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TRABALHO DE SAÚDE COLETIVA av2

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TRABALHO DE SAÚDE COLETIVA – SAÚDE DO IDOSO
DADOS DEMOGRAFICOS, CONCEITOS.
FONTE: Braga, Cristina
Saúde do adulto e do idoso / Cristina Braga, Tatiana Gabriela Brassea Galleguillos. -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014.
Introdução
A partir da década de 1940, graças a explosão tecnológica em todas as áreas da ciência e a descoberta de cura de algumas doenças, as vacinas e alguns antibióticos, e a melhora das condições de sobrevivência a expectativa de vida na fase senil vem crescendo.
A longevidade da população está diretamente relacionada a fatores econômicos e a qualidade de vida da mesma. Entretanto, conforme o envelhecimento da população observa-se também o aumento de doenças crônicas degenerativas e incapacitantes, tais como doenças cerebrovasculares e afecções isquêmicas cardíacas, exigindo novos recursos sanitários, o que requer um maior investimento na área da saúde, bem como uma melhor compreensão desse processo pelos profissionais de saúde (LYCETT, 2000; HEREDIA, 1998). 
Neste mesmo período estabeleceu-se que idosa é a pessoa com idade igual ou maior que 65 anos.
No Brasil, estabeleceu-se que idosa é a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. ONU e OMS também se utilizam desses dados para analisar os fenômenos de envelhecimento da população.
Pirâmides populacionais
Observe as pirâmides a seguir: Com o passar dos anos, a base da pirâmide diminui e o ápice aumenta, demonstrando que há menos nascimentos e que as pessoas vivem mais, portanto ficam mais idosas. Quanto a gênero, observa-se na população mais idosa um predomínio de mulheres. Em 2040, a pirâmide populacional brasileira terá características mais próximas das pirâmides de países desenvolvidos.
Expectativa de vida da população brasileira: Expectativa de vida mundial segundo classificação de diversos países, 2005 a 2010.
Onde: 97 e a posição em que o Brasil ocupa no ranking mundial; 72,58 é a média de idade estimada; 69,85 idade média estimada para homens e 74,83 idade média estimada para mulheres.
Transição epidemiológica: refere-se ao fator de mortalidade da população. A transição epidemiológica, aliada à transição demográfica, causa impactos importantes na saúde da população e, consequentemente, nas demandas nos serviços de saúde. A população antes apresentava mais doenças transmissíveis, hoje apresenta mais doenças e agravos não transmissíveis e vive mais. Quanto mais uma população vive, mais chances terá de apresentar uma doença crônica.
Doenças crônicas mais prevalentes na população: diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemias (doenças cardiovasculares).
O envelhecimento
De acordo com Vargas (1992), o envelhecimento é um fenômeno biopsicossocial que atinge o homem e sua vivência na sociedade, manifestando-se em todos os domínios da vida. Inicia-se pelas células, passa aos tecidos e órgãos, terminando nos processos complicados do pensamento. Já Calkins (1997), descreve o envelhecimento como a progressão de uma série de mudanças biológicas, associadas à passagem de tempo.
Moragas (2004) escreve três conceitos bási- cos sobre velhice que podem demonstrar suas variações:
Velhice cronológica: definida pelo fato do indivíduo ter atingido 65 anos, funda- menta-se na velhice histórica real do organismo, medida pelo transcurso de tempo. É objetiva em sua medida, pois todas as pessoas nascidas na mesma data têm a mes- ma idade cronológica e formam uma unidade de análise social.
Velhice funcional: corresponde ao emprego do termo “velho” como sinônimo de “incapaz” e “limitado” e reflete a relação tradicional da velhice e de limitações, porém se trata de um conceito errôneo, pois a velhice não representa necessaria- mente incapacidade. A velhice humana origina reduções na capacidade funcional devidas ao transcurso do tempo, como ocorre em qualquer organismo vivo, mas essas limitações não impedem que o ser humano desenvolva uma vida plena como pessoa que vive, não somente com o físico, mas sobretudo com o psíquico e o social.
Velhice etapa vital: baseia-se no reconhecimento de que o transcurso do tempo pro- duz efeitos na pessoa, que entra numa etapa diferente das vividas previamente. Essa etapa possui uma realidade própria e diferenciada das anteriores, limitada por con- dições objetivas externas e subjetivas.
A velhice na atualidade
Ser velho não significa ser limitado, doente ou incapaz. Por ser o fenômeno do envelhecimento pouco conhecido pela socie- dade, ele gera crenças e preconceitos sem fundamentos, havendo a necessidade de uma adequação dos conceitos que a sociedade tem sobre isso. 
A feminização da velhice
As mulheres vivem mais que os homens em todos os lugares do mundo, e isso pode ser explicado por diferenças biológicas, como as alterações hormonais, que fornecem proteção a doenças coronarianas, diferentes riscos em relação à ocupação, diferentes hábitos de vida (fumam e bebem menos), diferentes atitudes em relação a doenças, entre outros.
O envelhecimento normal se divide em dois grandes grupos: o bem-sucedido e o usual. O envelhecimento bem-sucedido é representado por pessoas que demonstram perdas mínimas asso- ciadas à idade em uma determinada função fisiológica; pode também ser chamado de envelheci- mento com sucesso. No envelhecimento usual, os indivíduos apresentam prejuízos significativos se comparados com os mais jovens, porém não são qualificados como doentes.
O envelhecimento biológico geralmente é percebido pelas pessoas através das alterações fun- cionais e anatômicas que permeiam o processo de envelhecimento. 
Do ponto de vista psicológico, a velhice pode trazer dificuldades para o indivíduo adaptar-se às mudanças físicas, sociais e de imagem corporal que acompanham essa fase da vida e os prováveis choques decorrentes da tentativa de interação com uma sociedade pouco tolerante (GOMES, 1985).
No aspecto social, a velhice difere de outras faixas etárias basicamente no que se refere a inúmeras perdas que ocorrem nessa etapa, que podem ser de relacionamentos afetivos, dificuldades no mercado de trabalho, proximidade da morte, batalha contínua contra doenças crônicas, debilida- des orgânicas, ameaça à sexualidade, à inteligência, à integridade, dentre outras.

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