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Trabalho - Economia de Mocambique

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Curso: APCF 
 
Cadeira: Economia de Moçambique 
Tema: Sector Industrial em Moçambique 
Caracterização do Sector, Avaliação Crítica das 
Políticas Adoptadas e dos Desempenho desse 
Sector no Desenvolvimento do País 
 
 
 
Discentes: 
 Alice da Clemência 
 Ían Carmélio 
 Leila Matilde 
 Roberta Nelsa Cumba 
 
 
 
 
 
Docente: Fidélio André 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Abril de 2021 
 
Discentes 
Alice da Clemência 
Ían Carmélio 
Leila Matilde 
Roberta Nelsa Cumba 
 
 
 
 
Curso: APCF 
Tema: Sector Industrial em Moçambique 
Caracterização do Sector, Avaliação Crítica 
das Políticas Adoptadas e dos Desempenho 
desse Sector no Desenvolvimento do País 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Abril de 2021 
 
Trabalho a ser apresentado na Cadeira de 
Economia de Moçambique para efeitos de 
avaliação, sob a orientação do docente: 
Fidélio André Luís Manuel. 
Lista de Abreviaturas 
 IDE – Investimento Directo Estrangeiro 
 IDD - Investimento Directo Doméstico 
 IT – Tecnologias de Informação 
 PIB – Produto Interno Bruto 
 PPI – Plano Prospectivo Indicativo 
 PRE – Programa de Reabilitação Económica 
 PRES - Programa de Reabilitação Económica Social 
 VAIT – Valor do Crescimento da Indústria Transformadora. 
 
 
 
 
Índice 
Discentes: ...................................................................................................................................... 1 
Lista de Abreviaturas .................................................................................................................... 3 
1. Introdução ............................................................................................................................. 5 
1.1. Problematização ................................................................................................................ 6 
1.1.1. Título: Análise do Fraco Desenvolvimento da Indústria na Economia de Moçambique
 6 
1.2. Hipóteses ........................................................................................................................... 6 
1.3. Objectivos ......................................................................................................................... 6 
1.3.1. Objectivos Geral ............................................................................................................ 6 
1.3.2. Objectivos Específicos .................................................................................................. 6 
1.4. Metodologia ...................................................................................................................... 7 
2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................................ 8 
2.1. Conceito de Indústria ........................................................................................................ 8 
2.2. Industrialização e Dinâmicas Económicas em Moçambique ............................................ 8 
2.3. Crescimento e o papel da indústria ................................................................................... 8 
2.4. Peso do VAIT no PIB........................................................................................................ 9 
2.5. Estabilidade ..................................................................................................................... 10 
2.6. Investimento privado ....................................................................................................... 11 
2.7. Desenvolvimento Industrial em Moçambique ................................................................ 11 
2.8. Funções de política industrial .......................................................................................... 12 
2.9. Características da Indústria em Moçambique ................................................................. 12 
2.10. Os factores da localização da indústria ....................................................................... 13 
2.10.1. Factores naturais .......................................................................................................... 13 
2.10.2. A importância da indústria para economia .................................................................. 13 
2.10.3. As causas que explicam o fraco desenvolvimento industrial em Moçambique .......... 13 
2.11. Contribuição da Indústria no PIB ................................................................................ 13 
2.12. Instrumentos/políticas que orientam a indústria transformadora ................................ 14 
2.13. Plano quinquenal do governo 2015-2019 .................................................................... 14 
2.14. Estratégia nacional desenvolvimento .......................................................................... 15 
2.14.1. Pilares da industrialização ........................................................................................... 15 
2.14.2. Estratégia para o desenvolvimento das áreas prioritárias ............................................ 15 
2.14.3. Prioridades Industriais ................................................................................................. 15 
2.15. Críticas das Políticas Industriais em Moçambique ...................................................... 16 
2.16. Plano Prospectivo Indicativo ....................................................................................... 16 
2.17. Programa de Reabilitação Económica/e Social --PRE/PRES ..................................... 17 
2.18. Elementos de Continuidade e Descontinuidade entre o PARPA I e PARPA II .......... 17 
3. Conclusão ............................................................................................................................ 19 
4. Bibliografia ......................................................................................................................... 20 
file:///C:/Users/Tony%20tecnologia2/Documents/Introdução.docx%23_Toc70173414
5 
 
1. Introdução 
A actividade industrial é à base do desenvolvimento económico mundial desde o século 
XVIII. As indústrias foram os primeiros estabelecimentos a empregar trabalhadores 
assalariados em grande número e na actualidade são responsáveis pela automação cada 
vez maior do processo produtivo em substituição a força da mão-de-obra. A actividade 
industrial é aquela pela qual os seres humanos transformam matéria-prima em algum 
bem, acabando ou semiacabado. 
O Governo considera a indústria como um dos factores determinantes nas acções do 
combate à pobreza e desenvolvimento económico. A indústria continua a ser uma 
prioridade e um factor determinante para a transformação estrutural da economia, para a 
mudança qualitativa do crescimento do PIB e para a elevação da competitividade 
económica nacional e sua inserção no mercado mundial. 
 
6 
 
1.1.Problematização 
1.1.1. Título: Análise do Fraco Desenvolvimento da Indústria na Economia de 
Moçambique 
No actual contexto de crescimento da economia extractiva em Moçambique, o desafio 
de transição da indústria extractiva para um processo de industrialização amplo impõe 
uma reflexão sobre a condução da política de desenvolvimento industrial, tendo em 
conta um passado recente de desindustrialização africana induzida por políticas 
económicas inadequadas. A crise africana do final dos anos 70 e princípios de 80, 
resultou em parte de uma política económica pouco eficiente, relacionada com a 
excessiva intervenção do Estado na economia, mas a que a substitui, geralmente 
associada as políticas de estabilização e ajustamento estrutural e ao liberalismo dos anos 
80 e 90, revelou-se incapaz de transformar a estrutura industrial de forma bem-sucedida. 
De facto, verifica-se em muitos países, um fenómeno inverso, com estagnação ou 
mesmo de desindustrialização, que não pode ser dissociado do impacto daspolíticas 
económicas utilizadas. A discussão dessas políticas, seus constrangimentos e limitações 
são por isso objecto central desta análise. 
1.2.Hipóteses 
Para o maior desenvolvimento Industrial no país é necessário que: 
 Haja presença imediata de matérias-primas e recursos naturais; 
 Haja Disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata, e 
 Haja Incentivos fiscais oferecidos pelo governo local (isenção de impostos, etc.), 
1.3.Objectivos 
1.3.1. Objectivos Geral 
 Analisar o desempenho do Sector Industrial no Desenvolvimento do País 
1.3.2. Objectivos Específicos 
 Mencionar as críticas das políticas Adoptadas no Sector Industrial do País 
 Avaliar a Contribuição da Indústria no PIB; 
 Enumerar os Planos do Prospectivo Indicativo (PPI) 
 
7 
 
1.4.Metodologia 
A elaboração do presente trabalho concentrou-se em uma pesquisa bibliográfica que 
para Marconi e Lakatos (2003, p. 183) abrange toda bibliografia já tornada pública em 
relação ao tema de estudo, pois, foi intensamente recorrido a materiais já elaborados, 
exigindo articulações para montagem do trabalho permitindo assim explorar novas 
conclusões a respeito do assunto tão importante para a Economia do País 
 
8 
 
2. Revisão Bibliográfica 
2.1.Conceito de Indústria 
A indústria é um sector da economia que tem agregado ao seu conjunto as actividades 
produtivas caracterizadas pela transformação de matérias-primas em mercadorias 
manufacturadas. A indústria pode representar um conjunto de actividades que guardam 
algum grau de correlação técnico-produtiva, constituindo um conjunto de empresas que 
operam métodos produtivos semelhantes, incluindo-se em uma mesma base tecnológica 
(KUPFER, 2002). 
Para MOORE (1968, p. 145) Indústria refere-se à transformação de matérias-primas em 
componentes intermediários ou produtos acabados por meios fundamentalmente 
mecânicos dependentes de fontes inanimadas de energia . Dificilmente um país atinge 
efectivos níveis de desenvolvimento sem industrializar-se ou pelo menos utilizar seus 
produtos. Mesmo um país que seja essencialmente agrícola os melhores índices de 
produtividade, actualmente estão associados a utilização de factores de produção 
industrial como máquinas e equipamentos, fertilizantes e sementes tratadas. 
2.2.Industrialização e Dinâmicas Económicas em Moçambique 
A análise oficial da situação económica em Moçambique é geralmente focada em três 
aspectos: crescimento, estabilidade e evolução do investimento privado. Dados oficiais 
indicam que a economia está a crescer e a estabilizar, e o investimento privado está a 
aumentar apesar das políticas monetárias e fiscais deflacionárias. Na essência, a análise 
oficial sustenta que a economia Moçambicana está a implementar, com êxito, o modelo 
de “estabilização com crescimento e alívio da pobreza”. 
 Esta secção revisita a análise oficial mencionada e, usando os dados oficiais, questiona 
a natureza e tipo de crescimento, estabilidade e investimento que ocorrem em 
Moçambique. Ao fazê-lo, a secção discute o padrão e o papel da indústria 
transformadora no contexto das dinâmicas de desenvolvimento da economia, e 
questiona se esses padrões de crescimento de longo prazo podem gerar as dinâmicas de 
crescimento e desenvolvimento abordadas na secção anterior. 
2.3.Crescimento e o papel da indústria 
Os gráficos 1 e 2 (em baixo) mostram claramente que tanto o PIB como a indústria 
transformadora estão a crescer a ritmos relativamente altos. Estes gráficos também 
indicam que este crescimento tem sido instável ao longo das últimas quatro décadas. 
9 
 
Esta instabilidade é geralmente atribuída a factores conjunturais (guerra, calamidades 
naturais, preços do petróleo, etc.) mas, como será discutido mais adiante, ela é 
essencialmente causada pela própria estrutura e dinâmica de desenvolvimento da 
economia moçambicana. 
2.4.Peso do VAIT no PIB 
Além de ilustrarem crescimento, os gráficos 1, 2 e 3 começam já a apontar para alguns 
problemas da estrutura e dinâmica económicas em Moçambique. Primeiro, a economia 
não está a industrializar, o que pode ser demonstrado pelo facto de o peso do valor 
acrescentado da indústria transformadora (VAIT) no PIB ser muito baixo e ter mudado 
muito pouco nas últimas quatro décadas. Segundo, mais grave ainda é que o 
crescimento industrial mostra sinais muito fortes de desaceleração e tendência para 
estagnação, se o efeito do mega projecto Mozal for eliminado da equação (gráficos 2 e 
3). O gráfico 3, por exemplo, mostra claramente que se o efeito Mozal for excluído, o 
peso do VAIT no PIB em 2001 fica idêntico ao de 1971 e 1961. 
Há teorias que sustentam que este factor (peso do VAIT no PIB) é irrelevante, 
particularmente na era da indústria de tecnologia de informação (IT) em que as 
indústrias tradicionais perdem peso. Nem teórica nem empiricamente é claro por que é 
que a IT elimina a importância de industrializar a economia. A industrialização criou a 
IT, e a existência de uma forte base empresarial, tecnológica e social é determinante 
para desenvolver e assimilar a chamada “nova revolução industrial”. Essa base 
empresarial, tecnológica e social é fornecida pela industrialização. Não é por acaso que 
são as economias mais industrializadas que criaram e mais progrediram no que respeita 
à IT. Por outro lado, indústrias são muitas e variadas, e se algumas perdem peso outras 
não; se algumas são conjunturais outras são estruturais. Além disso, o progresso 
tecnológico (de que IT faz parte, e que é potenciado por IT) também transforma as 
indústrias modificando e actualizando o seu papel. 
 
10 
 
 
 
 
 
2.5.Estabilidade 
A estabilidade da economia nacional tem sido medida essencialmente pela taxa de 
11 
 
inflação e pela taxa de câmbio. Estes indicadores são, no entanto, apenas o reflexo 
monetário de problemas de estrutura mais geral da economia e/ou do funcionamento do 
sistema financeiro. Do ponto de vista da produção, é mais importante tentar verificar 
como é que as dinâmicas de produção e estabilidade se relacionam. Uma das formas de 
o fazer é analisar a relação dinâmica entre a estrutura da produção e a balança de 
pagamentos. 
2.6.Investimento privado 
O investimento privado aumentou significativamente, embora seja muito instável. Esta 
instabilidade resulta do facto de que o investimento é concentrado num punhado de 
grandes projectos, os quais, obviamente, não fazem os mesmos montantes de 
investimento todos os anos. Se o investimento fosse feito em menor escala mas numa 
base mais ampliada e diversificada, os fluxos agregados não seriam tão instáveis. A 
análise que se segue é baseada em intenções de investimento aprovadas no período 
1990-2002. Nem todas foram ou serão implementadas, mas é ainda muito difícil fazer 
uma avaliação directa de cada projecto de investimento num prazo de tempo curto. 
Apesar desta limitação da base de dados, as intenções de investimento privado pelo 
menos indicam o que é que o sector privado escolhe para fazer. 
O investimento directo privado doméstico (IDD) é inferior a 7% do investimento 
privado total. O investimento directo estrangeiro (IDE) é substancialmente mais 
importante. No entanto, o IDE está concentrado em mega projectos, e mobiliza cerca de 
85% dos restantes recursos (incluindo empréstimos e IDD) para os mega projectos (este 
ponto geral será confirmado mais tarde). 
2.7.Desenvolvimento Industrial em Moçambique 
A indústria é um sector fundamental para o desenvolvimento económico. Nesse sentido, 
afigura-se necessário promover uma política industrial activa e adequada às 
necessidades e características dos países. No actual contexto de crescimento da 
economia extractiva em Moçambique, o desafio de transição da indústria extractiva para 
um processo de industrialização amplo impõe uma reflexão sobre a condução da política 
de desenvolvimento industrial, tendo em conta um passado recentede 
desindustrialização africana induzida por políticas económicas inadequadas. A crise 
africana do final dos anos 70 e princípios de 80, resultou em parte de uma política 
económica pouco eficiente, relacionada com a excessiva intervenção do Estado na 
12 
 
economia, mas a que a substitui, geralmente associada as políticas de estabilização e 
ajustamento estrutural e ao liberalismo dos anos 80 e 90, revelou-se incapaz de 
transformar a estrutura industrial de forma bem-sucedida. De facto, verifica-se em 
muitos países, um fenómeno inverso, com estagnação ou mesmo de desindustrialização, 
que não pode ser dissociado do impacto das políticas económicas utilizadas. A 
discussão dessas políticas, seus constrangimentos e limitações são por isso objecto 
central desta análise. 
2.8.Funções de política industrial 
O objectivo geral da política industrial é garantir que o conhecimento sobre a economia 
e as condições competitivas, a negociação entre diferentes interesses e estratégias, e a 
criação e mobilização de capacidades e recursos sejam combinados de modo a 
resultarem em objectivos de desenvolvimento e decisões de investimento e acção 
coerentes, que sejam consistentes com rápida e sustentável industrialização em 
Moçambique. 
Mais especificamente, a política industrial pode mobilizar recursos e alocálos mais 
eficientemente por via da identificação de alvos claros, coerentes e economicamente 
definidos, e relacionando incentivos com indicadores precisos e simples de desempenho 
económico dentro de um horizonte temporal bem definido (ex. aquisição de capacidade 
de exportação). 
Política industrial pode maximizar os benefícios do IDE, identificando investimentos e 
investidores de maior interesse para a economia, promovendo ligações com o resto da 
economia, identificando como estabelecer incentivos descriminados e ligados com 
indicadores de desempenho, ajudando a estabelecer o quadro negocial e de monitoria 
dos projectos de investimento, etc. 
2.9.Características da Indústria em Moçambique 
De uma forma geral, a indústria Moçambicana é muito subdesenvolvida; 
 É uma indústria fundamentalmente manufactureira e dedica-se às actividades de 
extracção e transformação de alguns recursos minerais e energéticos; 
 É uma indústria ainda de poucos investimentos, de pouca investigação, de 
tecnologia simples e rudimentar; 
 Os principais tipos de indústrias localizam-se nas grandes cidades e centros 
13 
 
urbanos. 
Os principais tipos de indústria são a extractiva e a transformadora 
2.10. Os factores da localização da indústria 
2.10.1. Factores naturais 
 Existência de fontes de energia (petróleo, gás natural, carvão, electricidade e 
outras fontes alternativas) 
 Existência de matéria-prima 
 Abundância de água 
 Factores socioeconómicos 
 Disponibilidade financeira (capital) 
2.10.2. A importância da indústria para economia 
 Fonte de emprego 
 Fonte de aquisição de divisas na exploração 
 Processamento de matéria-prima para exploração 
2.10.3. As causas que explicam o fraco desenvolvimento industrial em Moçambique 
 Predomínio da exploração agrícola; 
 Fraca rede de vias de comunicação; 
 Forte dependência de capitais estrangeiros; 
 Tecnologia de fraca modernização; 
 Mão-de-obra pouco especializada; 
 Reduzida capacidade de poder de compra; 
2.11. Contribuição da Indústria no PIB 
Moçambique é um País em processo de revitalização da sua indústria, apresentando 
índices de produção industrial consideráveis. Apesar dos vários factores conjunturais 
nomeadamente, a subida dos preços dos combustíveis e queda do preço das exportações 
de matéria-prima, que têm contribuído de forma não muito favorável ao 
desenvolvimento industrial, a produção da indústria manufactureira cresceu de 70.8 mil 
14 
 
milhões de Meticais (2014) para 89.4 mil milhões (2018). 
Anualmente a indústria cresceu 9.4% (2015), 6.4% (2016), 0.3% (2017) e 6.7% (2018). 
A indústria transformadora é o terceiro sector que mais contribuiu no PIB, com uma 
participação média de 9.0% de 2014 a 2016 e uma contribuição de 8.6% no primeiro 
semestre de 2017. No presente Quinquénio foram licenciadas 902 indústrias que criaram 
cerca de 16.145 postos de trabalho, com destaque para as cimenteiras, moagem de 
cereais, que agregam valor através do uso do calcário e cereais nacional. 
O País tem registado um desenvolvimento e expansão do sector industrial, a destacar a 
entrada em funcionamento de empresas de grande e média dimensão (LIMAK - 
Maputo, Cimentos da Beira, Cimentos de Cabo Delgado, Cimentos Maiaia – Nacala, 
Coca-Cola (refrigerantes) - expansão, INALCA (processamento de carne) - Maputo; 
Pembe Mozambique (f. trigo), Martifer (estruturas metálicas) e Merec Nacala (f. trigo) 
em Nampula, G.S. Beverages (refrigerantes e água) - Zambézia, Grupo ETG 
(processamento de feijão boer e gergelim) em Nampula e Sofala, e Espiga D’ouro 
(Panificadora); Beleza (processamento de fibra sintética para obtenção de cabelos 
artificiais), Heineken (Cervejas) e Refinaria de Açúcar de Xinavane. 
2.12. Instrumentos/políticas que orientam a indústria transformadora 
 Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2015-2019; 
 Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE), de Junho 2014; 
 Política e Estratégia Industrial (Resolução n.º 38/2007, de 18 de Dezembro); 
 Estratégias Sub-sectoriais (Têxtil e Confecções); 
 Plano Director do Gás Natural. 
 Diploma n° 99/2003 – Isenção de direitos aduaneiros na importação da matéria-
prima para indústria: 
 Lei de Investimento n°3/93 – Isenção de direitos na importação de equipamento 
para indústria; Protocolos Comerciais e Acordos Bilaterais; 
 Código de Benefícios Fiscais – Lei n° 4/2009. 
2.13. Plano quinquenal do governo 2015-2019 
No quadro do aumento do emprego e da produção bem como da melhoria da 
competitividade da economia nacional, o Governo persegue os seguintes objectivos 
estratégicos: i. Promover a industrialização orientada para a modernização da economia 
15 
 
e o aumento das exportações; 
 Fortalecer a capacitação das micro, pequenas e médias empresas, que sejam 
promotoras do emprego, elevado a sua conectividade no mercado externo, 
 Promover a construção de infra-estruturas; 
 Estabelecer medidas de protecção à indústria nacional nascente 
II. Promover o emprego, legalidade laboral e segurança social: 
 Promover o emprego nos diversos factores das actividades económicas e sociais 
incentivando iniciativas geradoras de emprego e auto-emprego; 
 Integrar nas estratégias e políticas sectoriais medidas que contribuam para a 
maximização de oportunidades de emprego. 
III. Promover a cadeia de valores dos produtos primários nacionais assegurando a 
integração do conteúdo local: 
 Fortalecer a integração e crescimento das indústrias nacionais na cadeia de valor 
dos mega projectos, privilegiando as pequenas e médias empresas; 
 Dinamizar a implantação de parques industriais; 
 Promover e incentivar o estabelecimento de unidades de transformação de 
produtos primários nacionais e a sua integração no mercado. 
2.14. Estratégia nacional desenvolvimento 
2.14.1. Pilares da industrialização 
 Desenvolvimento do Capital Humano; 
 Desenvolvimento de infra-estruturas; 
 Investigação, 
 Inovação de desenvolvimento Tecnológico; 
 Organização, 
 Coordenação e articulação institucional; 
2.14.2. Estratégia para o desenvolvimento das áreas prioritárias 
 Revitalização e transformação da indústria transformadora; 
 Desenvolvimento da cadeia de valores da Indústria extractiva. 
2.14.3. Prioridades Industriais 
 Desenvolvimento da indústria alimentar; 
 Desenvolvimento e modernização da indústria de mobiliário; 
16 
 
 Desenvolvimento da indústria de materiais e instrumentos de construção; 
 Desenvolvimento das indústrias de recolha e reciclagem de desperdícios 
industriais; 
 Desenvolvimento das indústriasde engenharia mecânica, metalo-mecânica e 
electrotécnica; 
 Desenvolvimento da indústria química; 
 Consolidação do aproveitamento industrial diversificado do potencial energético 
criado pela extracção de gás natural; 
 Utilização efectiva do sistema da propriedade industrial. 
2.15. Críticas das Políticas Industriais em Moçambique 
A deficiente ligação empresarial entre os megaprojectos, ou grandes indústrias, e as 
pequenas e médias empresas, por exemplo, é um dos prejuízos para o sector industrial, 
em resultado também destas últimas não serem competitivas. Face a estas fragilidades e 
lacunas no sector industrial local, o estudo do DIE sugere algumas ideias para alavancar 
a indústria moçambicana, são elas: a redução da burocracia, da corrupção, a focalização 
dos recursos para uma estratégia inteligente com vista a criação de condições sobretudo 
no que diz respeito as infra-estruturas para sectores onde eles tenham vantagens 
comparativas positivas. 
2.16. Plano Prospectivo Indicativo 
Em conformidade com Castel-Branco (1998), duas estratégias globais dominantes, 
teoricamente opostas uma à outra, marcaram o percurso económico de Moçambique nos 
últimos 20 anos. A primeira, que ficou conhecida por Plano Prospectivo Indicativo 
(PPI), visava eliminar o subdesenvolvimento herdado do colonialismo português em 
apenas dez anos, ou seja, entre 1981 a 1990. Composto por três programas essenciais --
colectivização do campo, industrialização e formação-- o PPI priorizava o crescimento 
rápido da produção material: projectava-se a quintuplicação da produção material por 
dez anos, com uma taxa média anual de crescimento na ordem de 17,5%. 
Portanto, o PPI implicava um sistema passivo de gestão macroeconómica e financeira, 
simples instrumento burocrático do plano material, em resposta ao modelo de 
planificação material centralizado, pois nele acreditava-se que os défices, então gerados, 
seriam cobertos no futuro pelos efeitos do rápido crescimento do produto e da eficiência 
17 
 
das empresas (Castel-Branco, 1998: 599). 
Esta componente do PPI isola a necessidade de financiamento externo, reduzindo a 
dependência internacional. Assim, as relações com os outros países centrar-se-iam 
tradicionalmente em sectores não necessariamente produtivos. 
A segunda estratégia, mais conhecida foi o Programa de Reabilitação Económica/e 
Social --PRE/PRES-- que visava fundamentalmente reparar os erros do PPI e recuperar 
os índices de produção e exportação de 1981. Na sua óptica, “os erros principais da 
anterior estratégia prendem-se com a má gestão macroeconómica, a distorção da 
estrutura dos preços relativos em favor da agricultura e das exportações e o desincentivo 
à operação do sector privado nacional e estrangeiro” (Castel-Branco, 1998: 600). 
2.17. Programa de Reabilitação Económica/e Social --PRE/PRES 
Este programa visava fundamentalmente reparar os erros do PPI e recuperar os índices 
de produção e exportação de 1981. Na sua óptica, “os erros principais da anterior 
estratégia prendem-se com a má gestão macroeconómica, a distorção da estrutura dos 
preços relativos em favor da agricultura e das exportações e o desincentivo à operação 
do sector privado nacional e estrangeiro” (Castel-Branco, 1998: 600). 
Portanto, o programa propunha-se, por um lado, repor o equilíbrio da balança de 
pagamentos de Moçambique e controlar a inflação, através da desvalorização da moeda 
para incentivar as exportações e conter as importações, do corte da despesa pública e 
subsídio às empresas, privatização da propriedade do Estado, introdução do princípio da 
recuperação dos custos de fornecimento dos serviços públicos essenciais, como a saúde 
e educação e da contenção do crédito à economia. 
 
2.18. Elementos de Continuidade e Descontinuidade entre o PARPA I e PARPA 
II 
O PARPA II difere do PARAP I, pois este inclui nas suas prioridades uma maior 
integração da economia nacional e o aumento da produtividade. Portanto, demonstra o 
desenvolvimento da base ao nível distrital, na criação de um ambiente favorável ao 
crescimento do sector produtivo nacional, à melhoria do sistema financeiro ao 
florescimento das pequenas e médias empresas enquadradas no sector formal, e o 
18 
 
desenvolver ambos sistemas de arrecadação das receitas internas e de afectação dos 
recursos orçamentais. 
O PARPA II (2006-2009) mantém como foi no PARPA I (2001-2005) as prioridades 
nas áreas de desenvolvimento do capital humano nas várias áreas como a educação, 
saúde, a melhoria na governação, no desenvolvimento das infra-estruturas básicas e de 
agricultura, o desenvolvimento rural, e uma melhoria na gestão macroeconómica e 
financeira. 
 
 
 
 
19 
 
3. Conclusão 
Moçambique encontra-se na lista dos países com maiores taxas de crescimento na 
última década (cerca de 7% ao ano). O papel que os recursos naturais tem 
desempenhado para o crescimento de Moçambique não deixa muitas dúvidas. As 
perspectivas de crescimento são favoráveis, não obstante os riscos associados à 
exploração desses recursos. Destacam-se os choques exógenos, como catástrofes 
climáticas, choques nos preços das matérias-primas e na procura mundial, pelos seus 
principais produtos de exportação ou importação. Ainda que alguns riscos sejam baixos, 
é necessário considerá-los. Entretanto, as melhorias dos indicadores sociais tem 
acompanhado em proporções diferentes este crescimento económico. 
O crescimento acelerado tem sido conduzido pela indústria extractiva que emprega 
capital intensivo, o que limita os benefícios tipicamente relacionados a este tipo de 
crescimento. Apesar desse crescimento acelerado, grande parte da população vive nas 
zonas rurais praticando agricultura e vivendo abaixo da linha de pobreza. 
 
20 
 
4. Bibliografia 
 Banco de Moçambique. Relatório Anual (de 1995 a 2002). Banco de 
Moçambique: Maputo. 
 Castel-Branco, CN. 2003a. A situação económica em Moçambique: reavaliação 
da evidência com foco na dinâmica da produção industrial. Comunicação 
apresentada na VII Conferência Anual do Sector Privado. CTA: Maputo. 
 Castel-Branco, CN. 2003b. A critique of SME-led approaches to economic 
development. Comunicação apresentada na II Reunião do Task Force sobre 
Pequenas e Médias Empresas da Câmara do Comércio e Indústria da 
Conferência Islâmica. 
 Castel-Branco, CN. 2002a. An investigation into the political economy of 
industrial policy: the Mozambican case. Tese de Doutoramento não publicada. 
Departamento de Economia do SOAS (Univ. de Londres): Londres. 
 Castel-Branco, C.~N. (1994). Moçambique: perspectivas económicas. 
Universidade Eduardo Mondlane em associação com Fundação Friedrich Ebert, 
Maputo. 
 FMI (2013). Relatório Nacional do FMI n.º 13/200. Moçambique 
 GOM. 2003. Lista de projectos de investimento aprovados no período 1990-
2003. CPI: Maputo. 
 KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia industrial: fundamentos 
teóricos e práticas no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
 MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de 
metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
 MOORE,Wilbert E. O impacto da indústria: modernização de sociedades 
tradicionais. Tradução: Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968.

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