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24
MONOGRAFIA
TEMA:O LÚDICO E SEUS BENEFÍCIOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
ALUNOS (AS)
Lázara Ap. Nogueira Da Silva
1444049.
Paloma De Oliveira Carvalho Arruda
1447019
POLO
GUARULHOS
2016
Lázara Ap. Nogueira Da Silva
1444049.
Paloma De Oliveira Carvalho Arruda
1447019
O LÚDICO E SEUS BENEFÍCIOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Trabalho de Curso (TC) apresentado como requisito para aprovação no curso de Pedagogia, da Faculdade Unip Interativa –Polo Guarulhos.
Orientador: Professora Especialista 
Guarulhos
2016
Com todo apreço e admiração, dedicamos este trabalho a todos os profissionais envolvidos e comprometidos com a Educação Brasileira , que lutam ao longo de sua trajetória por uma melhora cada vez maior em sua prática de ensino. Que a pesquisa realizada venha contribuir como apoio pedagógico em sala de aula não somente para nós, mas aos Educadores que buscam atualizar suas estratégias de ensino, afim de proporcionarem uma educação de qualidade que é direito da criança. 
AGRADECIMENTOS
"A cada vitória damos o reconhecimento devido nosso Deus, pois só Ele é digno de toda honra, glória e louvor"
Agradecemos a Ti Senhor Jesus, pelo fim de mais uma etapa de nossas vidas.
Nossos agradecimentos à nossa família e amigos , pela paciência, conselhos, encorajamento, apoio, compreensão nos momentos de ausência devido à dedicação aos trabalhos exigidos pelo curso.
A todos os professores, tutores e assim como a toda à equipe da Unip Interativa – Polo Guarulhos, que sempre prontamente estiveram à disposição para nos auxiliar sempre que precisamos ao longo desses anos.
Enfim, nosso carinho e gratidão a todas as pessoas que nos auxiliaram diretamente ou indiretamente na elaboração deste trabalho.
Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”
Carlos Drummond de Andrade
RESUMO
 
Este trabalho traz consigo abordagens sobre os benefícios do lúdico no desenvolvimento integral da criança na educação infantil. Seu objetivo se faz da necessidade de conhecer o significado do lúdico, compreendendo sua essência, tal como sua importância, através do estudos dos elementos : a brincadeira, o jogo e os brinquedos que auxiliam na formação intelectual, social e psíquica da criança. Através deste trabalho, seremos levados a entender os beneficios da ludicidade no processo de desenvolvimento integral da criança, cujo seguinte estudo ,visa à compreensão e a análise da contribuição das brincadeiras, jogos e brinquedos como instrumentos pedagógicos durante o processo de ensino e aprendizagem na educação infantil e de que maneira o professor pode utilizar desse suporte pedagógico em sala de aula. A ludicidade possibilita a criança a usufruir da liberdade através da qual, ela pode expor seus sentimentos, pensamentos e emoções sobre o mundo como um ambiente de interação consigo e com os outros. Desta forma, neste trabalho, serão apresentados princípios fundamentais das diversas formas de contribuição que a brincadeira exerce diretamente no trabalho pedagógico, tal como também no desenvolvimento integral da criança, com o propósito de oferecer ao profissional docente a consideração sobre o uso da ludicidade na aprendizagem, favorecendo a liberdade intelectual da criança.
PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Desenvolvimento Infantil. Jogos e Brincadeiras.
	
ABSTRACT
KEYWORDS: Playfulness . Child development. Games and Play .
 
SUMÁRIO
Introdução............................................................................................
CAPÍTULO 1- A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL.....................
 1.1. A Educação Infantil em Proteção à Criança.............................
 1.2. Educação Infantil: Seus Objetivos............................................
CAPÍTULO 2 – A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL...............
 2.1. O Lúdico Segundo a Legislação Brasileira...............................
CAPÍTULO 3 – Aprendendo Brincando................................................
 3.1. Compreendendo: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras.................
CAPÍTULO 4 – A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
 4.1. O Brincar Na Educação Infantil.................................................
 4.2. O Auxílio do Lúdico para o Desenvolvimento Infantil................
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................
INTRODUÇÃO
Esse trabalho traz como tema: As Contribuições do Lúdico Para o Desenvolvimento Infantil. Essa pesquisa tem como finalidade abordar o lúdico como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem da criança na Educação Infantil, não só na escola, mas também em seu cotidiano, pois o brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento físico e mental e para o bem estar das crianças e deve ser incentivado pelos pais e pelas instituições escolares.
O presente trabalho nos levará a refletir sobre a forma como o lúdico pode interferir positivamente na vida de uma criança, considerando que as brincadeiras ensinam valores, aliviam tensões, favorecem a socialização, despertam a imaginação e a criatividade, possibilitam simular situações e estratégias para solucionar problemas. É no momento de brincar que a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e ganha habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
A escolha do tema justifica- se pela busca em compreender que o brincar não é apenas um ato que a criança pratica para ocupar o seu tempo ou para dar sentido à infância. O brincar serve de laboratório de faz de conta para ajudar a criança a elaborar suas ações dentro do mundo real preparando-se para a vida adulta e o convívio social. Sendo assim, a motivação da pesquisa desenvolvida está em identificar qual o valor do ato de brincar na prática educativa e quais as contribuições que espaço lúdico oferece para o desenvolvimento da criança. Esta proposta faz com que percebamos que o lúdico é uma opção de trabalhar o conhecimento de forma prazerosa, pois é através do brincar que a criança aprende a lidar com o mundo, a formar sua personalidade e recriar situações do seu dia a dia na busca de novas experiências. 
Desta forma, alguns questionamentos nos impulsionaram ao desenvolvimento desta pesquisa:
· O que é e qual a função do lúdico?
· De que forma o lúdico pode ser utilizado como instrumento da aprendizagem na Educação Infantil? 
· As atividades lúdicas realizadas no ambiente escolar podem promover o desenvolvimento cognitivo e social da criança? 
· Qual a relação do lúdico com a construção do conhecimento em crianças da Educação Infantil?
· É necessário um espaço lúdico no ambiente escolar? 
Estas questões nos inquietaram e motivaram a desenvolver um trabalho de pesquisa para assim, compreender qual é o grau de importância do brincar na vida da criança. Baseando-se nestas reflexões, foi que o objetivo deste trabalho nasceu, de investigar o que dizem os pesquisadores sobre a atividade lúdica na educação infantil e suas contribuições para o desenvolvimento cognitivo e social da criança.
Os objetivos estão focados em: Identificar os processos de desenvolvimento da criança através de brinquedos pedagógicos; avaliar as brincadeiras, jogos e brinquedos pedagógicos; mostrar aos familiares e profissionais a importância do brincar; abordar o lúdico como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem.
Metodologicamente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com autores que abordam o lúdico, o desenvolvimento e aprendizagem infantil, onde foram estudados os conceitos abordados por pesquisadores especializadosno tema aqui proposto.
CAPÍTULO 1 – A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Este capítulo apresenta brevemente a história do processo de evolução da Educação Infantil. 
Essa etapa da educação nem sempre foi priorizada ou teve um lugar de destaque na sociedade. Ela foi iniciada com uma instituição assistencial que tinha por objetivo prover as necessidades da criança e, muitas vezes, substituía ou ocupava o lugar da família. Segundo Kuhlmann (1998):
Pode-se falar de Educação Infantil em um sentido bastante amplo, envolvendo toda e qualquer forma de educação da criança na família, na comunidade, na sociedade e na cultura em que viva. Mas há outro significado, mais preciso e limitado, consagrado na Constituição Federal de 1988, que se refere à modalidade específica das instituições educacionais para a criança pequena, de zero a seis anos de idade. Essas instituições surgem durante a primeira metade do século XIX, em vários países do continente europeu, como parte de uma série de iniciativas reguladoras da vida social, que envolvem a crescente industrialização e urbanização (Kuhlmann, 1998). 
Para tentar resolver o problema da infância, no início do século XIX, foram criadas algumas intituiçoes como creches, asilos e internatos destinados a cuidar de criança. Porém estas instituições apenas encobriam o problema, não tendo uma estrutura adequada para oferecer de fato uma transformação na realidade social dessas crianças. 
     Nos anos 90, observamos um novo olhar sobre o ser criança, pois agora ela é entendida como um ser sócio histórico e sua aprendizagem se dão pelas interações em seus pares, desenvolvendo assim o lado social. Essa perspectiva sócio-interacionista tem como principal mentor Vigotsky, que enfatiza a criança como sujeito social, que faz parte de uma cultura concreta. 
Este novos olhares contribuiram para um fortalecimento da nova concepção de infância, que garante em lei os direitos da criança enquanto cidadã. O fato de a criança ser reconhecida como um ser que necessita de respeito, educação e cuidado, leva à necessidade de criação de documentos oficiais para subsidiar as propostas curriculares nas instituições de educação infantil. 
A partir de 1990, cria-se também uma Lei voltada aos direitos da criança e do adolescente, nasce assim o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); a nova Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional (LDBEN) Lei nº 9394/96, onde incorpora a Educação Infantil como primeiro nível da Educação Básica, e a municipalização dessa etapa de ensino acontecem.
 Outro documento muito importante criado em 1998 foi o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI), que tem por objetivo nortear o trabalho realizado com crianças de zero até seis anos de idade. Esse documento representa um avanço na busca de se estruturar melhor o papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o educar e o cuidar o que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil. Vale ressaltar que as propostas trazidas pelo RCNEI só podem se concretizar na medida em que todos os envolvidos no processo busquem a implantação das novas propostas, para que ele não se torne apenas um conjunto de normas que não saem do papel.
Diante dessas mudanças, a educação infantil passou a ser vista com de outro modo, assim os objetivos educacionais para essa etapa da educação, bem como as propostas pedagógicas passaram a ter eixos norteadores por meio dos parâmetros curriculares da educação nacional trazendo para a educação infantil um ganho inestimável. A criança passou a ser vista como um ser de direitos, por isso ela precisava ser preparada para atuar na sociedade com autonomia e criticidade e para isso, as escolas deveriam trabalhar a oralidade, a expressão corporal, a criatividade e as diversas linguagens, proporcionando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social das crianças.
1.1. A Educação Infantil em Proteção à Criança 
A história da Educação Infantil demonstra a importância para o desenvolvimento social e cognitivo da criança. 
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB), a educação infantil passa a fazer parte a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio.
A LDB deixa claro que a Educação Infantil:
No art.29. A Educação Infantil é conceituada como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico e social, complementando a ação da família e da comunidade. No art. 30 a Educação Infantil será oferecida em creches para crianças de até três anos de idade e em pré escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade. No art. 31 Na Educação Infantil a avaliação será feita mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para acesso ao Ensino Fundamental.
Assim, a educação infantil deve ter um ambiente favorável de cuidar e educar, sendo assim todas as situações de aprendizagem são de fato atos educativos, pois as brincadeiras, jogos, as atividades dirigidas, a escovação, a alimentação, enfim as rotinas diárias devem proporcionar a autonomia e a formação da identidade, a construção de hábitos saudáveis entre outros aspectos. Isso é cuidar e educar para a vida! De acordo com o RCNEI (1998), encontramos as seguintes definições para o cuidar e o educar na educação infantil:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser, e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (RCNEI, 1998 p. 23)
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção à saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que atitudes e procedimentos estejam baseados em conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em consideração as diferentes realidades socioculturais. (RCNEI, 1998 p. 23 e 25)
Usando como base os Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil (2006) podemos afirmar que o cuidar e o educar devem ser trabalhados de forma indissociável, visando valorizar as necessidades e os direitos que cada criança possui. 
O processo educativo na vida da criança é fator muito importante para o seu desenvolvimento cognitivo e social e deve ser encarado com muita seriedade pela família, escola e professores. Deve-se levar em consideração que o processo educativo não se dá unicamente no espaço escolar, o educar ocorre em todos os ambientes em que a criança convive, ou seja, ela adquire experiências em cada lugar que ela passa. É importante destacar que é na família que a criança estabelece os primeiros contatos, por isso é importantíssimo sua presença na vida da mesma, pois é nesse período que ela está formando seu caráter e sua personalidade.
 Como se observa, o educar e o cuidar são a base do desenvolvimento pleno da criança e devem ser bem trabalhados e explorados pelos professores em conjunto com a família, respeitando assim, o direito que a criança tem de ser cidadã, tendo voz e vez para manifestar sua opinião, expressar sua maneira de ser e estar no mundo, vivenciando na prática as situações de valorização de sua cultura e da cultura de outros, abarcando novos conhecimentos e assim se desenvolvendo como pessoa humana na sua essência, sendo cidadã de direitos e deveres.
1.2. Educação Infantil: Seus Objetivos
A LDBEN/96 em seu artigo 29 nos diz que a Educação Infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança de até os cinco anos de idadeem seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da comunidade da família. Muitos são os documentos que dão base ao professor para desenvolver um trabalho satisfatório nessa etapa da educação, o RCNEI (1998) possui um capítulo introdutório com princípios e ideias a respeito do desenvolvimento e educação da criança, o documento apresenta três características determinantes para a interação e o desenvolvimento humano: brincar, identidade e o meio.
Se bem aproveitado, através deste documento, o professor encontrará as bases que asseguram a construção de uma proposta pedagógica para essa faixa etária, a fim de orientar sobre os aspectos mais importantes para um atendimento de qualidade na educação infantil. Há, também, neste documento um modelo do perfil profissional da educação infantil, mostrando as várias maneiras de organizá-lo, conduzindo à avaliação dos processos de desenvolvimento das crianças.
Sabe-se que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil é uma grande conquista e seu objetivo é servir de base para a produção de programas pedagógicos, planejamentos e avaliações em instituições e redes dos municípios. Entretanto, como fora colocado na LDBEN sobre os princípios e fins da educação nacional, cada município ou instituição deverá elaborar sua proposta pedagógica de acordo com as características da sua realidade e o ensino ministrado deve ser pautado na autonomia institucional dando ênfase no pluralismo se ideias e concepções pedagógicas, pois o RCNEI é apenas um modelo padrão e não uma normativa.
CAPÍTULO 2 – A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Para iniciar uma reflexão sobre o que é o lúdico partiremos do conceito trazido pelo dicionário, é claro que teremos uma noção básica, mas que servira como ponto de partida para que possamos desenvolver uma linha de pensamento mais esclarecedora, pois para tanto utilizaremos alguns autores como suporte. 
Segundo o que diz o Dicionário do Aurélio à palavra lúdico vem do latim ludus e está relacionada ao jogo ou divertimento; que serve para divertir ou dar prazer. Sendo assim podemos observar que o lúdico está presente na vida do ser humano como no brincar, nos jogos, brinquedos, em atividades prazerosas e até mesmo como metodologia de ensino, uma vez que a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.
Partindo para a visão de especialistas no assunto com o lúdico encontramos no pensamento da Mestre em Educação Santa Marli Pires dos Santos, a seguinte reflexão:
A palavra lúdico significa brincar. Neste brincar estão incluídos jogos, brinquedos e brincadeiras, e é relativo também a conduta daquele que joga, que brinca, que se diverte. As atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano e, em especial, da vida da criança, desde o início da humanidade. Entretanto, essas atividades, pôr muitos séculos, foram vistas como sendo sem importância e tendo conotação pejorativa. Culturalmente somos programados para não sermos lúdicos. Somente a partir dos anos 50 de nosso século é que o brinquedo e o jogo começaram a ser valorizados. Tal mudança de enfoque se deu principalmente pelo avanço dos estudos da psicologia sobre a criança pequena, que colocou as atividades lúdicas em destaque, por ser o brinquedo a essência da infância. (SANTOS, 2000, p. 57)
Podemos, então, compreender que o lúdico permite a criança expor seus sentimentos de liberdade e de descontração. Viver esse momento lúdico permite a ela estabelecer contato com o mundo que está a sua volta, estimulando assim sua autonomia dentro de um contexto integral. Ainda na linha de pensamento de Santos temos a seguinte afirmação:
[...] A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural (...) facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (SANTOS, 2000, 87)
Para fundamentar ainda mais o conceito do lúdico segundo o pensamento do professor Luckesi ele está no imaginário das pessoas e é totalmente subjetivo. 
A ludicidade é um instrumento facilitador no processo de desenvolvimento da criança, pois é por meio do brincar que a criança se relaciona com o meio em que vive e com os outros, o que lhe permite dar significado a tudo que está ao seu redor. Mas afinal, qual o papel da ludicidade na Educação Infantil? As crianças realmente aprendem através do lúdico? Segundo Luckesi (2005) a principal característica da ludicidade é a plena experiência, isto é, a vivência lúdica de uma atividade exige a entrega total do ser humano. Para Luckesi (2005) a atividade lúdica é aquela que propicia à pessoa que a vive, uma sensação de liberdade, um estado de plenitude e de entrega total para essa vivência.
Em uma atividade lúdica, estamos plenos, inteiros nesse momento. Enquanto estamos participando de uma atividade verdadeiramente lúdica, não há lugar para outra coisa além dessa atividade. Não se tem divisão, se está inteiro, pleno, flexível, alegre, saudável. Poderá ocorrer, de se estar em meio a uma atividade lúdica e, ao mesmo tempo, estar dividido com outra coisa, mas ai, com certeza, não vai estar verdadeiramente participando dessa atividade, então a atividade não será plena, e por isso, não será lúdica. (Luckesi, 1994, p. 2)
Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. Se estivermos num salão de dança e estivermos verdadeiramente dançando, não haverá lugar para outra coisa a não ser para o prazer e a alegria do movimento ritmado, harmônico e gracioso do corpo. Contudo, se estivermos num salão de dança, fazendo de conta que estamos dançando, mas de fato, estamos observando, com o olhar crítico e julgativo, como os outros dançam, com certeza, não estaremos vivenciando ludicamente esse momento. (LUCKESI, 2005)
Nesses trechos Luckesi nos leva a compreender que a ludicidade não é um sinônimo de brincadeira, ou seja, as brincadeiras só serão lúdicas, quando de fato a criança vivenciar de forma plena e entregar-se totalmente ao momento da atividade lúdica. Entretanto, quando a criança está no meio de uma atividade lúdica, mas, ao mesmo tempo, está dividida, preocupada com outro acontecimento, com certeza não estará vivendo plenamente a atividade. Desse modo, a atividade não pode ser considerada lúdica. Assim, para que as brincadeiras sejam consideradas lúdicas é necessário que atinjam o centro de interesse e/ou necessidade da criança, despertando nela vontade de participar da mesma e contendo uma série de elementos que as mantenham inteiramente na experiência durante o período de sua realização.
Em um de seus artigos que tem como título: “Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade”, Luckesi faz o seguinte comentário:
 [...] com base em escritos, falas e debates, que tem se desenvolvido em torno do que é lúdico, tenha tido a tendência em definir a atividade lúdica com aquele que propicia a ‘plenitude da experiência. Comumente se pensa que uma atividade lúdica é uma atividade divertida. Poderá sê-la ou não. O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ele possibilita a quem a vivencia em seus atos. (Luckesi, 2002, p. 27)
Para Luckesi à ludicidade é um estado de consciência, um estado interno que vivencia a experiência lúdica. Ou seja, as atividades podem ser vivenciadas em grupo, mas a sensação interna é de cada um. Para melhor compreender essa colocação podemos usar como exemplo a brincadeira de pular corda, para uma pessoa pode ser que a atividade lhe proporcione alegria, já para outra pessoa, nessa mesma atividade, poderá trazer desprazer, por nunca ter pulado corda, ou não estar interessada em aprender, que não lhe permita a experiência de prazer. “Brincar, jogar, agirludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão, e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência” (LUCKESI, 1994, p.2).
2.1. O Lúdico Segundo a Legislação Brasileira
O lúdico não é apenas uma atividade defendida por especialistas em Educação, também é um direito da criança previsto em lei. Tomaremos agora conhecimento de tal informação, de forma resumida: 
• Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): define em seu artigo 2º, criança de idade até doze anos incompletos e adolescente de doze a dezoito anos. E no artigo 59, refere-se ao esforço que os Municípios, Estados e União, em conjunto, deverão fazer, visando proporcionar programações culturais, esportivas e de lazer para a infância e a juventude. 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) - Resolução CEB nº 01, de 7 de abril de 1999: estipula em seu artigo 3º, inciso I, linha c) que as propostas pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, devem respeitar os seguintes fundamentos norteadores: princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade, e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
• A declaração dos Direitos das Crianças: Em seu 7º artigo estabelece que: “.... A criança deve ter a oportunidade de participar de jogos e brincadeiras, dirigidos, sempre que possível, para a sua educação. A sociedade e as autoridades devem se esforçar para promover o exercício deste direito.” 
• Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI): estabelece que as brincadeiras fazem parte das atividades permanentes, que devem ocorrer dentro da instituição de Educação Infantil. 
Sendo assim temos suporte suficiente para reconhecer a importância da ludicidade na vida da criança dentro e fora da escola, devendo ser respeitada pela família, escola e sociedade.
CAPÍTULO 3 – APRENDENDO BRINCANDO.
Considerando o que foi aprendido nos capítulos e tópicos anteriores, podemos concluir que “Brincar não é perder tempo”, pois a falta de brincadeiras pode comprometer o desenvolvimento social e cognitivo da criança. O desenvolvimento integral da criança é melhor adquirido através do ato de brincar, pois a brincadeira propicia a criação e recriação de normas e a construção de alternativas para a resolução de questões que podem surgir no momento lúdico, e ao mesmo tempo, facilita a compreensão do mundo em que está inserida.
No momento em que a criança está em contato com o brinquedo, ela deve ter a liberdade da tomada de decisões, já que o brinquedo é um instrumento dinâmico e que lhe dá a oportunidade de expressar comportamentos espontâneos, como também normas e padrões. O ato de brincar , na vida de uma criança, deve ser frequente, pois é brincando que ela se desenvolve de maneira plena, e como já foi citado nos tópicos anteriores ,a brincadeira permite que a criança explore de forma muito natural, o mundo que está ao seu redor, permitindo-lhe descobrir seus sentimentos, sua forma de agir e reagir. As atividades lúdicas possibilitam a criança a formar seus conceitos, ideias e determinar relações lógicas e, assim, seguir se socializando. 
Segundo Piaget (1992) , a atividade lúdica é o berço vital das atividades intelectuais da criança, indispensável à prática educativa. Piaget também faz a seguinte afirmação:
O jogo é uma atividade influente para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança. É possível observar que todo jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, abre espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, além de toda a organização lógica implícita. Por isso deve-se compreender as manifestações simbólicas dessas atividades lúdicas e procurar adequá-las às necessidades das crianças. (Piaget, 1992, p.48)
Como podemos ver, a presença dos brinquedos na infância, contribui não somente para um desenvolvimento melhor da criança, mas também valoriza a cultura de uma geração à outra. 
A questão do Brincar é tão importante, que um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança diz que: “Toda criança têm direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica. Portanto, é indispensável que todas pessoas, em especial pais e profissionais que contribuem para a formação de uma criança, tenham a consciência de como é importante repensar a maneira de apresentar e oferecer certo brinquedo ou uma brincadeira à criança, devendo antes avaliar o que poderá lhe proporcionar.
Vale destacar ainda que muitas habilidades sociais são reforçadas através brinquedo, como por exemplo: comunicação eficiente, cooperação, redução da agressividade e competição honesta.
3.1. Compreendendo: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras
Quando está brincando, a criança percebe que está inserida no mundo ao seu redor e começa a descobrir diferentes maneiras de interagir com o mesmo. Através das brincadeiras, a criança cria um mundo exclusivamente seu, por meio do faz de conta, ligando o real à fantasia ,e assim, ela pode vivenciar seus conflitos de uma maneira mais elaborada.
	No contexto histórico cultural, a brincadeira se faz notória em todas as sociedades, variando de uma para outra de acordo com a religião, cultura, entre outros fatores, sendo capaz de ultrapassar os limites do espaço e do tempo, adaptando-se em diferentes culturas. Brincadeiras antigas como: cantigas, brincadeiras de rodas, brincadeiras de ruas, entre outras, são transmitidas de geração a geração. 
 Segundo Friedmann (1996) as definições de brincadeira, jogo, brinquedo e lúdico, são:
“Brincadeira refere-se, basicamente, à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar; atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores”. (FRIEDMAN, 1996, p. 12)
	Friedmann (1996), defende a ideia de que o brincar envolve não só o prazer, mas tensões, dificuldades e, sobretudo, desafios. Como já vimos anteriormente, segundo muitos estudiosos, o ato de brincar é de extrema importância para um desenvolvimento pleno da criança, seja ele: psicológico, pedagógico, cognitivo e social. Além da sua importância no desenvolvimento infantil, o brincar é um direito assegurado na Declaração dos Direitos da Criança (1959): “a criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos de sua educação, a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito”.
	Desde cedo, a criança aprende a fazer uso da imaginação, desenvolvendo assim, capacidades para a atenção , imitação e memória . Por meio da brincadeira, a criança aprende a socializar-se de forma prazerosa, evidenciando assim, que o brincar é essencial para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. De acordo com o PCN (Parâmetro Curriculares Nacionais):
Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante erros, uma vez que as situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas. (BRASIL, 1998, p. 46)
Piaget (1992), destacou três tipos de jogos, sendo eles: os denominados jogos de enredo ou jogos imaginativos, os jogos de regras, os quais apresentam normas que os definem e orientam os jogadores, e o jogo de exercícios, que envolvem ações como andar, saltar, pular. 
Na opinião de Kishimoto (2011, p.23), “assim como a poesia, os jogos infantis despertam em nós o imaginário, a memória dos tempos passados”. Kishimoto (2011, p.40-48),ainda destaca os tipos de brinquedos e brincadeiras. São eles: “Brinquedo educativo ou jogo educativo, que são aqueles com características como : brinquedos de encaixe, quebra cabeça, móbiles, brinquedos de tabuleiro, entre outros”. De acordo a autora, quando o adulto cria intencionalmente as situações lúdicas ,surge então, a dimensão educativa, sendo que o brinquedo educativo possui duas funções: função lúdica, quando propicia prazer sendo escolhido voluntariamente, e função educativa, quando o brinquedo é capaz de promover o conhecimento.
O ato de brincar pode ocorrer de diversas formas: individual ou coletiva, com ou sem regras, e é ainda possível que a própria criança crie suas regras ou até mesmo altere as já existentes. Antunes argumenta que:
A brincadeira sem dúvida fará diferença na vida e nas aprendizagens futuras, pois contribui para a formação de sua personalidade. O brincar deve ser espontâneo; a criança não deve ser privada de brincar, pois isso pode acarretar problemas emocionais, de inteligência, baixa autoestima, entre outros distúrbios, na vida adulta. Muitos adultos quando entram para o mercado de trabalho são convidados a vivenciar encontros em que o brincar é sugerido, e nessas situações apresentam grandes dificuldades. (ANTUNES, 2000, P. 22)
É de suma importância que a criança tenha a oportunidade de brincar, pois é por meio da brincadeira que ela adquire aprendizagens , além de contribuir para a formação da personalidade. Almeida (1995, p.57), afirma que, para se perceber a diferença entre atividade lúdica e não lúdica, é preciso analisar os aspectos que evidenciam os diversos tipos de jogos e as características que se seguem:
a) Capacidade de absorção: o jogo caracteriza-se por absorver o participante de maneira intensa e total, criando um clima de entusiasmo. O envolvimento emocional resume a verdadeira essência do jogo.
b) Espontaneidade: predomina-se uma atmosfera espontânea, porém ,existindo regras a serem seguidas. Poderá contar com o participante de uma forma alternativa de atração que dependerá de sua disponibilidade e criatividade.
c) Limitação de Tempo: O jogo inicia-se num determinado momento e continua até que se chegue a certo fim, no qual a movimentação caracteriza a dinâmica do jogo.
d) Possibilidade de Repetição: O que caracteriza é o aspecto temporal do jogo.
e) Limitação de Espaço: Haverá um espaço definido no qual o jogo se realizará. O espaço reservado ao jogo é como se fosse um mundo temporário e fantástico, dedicado a pratica de uma atividade especial, dentro do mundo habitual e rotineiro.
f) Existência de Regras: Cada jogo se processa de acordo com certas regras, que são convenções determinadas daquilo que vale dentro do mundo temporário põe ele circunscrito.
Quando a criança lida com os jogos em sala de aula, ela torna-se capaz de conhecer e compreender as regras, o que a ajudará na compreensão de um conjunto de conhecimentos explícitos ou implícitos no jogo.
Ao jogar, a criança tenta solucionar suas necessidades psicológicas e portanto, o jogo passa a ter um papel importante no processo de alfabetização, contribuindo com o desenvolvimento cognitivo. 
Dessa forma podemos afirmar que o jogo possibilita o desenvolvimento das habilidades e competências importantes para o convívio social da criança, tais como: cooperação, concentração, coordenação, convivência, além de estimular o raciocínio, o pensamento e superar conflitos.
Antes de utilizar os jogos e brincadeiras como ferramentas pedagógicas, o professor deve definir claramente os objetivos que pretende atingir. A ludicidade auxilia no processo de ensino e aprendizagem da criança, pois os alunos colocam seus conhecimentos à prova de maneira prazerosa, e sendo assim, conseguem se expor com mais segurança e sem medo.
CAPÍTULO 4: A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA 
O lúdico possui uma linguagem universal, capaz de ultrapassar as barreiras do tempo e do espaço e vem sendo adaptado em diferentes culturas.
Na visão psicologica, pode-se afirmar que o ato de brincar é um fator de muita importância ,contribuindo imensamente para um bom desenvolvimento e aprendizagem.. Vigotsky destaca que:
[...] o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual da sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de lente de aumento, o brinquedo contêm todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento. (Vigotsky 2007, p.122)
Ao brincar com outras crianças, a criança é beneficiada com o desenvolvimento de habilidades como a interação, regras de convivência, bem como o respeito a si mesmo e aos demais colegas.
Além da capacidade de assimilar valores, as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento nas diversas áreas do conhecimento. Durante essas atividades, a criança aprende a ser paciente, já que precisa esperar a sua vez para jogar, e assim desenvolve a tolerância ,o respeito pelo jogo e pelos colegas . Assim, a ludicidade pode ser utilizada na escola como uma ferramenta que tem por objetivo criar um ambiente alfabetizador, onde a criança possa ficar à vontade para se desenvolver, pois a alfabetização deve ser um processo desenvolvido de forma criativa e dinâmica , por meio da ludicidade, com brincadeiras, jogos e brinquedos .
Além das atividades lúdicas desenvolverem o senso de organização, o espírito crítico e o respeito mútuo, ela permite que as crianças aprendam e fixem conteúdos com mais facilidade. Além das questões acima citadas, as atividades lúdicas educativas auxiliam também o professor, que pode analisar o comportamento de seus alunos durante a aplicação das atividades, auxiliando-o em seu planejamento para próximas atividades. Ao brincar, a criança coloca em jogo todo o seu conhecimento, desenvolvendo assim suas funções cognitivas.
Jamais a atividade lúdica deve ser somente uma brincadeira quando o objetivo maior é a aprendizagem. A brincadeira é apenas um dos itens que compõem a proposta educativa. O menor item com grande valor representativo, porque é o primeiro passo para que a aprendizagem surja de forma agradável, fugindo dos padrões rígidos e conservadores. O que não impede que seja disciplinado. (KRAMER, 2007 p. 10)
	
É muito importante que a ludicidade esteja presente em todas as fases da educação, desde a educação infantil até o ensino fundamental , fazendo parte do processo de ensino aprendizagem. Ao utilizar a ludicidade na sala de aula, o professor opta por proporcionar prazer a seus alunos enquanto estes aprendem, e assim, contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico , além do aspecto social e cultural.
Aprender em um ambiente agradável e prazeroso, auxilia na preparação da criança que será alfabetizada, proporcionando um melhor desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem. Porém, para tornar essa aprendizagem e uma aprendizagem significativa, a criança tem que conseguir fazer relação dessa aprendizagem com o seu cotidiano. Quando é aplicada de forma correta ,a brincadeira respeita o mundo da criança, auxiliando no processo de aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Assim, a ludicidade torna-se uma poderosa ferramenta para que se obtenha um pleno desenvolvimento da criança.
Ao utilizar o lúdico na escola, o professor deve ter uma boa fundamentação teórica , tornando sua atividades planejadas e sistematizadas, e assim, consiga desenvolver uma mediação correta no desenvolvimento das habilidades da criança. É importante que professor consiga despertar e instigar os seus alunos, pois assim, ele estará contribuindo para um desenvolvimento pleno da criança. Vigostsky, diz que:
É interessante observar que, em situações informais de aprendizado, as crianças costumam utilizar as interações sociais como forma privilegiada de acesso à informação: aprendem regras dos jogos, por exemplo, através dosoutros e não como resultado de um empenho estritamente individual na solução de um problema. (VIGOTSKY, apud Oliveira. 1999: pg.66)
Infelizmente , vemos que nos dias de hoje as crianças não tem acesso a espaços adequados onde possam brincar, pois os mesmos estão cada vez menores e escassos, por isso as brincadeiras estão sendo trocadas pelas tecnologias, como jogos eletrônicos , e com isso ,as crianças deixam de desenvolver sua criatividade, não expressam suas emoções, inibem o raciocínio lógico e não conseguem lidar com seus medos nem resolver seus conflitos. Como resultado disso, as crianças tornam-se ociosas pois quase não realizam atividades que desenvolvam o movimento corporal. Por isso , é de suma importância e necessidade, que o professor faça um bom planejamento para que consiga utilizar os jogos e brincadeiras como uma metodologia, tendo os objetivos claros e bem definidos. 
Ao propor uma atividade lúdica, o professor deve estar atento para intervir em situações que possam inibir o processo de ensino e aprendizagem. Para isso, ele precisa conhecer as regras dos jogos propostos para que consiga transmiti-las com segurança aos alunos , desempenhando assim o papel de mediador na construção do conhecimento.
4.1. O Brincar Na Educação Infantil
	
É na Educação Infantil , período onde as brincadeiras estão mais presentes, que as crianças descobrem o mundo, criando, experimentando. É fundamental que as crianças tenham prazer enquanto aprendem, pois isso torna o aprendizado mais efetivo e concreto, por isso, os profissionais da educação devem propiciar uma relação entre os objetivos a serem alcançados com a ludicidade no momento de ensinar. Em algumas ocasiões, o professor pode perceber que o aluno só irá entender um conceito e chegar ao conhecimento se o conteúdo proposto for trabalhado de maneira lúdica, envolvendo uma brincadeira , caso contrário, o educando não consegue acompanhar e torna-se desinteressado. 
 É muito importante que o professor explore todos os ambientes do espaço escolar, não ficando limitado somente às salas de aula, ampliando assim as possibilidades de seus alunos conhecerem e assimilar o aprendizado. Durante uma brincadeira , o educador poderá explorar vários conceitos como as cores, formas geométricas e as noções de grandezas.
Quando o assunto é o estudo de como as crianças se desenvolvem e se relacionam com o mundo, os três grandes estudiosos, o psicólogo russo Lev Vygotsky (1896-1934), o psicólogo francês Henry Wallon (1879-1962) e o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), são unanimes em afirmar que a maneira mais favorável para a criança se expressar é através da brincadeira.
	Em seu livro “A Formação Social Da Mente”, Vygotsky relata que a criança aprende ao interagir com outras pessoas, e que, enquanto elas brincam ,elas se comunicam. Quando a criança interage com outras por meio de brincadeiras ou jogos , ela aprende a superar o egocentrismo , algo natural na fase infantil, e com isso a desenvolve habilidades importantes para seu convívio social que são: saber lidar com os ganhos e perdas, compartilhar e desenvolver a interação social.
	Já Wallon, ao escrever o livro “A Evolução Psicológica Da Criança” percebeu que a aprendizagem se dá de várias formas e não somente através de conteúdos que é necessário, permitir que a criança vivencie, experimente e descubra o mundo ao seu redor para desenvolver o conhecimento.
	Piaget , em seu livro “A Formação Do Símbolo Na Criança: Imitação, Jogo E Sonho, Imagem E Representação” , afirma que “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Segundo o autor, a construção do conhecimento ocorre durante o jogo, principalmente quando a criança se encontra nos períodos sensório-motor e pré-operatório.
Portanto , fica claro que a ludicidade tem um papel de suma importância para as crianças e que os jogos e as brincadeiras são ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento geral da criança, pois enquanto brinca , além de desenvolver habilidades físicas, a criança desperta a vontade de socialização. A Educação Infantil é uma fase em que os estímulos devem ser frequentes, pois é considerada o berço das descobertas. Sendo assim, a ludicidade é o instrumento essencial no processo do ensino e aprendizagem.
4.2. O Auxílio do Lúdico para o Desenvolvimento Infantil
As atividades lúdicas contribuem positivamente para que as crianças adquiram suas experiências sociais, cognitiva e motora, de uma forma educacional porém prazerosa. Diante disso, é possível afirmar que “brincar não é perda de tempo”, pois quando há a ausência de brincadeiras, o desenvolvimento cognitivo e social da criança pode ser comprometido. O uso correto e bem aplicado dos brinquedos contribuem para um desenvolvimento integral da criança, pois é brincando que ela aprende a criar e recriar normas e também a elaborar possibilidades para a resolução de questões que aparecem no momento lúdico, além de ajudá-la na compreensão do mundo em que está inserida.
É necessário que o ato de brincar seja algo frequente na vida da criança, pois é através das brincadeiras que ocorre o desenvolvimento total e pleno da mesma. Com base nos tópicos anteriores, vimos também que o lúdico é um meio através do qual a criança pode explorar o mundo de uma forma muito natural, criando possibilidades de descobrir-se, reconhecer seus sentimentos e sua forma individual de ação e reação. Ao ser envolvida em atividades lúdicas, a criança desenvolve conceitos, elege ideias, determina relações lógicas e consegue socializar-se.
Piaget diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, indispensável à prática educativa. Piaget ainda afirma que: 
O jogo é uma atividade influente para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança. É possível observar que todo jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, abre espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, além de toda a organização lógica implícita. Por isso deve-se compreender as manifestações simbólicas dessas atividades lúdicas e procurar adequá-las às necessidades das crianças. (Piaget, 1992, p.48)
De acordo com que analisamos, além dos brinquedos contribuírem para um melhor desenvolvimento infantil, seu uso o transforma em um meio de valorização da cultura que é transmitida de uma geração para a outra. 
Podemos ainda ressaltar que as habilidades sociais como: cooperação, competição honesta, redução da agressividade e comunicação eficiente, são reforçadas através da presença e dom bom uso dos brinquedos durante a infância, podendo assim afirmar, que os brinquedos promovem o progresso no desenvolvimento infantil. 
Diante de tantos benefícios que as atividades lúdicas oferecem às crianças, é triste ver que, por conta de uma sociedade agitada , o brincar livremente vem diminuindo, e que os momentos de brincadeiras, fantasias e criatividades, vêm sendo substituídos pela mídia. Portanto ,existe a real necessidade de que as escolas não deixem que momentos importantes como estes se percam, pois o brincar torna-se essencial para o bom desenvolvimento cultural, motor, social e psicológico da criança. É necessário que prática pedagógica e a brincadeira na Educação Infantil caminhem juntas, para que dessa forma, o aprendizado tenha um significado concreto para a criança.
A maneira como a criança brinca e desenha reflete de maneira implícita na forma como esta lida com a realidade. Ao mesmo tempo em que se diverte, constrói laços de amizade, compartilha o funcionamento de um grupo, aprende a respeitar limites e a ceder para que o outro também se satisfaça. É um processo constante de construção da consciência de si mesmo e do outro (OLIVEIRA, 1999).
Tanto o brincar dirigido quanto o brincar livre são importantes e trazem suas contribuições para o desenvolvimento infantil. Através dabrincadeira dirigida, a criança desenvolve habilidades específicas como: atenção, concentração, percepção, identificação de comando, etc. Dentro de uma brincadeira dirigida, deve existir regras e condições a serem obedecidas, para que assim, a criança consiga atingir os objetivos determinados.
Por meio do brincar dirigido as crianças têm uma outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade. (MOYLES, 2002, 33).
Segundo KISHIMOTO (2000), “enquanto brinca, o ser humano vai garantindo a integração social além de exercitar seu equilíbrio emocional e atividade intelectual”. Para Piaget ,a escola desempenha um importante papel no desenvolvimento da criança, visto que as trocas proporcionadas pelo ambiente escolar permitem o desenvolvimento da mesma. Com a valorização das atividades lúdicas, a escola auxilia a criança a ter uma formação e um bom conceito de mundo, estimulando assim a criatividade ,a afetividade e a sociabilidade. 
O RCNEI (1998) reforça que o desenvolvimento infantil ocorre através do lúdico , por isso é necessário que a criança brinque e tenha prazer em crescer .Para tanto ,é preciso que haja o uso do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo, para que assim, o prazer e aprendizagem consigam andar juntos na atividade pedagógica, tornando o trabalho mais prazeroso , produtivo e significativo. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A preocupação central desse trabalho foi esclarecer a importância da atividade lúdica para o desenvolvimento integral da criança. Considerando que o lúdico exerce um papel fundamental e indispensável no processo de ensino e aprendizagem.
Iniciamos este trabalho com muitas indagações que ao longo das pesquisas foram respondidas de forma clara e com embasamento teórico de especialistas no assunto. Trabalhar com este tema foi de extrema importância para nós, pois além de ampliar nosso conhecimento nos servirá como auxílio pedagógico. As pesquisas ao qual realizamos nos fez compreender quão importante é a presença de um ambiente lúdico na vida da criança e em especial na Educação Infantil.
	De acordo com os autores pesquisados, o lúdico é capaz de proporcionar o desenvolvimento físico, social, cognitivo e cultural da criança. Por meio dos jogos, a criança aprende a respeitar regras, a não ser egocêntrico, a criar estratégias para solucionar situações problemas, além de expressar seus sentimentos como, por exemplo, vivenciar suas angústias e tristezas, solucionando-as a sua maneira através do faz de conta. Na escola, o professor pode fazer uso da observação, tanto nas brincadeiras livres quanto dirigidas, observando como a criança reage nas brincadeiras, seu relacionamento com os colegas ou seu isolamento. São observações importantes a serem feitas e, quando necessário, o professor poderá fazer intervenções de forma a ajudar essa criança.
Existem vários tipos de jogos e as regras se diferenciam, cabe ao professor escolher qual o melhor para que possa atingir seus objetivos. Sendo assim, o lúdico contribui de forma prazerosa para o desenvolvimento pleno da criança. Observando essas questões, o professor passa a conhecer melhor seus alunos e assim pode mediar melhor à aprendizagem, a fim de promover o desenvolvimento das habilidades necessárias. É importante que o professor faça uso desse instrumento pedagógico que é a ludicidade para proporcionar o desenvolvimento cognitivo e social da criança e também para que consiga realizar aulas dinâmicas e prazerosas.
Nos dias de hoje, os jogos eletrônicos vão tomando o tempo das crianças que passam horas sentadas em frente ao computador, videogame, tablete e até mesmo os jogos nos celulares. Com a implantação da tecnologia e a falta de espaço para a criança brincar, está interagindo cada vez menos com outras crianças, que além de gerar o isolamento, a falta de atividade física, onde a criança corre, pula, tem contribuído com a obesidade infantil atualmente.
 Salientamos que as pesquisas as quais realizamos para a elaboração deste trabalho permitiu ao mesmo ficar pronto, porém não acabado, pois das leituras e releituras feitas, surgirão criticas e reflexões para basear outros novos trabalhos a serem construídos. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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_______. Referencial Curricular Nacional Para A Educação Infantil. Brasília MEC/ SEF, 1998. 3 v. 
FRIEDMANN, A. Brincar: Crescer E Aprender: O Resgate Do Jogo Infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira E A Educação. São Paulo: Cortez, 2011.
_______________. O Jogo E A Educação Infantil. São Paulo: Pioneira. 2000.
LUCKESI, Cipriano. Estados De Consciência E Atividades Lúdicas. In: PORTO, Bernadete. Educação E Ludicidade. Ensaios 3. Salvador: UFBA, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Ludicidade E Atividades Lúdicas: Uma Abordagtem A Partir Da Experiência Interna, Educação E Ludicidade, Ensaios 02; Ludicidade O Que É Mesmo Isso?, Publicada Pelo Gepel, Faced/Ufba, 2002,. 
PIAGET, J. A Formação Do Símbolo Na Criança: Imitação, Jogo E Sonho, Imagem E Representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.
SANTOS, Santa Marli Pires dos (org). Brinquedoteca: A Criança. O Adulto E O Lúdico. Petrópolis: Vozes, 2000.
VIGOSTSKY, L. S. A Formação Social Da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
WALLON, H. A Evolução Psicológica Da Criança. Trad. Berliner, C. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

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