidade de conhecer e aprender se constrói a partir de trocas formadas entre o sujeito e o meio em que está inserido”. As teorias sociointeracionistas concebem, portanto, o desenvolvimento infantil como processo dinâmico e atrativo, já que as crianças não são passivas, meras receptoras das informações que estão à sua volta. 
	O universo infantil difere de uma maneira qualitativamente do mundo adulto, nele há fantasias, faz de conta, sonhar e o descobrir. Por meio das brincadeiras ação mais comum da infância, que a criança terá oportunidade de se conhecer e constituir-se socialmente. 
	Através da espontaneidade do brincar que a criança poderá explicitar as diferentes concepções concebidas dentro do seu contexto familiar e social. É brincando que as crianças expressam seus sentimentos, aprendem que existem regras a serem respeitadas, se colocam no lugar do outro e expõem as relações do seu cotidiano. 
	Desse modo, as brincadeiras permitem que os professores trabalhem com o concreto ou abstrato, permitindo diversas maneiras e formas das crianças realizarem determinadas atividades, estabelecendo um aprendizado mais significativo e divertido. 
	Portanto, a metodologia lúdica na prática pedagógica, é de grande importância, pois ao fazer uso das brincadeiras infantis, novos desafios surgirão, proporcionando o desenvolvimento integral da criança, sendo o professor a peça chave desse processo. 
O PAPEL DO DOCENTE NA UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
	Destaca-se que a Educação Infantil tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança, abraçando os aspectos físico, psicológico, intelectual e social de acordo com o art. 29 da LDB, e assim proporcionar a criança um ambiente saudável e de bem estar, sugerindo atividades que contribuam para despertá-la na sua curiosidade e espontaneidade.
	No que argumenta Kulhmann (2001) a infância é: 
[...] caracterizada, primeiramente, como uma fase da vida em que os indivíduos precisariam de cuidados especiais e deveriam estar resguardados de algumas informações, que pudessemlhes ser nocivas, para que se desenvolvessem e se constituíssem, no futuro, como indivíduos plenos – adultos, de acordo com estudos a infância, desde a forma que olhamos e nos relacionamos com ela, tem confirmado a ideia de que é uma forma de categoria social, uma ideia moderna, construída histórica e socialmente (KULHMAN, 2001, p. 210).
	As escolas ao longo do tempo vêm sofrendo modificações no sentido de possibilitar metodologias de ensinar, diferentes daquelas em que o conhecimento como conjunto de regras bem estruturadas, tinha no professor o único detentor do saber. 
	Sabendo disso, as brincadeiras ainda não são usadas como uma forma de desenvolvimento das crianças, mas como uma maneira de recreação. Infelizmente, alguns profissionais da Educação Infantil ainda são resistentes em utilizar o brincar como uma atividade que desenvolva a aprendizagem das crianças, utilizando-se apenas de métodos tradicionais. 
	Vale destacar que a ludicidade não se restringe apenas aos jogos e as brincadeiras da infância, é a forma da criança de aprender e se desenvolver, de se apropriar da cultura que a cerca de forma prazerosa, para que desperte o seu interesse. Para tanto, as atividades lúdicas não devem ser impostas, se assim for, perde sua principal característica, a liberdade de escolha, e o propósito de uma atividade baseada em seu interesse. 
	A ludicidade deve acontecer de forma natural, no qual o professor explica e orienta as crianças, para que elas desenvolvam as atividades propostas. Desta forma, o professor não deve impor regras nas brincadeiras das crianças, deve-se, portanto orientá-las e deixá-las brincar livremente para que elas usem o “faz de conta”, a imaginação e a criatividade no ato de brincar.
Brincar é a atividade mais pura, mais espiritual do homem neste estágio (a infância), e, ao mesmo tempo, típico da vida humana como um todo – a vida natural interna escondida no homem e em todas as coisas. Ele dá, assim, alegria, liberdade, contentamento interno e descanso externo, paz com o mundo. Ele assegura as fontes de tudo o que é bom. Uma criança que brinca por toda parte, com determinação autoativa, perseverando até esquecer a fadiga física, poderá seguramente ser um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção deste bem-estar de si e de outros. Não é a mais bela expressão da vida da criança neste tempo de brincar infantil? A criança que está absorvida em seu brincar? A criança que desfalece adormecida de tão absorvida? (...) brincar neste tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. (KISHIMOTO e PINAZZA, 2008, p.48-49)
	Assim a escola, deveria aproveitar mais as brincadeiras para conhecer a personalidade das crianças, suas dúvidas e seus conhecimentos prévios. Desse modo temos a ludicidade como toda atividade livre que proporciona momentos de prazer seguido da aprendizagem, para que a criança tenha a oportunidade de socializar com os outros, uma vez que, as atividades lúdicas mexem tanto com o físico quanto com o emocional dos educandos. 
	Mesmo assim, alguns professores da educação infantil criaram resistências em inovar, isto é, pesquisar novas atividades, jogos e brincadeiras para trabalhar com seus alunos dentro da sala de aula e fora dela. Muitos se limitam somente as brincadeiras do passado, ou mesmo as tecnologias, esquecendo-se de pesquisar brincadeiras novas para sair da rotina e deixar o seu alunado mais animado e empolgado com a escola e a classe em que estuda. Outros simplesmente utilizam as brincadeiras como um momento de deixar as crianças livres e eles descansarem um pouco.
	Vale destacar que o professor é um dos maiores responsáveis pela atualização de suas práticas pedagógicas acarretando a mudança da escola almejada pelos pais e pela sociedade em que estamos inseridos. Cabe ao docente o surgimento de práticas educativas diversificadas para que exista uma melhoria da qualidade de ensino e harmonize um maior aprendizado. 
	Estas inovações devem ocorrer em todas as áreas de ensino, quando lúdicas estas atividades contribuem para a aprendizagem e para progresso do desenvolvimento do indivíduo, pois quem joga segue regras, e estas contribuirão para a formação moral. 
	Assim, trabalhar a brincadeira na Educação Infantil é mais complicado do que aparenta, pois é muitas vezes vista como uma atividade para o fim do dia, no último momento, para passar o tempo entre uma atividade pedagógica e outra ou então na hora da saída para esperar os pais, não sendo devidamente valorizada na rotina.
	Todavia, em relação ao planejamento o docente segue diariamente limita e esquece esse momento, que é a hora do brincar. Muitas vezes é cobrado deles as atividades feitas por todas as crianças para que seja entregue aos pais, então, a criança tem pouca escolha do que deseja ou não fazer, porque é imposto e cobrado por seus educadores que façam as tarefas.
	Na universidade aprendemos muitos conceitos, que devemos ser lúdicos e criativos com as crianças, porém na prática do dia a dia isso não dá certo para alguns educadores, pois Muitos professores ao utilizar a ludicidade em sala de aula não sabem qual o objetivo que gostaria de alcançar e naquele andamento da atividade, simplesmente aplicam a brincadeira sem construir os valores que aquele jogo ou brinquedo poderia desenvolver nos conteúdos. 
	O lúdico surge através da preparação dos jogos e brincadeiras em um elo entre o conhecimento e o que gostaria de alcançar com tal proposta, pois enquanto a criança está facilmente brincando, ela também constrói valores, conceitos, desenvolvendo os saberes dos conteúdos que aprendeu.
	Entretanto, os professores podem sim fazer uso das brincadeiras e dos jogos como recursos metodológicos, sempre com uma finalidade, seja para desenvolver o aspecto motor ou cognitivo das crianças ou simplesmente para que as mesmas se socializem com outras crianças de sua faixa etária. Ao recorrer à utilização dos jogos e brincadeiras, os professores podem proporcionar um ambiente de motivação que permita aos alunos participar ativamente, assimilando experiências e informações. 
“É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”. (Winnicott 1975, p. 80).
 	Eles devem valorizar o brincar na Educação Infantil, pois é por meio dele que as crianças vão vivenciar diversas situações contidas no meio em que estão inseridas. Entendemos que o brincar é importante para o desenvolvimento da criança e Vigotski (2007) confirma essa afirmação. O autor afirma que o brincar é uma atividade que estimula a aprendizagem pois cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança:
[...] No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento. (VIGOTSKI, 2007, p.134).
	Muitas vezes os professores não tem a facilidade em desenvolver um conteúdo com as crianças, não se sentem motivados, portanto se repensar na sua forma de ensinar eles irão perceber que necessitará de atividades que vão além de um papel, de livros, do computador ou do lápis.
	Os educadores devem ser ousados a inserir o lúdico, sendo criativos e dinâmicos na sua forma de trabalhar, sendo levados a ter consciência das vantagens de transmitir seus conhecimentos através de jogos e brincadeiras. Quando o professor tem a oportunidade de entender um pouco mais sobre a importância do lúdico e do brincar e tem a possibilidade de utilizá-lo adequadamente na sua ação pedagógica, ajudará as crianças no processo de aprendizagem, porque poderá aguçar o desejo da curiosidade na busca pelo saber. 
	Neste sentido, os jogos e as brincadeiras devem proporcionar várias oportunidades de ação e exploração e o educadordeverá saber apontar o momento certo da intervenção no jogo a fim de estimular a imaginação da criança e possibilitar a expressão de suas ideias.
	No que argumenta Vigotski, o uso de atividades lúdicas tem uma enorme contribuição para que haja de forma agradável a aquisição do saber. Pois o educando irá assimilar as regras do jogo e assim automaticamente levará essa aprendizagem para sua vida. “A brincadeira, que referimos como melhor mecanismo educativo do instinto, é a melhor forma de organização do comportamento emocional.” (VIGOTSKI, 1934 p.147).
	Assim Vigotski, explica que as crianças devem se sentir motivadas, e para serem estimuladas utiliza-se o lúdico, ele é um dos fatores principais não só para que a aprendizagem dê certo, mas também para o crescimento do ser enquanto indivíduo. Sendo assim, os jogos e brincadeiras são excelentes instrumentos de mediação entre as atividades prazerosas e o conhecimento. 
	Desse modo percebe-se a necessidade dos professores, pensarem nas atividades que envolvem a ludicidade, como uma ferramenta metodológica e com isso utilizá-las em diferentes momentos de suas aulas. Vale ressaltar que o jogo e a brincadeira estabelecem que haja confronto, negociação e trocas entre os professores e as crianças, ou entre elas, sempre gerando conquistas cognitivas, emocionais e sociais.
[...] alimentamos a imaginação das crianças através das diferentes formas de expressão artística, tais como a literatura, o teatro, as artes plásticas, a música, a fotografia, o cinema etc; possibilitamos às crianças apropriação de novos conhecimentos sobre o mundo; aguçamos a sua observação sobre a sua realidade natural e social; resgatamos as brincadeiras tradicionais da nossa cultura, das famílias e da comunidade a que pertencem às crianças. (BORBA, 2007, p.5)
	Nota-se que o lúdico é uma necessidade do indivíduo humano em todas as idades, inclusive na infância, no qual deve ser vivenciado, não apenas como distração ou diversão, mas com a finalidade de ampliar os potenciais da criança, pois o conhecimento se constrói por meio das relações interpessoais assim como as trocas mútuas que se formam ao longo de toda a formação integral da criança. 
	Prontamente, a introdução das atividades lúdicas diariamente na vida escolar é de extrema importância, pois tem uma influencia no desenvolvimento das crianças, onde as elas quando estão envolvidas, o processo de ensino e aprendizagem torna-se mais simples e dinâmico.
	Contudo, o lúdico na Educação Infantil tem por objetivo oportunizar aos professores e aos alunos a abrangência do significado e da importância de suas atividades. Assim, os jogos e as brincadeiras apresentam especificidades diferentes quando realizados na escola por serem mediados pelas normas institucionais, logo, são recursos importantes para a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. 
	É brincando que aos poucos a criança entende seu mundo e aprende quais respostas pode proceder para cada situação. Portanto, como o ensino perpassa por constantes mudanças nas últimas décadas e é neste contexto, que os professores devem dar andamento na sua formação continuada, propiciando uma reflexão as suas práticas pedagógicas em sala de aula.
	O professor, conhecedor da importância dessas atividades para o desenvolvimento integral da criança, deve fazer uso de uma metodologia lúdica em sala de aula, auxiliando, assim, o processo de ensino e aprendizagem. Quando ele utiliza-se de atividades lúdicas, ajuda o aluno a lidar com seus sentimentos e a vencer as suas frustações, como lidar com o perder e o ganhar. . 
	É imprescindível, que o professor tenha o cuidado de transformar momentos tão ricos em prazer que raramente é encontrado numa aula tradicional. As práticas pedagógicas deveriam ter como eixos norteadores a interação e as brincadeiras para garantir experiências enriquecedoras para a criança. 
	Portanto, cabe ao professor propiciar o máximo possível de situações em que o aluno possa interagir, coordenar suas ações e expressar seus pensamentos. 
 2.1 METODOLOGIA
	Trata-se de um trabalho de cunho qualitativo, tendo como análise do estudo a qualidade do ensino relacionada ao lúdico na Educação Infantil. O projeto está voltado para a pesquisa bibliográfica, que será utilizada durante todo o processo de construção do conhecimento, empregando métodos científicos e um estudo reflexivo, controlado e crítico sobre a temática. 
	Tal pesquisa partiu de um levantamento de toda bibliografia publicada em forma de livros, revistas, publicações e internet, tendo o contato direto com tudo que aquilo que já foi escrito anteriormente sobre o assunto estudado.
	Desta forma, a pesquisa bibliográfica é um dos tipos de pesquisa que costuma ser mais comum em trabalhos acadêmicos, tendo o objetivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir do tema. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	No transcorrer desse trabalho difundiram-se ideias a respeito da importância do lúdico no processo de ensino aprendizagem na educação infantil, ressaltando que a ludicidade é um grande laboratório para o desenvolvimento integral da criança, no qual a mesma merece atenção dos pais e dos educadores, pois é através das brincadeiras que a criança descobre a si mesmo e que está a sua volta. 
	Diante da pesquisa foi constatado que o lúdico traz consigo uma série de aprimoramentos em diversos âmbitos dos desenvolvimentos, cognitivo, motor, social e afetivo, pois é através do brincar a criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a criatividade, autoconfiança, autonomia, desenvolve a linguagem, o pensamento e a atenção. 
	O lúdico através de sua dinamicidade trabalha o comportamento e assimilação de regras sociais. Além disso, ajuda no reconhecimento de suas dificuldades, proporcionando soluções, diante das emoções, angústias e ansiedades, promovendo um enriquecimento na vida interior da criança. 
	Assim, o lúdico mostra que as brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja uma aprendizagem mais divertida, proporcionando o prazer no ato de aprender e que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula e na escola como um todo.
 	Ao abordar o lúdico, a escola precisa ser recuperada e percebida como espaço de alegria e prazer, nesse caso, projeta-se a formação do professor refletindo sobre a sua função e competência. 
	Contudo, acredita-se que essa pesquisa serve como embasamento para mostrar à importância do lúdico na educação infantil, ressaltando que os professores precisam utilizar essa prática, não deixando a ludicidade de fora do processo de ensino-aprendizagem.
	Com isso, os educadores, enquanto mediadores do conhecimento devem oportunizar o crescimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo um ambiente de qualidade que estimule as interações sociais, um ambiente enriquecedor de imaginação, onde a criança possa atuar de forma autônoma e ativa, fazendo com que venha a construir o seu próprio processo de aprendizagem. 
	Finalmente, pode-se compreender o lúdico como algo de suma importância no trabalho do professor, podendo ser usado como forma estimulante, atuando como elemento de transformação do indivíduo. 
	A partir dessa vivência, educadores podem utilizar as mais variadas formas de estratégias na prática pedagógica, pois proporciona ao aluno a oportunidade de ser desenvolver e aprender de forma satisfatória. 
	Portanto, é importante que o professor desenvolva atividades lúdicas na sala de aula não como meras brincadeiras, mas como uma possibilidade de enriquecimento do ensino aprendizagem, também como uma atividade de divertimento, sem ser algo imposto e obrigatório com o educando.
REFERÊNCIAS
BORBA, A. M. A brincadeira como experiência de cultura. Programa 3 – serie O cotidiano na educação infantil. MEC, SEED. TV escola, Salto para o futuro, 2007. 
BRASIL. Lei nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília,DF, 20 dez. 1996.
BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
Jogo e educação. Trad. Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
KISHIMOTO, T. M. Brincadeiras e narrativas infantis: contribuições de J. Bruner para a pedagogia da infância. In: OLIVEIRA-FORMOSINHO, Julia; KISHIMOTO, T. M; PINAZZA, M. A (orgs.). Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado, construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed Editora S.A., 2008.
KUHLMANN, J. M. Instituições Pré-Escolares no Brasil. Caderno de Pesquisa. São Paulo, 2001.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
SANTOS, S. M. P. dos (organizadora). O Lúdico na Formação do Educador. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
SANTOS, S. M. P. dos, Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007
WINNICOTT. D. W. O brincar e a realidade. Tradução. José Octávio de Aguiar Abreu e Vanede Nobre. Editora Imago Editora Ltda.1975.

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