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ANÁLISE DE EDIFÍCIOS EM PAREDES DE CONCRETO 
MOLDADAS IN LOCO 
 
 
 
 
 
FERNANDO BEZERRA GALVÃO MORQUECHO 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
(MODALIDADE - MONOGRAFIA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL-RN 
2016 
 
 
 
U F R N 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
FERNANDO BEZERRA GALVÃO MORQUECHO 
 
 
ANÁLISE DE EDIFÍCIOS EM PAREDES DE CONCRETO 
MOLDADAS IN LOCO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade Monografia, submetido ao 
Departamento de Engenharia Civil da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
como parte dos requisitos necessários para a 
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
Orientador: Prof. Dr. Joel Araújo do 
Nascimento Neto 
 
 
 
 
NATAL/RN, 25 DE MAIO DE 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a todos os professores que me acompanharam durante o meu curso, 
em especial ao meu orientador, professor Dr. Joel Araújo do Nascimento Neto, que 
me empolgaram e que me fizeram gostar cada vez mais da Engenharia Civil. 
Agradeço também aos meus familiares, em especial ao meu avô Ubiratan 
Pereira Galvão (in memorian) também engenheiro, que me influenciou na escolha da 
profissão. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
MORQUECHO, F. B. G. Análise de edifícios em paredes de concreto 
moldadas in loco. 77 páginas. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Rio Grande do Norte, 2016. 
 
A carência habitacional continua sendo um desafio para o Brasil. Para reduzi-
la, é necessário um sistema construtivo rápido, eficaz e industrializado, que consiga 
suprir novas moradias à população em meio a uma pressão demográfica crescente. 
Nesse contexto se insere o sistema construtivo de paredes de concreto moldadas in 
loco. Além de propiciar uma maior rapidez à construção, a padronização do 
processo faz com que as edificações sejam mais confiáveis. Neste trabalho, foram 
analisados requisitos construtivos e de desempenho, além de enfocar o concreto 
celular, material potencialmente utilizável nesse sistema. Além disso, o procedimento 
de cálculo das paredes foi explorado considerando a nova normatização nacional, a 
ABNT NBR 16055:2012 – Parede de concreto moldada no local para a construção 
de edificações – Requisitos e procedimentos, comparando-o com a norma 
americana ACI 318:2014 – Building Code Requirements for Structural Concrete. 
Foram exploradas também considerações que podem ser feitas que assemelham o 
Sistema de Paredes de Concreto ao Sistema de Alvenaria Estrutural de Blocos 
Cerâmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Paredes de concreto. Concreto celular. Cálculo estrutural. 
Sistemas Construtivos. 
 
 
ABSTRACT 
 
MORQUECHO, F. B. G. Analisys of cast-in-place concrete walls buildings. 
77 páginas. Undergraduate Thesis – Federal University of Rio Grande do Norte. Rio 
Grande do Norte, Brazil, 2016. 
 
The housing shortage remains a challenge for Brazil. To reduce it, a quick, 
effective and industrialized building system that can supply new housing to the 
population amid a growing demographic pressure is needed. In this context, fits the 
constructive system of cast-in-place concrete walls. Beyond providing greater speed 
to the construction, standardization of the process causes the buildings to be more 
reliable. In this Undergraduate Thesis, construction and performance requirements 
were analyzed, in addition to focusing on the cellular concrete, potentially usable 
material in this system. In addition, the walls calculation procedure was explored 
considering the new national regulation, the NBR 16055: 2012 – Cast in place 
Concrete wall for construction of buildings - Requirements and procedures, 
comparing it to the American Standard ACI 318: 2014 - Building Code Requirements 
for Structural Concrete. It was also explored considerations that may be made to 
resemble the Concrete Walls System to Structural Masonry Blocks Ceramic System. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Key Words: Concrete Walls. Cellular Concrete. Structural Calculation. Building 
Systems. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................... 1 
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 2 
1.3 OBJETIVOS .............................................................................................. 3 
2. O SISTEMA PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS IN LOCO .................. 4 
2.1 REQUISITOS INICIAIS ............................................................................. 4 
2.2 SELEÇÃO DOS MATERIAIS E FORMAS ................................................. 5 
2.2.1 Concreto ............................................................................................. 5 
2.2.2 Formas e escoramento ....................................................................... 6 
2.2.3 Aço...................................................................................................... 7 
2.2.4 Instalações .......................................................................................... 8 
2.3 FUNDAÇÃO .............................................................................................. 9 
2.4 LOCAÇÃO, ARMAÇÃO E INFRAESTRUTURA DE INSTALAÇÕES ...... 10 
2.4.1 Locação ............................................................................................ 10 
2.4.2 Armação ........................................................................................... 11 
2.4.3 Infraestrutura de instalações ............................................................. 12 
2.5 MONTAGEM DE CONTRAMARCOS E FORMAS .................................. 13 
2.5.1 Colocação dos contramarcos ........................................................... 13 
2.5.2 Posicionamento e preparo das formas ............................................. 13 
2.6 CONCRETAGEM .................................................................................... 16 
2.6.1 Recebimento do concreto ................................................................. 16 
2.6.2 Lançamento do concreto .................................................................. 16 
2.6.3 Adensamento .................................................................................... 18 
2.6.4 Cura e desforma ............................................................................... 19 
2.6.5 Preparação para a execução do próximo pavimento ........................ 20 
 
 
2.7 COBERTURA .......................................................................................... 21 
2.8 ACABAMENTO ....................................................................................... 21 
2.8.1 Revestimento interno ........................................................................ 22 
2.8.2 Revestimento externo ....................................................................... 22 
3. CONCRETO CELULAR ................................................................................ 23 
3.1 MATERIAIS ............................................................................................. 23 
3.1.1 Agregados e fíleres ........................................................................... 23 
3.1.3 Espuma............................................................................................. 24 
3.2 DOSAGEM .............................................................................................. 24 
3.2.1 Densidade ......................................................................................... 25 
3.2.2 Resistência à compressão ................................................................ 26 
3.2.3 Resistência à tração direta e à tração na flexão ............................... 29 
3.2.4 Módulo de elasticidade ..................................................................... 29 
3.2.5 Desempenho térmico ........................................................................ 31 
3.2.6 Retração ........................................................................................... 32 
3.2.7 Características físico-mecânicas ...................................................... 33 
4. DIMENSIONAMENTO: COMPARAÇÃO DA NBR COM OUTRAS NORMAS 
RELATIVAS À PAREDE DE CONCRETO E COM A ALVENARIA ESTRUTURAL .. 35 
4.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ........................................................... 35 
4.2 METODOLOGIA ...................................................................................... 37 
4.3 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS E AÇÕES ................................. 38 
4.3.1 Propriedades físicas ......................................................................... 38 
4.3.2 Ações ................................................................................................ 40 
4.3.3 Combinação de ações ...................................................................... 41 
4.4 ESFORÇOS SOLICITANTES ................................................................. 45 
5 VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA ESTRUTURAL 47 
5.1 ALTURA E ESPESSURA EFETIVAS E ESBELTEZ ............................... 47 
 
 
5.2 INTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DE ALVENARIA ................................ 47 
5.3 ANÁLISE PARA DISTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS HORIZONTAIS ENTRE 
OS PAINÉIS DE CONTRAVENTAMENTO............................................................ 48 
5.4 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO PARA TENSÕES SOLICITANTES 
DEVIDO À AÇÃO DO VENTO E DIMENSIONAMENTO AO CISALHAMENTO .... 52 
5.5 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA À 
COMPRESSÃO SIMPLES ..................................................................................... 53 
5.6 DIMENSIONAMENTO DO GRUPO À COMPRESSÃO .......................... 54 
5.7 TENSÕES DE COMPRESSÃO GERADAS POR FLEXÃO PELA AÇÃO 
DE VENTO ............................................................................................................ 56 
5.8 DIMENSIONAMENTO À FLEXO-COMPRESSÃO .................................. 56 
5.9 TENSÕES SOLICITANTES E RESISTENTES DE CISALHAMENTO .... 57 
6 VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA PAREDE DE CONCRETO ... 58 
6.1 ALTURA, ESBELTEZ E RESISTÊNCIAS ............................................... 58 
6.1.1 Fatores de ponderação devido às vinculações e comprimento ........ 58 
6.1.2 Valores da força normal resistente ................................................... 61 
6.1.3 Resistência ao cisalhamento ............................................................ 64 
6.2 CONSIDERAÇÃO DO EFEITO DO VENTO ........................................... 65 
6.3 VALORES SOLICITANTES DE PROJETO DE ACORDO COM AS 
DIFERENTES COMBINAÇÕES ............................................................................ 67 
6.4 COMPARAÇÃO ENTRE TENSÕES RESISTENTES E SOLICITANTES68 
6.4.1 Compressão ..................................................................................... 68 
6.4.2 Cisalhamento .................................................................................... 69 
7 COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS ............................................... 70 
8 CONCLUSÃO ................................................................................................ 71 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 72 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
“O concreto leve celular1 não é um material novo. Consta que seu 
desenvolvimento aconteceu na Suécia, no final da década de 1920, em um processo 
de autoclave” (MANUFACTURERS, 2016). É conhecido de acordo com o seu 
processo de fabricação. Há o tipo gasoso e o tipo espumoso (SACHT, 2008, p. 66), 
ambos normatizados. Recentemente, com o desenvolvimento da tecnologia do 
concreto – através do uso de novos aditivos e/ou adições – e com as rigorosas 
exigências da nova norma de desempenho, a Norma Brasileira (NBR) 15575:2013 – 
Edificações Habitacionais – Desempenho da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), seu uso voltou à tona, principalmente na construção de 
habitações de interesse popular. 
Além das vantagens quanto ao peso, acarretando o alívio na estrutura e 
tensões no solo, o concreto celular ainda é ambientalmente amigável, já que seu 
processo de fabricação pode incluir reaproveitamento de outros materiais, como 
resíduos de demolição. Esse reaproveitamento pode se dar em construções baixas 
e em usos menos nobres, como pavimentação de área externa de condomínios ou 
elementos de jardinagem. Entre algumas propriedades que favorecem o uso do 
concreto celular em construções sustentáveis, ADAMCZYK, ZAREBSKA e INGRAO, 
(2015, p. 9) destacam o bom isolamento térmico e acústico e a possibilidade de 
recuperação e reciclagem. 
A construção de edifícios simplificados2 constitui o interesse deste trabalho de 
conclusão de curso, tendo como referência a norma ABNT NBR 16055:2012 – 
Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos 
e procedimentos. 
 
 
 
 
1
 São sinônimos: concreto leve celular; concreto celular; concreto espumoso, quando o 
concreto celular é obtido por meio de um agente espumoso; concreto aerado. 
2
 Considera-se edifício simplificado o edifício de paredes de concreto de até 5 pavimentos 
[entre outras condições] Associação Brasileira de Normas Técnicas (2012). 
2 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
O déficit habitacional do Brasil é muito grande. Mesmo depois de lançado o 
programa Minha Casa Minha Vida, o número ainda é relevante. Segundo dados 
estatísticos sobre o Déficit Habitacional Brasileiro da Fundação João Pinheiro em 
parceria com o Ministério das Cidades, Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o déficit 
chegava a 5,4 milhões de habitações em 2012 (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 
2012), passando para 5,8 milhões (dados preliminares) em 2013 (FUNDAÇÃO 
JOÃO PINHEIRO, 2013). O cenário é, então, desafiador. 
 
Segundo um estudo da FGV Projetos, elaborado para o SindusCon SP 
(Sindicato da Indústria da Construção Civil paulista) [...] o Brasil vai precisar 
de 27,7 milhões de novas moradias até 2020 para dar conta de atender o 
crescimento das famílias, zerar o atual déficit habitacional e acabar com 
cortiços e favelas [...] (FERNANDES e ROLLI, 2008 apud NASCIMENTO e 
BRAGA, 2009) 
 
É necessário um sistema construtivo rápido, já que a tendência é o déficit 
habitacional aumentar se continuarmos a usar sistemas construtivos tradicionais, 
com baixo grau de industrialização e rapidez. Sob essa ótica, o sistema de Paredes 
de Concreto encaixa-se perfeitamente na demanda gigantesca que esse problema 
traz. Braguim (2013, p. 2) argumenta que “o cenário nacional demanda construções 
de qualidade, em grande quantidade, realizadas no menor tempo possível”, 
corroborando a pertinência de desenvolvimento desse sistema no âmbito nacional. 
É inevitável uma maior análise do sistema, incluindoprocedimentos, etapas de 
execução, controle tecnológico e até mesmo parâmetros e considerações de cálculo 
para ampliar o conhecimento técnico brasileiro, já que a ABNT NBR 16055:2012 é 
relativamente recente e é a primeira nesse sentido. 
O presente trabalho de conclusão de curso pretende, portanto, acrescentar ao 
meio técnico-científico novas experiências da construção local, além de comparar a 
recente normatização com outras nacionais e internacionais, trazendo aspectos 
semelhantes e diferenças entre as mesmas. 
 
 
3 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
Este trabalho tem como objetivos: 
 Apresentar o método construtivo do Sistema de Paredes de Concreto; 
 Comparar a NBR 16055:2012 com outras normas quanto ao 
dimensionamento de paredes de concreto; 
 Identificar considerações a mais que se deva fazer ao utilizar o concreto 
celular nesse tipo de sistema construtivo; 
 Empregar modelos de cálculo usuais para edifícios de alvenaria 
estrutural para edifícios de paredes de concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. O SISTEMA PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS IN LOCO 
 
2.1 REQUISITOS INICIAIS 
 
Para que se consiga o melhor desempenho do Sistema de Paredes de 
Concreto, o projeto, desde o início, deve ser direcionado para a máxima 
produtividade. Isso inclui, de acordo com (BRAGUIM, 2013) “[...] a modulação de 
medidas, existência de simetria na geometria da edificação em planta, alinhamento 
de paredes e a padronização das distâncias entre piso [...]”. 
Os projetistas que desenvolverão as definições e projetos devem trabalhar 
juntos, observando atentamente os casos de interferências entre sistemas e visando 
sempre a rápida execução. Argumenta Pandolfo (2007) que a coordenação de 
projetos é essencial, já que a estrutura e a vedação compõem um sistema só, o que 
obriga a uma análise multidisciplinar da edificação. 
Muito embora possa ser usado em qualquer tipo de construção, e com 
vantagens, o lado econômico, que será tratado em capítulo posterior, é um dos 
pontos decisivos na escolha do método construtivo. Por isso, deve-se avaliar o 
número de repetições das formas, fator determinante no custo final e atratividade 
das paredes de concreto moldadas in loco. Graziano, professor do Departamento de 
Estruturas e Fundação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo afirma 
que “Para uma perspectiva de alta repetição de construção, a competitividade do 
sistema é mais evidente” (CORSINI, 2011). 
Caso o concreto celular seja selecionado como material das paredes, deve-se 
notar que a ABNT NBR 16055:2012 frisa “Esta norma se aplica a estrutura em 
paredes de concreto de massa específica normal conforme a ABNT NBR 
6118:2007” (ABNT, 2012). A ABNT NBR 6118:2007 – Projeto de estruturas de 
Concreto - Procedimento traz que concretos de massa específica normal, a 
possuem compreendida entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³. Portanto, atualmente, para 
o dimensionamento estrutural em concreto celular, deve-se recorrer a normas 
internacionais. 
 
 
5 
 
2.2 SELEÇÃO DOS MATERIAIS E FORMAS 
 
2.2.1 Concreto 
 
Missurelli e Massuda (2009) indicam que no Brasil, quatro tipos de concreto 
são usados para o sistema, sendo eles: 
 Concreto celular; 
 Concreto com elevado teor de ar incorporado – até 9%; 
 Concreto com agregados leves ou com baixa massa específica; 
 Concreto convencional ou concreto autoadensável. 
 
Tabela 1 - Tipos de concreto utilizados 
 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2009, p. 37 
 
Como citado anteriormente, as três primeiras opções acima elencadas ficam 
restritas à massa específica mínima para poder ser usada a NBR 16055:2012 – 
2000kg/m³. Esses concretos ditos leves, como o celular e o aerado, apresentam 
vantagens interessantes sobre os demais, principalmente quanto ao aspecto 
acústico e térmico. 
 
[...]Foram empregadas na época formas metálicas (alumínio) e concreto 
celular. O peso final do produto acabado foi consideravelmente menor que o 
da alvenaria convencional, o que acarretou economia nas fundações. As 
características consideradas importantes do sistema foi não necessitar a 
quebra de paredes para instalações hidro-sanitárias e elétricas, além do 
bom desempenho em relação ao conforto térmico e acústico, em função das 
características do concreto celular. (SACHT, 2008, p. 52) 
 
6 
 
 O concreto convencional a ser usado deve apresentar fluidez adequada e 
agregados com dimensões máximas compatíveis. De acordo com a ABNT NBR 
16055:2012, as paredes internas podem ter, no mínimo, 8 cm de espessura. Com a 
colocação da tela centralizada e após a inserção das instalações, podem haver 
espaços em que o concreto, caso não tenha slump adequado, acabe por não 
alcançar, originando nichos3. 
Pelas características requeridas do concreto, uma opção tecnológica indicada 
seria o uso de concreto autoadensável, podendo este ter uma relação água/cimento 
bastante baixa. Entre outras vantagens deste tipo de concreto, Razera (2012, p. 16) 
cita o melhor acabamento final, aumento da vida útil das formas e redução do custo 
global da obra. 
 
2.2.2 Formas e escoramento 
 
O sistema de fôrmas é composto de estruturas provisórias, cujo objetivo é 
moldar o concreto fresco. É compreendido por painéis de fôrmas, 
escoramento, aprumadores e andaimes, incluindo seus apoios, bem como 
as uniões entre os diversos elementos. (ABNT NBR 16055:2012, p. 22). 
 
Quanto às formas, Sacht (2008, p. 52) diz que “[...] atualmente no mercado 
estão disponíveis os sistemas de fôrmas tipo túnel com fôrmas metálicas; o tipo 
mesa/parede e o tipo parede; os dois últimos podendo ser metálicas ou mistas 
(metálicas e madeira).” O mercado ainda traz outras duas opções, são as formas 
plásticas, que, de acordo com SILVA (2010) não requer travamento metálico 
adicional, são compostos por módulos intercambiáveis múltiplos de 30 cm na altura 
e múltiplo de 1 cm na horizontal. Há também o segundo, o de formas incorporadas à 
estrutura4 (geralmente painéis de EPS), ou seja, a forma é concretada juntamente 
com a parede, ficando lá por toda a vida útil da estrutura. Contudo, essa última é 
uma alternativa abrangida pela norma. A ABNT NBR 16055:2012 traz que “Esta 
norma não se aplica a: [...] paredes de concreto moldadas in loco com fôrmas 
incorporadas [...]”. 
 
3
 Vazios ou nichos ocorrem quando, após a concretagem, alguns espaços, dentro da estrutura 
a ser concretada, acabam ficando vazios. Podem decorrer de falhas na vibração, locais 
congestionados com tubulações e/ou armaduras, principalmente. 
4
 Para mais informações, pode-se visitar sites de fabricantes, como a Polycrete 
(http://www.polycrete.com/en/icf), entre outros. Conhecido no exterior por ICF – Insulated Concrete 
Form. 
7 
 
A seleção da forma vai depender do grau de repetição do uso da mesma, da 
qualidade exigida, da espessura da parede e consequente empuxo gerado pelo 
peso do concreto, da disponibilidade de fornecedores na região, do ritmo de obra 
desejado, e até, segundo Pandolfo (2007), do estudo de grua. 
 
O escoramento deve ser projetado de modo a não sofrer, sob a ação de seu 
peso próprio, do peso da estrutura e das cargas acidentais que possam 
atuar durante a execução da estrutura de concreto, deformações 
prejudiciais ao formato da estrutura de parede de concreto ou que possam 
causar esforços não previstos no concreto. (ABNT NBR 16055:2012, p. 23) 
 
Figura 1 - Casas geminadas construídas com formas plásticas 
 
Fonte: Site da empresa Tecwall: www.tecwall.com.br. Acesso em 22 de março de 2016. 
 
2.2.3 Aço 
 
Podem ser usadas telassoldadas, barras ou treliças 
 
Usualmente, utilizam-se telas soldadas posicionadas no eixo das paredes 
ou nas duas faces, dependendo do dimensionamento projetado, além de 
barras em pontos específicos tais como cinta superior nas paredes, vergas, 
contravergas etc. (MISURELLI e MASSUDA, 2009). 
 
Silva (201-?) afirma que, ao usar telas soldadas, deve-se procurar utilizar o 
menor número de tipos de tela e o menor número possível de posições. Ainda, deve-
se identificar a sistematização de emendas horizontais e verticais. 
 
8 
 
2.2.4 Instalações 
 
De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND - 
ABCP (2013), o “PVC é o material mais utilizado nas instalações de água fria, 
principalmente devido ao custo.” O mesmo autor cita o PEX como adequado às 
passagens verticais. Ainda, segundo a ABNT NBR 16055 (2012, p. 10), há algumas 
restrições quanto às tubulações que devem ser levadas em conta na hora do 
projeto, como por exemplo, o uso de diâmetro até 50 mm e a impossibilidade de 
passagem de tubulação de água quente nas paredes estruturais “Quando a 
diferença de temperatura no contato entre a tubulação e o concreto não ultrapassar 
15ºC[...]” (ABNT NBR 16055:2012). 
Numa pesquisa realizada pela ABCP (2013), 42% das empresas que utilizam o 
Sistema de Paredes de Concreto não usam instalações de água quente em suas 
obras. Das que usam, 50% executam a mesma com CPVC. 
Em relação às instalações elétricas, “O eletroduto corrugado laranja é indicado 
para lajes, pois possui maior resistência. Por questões de praticidade, as 
construtoras têm optado utilizá-lo em toda a obra.” (ABCP, 2013). As caixas de 
passagem podem ser de PVC, ferro ou aço. Deve-se ter cuidado para que as caixas 
metálicas não fiquem em contato com as armaduras da parede. “Tubos metálicos [e 
caixas] não podem entrar em contato com as armaduras da parede a fim de evitar-
se corrosão galvânica.” (ABNT NBR 16055:2012). 
A seguir é apresentada uma pesquisa realizada pela ABCP (2013) com 12 
empresas que executavam prédios e casas em Paredes de Concreto à época. 
 
Figura 2 - Critérios para seleção dos materiais para instalações 
 
Fonte: ABCP, 2013 
9 
 
2.3 FUNDAÇÃO 
 
“Os tipos de fundações mais adequados para as paredes de concreto são: 
sapata corrida, laje de apoio (radier), blocos de travamento de estacas e tubulões” 
(MISURELLI e MASSUDA, 2009). Como o sistema de Paredes de Concreto visa a 
industrialização da construção, é interessante que a execução da fundação siga a 
mesma diretriz. Para construções mais baixas em terreno de boa capacidade de 
suporte, o radier tem grandes vantagens sobre os demais. Corsini (2011) corrobora 
esse pensamento alegando que, ao se executar o radier, a facilidade para montar as 
formas é maior, por deixar a base de montagem nivelada. 
Missuelli e Massuda (2009) ainda alertam que, caso a escolha seja por radier, 
o mesmo deve ser executado com um espaço excedente em relação à espessura 
dos painéis externos das formas, permitindo o apoio e facilitando a montagem. 
Especial atenção deve ser dada à impermeabilização, evitando que a umidade do 
solo migre para a edificação. O cuidado com a cura do concreto, principalmente em 
estruturas de concreto com grande área superficial exposta, como o caso do radier, 
deve ser permanente, evitando o aparecimento de patologias. “Problemas com a 
cura podem deixar a camada superficial fraca, porosa e permeável, vulnerável à 
entrada de substâncias agressivas provenientes do meio-ambiente, degradando o 
concreto.” (VALIN JR e LIMA, 2008) 
 
Figura 3 - Fundação do tipo radier 
 
Fonte: MISURELLI e MASSUDA, 2009 
 
Antes da concretagem, deve-se verificar o posicionamento rigoroso das 
armaduras de arranque e dos elementos de instalações. “Antes da montagem das 
10 
 
formas, as fundações devem conter os arranques verticais das paredes, a 
localização das instalações sanitárias definidas e receber nivelamento rigoroso.” 
(BRAGUIM, 2013) 
 
2.4 LOCAÇÃO, ARMAÇÃO E INFRAESTRUTURA DE INSTALAÇÕES 
 
2.4.1 Locação 
 
O gabarito deve ser cuidadosamente posicionado. “A partir do eixo central da 
parede, são considerados 13 cm para cada lado, totalizando a distância de 26 cm, 
correspondente aos 10 cm de espessura da parede e mais 8 cm de cada lado para 
colocação das faces das fôrmas (interna e externa).” (SILVA, 2010). É claro que, se 
a parede for de espessura maior, as distâncias mudam. Na prática, em construções 
mais baixas (até 5 pavimentos), raramente se tem paredes de espessura maior que 
12 cm, a não ser por exigências de desempenho. 
É importante lembrar que a ABNT NBR 16055:2012 fixa em ∓ 5 mm a 
tolerância para a posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto, além de 
tolerância individual de desalinhamento horizontal ( ) de elementos estruturais 
lineares menor ou igual a ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo o 
comprimento do elemento, expresso em milímetros (mm). 
 
Figura 4 - Desalinhamento horizontal máximo 
 
Fonte: ABNT NBR 16055:2012, p. 29 
 
11 
 
2.4.2 Armação 
 
Segundo Missurelli e Massuda (2009), “A armação adotada no sistema paredes 
de concreto é a tela soldada posicionada no eixo vertical da parede. Bordas, vãos de 
portas e janelas recebem reforços de telas ou barras de armadura convencional.”. 
Em edifícios mais altos, pode ser preciso armar a parede nas duas faces. “A 
montagem, o posicionamento e o cobrimento especificados para as armaduras 
devem ser verificados, devendo as armaduras estar previamente limpas [...]” (ABNT, 
2012, p. 27). 
Uma das funções da armação no Sistema Paredes de Concreto é resistir a 
tensões de retração, consideráveis devido ao volume de concreto usado, além de 
suportar outras ações diretas e indiretas. Por isso, segundo a ABNT (2012, p. 27) 
antes de qualquer alteração ou corte na armação, deve-se obter a anuência do 
projetista e do responsável técnico da obra. 
Há um esforço considerável nas aberturas no Sistema Paredes de Concreto, 
principalmente devido à retração e concentração de cargas. “Os espaçadores são 
colocados a cada 50 cm, tanto na horizontal quanto na vertical, de forma a 
possibilitar o cobrimento de concreto definido em projeto.” (SILVA, 2010). 
A ordem de armação na obra a ser seguida é explicada por Missurelli e 
Massuda (2009), de forma que se deve armar primeiro a armadura principal, em tela 
soldada. Depois é a vez das armaduras de reforços, ancoragens de cantos e cintas. 
 
Figura 5 - Etapa de armação concluída 
 
Fonte: Facisa. Disponível em http://www.cesed.br/construcaoedificios/blog/?p=1504. Acesso 
em 30 de Março de 2016 
12 
 
É importante destacar que “As paredes devem ser construídas monoliticamente 
e com armadura de ligação, observada a armadura mínima” (ABNT, 2012, p. 12). 
Isso significa que, em todas as ligações, seja parede-parede, seja parede-laje, a 
armadura mínima deve ser respeitada. Além disso, “Qualquer elemento pré-moldado 
(lajes, escadas e outros) não pode invadir a seção da parede e deve ser consolidado 
com esta, com a finalidade de preservar o efeito de diafragma rígido e garantir a 
continuidade das paredes.” (ABNT NBR 16055:2012, p. 12) 
“Além disso, o espaçamento entre barras de aço verticais e horizontais não 
pode ser maior que duas vezes a espessura da parede, sendo de no máximo 30 
cm.” (ABNT NBR 16055:2012, p. 14). 
 
2.4.3 Infraestrutura de instalações 
 
Com o desenvolvimento desse sistema construtivo, os fornecedores 
aperfeiçoaram-se, lançando produtos e ferramentas que tornam mais ágeis os 
processos, principalmente o posicionamento das instalações, certamente integrante 
do caminho crítico5.Figura 6 - Produtos desenvolvidos para agilizar a montagem de instações. (a) 
As cintas já vêm nas caixas de passagem; (b) Dispositivo de passagem de 
eletrodutos; (c) Caixa Shaft para transição entre laje e parede. 
 
 (a) (b) (c) 
 
Fonte: Catálogo da Polar. Disponível em: http://www.polar.com.br/pdf/catalogo-produtos.pdf. 
Acesso em 30 de Março de 2016. 
 
 
5
 Caminho crítico corresponde à sequência de atividades determinantes para a conclusão de 
um projeto, essenciais para o cumprimento do prazo final estipulado em projeto. É um indicador 
utilizado na rede PERT/CPM, instrumento de programação de atividades da gestão de projetos. 
13 
 
A fixação dos eletrodutos e caixas elétricas às telas soldadas se faz necessário 
para que não sejam deslocados na concretagem. Kits hidráulicos podem ser 
montados fora do canteiro de obra ou em espaço destinado exclusivamente para 
isso. Se o projeto previr banheiros espelhados, pode-se montar a instalação 
completa previamente. 
 
2.5 MONTAGEM DE CONTRAMARCOS E FORMAS 
 
2.5.1 Colocação dos contramarcos 
 
Segundo a ABCP (2002, p. 47) os contramarcos devem ser fixados antes da 
concretagem: “[...] colocação prévia de contramarcos pré-fabricados em madeira, 
aço ou concreto diretamente no interior das fôrmas, concretagem e encaixe das 
esquadrias após desforma”. 
A ABCP (2013, p. 45-51) cita o uso de parafusos, sistema de colagem ou uso 
de presilhas como possíveis procedimentos para fixação dos caixilhos. A falta de 
adaptação entre formas e esquadria tem sido um problema citado por diversas 
construtoras. Por isso, elas recomendam a padronização de dimensão dos vãos dos 
caixilhos e modulação das formas. 
Posicionar o caixilho faceando pelo lado interno do ambiente, utilizando 
pingadeira, também tem sido uma conduta adotada pela maior parte das 
construtoras. Junto com a aplicação de silicone, essas medidas podem eliminar a 
falta de estanqueidade entre a parede e o caixilho, um dos problemas mais 
recorrentes nas obras. 
Para a instalação das esquadrias, segundo a ABCP, 82% das construtoras 
pesquisadas optam pela contratação de terceirizadas. Entre os materiais preferidos, 
estão as janelas de alumínio e as portas já acabadas de madeira. 
 
2.5.2 Posicionamento e preparo das formas 
 
Esta etapa varia conforme o tipo de forma utilizada. Por serem preferidas, far-
se-á a análise de acordo com a montagem de formas plásticas e de alumínio. “O 
ideal é que cada painel pese até 60 kg, um pouco mais pesado que um saco de 
14 
 
cimento.”6 Diz-se que essas formas são manoportáveis, já que podem ser 
carregadas por uma única pessoa. 
Os painéis de alumínio se enquadram nessa restrição, já que “cada painel pesa 
menos de 18 kg/m²” (SILVA, 2009), o que gera um peso aceitável para modulações 
de 0,60 m x 3,00 m. Os painéis são posicionados segundo os eixos das paredes, 
que nesse momento já estarão marcados com a tela soldada. 
 
O travamento do sistema de fôrmas é feito a partir de pinos e cunhas, com 
espaçadores internos reutilizáveis que, além de conferir espaçamento entre 
as faces das fôrmas, conforme a espessura de projeto da parede, resistem 
aos esforços atuantes devidos ao empuxo do concreto. (SILVA, 2009) 
 
Importante notar que as formas metálicas, em especial a de alumínio, dão mais 
produtividade ao sistema, visto que não precisam de elementos adicionais para 
resistir à concretagem. “Os painéis de alumínio não possuem furações para 
passagem de ancoragens; somente a passagem fina da chapa de ancoragem na 
emenda dos painéis.” (SILVA, 2009). 
 
Figura 7 – Formas de alumínio EasySet 
 
Fonte: Comunidade da Construção. Disponível em 
http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/produtos-servicos/4/formas-de-aluminio-easyset.html . 
Acesso em: 02 de Abril de 2016. 
 
“Os painéis de forma plástica pesam 10kg/m² e são pré-montados e numerados 
em fábrica” (SILVA, 2010). De acordo com Silva (2010), a montagem deve ser 
iniciada pelos painéis que formam o banheiro, por facilitar a colocação das 
 
6
 Disponível na revista Téchne, n. 143, Paredes maciças, Fevereiro de 2009. 
15 
 
instalações hidráulicas. No caso das formas plásticas, o processo de montagem das 
instalações e armadura pode ser invertido com o da própria disposição das formas. 
Em ambos os sistemas de formas, é essencial a aplicação correta de 
desmoldante. “O desmoldante recomendado para as fôrmas é à base de água e 
parafina líquida.” (SILVA, 2009). 
Esta etapa é essencial para a qualidade final do sistema, visto que as formas 
determinarão a geometria das paredes. É importante notar que a ABNT NBR 
16055:2012 fixa em ∓ 5 mm a tolerância dimensional para a espessura das 
mesmas. Além de 1/10 do comprimento como tolerância ao comprimento linear, seja 
por trecho ou total. 
Adicionalmente, a norma determina que: 
 
 A tolerância individual de desaprumo ( ) de elementos estruturais deve ser 
menor ou igual a h/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, e que a 
tolerância cumulativa para desaprumo ( ) deve ser menor que 10 mm, 
sendo h a altura do pavimento expressa em milímetros. (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012, p. 29) 
 
Figura 8 - Desalinhamento vertical máximo 
 
Fonte: ABNT, 2012, p. 29 
 
São, ainda, recomendações da ABNT NBR 16055 (2012) quanto ao uso de 
agentes desmoldantes: 
 garantir que o concreto não tenha aderência à fôrma; 
16 
 
 não deixar resíduos na superfície das paredes ou ser de difícil remoção, 
podendo comprometer a aderência do revestimento final e o aspecto da 
parede; 
 não alterar as características físicas e químicas do concreto; 
 não degradar a superfície das fôrmas. 
 
2.6 CONCRETAGEM 
 
2.6.1 Recebimento do concreto 
 
O concreto pode ser usinado ou produzido na obra. Por ser compatível com o 
sistema e permitir um maior controle tecnológico, os concretos usinados são 
preferíveis. A adição de aditivos superplastificantes e fibras podem ser feitos no 
caminhão betoneira quando este já estiver chegado ao local de aplicação. O uso da 
fibra é importante quando o painel for muito grande e o efeito da retração tenha que 
ser amenizado. “Recomenda-se o uso de concreto com fibras ou outros materiais 
que diminuam os efeitos da retração.” (WENDLER FILHO, 2008). 
A concretagem pode ser somente das paredes ou das paredes e lajes 
conjuntamente. Segundo Sacht (2008), esse último sistema é chamado também de 
OUTINORD (Flórida, EUA), referência à empresa que utiliza esse sistema com 
formas do tipo túnel. É comum, também, que se mescle o sistema de paredes em 
concreto com lajes pré-moldadas. 
O recebimento do concreto é uma etapa importante, já que o slump deve 
corresponder ao especificado no projeto para um bom desempenho do sistema. 
Para esta etapa, deve ser consultada e seguida a norma ABNT NBR 12655:2015 – 
Concreto – preparo, controle e recebimento. O procedimento da ABNT NBR NM 
67:1998 – Ensaio de abatimento do concreto (Slump teste) deve ser seguido ou, 
caso o concreto seja autoadensável, deve-se seguir a ABNT NBR 15823-2:2010 – 
Concreto auto-adensável Parte 2: Determinação do espalhamento e do tempo de 
escoamento – Método do cone de Abrams. 
 
2.6.2 Lançamento do concreto 
 
17 
 
“Usualmente, o lançamento do concreto nas fôrmas pode ser feito utilizando 
caçambas içadas por guindastes ou utilizando bombeamento.” (SACHT, 2008). Já 
segundo a ABCP (2009), deve-se utilizar preferencialmente bomba para o 
lançamento do concreto nas formas. Entre as razões, destacam-se: o tempo de 
operação, redução deperdas e garantia da trabalhabilidade do material. 
De acordo com a ABCP (2009), o lançamento deve ser planejado. A escolha de 
pontos de lançamento não é aleatória, mas pensada de modo que a massa fluida de 
concreto possa caminhar homogeneamente, preenchendo todos os vazios. Misurelli 
e Massuda (2009) expõem uma sequência a ser seguida para o lançamento: 
 Iniciar por um dos cantos da construção até as paredes próximas 
estarem cheias; 
 Seguir mesmo procedimento no canto oposto; 
 O procedimento é o mesmo para os outros dois pontos; 
 Pontos nas linhas elevadas (telhado); 
 O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição 
final; 
 Não deve haver interrupções com duração superior a 30 minutos. 
Essas recomendações são relativas a edificações térreas com 4 cantos 
opostos. 
 
Figura 9- Equipamento destinado à concretagem de paredes de concreto 
 
Fonte: Site da empresa Tecwall. Disponível em www.tecwall.com.br. Acesso em 04 de Abril de (2016) 
Outros cuidados devem ser tomados. De acordo com a ABNT (2012), contra a 
segregação, devem ser usados dispositivos que conduzam o concreto, minimizando 
18 
 
a segregação, como funis, calhas e trombas. Quando a altura de queda livre for 
superior a 2,00 m, no caso de peças estreitas e altas, outros cuidados devem ser 
tomados. 
“Nas concretagens de lajes inclinadas e escadas, deve-se conduzir o concreto 
de forma ascendente, ou seja, das regiões inferiores para as superiores do elemento 
estrutural.” (ABNT, 2012, p. 32). 
 
2.6.3 Adensamento 
 
Os concretos autoadensáveis não necessitam de adensamento. O concreto 
celular, quando recebe aditivo superfluidificante também não necessita. Os demais, 
precisam e este deve ser bem feito para evitar defeitos no elemento parede. 
 
O adensamento deve ser cuidadoso, para que a mistura preencha todos os 
espaços da fôrma. Nessa operação, o executor deve tomar as precauções 
necessárias para impedir a formação de ninhos ou segregação dos 
materiais e para não danificar os painéis das fôrmas.. (janelas de inspeção). 
(MISURELLI e MASSUDA, 2009) 
A ABNT NBR 16055:2012 traz outros cuidados a serem tomados na etapa de 
adensamento. São eles: 
 o adensamento (manual ou mecânico) deve garantir que o concreto 
preencha todos os espaços da fôrma sem prejuízo da aderência das 
armaduras. Para tanto, é preciso que no processo não se toque na 
armadura nem desloque os embutidos da forma; 
 no caso de alta densidade de armaduras, cuidados especiais devem ser 
tomados para que o concreto seja distribuído em todo o volume da peça 
e o adensamento se processe de forma homogênea; 
 o enchimento da forma deve ser realizado sem a ocorrência de falhas 
por ar aprisionado. O sistema de formas deve prever dispositivos que 
garantam a saída desse ar durante a concretagem, em especial nas 
regiões logo abaixo das janelas ou outros locais propícios à formação de 
vazios. [Para tal, é necessário prever furos nas fôrmas (com cerca de ¾" 
de diâmetro), segundo Missurelli e Massuda (2009)]. Deve-se também 
acompanhar o enchimento das fôrmas por meio de leves batidas com 
martelo de borracha nos painéis. 
19 
 
“Deve ser evitada a vibração excessiva do concreto, que pode provocar a 
segregação do material e a migração de finos e água para a superfície (exsudação), 
de forma a não prejudicar a qualidade e o desempenho do acabamento.” (ABNT, 
2012, p. 34) 
 
2.6.4 Cura e desforma 
 
“A cura [...] deve ser realizada tomando cuidado para evitar mudanças bruscas 
de temperatura, secagem, vento, chuva forte, agentes químicos, choques e 
vibrações de grande intensidade para evitar o surgimento de fissuras e trincas.” 
(FIABANI, 2010). 
Como a superfície de concreto, no caso das paredes, fica com pouca área 
superficial exposta (apenas a face superior), então o cuidado maior é justamente 
com essa face. Recomenda-se mantê-la úmida, ainda mais se for usado aditivo 
acelerador de pega (ter cuidado com os cloretos, geralmente presente nesse tipo de 
aditivo, que podem causar danos às armaduras). A cura pode ser feita por 
molhagem logo após o fim da pega, já que “[...] o melhor sistema para a inibição de 
fissuras por retração é a cura úmida.” (BATISTA, et al, 2014). 
De acordo com Misurelli e Massuda (2009), “A retirada das estruturas 
provisórias deve ser feita após o concreto atingir a resistência prevista no projeto, 
sem impacto, evitando o aparecimento de fissuras”. Geralmente, 3 MPa é adotada 
como uma resistência à compressão adequada para a desforma. A ABNT NBR 
16055:2012 enuncia uma precaução nessa etapa: 
 
“Nenhuma ação adicional não prevista nas especificações de projeto ou na 
programação da execução da estrutura de concreto deve ser imposta à 
estrutura ou ao sistema de escoramento sem que se comprove que o 
conjunto tem resistência suficiente para suportar com segurança as ações a 
que estará sujeito” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2012, p. 24) 
 
Apesar de indesejado, pode ser necessário o estucamento de alguma 
imperfeição resultante da concretagem. Ainda segundo Missurelli e Massuda (2009), 
“Na desmontagem, [...] é fundamental que seja realizada uma limpeza completa, 
removendo a película de argamassa (cimento + água + areia) aderida ao molde. 
Esse trabalho deve ser cuidadoso, de modo a garantir a vida útil das fôrmas.” 
20 
 
As formas, logo após serem retiradas, são dispostas ao lado da edificação para 
o processo de limpeza e aplicação de desmoldante visando ao próximo uso. Sobre 
esse processo, Silva (2010) transmite uma recomendação da empresa Easy Set 
Mills: 
 
A empresa recomenda a lavagem das formas após cada concretagem, com 
jatos de água, para evitar que o concreto fique impregnado nas fôrmas, 
dificultando a sua remoção posterior, bem como o uso de espátulas, embora 
o tipo a ser utilizado não seja especificado pela empresa. Recomenda 
também evitar quedas e impactos na superfície de contato. 
 
Ressalta-se a importância da não retirada de escoramentos “[...] enquanto não 
houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema de escoramento têm 
resistência suficiente para suportar com segurança as ações a que estão sujeitos” 
(ABNT, 2012, p. 24) 
 
2.6.5 Preparação para a execução do próximo pavimento 
 
Após a concretagem da laje e efetiva cura do concreto, com as esperas já 
dispostas, faz-se a marcação das paredes e apoios para as formas. O procedimento 
é o mesmo, como se a laje fosse o radier. Para esta etapa, utilizam-se velas, e 
tensores. “A maioria dos sistemas de fôrmas trepantes disponíveis no mercado tem, 
nas porções exteriores da fôrma, andaimes do tipo suspenso ou permitem a fixação 
de balancins.” (PANDOLFO, 2007). 
 
21 
 
Figura 10 - Equipamento para trabalho em altura 
 
Fonte: PANDOLFO, 2007 
 
2.7 COBERTURA 
 
Não há grandes requisitos para a cobertura. Pode-se executar as mesmas 
coberturas que em outros sistemas estruturais. O que se deve evitar é a execução 
de laje impermeabilizada, apenas, já que, devido à pequena espessura da laje, 
haverá desconforto térmico para os habitantes do pavimento inferior. Uma opção 
comum é a execução de cobertura em telha de fibrocimento elevada, formando-se, 
assim, um colchão de ar, que ajuda no conforto térmico do pavimento inferior. No 
caso de edificações com elevador, pelo fato de a planta da cobertura ser diferente 
das demais, com a presença de casa de máquinas, pode-se executá-la em 
alvenaria. É o caso do projeto analisado por Corrêa (2012, p. 52), em que o 
reservatório e a casa de máquina foram executados em alvenaria estrutural. A 
justificativa foi que, usando paredes de concreto, seria necessária a comprade um 
novo conjunto de formas. 
 
2.8 ACABAMENTO 
 
22 
 
2.8.1 Revestimento interno 
 
A parede, segundo Silva (2010) dispensa chapisco, emboço e reboco, podendo 
receber diversos tipos de revestimentos diretamente, como pinturas, texturas, 
revestimentos cerâmicos, etc. A capa fina de gesso é o mais empregado, sendo a 
espessura muito reduzida, semelhante ao Sistema de Alvenaria Estrutural. 
 
2.8.2 Revestimento externo 
 
Não há restrições. Podem ser aplicadas texturas diretamente ou revestimentos 
tipo monocapa. Em alguns casos, a textura bastante lisa da parede de concreto 
dificulta a aderência do revestimento. “Caso ele seja muito regular e plano, a 
aderência dos revestimentos pode ser comprometida”. (PANDOLFO, 2007). 
 
23 
 
3. CONCRETO CELULAR 
 
3.1 MATERIAIS 
 
3.1.1 Agregados e fíleres 
 
“O agregado miúdo é, normalmente, a areia natural que para ser adequada ao 
uso em concreto, deve apresentar-se livre de impurezas orgânicas, argila, ou 
qualquer outro material deletério e não apresentar quantidade excessiva de finos.” 
(CORTELASSI, 2005, p. 46) 
Sach e Seifert (1999) apud Jones (2000) ressaltam que agregados maiores 
podem causar o colapso da espuma durante a mistura, o que não é desejável. 
O pó de brita, que constitui um passivo ambiental do beneficiamento de rochas, 
pode ser utilizado na confecção de concretos espumosos, mas a demanda por água 
da pasta será maior, o que, em alguns casos, pode ser indesejável. 
Cortelassi (2005) também relata que os agregados miúdos devem requerer a 
menor quantidade de água possível para a obtenção de máxima plasticidade e 
fluidez do concreto fresco. Em concretos celulares de alto desempenho, os finos 
estão mais presentes, com grande parte da granulometria retida nas peneiras de 
malhas de abertura 2,40 mm; 0,30 mm e 0,15 mm. Por isso, a areia não precisa ser 
muito fina (nos concretos de alto desempenho), já que essa parcela é ocupada por 
adições como microssílica, metacaulim ou cinza volante. 
Uma recomendação do ACI - American Concrete Institute (1993) é a seguinte: 
 
O tamanho máximo do agregado não deve em nenhum caso exceder um 
quinto da dimensão mais estreita entre os lados de formas, três quartos do 
espaçamento mínimo livre entre barras de reforço individuais ou conjuntos 
de barras , nem um terço da profundidade de lajes . Estas limitações podem 
ser dispensadas se métodos de viabilidade e trabalhabilidade são tais que o 
concreto não apresente estrutura em colmeia ou possuir vazios excessivos. 
 
Assim, a demanda por determinado tamanho de agregado no concreto celular 
varia, entre outros fatores, com: 
a) Trabalhabilidade desejada; 
b) Consumo de cimento; 
c) Resistência; 
24 
 
d) Adições; 
e) Aditivos; 
f) Disponibilidade de materiais e jazidas na área da construção. 
 
“Tipicamente, o teor de cimento fica em entre 300 kg/m³ e 400 kg/m³. No 
entanto, teores de 500 kg/m³ ou maiores têm sido usados para alcançar maiores 
resistências”. (MOHAMMAD, 2011, p. 59). Jones (2000) atestou que o ganho de 
resistência obtido aumentando o teor de cimento acima de 500 kg/m³ é pequeno. 
 
3.1.3 Espuma 
 
Segundo Rosen (2004) apud Mohammad (2011), à agua são adicionados 
agentes tensoativos que reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos. Eles 
contêm tanto hidrófilos quanto hidrófobos ao nível molecular. Isto promove a 
formação da emulsão e permite que o agente tensoativo reduza a tensão interfacial 
entre dois líquidos por adsorção na sua interface. „Interface‟ indica uma fronteira 
entre duas fases imiscíveis. “O agente espumificante é diluído na água em 
concentração de 1 para 5 a 40 partes de água.” (SULAIMAN, 2011, p. 12) 
“Agentes surfactantes tensoativos sintéticos ou proteicos podem ser usados 
para produzir espuma” (BRITISH CEMENT ASSOCIATION, 1994) apud Mohammad 
(2011) e “são formulados para produzir bolhas de ar que são estáveis e capazes de 
resistir às forças físicas e químicas impostas no processo de fabricação do concreto 
espumoso.” (MOHAMMAD, 2011, p. 20) 
“As bolhas variam em diâmetro de 0,1 mm a 1,5 mm” (BRADY et al, 2001) 
 
3.2 DOSAGEM 
 
“A dosagem do concreto celular é diferente do concreto normal. É definida 
baseada na relação entre massa, densidade e volume do mesmo.” (AMIRRASOULI, 
2015, p. 41). 
25 
 
De acordo com Mohammad (2011), não há um método padrão para dosagem 
do concreto celular espumoso. Ainda: dosagens de concreto tradicional não podem 
ser usadas de forma análoga para concreto espumoso7. 
 
Basicamente, para uma densidade no estado plástico alvo (D, kg/m³) e um 
fator água/cimento (w/c) fixado, a quantidade de cimento (c, kg/m³), a água 
(W, kg/m³) e o agregado miúdo (f/ kg/m³) são calculados de acordo com 
uma equação: 
D = c + W + f 
Em que c = cimento, f = agregado miúdo e W = água (w/c x c) 
(MOHAMMAD, 2011, p. 43,44) 
 
O concreto celular, segundo Amirrasouli (2015, p. 43) é produzido, hoje, por 
dois métodos comerciais. 
 
O método de pré-formação de espuma pode usar espuma seca ou molhada. 
A pré-espuma úmida é produzida pela pulverização de uma solução de 
agente espumificador através de uma malha fina que resulta em tamanhos 
de vazios entre 2 e 5 mm. No método de espuma seca, a solução de agente 
espumificador e água com ar comprimido são introduzidos simultaneamente 
no interior da câmara e a espuma resultante seca é adicionada à pasta de 
cimento. A espuma feita com base no método seco é mais estável e tem 
bolhas menores (menos de 1 mm). (AMIRRASOULI, 2015, p. 43) 
 
No método de pré-espuma, “[...] uma espuma apropriada e estável deve ter 
uma densidade entre 75 e 85 kg/m³.” (AMIRRASOULI, 2015, p. 43). O cálculo da 
dosagem se torna ainda mais complexo ao usar outros materiais como cinza 
volante, substituindo cimento ou como fíler, fibras, sílica ativa, metacaulim e outros. 
 
3.3 PROPRIEDADES 
 
3.2.1 Densidade 
 
 “A habilidade de controlar a densidade é uma das principais vantagens do 
concreto celular. As densidades de projeto que estão numa faixa de 300 a 1600 
kg/m³ têm uma forte influência sobre as propriedades do concreto celular [...]” 
(MOHAMMAD, 2011, p. 28). A densidade é determinada através de métodos de 
 
7
 A título de comparação: na dosagem de concreto comum, a resistência à compressão 
determina o fator água/cimento para assim calcular o volume de água. No concreto espumoso, a 
densidade a que se quer chegar e o fator água/cimento são os fatores inicialmente fixados. 
26 
 
dosagem já existentes. Quando a razão água/sólidos é alta, a adição de mais água 
torna a pasta muito fina para conter as bolhas, que acabam segregando, 
aumentando a densidade do concreto. Do lado oposto, com uma razão água/sólidos 
baixa, “[...] a espuma é muito seca e usará a água da pasta, que é necessária para a 
hidratação do cimento e ganho de resistência”. (AMIRRASOULI, 2015, p. 44) 
. “Instabilidade no concreto celular espumoso faz com que a densidade varie e 
isso pode causar uma segregação não prevista, colapso e eventual inaptidão para o 
emprego projetado.” (YERRAMALA apud MOHAMMAD, 2011). 
Segundo Narayanan e Remamurthy (2000, p. 325), uma forma esférica dos 
vazios otimiza o desempenho do concreto celular. Além disso, esses poros têm que 
ser distribuídos uniformemente por toda a massa de concreto. Evidentemente, 
quanto maior a dimensão do vazio, menor será a densidade do concreto. 
 
Figura 11 - Distribuição uniforme de vazios 
 
Fonte: adaptação de AMIRRASOULI, 2015, p. 47 
 
A heterogeneidade na distribuição dos vazios acaba por criar planos 
preferenciais de ruptura e zonas frágeis, onde certamenteocorrerá uma falha, caso 
o material esteja sendo submetido a uma tensão razoável. “A distribuição de bolhas 
de pequenas dimensões através da estrutura do concreto celular pode trazer 
propriedades mecânicas mais consistentes.” (AMIRRASOULI, 2015, p. 46). 
 
3.2.2 Resistência à compressão 
 
27 
 
Segundo Mohammad (2011, p. 38), o valor típico de resistência para o concreto 
espumoso de densidades entre 800 e 1.000 kg/m³ é de 1-8 MPa. “Com uma 
resistência à compressão mínima de 25 MPa, o concreto espumoso tem o potencial 
de ser usado como um material estrutural” (JONES e MCCARTHY, 2005). Para 
concretos celulares normais, uma resistência de 25 MPa só seria atingida com 
densidades variando de 1.800 kg/m³ a 2.000 kg/m³. 
 
Figura 12 - Relação entre densidade e resistência à compressão de concretos 
celulares normais 
 
Fonte: BRITISH CEMENT ASSOCIATION, 1994 
 
Contudo, com o desenvolvimento da tecnologia e a incorporação do uso de 
aditivos nesse material, é possível alcançar resistências maiores com densidades 
reduzidas. “Com o Concreto Celular de Alto Desempenho8 o peso é 
significativamente reduzido a um patamar de 1041-1522 kg/m³ (65 a 95 lbs/ft³) com 
34,5 a 48,3 MPa, resultando em uma eficiência estrutural melhorada em termos de 
resistência/peso, com menos componentes estruturais e uma consequente redução 
na armação[...]” (LIGHTCONCRETE LLC, 2003) 
Em uma pesquisa, usando aditivos e adições para o concreto celular, Dawson 
et al (2015) demonstraram, através de diferentes dosagens, a evolução da 
resistência à compressão aos 7, 14, 28 e 91 dias. 
 
8
 High Performance Cellular Concrete (HPCC) em inglês. 
Densidade 
seca (kg/m³) 
Resistência à 
compressão aos 
7 dias (N/mm²) 
28 
 
Tabela 2 - Dosagens usadas na pesquisa de Dawson et al (2015) 
 
Traços 
 
FC3 FCa3 FC6 FCa6 FC9 FCa9 
Densidade alvo 
(kg/m³) 
1300 1300 1600 1600 1900 1900 
Teor de cimento 
(kg/m³) 
500 450 500 450 500 450 
Sílica Ativa 
(kg/m³) 
- 50 - 50 - 50 
Fator 
água/cimento 
0,475 0,300 0,500 0,325 0,525 0,350 
Superplastificante 
(kg/m³) 
- 7,5 - 7,5 - 7,5 
Teor de água 
(kg/m³) 
237,5 150,0 249,9 162,5 262,5 175,0 
Teor de areia 
(kg/m³) 
562,0 514,0 850,0 744,0 1137,5 974,0 
Cinza Volante 
(kg/m³) 
- 128,5 - 186,0 - 243,5 
Espuma (kg/m³) 19,1 19,1 13,3 13,3 7,5 7,5 
Agente 
espumificador 
(kg/m³) 
0,35 0,35 0,24 0,24 0,14 0,14 
Espuma (m³) 0,424 0,424 0,295 0,295 0,166 0,166 
 
Fonte: HILAL, THOM e DAWSON, 2015, p. 287 
 
Dawson et al (2015) acabam aferindo que os traços FCa‟s (concreto espumoso 
com adição de cinza volante) mostraram uma maior relação resistência/densidade 
que qualquer outro traço de concreto espumoso em outros estudos produzidos 
usando areia e/ou cinza volante como fíler. 
 
Gráfico 1 - Evolução da resistência à compressão para diferentes dosagens 
 
Fonte: HILAL, THOM e DAWSON, 2015, p. 289 
Idade (dias) 
R
e
s
is
tê
n
c
ia
 à
 c
o
m
p
re
s
s
ã
o
 (
M
P
a
) 
29 
 
3.2.3 Resistência à tração direta e à tração na flexão 
 
“A resistência à tração do concreto espumoso é aumentada com o aumento na 
densidade do traço.” (MOHAMMAD, 2011, p. 28). De acordo com Narayanan e 
Ramamurthy (2000, p. 326), a relação entre a resistência à tração na flexão varia de 
0,22 a 0,27. Contudo, para concretos espumosos de densidade muito baixa, esse 
valor se aproxima de zero. Teores maiores de cimento resultam em um acréscimo 
da resistência do concreto celular em geral. No entanto, Jones (2000) relatou que o 
aumento é mínimo para teores maiores que 500 kg/m³. Complementarmente, 
Mohammad (2011, p. 44) diz que a adição de fibras de polipropileno causa um 
ganho na resistência à flexão, em contrapartida, isso causa uma perda na 
trabalhabilidade e um incremento no custo. 
 
3.2.4 Módulo de elasticidade 
 
“A maior parte das fórmulas usadas para módulo de elasticidade do concreto 
aerado autoclavado em compressão reportam uma função da resistência à 
compressão.” (NARAYANAN e RAMAMURTHY, 2000, p. 326). 
“O módulo de elasticidade do concreto espumoso é significativamente menor 
que o do concreto normal. Os valores para densidade variando de 400 kg/m³ a 1600 
kg/m³ correspondem a módulos entre 0,8 kN/mm² a 12 kN/mm², respectivamente.” 
(BRITISH CEMENT ASSOCIATION, 1994). 
30 
 
Figura 13 - Módulo de elasticidade do concreto celular 
 
Fonte: MELLIN, 1999 
 
Segundo Khan (2014) ,o confinamento do concreto espumoso reduz as fissuras 
e tem mostrado gerar menos deformações, dependendo do material envolvente. 
 Já McCarthy (2004) relata que, para a mesma força solicitante, as dosagens 
com areia mostraram maiores valores de módulo de elasticidade se comparados às 
dosagens com cinza volante. Isso pode ser explicado pelo intertravamento maior das 
partículas e pelo maior módulo de elasticidade da areia. 
Esse fenômeno foi observado também por Dawson et al (2015), levando à 
seguinte conclusão: a substituição direta de concreto normal por concreto espumoso 
celular para uma mesma solicitação não resultará em uma mesma resposta 
estrutural. De acordo com os mesmos autores, o módulo dinâmico de elasticidade é 
maior que o módulo estático. Uma razão seria o uso de uma abordagem não 
destrutiva para a determinação do módulo dinâmico. 
 Para o coeficiente de Poisson, Byun et al (1998) trazem um valor médio para o 
concreto leve de 0,2. Lee et al (2004) encontraram valores do Coeficiente de 
Poisson entre 0,18 e 0,19. 
 
Resistência 
à tração na 
flexão 
(N/mm²) 
Módulo de 
Elasticidade 
(kN/mm²) 
Densidade 
no estado 
plástico 
(kg/m³) 
Teor de 
fibras¹ 
(%) 
Resistência à compressão² (N/mm²) 
2 dias 7 dias 28 dias 
Fibra de polipropileno de 19 mm 
Selado e curado 
31 
 
3.2.5 Desempenho térmico 
 
O desempenho térmico do concreto celular constitui um diferencial positivo em 
relação a outros materiais. Por isso, decidiu-se falar sobre o mesmo neste trabalho. 
Segundo Narayanan e Ramamurthy (2000), a condutividade térmica depende 
da densidade e conteúdo do traço, inclusive das características próprias de cada 
material nele contido. A quantidade de poros (células) e a sua distribuição também 
são críticos para o isolamento térmico. Uma distribuição uniforme de vários poros 
pequenos em vez de poros isolados grandes traz melhores propriedades térmicas 
para uma mesma densidade. 
 Já que o concreto celular tem excelente isolamento térmico e é de peso baixo, 
pode complementar outros materiais para serem usados em aplicações que 
requerem uma maior resistência estrutural. 
 
Tabela 3 - Valores de condutividade térmica por densidade 
Densidade 
seca (kg/m³) 
Condutividade 
Térmica (W/mK) 
400 0,10 
600 0,11 
800 0,17-0,23 
1000 0,23-0,30 
1200 0,38-0,42 
1400 0,50-0,55 
1600 1,00-1,20 
 
Fonte: Adaptado de BRITISH CEMENT ASSOCIATION, 1994 
 
32 
 
Gráfico 2 - Condutividade térmica por densidade seca 
 
Fonte: autor. Dados da BRITISH CEMENT ASSOCIATION, 1994 
 
Roslan et al (2012) conseguiram uma mistura, através de adições de 30% de 
cinza volante e 0,20% de fibra de propileno, de densidade igual a 1400 kg/m³, 
condutividade térmica de 0,59 W/mK e resistência à compressão aos 28 dias de 
11,8 MPa. Os valores obtidos mostram a relevância do material concreto celular em 
face de outros materiais tradicionais de vedação e estruturais. Comparando com o 
tijolo cerâmico, a ABNT NBR 15220:2008 – Desempenho térmico de edificações – 
Parte 1: Definições, símbolos e unidades traz, para densidades entre 1300 kg/m³e 
1600 kg/m³, a condutividade térmica de 0,90 W/mK. 
Adicionalmente, Roslan et al (2012) frisam que, para umidade mais alta (ensaio 
com o corpo de prova saturado), a condutividade térmica é maior, por ter a água 
uma maior condutividade térmica que o ar. Também, a adição de aditivo aumenta a 
condutividade térmica no estado seco, mas diminui a mesma no estado saturado. 
Explicam os autores que a absorção de água pelo concreto com aditivo é menor que 
a do concreto normal, o que evita uma influência maior da água nas suas 
propriedades térmicas. 
 
3.2.6 Retração 
 
De acordo com Ziembika (1977) apud Narayanan e Ramamurthy (2000), a 
retração ocorre por perda da água adsorvida do material e é significante no concreto 
y = 0,0383e0,0019x 
 
R² = 0,9729 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 500 1000 1500 2000
C
o
n
d
u
ti
v
id
a
d
e
 T
é
rm
ic
a
 (
W
/m
K
) 
Densidade seca (kg/m³) 
Condutividade Térmica 
Condutividade
Térmica
Exponencial
(Condutividade
Térmica)
33 
 
celular por causa de sua alta porosidade total (40-80%) e superfície específica dos 
poros (por volta de 30 m²/g). 
Dentre alguns fatores que influem na retração, de acordo com o supracitado 
autor, estão: distribuição e tamanho dos poros, sendo que poros mais dispersos e 
menores com mesmo volume de outras distribuições de poros maiores causam 
maior retração; concretos celulares produzidos apenas com cimento mostram uma 
retração maior do que os produzidos com cimento e sílica; processos como o 
autoclave causam uma redução de até 80% em comparação à cura exposta ao ar; 
condições ambientais, como umidade relativa do ar e teor de umidade na massa. 
 
3.2.7 Características físico-mecânicas 
 
 Relatam Rahman et al (2010) que o concreto celular sob tensão de 
compressão apresenta um trecho inicial elástico, seguido de um regime de patamar 
inclinado, quase reto, e um terceiro estágio – o de densificação. O comportamento é 
similar ao de um material celular. 
 Ao iniciar o patamar inclinado, os microporos começam a conectarem-se, 
causando uma diminuição da inclinação do gráfico. No estágio de densificação, os 
poros já estão esmagados e o material começa a encolher. Portanto, para efeitos 
estruturais seria interessante mantê-lo no trecho elástico ou próximo a ele. 
 
Figura 14 - Diagrama típico tensão x deformação de um material celular 
 
Fonte: AMIRRASOULI, 2015, p. 25 
 
34 
 
O comportamento do concreto celular é um pouco diferente do concreto normal 
devido à presença maior de vazios. Explica Amirrasouli (2015, p. 46), sobre o 
concreto comum: 
 
Devido ao produto da hidratação e o processo de endurecimento de 
materiais cimentícios, a razão a/c não é constante pela matriz. Essas 
regiões localizadas [interstícios que envolvem os agregados] têm uma razão 
água/agregado maior e são mais frágeis que o restante da pasta hidratada. 
Por isso, fraturas de retração que ocorrem nas tenras idades dos materiais 
cimentícios são iniciadas a partir dessas regiões. O início e propagação 
dessas microfissuras é o mecanismo dominante desses materiais. 
Submetidos à tensão de compressão uniaxial, a resposta do concreto é 
controlada por microfissuras na zona fraca. Quando o carregamento é 
aumentado, as fissuras aumentam e se espalham, levando a matriz mais 
rígida a também fissurar. 
 
 
Acontece que, no concreto celular, as zonas mais frágeis são justamente as 
áreas mínimas de conexão entre as células, ou vazios. As fissuras e conexões 
desses caminhos vicinais ao acréscimo de carregamento governam o 
comportamento desse material. 
 
[...] baseada na formação mecânica dos vazios na estrutura do concreto 
celular, a região mais frágil pode ser considerada a de área mínima entre 
vazios. Isso é devido à reação química do agente espumante e a matriz 
nessa região e às condições físicas do contorno da zona de transição que 
enfraquece esse limite em comparação a outras regiões do concreto. 
Qualquer deformação ou fissura são iniciadas nessas seções. 
(AMIRRASOULI, 2015, p. 47) 
 
35 
 
4. DIMENSIONAMENTO: COMPARAÇÃO DA NBR COM OUTRAS 
NORMAS RELATIVAS À PAREDE DE CONCRETO E COM A 
ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
4.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO 
 
O projeto se trata de uma edificação multifamiliar com seis pavimentos, 
incluindo a cobertura. Originalmente, projetado para alvenaria estrutural, dispõe de 
10 apartamentos por andar, sendo concebido para venda pelo programa Minha 
Casa Minha Vida. 
O prédio possui 17,0 m de altura e 2,80 m de pé-esquerdo. 
 
Figura 15 - Corte esquemático do prédio em análise 
 
Fonte: Autor 
 
36 
 
Figura 16 - Planta baixa do 4º piso 
 
Fonte: Autor 
37 
 
A edificação possui juntas estruturais, o que faz com que o comportamento da 
mesma se dê como três edificações distintas – separadas por retas vermelhas na 
planta baixa, na Figura 16. 
O grupo de paredes escolhido para o dimensionamento, que a partir de agora 
será chamado de Grupo P, foi o formado pelas paredes Par44, Par49, Par70 e 
Par59, delimitados pelos linteis das janelas J1 e J2 e pela porta P3. As figuras 
abaixo ilustram o grupo e sua localização em relação à planta baixa. 
 
Figura 17 - Grupo de parede e posicionamento em planta 
 
Fonte: Autor 
 
4.2 METODOLOGIA 
 
Primeiramente, serão levantadas todas as ações incidentes sobre o pavimento 
térreo, inclusive as horizontais. Os pesos específicos de cada material serão 
especificados, assim como as demais características inerentes a cada sistema 
construtivo. Além disso, será definido um grupo de paredes a ser comparado, 
considerando a análise por Grupo Isolado de Paredes (GIP). 
38 
 
Em seguida, será feito o dimensionamento do mesmo grupo de parede às 
forças horizontais. As forças horizontais serão obtidas por das considerações da 
ABNT NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações. 
Proceder-se-á à comparação entre os diferentes dimensionamentos. Ao longo 
de todas as etapas, serão invocadas diferentes considerações das normas em 
análise. 
As normas usadas para o dimensionamento serão: ABNT NBR 6118:2014 – 
Projetos de estruturas de concreto – Procedimento; ABNT NBR 15812-1:2010 – 
Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos Parte 1: Projetos; ABNT NBR 16055:2012 – 
Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos 
e procedimentos; e ACI 318:2014 – Building Code Requirements for Reinforced 
concrete. 
Outras normas serão usadas para suportar as considerações construtivas e de 
cálculo que porventura possam influenciar no dimensionamento. 
 
4.3 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS E AÇÕES 
 
4.3.1 Propriedades físicas 
 
As propriedades físicas consideradas para cada material estão na tabela a 
seguir: 
 
Tabela 4 - Propriedades físicas dos materiais 
Propriedades físicas 
Material Ei (MPa) 
fck, fbk ou 
fpk (MPa) 
fyk (MPa) 
Densidade 
(kN/m³) 
Bloco cerâmico 8.000 8,0 - 13,0 
Argamassa 6.000 5,0 - 19,0 
Prisma 3.360 3,2 - - 
Concreto (parede) 11.171 20,0 - 15,0 
Concreto (laje) 31.000 30,0 - 25,0 
Graute 25.000 25,0 - 24,0 
Aço (barra) CA-50 210.000 - 500 78,5 
Aço (tela) CA-60 210.000 - 600 78,5 
 
Fonte: autor 
39 
 
Para a argamassa de assentamento da alvenaria estrutural, foi considerada 
uma argamassa com resistência à compressão aos 28 dias ( ) de 5 MPa. 
A resistência característica do bloco foi obtida pelo porte da obra. Um bloco de 
 = 8 MPa (área bruta) é razoável para um prédio composto por térreo mais cinco 
andares. A resistência característica do prisma foi obtido por correlação com a 
resistência característicado bloco, sendo o fator de eficiência  = 0,4. A ABNT NBR 
15812-2:2010 – Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos Parte 2: Execução e 
controle de obras, admite valores de entre 0,15 e 0,50 para ser 
considerado como valor de projeto. Neste trabalho, foi considerado , e 
está de acordo com a norma. Santos (2008) apresenta vários resultados de diversos 
autores que obtiveram fatores de eficiência de  , dependendo 
especialmente, além da resistência do bloco, da resistência da argamassa. Sánchez 
(2013) reuniu vários estudos sobre a influência dos fatores que influenciam na 
resistência do prisma e chegou a conclusões semelhantes a Santos (2008). 
O módulo de elasticidade E do bloco e da argamassa foram obtidos com base 
em Santos (2008). Segundo a ABNT NBR 15812-1 (2010, p. 9), o módulo de 
elasticidade do prisma pode ser estimado em 600 , resultando em 2,40 GPa (área 
bruta), que, de certa forma, é um resultado conservador. 
Todos os valores para propriedades do concreto da laje foram obtidos por 
indicações da ABNT NBR 6118:2014, exceto o , que foi fixado em 30 MPa. 
Para o concreto celular, foram usadas indicações do ACI 318:2014. Na tabela 
19.2.1.1, a norma citada especifica que concretos leves devem possuir pelo menos 
uma resistência característica à compressão de 17 MPa. Foi escolhido, assim, um 
concreto de 20 MPa. Para este concreto, a resistência correspondente, através de 
dosagens já mostradas neste trabalho, pode ser obtida com uma densidade de 1500 
kg/m³. Para o módulo de elasticidade de concretos leves com densidade entre 1440 
e 2560 kg/m³, o ACI 318 (2014) traz a seguinte equação: 
 
 
 √ ( ) 
Usando a densidade especificada, = 11.171 MPa. 
40 
 
Para a espessura da parede de concreto foi adotado 12 cm. Tanto a norma 
ABNT NBR 16055:2012 como o ACI 318M:2014 adotam valor mínimo de 10 cm para 
paredes externas. Para uniformizar, todas as paredes terão a espessura de 12 cm. 
 
4.3.2 Ações 
 
A fim de permitir comparações, as ações foram consideradas iguais para os 
dois sistemas estruturais, sendo apenas os valores alterados devido ao material. A 
laje, por ter material igual nos dois casos, também teve iguais valores. A tabela 
abaixo resume os valores dos pesos próprios: 
 
Tabela 5 - Peso próprio dos componentes 
Peso Próprio 
Componente 
Densidade 
(kN/m³) 
Altura 
(m) 
Largura 
(m) 
Peso 
Valor Unidade 
Parede de concreto 
celular 
15,0 2,70 0,12 4,86 kN/m 
Alvenaria de bloco 
cerâmico 
13,0 2,70 0,19 6,67 kN/m 
Laje de concreto 25,0 0,10 - 25,0 kN/m² 
Piso cerâmico 30,0 0,01 - 0,30 kN/m² 
Forro de gesso 12,5 0,01 - 0,13 kN/m² 
 
Fonte: autor 
 
Como ação acidental, foi considerada uma ação distribuída na laje igual a 2 
kN/m², como preconiza a ABNT NBR 6120:1980 – Cargas para o cálculo de 
estruturas de edificações. O valor característico foi tomado para área equivalente a 
despensa, área de serviço ou lavanderia para facilitar os cálculos e à favor da 
segurança. As demais cargas foram obtidas seguindo orientações da referida norma, 
ou, como no caso de piso cerâmico e forro de gesso, foram obtidos de fornecedores 
dos materiais em sites da internet. 
A carga horizontal foi obtida de acordo com a ANBT NBR 6123:1988 – Forças 
devidas ao vento em edificações. Os valores de Fx e Fy estão dispostos na Tabela 
6. Porém, será considerada apenas a força no eixo y (Fy) para não tornar este 
trabalho demasiado longo. Como não faz parte do objetivo deste trabalho, efeitos 
resultantes de imperfeições geométricas globais, retração, gradiente térmico, 
fluência e outros não foram considerados. 
41 
 
Figura 18 - Orientação das forças horizontais de vento 
 
Fonte: autor 
 
Tabela 6 - Força do vento nas duas direções 
Vento 
Piso Fx (kN) Fy (kN) 
5 32,6 94,4 
4 31,5 91,4 
3 30,2 87,4 
2 28,3 81,9 
1 24,7 71,1 
 
Fonte: autor 
 
4.3.3 Combinação de ações 
 
Foi analisada apenas a combinação normal de ações para o estado limite 
último (ELU). Conforme traz a ABNT NBR 15821-1 (2010, p. 16), As combinações 
últimas para carregamentos permanentes e variáveis devem ser obtidas por: 
 
 ( ) 
Essa expressão é a mesma usada pela ABNT NBR 6118:2014 (sem levar em 
conta as ações indiretas). A ABNT NBR 15821-1 (2010, p. 15) admite classificar a 
edificação em Tipo 1 ou Tipo 2, sendo o Tipo 2 “aquelas em que as cargas 
acidentais não superam 5 kN/m²”. De acordo com esta norma, para ações 
permanentes e edificações Tipo 2, o coeficiente de ponderação para combinações 
normais de ações deve ser de 1,40 para ações permanentes e 1,40 também para as 
variáveis. 
42 
 
Ainda de acordo com a ABNT NBR 15821-1 (2010, p. 15), o coeficiente para 
redução de ações variáveis deve ser tomado como 0,5 para cargas acidentais 
em edifícios residenciais e 0,6 para pressão do vento em edificações em geral. 
A ABNT NBR 16055 (2012, p. 9) indica que os coeficientes de ponderação de 
esforços “devem ser determinados conforme a ABNT NBR 6118:2007 quanto a 
combinações para os estados limites último (ELU) e de serviço (ELS)”. Como a parte 
de combinação de ações não foi alterada da versão 2007 para 2014, optou-se por 
seguir a de 2014. O , segundo a ABNT NBR 6118 (2014, p. 65), tabela 11.2, deve 
ser tomado igual a 0,5 para cargas acidentais de edifícios residenciais e 0,6 para 
pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral. A tabela 11.1, na mesma 
página, traz a seguinte assertiva “Para as cargas permanentes de pequena 
variabilidade, como o peso próprio das estruturas, especialmente as pré-moldadas, 
esse coeficiente [ ] pode ser reduzido para 1,3”. Ora, é razoável que se considere 
o peso próprio das paredes de concreto de pequena variabilidade, principalmente 
devido à industrialização do processo e à alta conformidade das fôrmas. 
A ACI 318 (2014) sugere, através do seguinte quadro9, as combinações de 
ações para estruturas de concreto: 
 
Tabela 7 - Combinação de ações, segundo a ACI 318 
 
Fonte: AMERICAN CONCRETE INSTITUTE, 2014, p. 58 
 
9
 No índice de notação da referida norma, D = effect of service dead load (carga permanente); 
S = effect of service snow load (carga variável da neve); Lr = effect of service roof live load (carga 
variável na cobertura); L = effect of service live load (carga variável de ocupação); R = cumulative 
load effect of service rain load (carga acumulativa da água devido à chuva); W = Wind (vento); E = 
effect of horizontal and vertical earthquake-induced forces (efeito devido a esforços sísmicos). 
Combinação de carregamento Equação 
Carrega- 
mento 
Principal 
43 
 
Posteriormente, traz outras observações, como “O fator L pode ser reduzido 
para 0,5 nas equações (5.3.1c), (5.3.1d) e (5.3.1e) exceto em [...] (c) Áreas em que L 
é maior que 4,8 kN/m²”. Portanto, quando a equação (5.3.1c) for empregada, o fator 
L será reduzido. 
Para a combinação de ações, foram consideradas três situações, quando 
aplicáveis às normas respectivas: a primeira considera o peso próprio e a carga de 
ocupação como única variável, na segunda, a ação variável principal é o vento, na 
terceira, a principal é a carga de ocupação. A tabela abaixo resume as combinações 
de ações para as diferentes normas e usando os diferentes materiais. 
 
Tabela 8 - Denominação das combinações usadas 
Combinação - Denominações 
 
Peso 
Próprio 
(G) 
G + Q G + V + Q G + Q + V 
NBR 6118 G6118 GQ6118 GVQ6118 GQV6118 
ACI 318 GACI GQACI GVQACI GQVACI 
NBR 15821-1 G15821 GQ15821 GVQ15821 GQV15821 
 
Fonte: autor. 
 
A lógicausada para formular o nome das combinações foi a seguinte: as três 
primeiras letras indicam o tipo de carregamento, sendo G = peso próprio; Q = carga 
de ocupação variável e V = vento. A sequência delas indica qual é a ação variável 
principal, da esquerda para a direita. Por exemplo: GQV6118 é a combinação feita 
de acordo com a norma ABNT NBR 6118:2014 que tem como carga variável 
principal a carga de ocupação e como carga variável secundária o efeito do vento. 
Da mesma forma, a GQACI é a combinação feita de acordo com a norma ACI 
318:2014, que tem como ação variável principal a carga de ocupação e não leva em 
conta o vento. 
Na Tabela 9 podem ser encontrados os coeficientes de minoração usados em 
cada combinação. Os valores característicos das ações serão sempre os mesmos, 
excetuando-se a diferença de peso próprio entre o concreto celular – usados nas 
44 
 
combinações das normas ABNT NBR 6118:2014 e ACI 318:2014 – e a alvenaria de 
blocos cerâmicos – usado na combinação da norma ABNT NBR 15821-1:2010. 
Ressalta-se que para o caso de alvenaria em bloco cerâmico, será usada 
apenas a norma brasileira ANBT NBR 15821-1:2010. 
 
Tabela 9 - Fatores Majoradores e de Simultaneidade10 
 
 Fator Majorador Fator Majorador x Fator 
de Simultaneidade 
Permanente 
Variável 
Ocupação 
(Principal) 
Variável 
Vento 
(Principal) 
Variável 
Ocupação 
(Secundária) 
Variável 
Vento 
(Secundária) 
G6118 1,30 - - - - 
GQ6118 1,30 1,40 - - - 
GVQ6118 1,30 - 1,40 0,70 - 
GQV6118 1,30 1,40 - - 0,84 
GACI 1,40 - - - - 
GQACI 1,20 1,60 - - - 
GVQACI 1,20 - 1,00 1,00 - 
GQVACI 1,20 1,60 - - 0,50 
G15821 1,35 - - - - 
GQ15821 1,35 1,50 - - - 
GVQ15821 1,35 - 1,50 0,75 - 
GQV15821 1,35 1,50 - - 0,90 
 
Fonte: autor 
 
Logo se pode perceber que, na consideração de coeficientes majoradores, a 
ABNT NBR 15821-1:2010 é mais conservadora que a ABNT NBR 6118:2014. Pode-
se especular que haja sido para proteger as edificações de blocos cerâmicos mal 
fabricados. Diferentemente, a norma americana chega até a considerá-lo com 
metade do valor característico na combinação GQVACI, em que o vento é carga 
variável secundária. 
Porém, faz-se necessário explicar que a ACI 318:2014 baseia-se na SEI/ASCE 
7 (2002) e esta traz em sua seção 6 “Wind Loads11” que “a velocidade básica de 
vento é considerada como uma rajada de vento de 3 segundos a 10 m do chão [...]” 
(ASCE - AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS, 2002, p. 23). A referida 
 
10
 Na consideração de uma variável secundária, os valores levam em conta o fator de 
simultaneidade e o de majoração. Por exemplo, segundo a ABNT NBR 6118:2014, na consideração 
do vento como variável secundária, deve-se calcular = 1,40,6 = 0,84 . 
11
 Carregamentos de vento 
45 
 
norma também especifica que essa regra vale para um determinado tipo de 
superfície, de classe C. Esta é classificada como: 
 
Campo aberto com obstruções espaçadas, tendo alturas geralmente mais 
baixas que 9,1 m. Essa categoria inclui regiões planas, campos e todas as 
superfícies de água em regiões sujeitas a tornados. [...] não se podendo 
considerar carregamento menor que 0,48 kN/m² (ASCE, 2002, p. 23). 
 
Mais adiante, tem-se que, para se estimar uma velocidade básica usando 
dados climáticos regionais (e não o mapa indicado pela norma), deve-se considerar 
“[...] pelo menos uma velocidade de vento com período de retorno de 500 anos 
dividido por √ .” (ASCE, 2002, p. 28). A norma citada não traz em seu texto a 
maneira como foi determinado os períodos de retorno para as velocidades básicas 
constantes no mapa de isopletas da mesma (Figuras da seção 6.1). 
Já a ABNT NBR 6118:2014 baseia-se na ABNT NBR 6123:1988 – Forças 
devidas ao vento em edificações que traz “A velocidade básica do vento, é a 
velocidade de uma rajada de 3s, excedida uma vez em 50 anos, a 10 m acima do 
terreno, em campo aberto e plano.” (ABNT, 1988, p. 5). 
Evidentemente, trata-se de métodos diferentes, sendo a norma americana 
aparentemente mais específica em suas considerações. Não entrando no mérito 
dessas especificações, foi utilizada a norma brasileira de vento para determinação 
do valor característico desse tipo de ação – a ABNT NBR 6123:1988. 
 
4.4 ESFORÇOS SOLICITANTES 
 
Como o cálculo do esforço atuante será feito em regime elástico linear, os 
coeficientes das ações serão aplicados diretamente à ação característica. Esse 
procedimento é permitido pela norma ABNT NBR 8681:2003 – Ações e segurança 
nas estruturas - Procedimento. “Se o cálculo do esforço atuante for feito em regime 
elástico linear (elástico ou pseudoelástico), o coeficiente pode ser aplicado tanto 
à ação característica quanto diretamente ao esforço característico.” (ABNT, 2003, p. 
7). Desse modo, fez-se uma tabela já com os esforços combinados para uma melhor 
comparação. O valor característico é dado na seção 4.3.2 Ações. 
 
46 
 
Tabela 10 - Esforços solicitantes de projeto 
Valores solicitantes de projeto para a verificação das seções 
Solicitações 
e 
Combinações 
Paredes 
(kN/m) 
Permanente 
- Demais 
(kN/m²) 
Ocupação 
- principal 
(kN/m²) 
Vento - 
principal 
(kN) 
Ocupação - 
secundária 
(kN/m²) 
Vento - 
secundária 
(kN) 
G6118 6,32 3,74 - - - - 
GQ6118 6,32 3,74 2,80 - - - 
GVQ6118 6,32 3,74 - 127,96 1,40 - 
GQV6118 6,32 3,74 2,80 - - 76,78 
GACI 6,80 4,03 - - - - 
GQACI 5,83 3,46 3,20 - - - 
GVQACI 5,83 3,46 - 91,40 2,00 - 
GQVACI 5,83 3,46 3,20 - - 45,70 
G15821 9,00 3,89 - - - - 
GQ15821 9,00 3,89 3,00 - - - 
GVQ15821 9,00 3,89 - 137,10 1,50 - 
GQV15821 9,00 3,89 3,00 - - 82,26 
 
Fonte: autor 
 
É mister comentar que a solicitação resultante do peso permanente da 
alvenaria de bloco cerâmico é bem maior que o da parede de concreto celular. Isso 
se deve principalmente devido aos revestimentos requeridos por cada sistema. Na 
parede de concreto celular, o revestimento é mínimo, tanto o interior, quanto o 
exterior, podendo ser usado monocapa na parte exterior e fina película de gesso na 
parte interior. 
Quanto ao revestimento da parede de bloco cerâmico estrutural, o projeto que 
deu origem a este trabalho foi seguido, e o mesmo considera 2,5 cm de 
revestimentos tanto interno como externo, sendo o bloco da família 14. 
47 
 
5 VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA 
ESTRUTURAL 
 
5.1 ALTURA E ESPESSURA EFETIVAS E ESBELTEZ 
 
“A altura efetiva ( ) de uma parede deve ser considerada igual: a) à altura da 
parede, se houver travamentos que restrinjam os deslocamentos horizontais de suas 
extremidades”. (ABNT, 2010, p. 19). No caso em análise, as lajes travam as paredes 
nas extremidades, = 2,68 m. 
“A espessura efetiva ( ) de parede sem enrijecedores será a sua espessura 
(t), não se considerando revestimentos.” (ABNT, 2010, p. 19). No projeto, há a 
indicação de bloco com = 0,14 m. 
“Caso seja considerada a interação de paredes, deve ser verificada e 
garantida a resistência de cisalhamento das interfaces” (ABNT, 2010, p. 20, nosso). 
Para isso, a amarração tem que ser direta. Segundo a ABNT NBR 15812 (2010), o 
índice de esbeltez é a razão entre a altura efetiva e a espessura efetiva da parede 
ou pilar: 
 ( ) 
Sendo o valor máximo do índice de esbeltez de paredes armadas igual a 30 e 
não armadas igual a 24. No projeto em análise = 19,14. 
 
5.2 INTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DE ALVENARIA 
 
Considerando as paredes do grupo trabalhando em conjunto, ou seja, 
garantindo-se a amarração direta das mesmas, “[...] deve ser verificada e garantida 
a resistência de cisalhamentodas interfaces.” (ABNT, 2010, p. 20). 
Em relação às flanges, as mesmas podem ser consideradas solidarizadas ao 
grupo, caso haja amarração direta, “[...] não sendo permitida a sua contribuição na 
absorção dos esforços cortantes durante o dimensionamento” (ABNT, 2010, p. 21). 
48 
 
“As abas (flanges) devem ser utilizadas tanto para cálculo da rigidez do painel 
de contraventamento quanto para o cálculo das tensões normais devidas à flexão, 
provenientes das ações horizontais [...]” (ABNT, 2010, p. 21) 
Figura 19 - Largura máxima para consideração da flange 
 
Fonte: ABNT, 2010, p. 22 
 
Segundo a referida norma, “O comprimento efetivo de flange em painéis de 
contraventamento deve obedecer ao limite ” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2010, p. 22). 
Para o projeto em análise, de acordo com a Figura 19, apenas uma das flanges 
não poderá ser incluída integralmente. A Figura 20 resume a consideração das 
flanges. A parte não considerada está hachurada com traços inclinados. 
 
Figura 20 - Consideração das flanges do grupo P 
 
Fonte: autor 
 
5.3 ANÁLISE PARA DISTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS HORIZONTAIS ENTRE OS 
PAINÉIS DE CONTRAVENTAMENTO 
 
A parte do prédio considerada no dimensionamento à ação de vento, devido à 
presença de juntas estruturais, é a representada na página seguinte. Dela já foram 
descontados o comprimento além do que cada flange pode contribuir. Os painéis 
49 
 
foram numerados considerando a simetria da estrutura. Como a mesma é simétrica, 
o centro de torção coincide com o centro geométrico. 
A estrutura é praticamente duplamente simétrica. O grupo 1 - que é o Grupo P 
– não é totalmente simétrico ao grupo 13. Porém, para efeito de dimensionamento, 
serão considerados como se o fossem, pois, caso a estrutura fosse considerada 
assimétrica, a força do vento causaria apenas uma pequena rotação. 
 
Figura 21 - Paineis de contraventamento 
 
Fonte: autor 
 
Pela Resistência dos Materiais, para uma força horizontal F aplicada no topo 
de uma barra engastada na base, que representa o prédio, tem-se: 
 
 
 
 
 ( ) 
Como a estrutura do mesmo foi considerada simétrica, a laje sofrerá uma 
translação apenas, sem rotacionar. Desse modo, o deslocamento em cada painel 
será o mesmo, considerando a laje atuando como diafragma rígido. Por isso a barra 
representa fisicamente também um painel, ou grupo, apenas. 
50 
 
Figura 22 - Força horizontal em uma barra 
 
 
Fonte: autor 
 
De acordo com a Resistência dos Materiais, esse deslocamento será causado 
por flexão e por cisalhamento, de modo que: 
 
 
 
 
 
 
 
 ( ) 
Cada painel, assim, irá absorver uma parcela da força horizontal, de acordo 
com sua rigidez. A essa parcela, dá-se o nome de quinhão. 
A deformação referente ao cisalhamento pode ser eliminada, já que a parede 
tem dimensões no comprimento bem maior que na altura, prevalecendo os efeitos 
de flexão. Levando isso em conta, fazendo F = 1 e considerando as Equações 5 e 6, 
pode-se concluir que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ( ) 
A Equação 6 indica a rigidez de um painel. A rigidez relativa de um painel em 
relação a toda a estrutura é dada por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ( ) 
Como o módulo de elasticidade (E) é o mesmo para todos os grupos (dispõem 
apenas de armadura construtiva), pode-se desconsiderá-lo para calcular-se o 
51 
 
quinhão que cada grupo recebe. Esse procedimento serve também para o 
dimensionamento de paredes de concreto. 
 
Tabela 11 - Inércia relativa de cada grupo 
Determinação da Inércia Relativa 
Grupo ( 
 ) A (m²) d' (m) 
 ( ) H Ri 
1 = P 3,994 1,049 5,02 30,3733 2,68 8,51% 
2 0,055 0,314 3,54 3,9875 2,68 1,12% 
3 0,682 0,552 6,78 26,0624 2,68 7,30% 
4 0,081 0,335 2,92 2,9418 2,68 0,82% 
5 0,028 0,188 7,65 11,0069 2,68 
 
3,08% 
6 0,268 0,314 1,60 1,0697 2,68 0,30% 
7 2,507 0,839 5,48 27,6450 2,68 7,74% 
8 0,268 0,314 1,60 1,0697 2,68 0,30% 
9 0,028 0,188 7,65 11,0069 2,68 3,08% 
10 0,081 0,335 2,92 2,9418 2,68 0,82% 
11 0,682 0,552 6,78 26,0624 2,68 7,30% 
12 0,055 0,314 3,54 3,9875 2,68 1,12% 
13 3,994 1,049 5,02 30,3733 2,68 8,51% 
Total 357,0568 - 50,00% 
 
Fonte: autor 
 
Logo se percebe qual grupo contribui mais para a resistência à força do vento. 
Este é o grupo 1, que corresponde simetricamente ao grupo 13. Foi feita apenas a 
metade do prédio, já que, por simetria, acham-se valores iguais para a outra metade. 
Desse modo, cada painel absorverá uma parcela da força horizontal do vento 
igual à sua Rigidez Relativa (Ri) multiplicada pela força total do vento . Cada 
combinação de ação levará a força do vento em consideração de uma forma 
diferente, portanto será calculado apenas o esforço característico em cada grupo. 
Depois, em tabela, será mostrada as tensões geradas pelo vento para cada 
combinação distinta. Cada força horizontal terá um braço de alavanca distinto em 
relação ao pavimento térreo, que é o objeto do estudo. A tabela seguinte mostra as 
forças, seus braços de alavanca e respectivos momentos fletores em relação ao 
térreo: 
 
 
52 
 
Tabela 12 - Força horizontal absorvida por cada grupo 
Momentos causados pela força horizontal 
Pavimento Ri Fyi (kN) Braço (m) Momento (kNm) 
Térreo 8,51% - 0,00 - 
1 8,51% 6,05 2,80 16,93 
2 8,51% 6,97 5,60 39,01 
3 8,51% 7,43 8,40 62,45 
4 8,51% 7,78 11,20 87,08 
5 8,51% 8,03 14,00 112,42 
Momento total na base da alvenaria 317,90 
 
Fonte: autor 
 
5.4 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO PARA TENSÕES SOLICITANTES DEVIDO À 
AÇÃO DO VENTO E DIMENSIONAMENTO AO CISALHAMENTO 
 
 As tensões solicitantes devidas á ação horizontal do vento é calculada da 
seguinte maneira: 
 Tensão de compressão ou tração: 
 
 
 ( ) 
Tensão cisalhante: 
 
 
 ( ) 
Segundo a ABNT NBR 15812:2010, não é permitido a consideração das 
flanges na resistência ao cisalhamento. As resistências características ao 
cisalhamento não devem ser maiores que os seguintes valores: 
 
Tabela 13 - Valores característicos da resistência ao cisalhamento - (MPa) 
Local 
Resistência média de compressão da argamassa (MPa) 
1,5 a 3,4 3,5 a 7,0 acima de 7,0 
Juntas horizontais 
Interface de paredes 
com amarração direta 
0,20 0,40 0,50 
 é a tensão normal de pré-compressão na junta considerando-se apenas as ações permanentes 
ponderadas por coeficiente de segurança igual a 0,9 (ação favorável) 
 
Fonte: ABNT, 2010, p. 11 
 
53 
 
Para combinações normais, a ABNT NBR 15812:2010 sugere um , 
coeficiente ponderador de resistência, de 2,0 para a alvenaria e 2,0 para o graute. 
“No caso da aderência entre o aço e o graute, ou a argamassa que o envolve, deve 
ser utilizado o valor = 1,5.” (ABNT, 2010, p. 10). 
 
5.5 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
SIMPLES 
 
De acordo com a norma ABNT NBR 15812 (2010), em paredes de alvenaria 
estrutural o esforço resistente de cálculo deve ser obtido através da equação: 
 
 ( ) 
Em que: 
 é a força normal resistente de cálculo; 
 é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria; 
A é a área da seção resistente. No caso em análise, A = 1,115 m² (área bruta); 
R = [ (
 
 
)
 
], no caso R = 0,89044 
 
“As seções transversais submetidas á flexão e flexo-compressão serão 
consideradas no Estádio I (alvenaria não fissurada e comportamento elástico linear 
dos materiais)”. (ABNT, 2010, p. 24) 
Consta no item 6.3.3 da norma ABNTNBR 15812-1:2010 que a resistência 
característica à compressão simples da alvenaria deve ser determinada com base 
no ensaio de paredes (ABNT NBR 8949) ou ser estimada como 70% da resistência 
característica de compressão simples de prisma [...]. Sendo assim, de acordo 
com a Tabela 4, = 2,24 MPa e por conseguinte, = 1,12 MPa. 
A partir da Equação 10, sabendo que = 19,14, temos = 1,13 MN. É 
interessante transformar essa força em uma força linear, para comparar com a carga 
linear solicitante. Sabendo que o comprimento total do grupo é 8,16 m, tem-se que 
 . 
54 
 
A distribuição de tensões de compressão nos elementos de alvenaria 
submetidos à flexão e não armados pode ser representada pelo seguinte diagrama: 
Figura 23 - Distribuição de tensões na alvenaria não armada 
 
Fonte: (ABNT, 2010, p. 26) 
 
A máxima tensão de compressão de cálculo na flexão não deve ultrapassar 
em 50% a resistência à compressão de cálculo da alvenaria (1,5 
 
). A 
máxima tensão de tração de cálculo não deve ser superior à resistência à 
tração da alvenaria 
 
 (ABNT, 2010, p. 26) 
 
5.6 DIMENSIONAMENTO DO GRUPO À COMPRESSÃO 
 
A consideração das cargas oriundas da laje será feita com o método das 
charneiras plásticas. A divisão em áreas foi feita tal como recomenda a ABNT NBR 
6118:2014, de acordo com a teoria das linhas de ruptura, que é permitida quando a 
laje trabalha nos domínios 2 e 3. 
55 
 
Figura 24 - Divisão da laje e carregamento das paredes 
 
Fonte: autor 
As cargas devem ser uniformizadas e distribuídas em todo o grupo. 
Considerando também as cargas da Tabela 5, pode-se dizer que o grupo está 
submetido à seguinte carga linear total: 
 
Tabela 14 - Carga linear sobre as paredes do Grupo P – Bloco cerâmico 
Ações da laje 
Peso próprio Carga acidental 
Área 
(m²) 
Peso 
(kN/m²) 
Comprimento 
do grupo (m) 
Carga linear 
(kN/m) 
Carga 
(kN/m²) 
Carga linear 
(kN/m) 
7,99 2,88 8,32 2,764 2,00 1,920 
Ações da parede 
6,67 kN/m 
Carga linear total 
56,770 kN/m 
 
Fonte: autor 
 
A carga linear característica na base do grupo P, no pavimento térreo, devido 
ao peso próprio (paredes mais laje), é de 47,17 kN/m. A carga linear característica 
no mesmo local oriunda da carga acidental é de 9,60 kN/m. As duas somadas é 
igual a 56,77 kN/m. Essa carga linear pode ser transformada em tensão ou força 
concentrada. Esta será igual a 472 kN; aquela, 408,9kN/m² ou 0,409 MPa, já que o 
Grupo P tem 1,155 m² de área transversal. 
56 
 
5.7 TENSÕES DE COMPRESSÃO GERADAS POR FLEXÃO PELA AÇÃO DE 
VENTO 
 
A linha neutra coincide com o centroide da área formada pelo Grupo P, já que 
se espera que a alvenaria resista à tração pelo momento ser pequeno. O momento 
total gerado, de acordo com a Tabela 12 é 317,90 kNm. 
Da Equação 8, temos, então, que = 33,0 kN/m² ou 0,033 MPa nos pontos 
mais requisitados, que são as extremidades do grupo. Na pior combinação , em que 
se causaria a maior tração devido à flexão, a seção sequer ficaria tracionada, devido 
ao peso próprio atuante na mesma. 
 
5.8 DIMENSIONAMENTO À FLEXO-COMPRESSÃO 
 
Para alvenaria não armada, de acordo com a ABNT NBR 15812:2010, tem-se 
que: 
 
 
 
 
 
 
 ( ) 
Considerando todos os valores obtidos nas sessões anteriores, pode ser 
montada uma tabela levando em conta os coeficientes majoradores e de 
simultaneidade constantes na Tabela 9. Essa tabela mostrará as tensões solicitantes 
mais altas no Grupo P, de acordo com cada combinação. 
 
Tabela 15 - Comparação da tensão solicitante de compressão com a resistente 
respectiva para alvenaria de blocos cerâmicos 
Tensões solicitantes e resistentes de compressão 
na alvenaria de bloco cerâmico 
Combinação Tensão solicitante 
(MPa) 
Tensão resistente 
(MPa) 
G15812 0,459 1,12 
GQ15812 0,562 1,12 
GVQ15812 0,560 1,12 
GQV15812 0,592 1,12 
 
Fonte: dados do autor 
 
57 
 
5.9 TENSÕES SOLICITANTES E RESISTENTES DE CISALHAMENTO 
 
Nosso interesse é justamente verificar as juntas horizontais na base do 
pavimento térreo. De acordo com as Tabela 13 e Tabela 14, para uma argamassa 
de = 5,0 MPa, temos que = 0,9 339,78 = 305,80 kN/m² ou 0,3058 MPa, então 
o esforço resistente é igual a 0,15 + 0,50,3058. Logo, 0,3029 MPa. 
Apenas as combinações GVQ15821 e GQV15821 possuem ação de vento. A 
comparação entre esforço resistente e solicitante (calculado de acordo com a 
Equação 9) consta na Tabela 16. Importante lembrar que apenas a área da alma do 
grupo contribui para resistir aos esforços solicitantes horizontais. 
Tabela 16 - Comparação da tensão solicitante de cisalhamento com a 
resistente respectiva para alvenaria de blocos cerâmicos 
Tensões solicitantes e resistentes de cisalhamento 
na alvenaria de bloco cerâmico 
Combinação Tensão solicitante 
(MPa) 
Tensão resistente 
(MPa) 
GVQ15812 0,068 0,303 
GQV15812 0,041 0,303 
 
Fonte: autor 
 
58 
 
6 VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA PAREDE DE 
CONCRETO 
 
O Procedimento é semelhante, inclusive a divisão das paredes em grupos. 
 
6.1 ALTURA, ESBELTEZ E RESISTÊNCIAS 
 
6.1.1 Fatores de ponderação devido às vinculações e comprimento 
 
A NBR 16055:2012 traz para determinação do comprimento equivalente a 
seguinte tabela: 
 
Figura 25 - Comprimento equivalente segundo a ABNT NBR 6118 
 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012, p. 13 
 
Já a ACI 318:2014 considera as vinculações de uma maneira diferente. Através 
do coeficiente , a resistência da parede é ponderada. A tabela seguinte traz os 
valores de . 
 
59 
 
Tabela 17 - Fator de comprimento efetivo k para paredes 
 
Fonte: ACI 318, 2014, p. 167 
 
No caso da norma brasileira, torna-se necessário situar as paredes 
pertencentes ao grupo em cada situação. Considerando, na Figura 25, de cima para 
baixo, da esquerda para a direita, as situações A, B, C e D. E, de acordo com as 
Figura 26 e Figura 27 (abaixo), pode-se classificar cada parede em uma situação. 
 
Figura 26 - Localização do grupo e vista 
 
 
Fonte: autor 
 
Condições de vinculação 
(a) Impedida à rotação no topo, na base ou em 
ambos 
Paredes não impedidas à translação lateral 
(b) Livres à rotação nas duas extremidades 
Paredes impedidas à translação lateral no topo e 
na base e: 
60 
 
Figura 27 - Divisão das paredes do grupo P 
 
Fonte: autor 
 
A parede 2 enquadra-se no caso C, já que a janela J2 não causa uma grande 
perda de rigidez no apoio lateral, sendo biapoiada. A parede 1 enquadra-se no caso 
A , enquanto a parede 3 enquadra-se no caso B justamente pela presença da porta 
P3. 
Tabela 18 - Parâmetros de cálculo das paredes 
Parede 
Comprimento Equivalente (le) Esbeltez λ Fator k1 
Caso l (m) b (m) β le (m) t (m) λ k1 
1a C 2,68 1,41 1,90 0,71 0,12 20,4 0,58 
1b C 2,68 4,26 0,63 2,57 0,12 74,1 2,12 
2 D 2,68 2,25 1,19 2,38 0,12 68,8 1,96 
3 D 2,68 2,10 1,28 2,55 0,12 73,7 2,11 
4 D 2,68 2,55 1,05 2,10 0,12 60,7 1,73 
 
Fonte: autor 
 
“As paredes devem ter extremidades com travamento de no mínimo três vezes 
a sua espessura. Também há necessidade de travamento sempre que o 
comprimento da parede entre os travamentos ultrapassar duas vezes a sua altura 
geométrica. No caso de não ser possível o travamento, a parede deve ser 
parcialmente calculada como pilar ou pilar-parede, conforme a ABNT NBR 6118.” 
(ABNT, 2012, p. 12) 
Mais à frente, a mesma norma determina que trechos com comprimento menor 
que dez vezes a sua espessura devem ser dimensionados como pilar oupilar-
parede. Apesar de, quando separadas para o cálculo de forças horizontais, em 
grupos, as paredes fiquem com o comprimento menor que 10x a espessura, as 
mesmas possuem continuação, ou seja, considerá-las como pilares parede não é 
necessário (ver Figura 26). Contudo, a parede P4 é muito delgada para não ser 
61 
 
considerada pilar parede. A NBR 6118:2014 traz que “para que se tenha um pilar-
parede, em alguma dessas superfícies, a menor dimensão deve ser menor que 1/5 
da maior, ambas consideradas na seção transversal do elemento estrutural”. 
Percebe-se, então, que a parede 4 não se encaixa em nenhuma das definições, 
restando-me optar pela NBR 16055:2012, caso C. 
O grupo de paredes trabalhará conjuntamente, sendo as tensões transferidas 
num plano limitado a 45º da aplicação da carga de acordo com a Figura 28. 
 
Figura 28 - Transmissão de esforços nas paredes 
 
 
Fonte: autor, baseado na ABNT NBR 16055:2012 
 
6.1.2 Valores da força normal resistente 
 
A ABNT NBR 16055:2012 traz uma simplificação de cálculo para pressões de 
vento até 1 kN/m². Na seção 17.5.1, a norma traz a seguinte equação: 
 
 
 
 
 
 
 
 ( ) 
 (R1) (R2) (R3) 
 
 é a normal resistente de cálculo, por unidade de comprimento, 
admitida no plano médio da parede. Para um melhor entendimento da inequação 12, 
62 
 
denominou-se o primeiro trecho da inequação como “resistência 1” ou simplesmente 
R1, o segundo como R2 e o terceiro como R3. 
São recomendações ainda, da ABNT NBR 16055:2012: 
 . 
Para 
 
 
 
Para 
 
 
 
 
 
 
O módulo de elasticidade é definido por Pauw (1960) como sendo a inclinação 
da linha que liga a tensão zero a uma tensão de 0,45 . Faz sentido, desse modo, 
a norma brasileira adotar, como uma das regras, que a tensão máxima na área da 
seção transversal seja limitada a . Dessa maneira, ela impede que o concreto 
deforme demasiadamente, situando-o dentro do trecho elástico. 
Conforme a Tabela 18, em nenhum dos casos , portanto, = 0. A 
inequação 12 indica que existem três situações de cálculo a serem comparadas 
para definição da normal resistente de projeto. A Tabela 19 traz os valores 
calculados. 
 
Tabela 19 - Valores da normal resistente segundo a NBR 16055:2012 
 
 
Fonte: autor 
 
Pela análise dimensional da inequação 12, percebe-se que o valor de R1 se dá 
em força/comprimento, o de R2 também em força/comprimento, mas o de R3 é um 
resultado apenas de força. Portanto, para compatibilizá-los, o valor de R3 tem que 
ser dividido pelo comprimento da parede. Considerando um comprimento de 1 m, o 
valor se torna fisicamente correto e de igual valor numérico. 
O dimensionamento é atendido se os esforços solicitantes por metro linear 
obtidos pelo modelo de cálculo forem menores que a normal resistente de cálculo: 
 
Caso fcd (MPa) p (%) fscd (MPa) t (m) Ac (m²) R1 (kN/m) R2 (kN/m) R3 (kN/m)
1a C 11,90 0,15 365,22 0,12 0,680 2201 779 3238
1b C 11,90 0,15 365,22 0,12 0,110 605 779 524
2 D 11,90 0,15 365,22 0,12 0,110 651 779 524
3 D 11,90 0,15 365,22 0,12 0,162 608 779 771
4 D 11,90 0,15 365,22 0,12 0,036 738 779 171
Parede
Normal resistente - ABNT NBR 16055:2012
63 
 
 
 
 
 ( ) 
Em que é o maior valor normal por unidade de comprimento, para o 
carregamento considerado no trecho escolhido e é o menor valor normal por 
unidade de comprimento, para outro carregamento considerado no trecho escolhido. 
No caso de ocorrer tração, o valor de deve ser considerado nulo. 
Já o ACI 318:2014 traz um método simplificado, fazendo a seguinte ressalva: 
Se a resultante de todos os carregamentos se situar no terço do meio da parede 
(excentricidade menor que h/6) com uma seção retangular, desde que respeitados 
os valores de armadura mínima, pode ser obtido da seguinte maneira: 
 
 
 [ (
 
 
)
 
] ( ) 
 
Sendo o valor k dado na Tabela 17 e que leva em conta condições de 
vinculação. Essa observação é a mesma que consta na NBR 6118:2014, só que 
para o cálculo de pilares-parede. Diz a referida que os pilares-parede de concreto 
simples de seção retangular podem ser dimensionados pela equação dada a seguir, 
quando a resultante de todas as cargas de cálculo estiver dentro do terço médio 
da espessura do pilar-parede 
 
 * (
 
 
) + ( ) 
 
Porém, a norma brasileira permite o uso dessa equação em seções apenas de 
concreto simples, sendo bem próxima à americana. O fator da norma brasileira 
leva em conta as vinculações, assim como o fator da americana. 
Então, de acordo com a Equação 14, obtêm-se os valores da normal resistente 
conforme o ACI 318:2014, que estão resumidas a seguir. 
 
 
 
 
64 
 
Tabela 20 - Valores da normal resistente segundo a ACI 318:2014 
Parede 
Normal resistente - ACI 318:2014 
k fc' (MPa) lc (m) h (m) Ag (m²) P (kN) 
1 0,8 20,00 2,68 0,12 0,680 5148,214 
2 0,8 20,00 2,68 0,12 0,110 832,799 
3 0,8 20,00 2,68 0,12 0,162 1225,729 
4 0,8 20,00 2,68 0,12 0,036 272,553 
 
Fonte: autor 
 
6.1.3 Resistência ao cisalhamento 
 
A norma ABNT NBR 15812:2010 prescreve que “O esforço solicitante total 
horizontal em uma direção é distribuído por todas as almas das paredes resistentes 
na mesma direção”. O dimensionamento deve ser feito considerando a força 
cortante resistente maior que a solicitante. 
 
 ( 
 
 
) ( ) 
 
 
 
 ( ) 
Sendo = 
 
 
 
 
 ( ) 
 
Segundo a ACI 318M:2014, pelo modelo simplificado, pode ser dado por 
 √ 
12 e não pode exceder √ , em que: 
 
 
 
 √ 
 ( ) 
 
 pode ser calculado da seguinte maneira: 
 
 
12
 é um fator modificador que reflete a redução das propriedades mecânicas do concreto leve 
em relação ao concreto de peso normal de igual resistência à compressão. 
65 
 
 ( ) 
 
 
 
 ( ) 
 
Para o cálculo do valor de , é necessário ter os resultados de corpos de prova 
do concreto que será usado na obra. Contudo, decidiu-se por considerar = 
da norma brasileira e = 26,6 MPa, de acordo com a condição de preparo do 
concreto A (desvio-padrão = 4,0 MPa) da norma ABNT NBR 12655:2015 – Concreto 
de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento. 
Ainda não se dispõe de , sendo este valor posteriormente calculado. 
 
6.2 CONSIDERAÇÃO DO EFEITO DO VENTO 
 
Devido às paredes de concreto possuírem uma menor espessura, decidiu-se 
diminuir a espessura da parede do projeto que leva em conta o bloco cerâmico 
faceando-as pelo lado externo (paredes externas) e as paredes internas pelo eixo, 
preservando sempre o alinhamento das mesmas. A seguinte recomendação deve 
ser levada em conta “em nenhum caso pode-se acrescentar a largura da mesa ou 
flange em seções transversais do tipo T ou L” (ABNT, 2012, p. 16). Desse modo, a 
nova geometria dos grupos resistentes à ação do vento está representada abaixo: 
 
66 
 
Figura 29 - Geometria das paredes de concreto e grupos 
 
 
Fonte: autor 
 
Obviamente, essa nova geometria gera novas rigidezes e, em consequência, 
novas rigidezes relativas. As mesmas são mostradas em tabela a seguir: 
 
Tabela 21 - Inércia relativadas paredes de concreto celular 
Determinação da inércia relativa da parede de concreto 
Grupo ( 
 ) A (m²) d' (m) 
 ( ) H Ri 
1 2,863 0,889 5,04 25,4361 2,68 8,44% 
2 0,044 0,247 3,51 3,0959 2,68 1,03% 
3 0,576 0,470 6,80 22,2956 2,68 7,39% 
4 0,061 0,263 3,10 2,5926 2,68 0,86% 
5 0,023 0,158 7,69 9,3902 2,68 3,11% 
6 0,072 0,266 1,60 0,7518 2,68 0,25% 
7 2,128 0,716 5,48 23,6415 2,68 7,84% 
8 0,072 0,266 1,60 0,7518 2,68 0,25% 
9 0,023 0,158 7,69 9,3902 2,68 3,11% 
10 0,061 0,263 3,10 2,5926 2,68 0,86% 
11 0,576 0,470 6,80 22,2956 2,68 7,39% 
12 0,044 0,247 3,51 3,0959 2,68 1,03% 
13 2,863 0,889 5,04 25,4361 2,68 8,44% 
Total 301,5315 - 50,00% 
 
Fonte: autor 
 
67 
 
Pode-se, agora, determinar o quinhão de carga e momento transferidos ao 
grupo P. Segue os dados em tabela: 
 
Tabela 22 - Momentos na base da parede térrea do grupo P 
Momentos causados pela força horizontal 
Pavimento Ri Fyi (kN) Braço (m) Momento (kNm) 
Térreo 8,44% - 0,00 - 
1 8,44% 6,00 2,80 16,79 
2 8,44% 6,91 5,60 38,69 
3 8,44% 7,37 8,40 61,93 
4 8,44% 7,71 11,2 86,35 
5 8,44% 7,96 14 111,49 
Momento total na base da parede 315,25 
 
Fonte: autor 
 
6.3 VALORES SOLICITANTES DE PROJETO DE ACORDO COM AS DIFERENTES 
COMBINAÇÕES 
 
A carga linear característica de compressão sobre as paredes do Grupo P no 
térreo está descrita na Tabela 23. 
 
Tabela 23 - Carga linear sobre as paredes do Grupo P – Concreto celular 
Ações da laje 
Peso próprio Carga acidental 
Área 
(m²) 
Peso 
(kN/m²) 
Comprimento 
do grupo (m) 
Carga 
linear 
(kN/m) 
Carga 
(kN/m²) 
Carga 
linear 
(kN/m) 
7,986 2,88 7,41 3,104 2,00 2,155 
Ações da parede 
4,86 kN/m 
Carga linear total 
50,597 kN/m 
 
Fonte: autor 
 
 Tomando as Tabela 8, Tabela 9, Tabela 22 e Tabela 23, pode-se chegar aos 
valores solicitantes de ações de compressão e de flexão causadas pelas ações. 
Além de cada valor de cálculo para as diferentes combinações, tal como são 
descritas na Tabela 8. 
68 
 
Tabela 24 - Combinações com valores característicos 
Combinações 
Permanente 
(kN/m) 
Ocupação 
Principal 
(kN/m) 
Vento 
Principal 
(kNm) 
Vento 
Princi
pal 
(kN) 
Ocupação 
Secundária 
(kN/m) 
Vento 
Secundária 
(kNm) 
Vento 
Secundária 
(kN) 
G6118 47,11 - - 
 
- - 
 GQ6118 47,11 15,09 - 
 
- - 
 GVQ6118 47,11 - 441,35 50,36 7,54 - 
 GQV6118 47,11 15,09 - 
 
- 264,81 30,22 
GACI 49,54 - - 
 
- - 
 GQACI 44,68 17,24 - 
 
- - 
 GVQACI 44,68 - 315,25 35,97 10,78 - 
 GQVACI 44,68 17,24 - 
 
- 157,63 17,99 
 
Fonte: autor 
 
6.4 COMPARAÇÃO ENTRE TENSÕES RESISTENTES E SOLICITANTES 
 
6.4.1 Compressão 
 
As tensões resultantes do vento são calculadas de modo análogo ao da 
alvenaria de blocos cerâmicos, considerando a simetria da estrutura. De , 
tem-se que, para p valor característico do momento gerado, 315,25/ (25,4361/ 
3,13) = 38,8 kN/m² ou 0,0388 MPa. 
 
Obtidas as tensões normais geradas pelo vento, pode-se combinar com as 
demais tensões resultantes das outras ações e compará-las com as resistentes, de 
acordo com cada norma. Esses valores estão resumidos na Tabela 25. 
 
Tabela 25 - Tensões solicitantes e resistentes de compressão na parede de 
concreto 
Tensões solicitantes maiores de compressão na parede de 
concreto 
Combinação 
Tensão solicitante 
(MPa) 
Tensão resistente 
(MPa) 
G6118 0,394 1,425 
GQ6118 0,521 1,425 
GVQ6118 0,463 1,425 
GQV6118 0,524 1,425 
GACI 0,415 7,57 
GQACI 0,519 7,57 
GVQACI 0,468 7,57 
GQVACI 0,521 7,57 
69 
 
 
Fonte: autor 
 
6.4.2 Cisalhamento 
 
De acordo com as Equações 16 a 21 e a Tabela 25, temos que, para o 
cisalhamento, as tensões solicitantes e resistentes cisalhantes na base do Grupo P. 
A área permitida para o cálculo das tensões cisalhantes é apenas o da alma. 
Somente as combinações GVQ6118, GQV6118, GVQACI e GQVACI têm o vento 
como uma das ações, portanto apenas elas serão consideradas para o cálculo do 
cisalhamento na base do Grupo P. A Tabela 26 resume esses valores. 
 
Tabela 26 - Tensões solicitantes e resistentes de cisalhamento 
Tensões solicitantes de cisalhamento na parede de concreto 
Combinação 
Tensão solicitante 
(MPa) 
Tensão resistente 
(MPa) 
GVQ6118 0,074 0,295 
GQV6118 0,044 0,298 
GVQACI 0,053 0,243 
GQVACI 0,026 0,243 
 
Fonte: autor 
70 
 
7 COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS 
 
Comparando a alvenaria de blocos cerâmicos com o sistema Paredes de 
Concreto, percebeu-se uma diminuição considerável das cargas permanentes 
devido à reduzida espessura das paredes de concreto e o fino revestimento 
necessário, que se traduziu em uma menor tensão solicitante de compressão. 
Esperava-se uma maior tensão resistente para as paredes de concreto, porém 
a norma ABNT NBR 16055:2012 faz considerações conservadoras acerca de 
trechos que possam se assemelhar a pilares-parede, reduzindo muito a carga 
resistente. Já o ACI 318:2014 permite a adoção de uma tensão resistente bem maior 
(ver Tabela 25). 
Quanto à resistência ao cisalhamento, o concreto por si só, nas paredes de 
concreto, já resiste com folga às solicitações. A parede de blocos cerâmicos também 
resiste bem, através da junta de argamassa. Em prédios mais altos, seria necessário 
armadura para resistir a maiores esforços. 
Comparando as normas NBR 16055:2012 com o ACI 318:2014, percebe-se 
uma clara tendência de a norma brasileira ser mais conservadora, até porque é a 
primeira norma deste tipo no Brasil e o sistema construtivo ainda não é tão 
disseminado, exigindo cautela. Por exemplo, pode-se perceber pela Tabela 19 que a 
tensão resistente do conjunto foi prejudicada pela PAREDE 4, devido ao pequeno 
comprimento do trecho. A norma brasileira não traz critérios de dimensionamento 
aprofundados, como por exemplo o dimensionamento ao vento, divisão em grupos e 
outros. Teve-se que adotar procedimentos da norma ABNT NBR 15812:2010 para 
isso. 
Outra consideração que merece comentário é a do valor de adotado pela 
ABNT NBR 16055:2010, que é igual a 1,68. Não ficou muito claro o porquê de a 
norma ter adotado esse valor, em vez de 1,4, já utilizado na ABNT NBR 6118:2014. 
Além disso, a norma brasileira não traz disposições específicas sobre elementos de 
transição, como quando se constrói um edifício com pilotis, em que vigas e pilares 
são necessários. 
 
71 
 
8 CONCLUSÃO 
 
O sistema Paredes de Concreto é muito atrativo a partir de certa quantidade de 
repetições, pois a fôrma representa um custo inicial alto, podendo até chegar a ser 
mais atrativo financeiramente que o sistema de Alvenaria Estrutural, segundo Alves 
e Peixoto (2011). 
A utilização do concreto celular, principalmente em densidades baixas, como 
constituinte das paredes monolíticas de concreto nesse sistema ainda não é 
disseminada, nem sequer é admitida em algumas normas como a ECS EUROCODE 
2:2004 e a ABNT NBR 16055:2012. 
Há vantagens e desvantagens no uso desse material como vedação e estrutura 
ao mesmo tempo. As vantagens estão dispostas ao longo desse trabalho. Entre as 
desvantagens, Sacht (2008) cita baixa durabilidade, alta porosidade e necessidade 
de um tratamento com impermeabilização eficiente, onerando o sistema. Sulaiman 
(2011) confirma que a profundidade da carbonatação é maior nos concretos 
celulares, o que pode influenciar negativamente na durabilidade do mesmo. 
O dimensionamento ainda carece de profundidade. As informações constantes 
na ABNT NBR 16055:2012 deixam a desejar, assim como as limitações que a 
mesma impõe. Algumas considerações dasnormas brasileiras de alvenaria 
estrutural poderiam ser replicadas no sistema de Paredes de Concreto, levando em 
consideração que o comportamento estrutural pode ser admitido semelhante, 
principalmente a divisão em grupos e absorção dos esforços por quinhão de cargas. 
Algumas limitações poderão ser impostas ao se utilizar concreto celular no 
sistema de Paredes de Concreto Moldadas in loco, como fixação de uma faixa de 
densidades permitidas, controle rígido na produção e exigência de um sistema 
adequado de impermeabilização nas paredes externas, principalmente. 
 
 
 
72 
 
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