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Unidade II CIÊNCIAS ECONÔMICAS INTERDISCIPLINAR Prof. Claudio Ditticio Assuntos integrantes da Unidade II: da disciplina Políticas industriais no Brasil: da necessidade à dificuldade de sua implementação. Competitividade sistêmica e inovações tecnológicas. Finanças públicas. Crescimento de longo prazo e restrições externas. Política industrial O objetivo básico de uma política industrial é a eficiência produtiva: ganhos de competitividade; projeto de desenvolvimento industrial para o país; elevação do nível de emprego do país; bem-estar da nação. Ir além das políticas macroeconômicas convencionais: fiscal, monetária, cambial e aquelas de intervenção direta (como a política comercial. Políticas industriais setoriais Identificar quais os entraves que prejudicam a competitividade de determinado setor da economia. A experiência brasileira com essas políticas aconteceu à época do modelo de desenvolvimento econômico substitutivo de importações. Escolha de qual segmento industrial será estimulado Criação de incentivos fiscais ou creditícios para o favorecimento do setor. Toda e qualquer compra efetuada por empresas estatais seja de produção de empresa nacional, especificamente do setor escolhido. Políticas industriais horizontais Ação governamental mais generalizada. Ao invés de privilegiar um setor específico, as medidas adotadas visariam à expansão da eficiência de todo o sistema econômico: melhoria da competitividade sistêmica. São não discricionárias. Políticas que promovam melhores condições de competição aos produtores da economia nacional. Políticas industriais horizontais Melhoria de infraestrutura de transporte de produtos: melhor adequação da área portuária e de escoamento da produção por via férrea e rodoviária. Modelos de desenvolvimento industrial Neoliberal radical Neoliberal reformista. Neodesenvolvimentista. Social democrata. Modelo neoliberal radical Mercado, via sistema de preços, cuida da perfeita alocação dos recursos. Ao Estado cumpre o estabelecimento de fundamentos macroeconômicos e a implementação de reformas jurídico-institucionais, o que leva à expansão industrial e ao aumento da produtividade das firmas. Modelo neoliberal reformista Ênfase à intervenção do Estado – falhas de mercado na alocação de recursos, especialmente nos de educação e de capacitação tecnológica das empresas. As falhas do mercado produzem alterações nas condições de competitividade de mercado, tanto doméstico quanto internacional: Estado deve estabelecer os objetivos e prioridades de atuação. Modelo neodesenvolvimentista Parte do pressuposto de que o mercado é apenas uma das formas pelas quais as sociedades capitalistas organizam suas relações econômicas. Fortemente embasado nas teses neoschumpeterianas, sobre a importância da inovação e difusão do progresso tecnológico, em termos nacionais e internacionais, na tentativa de recuperação da constituição de novas forças produtivas que alterem a estrutura industrial e tecnológica do país e sua inserção internacional. Modelo social democrata Preocupação voltada para os problemas sociais: emprego, serviços de utilidade pública para população de baixa renda. Favorece investimentos em educação, capacitação tecnológica e organizativa das indústrias e de seus funcionários para a produção de novos bens e serviços. Aspectos da industrialização brasileira no século XX e as ênfases das políticas industriais Início em meados dos anos 30: reserva de mercado, dada a crise econômica mundial. Após a Segunda Guerra Mundial (1945-60): intervenção mais ativa do Estado no processo de industrialização – substituição de importações de bens de consumo duráveis. Década de 1950: alvo da política industrial – criação e expansão da capacidade nos setores de bens de consumo e, depois, de bens de capital. A partir dos anos 1950: Estado produtor – associação das grandes multinacionais, empresas estatais e privadas nacionais. Aspectos da industrialização brasileira no século XX e as ênfases das políticas industriais Final dos anos 50 e início dos 60: entrada de capital estrangeiro – grandes empresas industriais dos países centrais (recuperadas da Segunda Guerra Mundial) transformam-se em gigantescos empreendimentos dentro de seus e de outros países. Chegam ao Brasil dando continuidade ao processo de substituição de importações de bens de consumo durável. Final dos anos 60 e início dos 70: atividades orientadas para exportação e a conquista de mercados externos. Final dos anos 80: busca de competitividade como objetivo central da política do governo – padrão de industrialização (novas tecnologias de microeletrônica, informática, telecomunicações, energias renováveis, biotecnologia etc.). Aspectos da industrialização brasileira no século XX e as ênfases das políticas industriais Anos 80: elevados índices de inflação – tentativas de estabilização – esgotamento do modelo substitutivo de importações – ausência de políticas industriais promotoras de desenvolvimento econômico. À medida que nos aproximamos da década de 1990, a política industrial confunde-se mais e mais com a política comercial do país – ênfase na liberalização comercial como ruptura em relação às políticas industrial e comercial anteriores. Em 1990: diretrizes gerais para a Política Industrial } e de Comércio Exterior (Pice). Aspectos da industrialização brasileira no século XX e as ênfases das políticas industriais 1997: modelo liberal de desenvolvimento econômico – estabilidade de preços combinada com reformas importantes – maior participação do mercado no processo: redução de proteção tarifária e eliminação de mecanismos de defesa comercial; exposição da indústria nacional à competição internacional; fortalecimento de segmentos competitivos; capacitação tecnológica da empresa nacional; a política industrial apresentou pontos em comum com a de comércio exterior – rápido processo de abertura. Linhas gerais para uma política industrial no Brasil A sobrevivência e expansão de economias nacionais e de suas empresas está nos ganhos de produtividade. Indústria competitiva, integrada na economia mundial, crescentemente formada por empresas que utilizem trabalho qualificado, produzindo, via processos eficientes e limpos, bens de alto valor agregado e com capacidade sustentada de criação de emprego: aumento de produtividade dos recursos humanos, da renda e do consumo da população. Linhas gerais para uma política industrial no Brasil Elevar a eficiência demanda que se observem aspectos considerando: a) alguns segmentos operam sob distintos padrões de eficiência; b) há no país limitada capacidade de gerar progresso técnico, endogenamente, no curto prazo; c) a pouca disposição revelada pela indústria brasileira quanto a lançar novos produtos ou a criar novos processos produtivos. Linhas gerais para uma política industrial no Brasil De acordo com Anita Kon (1996), seria necessária a implementação de uma política industrial efetiva, com perfeito entendimento de quais setores e quais agentes envolvidos seriam contemplados com as medidas de política e programação econômicas. Conclusão Há espaço para uma maior atuação do Estado quanto ao favorecimento das empresas industriais, sem os erros do passado. Com iniciativas via políticas verticais ou horizontais, inseridas num modelo de desenvolvimento industrial bem delineado e de comum acordo com a sociedade, tanto no âmbito nacional comono regional, pode ser promovido um maior nível de competitividade para tais empresas. Interatividade A propósitos dos modelos de políticas industriais, é incorreto: a) O modelo Neoliberal radical atribui ao mercado, via sistema de preços, a possibilidade de correta alocação dos recursos. b) No modelo neoliberal radical, tudo ocorre a partir de forte intervenção do Estado nas atividades industriais. c) O modelo Neoliberal Reformista enfatiza a intervenção do Estado para o combate às falhas de mercado na alocação de recursos. d) No modelo Neodesenvolvimentista, o foco é direcionado para a importância da inovação e difusão do progresso tecnológico, em termos nacionais e internacionais. e) O modelo Social Democrata preocupa-se bastante com questões como os níveis de emprego. Competitividade sistêmica e inovações tecnológicas Ganhos de eficiência na produção de um determinado bem ou serviço é o mesmo que ganhos de produtividade. Quanto maior a eficiência ou a produtividade, menores serão os custos unitários ou médios da referida produção. Conceitos fundamentais Muitas vezes, as empresas tentam adotar medidas para redução de custos que, no entanto, não atingem os objetivos de aumento da produtividade e competitividade, como: redução da mão de obra direta (salários); menores investimentos de capital em novas instalações; cortes nos financiamentos para P&D (produtos e processos); redução nos investimentos em TI; Seleção de insumos produtivos determinação de custos baseada no mercado; “a margem de lucro extra gerada ao se ter o custo total baixo”, poderá ser destinada para áreas de P&D, propaganda e marketing, melhores tecnologias de manufatura e sistemas de informação (GUNN ,1993: 89-90); ser um fabricante com qualidade elevada; deter o controle dos sistemas de custos precisos; a causa fundamental de aumentos de produtividade numa economia é o progresso técnico. Seleção de insumos produtivos Para abrir novos mercados conectando diversos segmentos a uma rede global, o capital necessitou de extrema mobilidade e as empresas precisaram de uma capacidade de informação extremamente maior, o que foi proporcionado pela estreita interação entre a desregulamentação dos mercados e as novas tecnologias da informação. Fatores determinantes de competitividade externos à empresa Ambiente macroeconômico estável tem relação direta com o investimento que leva ao crescimento de produtividade. Ambiente desfavorável (afetando os recursos financeiros) ou marcado por instabilidade política também afeta a competitividade. Infraestrutura econômica é fator determinante para a competitividade (disponibilidade, qualidade e eficiência de recursos em transportes, energia e comunicações). Modelos de crescimento econômico que dão ênfase à acumulação de capital tratam os investimentos em infraestrutura como condição crucial para a expansão econômica de longo prazo. Infraestrutura técnico-científica e educacional Constituída por instituições de pesquisa, entidades de normatização e aferição de qualidade, centros de ensino técnico, educação, treinamento e desenvolvimento de recursos humanos. Fatores determinantes de competitividade internos à empresa Estratégia competitiva: cinco forças competitivas básicas (Porter) – risco de entrada de novos concorrentes; ameaça de surgimento de novos produtos substitutos – o poder de negociação dos compradores; o poder de negociação dos fornecedores – fôrmas e intensidade da rivalidade junto aos atuais concorrentes. O preço, a qualidade do produto e a produtividade da empresa. Domínio tecnológico. Fatores determinantes de competitividade sistêmica Stamer (1996: 30): a estabilidade do quadro macroeconômico implica um certo “malabarismo” político e elenca três razões para a difícil passagem de um quadro “macro” instável para outro estável: a luta contra a inflação (com políticas fiscal e monetária restritivas) – queda nos padrões de consumo da sociedade e menor crescimento da economia; reformas estruturais (setor público, privatizações, sistema financeiro e comércio exterior); custos do ajuste são sentidos de maneira imediata (consequências negativas para a produção, investimento e, portanto, o emprego). O processo de inovações schumpeteriano Schumpeter (1988: 46): a ruptura desse mundo estacionário e também o início de um processo de desenvolvimento, ocorrem precisamente no âmbito da produção, com eventos que modificam os velhos sistemas produtivos (“destruição criadora”). A dinâmica tecnológica e a evolução industrial no enfoque evolucionário/neoschumpeteriano Com a possibilidade da entrada de novas firmas inovadoras na indústria, as vantagens competitivas e tecnológicas das atuais tendem a ser continuamente erodidas: maior potencial inovador das entrantes – imitação dos novos processos e/ou produtos pelas retardatárias. O desenvolvimento tecnológico e os impactos sociais da escolha tecnológica A questão da introdução de inovação tecnológica por parte dos produtores públicos ou privados, implica, segundo Kon (1994: 121): escolha entre diferentes possibilidades tecnológicas, que repercutirão na absorção de maior ou menor quantidade de fator trabalho de diferentes níveis de qualificação; existirão entre as técnicas aquelas que maximizarão o potencial social em termos de bem-estar e, portanto, serão as apropriadas para aquela realidade . Conclusões A discussão sobre a escolha de tecnologia apropriada está mais presente nas análises do processo de desenvolvimento econômico dos países menos adiantados. Em países em desenvolvimento como o Brasil, o progresso das forças produtivas se dá mais frequentemente pela importação de tecnologia, esperando-se com isso reduzir o atraso tecnológico frente a outras nações. A evolução tecnológica cria dinâmica própria, que se mantém em choque com a racionalidade, pois visa a atender prioridades coletivas, adequando-se ao interesse do capital. Conclusões Ao penetrarem em uma economia atrasada tecnologicamente, as tecnologias criadas nos países ricos a violentam, forçando a estrutura socioeconômica a adaptar-se às suas exigências, provocando seis fenômenos elencados pelo autor: forte endividamento externo, concentração de renda, migrações internas bruscas, autoritarismo político, desajustes culturais e desintegração nacional (BUARQUE, 1991: 102). Interatividade Indique, entre as assertivas a seguir, o que pode ser identificado como razões para a difícil passagem de um quadro “macro” instável para outro estável: I. A luta contra a inflação, que permite aumento imediato nos padrões e quantidades de consumo e investimentos. II. As reformas estruturais permitem que se reconheçam as vantagens da adoção de políticas e práticas de estabilização anteriores. III. Em um processo de estabilização, os custos dos ajustes são sentidos de forma imediata pelos agentes econômicos (na produção, investimento e emprego). IV. Dados os impactos iniciais negativos, nunca devem ser propostas políticas econômicas restritivas. Interatividade Está correto o que se afirma em: a) apenas IV. b) I e IV. c) apenas I. d) III e IV. e) II e III. Resposta Indique, entre as assertivas a seguir, o que pode ser identificado como razões para a difícil passagem de um quadro “macro” instável para outro estável: I. A luta contra a inflação, que permite aumento imediato nos padrões e quantidades de consumo e investimentos. II. As reformas estruturais permitem que se reconheçamas vantagens da adoção de políticas e práticas de estabilização anteriores. III. Em um processo de estabilização, os custos dos ajustes são sentidos de forma imediata pelos agentes econômicos (na produção, investimento e emprego). IV. Dados os impactos iniciais negativos, nunca devem ser propostas políticas econômicas restritivas. Finanças públicas Receitas públicas: previsão; lançamento; Arrecadação. Tratar das finanças e do planejamento do orçamento. Despesas públicas: fixação; empenho; liquidação; pagamento. Receitas públicas Receitas provenientes da produção e circulação de mercadorias. Receitas provenientes da geração e apropriação da renda. Receitas provenientes da propriedade, da acumulação de capital e das relações internacionais. Vendas de títulos nos mercados financeiros. Captação de recursos – Brasil e exterior. Despesas públicas Correntes: administração; pessoal. Investimentos: Transferências de rendas. Políticas fiscais e monetárias Expansionista: descontrole das contas públicas; aumento da inflação; redução na credibilidade externa devido ao descontrole orçamentário; redução dos investimentos empresariais; redução do desemprego. Políticas fiscais e monetárias Contracionista: equilíbrio nas contas do governo; aumento da credibilidade; elevação dos níveis de investimento; diminuição das transferências governamentais. Arrecadação de tributos Impostos, taxas e contribuições. Tributo: prestação pecuniária compulsória, em moeda corrente ou cujo valor nela se possa exprimir – não constitui sanção de ato ilícito – instituída em lei – cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Principal fonte de recursos utilizados no financiamento dos programas governamentais. Receitas correntes Tributária: Código Tributário Nacional. Contribuições: sociais – econômicas. Patrimonial. Industrial. Agropecuária. Serviços. Transferências. Receitas de capital Operações de crédito. Alienação de bens e direitos. Amortização de empréstimos/financiamentos recebidos. Transferências de capital recebidas. Outras receitas de capital recebidas. Orçamento da seguridade social. Orçamento fiscal. Classificação econômica dos tributos Impostos sobre a Riqueza (Patrimônio): estoque acumulado de capital. Impostos sobre a Renda: fluxos periódicos de rendimentos. Impostos sobre Vendas de Mercadorias e Serviços: cobrança do produtor ou consumidor. Diretos: contribuintes são os mesmos que arcam com a contribuição – base econômica é a renda ou o patrimônio. Indiretos: contribuintes poderiam transferir total ou parcialmente o ônus da contribuição para terceiros – base é a transação com mercadorias e/ou serviços. Evolução da carga tributária bruta no Brasil (1994-2013) 1994 27,9% PIB 2000 30,4% PIB 2013 35,8% PIB Despesas públicas Os gastos públicos podem ser classificados de três formas: quanto à finalidade do gasto; quanto à natureza do dispêndio; quanto ao agente encarregado por sua execução. Licitação e execução das despesas Lei 8.666/93 Conjunto de procedimentos adotados pelo Estado para que se possa adquirir bens e serviços. Empenho: primeiro estágio efetivo da despesa – necessidade de verba para a compra. Liquidação: comprovação dos serviços e documentações. Pagamentos: repasse de verba ao contratado – extinção da obrigação. Princípios orçamentários Legalidade. Reserva legal: PPA, LDO e LOA. Periodicidade. Exclusividade. Unidade. Universalidade. Equilíbrio orçamentário. Publicidade. Não vinculação de receita. Dívida pública Resultado de acúmulos de déficits públicos (receitas inferiores às despesas). O déficit do governo (NFG) é composto pela soma de consumo (CG), juros de dívida interna (JG), investimentos efetuados (IG) todos diminuídos do volume de arrecadação (T). Podemos expressar da seguinte forma: NFG = CG + JG + IG - T Dívida pública Superávit orçamentário: arrecadação superior ao volume de desembolso – poupança do governo. NFSP operacional: períodos de inflação elevada. NFSP nominal: desconsiderando a atualização monetária. NFSP primário: desconta do montante das necessidades operacionais de financiamento as despesas com juros reais. LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) Principal lei a ser observada pelos gestores públicos na administração patrimonial e financeira da Federação brasileira. Normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com ações que previnam riscos e corrijam desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas: planejamento; controle; transparência e responsabilização. LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) Criou uma série de procedimentos fiscais e orçamentários para padronizar a apresentação das informações sobre as receitas e despesas fiscais no país. Criou uma série de condicionamentos para conter os desperdícios e os dispêndios sem amparo financiador, com limites máximos de endividamento: União: 3,5 vezes a receita corrente líquida anual. Estados: 2 vezes a receita corrente líquida anual. Municípios: 1, 2 vezes a receita corrente líquida anual. Controle do orçamento e LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) A correção dos desvios é um preceito estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é concretizado por meio de relatórios: Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO), publicado bimestralmente. Relatório de Gestão Fiscal (RGF) – quadrimestral. Preocupam-se em acompanhar a previsão das receitas e de despesas e, na ocorrência de desvios de algum destes, medidas corretivas devem ser adotadas junto à LDO. Interatividade No que tange à LRF, pode ser dito: I. É promulgada anualmente, com o orçamento do período. II. Direciona o planejamento e controle das finanças públicas, dando transparência às contas dos entes da Federação e, consequentemente, facilitando o controle da sociedade sobre o governo. III. Atende ao governo federal, dado que os estados, municípios e Distrito Federal seguem suas próprias diretrizes regionais. IV. Substituiu a antiga Lei 4.320 de 17/03/1964, conhecida como Lei das Finanças Públicas. Interatividade a) Estão corretos os itens I e III. b) Estão corretos os itens II e III. c) Está correto o item II. d) Está correto o item IV. e) Estão corretos os itens I e IV. Resposta No que tange à LRF, pode ser dito: I. É promulgada anualmente, com o orçamento do período. II. Direciona o planejamento e controle das finanças públicas, dando transparência às contas dos entes da Federação e, consequentemente, facilitando o controle da sociedade sobre o governo. III. Atende ao governo federal, dado que os estados, municípios e Distrito Federal seguem suas próprias diretrizes regionais. IV. Substituiu a antiga Lei 4.320 de 17/03/1964, conhecida como Lei das Finanças Públicas. Crescimento de longo prazo e restrições externas Na atualidade, fala-se mais em desenvolvimento do que em crescimento econômico. Não basta apenas aumentarmos, ainda que significativamente, o nosso PIB (Produto Interno Bruto), mas também garantir o atendimento a aspectos como o atendimento à saúde e educação de forma sustentável, de forma a preparar o caminho para as futuras gerações. A variável chave, destacada em todos os estudos econômicos e sociais, quando se procura tratar da riqueza e do crescimento das nações,é produtividade. A medição do crescimento econômico O PIB (Produto Interno Bruto) difere do Produto Nacional Bruto (PNB) basicamente pelo montante da renda líquida enviada ao exterior (RLEE). A RLEE é a diferença entre recursos enviados ao exterior (pagamento de fatores de produção internacionais alocados no país) e os de lá recebidos do exterior. Se o país contar com empresas em outros países, mas proibir a instalação de transnacionais no seu território, terá uma renda líquida enviada ao exterior negativa – apresentará um PNB maior que o PIB. No Brasil, envia-se mais recursos do que se recebe. IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) As medições vêm sendo complementadas pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) publicado anualmente pela ONU (Organização das Nações Unidas). O IDH resume o progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O objetivo de sua criação foi o de oferecer um contraponto ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil O crescimento da renda per capita no Brasil foi muito baixo nos primeiros quatro séculos e começou a se alterar na virada do século XIX para o XX, notadamente a partir dos anos 1930. O crescimento econômico mundial também o foi até o surgimento da Revolução Industrial. Atribui-se essa realidade à grande dependência das economias agrárias de um fator de produção relativamente fixo (terra). Era uma época hoje classificada como malthusiana – baixo progresso técnico e expansão populacional – colidiam com o limite representado pela lei dos rendimentos marginais decrescentes. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil Análises das experiências econômicas de crescimento no Pós-Segunda Guerra Mundial mostram países que, partindo de uma base pobre, tornaram-se desenvolvidos, como ocorreu com os chamados Tigres Asiáticos (Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan). Outros países, como ocorreu com a América Latina, chegaram a um patamar de renda média. A China, por outro lado, é o grande destaque, com excepcionais taxas anuais de crescimento desde as últimas duas décadas do século XX. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil Entre 1950 e 1980, o Brasil passou por grandes transformações, quando a economia cresceu a uma das taxas mais elevadas do mundo e o país deixou de ser rural e agrícola, tornando-se urbano, concentrado na indústria e em serviços. O processo de desenvolvimento brasileiro no século XX, até a crise de 1980, foi caracterizado por forte crescimento, com grande transferência de recursos da agricultura, de baixa produtividade média, para setores mais produtivos: a indústria e os serviços. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil Porém, tal crescimento veio acompanhado de grande exclusão social. O modelo de substituição de importações, com forte presença do Estado na economia e a existência de grandes monopólios, foi capaz de gerar, durante algumas décadas, uma significativa expansão da economia, mas ao negligenciar a educação e o potencial de políticas sociais mais elaboradas, gerou, também, muita pobreza, péssima distribuição de renda e indicadores sociais frágeis. Em 1980, a escolaridade média da população com 15 ou mais anos de idade era de 2,8 anos, com 27% sem qualquer escolaridade. Somente 2,8% tinham o ensino médio completo. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil A crise desse modelo ocorreu no final dos anos 1970, iniciando um período de crises e de forte queda da taxa de crescimento da economia. Podem justificar a queda dos anos 1980 os parcos investimentos em educação e a baixa formação bruta de capital fixo. O país é afetado pelos reflexos dos choques externos da década anterior e com as políticas econômicas internas malsucedidas em conter a inflação. Uma brevíssima visão do processo de desenvolvimento econômico, com foco no Brasil Fonte: livro-texto. O que é importante para o desenvolvimento? De forma global, os estudiosos atribuem à produtividade, à estabilidade das instituições e à geração de poupança a formação da base para um crescimento sustentado. O foco atual da pesquisa no campo de desenvolvimento econômico é buscar-se as justificativas para as diferenças de PTF (produtividade total dos fatores) entre os diferentes países. A PTF exerceu papel fundamental na explicação das diferenças de crescimento entre os países e foi, por exemplo, determinante para o sucesso obtido pelo Leste Asiático. A importância da produtividade no crescimento das nações “A produtividade não é tudo, mas no longo prazo é quase tudo” – Paulo Krugman apud VELOSO (2013: Epígrafe). Fonte: livro-texto. Os efeitos do setor externo sobre o crescimento do produto brasileiro O período de boom das commodities gera impacto positivo no crescimento econômico. O cenário de valorização desses preços tem significado um alívio da restrição externa para os países em desenvolvimento exportadores de commodities, como o Brasil. É importante, outrossim, ressalvar que não é automático esse impacto dos preços de commodities no crescimento econômico. Dessa forma, pode ser considerada uma condição necessária, mas não suficiente para o crescimento econômico. Teorias econômicas relacionadas com o crescimento e o desenvolvimento econômico Comenta GONÇALVES (2013: 1871): Dada a importância empírica dos diferenciais de PTF na explicação da disparidade de renda por habitante e a inabilidade dos modelos de crescimento endógeno de explicar com precisão os diferenciais de PTF, a pesquisa [...] muda o foco para as chamadas “causas profundas” desses diferenciais, forjando um casamento frutífero entre os modelos de crescimento e as áreas de economia política e de economia das instituições. Teorias econômicas relacionadas com o crescimento e o desenvolvimento econômico Comenta VILELA (2013: 2315): [...] as instituições têm recebido atenção crescente da literatura de crescimento, à medida que, por exemplo, o respeito aos direitos de propriedade, a existência de estruturas regulatórias, a qualidade e independência do poder judiciário e a capacidade da burocracia estatal são elementos importantes para o início do processo de crescimento econômico e sua sustentação no tempo. Modelo de Thirlwall Evidencia o papel da demanda para o crescimento econômico e estabelece a relação entre este e a restrição externa. Demonstra o papel exercido pelas exportações. Um país não consegue crescer no longo prazo a taxas maiores do que as compatíveis com o equilíbrio do seu Balanço de Pagamentos. Posteriormente, o modelo passou a considerar outras variáveis, tais como, por exemplo, o fluxo de capitais e a restrição que impõe que o crescimento do déficit em conta corrente deve ser proporcional à renda doméstica. Financiamento do crescimento brasileiro Em boa parte, o crescimento econômico brasileiro de 1960 até 2008 foi alcançado através do financiamento externo. Entre 1964 a 1980, quando o Brasil atinge elevadas taxas de crescimento, a conta de Transações Correntes apenas não fica deficitária nos anos de 1964 e 1965. Pode-se dizer que o Brasil não conseguiu, ao longo da maior parte do período, custear o seu próprio crescimento. Essa tendência se alteroua partir de 2002, determinada pela combinação de taxa de câmbio desvalorizada e elevado preços das commodities – crescimento com superávit em transações correntes. Estabilização e abertura comercial versus crescimento econômico As críticas às prioridades concedidas à estabilização são fundamentadas na crença de que a austeridade constitui o antidesenvolvimento, fazendo o país entrar em recessão. Alguns estudiosos argumentam que a abertura comercial é outro aspecto vinculado ao baixo crescimento econômico, por gerar uma crise cambial. Estabilização e abertura comercial versus crescimento econômico Considera FRANCO (2005): O caráter falacioso dessas proposições é bastante evidente. Nada parece indicar que não possa haver desenvolvimento, obedecidos alguns princípios básicos de equilíbrio fiscal e monetário. Nada parece indicar, da mesma forma, que a inflação seja necessária, ou mesmo admissível como efeito colateral do desenvolvimento, pois nada mais é do que um imposto, e um particularmente perverso, posto que incide exclusivamente sobre o pobre. Constitui óbvia tolice imaginar que o desenvolvimento econômico, ainda mais quando pensado como processo amplo, que incorpore necessariamente o progresso na dimensão social, deva ter como pré-requisito um imposto sobre o pobre. A globalização e o crescimento econômico A proliferação das redes de filiais de Empresas Transnacionais (ETNs) – o caráter global de suas atividades determina esforços contínuos de racionalização de atividades, resulta em nova identidade supranacional, com grandes implicações quanto às suas propensões ao comércio exterior. A difusão de “novas formas” de investimento internacional, com a utilização de uma grande variedade de instrumentos financeiros e tecnológicos acarreta o desenvolvimento de maior racionalidade global no processo produtivo. No comércio internacional, destacam-se as transações realizadas entre as diferentes unidades de uma mesma empresa (multinacional ou transnacional), que costumam representar mais do que 50% do volume negociado. Conclusões O Brasil participa de maneira tímida no comércio exterior, o que é atribuído à exportação basicamente de produtos primários (como commodities agrícolas e minerais). No início do século XXI, a economia brasileira torna-se mais complexa e diversificada, apresentando exportações de industrializados e processados (semimanufaturados), O carro-chefe de nossas exportações é representado pelos produtos do agronegócio. Conclusões São vários os fatores que afetam a perspectiva de crescimento da economia. No caso brasileiro, podem ser ressaltados: baixa produtividade; carência de poupança interna; políticas inadequadas relacionadas com a educação; baixos investimentos na formação de capital fixo; conjuntura econômica, política e social; políticas de industrialização; inovações tecnológicas; desigualdades regionais. Conclusões O aumento do investimento fixo na economia brasileira demanda a complementação via poupança externa. A forte participação do Estado na economia é outro fator preocupante na abertura de caminho para o crescimento. No caminho para o desenvolvimento, as nações tendem a gerar desigualdades constituídas ao longo do processo histórico de ocupação, quando certas características e especificidades fazem com que as regiões apresentem uma desequilibrada distribuição de capital. Propõe-se, então, a adoção de políticas regionais, visando estimular e melhorar a qualidade da educação nas regiões mais pobres, de forma a reduzir essas disparidades. Interatividade São vários os fatores que impulsionam o desenvolvimento de um país. Indique, entre as alternativas a seguir, o que não se relaciona com essa possibilidade. a) Aumento da produtividade dos agentes econômicos. b) Melhora do nível de escolaridade da sociedade. c) Incentivos ao desenvolvimento de novas tecnologias. d) Transformar o Estado cada vez mais em produtor do que em controlador. e) Aumentar a abertura da economia ao exterior. ATÉ A PRÓXIMA!
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