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PRODUÇÃO TEXTUAL - A INCLUSÃO DE ALUNOS PAEE NO ENSINO REGULAR

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A INCLUSÃO DE ALUNOS PUBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR 
RESUMO
Com o objetivo de esclarecimento sobre a inclusão dos alunos Público Alvo da Educação Especial no ensino regular e os aspectos sobre as práticas pedagógicas para promover sua inclusão e permanência desde o ensino infantil ate a graduação. É importante conhecer sobre a trajetória e o histórico da educação especial no Brasil, sobre a reformulação das leis, decretos e legislações referente ao tratamento que estas pessoas precisam. Para entender como se desenvolveu esta trajetória é necessário compreender os conceitos de inclusão como consequência da exclusão e segregação. 
PALAVRA CHAVE: A INCLUSÃO DE ALUNOS PUBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR 
ABSTRACT
	With the objective of clarifying the inclusion of the Special Education Target Audiences students in regular education and the aspects about the pedagogical practices to promote their inclusion and permanence from the infantile education until the graduation, we will describe about the trajectory of the history of the special education, on the reformulation of laws, decrees and legislation regarding the treatment that these people need. In order to understand how this trajectory has developed, it is necessary to understand the concepts of inclusion as a consequence of exclusion and segregation.
KEYWORDS: THE INCLUSION OF STUDENTS TARGETED FROM SPECIAL EDUCATION IN REGULAR EDUCATION
INTRODUÇÃO
O atendimento educacional das pessoas com necessidades especiais no Brasil, iniciou-se em meados do século XIX, quando em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atualmente Instituto Benjamin Constant e em 1857, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Com a chegada do século XX, a questão educacional se configura mais pelo lado biológico da deficiência do que o uso terapêutico, logo, o avanço da psicologia e das novas teorias de aprendizagem começam a influenciar a educação para a concepção da linha psicopedagógica que ressalta a importância da escola, enfatizando sobre maneira os métodos e as técnicas de ensino. 
Em 1926 foi fundado o Instituto Pestalozzi, especializado em atendimento a pessoas com deficiência mental; em 1945 é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff e em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE. (MEC/SECADI)
Os estudos em Educação Especial no Brasil avançam de maneira significativa a partir da década de 1990 até o limiar do século XXI, (MAZZOTTA, 2005). 
Conforme o artigo 88 da LDB nº 4.024/61 que em seu texto original, trata da educação de excepcionais, que passam a ter direito à educação regular (A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade” – revogado pelo Decreto 9394/96), trazendo um grande avanço na educação, pois estes grupos antes excluídos das escolas regulares, passam a ter o direito à educação, ultrapassando as barreiras do simples assistencialismo, da terapia ocupacional, da execução de trabalhos manuais, oportunizando a estas pessoas a inclusão social, porém esta inserção escolar foi relativa, pois estes alunos tinham que se adaptar e enquadrar-se na educação regular. A escola permaneceu inalterada, dividida entre a educação regular e especial, com enfoque pedagógico nas patologias.
Com a Constituição Federal de 1988 “(...)Art. 208. O dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (...) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.” que garante a educação das pessoas com deficiência.
A Declaração de Salamanca (1994), é considerada mundialmente um dos marcos principais para a inclusão, cujo tema principal da Conferência era a atenção educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais, onde recomenda a inclusão desses alunos às escolas regulares inclusivas como meio mais eficaz de combater a discriminação, determinando às escolas acolherem todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas.
Contudo, tal estrutura se torna insuficiente para a inclusão escolar se tornar uma realidade no Brasil, pois o despreparo das escolas e o baixo investimento governamental no apoio ao professor que recebe uma criança com deficiência em sua sala de aula, ocasionando uma distância entre a proposta educacional da escola inclusiva e o desenvolvimento e aprendizagem deste aluno. 
O Decreto nº 3.956/2001 vem reafirmar que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular seus direitos humanos e liberdade. Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. ( BRASIL 2001).
Entretanto, a educação especial no Brasil com base na educação inclusiva, somente se tornou possível a partir da Politica Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – Res.04/2009, onde foi estabelecido o atendimento educacional especializado ao Publico Alvo da Educação Especial, denominados “ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS, TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO e ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO”, nas escolas da rede pública, centro de atendimento educacional especializado, públicos ou conveniados e do Decreto nº 7611/2011 onde define que os alunos PAEE devem ser matriculados nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado – AEE, complementar ou suplementar a escolarização ofertadas em salas de aulas multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de Instituições Comunitárias, Confessionais ou Filantrópicas sem fins lucrativos.
DESENVOLVIMENTO
A proposta da educação inclusiva é acolher e dar condições para a pessoa com deficiência exercer seus direitos no que tange ao cumprimento da inclusão escolar, isso se refere também a todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, etnia ou religião. Inclusão é interagir com o outro, sem separação de categorias, sendo assim, um regime escolar único capaz de atender à toda sociedade, mais, respeitando e compreendendo as diferenças do aluno com deficiência, sem enfatizar sua deficiência e sim as suas conquistas, o seu desenvolvimento, sendo muito importante compreendermos que para conseguirmos reformar a instituição escolar primeiramente devemos rever nossos preconceitos. É importante frisar que todos devem estar engajados nesta luta para que aconteça o processo de inclusão. Entretanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas educacionais implementadas não alcançam o objetivo de levar a escola comum a assumir o desafio de atender às necessidades educacionais de todos os alunos. (BRASIL, 2008, p.15).
Os sistemas de ensinos devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. MEC/SEESP (2008).
O ensino oferecido no (AEE) é diferente do ensino escolar, e não pode ser visto como um espaço onde se tem reforço escolar ou complementação das atividades escolares. São exemplos práticos de Atendimento Educacional Especializado o ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e os códigos do BRAILLE, formação do aluno para a utilização dos recursos tecnológicos, comunicação alternativa, disponibilização e preparação de materiais pedagógicos acessíveis ao aluno, entre outros.A legislação vem dar suporte a estes alunos assegurando o direito de se matricularem nos sistemas de ensino, e deve matricular os alunos com deficiência, os com transtornos globais do desenvolvimento e os com altas habilidades/superdotação nas escolas comuns do ensino regular e ofertar o atendimento educacional especializado – AEE, promovendo o acesso e as condições para uma educação de qualidade. Em vista disso, os sistemas de ensino devem disponibilizar os recursos da educação especial para que os alunos tenham os recursos e as condições de acesso ao currículo, promovendo os materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos sistemas de comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares. De acordo com Diretrizes Operacionais da Educação Especial:
"a. Sala de recursos multifuncional: espaço físico, mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos; b. Matrícula do aluno no AEE: condicionada à matrícula no ensino regular da própria escola ou de outra escola; c. Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; cronograma de atendimento dos alunos; d. Professor para o exercício da docência do AEE; e. Profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuam no apoio às atividades de alimentação, higiene e locomoção. f. Articulação entre professores do AEE e os do ensino comum. g. Redes de apoio: no âmbito da atuação intersetorial, da formação docente, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que contribuam para a realização do AEE." (BRASIL, 2008).
Ainda nas Diretrizes Operacionais da Educação Especial aponta que os professores devem ter uma formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação específica na educação especial, inicial ou continuada para atuação no AEE. São de responsabilidade do professor do atendimento educacional especializado:
"a. Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da educação especial; b. Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; c. Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncional; d. Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; e. Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; f. Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; g. Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias da informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a informática acessível, o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os códigos e linguagens, as atividades de orientação e mobilidade entre outros; de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia, atividade e participação. h. Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.i. Promover atividades e espaços de participação da família e a interface com os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros. "(BRASIL, 2008).
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem por intenção organizar e elaborar recursos pedagógicos que promovem a acessibilidade e que acabem com as barreiras para a construção da aprendizagem plena, integrando e proporcionando a participação dos alunos e ponderando a particularidades das necessidades e limites individuais dos alunos. MEC/SEESP (2008).
Entretanto, grandes barreiras são enfrentadas por todos aqueles que possuem algum tipo de deficiência, preconceitos ou problemas conceituais, desrespeitando a legislação educacional, distorcendo o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos com deficiência no ensino regular, assim como descrito na Situação Geradora de Aprendizagem (SGA) proposta na situação problema; “A atitude do professor e da escola como todo, é um elemento-chave na construção do processo inclusivo.:
“Paulo é um aluno de 8 anos, com transtorno do espectro autismo (transtorno global do desenvolvimento), que não fala e fica isolado na sala de aula. A mãe der Paulo, Ana, parou de trabalhar fora de casa para dedicar aos cuidados com o filho. E mesmo quando Paulo esta na escola, a mãe precisa ficar em alerta, pois se Paulo fizer alguma necessidade na fralda, a escola liga para Ana ir até lá. Um dia, Ana estava no mercado e foi às pressas de moto táxi para trocá-lo. Quando chegou, Paulo estava todo molhado, sentado na carteira, quieto e sozinho.”
Como a escola deve se organizar para receber o público-alvo da Educação Especial, no que se refere às praticas que contribuem para o desenvolvimento da cultura inclusiva?
Resposta: a escola tem que receber o aluno PAEE e adaptar-se a ele, promovendo a contratação de profissionais habilitados e capacitados para lhe proporcionar uma educação de qualidade, fazendo as adaptações necessárias na escola através de recursos multifuncionais e pedagógicos eficientes para o atendimento desses alunos, e também nos espaços físicos, como rampas para os deficientes físicos, intérpretes de línguas e sinais, sinalizadores e placas em brailes, tecnologia assistiva, etc. 
2 - Qual o respaldo legal para a inclusão do aluno PAEE?
POLITICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA – RES.04/2009 – Atendimento educacional especializado ao Publico Alvo da Educação Especial, ou seja, ALUNO COM DEFICIÊNCIAS, TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO e ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, em escolas da rede publica, Centro de Atendimento Educacional Especializado, públicos ou conveniados.
DECRETO 7611/2011 – Atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em salas de recursos multifuncionais, núcleos de acessibilidade.
Em um contexto da escola inclusiva, que tenha um aluno com as características de Paulo, como vocês agiriam, enquanto professores que compõem a equipe da escola?
 É preciso conhecer as características e os comprometimentos do aluno, para poder entender é seu relacionamento com outras pessoas e como percebem o mundo a sua volta. O professor precisa ter um conhecimento, através da família e outros profissionais envolvidos com o aluno, definindo o método mais eficaz para sua comunicação e consequentemente aprendizagem, precisa de uma organização escolar que ofereça condições inclusivas ao aluno, como cuidadores, sala de recursos multifuncionais, com atendimento individualizado, com objetos e atividades que atraiam a atenção do aluno, pois geralmente uma criança com TGD fica desconfortável em um ambiente novo, fora de sua rotina, buscando apoio em coisas ou movimentos específicos, ignorando o resto. É preciso estar atento a estas características do aluno. Também é muito importante, desenvolver a este aluno um currículo funcional que o prepare para ser independente, como escovar os dentes, alimentar-se, amarrar o sapato, etc. 
Como a família poderia auxiliar no desenvolvimento dessas estratégias?
O papel da família na inclusão escolar do aluno PAEE é fundamental para garantir uma aprendizagem e desenvolvimento, pois em parceria com a escola, poderá prestar todas as informações referentes ao histórico da criança, suas características, seus hábitos, qual a melhor forma de comunicação. Tambémé importante que a família tenha conhecimento de como esta sendo a aprendizagem para poder dar continuidade em casa, estimulando a criança.
Como podemos observar na situação narrada, acerca do aluno Paulo, ele foi simplesmente inserido na escola regular, sem nenhuma adaptação a sua deficiência, tanto no espaço físico como no aspecto pedagógico, isto não é inclusão. Refletindo um pouco mais sobre esta questão, quantas escolas brasileiras também deixam de cumprir seu papel em proporcionar a inclusão, e simplesmente matriculando os alunos PAEE para cumprir a lei e não receber punições? Quantos professores brasileiros, ainda se escondem a preconceitos da exclusão, afirmando que não foram preparados e não tem formação para trabalhar com alunos com deficiências? 
É preciso compreender que a inclusão escolar nas escolas regulares, é um ponto chave para superar todas as formas de exclusões, que vigorou no Brasil até o inicio do século XXI. Sabemos que as mudanças muitas vezes assustam, mas devem acontecer. Cada parte da escola, professores, alunos, diretores, e outros integrantes, precisam olhar as diferenças, como algo normal; precisam buscar conhecimento para receber o aluno com deficiência e nunca subestimar a capacidade e potencialidade desses indivíduos.
Refletir sobre a educação inclusiva não é mais que uma questão jurídica, é fundamental a prática de uma ação docente, no sentido de garantir de fato a entrada, a permanência e o sucesso do aluno em seu processo de escolarização. Para a efetivação da inclusão escolar, a UNESCO (1994) objetiva que uma mudança de perspectiva social é imperativa. 
 “Por um tempo demasiadamente longo os problemas das pessoas portadoras de deficiências têm sido compostos por uma sociedade que inabilita que tem prestado mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais de tais pessoas. UNESCO (1994).
Segundo Werneck (1997) "Incluir não é favor, mas troca. Quem sai ganhando nesta troca somos todos nós em igual medida. Conviver com as diferenças humanas é direito do pequeno cidadão, deficiente ou não." (p.58) . Para a autora, incluir é a melhor forma de acabar com o preconceito, no entanto, pode ser começado nos cursos, escolas e universidades que formam professores, com a consciência de que os alunos deficientes são responsabilidade de todos os educadores, e não somente pelos profissionais capacitados e interessados na Educação Especial.
Segundo a UNESCO (1994), a origem do conceito de Escola Inclusiva deu-se em decorrência de uma concepção comum que condiz com a responsabilidade de uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todas, inclusive aquelas com desvantagens severas. As crianças devem aprender juntas. Tal consenso concebe as diferenças como condição humana ao passo que tenta adequar a aprendizagem às necessidades da criança em respeito a sua dignidade.
A escola comum pode ser considerada inclusiva quando reconhece e respeita as diferenças dos alunos mediante seu processo educativo, buscando a participação e o avanço de todos adotando novas práticas pedagógicas. Para atender a todos da melhor forma, as escolas atuais devem rever seus projetos políticos pedagógicos a partir de uma gestão democrática, com intuito de requerer uma política coletiva visando à melhoria na educação, já que tais mudanças não ocorrem por acaso nem por decretos e pensando nisso, a escola deve reformular seus espaços e rotinas aperfeiçoando suas atividades extracurriculares para o bom aproveitamento de todos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão de verdade é garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular, fortalecendo a formação dos professores, preparando-os para a nova realidade da educação brasileira, onde as práticas anteriores estão sendo transformadas, portanto, a formação continuada tem um papel fundamental na prática profissional. O Brasil tem uma legislação muito rica, possibilitando a inclusão, portanto o ponto chave, o principal condutor para a efetiva inclusão é o papel do professor, que juntamente ao aluno com deficiência, poderá fazer a identificação das dificuldades que o limitam ou o impeçam de participar das atividades de aprendizagem, e com estas informações poderá programar recursos e estratégicas que possibilitem a sua aprendizagem. Sabemos que educar uma criança com necessidades educativas especiais é uma experiência nova para o professor e também um desafio. Para ensinar a turma toda se parte do pressuposto que todo educando pode aprender, porém, nos métodos e no jeito que lhe são apropriados, portanto é essencial que todo professor nutra uma elevada expectativa pelo aluno.
O sucesso da aprendizagem está em explorar possibilidades, talento e as predisposições atuais do aluno. As deficiências, as dificuldades, e limitações precisam ser reconhecidas, mas não devem restringir o processo de ensino. As escolas devem avaliar as inovações em seu projeto político pedagógico para julgarem a necessidade de programar propostas inclusivas na escola comum.
Finalmente, podemos concluir que a Inclusão dos alunos PAEE na escola regular é um processo que exige respeito e dedicação, tanto das instituições de ensino, quanto das pessoas que recebem este aluno, aceitando as diferenças de cada um. A lei diz que é direito de todos a educação, portanto cabe à escola aprender a conviver com as diferenças e traçar caminhos que levem de fato a inclusão. A Constituição nos fala de fala de igualdade, respeito, qualidade dos direitos, e cabe a todos nós cumpri-los ou cobrar o seu cumprimento para que os alunos portadores de deficiência sejam realmente atendidos na sociedade e na escola, pois tratar da educação para todos é uma tarefa inacabada, como vimos a todo o momento leis, decretos e declarações são aperfeiçoados para o cumprimento da inclusão. Cabe a nós como cidadãos com direitos e deveres fazer jus ao que se referem práticas inclusivas, com o compromisso de respeitar as diferenças ensino.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Decreto nº 3.956 de 8 de outubro de 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm. Acesso em : 30/09/2012.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL. Decreto nº 6.571, de 18 de setembro de 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2011/Decreto/D7611.htm#art11.Acesso em: 07/10/2012
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 07/10/2012
Declaração de Salamanca sobre Princípios. Política e Prática em Educação Especial. Brasília. 1994.
MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 1996.
MAZZOTTA, M.J.S. Educação Especial no Brasil. São Paulo: Cortez,1996.
WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: ED. W.V.A, 1997.
LIVRO DIDATICO EDUCAÇÃO INCLUSIVA - Santos, Tatiana dos ISBN 978-85-8482-553-0 1. Educação inclusiva. 2. Educação especial. I. Barbosa, Regiane da Silva. II. Título. CDD 371.9 da Silva Barbosa. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. 236 p. S237e Educação inclusiva / Tatiana dos Santos, Regiane
BRASIL – DECRETO nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Brasília, 2011. Disponível em: . Acesso em: 29 set. 2016.
BRASIL – MINISTERIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA (inclusão: Ver.Educ.Brasilia, v.4, n.1, p.7-17, jan/jun.2008. Ed. Especial. Disponivel em http:/portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revinclusão 5.pdf. . Acesso em 19/12/2017.]
SCHMIDT.C. ET.al. inclusão escolar e autismo\; uma analise da percepção docente e práticas pedagógicas Revista Psicologia: Teoria e Pratica, 17(3) 222-235. São Paulo, SP, jan-abr.2016, Disponívelem: http://dex.doi.or/10.15348/1980-6906/psicologia,v18n1p22-235. Acesso em 20.12.2017.
VINTE ANOS DA DECLARAÇÃO DE SALAMANCA – AVANÇOS E DESAFIOS - por DARCY RAIÇA – Disponível em htpp://revitagiz.sinprosp.org.br. Acesso em 14.06.2014

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