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Unidade III PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO Prof. Deives de Paula Conteúdo – Unidade III Conceitos sobre o fogo e transmissão de calor. Sistema de proteção por extintores. Sistema de proteção por hidrantes e mangotinhos. Sistema de proteção por sprinklers (chuveiros automáticos). Conceitos sobre transmissão de calor O que é preciso para iniciar o fogo? O fogo é uma reação química de oxidação, na qual uma substância (o combustível) queima na presença de calor e de uma substância comburente (o agente oxidante – geralmente o oxigênio, presente no ar) que, em determinadas condições, se mantém até que um ou mais desses elementos sejam extintos (reação em cadeia). A reação em cadeia torna a queima autossustentável. Nesse estágio, o calor irradiado pelas chamas atinge o combustível, que se decompõe em partículas menores. Essas partículas se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo contínuo. Combustível, comburente e calor formam o chamado triângulo do fogo, ao passo que os quatro (combustível, comburente, calor e reação em cadeia) compõem o chamado tetraedro do fogo. Conceitos sobre transmissão de calor O que é preciso para iniciar o fogo? Figura 1. Tetraedro do fogo e seus elementos Fonte: <http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf> Conceitos sobre transmissão de calor Combustíveis: sólidos (ex.: carvão, madeira e tecidos); líquidos (ex: gasolina e álcool); gasosos (ex: gás liquefeito de petróleo – GLP e gás natural). A combustão mantém-se com até cerca de 14% de oxigênio concentrado no ambiente, ao passo que a respiração humana necessita de, no mínimo, 19%. Conceitos sobre transmissão de calor Fontes de calor As fontes de calor podem ser as provenientes do aquecimento solar, de processos químicos exotérmicos, de circuitos elétricos e suas descargas, de reações biológicas ou de origem mecânica. O calor de origem mecânica pode advir do atrito nos mancais, do atrito entre uma correia e uma superfície, do atrito entre uma correia transportadora e o material que se deposita sob o transportador, da falta de lubrificação, do excesso de carga sobre o equipamento ou, ainda, da geração de uma faísca (uma simples martelada, por exemplo). O calor de origem elétrica, por sua vez, pode ser gerado em descargas atmosféricas (raios), descargas acidentais, arcos elétricos, descargas de eletricidade estática, aquecimento de equipamentos ou, ainda, sobrecarga de circuitos. Conceitos sobre transmissão de calor Há basicamente quatro maneiras de extinguir-se o fogo: pode-se remover ou reduzir a quantidade de combustível (isolamento); é possível reduzir a quantidade de comburente (abafamento); pode-se reduzir a fonte de calor (resfriamento); por fim, pode-se interferir, mediante a adição de inibidores químicos, no desenvolvimento da reação em cadeia, ou seja, a sua quebra. Conceitos sobre transmissão de calor Isolamento Abafamento Resfriamento Quebra da reação em cadeia Figuras 2, 3, 4 e 5. Formas para extinção de incêndio Fonte: <http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf> Transmissão de calor O incêndio, dentro de uma edificação, pode propagar o seu calor desde o seu foco de origem, alastrando-se de formas distintas. Devemos conhecer as formas que o calor pode ser transmitido, para que possamos melhor compreender e propor medidas capazes de evitar a ignição, limitar o crescimento e a propagação do incêndio. Há três maneiras básicas para que o calor possa ser transmitido: por condução, por convecção e por irradiação. Transmissão de calor Condução: o calor se transmite através de um material. Por exemplo, uma barra metálica tendo um de seus lados exposto ao calor gradualmente fará com que o lado oposto se aqueça. Convecção: o aumento de temperatura provoca uma diminuição de densidade em um fluido. Esse fluido mais quente e mais leve sobe até as regiões mais elevadas, ao passo que o fluido mais frio desce. Como exemplos de fluido podem ser citados o próprio ar, a água e outros materiais, como gases ou combustíveis. Irradiação: depende, em primeira aproximação, da diferença de temperatura entre os corpos, sendo a transmissão do calor por meio de ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. Etapas de desenvolvimento de um incêndio Após o início do incêncio, inicia-se a fase de deflagração, em que o fogo consome cada vez mais os materiais no ambiente, elevando-se a temperatura, até chegar à fase denominada inflamação generalizada (conhecida na literatura internacional como flashover), quando a maior parte dos materiais presentes está em combustão. Em um incêndio real, a temperatura sobe inicialmente de maneira lenta. Os combustíveis vão sendo consumidos e o calor gerado possibilita a combustão de mais e mais combustíveis, até que o calor no ambiente seja suficiente para inflamar os demais materiais. A partir do momento em que os combustíveis tenham sido consumidos, inicia-se a fase de extinção. Etapas de desenvolvimento de um incêndio Exemplo de curva de um incêndio real celulósico (SEITO, 2008): Figura 6. Exemplo de curva e das etapas de desenvolvimento de um incêndio real celulósico. Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-86212012000400004> Curva de incêndio padrão Uma das maiores dificuldades dos projetistas de sistemas de proteção e combate a incêndio ao longo dos tempos foi identificar um modelo matemático que permitisse simular a evolução do aumento de temperatura ao longo do tempo em um incêndio real. Modelo desenvolvido – curva de incêndio padrão: θg= θo + 345 log (8t + 1) Sendo: t é o tempo, expresso em minutos; θo é a temperatura do ambiente antes do início do aquecimento em graus Celsius, geralmente tomada igual a 20º C; θg é a temperatura dos gases, em graus Celsius no instante t. Sequência de um combate a incêndio A fase inicial de uma operação de combate refere-se à detecção do incêndio, a partir da qual o combate inicial deverá ser iniciado. O tempo corre contra a operação, sendo que os primeiros cinco minutos iniciais são fundamentais para tentar o controle da situação em curso. Quanto mais tempo se demora entre a detecção e o combate inicial, maiores são as perdas, que podem ser materiais, ambientais, econômicas, humanas ou sociais. Caso esse controle não seja possível, meios externos de combate serão necessários, de forma a evitar a propagação do incêndio para áreas adjacentes. Sequência de um combate a incêndio Combatendo-se o incêndio ou permitindo que os combustíveis sejam consumidos até o seu fim pelas chamas, o fogo entra em fase de extinção. Uma vez concluído o combate, a operação de rescaldo deverá ser executada. Tal operação tem como objetivo não permitir que os materiais queimados, que sofreram a ação de um combate por meio de sistemas de proteção contra incêndio, voltem a queimar. Ou seja, o rescaldo após um incêndio tem a função de evitar a reignição dos materiais ali presentes. Principais problemas associados ao combate inicial do incêndio Como medida de prevenção básica, deve-se evitar o contato dos combustíveis com o calor. Porém, deve-se buscar evitar a propagação do incêndio e dispor dos meios para o seu combate inicial. Passa-se aos procedimentos de abandono seguro dos ocupantes e busca-se restringir a ocorrência ao seu ambiente de origem, dificultando asua propagação. Deve-se garantir que existam meios para o acesso dos bombeiros ao interior dos ambientes para o combate ao fogo em situação de incêndio, visando restringir o incêndio ao edifício e garantir a integridade deste. Principais problemas associados ao combate inicial do incêndio As causas mais comuns relacionadas a acidentes durante a ocorrência de incêndios referem-se a: não saber o que fazer; fazer o que não sabe; saber e não fazer; desconhecimento; desobediência; demora em acionar o alarme e/ou em chamar os bombeiros; obstrução dos equipamentos de combate e/ou das rotas de fuga; obstrução das vias de acesso das viaturas dos bombeiros; falta de treinamento da brigada; equipamento(s) de combate a incêndio não funciona(m). Interatividade Quais são as possíveis formas que podem ser empregadas no combate ao incêndio para a quebra da reação química do fogo? a) Isolamento, abafamento, resfriamento e/ou emprego de agentes inibidores da reação química. b) Acondicionamento, abafamento, rescaldo e/ou emprego de agentes inibidores da reação química. c) Isolamento, confinamento, resfriamento e/ou emprego de agentes inibidores da reação química. d) Isolamento, abafamento, congelamento e/ou emprego de agentes inibidores da reação química. e) Nenhuma das anteriores está correta. Extintores de incêndio A provisão de extintores de incêndio nos edifícios se justifica pela necessidade de se efetuar o combate ao incêndio imediatamente após o seu surgimento e pelo fato comprovado de que a grande maioria dos incêndios tem origem a partir de pequenos focos. Destaca-se, assim, a importância de se contar com equipamentos de combate apropriados para o uso pelos próprios usuários do edifício e que primem pela facilidade de manuseio, de forma a poderem ser utilizados após um treinamento básico. Além disso, os preparativos necessários para o seu uso não devem consumir um tempo significativo, para que sua utilização não se inviabilize em função do crescimento do incêndio. Extintores de incêndio Segundo a norma brasileira NBR 12693:2011 – “Sistemas de proteção por extintores de incêndio – Procedimento”, os extintores de incêndio são divididos em duas categorias: portáteis e sobrerrodas. Extintor portátil: aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e seus componentes, incluindo em seu interior o agente extintor destinado a debelar princípios de incêndio. O peso total desse equipamento deve ser de até 245 N (ou uma massa equivalente a 25 kg). Extintor sobrerrodas: aparelho de acionamento manual, apoiado sobre rodas, constituído de recipiente e seus componentes, contendo agente extintor destinado a debelar princípios de incêndios, possuindo peso total superior a 245 N. Extintores de incêndio Fonte: Tomina et al. (2010) Classificação dos extintores segundo o agente extintor, princípio de extinção e sistema de expulsão do agente extintor: Extintores de incêndio Classificação segundo a carga nominal e a capacidade extintora Os extintores são classificados segundo a sua capacidade extintora, baseando-se nas normas brasileiras: NBR 15808: “Extintor de Incêndio Portátil – Requisitos e Métodos de Ensaio”. NBR 15809: “Extintor de Incêndio Sobrerrodas – Requisitos e Métodos de Ensaio”. A NBR 15808 apresenta uma tabela considerando como era a classificação dos extintores portáteis e sobrerrodas antes das normas ABNT 15808 e 15809, estimando sua capacidade extintora. Ela é válida para projetos antigos, e não é recomendável segui-la para novos projetos. Para dimensionar o posicionamento conforme a ABNT NBR 12693 deve-se obter a capacidade extintora de acordo com as normas ABNT NBR 15808 e 15809. Extintores de incêndio Classificação dos extintores segundo o agente extintor, carga nominal e capacidade extintora equivalente, para extintores fabricados antes da publicação das normas ABNT NBR 15808 e 15809: Fonte: Tomina et al. (2010) Extintores de incêndio Classificação dos riscos Para fins de proteção contra incêndio por extintores, deve-se determinar o risco utilizando o Anexo A e a Tabela A.1 da norma brasileira ABNT NBR 12693:2010, que apresenta as principais ocupações e usos e sua carga de incêndio específica, dada em megajoule por metro quadrado (MJ/m²). A partir da identificação da carga de incêndio específica, é possível determinar o tipo e quantidade de extintores que serão necessários para proteger a edificação. Quando se tem arranjos específicos de armazenamento, a determinação das cargas de incêndio específicss devem seguir as orientações do Anexo B da norma ABNT NBR 12693, que estabelece os valores de energia liberada por massa de material, expressos em MJ/kg, e a partir da quantidade em massa armazenada do material no ambiente e a área que ele ocupa, é possível determinar a carga de incêndio específica de um determinado material. Extintores de incêndio Seleção do agente extintor De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados conforme a tabela a seguir: Fonte: Tomina et al. (2010) Extintores de incêndio Para efeito da norma brasileira, os sistemas de extintores são divididos em dois tipos: Tipo 1: sistema de extintores portáteis; Tipo 2: sistema de extintores portáteis e sobrerrodas. No mínimo 50% do número total de unidades extintoras exigidas para cada risco deve ser constituído por extintores portáteis. Quando utilizados extintores sobrerrodas, deve-se observar que: não se admite a possibilidade de um extintor sobrerrodas proteger locais situados em pavimentos diferentes; somente são admitidos extintores sobrerrodas nos cálculos das unidades extintoras quando estes tiverem livre acesso a qualquer parte da área protegida, sem impedimentos como portas, soleiras, degraus no piso, materiais e equipamentos. Extintores de incêndio Os extintores, a critério do projetista, podem ser colocados interna ou externamente à área de risco a ser protegida. Para a instalação dos extintores portáteis, devem ser observadas as seguintes exigências: quando forem fixados em paredes ou colunas, os suportes devem resistir a 3 (três) vezes a massa total do extintor; para extintores portáteis fixados em parede, devem ser observadas as seguintes alturas de montagem: a posição da alça de manuseio não deve exceder 1,60 m do piso acabado; a parte inferior deve guardar distância de no mínimo 0,10 m do piso acabado. os extintores portáteis não devem ficar em contato direto com o piso. Extintores de incêndio O extintor deve ser instalado de maneira que: haja menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso; seja visível, para que todos os usuários estejam familiarizados com a sua localização; permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial; não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou qualquer outro material e esteja junto ao acesso dos riscos; sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo etc.; não fique instalado em escadas. Nos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que não haja processos de trabalho, a não ser operações de carga e descarga, é permitida a colocação dos extintores em grupos e próximos às portas de entrada e/ou saída. Extintores de incêndio A capacidade extintora mínima dos extintores de incêndio e as distâncias máximas a percorrer, para as classes de riscos isolados, estão previstas na tabela a seguir: Fonte: Tomina et al. (2010) Extintores de incêndio As áreas máximas a serem protegidas, de acordo com o grau de risco do local analisado, paraas capacidades extintoras apontadas, são: Fonte: Tomina et al. (2010) Extintores de incêndio Os riscos de incêndio de classe B dividem-se em duas categorias: a) Categoria 1 – líquidos com profundidade até 6 mm. O fogo envolve líquidos inflamáveis em profundidade não apreciáveis, tais como: derramamento de combustíveis em superfícies abertas, vapores liberados de recipiente ou tubulação e fogo se alastrando, originado de recipiente quebrado. b) Categoria 2 – líquidos inflamáveis com profundidade superior a 6 mm. Essa categoria envolve fogo em líquidos inflamáveis em profundidades apreciáveis, considerados como riscos pontuais, tais como: tanques com superfícies abertas, geralmente encontrados em indústrias e oficinas (por exemplo, tanques para imersão utilizados em processos de limpeza, pintura etc). Extintores de incêndio Indicações para fogo classe C Os extintores necessários à classe C devem utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade para proteger os operadores em situações em que são encontrados equipamentos energizados. Indicações para fogo classe D A determinação do tipo e quantidade de agente extintor deve ser baseada no material combustível específico, em sua configuração, na área a ser protegida, bem como nas recomendações do fabricante do agente extintor. Interatividade Qual(is) é(são) a(s) classe(s) de fogo em que os extintores de incêndio pode(m) ser utilizados, de acordo com o exposto na aula? a) Classes A, B, C, D e M. b) Somente classes A e B. c) Somente classes A, B e C. d) Classes A, B, C e D. e) Somente classe A. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Os sistemas de hidrantes e de mangotinhos são medidas básicas de proteção contra incêndio, acionados manualmente e instalados nos edifícios para serem utilizados pelos próprios ocupantes (que estejam devidamente habilitados) em situações de emergência. São destinados a princípios de incêndio e dimensionados para descarregar uma quantidade de água adequada ao risco que visam proteger, sendo os mangotinhos destinados a riscos leves e os hidrantes a riscos leves, médios e pesados. Os dois sistemas requerem brigada de incêndio que possua habilitação compatível com as características de cada um e com as técnicas de combate a incêndio específicas do risco que está sendo protegido. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Destinam-se à proteção dos bens materiais contidos na área onde estão instalados e, indiretamente, também protegem vidas humanas, uma vez que controlam o incêndio em seu estágio inicial, evitando que se desenvolva e comprometa a segurança dos ocupantes de todo edifício. O sistema de mangotinhos descarrega água em quantidade inferior ao sistema de hidrantes, porém em quantidade adequada ao risco da área onde está instalado. Pode ser utilizado com maior facilidade e rapidez e por apenas uma pessoa treinada. Além disso, é possível utilizá-lo para combater fogos em líquidos inflamáveis e para o resfriamento de tanques com líquidos inflamáveis ou com gás, pois são dotados de esguichos reguláveis que proporcionam descarga de água nebulizada. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos São indispensáveis mesmo nos locais equipados com sistemas automáticos de extinção de incêndio, pois podem servir como meios auxiliares ou complementares na extinção de incêndios. São exigidos obrigatoriamente nos edifícios residenciais, comerciais e industriais. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Componentes do sistema de hidrantes O sistema de hidrantes compõe-se basicamente de: um reservatório de água elevado ou um reservatório não elevado com uma bomba de recalque e uma tubulação fixa que alimente pontos terminais, que são os hidrantes propriamente ditos. Os pontos de hidrantes são distribuídos de maneira uniforme e estratégica para que toda a área protegida fique ao alcance dos jatos de água, considerando-se as mangueiras de incêndio com comprimento de, no máximo, 30 m, desenvolvidas ao longo de seu caminhamento real na área protegida. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos O ponto de hidrante compreende uma tomada de água equipada com uma válvula angular para controle de vazão de água dotada de uma conexão de saída tipo engate rápido, para possibilitar a conexão das mangueiras. Constitui-se basicamente de dois lances de 15 m de mangueira de 40 mm (1 ½”) ou 65 mm (2 ½”) de diâmetro; um esguicho agulheta ou de neblina / jato compacto; uma chave de mangueira para facilitar as manobras das uniões e um abrigo metálico ou de fibra de vidro para acondicionar os equipamentos. As tomadas de água podem ser instaladas no interior do abrigo. Entretanto, nesses casos, as dimensões do abrigo deverão propiciar fácil manobra do hidrante. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos O sistema de mangotinhos possui basicamente a mesma configuração do sistema de hidrantes, tendo duas diferenças fundamentais que lhe conferem maior praticidade e rapidez na sua operação, quais sejam: mangueiras semirrígidas de 25 mm (1”), podendo ou não estarem enroladas sem carretéis, e esguichos reguláveis. Os sistemas de combate a incêndio estão divididos em sistemas de mangotinhos (tipo 1) e sistemas de hidrantes (tipos 2 e 3), conforme especificados na tabela a seguir. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Tipos de sistemas (ABNT NBR 13714:2000): Fonte: ABNT (2000) Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Mangueiras e mangotinhos de combate a incêndio As mangueiras de incêndio para uso de hidrantes devem atender às condições da ABNT NBR 11861 e para os sistemas de mangotinhos devem atender às condições da norma EN 694. O comprimento total das mangueiras deve ser suficiente para vencer todos os desvios e obstáculos que existem, considerando também toda a influência que a ocupação final é capaz de exercer, não excedendo os limites estabelecidos na tabela anterior. Para sistemas de hidrantes, deve-se preferencialmente utilizar lances de mangueiras de 15 m. As uniões para mangueiras de incêndio devem fabricadas conforme os requisitos da ABNT NBR 14349. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Localização dos pontos de hidrante ou de mangotinhos Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um (sistema tipo 1) ou dois (sistemas tipos 2 e 3) esguichos, considerando-se o comprimento da(s) mangueira(s) e seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do jato de água, e posicionados: nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a não mais de 5 m.; em posições centrais nas áreas protegidas; fora das escadas ou antecâmaras de fumaça; de 1,0 m a 1,5 m do piso. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Nos hidrantes externos, quando afastados de no mínimo 15 m ou uma vez e meia a altura da parede externa da edificação a ser protegida, poderão ser utilizados até 60 m de mangueira (preferencialmente em lances de 15 m), desde que devidamente dimensionados hidraulicamente. Recomenda-se que sejam utilizadas mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da perda de carga do sistema e o último lance de 40 mm para facilitar seu manuseio. Todos os pontos de hidrantes ou de mangotinhos devem receber sinalização conforme a NBR 13435, de modo a permitir sua rápida localização. Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Dimensionamento Em qualquer edificação, o dimensionamento deve consistir na determinação do caminhamento das tubulações, dosdiâmetros, dos acessórios e dos suportes, necessários e suficientes para garantir o funcionamento dos sistemas previstos nessa norma. Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos dois jatos de água mais desfavoráveis hidraulicamente (aqueles que proporcionam menor pressão dinâmica no esguicho) para qualquer tipo de sistema especificado, considerando-se no mínimo as vazões obtidas conforme o tipo de sistema adotado. Interatividade O sistema de hidrantes, em sua concepção e acionamento, é: a) uma medida de proteção contra incêndio passiva e seu acionamento é manual. b) uma medida de proteção contra incêndio ativa e seu acionamento é automático. c) uma medida de proteção contra incêndio ativa e seu acionamento é manual. d) uma medida de proteção contra incêndio passiva e seu acionamento é automático. e) Nenhuma das anteriores está correta. Chuveiros automáticos (sprinklers) São instalações hidráulicas constituídas de redes de tubulações, afixadas à edificação, que contém dispositivos automáticos de detecção do calor irradiado no ambiente em que estiver instalado, em uma situação de incêndio. Os chuveiros automáticos para extinção de incêndio são dotados de um elemento termossensível que pode se romper quando exposto a uma determinada temperatura, conhecida como temperatura de operação. Esse rompimento provoca a abertura do orifício de descarga do chuveiro automático, permitindo a saída de água proveniente da rede hidráulica do sistema com determinada pressão e vazão. Chuveiros automáticos (sprinklers) A água liberada atinge um componente do chuveiro automático, chamado defletor, que tem a função de distribuir a água uniformemente em uma área de cobertura. Os parâmetros de projeto desse sistema devem ser determinados por meio de uma memória de cálculo hidráulico. Existem elementos termossensíveis para diferentes faixas de temperatura, de forma a atender diversas condições ambientais de instalação dos sistemas de chuveiros automáticos. Chuveiros automáticos (sprinklers) Conceitos e definições Um sistema típico para proteção contra incêndio por chuveiros automáticos apresenta, basicamente: fonte de suprimento e abastecimento de água; válvulas de controle; alarme sonoro; rede de distribuição de água; chuveiros automáticos instalados individualmente. Chuveiros automáticos (sprinklers) Os chuveiros automáticos são dimensionados e posicionados em locais específicos, de maneira que o arranjo deles proporcione uma cobertura eficiente nos locais abrangidos pelo sistema, conforme as características da carga de incêndio do local, e de maneira que o seu funcionamento seja o mais eficiente possível no ato do princípio de incêndio. Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiro automático As especificações técnicas mínimas que os chuveiros automáticos devem atender estão descritas na NBR 6135:1998 (ABNT, 1998) por meio dos métodos de ensaios da ABNT NBR 6125:1998 (ABNT, 1998), em que construtivamente o dispositivo é composto de: a) corpo: parte do chuveiro automático que contém rosca, para fixação da tubulação, braços e orifício de descarga, e serve como suporte para os demais componentes; b) defletor: componente destinado a quebrar o jato sólido, de modo a distribuir a água; c) obturador: componente destinado à vedação do orifício de descarga nos chuveiros automáticos; d) elemento sensível: componente destinado a liberar o obturador por efeito da elevação de temperatura, por ter atingida a temperatura de operação. Fonte: livro-texto Fonte: Paula (2014) Chuveiros automáticos (sprinklers) Componentes do sistema de chuveiros automáticos para instalações do tipo tubo molhado: Ramal Riser Subgeral Conexão de teste Sistema de chuveiros automáticos Tipo tubo molhado Válvula de Governo e Alarme (VGA) – ver Figura 9 Alarme sonoro Tomada de Recalque (Figura 14) Dreno Sistema de abastecimento de água (conforme disposto na Tabela 3) Fonte: livro-texto Chuveiros automáticos (sprinklers) Os principais tipos de sistemas de proteção por chuveiros automáticos e suas definições adotadas na ABNT NBR 10897:2008 (ABNT, 2008) estão detalhadas na tabela a seguir: Tipos de sistemas de chuveiros automáticos Definição conforme ABNT NBR 10897:2008 Sistema tipo tubo molhado Sistema de chuveiros automáticos, fixados a uma tubulação que contém água e conectada a uma fonte de abastecimento, de maneira que a água seja descarregada imediatamente pelos chuveiros automáticos, quando abertos pelo calor de um incêndio. Sistema de ação prévia Sistema que utiliza chuveiros automáticos, fixados a uma tubulação que contém ar, que pode ou não estar sob pressão, conjugado a um sistema suplementar de detecção instalado na mesma área dos chuveiros automáticos. Sistema tipo dilúvio Sistema que utiliza chuveiros abertos, fixados a uma tubulação conectada a uma fonte de abastecimento de água por uma válvula, que é aberta pela operação de um sistema de detecção instalado na mesma área dos chuveiros. Ao ser aberta a válvula, a água flui através da tubulação e é descarregada por todos os chuveiros. Sistema tipo anel fechado Sistema que utiliza chuveiros automáticos no qual as tubulações subgerais múltiplas são conectadas de modo a permitir que a água siga mais do que uma rota de escoamento até chegar a um chuveiro em operação. Neste sistema, os ramais não são conectados entre si. Sistema tipo grelha Sistema de chuveiros automáticos no qual as tubulações subgerais (tubulações que alimentam os ramais) são conectadas a ramais múltiplos. Um chuveiro em operação recebe água pelas duas extremidades do ramal, enquanto outros ramais auxiliam a transportar a água entre as tubulações subgerais. Fonte: Paula (2014) Chuveiros automáticos (sprinklers) A válvula de governo e alarme (VGA), para os sistemas de tubo molhado, trabalha como uma válvula de retenção, com uma série de orifícios roscados para a ligação de dispositivos de controle e alarme, que são: válvula de drenagem de 1 ½” ou 2”, para esvaziar a tubulação da rede hidráulica do sistema, permitindo o reabastecimento da rede no caso de uma substituição dos chuveiros automáticos; manômetros, a montante e a jusante do obturador da VGA – o manômetro superior deve marcar uma pressão igual ou maior que o inferior; linha de alarme para ligar o pressostato e o alarme hidromecânico (com câmara de retardo, quando necessário). Chuveiros automáticos (sprinklers) Esquema de instalação de uma válvula de governo e alarme (VGA), em sistema de tubo molhado: Fonte: livro-texto Chuveiros automáticos (sprinklers) 1 Tipo de acionamento 2 Distribuição de água 3 Velocidade de operação 4 Orientação de instalação 5 Condições especiais de uso Classificação dos requisitos construtivos dos chuveiros automáticos: Fonte: livro-texto Métodos de cálculo dos sistemas de proteção por chuveiros automáticos O dimensionamento das instalações de sistemas de proteção por chuveiros automáticos podem ser realizados conforme os métodos na tabela abaixo: O método para dimensionamento mais adotado para os sistemas é o método por cálculo hidráulico, devido à relação benefício / custo apresentada por este modelo de dimensionamento. Chuveiros automáticos (sprinklers) Fonte: adaptado de ABNT (2008) Chuveiros automáticos (sprinklers) Requisitos a serem considerados na instalação do sistema Devem ser levados em conta, na concepçãodo sistema de chuveiros automáticos: condições gerais e restrições de uso; áreas máximas de proteção; definição das temperaturas de operação e velocidade de resposta; área de cobertura por chuveiro automático; espaçamento entre chuveiros automáticos; posicionamento do defletor; parâmetros de desempenho para funcionamento do chuveiro automático; Chuveiros automáticos (sprinklers) Devem ser levados em conta, na concepção do sistema de chuveiros automáticos (continuação): classificação do grau de risco de acordo com a ocupação; requisitos mínimos para os materiais, dispositivos e acessórios empregados nas instalações; requisitos para aceitação dos sistemas ao término de sua instalação; requisitos para ensaios e inspeções periódicos, incluindo rotinas de manutenção nos sistemas instalados. Interatividade Quanto ao sistema de chuveiros automáticos (sprinklers), podemos afirmar que: a) é uma medida de proteção automática, que responde aos estímulos iniciais do incêndio, independentemente de como esteja instalado, para qualquer grau de risco. b) é uma medida de proteção automática, que responde aos estímulos iniciais do incêndio, que depende da forma como os materiais combustíveis estão dispostos no local e que, com o sistema de tubo molhado, podemos proteger qualquer grau de risco. c) é uma medida de proteção que pode ser acionada tanto manual quanto automaticamente. d) é uma medida de proteção automática, que responde aos estímulos iniciais do incêndio, que depende da forma como os materiais combustíveis estão dispostos no local, de como o sistema foi instalado, aceito e de como está sendo mantido em condições operacionais. e) nenhuma das alternativas anteriores está correta. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 �Conteúdo – Unidade III � Conceitos sobre transmissão de calor Conceitos sobre transmissão de calor Conceitos sobre transmissão de calor Conceitos sobre transmissão de calor Conceitos sobre transmissão de calor Conceitos sobre transmissão de calor Transmissão de calor Transmissão de calor Etapas de desenvolvimento de um incêndio Etapas de desenvolvimento de um incêndio Curva de incêndio padrão Sequência de um combate a incêndio Sequência de um combate a incêndio Principais problemas associados�ao combate inicial do incêndio Principais problemas associados�ao combate inicial do incêndio Interatividade Resposta Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Extintores de incêndio Interatividade Resposta Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Hidrantes, mangueiras de incêndio e mangotinhos Interatividade Resposta Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Chuveiros automáticos (sprinklers) Interatividade Resposta Slide Number 64
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