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Oftalmologia Anatomia • Energia luminosa – energia química – energia elétrica • Transmitida ao encéfalo pelas vias ópticas, decodificada e interpretada de acordo com a memória. Embriologia • Correspondência com SNC, derivado do tubo neural • Origem neuroectodérmica • Quando se formam as vesículas encefálicas, na altura do diencéfalo, ocorre evaginação lateral do tubo neural denominada vesícula óptica, que se transforma em cálice óptico do qual deriva o bulbo ocular. Componentes da visão 1. Bulbo ocular, globo ocular, olho 2. Formações anexas ou anexos do bulbo ocular Bulbo Ocular • A estrutura responsável pela visão é a retina. • As demais estruturas foram desenvolvidas para proteger, nutrir e permitir perfeito funcionamento da retina. • O olho apresenta a forma de uma esfera com parede e cavidade Parede 1.Túnica externa ou fibrosa - córnea - esclera 2.Túnica média, vascular ou úvea - coróide - corpo ciliar - íris 3.Túnica interna ou fotorreceptores da retina - parte óptica (fotorreceptora e fototransmissora) - parte cega (partes ciliar e irídica) Cavidade • Dividida pelo cristalino em lojas anterior e posterior • Loja anterior dividida pela íris em câmara anterior e posterior, onde circula humor aquoso • Loja posterior circula humor vítreo Meios transparentes oculares • São responsáveis pela refração: -córnea -humor aquoso -lente ou cristalino -vítreo Anexos do Globo Ocular 1. Órbita 2. Músculos extrínsecos 3. Supercílios ou sombracelhas 4. Pálpebras 5. Conjuntiva 6. Aparelho lacrimal Túnica Externa ou Fibrosa Formada pela córnea no terço anterior e pela esclera dos dois terços posteriores Função primordial de sustentação, resistência e proteção do olho Grande resistência à pressão intra-ocular e à penetração de corpos estranhos Córnea é também responsável pela refração, permitindo a recepção da luz e sua focalização na retina Túnica Média ou Vascular Constituída pela coroide, corpo ciliar e íris Responsável pela vascularização e nutrição do olho Formada por tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado, rica em melanócitos, sendo muito pigmentada Linfócitos, plasmócitos, PMN, histiócitos e outras células são responsáveis pela resposta imunológica do olho Corpo ciliar tem função nutridora e é responsável pela produção de humor aquoso e pela acomodação visual através do músculo ciliar A íris é o diafragma do olho, responsável pela cor, funciona como meio de identificação pelas diferenças de cor e textura Túnica Interna ou Retina Camada mais complexa, formada por quatro tipos de neurônios: fotorreceptores ( cones e bastonetes), bipolares, ganglionares e células pigmentares Dividida em parte óptica, que recebe a luz diretamente , possui 10 camadas. Na parte anterior do olho, na altura do corpo ciliar e face posterior da íris, perde capacidade de receber luz e se reduz a 2 camada, como se retina tivesse sido serrada, por isso nome ora serrata. Em latim, ora é região e serrata, serrada. Anexos do Globo Ocular -Sustentação -Proteção -Fisiologia Ocular Pálpebras • Principal função é proteção • Pregas especializadas da pele • Contém glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, músculos, tecido conjuntivo denso (tarso), glândulas tarsais (Meibomius), glândulas mucíparas e conjuntiva palpebral Supercílios ou Sobrancelhas • Pregas de pele revestidas de pelos grandes e consistentes • Principal função é retenção de partículas estranhas que podem alcançar superfície anterior do olho • Estética Córnea • Transparente • Avascular • Viscoelástica • Muito resistente às deformações e forças de tração • Sujeita a traumas, grande resistência • Defesa imunológica contra infecções, pela atuação dos componentes da lágrima • Grande capacidade de cicatrização • Diâmetro horizontal 11,7mm, vertical 10,6mm • Espessura central 0,52mm e na periferia 0,67mm • É a principal estrutura refracional ocular Corte transversal tem 5 camadas: 1. Epitélio anterior 2. Membrana limitante anterior (Bowmann) 3. Estroma (90% da espessura corneana) 4. Membrana limitante posterior (Descemet) 5. Epitélio posterior ou endotélio • Avascular, nutrição por difusão de nutrientes pela lágrima, humor aquoso e da rede capilar límbica e palpebral • Película lacrimal é o principal responsável pelo fornecimento de oxigênio • Nervos da córnea são derivados do V par craniano através do ramo oftálmico do trigêmio. O epitélio corneano possui numerosas terminações livres, o que explica sua grande sensibilidade dolorosa Esclera • Limite com córnea pela região límbica • Cor de porcelana, opaca e fibrosa, resistente, corresponde ao branco do olho • Espessura de 0,5mm na zona anterior e 1,0mm na posterior • Principal função é sustentação do globo ocular e, sendo muito resistente suporta a pressão ocular • Recebe inserção dos músculos extra-oculares, permitindo movimentação ocular • Dividida em episclera, estroma e supracoróide Limbo • Região onde se encontra a córnea e a esclera • Situam-se importantes estruturas para drenagem do humor aquoso • Faixa de tecido circular de 2mm de largura e 1mm de espessura, entre córnea e esclera • Componentes do limbo são fundamentais para manutenção da PIO e é via de acesso para diferentes técnicas cirúrgicas para tratamento do glaucoma • Tem células tronco responsáveis pela renovação do tecido epitelial da córnea e da conjuntiva • Estruturas responsáveis pela drenagem do humor aquoso: a rede trabecular, o canal de Schlemm (seio venoso escleral) e as vênulas Coróide • Localizado na parte posterior do olho • 2/3 posteriores da túnica vascular • Camada delgada entre superfície interna da esclera e a externa da retina • Intensa anastomose do sistema arterial, não sendo possível infarto da coróide Corpo Ciliar • Estende-se da ora serrata ate a raiz da íris • Mesma estrutura da coróide acrescida do músculo ciliar e dos processos ciliares (responsáveis pela produção do humor aquoso) • Anatomicamente dividido em pars plana (parte plana) e pars plicata (parte pregueada) • O humor aquoso é produzido pelas células epiteliais dos processos ciliares, preenche a câmara posterior, passa pela pupila e preenche a câmara anterior, sendo drenado pelo sistema de drenagem vias canal de Schlemm e uveoescleral • Humor aquoso tem múltiplas funções: - faz parte do sistema dióptrico - evita aderências entre córnea, íris e cristalino - veículo nutritivo e metabólico -proteção contra radiações ultravioleta e infravermelhas -equilíbrio entre produção e drenagem mantem a PIO -manutenção da forma e da topografia das estruturas oculares Íris • Responsável pela cor dos olhos • Divide espaço entre córnea e lente, em câmara anterior e posterior • Perfuração central, a pupila, que funciona como diafragma ocular • Quantidade de pigmento melânico que define a cor dos olhos Retina • Palavra deriva do latim e significa rede • Embriologicamente corresponde a prolongamento periférico do córtex cerebral Camadas da Retina: Células da Retina: • Epitélio pigmentado: situa-se entre os fotorreceptores e a coroide, apresentam variações de intensidade de pigmentação • Fotorreceptores: neurônios cuja principal função é a recepção da energia luminosa, que é transformadaem energia química por degradação da vitamina A, na presença do pigmento da célula pigmentar e, em seguida, em energia elétrica que o fotorreceptor transmite para a célula bipolar • Células bipolares: capacidade de despolarizar e de hiperpolarizar, ligam-se aos fotorreceptores • Células horizontais: são neurônios de associação multipolares • Células amácrinas: fazem sinapse com células bipolares e ganglionares • Células ganglionares: sinapses com neurônios bipolares e células amácrinas • Fibras Neurais: formadas pelos axônios das células ganglionares que se originam em toda retina e se dirigem ao pólo posterior para formar o nervo óptico Nervo Óptico • Formado pelo conjunto dos axônios das células ganglionares • Promove a transmissão de informações captadas na retina para o córtex cerebral • Diâmetro de 1,5mm e comprimento de 35 a 55 mm, ate o quiasma óptico Órbita e Sistema Lacrimal • Exame clínico • Inspeção: deslocamento do globo,com proptose ou exoftalmia; enoftalmia; distopia (deslocamento vertical ou horizontal). Pode ser medida com exoftalmômetro • Palpação: traumas, enfisema subcutâneo, massas, cistos, pulsação • Mobilidade ocular • Campimetria, teste de senso cromático, acuidade visual • Reflexos pupilares • Fundoscopia Exames de Imagem: Tomografia computadorizada: exame de escolha para traumas e suspeita de corpo estranho metálico Ressonância magnética: avaliação de músculos extraoculares e glândula lacrimal Craniossinostoses Doença caracterizada pelo fechamento prematuro de suturas do crânio Podem ser não-sindrômicas, quando afeta uma única sutura craniana 1. Escafocefalia, fechamento da sutura sagital (entre ossos parietais), com alongamento do crânio no sentido antero-posterior 2. Trigonocefalia, fechamento da sutura metópica (entre ossos frontais), com aspecto triangular da região frontal. 3. Braquicefalia, com fechamento da sutura coronal bilateral, entre ossos parietais e o frontal, com redução do diâmetro antero- posterior do crânio. Também podem ser sindrômicas: caracterizadas por anomalias craniofaciais causadas pelo fechamento prematuro das suturas do crânio, órbita e maxila que afetam diretamente o desenvolvimento do esqueleto facial • Pode ter hipertensão intracraniana, exoftalmia, mal formações do palato. • Frequente encontrar mutações genéticas no gen que controla crescimento ósseo • As mais comuns são as síndromes de Crouzon, Apert e Pfeiffer Síndrome de Crouzon • Faciocraniossinostose mais comum • Envolvimento das suturas sagital e coronal ocorre em mais 90% dos casos, com ocorrência frequente de hipertensão intracraniana e atrofia óptica Síndrome de Apert • Craniossinostose, hipoplasia maxilar, sindactilia de mãos e pés • Ocorre esporadicamente, decorrentes de mutações influenciado por aumento da idade paterna • Fechamento da sutura sagital e fontanela anterior é tardio causando acrobraquicefalia. Síndrome de Pfeiffer • Craniossinostose, hipoplasia maxilar e anomalia do primeiro dedo da mão e pés, associado ou não a sindactilia • A anomalia dos dedos é diagnóstica na síndrome, consiste em aumento do tamanho dos primeiros dedos associados ao desvio radial dos mesmos. Microrbitia Hipoplasia ou ausência do globo ocular Hipertelorismo Distância anormal entre dois órgãos Aumento da distância entre as órbitas, pelo aumento da distância interetmoidal Celulites Causa frequente de órbita aguda Dor, edema e hiperemia palpebrais, proptose/distopia ocular, quemose, diplopia, diminuição da AV e da motilidade ocular. Pode ter sinais sistêmicos, como febre e astenia. Diferenciar celulite pré-septal da pós-septal Complicações: trombose de seio cavernoso, abscessos cerebrais, meningites e morte Principal causa são as sinusites Pseudotumor • Inflamação orbitária idiopática • Causa mais comum de órbita aguda • Quadro clínico é determinado pelas estruturas acometidas • Varia desde inflamação anterior leve a quadro congestivo difuso grave Traumas/ Contusões • Extremamente comum • Lacerações, perfurações e contusões • Preocupar com infecções secundárias, hemorragias e retenção de corpo estranho • Avaliação neurológica e profilaxia antitetânica Neoplasias • Leucemia • Linfoma • Rabdomiossarcoma • Neuroblastomas • Metástases • Celulites com apresentação atípica, biopsiar Orbitopatia de Graves • Doença auto-imune • Retração palpebral • Proptose • Estrabismo restritivo • Neuropatia óptica • Maioria dos pacientes(90%) tem alguma disfunção tireoidiana auto-imune(maior parte hipertireoidismo ou doença de Graves) • Caracterizada pela produção de auto- anticorpos contra o receptor do hormônio estimulador da tireóide(TSH-R), induzindo produção descontrolada de hormônios tireoidianos Fraturas orbitárias • Qualquer descontinuidade óssea patológica que ocorre subitamente no esqueleto orbitário • Nenhum olho esta tão ruim que uma cirurgia não possa piorá-lo • Medir acuidade visual, reflexos pupilares, motilidade ocular, fundoscopia, biomicroscopia, grau de protusão ocular • Padrão ouro de exame de imagem para trauma é tc órbita • Ressonância quando suspeita de envolvimento de partes moles Evisceração Remoção do conteúdo ocular, mantendo intactos conjuntiva, Tenon, musculatura extra-ocular e nervo óptico. Preserva esclera e ás vezes córnea. Enucleação Todo globo ocular é removido Indicada em casos de tumores, trauma extenso, olho extremamente atrofiado e grandes deformidades da cavidade escleral. Hemangioma Capilar • Tumor de órbita mais frequente em crianças • Benigno, originado da proliferação dos vasos • Tumoração mole, avermelhada e com superfície irregular na pálpebra superior é a manifestação clínica mais frequente • Maioria involui nos primeiros anos de vida • Erros refrativos são comuns pela compressão órbita Tumores de órbita na infância • Linfangioma • Rabdomiossarcoma • Glioma de nervo óptico Tumores Adultos • Tumores de glândula lacrimal • Tumores linfoides • Linfoma de Hodgkin • Linfoma não-Hodgkin • Linfoma de Burkitt • Leucemias • Hemangioma cavernoso • Schwannoma • Neurofibroma Neoplasias 2ªrias da órbita • Carcinoma basocelular • Carcinoma espinocelular • Carcinoma de células sebáceas • Melanoma Tumores do bulbo ocular • Retinoblastoma, retinocitoma e meduloepitelioma • Melanocíticos: melanoma • Metástaticos Vias Lacrimais Queixas: • Produção lacrimal aumentada: lacrimejamento por processos alérgicos, inflamatórios, infecciosos ou irritativos • Dificuldade da lágrima alcançar e adentrar as vias excretoras: alterações de posicionamento das pálpebras ou dificultade de trânsito das lágrimas até as vias excretoras • Dificuldade de escoamento da lágrima secundária à compressão extrínseca: lesões próximas ao sistema excretor comprimindo • Obstrução das vias lacrimais excretores: via lacrimal alta ou baixa Obstrução lacrimal congênita 78% dos RN nascem com obstrução De 80 a 98% dos casos melhoram no primeiro ano de vida Sintomas começam depois de 15 dias de vida Principais patologias das vias lacrimais • Agenesia dos pontos lacrimais • Estenose dos pontos lacrimais • Granuloma piogênico • Canaliculite • Dacriocistite Malformações Congênitas das pálpebras Criptoftalmo: interrupção do mecanismo de fusão das pregas palpebrais Ablefaria: pele e músculo orbicular ausentes, só músculo de Mullere conjuntiva são normais, com completa exposição ocular ao nascimento Coloboma: defeito vertical que envolve a margem palpebral Anquilobléfaro: pálpebras se separam na 25 semana de gestação. Quando isso não ocorre por remanescente de tecido epitelial, elas permanecem grudadas Ptose: definida pela diminuição da distância entre o reflexo pupilar e a margem palpebral, normalmente situado 2mm abaixo do limbo em posição primária do olhar Blefarofimose: ptose bilateral e severa, telecanto, epicanto inverso e ectrópio lateral da pálpebra inferior Doenças comuns das pálpebras Entrópio: margem palpebral invertida, levando os cílios tocarem o globo ocular, pode haver lesão corneana Triquíase: alteração da direção dos cílios, anormalmente encurvados e dirigidos para o globo ocular Ectrópio: eversão da margem palpebral para longe do bulbo ocular Doenças Externas Oculares e Córnea • Biomicroscopia ocular: -proporciona iluminação direta e uma indireta pelo deslocamento intencional do alinhamento do braço do microscópio -sequência do exame deve ser: pálpebras, bordas palpebrais, filme lacrimal, conjuntiva, córnea, humor aquoso, íris, cristalino, humor vítreo Conjuntivites Bacterianas Autolimitada, hiperemia ocular, secreção purulenta, quemose, fotofobia e dor discreta. Gonocócica: causada por Neisseria gonorrhoeae e N.meningitis. Produção maciça de secreção purulenta, quemose intensa e edema palpebral. Linfadenopatia pré-auricular e membrana conjuntival. Sem tratamento pode evoluir para ceratite, com necrose e perfuração ocular (15 a 40% dos casos), DST. Bacteriana aguda: duração de até 3 semanas, autolimitada, Agentes mais comuns são estreptococos, estafilococos e haemófilus. Hiperemia, secreção mucopurulenta, acordam com pálpebras grudadas Bacteriana crônica: estafilococo é a causa mais comum, duração de mais de 3 semanas. Colonização de borda palpebral induzindo reações conjuntival e corneana pelas toxinas liberadas Conjuntivite Bacteriana Neonatal Causas mais frequentes: clamídia, estreptococos, estafilococos, haemophilos, moxarella catarrhalis, escherichia coli e neisseria gonorrhoeae. Secreção mucopurulenta que pode se apresentar com pseudomembranas Ceratite Bacteriana Úlceras bacterianas geralmente ocorrem com alterações nos mecanismos de defesa corneana. Fatores predisponentes: LC, trauma, alterações palpebrais, cirurgias, ceratite herpética, uso de corticoide, olho seco, ceratite neurotrófica, conjuntivites bacterianas. Não dormir com LC, aumenta em 10x o risco! Dor ocular, injeção ciliar, fotofobia e baixa de acuidade visual Ulceração epitelial, supuração estromal, hipópio, reação de câmara anterior Exame laboratorial é fundamental, mas o mais comum é o tratamento empírico. Infecções Virais MOLUSCO CONTAGIOSO: poxvírus, disseminação por contato direto na maioria das vezes. Acomete principalmente bordas palpebrais, lesões nodularem lisas esbranquiçadas ou peroladas, com umbilicação central Toxicidade das partículas virais provoca conjuntivite folicular crônica, ceratite epitelial e pannus vascular superior Lacrimejamento, prurido, hiperemia e sensação de corpo estranho. Pode ter lesões de conjuntiva ADENOVÍRUS: conjuntivite folicular aguda, geralmente bilateral e altamente contagiosa A fase aguda dura ate 3 semanas 4 diferentes apresentações clínicas: 1.epidêmica; 2.febre faringoconjuntival; 3.folicular não específica; 4.ceratoconjuntivite crônica Lacrimejamento, prurido, sensação de corpo estranho, fotofobia, secreção aquo-mucosa, gânglio pré-auricular inflamado, reação folicular conjuntival, blefaroedema, quemose, hemorragias subconjuntivais, pseudomembrana, ceratite, infiltrados subepiteliais HERPES VIRUS: blefaroconjuntivite vesicular, conjuntivite folicular, linfadenopatia regional, ceratite epitelial. Ceratite Fúngica As causadas por fungos filamentosos (Fusarium sp; Aspergillus sp; Penicillium sp; Scedosporium sp) são mais frequentes em climas quentes, geralmente relacionadas a infecções pós traumáticas por materiais vegetais em olhos previamente saudáveis As causadas por leveduras (Candida sp) ocorrem com mais frequência em olhos com doenças preexistentes, como atopia, olho seco, uso incorreto de corticoide. Pacientes inicialmente tem reação inflamatória menor que as bacterianas, depois se tornam iguais. • Infiltrados branco-acinzentado com margens hifadas, lesões satélite e sobrelevadas, podendo ter placas endoteliais, anel imune e hipópio. • O exame laboratorial é imprescindível na rotina diagnóstica das úlceras corneanas, porque o aspecto clínico é muito semelhante Parasitárias Acanthamoeba: protozoário classificado como ameba de vida livre Maior parte dos casos associado ao uso de lentes de contato, também associado a traumas e exposição a água contaminada Irritação, fotofobia e hiperemia, diminuição da sensibilidade corneana Pode iniciar com alteração epitelial com aspecto de pseudodendrito, confundindo com herpes Queixa de dor em fase mais avançada é desproporcional à inflamação encontrada Com a evolução da infecção aparece ceratite estromal necrosante com anel paracentral Diagnóstico sempre laboratorial, tratamento longo. Clamídia Conjuntivite folicular crônica, problema de saúde pública -Segundo microorganismo mais frequente como causa de conjuntivite crônica no adulto, tracoma é a terceira causa de cegueira no mundo -Conjuntivite neonatal, contamina pelo canal de parto, manifesta nos primeiros 10 dias de vida, pode provocar infecções das vias respiratórias, otite, vaginite e pneumonia intersticial afebril. Pseudomembrana na conjuntiva tarsal nas primeiras 3 semanas de vida confirma diagnóstico Doenças Imunológicas • Conjuntivite atópica: alteração da superfície ocular causada por mecanismo de hipersensibilidade tipo 1 (mediado pela IgE). Tem como sintoma principal prurido 20% da população geral sofre de alergia ocular 4 tipos: 1)conjuntivite alérgica (sazonal ou perene) 2)ceratoconjuntivite primaveril 3)ceratoconjuntivite atópica 4)conjuntivite papilar gigante Conjuntivite alérgica: mais comum, indivíduos sensibilizados expostos a alérgenos, frequentemente associado a rinite e asma • Sintomas principais são prurido, edema palpebral, hiperemia conjuntival e quemose. Histamina é a principal responsável pelos sinais e sintomas • Crises sazonais ocorrem em certas estações do ano por exposição a pólens • Forma perene semelhante mas crônica e com sintomas menos intensos Ceratoconjuntivite primaveril: afecção alérgica crônica e bilateral, com exacerbações sazonais, mais frequentes na primavera e verão, em regiões de clima quente e seco. • Predileção por meninos entre 2 e 10 anos de idade, com tendência à resolução na puberdade • Prurido, lacrimejamento, sensação de corpo estranho, fotofobia e secreção mucosa • Forma palpebral com papilas gigantes com aspecto de paralelepípedo • Forma límbica, com papilas no limbo • Forma mista • Córnea com ceratite puntacta superficial • Neovascularização corneana e pannus são frequentes em região superior • Ceratocone pode estar associado Dermatoconjuntivite Atópica: inflamação crônica e bilateral da conjuntiva e pálpebra • Crises mais frequentes no inverno, mais no sexo masculino, após 40 anos de idade • Crises desencadeadas por exposição a ácaros, sintomas são intensos, com prurido, lacrimejamento, visão embaçada e fotofobia • Pálbebras podem ter descamação, desenvolver blefarite seccundária, resultando em entrópio, ectrópio e estenose do ponto lacrimal• Córnea acometida por ceratite puntacta e ulcerações, com opacidade corneana e neovasclarização. Associação com ceratocone é frequente Conjuntivite Papilar Gigante: presença de papilas gigantes(maior ou igual a 3mm) na conjuntiva palpebral superior, frequente uso de LC gelatinosas • Sintomas de intolerância ao uso de LC, secreção mucosa matutina após uso, sensação de corpo estranho e prurido, hiperemia conjuntival Doenças Imunológicas da Esclera • Episclerite: inflamação benigna da episclera, autolimitada, acomete geralmente mulheres jovens entre 20 e 60 anos • Maioria idiopática, cerca de 30% tem alterações sistêmicas associadas como doenças do colágeno, rosácea, doença de Crohn, atopia e doenças infeciosas • Dois tipos: simples e nodular • Quadro de hiperemia, desconforto ocular, lacrimejamento, fotofobia e dor de baixa intensidade. Instalação de fenilefrina a 10% clareia área afetada por vasoconstrição dos vasos afetados, diferenciando das esclerites. Na nodular a duração é mais prolongada • Esclerite: inflamação da esclera, de manifestação mais grave. • Dor intensa, 55% dos pacientes tem alterações em outras estruturas do globo ocular e 15% dos pacientes evoluem com diminuição da acuidade visual • Indivíduos entre 30 e 50 anos de idade, mais sexo feminino, bilateral em 52% dos casos, maioria associada a doenças sistêmicas • Artrite reumatoide, granulomatose de Wegener, policondrite e poliartrite nodosa, e doenças infecciosas, como sífilis, tuberculose, hanseníase e herpes-zoster • Dor intensa, que pode piorar a noite, olho sensível ao toque, coloração violácea, com vasos tortuosos • Na esclerite posterior tem dor grave, restrição da movimentação ocular, com piora da dor, proptose discreta, diplopia e diminuição da acuidade visual. Doenças da Superfície Ocular Olho seco (ceratoconjuntivite seca):diminuição da quantidade, modificação da qualidade e/ou diminuição da estabilidade da lágrima • 15 a 40% da população apresenta sinais de olho seco • Sintomas: sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia, embaçamento, pioram no final do dia, nas condições de baixa umidade, e após uso excessivo da visão de perto • Pode ser dividida em dois grupos: 1. deficiência aquosa do filme lacrimal (doença lacrimal, obstrutiva, diminuição da sensibilidade corneal e síndrome de Sjogren); 2. evaporação excessiva ( disfunção glândulas de Meibomius, desordens dom pestanejar, desordens da posição das pálpebras e deficiência de mucina Blefarites • Afecções que acometem, de forma inflamatória as pálpebras e/ou margens palpebrais e que podem envolver, secundariamente, a superfície ocular adjacente • Processo crônico, complexo, com diversos sinais e sintomas • Pacientes apresentam população bacteriana aumentada colonizando a margem palpebral e a pele • Pálpebras: hiperemia, telangiectasias, crostas cílios, perda e má posição dos cílios, hordéolos, calázios • Conjuntiva: hiperemia, inflamação, reação folicular e papilar • Córnea: epiteliopatia puntacta, infiltrados marginais, ulcerações, vascularização, cicatrização • Sintomas: associados a conjuntivites, alteração camada lacrimal e ceratite • Irritação, queimação, fotofobia, lacrimejamento e prurido • Margens palpebrais vermelhas e com crostas Anomalias Congênitas • Microftalmo: olho pequeno e estruturalmente desorganizado • Nanoftalmo: olho pequeno, porém funcional, com organização e proporção relativamente normais. Alta hipermetropia,fendas palpebrais estreitas, esclera fina e câmara anterior rasa, com ângulo estreito • Microcórnea: diâmetro horizontal menor que 11mm. Geralmente acompanha-se de hipermetropia, córnea plana, leucoma, coloboma de íris, catarata congênita e glaucoma • Megalocórnea: diâmetro horizontal maior que 13mm. Recessiva ligada ao x, 90% são homens. São míopes na maioria das vezes, podem ter subluxação do cristalino, catarata , hipoplasia do estroma da íris. • Córnea plana: raio de curvatura inferior a 43 dioptrias. Hipermetropia, câmara anterior rasa com maior chance de glaucoma Glaucoma Congênito • Lacrimejamento, fotofobia e edema de córnea (nos primeiros 5 dias de vida), são os sinais clínicos mais evidentes • Roturas membrana de Descemet, aumento PIO, buftalmo, aumento escavação do nervo óptico Esclerocórnea • Esclerificação total ou parcial da córnea, geralmente vascularizada, uni ou bilateral, não-progressiva e não inflamatória. Em geral a área central é menos opaca que a periferia Dermóide ou Coristoma Epibulbar • Presença de tecido de outras áreas (pele, osso, dentes) sobre o limbo, contendo elementos do ectoderma e mesoderma, como tecido epitelial queratinizado, pelos, gordura, vasos sanguíneos, nervos, músculos e tecido cartilaginoso • Lesão geralmente arredondada ou ovalada, geralmente no limbo ínfero-temporal, sem crescimento, geralmente assintomáticos. Tumores de Conjuntiva e da Córnea • Geralmente ambos tecidos são acometidos simultaneamente, características histológicas semelhantes -Epitélio: cistos epiteliais, papiloma escamoso, hiperplasia benigna, placa ceratótica, displasia, carcinoma -Melanócitos: nevo, melanose, melanoma -Anexos epidermais: oncocitoma, adenoma pleomórfico, hiperplasia de glândulas sebáceas, carcinoma de glândulas sebáceas -Tecido conectivo: pinguécula, pterígio, granuloma piogênico, fibroistiocitoma, rabdomiossarcoma, leiomiossarcoma, sarcoma de Kaposi. - Tecido linfoide: hiperplasia linfoide benigna, linfoma - Vasos sanguíneos: telangiectasias, linfangiomas - Nervos: neurofibroma, neurilemoma Lesões benignas: dermóide epibulbar, dermolipoma, coristoma, glândula lacrimal ectópica Tumores metastáticos: raros, geralmente são extensões de tumores do trato uveal, pálpebras, órbita ou seios paranasais Distrofias de Córnea • Opacidades corneais, geralmente bilaterais, não inflamatória, simétricas e avasculares. Início precoce, usualmente na infância, evolução lenta, sem associação com outras doenças oculares ou sistêmicas • Distrofias epiteliais: Meesmann, Membrana basal do epitélio • Distrofia da Membrana de Bowman: de Reis- Bucklers • Distrofias estromais: Granular, Macular, Lattice, Avellino, Gelatinosa em Gota, Cristaliniana Central de Schnyder • Distrofias endoteliais: Córnea Guttata, Fuchs, Polimorfa Posterior, Hereditária Congênita Ceratocone Afinamento corneano central ou paracentral, geralmente inferior, progressivo , que faz com que a córnea apresente um abaulamento em forma de cone. Pode se anterior ou posterior Linhas paralelas, verticais, finas no estroma corneano, estrias de Vogt Cone avançado projeta a pálpebra inferior para frente e para baixo, quando olhos são voltados para baixo, sinal de Munson Rotura da membrana de Descemet pode produzir edema corneal intenso (hidropsia aguda) Pterígio • Tecido fibrovascular com formato triangular que se dispõe sobre a córnea • Importância da exposição à radiação ultravioleta para o aparecimento do pterígio • Maioria se inicia na conjuntiva bulbar nasal • Sensação de corpo estranho, ardência, irritação, lacrimejamento, astigmatismo irregular e alteração visual CRISTALINO E CATARATA Anomalias congênitas: Afacia ausência do cristalino Coloboma falha no contorno da estrutura. Pode estar associado a coloboma do trato uveal e ter opacificação do cristalino perto da lesão, formando catarata segmentar. Lenticone e Lentiglobo deformação em forma de cone ou esférica da porção central das faces anterior ou posterior do cristalino Microesferofacia anomalia bilateral onde o cristalino é pequeno e esférico por defeito da zônula, causa acentuada miopia lenticular Ectopia Lentis deslocamento do cristalino causado por defeito no sistema de sustentação. Pode ser congênita, de desenvolvimento ou adquirida. Deslocamento parcial é chamado de subluxação e o deslocamento completo, luxação. Apresentam diminuição da visão, astigmatismo, diplopia monocular e iridodonese (ondulação do cristalino) Síndrome de Marfan doença mais associada ao deslocamento do cristalino, ectopia observada em 80% dos indivíduos. Hereditária, deficiência bioquímica com alterações do tecido conectivo, com comprometimento cardíaco e musculoesquelético. Pacientes altos, dedos longos (aracnodactilia), frouxidão nas articulações, deformidades torácicas, alterações cardíacas (aneurisma de aorta ascendente) Subluxação geralmente é supero-temporal e não progressiva Homocistinúria doença autossômica recessiva, erro no metabolismo da metionina, com níveis séricos aumentados de homocistina. Normais ao nascimento, evoluem com convulsões, osteoporose, oclusão arterial e retardo mental progressivo Deslocamento do cristalino geralmente é bilateral e em 90% das vezes tende a ser nasal e inferior, miopia é muito comum Aniridia ausência completa da íris ou hipoplasia grave, associada a pannus corneano, epiteliopatia, glaucoma, hipoplasia foveal e do nervo óptico, bem como nistagmo. Casos esporádicos, sem herança pode estar associado a tumor de Wilms Opacidade do cristalino pode estar presente ao nascimento e em até 85% dos casos nas primeiras duas décadas de vida Catarata infantil importante causa de baixa de visão na infância. Diagnóstico precoce importante para prognóstico visual. Presentes ao nascimento Catarata do desenvolvimento ou infantis: aquelas que se desenvolvem nos primeiros anos de vida Catarata senil cristalino aumenta em volume e tamanho ao longo da vida, mudando também sua coloração para amarelada e próximo do marrom. Catarata só é relevante se houver redução da acuidade visual Pacientes normalmente se queixam de ofuscamento, que pode ser pior em situações de diminuição do contraste em situações de luminosidade intensa durante o dia ou para dirigir a noite com faróis em sentido contrário O desenvolvimento da catarata pode aumentar o poder dióptrico da lente e causar grau de miopia leve a moderado Glaucoma • Pressão ocular é o principal fator de risco para o desenvolvimento de neuropatia óptica glaucomatosa, sendo a redução da PiO o principal objetivo do tratamento do glaucoma • Não existe número mágico, aquele onde não há dano glaucomatoso na cabeça do nervo óptico • Valores da PIO geralmente são mais altos no período matutino (6 e 11h) e menores entre meia-noite e 2 da madrugada, com oscilação diurna entre 3 e 5mmHg, sendo essa oscilação maior no pacientes glaucomatosos • Tamanho e aspecto da escavação do nervo óptico: com perda de fibras nervosas há aumento da área de escavação, esse dado isolado, no entanto, é pouco específico para o diagnóstico • Aspecto é o mais importante: relação escavação vertical maior que horizontal; assimetria na escavação dos dois olhos; escavação da rima nasal, já que ela é a última a sofrer dano glaucomatoso • Campo Visual: objetiva determinar a extensão do campo visual e o tamanho e a localização de escotomas, determinando o limiar visual de vários pontos do campo de visão • As células ganglionares da retina e seus axônios são os alvos primários do dano glaucomatoso • Principais áreas acometidas são as arqueadas superior e inferior GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO ABERTO Neuropatia óptica glaucomatosa é caracterizada por alterações do disco óptico e/ou camada de fibras nervosas da retina e perda de campo visual, em que a pressão intraocular elevada é um dos fatores de risco Não se consegue identificar uma causa ocular ou sistêmica Pode ser 3 tipos: 1. glaucoma de pressão normal, 2. glaucoma juvenil de ângulo aberto(10 a 30 anos de vida), 3. suspeito de glaucoma(PIO elevada com NO E CV normais) Glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível entre adulto afro-americanos e a segunda causa de cegueira no mundo Fator hereditário importante Humor aquoso é produzido nos processos ciliares na câmara posterior, segue para a câmara anterior através do orifício pupilar. Drenagem ocorre pela via trabecular( trabeculado corneoescleral, canal de Schlemm, canais coletores, sistema venoso episcleral) 5 fatores de risco para GPPA: 1. pressão ocular elevada; 2. idade avançada; 3.história familiar; 4. raça negra; 5. espessura central corneana fina Quadro clínico: insidioso, lentamente progressivo, usualmente bilateral podendo ser assimétrico Diagnóstico feito por meio de avaliação da PIO, aparência do disco óptico e alterações do CV Glaucoma de pressão normal: as mesmas alterações do glaucoma em pacientes com PIO abaixo de 21mmHg GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO FECHADO Fechamento parcial ou completo do ângulo da câmara anterior, com aumento da pressão intraocular de forma aguda, intermitente ou crônica, com eventual lesão do nervo óptico Diferenças biométricas comuns nos pacientes com ângulo fechado: - menor diâmetro corneano - menor raio de curvatura anterior da córnea - menor raio de curvatura posterior da córnea - câmara anterior mais rasa - menor raio de curvatura anterior do cristalino - cristalino mais espesso - posição avançada do cristalino - menor volume da câmara anterior - menor comprimento axial do olho Fechamento do ângulo pode ser causado por uma ou por combinação dessas anormalidades • O ângulo se fecha por: 1. Bloqueio pupilar 2. Bloqueio induzido pelo corpo ciliar (íris em plateau) 3. Bloqueio induzido pelo cristalino 4. Bloqueio por causas posteriores ao cristalino • Fatores de risco: Demográficos: idade avançada, sexo feminino, história familiar positiva de GPAF, ascendência asiática, especialmente chinesa Oculares: hipermetropia, ângulo oclusível, câmara anterior rasa, pequeno diâmetro corneano, cristalino espesso, pequeno comprimento axial do ollho GLAUCOMAS SECUNDÁRIOS -hemorragias intraoculares -traumatismos -alterações do cristalino -facolítico -afecções da esclera e episclera -uveítes -neovascular UVEÍTES Significa inflamação do trato uveal, que é composto pela íris, corpo ciliar e coróide Na prática também designa inflamações que acometem a retina, o nervo óptico e o corpo vítreo Tanto a inflamação quanto o processo de cura podem ser altamente danosos para os tecidos O diagnóstico específico é conseguido em 75 a 85% dos pacientes • Classificação anatômica: -anteriores: irite, ciclite anterior, iridociclite ou ceratouveítes -posteriores: retina e coróide -intermediárias: vítreo e retina periféricas, geralmente tem curso crônico -pan-uveítes: difusas, acometendo todo os segmentos do olho, causando baixa de visão importante • Classificação quanto início, duração e curso clínico • Uni ou bilateralidade: -maioria dos casos acomete os dois olhos no prazo de alguns meses -classificação de unilateral é importante no diagnóstico: pós cirúrgico, secundária a corpo estranho intra-ocular, necrose retiniana aguda, toxocaríase • Etiologia: 1.Endógena: provocada por agentes provenientes de um outro lugar do corpo ou de reação imune ocular, dividido em imunológicas ou infecciosas 2.Exógenas: inflamações do trato uveal secundárias a traumas cirúrgicos ou acidentais, penetrantes ou não • Classificação Patológica: 1. Granulomatosas 2. Não-granulomatosas Uveítes Reumáticas • Espondiloartropatias:grupo de doenças com características comuns -espondilite anquilosante, artrites reativas (síndrome de Reiter), artrite psoriática, artrite das enteropatias, espondiloartropatias indiferenciadas, espondiloartropatias juvenis -características comuns: 1. Acometimento da articulação sacroilíaca e da coluna vertebral, especialmente a coluna lombar 2. Envolvimento articular periférico com predomínio das grandes articulações 3. Frequente inflamação das enteses (sítios cartilaginosos onde tendões e ligamentos se fixam aos ossos) 4. Fator Reumatóide negativo 5. Ausência de nódulos reumatóides subcutâneos 6. Positividade para o HLA-B27 7. Tendência à sobreposição das manifestações clínicas nas diversas doenças Espondilite Anquilosante • Acomete articulações sacroilíacas, coluna vertebral e articulações periféricas em menor grau • Predileção por sexo masculino, 2 a 4/1 • 20 a 35 anos • 25% dos pacientes tem acometimento ocular • 96% HLA-B27 positivos • Irite na maioria, conjuntivite • Quadro mais típico é uveíte anterior aguda, não granulomatosa e recidivante • Dor ocular, fotofobia, hiperemia ocular, embaçamento visual, lacrimejamento, ptose mecânica Artrite Psoriática • Pacientes com psoríase com fator reumatoide negativo • Cerca de 20% dos pacientes com psoríase tem artropatia e 20% deles tem uveíte, sacroileíte e acometimento ascendente da coluna vertebral • Manifetação ocular mais comum é conjuntivite, de evolução crônica e com secreção mucoide abundante. Pode ocorrer também iridociclite, esclerite, episclerite e ceratoconjuntivite seca Artrite da Enteropatias • Pacientes com retocolite ulcerativa e com doença de Crohn podem desenvolver uveíte. Cerca de 5% desenvolverão doença ocular • Conjuntivite, episclerite, iridociclite recorrente • Menos comuns úlcera de córnea periférica, ceratite, blefarite, síndrome de Sjogren, esclerite, miosite, retinopatia serosa Artite Reumatóide Juvenil • Artrite em uma ou mais articulações com início em idade inferior a 16 anos • Artrite definida como presença de edema ou dois ou mais dos seguintes sinais: limitação, dor à compressão ou movimentação e calor. Duração de no mínimo 6 semanas e outras doenças reumáticas excluídas • Portadores da forma oligoarticular correm um risco muito elevado de desenvolver uveíte • A gravidade da uveíte não está relacionada com o grau de acometimento articular • Uveíte crônica, manifesta complicações: ceratopatia em faixa, sinéquias posteriores, membrana pupilar, catarata, hipotonia ocular, glaucoma, acometimento do segmento posterior, atrofia ocular Hanseníase • Doença infectocontagiosa, crônica, que compromete principalmente pele e nervos periféricos • Alto poder incapacitante da doença. A lesão ocular não é muito frequente, mas é grave e muitas vezes irreversível • Complicações oculares são mais frequentes nas formas multibacilares. • Alterações mais frequentes são madarose de supercílio e/ou diminuição da sensibilidade corneana • Principais causas de cegueira são doenças corneanas secundárias ao lagoftalmo e irite crônica • Pérolas irianas são patognomônicas: bacilos e monócitos • Acometimento ocular ocorre por diferentes mecanismos: - Lesão direta pelo bacilo do V (trigêmio) e do VII (facial) nervos cranianos - Lesão direta por invasão bacilar: contato direto com mucosa conjuntival, pelas vias lacrimais, endógena pela via sanguínea - Lesão das estruturas oculares secundárias a reações imunológicas durante a evolução da doença, que pode levar a iridociclite aguda, esclerites, neurite óptica e agravamento da hipoestesia corneana Uveíte Intermediária (Pars Planitis) • Quadro inflamatório intra-ocular que acomete o vítreo, retina periférica e a pars plana • Acomete principalmente crianças e adultos jovens (5 a 30 anos), bilateral em 80% dos casos • Sintoma mais frequente é a percepção de moscas volantes, evoluindo com embaçamento visual, floaters e diminuição da acuidade visual • Catarata e glaucoma são complicações frequentes tanto pela reação inflamatória quanto secundárias ao uso de corticóides • Vitreíte é o marcador da doença, classicamente há formação de snowballs que são opacidades vítreas pequenas e arredondadas. Quando há organização mais grosseira no vítreo é chamada de snowbank • Edema macular cistóide é a complicação mais comum, com diminuição importante da acuidade visual. Uveítes Posteriores • Toxoplasmose: principal causa de uveíte posterior no Brasil, responsável por sequelas graves, incluindo perda completa da visão • Toxoplasma gondii, protozoário intracelular obrigatório • 3 formas: 1. taquizoíta (forma proliferativa encontrada na fase aguda da doença; 2. bradizoíta (forma cística, encontrada na fase crônica em vários tecidos, como retina, músculo esquelético, SNC e coração, muito resistentes e podem persistir por anos nos tecidos); 3. oocisto (estão nas células intestinais dos felídeos e eliminados junto as fezes, bastante resistentes às condições do meio ambiente) • Transmissão: 1. Ingestão de oocistos: contaminação de alimentos e reservatórios de água 2. Ingestão de cistos teciduais: carne crua ou mal cozida 3. Infecção transplacentária: transmissão de mão para feto ocorre em cerca de 40% dos conceptos cujas mães são infectadas na gravidez 4. Outras vias de transmissão: ingestão de leite ou saliva contaminada, deposição na mucosa vaginal junto com esperma, acidentes de laboratório, transfusão sanguínea, lambedura ou inalação de perdigotos, transplante de órgãos, manipulação de órgãos ou secreção de animais mortos contaminados • Prevalência entre adultos varia de 50 a 83% • Prevalência baixa ou quase nula em locais não habitados por felinos • Retinocoroidite toxoplásmica ocorre em 70 a 90% dos casos de infecção congênita • Em infecção adquirida ocorre em 2 a 30% dos casos • Profilaxia: evitar contato com fezes de gatos, lavar frutas e legumes e mãos, controlar pragas domésticas, evitar ingestão de água de procedência duvidosa, evitar carne crua ou mal passada, salgar embutidos, investigação de doadores e receptores de órgãos, controle de hemoderivados, precaução para indivíduos que trabalham em laboratório, ingerir apenas leite e queijo industrializados • Toxocaríase: causada por Toxocara canis e Toxocara cati Causa síndrome chamada larva migrans visceral, quando tem acometimento ocular chamada larva migrans ocular ou toxocaríase ocular Ocorrem predominantemente na infância, por levarem mãos e objetos sujos na boca, por geofagia e por contato íntimo com animais Envolvimento ocular geralmente ocorre em crianças de 4 a 6 anos e geralmente é unilateral Diagnóstico por presunção, confirma somente com biópsia • Doença da arranhadura do gato: infecção sistêmica causada pela bactéria Bartonella henselae, manifestação ocular mais comum é neurorretinite Transmitido a partir de mordida ou arranhadura de animal infectado, normalmente gato, envolvimento ocular ocorre em 5 a 10% dos casos Provoca síndrome oculoglandular de Parinaud, caracterizada por conjuntivite folicular, linfadenopatia (pré-auricular, submandibular e cervical) e febre Hiperemia conjuntival, edema palpebral, epífora, ulceração e necrose do epitélio conjuntival • Neurorretinite: perda da acuidade visual uni ou bilateral, edema de disco óptico, descolamento seroso da mácula e estrela macular. Escotoma central, defeito pupilar aferente. Células no corpo vítreo geralmente estão presentes • Tuberculose ocular: agente etiológico Mycobacterium tuberculosis Olho pode ter acometimento em segmento anterior eposterior 1 a 2 % dos pacientes com TB Disseminação hematogênica é a mais comum Forma mais comum de envolvimento é a uveíte Podem ter granulomas em conjuntiva e pálpebras, nesse último simulando calázio Pode ter ceratoconjuntivite, esclerite e episclerite, celulite orbitária, periostite, osteomielite, abcesso, dacrioadenite crônica • Apresentação clínica mais comum da uveíte posterior são os granulomas de coróide. • Também retinite exsudativa, vasculite retiniana, descolamento seroso da retina • Sífilis ocular: podem ocorrer alterações em qualquer estrutura do globo ocular e seus anexos • Sífilis primária pode ocorrer o cancro de pálpebra e de conjuntiva, conjuntivite e ceratite • Sífilis secundária a uveíte anterior é o principal achado ocular • Sífilis terciária o acometimento ocular está presente em 10% dos pacientes. Uveíte anterior é o achado mais comum. Pode ocorrer também esclerite, vasculite retiniana e coriorretinite • Sífilis congênita pode ocorrer ceratite intersticial bilateral, irite, iridociclite, coriorretinite e vasculite, levando a fundus em sal-e-pimenta típico, e a atrofia óptica • Sarcoidose: doença imunológica crônica, de etiologia desconhecida, caracterizada pela formação de granulomas inflamatórios • Doença ocular ocorre em 15 a 20% dos casos, afetando principalmente úvea, conjuntiva, glândula lacrimal e nervo óptico • Uveíte é frequente e geralmente é uma manifestação precoce • Doença de Behçet: doença inflamatória multisistêmica, caracterizada por úlceras orais recorrentes, úlcera genitais, lesões cutâneas e inflamação ocular e, que frequentemente envolve articulações, SNC e trato gastrointestinal • Vasculite sistêmica, principalmente de veias de pequeno calibre, que pode causar alterações em praticamente todos os órgãos e sistemas • Etiologia desconhecida, envolve patogênese auto-imune • Curso crônico, com períodos de exacerbação e remissão, com lesão progressiva dos órgãos envolvidos • Faixa etéria mais envolvida entre 20 e 40 anos, associação com HLAB51 • Acometimento ocular em 30 a 70% dos casos e é mais comum e mais grave em homens, geralmente bilateral e assimétrico • Pode ter acometimento em segmento anterior e posterior ( mais grave, perda significativa da visão é superior a 50% em 5 anos) • Segmento anterior: episódios recorrentes de iridociclite aguda, sintomas mais comuns são embaçamento, dor, fotofobia e lacrimejamento. Hipópio é sinal característico, ocorre em 33% dos casos. • Segmento posterior: vasculite é a manifestação mais característica, outros achados são vasculopatia oclusiva, vitreíte e retinite RETINA E VÍTREO • Doenças adquiridas da mácula: 1. Coriorretinopatia serosa central: um ou mais pontos de extravasamento de contraste em nível de EPR, levando a acúmulo de líquido no pólo posterior e resultando em um descolamento serosa da retina. Há forma aguda, com resolução expontânea em algumas semanas e a crônica, com episódios recorrentes com atrofia do EPR e BAV permanente. Há desregulação da microcirculação coriocapilar, Níveis séricos de catecolaminas e corticosteroides estão aumentados. Ocorre em episódios de estresse, personalidade tipo A, Cushing, período gestacional. Mais comum em homens acima de 50 anos, menos frequente em negros Sintomas: alterações visuais variando de 20/20 a 20/200, alterações na tabela de Amsler, metamorfopsia, discromatopsia, escotoma central, hipermetropização, diminuição da sensibilidade ao contraste Achados clínicos: elevação retina neurossensorial no pólo posterior. Casos crônicos podem evoluir com cistos retinianos, edema macular cistóide e até membrana neovascular sub-retiniana. Apenas 5% evoluem com perda visual grave e permanente 2. Degeneração macular relacionada à idade: principal causa de cegueira legal no mundo ocidental em faixas superiores a 50 anos. Cerca de 30% da população acima de 75 anos apresenta algum grau de DMRI Predominantemente em caucasianos. Outros fatores de risco são: obesidade, tabagismo, HAS, ingestão aumentada de lipídios, exposição excessiva a luz solar, íris de coloração clara. Pode ser classificada em seca ou não-neovascular e exsudativa ou neovascular • 2.1. DMRI seca: 90% dos casos. Caracteriza-se pela presença de drusas, áreas de atrofia geográfica e hiperpigmentação do EPR, 20% dos casos de cegueira • drusas são depósitos brancos ou amarelados, discretamente elevados, localizados entre a membrana basal do EPR e a membrana de Bruch - Hiperpigmentação focal do EPR e atrofia geográfica : presença de pontos ou padrões organizados de pigmento na mácula. Atrofia geográfica é definida como atrofia do EPR com diâmetro maior que 175 micras • 2.2 DMRI exsudativa ou neovascular: crescimento de neovasos da coroide, acompanhado de extravasamento seroso e/ou sanguinolento dos vasos da NVC para a área abaixo da retinossensorial, EPR ou para o interior da parede retiniana • Menos prevalente, 10% do total dos casos, mas responsável por 80% dos casos de cegueira legal atribuídos à DMRI • Diminuição abrupta da visão central, metamorfopsia, escotomas centrais ou paracentrais Maculopatia miópica: indivíduos mais instruídos e de classe econômica mais elevada tem maior prevalência de miopia. Miopia pode ser fisiológica ou patológica (quando grau é maior que 6 ou quando o comprimento axial do olho é maior que 26,5mm) Devido ao comprimento aumentado do globo ocular, fibras colágenas ficam mais alongadas e esclera mais fina. O afastamento do EPR e da coroide das margens papilares originam aspecto clínico conhecido como connus miópico, com atrofia coriorretiniana peripapilar. Comum aparecimento de lesões lineares e pigmentadas chamadas lacquer cracks, aumento progressivo dessas lesões induz áreas extensas de atrofia coriorretiniana Degeneração vítrea senil: 90% da população acima de 40 anos apresenta degeneração do vítreo central. O descolamento do vítreo posterior(DVP), ocorre coma a separação da MLI e do córtex vítreo, ocorre em 66% dos pacientes com mais de 65 anos, de 8 a 15% podem ter roturas retinianas Buraco macular: grande maioria é idiopática, ocorrendo primariamente sem outras alterações oftalmológicas. Ocorre mais após a sétima década, com incidência maior em mulheres Ocorre uma tração tangencial pelo vítreo cortical posterior sobre a fóvea, levando a formação do buraco Metamorfopsia, baixa de visão central, diminuição ou ausência da depressão foveal Podem ser secundários a traumas, cirurgias, hemorragias e roturas de coroide Retinopatia hipertensiva: mais frequente em negros que em brancos (2:1), como na HAS. Aumento de riscos coronarianos Estreitamento arteriolar é a característica mais marcante. Há diminuição da razão entre o calibre arteriolar e o venular, que normalmente é de 2:3 Aumento de PA de longa duração pode levar a quebra da barreira hematorretiniana interna, com extravasamento de plasma e hemácias, manifestando como hemorragias retinianas e lipídeos intra- retinianos Arterioesclerose hipertensiva consiste no aumento progressivo da espessura da camada elástica e muscular das paredes elástica e muscular das paredes arteriolares Aumento da espessura leva a mudança na luz refletida pela parede vascular. Normalmente ela é invisível, somente o sangue é visto no lúmen do vaso Com a parede do vaso espessada, o reflexo dorsal fica mais fosco e espessado, com mais difusão da luz, reflexo se torna vermelhoamarronzado, com aspecto de fio de cobre Se aumenta mais, há redução acentuada do lúmen e a coluna de sangue não é visualizada, adquirindo aspecto de fio de prata. Espessura aumentada dos vasosprovoca alterações nos cruzamentos arteriovenulares, onde a arteríola e vênula compartilham a mesma adventícia. A compressão da vênula sobre a arteríola é chamada de sinal de Gunn, podendo até ocorrer uma interrupção da coluna sanguínea. O ingurgitamento venoso é chamado de sinal de Bonnet O ângulo de cruzamento dos vasos normalmente é agudo. Pode se tornar obtuso e em alguns casos, reto. Essa alteração é denominada sinal de Salus Outras associações são macroaneurismas, exsudatos algodonosos, hemorragias intre-retinianas e oclusões arteriais e venosas Retinopatia diabética: 150 milhões de pessoas afetadas pelo DM, 1 a 3% da população mundial, número pode duplicar ate 2025. Fatores associados são aumento populacional, envelhecimento, dieta inadequada, obesidade, sedentarismo DM é a causa mais frequente de cegueira nos países industrializados entre as populações ativas, correspondendo a 30% dos pacientes cegos RD ocorre em quase todos os pacientes com DM tipo 1 e em mais de 60% dos pacientes com DM tipo 2 Fatores de risco: 1. Tempo de evolução: 2% dos usuários de insulina em 2 anos e 98% com mais de 15 anos 2. Controle metabólico: associado a aparição e progressão da doença 3. Tipo e tratamento do DM: tipo 1 mais grave, usuários de insulina pior que hipoglicemiante oral, que é pior que dieta 4. Genética: vários genes estudados 5. HAS: maior prevalência, gravidade e progressão da doença 6. Tabagismo: agrava por piora da hipóxia 7. Gravidez: piora por dificuldade de controle metabólico, alterações hormonais e hemodinâmica 8. Nefropatia: proteinúria associada a maior prevalência e gravidade da RD e de edema macular 9. Fatores oculares: menor prevalência de RD em pacientes com glaucoma e proteção contra desenvolvimento de RD proliferativa em olhos míopes Retinopatia dividida em não proliferativa e proliferativa, evolução mais grave da primeira que tem como diferencial o surgimento de neovasos retinianos Primeira manifestação clínica são microaneurismas, que aparecem como pequenos pontos vermelhos e arredondados Depois dilatação venosa, ingurgitamento venoso, tortuosidade vascular, hemorragias retinianas profundas, hemorragias em forma de chama de vela, exsudatos duros(extravasamento plasmático dos microaneurismas) ou algodonosos(sofrimento isquêmico retiniano em zonas de não perfusão capilar) Oclusão de veia central da retina: pode causar perda acentuada e permanente da visão. Geralmente após a sexta década de vida Perda abrupta, indolor e unilateral da visão, incluindo hemorragias retinianas, bem como tortuosidade e dilatação vascular Pode observar também edema do disco óptico, exsudatos algodonosos e edema macular. Pode ter hemorragia vítrea Oclusão artéria central da retina: mais frequente após 60 anos de idade, mais sexo masculino Causas: êmbolos, hemorragias de placas arterioscleróticas, trombose intraluminal, espasmo arteriolar, vasculite, necrose arteriolar hipertensiva Doenças sistêmicas associadas: HAS, DM, estenose de artéria carótida e doença cardíaca valvular Perda súbita e indolor da acuidade visual, unilateral que pode ser precedida de amurose fulgaz em 25% dos pacientes Retina pálida e opaca em consequência de edema difuso Fóvea cor vermelho-cereja característica, porque a circulação da coroide persiste e pode ser vista através da retina mais fina da fóvea Prognóstico depende da rapidez das medidas terapêuticas adotadas, mas em geral é pobre Maioria dos pacientes fica com visão de contar dedos ou movimento de mãos Sistêmico: em 5 anos a mortalidade dos pacientes com aclusão da ARC é de cerca e 40% e deve-se geralmente a infarto do miocárdio Distrofias hereditárias da retina e coroide Distrofia de cones: perda inicial da acuidade visual e visão de cores com subsequente perda de campo visual periférico Perda visual é o sintoma mais predominante, fotofobia, pode desenvolver nistagmo adquirido Aspecto bull”s eye Retinose pigmentar: hereditariedade, perda e atrofia de tecido retiniano Cegueira noturna é um dos principais sintomas da RP. Início dos sintomas em idade média de 10,7 anos na forma autossômica recessiva e de 23,4 na autossômica dominante Há também perda de visão de cores quando acuidade visual cai de 20/40, podem apresentar fotopsias, que param quando há piora do campo visual Doença de Stargard (fundus flavimaculatus): grupo das distrofias maculares juvenis Área atrófica macular com alguns ou vários pontos amarelados circundantes Genética e autossômica recessiva Idade entre 6 e 20 anos, com queixas de diminuição gradual bilateral da acuidade visual que pode chegar a 20/200 Primeiro sinal desaparecimento do reflexo foveolar Depois fóvea com aparência granular, posterior área oval de atrofia do EPR, com aparência de bronze batido, aspecto de sal e pimenta na periferia Degeneração viteliforme: também chamada de doença de Best Herança autossômica dominante Atrofia do EPR com retina interna descolada do EPR Deterioração da visão coma evolução lenta da doença Com o aparecimento do disco viteliforme pode haver queixas de fotopsia e hiperopização e astigmatismo Aspecto de estrutura arredondada com coloração de gema de ovo