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Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 1 LEGUMINOSAS OU FABACEAE A família Fabaceae é uma das maiores famílias botânicas, conhecida como Leguminosae (leguminosas) que apresentam ampla distribuição geográfica. Um das características típica dessa família é o fruto tipo legume, que também é conhecido como vagem (há exceções). A família pode ser subdividida em 3 subfamílias distintas: Faboideae ou Papilionoideae, Caesalpinoideae ou Caesalpiniaceae e Mimosoideae (ou Mimosaceae). CARACTERÍSTICAS DAS LEGUMINOSAS _Plantas de folhas largas _Possibilidade de consorciar com gramíneas _Alto Valor Nutritivo em especial (PB) _Capacidade de fixar nitrogênio (FBN) rizóbios _Aumenta proteína forragem _Aumenta consumo forragem _Aumenta teor N sistema solo/planta /animal _Aumento estoque proteína para secas _Reduz os custos com a suplementação animal. Apresentam raiz axial ou pivotante, ao contrário das gramíneas que apresentam raiz fasciculada. Possuem folhas compostas alternadas e estipuladas, e inflorescência do tipo panícula ou racemo. Figura 1: Raiz axial ou pivotante com nódulos em leguminosas Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 2 PRINCIPAIS ESPÉCIES LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS CALOPOGÔNIO - Calopogonium mucunoides NOME COMUM: Calopogonium, calopo, enxada verde. ORIGEM: originário da América do Sul tropical. EXIGÊNCIA: apresenta pequena exigência em fertilidade do solo, tolera e desenvolve bem em solos ácidos. É bem adaptada em regiões tropicais com maior umidade e maiores temperaturas, requer pp. Mínima de1.200 mm/ano. UTILIZAÇÃO: pode ser utilizada em pastejo em consórcio com gramíneas ou em plantio exclusivo na forma de banco de proteína. Na fase vegetativa apresenta maior aceitação pelos animais, quando mais velho é mais consumido, especialmente quando a gramínea consorciada está seca ou com baixo valor nutritivo. Também recomendada ao processo de fenação. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: é uma planta perene, de ciclo curto, morre em caso de seca prolongada, apresenta ressemeio natural. Apresenta hastes finas, rasteiras e volúveis, com intensa pilosidade marrom clara, presente também nas folhas, inflorescências e frutos a semelhança da soja perene e Kudzu tropical, as folhas são pequenas de coloração azulada. MANEJO: em condição de pastejo normal nos meses mais quentes e chuvosos há um maior benefício ao Calopogonium, em consórcio, nesta época mais é rejeitado pelos animais. Não tolera altas cargas animais. RENDIMENTO: produz entre 40 a 50 t/ha/ano MV. RESISTÊNCIA: apresenta pequena a seca e baixas temperaturas e mediana ao encharcamento. MULTIPLICAÇÃO: as sementes devem ser escarificadas, inoculadas com inoculante grupo 1, e peletizadas fosfato natural. A densidade Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 3 de 10 - 12 kg/ha sementes cultivo exclusivo espaçamento entre linhas 0,4 a 0,5 m. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: teores de 16,5% PB MS aos 60 dias. CONSÓRCIO: Andropogon, Setarias, Jaraguá, Braquiária, Vencedor. ESCARIFICAÇÃO DE SEMENTES - Definição É uma modalidade de tratamento realizado com a finalidade de amenizar ou quebrar o efeito da dormência das sementes e possibilitar a germinação das mesmas. Figura 2. Resultados médios da pureza física, germinação e sementes duras de Stylosanthes capitata com e sem escarificação mecânica. Fonte: Fernandes et al, 2000. Inoculante: Definição É um Material que contém microorganismos e pode favorecer o desenvolvimento de plantas, são bactérias específicas para cada espécie de leguminosa. O inoculante é preparado para uma espécie de leguminosa e não deve ser utilizado para outra espécie. As bactérias fixadoras de N, ou rizóbios, quando em contato com as raízes das leguminosas induzem a formação de pequenos nódulos, e no interior dos mesmos ocorre o processo de aproveitamento de N do ar pelos microrganismos. O processo é chamado de FBN. O nitrogênio (N) é um dos nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 4 Vantagens: Inoculantes Uma das vantagens do inoculante é a melhor qualidade solo; a redução da necessidade de adubação nitrogenada; a economia de fertilizantes; o aumento na produtividade; a possibilidade de uso de produto natural em sintonia e respeito ao meio ambiente. Inoculantes disponíveis A Embrapa Agrobiologia produz sob encomenda, inoculante específico para 100 espécies leguminosas: sejam produtoras grãos, adubos verdes, herbáceas, arbustivas e espécies arbóreas, e ou para recuperação de áreas degradadas. Pragas de Leguminosas - Vaquinha A vaquinha do feijoeiro ou (Diabrotica speciosa) é um besourinho crisomelídeo com 6mm comprimento, corpo verde, cabeça castanha e manchas amarelas nas asas. Os ovos são colocados no solo, onde as larvas desenvolvem, e alimentam-se de raízes, principalmente de gramíneas, como milho, a aveia, a cevada e outros. Os adultos migram para as leguminosas, e se alimentam de suas folhas. No feijoeiro, os principais danos são percebidos durante 15 primeiros dias pós emergência das plantas, e quando apresentam poucas folhas os insetos consomem também o broto apical, e causam a sua morte. SOJA PERENE - Glycine wightii NOME COMUM: Soja perene. ORIGEM: a soja perene é uma leguminosa de origem Asiática. EXIGÊNCIAS: alta em fertilidade do solo, destaca-se fósforo, com o melhor desenvolvimento em solos com pH 6 e ou locais com p.p. superior a 700 mm/ano. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 5 UTLIZAÇÃO: pode ser utilizado tanto em pastejo, fenação, forragem verde e aditivo de mistura no processo de ensilagem. A soja perene é menos aceita, mas apresenta um bom coeficiente de digestibilidade. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: é uma leguminosa com hábito rasteiro, trepadeira, com hastes finas que em alguns casos podem enraizar-se por estas hastes (estolonífera). MANEJO: o principal cuidado é para soja perene assim como para todas as leguminosas de hábito rasteiro, em consorcio; para que a gramínea não venha a abafar a leguminosa. Para o emprego em pastejo, a cultura exclusiva, não se deve deixar que o rebaixamento seja pelo menos 15 cm pelos animais. Deve-se evitar o pastejo exclusivo com leguminosas, por período longo, pois é considerada a causa de distúrbios gástricos. No pasto está em condições de receber animais, quando completos de 120 a 150 dias (exclusivo) e 60 a 90 dias (consórcio). No pastejo controlado recomenda-se colocar animais na pastagem com altura de 25 a 30 cm e a saída ou retirada dos animais a 10 a 15 cm. RENDIMENTO: Para a produção de feno chega atingir 10 t/ha/ano em 3 cortes. A produção de matéria verde (MV) chega a render entre 30 a 40 t/ha/ano em 3 a 4 cortes. RESISTÊNCIA: é mais tolerante ao frio do que o siratro e a centrosema; apresenta razoável tolerância à seca, é altamente susceptível ao ataque de pragas e doenças. MULTIPLICAÇÃO: pode ser multiplicada por sementes sejam escarificadas, inoculadas ou não, na dependência da possibilidade de execução da prática. A densidade de plantio pode variar em função do valor cultural. Se inoculadas, utilizar inoculantes do grupo I cowpea, a densidade pode ser de 10-12 kg/ha sementes espaçadas 0.5 m entre linhas (exclusivo). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: pode atingir teores entre 16 e 18% em média 17% PB MS. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 6 CONSORCIAÇÃO: pode ser consorciado com Gordura, Setária, Rhodes. CULTIVARES: Tinaroo, comum, Cooper, cianova. TINAROO: é considerada de florescimentotardio em relação às cultivares Cooper e comum, prefere clima quente e p.p. maiores que 760 mm anuais. COMUM: Floresce de abril a setembro, e exige no mínimo 700 mm p.p. ao ano sendo susceptível à geada e a fogo. COOPER: É precoce em relação à cianova e a tinaroo, com boa resistência à seca e maior tolerância a solos ácidos do que as cvs. tinaroo e comum. CIANOVA: A época de florescimento é muito semelhante à tinaroo, fica verde durante o inverno com uma boa resistência à seca. CLARENCE: Precoce, tal como comum e Cooper. RENDIMENTO: pode alcançar em 3 cortes rendimento de 35 a 40 t/MV/ha/ano, e uma produção de sementes entre 300-400 kg/ha. RESISTÊNCIA: é susceptível a doença míldio e oídio. Não tolera secas e nematóides. SIRATRO Macroptilium atropurpureum Urb Nome: Siratro cv. desenvolvida na (Austrália) Origem: América Central (México) Exigência: não muito em fertilidade solo, é tolerante a solos medianamente ácidos, p.p maior do que 700 mm/ano, em regiões mais secas apresentam menor incidência doenças. Utilização: pode ser utilizada para pastejo e fenação Porte e Hábito de crescimento: plantas rasteiras trepadoras quando em associação com gramíneas, perene, podem enraizar nas hastes (estoloníferas). Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 7 Manejo: quando associada deve-se atentar para se evitar o abafamento pela gramínea, quando para fenação os cortes podem ser feitos rentes ao solo. Rendimento: chega a produzir entre 40 t/MV/ha, e entre 300-400 kg/há de sementes. Resistência: é uma planta altamente susceptível ao míldio e oídio, não tolera geadas, tolerante ao pisoteio, apresenta resistência à seca e a nematóides. Multiplicação: pode ser feita utilizando sementes inoculadas com o inoculante COWPEA, a densidade é de 10-12 kg/ha de sementes em espaçamento de 0,5m entre linhas (cultivo exclusivo). Composição química: pode atingir teores de 16-18% PB MS Consórcio: Setária, Panicum, Brachiária e quase todas gramíneas. Figura 3: Siratro Macroptilium atropurpureum GALÁCTIA galactia striata Benth Nome Comum: Galactia Origem: América central Exigências: ñ muito fertilidade, p.p maiores do que 800 mm/ano tolera solos ácidos e desenvolve bem em bioma Cerrados. Usos: pastejo e fenação Manejo: evitar o abafamento da leguminosa pela gramínea quando em associação ou consórcio. Rendimento: pode atingir entre 30-40 t/MV/ha/ano. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 8 Resistência: razoável a seca e a geada, não resiste a fogo e ao encharcamento, resiste razoavelmente bem a pisoteio, é volúvel e não estolonífera, é susceptível a lagartas e bacterioses. Multiplicação: por sementes de 4-5 kg/ha em consórcio e de 10-12 kg/ha em cultivo exclusivo, não necessita a escarificação e inoculante caso usado do grupo COWPEA. Composição Química: atinge teores de 14-20% PB MS Consórcio: pode ser consorciada com gramíneas de porte alto como o Napier, Colonião e Setária. Cultivares: entre as cvs. Galactia striata cv. comum e cv Yarana (IZ- Nova Odessa –SP). Gênero Stylosanthes Apresenta o maior número de cultivares em estudo. Apresenta elevada produção e qualidade de forragem, sendo adaptado a solos de baixa fertilidade. Os maiores problemas são; a suscetibilidade à antracnose, e a baixa produção de sementes e a persistência em consórcios. Stylosanthes guianensis var. vulgaris cv. Mineirão NOME COMUM: Estilosantes Mineirão. ORIGEM: Estado de Minas Gerais. EXIGÊNCIAS: não muito exigente em fertilidade do solo (adaptada a solos ácidos de baixa fertilidade, sendo responsiva à adubação). UTILIZAÇÃO: pode ser empregada em pastejo seja consórcio ou banco de proteína em adubação verde, sendo bem aceita, com a exceção de animais eqüinos. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: planta que atinge altura média de 2,50m e, quando pastejada, apresenta-se prostrado, sendo considerada uma planta semi-ereta perene. RENDIMENTO: Produz entre 11 - 13 t/MS/ha/ano. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 9 RESISTÊNCIA: apresenta boa tolerância a pragas e a doenças, resiste bem a pastejo e ao pisoteio, tolerante a seca; não tolera geada e encharcamento de solo. MANEJO: quando em pastejo, deve se evitar o rebaixamento excessivo para não eliminar a coroa que se eleva facilmente. Em consórcio, deve-se atentar para evitar que a gramínea não venha a abafar a leguminosa. O porte favorável situa-se entre 50 - 60 cm, com bom valor forrageiro e coeficiente de digestibilidade. A alta persistência em pastejo exclusivo ou em consórcio gramíneas. Em resultados obtidos com capim Andropogon em Planaltina (DF), quando em CONSÓRCIO promoveu GPV 800 g/animal/dia águas e de 150 g seca. E em cultivo EXCLUSIVO GPV 200 g/animal/dia secas também em Planaltina-DF. Em Campo Grande/MS promoveram GPV 550g/animal/dia águas, sendo superior aos GPVs de gramíneas como as Braquiárias decumbens e brizantha. MULTIPLICAÇÃO: A mais utilizada é por sementes sendo que estas são impermeáveis à água, e neste sentido, não germinam de imediato, quando plantada. Assim deve-se proceder a escarificação por processo térmico: e mergulhar as sementes em água aquecida até 80ºC por 10 min, em seguida retirar e secar a sombra. A Inoculação das sementes pode ser realizada com inoculantes rizóbios do grupo Stylosanthes. A densidade é de 1,5 a 2 kg/ha SPV, com espaçamento de 0,5m entre linhas. Quando em consórcio, o plantio deve ser feito a lanço ou em linhas, 2 a 4 kg/ha. Pode ser por mudas (estacadas enraizadas), com espaçamento de 0,5 x 0,5m. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: atinge teores de 12 a 18% PB MS. CONSORCIAÇÃO: consorcia bem com o Andropogon, Jaraguá, Braquiárias. ESTILOSANTHES CAMPO GRANDE É uma mistura varietal de sementes em peso sendo 20% S. macrocephala e 80% de S. capitata. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 10 ESTILOSANTES CAMPO GRANDE (Stylozanthes capitata + Stylozanthes macrocephala) ORIGEM: O Trabalho com o cv. Campo Grande teve inicio em 1990 na Fazenda Maracujá, no município de Campo Grande, MS. Em uma área de solos de Areia Quartzosa, onde surgiram plantas de Stylosanthes capitata e S. macrocephala a partir de remanescentes de experimentos anteriores, plantas sobrevivendo em alta pressão pastejo, em condição de baixa fertilidade solo e com alta resistência à antracnose, e a doença fungica Colletotrichum gloeosporioides. As sementes dessas plantas foram colhidas, separadas e levadas (Embrapa - CNPGC) onde foram realizados estudos detalhados, que identificaram a composição da mistura espontânea de 20% S. macrocephala e 80% de S. capitata (EMBRAPA, 2000). DESCRIÇÃO: O estilosantes Campo Grande é composto de (2) espécies o S. capitata e o S. macrocephala. O S. capitata apresenta hábito de crescimento cespitoso, e chega até (1) metro, com flores nas cores que variam de bege ao amarelo, e florescimento, em condições de Campo Grande, MS, na segunda quinzena maio, com a maturação das sementes até o final de junho, e podem ser colhidas quando mais de 90% de sementes já estejam maduras (EMBRAPA, 2000). O S. macrocephala apresenta hábito de crescimento decumbente em estande puro, e pode tornar-se mais ereto quando competindo por luz, e pode atingir até (1m) de altura, sendo as folhas mais estreitas que as do S. capitata e mais pontiagudas, com florescimento, em Campo Grande, MS, a partir da (2ª) quinzena de abril, as flores na maioria são amarelas, ou beges, e as sementes estão maduras no final da (2ª) quinzena de maio e a colheita se inicia quando houver o Forragicultura e Pastagens– IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 11 máximo de sementes maduras, e antes da queda de capítulos, sendo um fenômeno comum espécie (EMBRAPA, 2000). CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS A necessidade de pp. é superior a 900 mm, e prefere solos com textura arenosa ou mediana, e índice de saturação de bases maior do que 30% e no mínimo 5mg/dm³ de P. O Estilosanthes Campo Grande é recomendado para consórcio com plantas forrageiras do gênero Brachiária e Andopogon, e promove o fornecimento de (N) pela FBN a pastagem, melhora a qualidade da dieta dos animais em pastejo. Arachis pintoi NOME COMUM: Amendoim forrageiro ORIGEM: originário da América Central e do Sul, sul da Bahia, região de Belmonte, BA. EXIGÊNCIA: não muito exigente em fertilidade solo, desenvolve bem em regiões com p.p. anual maior que 800 mm, é herbácea, perene, estolonífera, com crescimento rasteiro, chegando a 40 cm. Apresenta folhas quadrifolioladas, ovaladas, cor verde clara, flores pequenas de cor amarela clara, raiz pivotante, forma sementes abaixo do nível do solo. UTILIZAÇÃO: em pastejo seja em consórcio ou para banco de proteína, apresenta boa aceitabilidade. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: atinge entre 0,20 a 0,40 m e, quando em pastejo, prostra-se. É estolonífera, prostrada, muito ramificada, e perene. MANEJO: em pastejo deve se evitar o rebaixamento excessivo. Em consórcio, para evitar o abafamento pela gramínea associada. O porte favorável a cultura está entre 25 a 35 cm, quando a planta apresenta bom valor forrageiro e boa digestibilidade. RENDIMENTO: Produz entre 9 - 12 t/ha/ano MS. RESISTÊNCIA: apresenta uma boa resistência à seca e a solos ácidos; desenvolve-se bem em solos de Cerrados, não tolera geada. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 12 MULTIPLICAÇÃO: por sementes, a inoculação das sementes deve ser feita com inoculante com rizóbium do grupo Arachis. A densidade está entre 4 a 6 kg/ha. A multiplicação é realizada por mudas sendo (estacadas enraizadas), e plantas em espaçamento 0,5 x 0,5m. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: chega a atingir teores de 18 a 22% PB MS. CONSORCIAÇÃO: associa-se muito bem com o capim Andropogon, Cynodon e Brachiárias. CULTIVARES: Amarillo e Belmonte GUANDÚ - Cajanus cajan NOME COMUM: Guandu ORIGEM: América tropical, África, Índia. É uma leguminosa encontrada com freqüência no Brasil Central, em quintais domésticos de muitas cidades. A sua popularidade é devida aos grãos verdes palatáveis, que substituem ervilhas, e secos servem como o feijão para os humanos, além de consumido por aves domésticas. No Brasil e Guianas surgiu pela via ou rota dos escravos da África, sendo largamente distribuída e semi-naturalizada em regiões tropicais, com isso assumiu importância na alimentação humana, ou como forragem e na adubação verde. Entre as importantes leguminosas, o guandu produz colheitas elevadas de sementes que são ricas em proteína, mesmo quando cultivadas em solos de baixa fertilidade sendo altamente adaptada a altas temperaturas e a seca. EXIGÊNCIAS: não tolera geadas, p.p. acima de 600 mm anual, solos bem drenados e com fertilidade mediana. UTILIZAÇÃO: Pastoreio, fenação e adubo verde. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: Bianual, ereto e arbustivo, ou semi-perene, porte de baixo (1,5m) a alto (2,5m). As folhas Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 13 trifolioladas, folíolos lanceolados ou elípticos, 4 a 10 cm de comprimento e 3 cm de largura. As flores apresentam coloração amarela, as vagens são indeiscentes (ñ se abre sozinha), coloração marrom, púrpuras ou verde salpicadas marrom, 8 cm comprimento e 1,4 cm de largura. Apresenta capacidade de fixação média de 170 kg de N/ha/ano, indicado para corte, banco proteína e consórcio com gramíneas. MANEJO: A época de plantio é de outubro a janeiro, devendo evitar o plantio tardio para não comprometer a altura plantas. A época plantio, a variedade, o tipo de solo e a finalidade da cultura definem a densidade, o espaçamento e profundidade de plantio. Em relação ao espaçamento recomenda-se 2 a 3m entre linha, sendo (6) seis sementes metro, com uma densidade, de 4,5 kg sementes ha. O Plantio mais espaçado pode ser utilizado, principalmente quando o objetivo é cortar plantas para fornecimento no cocho. O Plantio mais adensado é 1,5 m entre linhas, com uma densidade 8 a 10 kg semente/ha. Em relação tratos aos culturais, devem ser realizados no inicio de estabelecimento. A semeadura é feita em sulcos ou covas. As sementes não apresentam problemas de dormência. O Guandu pertence a um grupo de leguminosas promíscuas, que nodoam com um grande número de estirpes de Rhizobium, nestes casos recomenda-se inocular com inoculantes comerciais, com estirpes de bactérias selecionadas para o guandu e mais eficazes na fixação de nitrogênio. Conforme a variedade é anual ou perene vida curta, o caule lenhoso, a raiz pivotante penetra no solo. Apresenta numerosas raízes secundárias finas, com 30 cm superfície, nódulos com bactérias gênero Rhizobium, a FBN que cede à planta para formar aminoácidos e proteínas. As folhas trifolioladas, os folíolos lanceolados ou elípticos, 4 a 10 cm comprimento e 3 cm largura. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 14 As flores racemos terminais 1,5 a 1,8cm de comprimento, cor amarela ou amarelo-alaranjado. As vagens indeiscentes, cor verde- marrom ou púrpuras, ou verde salpicadas de marrom, forma oblonga, 8 cm de comprimento e 1,4 cm de largura. As sementes, em número de (2-9) por vagem, tem forma arredondada, 4 a 8 mm diâmetro, cor verde ou púrpura quando imatura e madura, cor branca, amarela, castanho, a preto, ou cores claras salpicadas de marrom ou púrpura. As sementes são duras e quando secas o número de sementes por kg entre 1.150 a 3.630. Com um grande número de variedades, o guandu apresenta variação em porte, hábito crescimento, características sementes e respostas a foto-período. A maioria das variedades floresce em dias com onze a doze horas de comprimento. Algumas são insensíveis a comprimento do dia e florescem em qualquer época ano. RENDIMENTO: produz em média de 10 a 12 t/ha MS. RESISTÊNCIA: apresenta tolerância à seca, a pragas e doenças. MULTIPLICAÇÃO: é feita por sementes, 8 a 10 kg/ha. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: varia entre 11 a 13% PB no florescimento com coeficiente de 45 a 50% DIVMS. CULTIVARES: Comum, IAC-comum, IAPAR-43-ARATÃ, Mandarim (EMBRAPA São Carlos, 2008). DESTAQUES - CULTIVAR BRS MANDARIM: Apresenta alta produtividade de forragem, alta retenção de folhas no inverno, sementes selecionadas para obtenção de linhagem pura, baixo teor de taninos. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 15 Figura 4: Feijão guandu cv. mandarim LEUCENA Leucaena leucocephala NOME COMUM: Leucena. ORIGEM: América Central. EXIGÊNCIAS: Em solos bem drenados, não tolera solos ácidos. UTILIZAÇÃO: Pastoreio, Fenação e como Farinha de Leucena. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: é Perene, arbustiva, ereta, atinge entre 5 a 15 m de altura, caule lenhoso, folhas bipinadas 15 a 20 cm comprimento, apresenta 4 a 10 pares de pinas, cada uma 5 a 20 pares de folíolos. Flores brancas e redondas com vagens do tipo deiscente. MANEJO: O Plantio deve ser feito no inicio da estação das chuvas e a densidade para 1 ha pode variar em função do espaçamento adotado. O plantio manual ou mecânico de sementes distribuídas por sulco ou cova, a uma profundidade de 1,5cm. Os melhores resultados no estabelecimento e plantio da leucena ocorrem em outubro a novembro, quando plantada emjaneiro atrasa o desenvolvimento das plantas. Antes do plantio recomenda-se realizar o teste germinação, e caso a germinação seja superior a 70% a recomendação é escarificar as sementes. PLANTIO: O plantio pode ser feito por mudas, sementes. As sementes podem permanecer de molho e água por 12 horas antes do Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 16 plantio. O espaçamento de 1,0m entre linhas e de 30 cm entre covas. Para utilização como banco de proteína espaçamento de 2m entre linhas e 1 m por cova sendo (3) sementes/cova. Figura 5: Leucena, vagens e sementes. ESCARIFICAÇÃO: A escarificação pode ser feita em água a (80ºC), por 2 m, e em seguida realiza a secagem das sementes e seu plantio (finalidade da escarificação – quebra de dormência das sementes). A inoculação e escarificação antes do plantio. A peletização das sementes pode ser feita em caso de plantio em solos ácidos o que protege as bactérias. Independente do preparo, manter sementes a sombra e semear o mais rápido possível. Para obter plantas caules mais finos, deve-se aumentar a densidade de plantio e usar covas a cada 30 cm com espaçamento de 1,0m entre linhas e 3 sementes cova. No plantio mecânico, deve ser colocado de 8 a 10 sementes por metro de sulco. O corte de plantas deve ser feito quando o objetivo é submeter às plantas de leucena a pastejo direto, neste caso recomenda-se o espaçamento de 2 - 3 m entre linhas, com as covas distantes 1 m em linha e (3) sementes por cova. Neste caso a quantidade de semente, é 5 a 7 kg/ha. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 17 O espaçamento maior pode ser usado (5 m entre linhas) a leucena é plantada em faixas em pastagens já formadas com gramíneas, visa utilizar o pastejo da gramínea e leguminosa. Para banco de proteína, o pastejo ocorre no período da seca, com espaçamento de 3 metros entre linhas o que facilita a movimentação de animais na área e ainda os tratos culturais. A utilização da leucena, por pastejo, requer um sistema racional uso. A leucena é semeada em áreas pastagens formadas com gramíneas onde animais ao realizar o pastejo, podem alimentar-se de gramíneas e leguminosas. Os consórcios de gramíneas com leucena são recomendados há muitos anos, mas, ainda carecem mais pesquisas no Brasil. Na atualidade existe pouca informação acerca do manejo de leguminosas arbustivas. Os capins do gênero Panicum e Brachiaria são adequados a este consórcio com leucena. A utilização como suplemento na produção de leite e de carne, e neste caso, deve-se dividir a área em quatro ou mais subáreas, para o pastejo em rotação com pastagem cultivada ou natural. A Propagação é mais fácil para semeio direto. Com o objetivo de evitar pragas nas plantas mais novas, a opção seria o transplante. Nesse caso, as sementes são plantadas em sacos plásticos, e, as plantas com 15 a 20 cm, são transplantadas para o campo. A leucena deve receber pastejo leve até que as plantas apresentem boa estrutura. Ao ser inicialmente pastejada com altura média de 1.5m e novamente pastejada quando atingir 75 cm para promover as ramificações laterais da base, evitando o crescimento em altura. No segundo ou terceiro ano as plantas devem estar adequadas ao pastejo normal que deve ser realizado em lotação rotacionada. Intervalos entre pastejos muito aumentados ou diminuídos conforme época, e desenvolvimento da planta. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 18 O pastejo é realizado na seca, é conveniente, e no inicio das chuvas, sugere-se o corte hastes deixadas p/animais. O corte é feito a 20 cm do solo para promover a rebrota. Para o calculo da área de leucena necessária a ser plantada deve-se estimar o rendimento de matéria seca/ha e o consumo de matéria seca animal/dia. Fatores Limitantes: apresentam estabelecimento muito lento. Leucena (Leucaena leucocephala) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS: Exige p.p. superior a 600 mm, prefere solos mais férteis e profundos, é possível o cultivo em áreas com saturação de bases superior a 50% e no mínimo 5mg/dm³ P no solo. Apresentam 27% PB nas folhas e 15% na fração útil da forragem (folhas, ramos finos e vagens). A capacidade de produção varia de 20 a 25 t/ MS/ha/ano forragem, com boa palatabilidade é tóxica para eqüinos e coelhos (princípio mimosina) pode ser tóxica para ruminantes, caso o consumo seja o único volumoso por períodos superiores a 120 dias. PUERARIA JAVANICA ou PUERARIA PHASEOLOIDES Nome comum: Puero, Kudzu tropical ou Pueraria Exigências: apresenta melhor desenvolvimento cultivado em baixada úmidas, não é exigente em fertilidade do solo, p.p superior a 900 mm. Origem: Ásia oriental, Índia. Utilização: pode ser para pastejo e fenação, é mais bem aceita pelos animais do que a leguminosa centrosema. Porte e hábito de crescimento: quando em cultivo exclusivo é rasteira, herbácea, estolonífera, quando associada se prende a outras (trepadeira). É perene, rasteira, trepadora, com folhas trifolioladas de 8 a 10 cm de comprimento e 8 a 12 cm de largura, com folíolo central Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 19 maior que os laterais, hastes flexíveis revestidas por pelos de coloração ferruginosa, que se enraízam em contato com solo. As flores são de cor amarelo-lilás e as vagens deiscentes compridas, medem em média 10cm. Manejo: apresenta crescimento inicial lento, recomenda-se cortar a 20 cm do solo. Rendimento: pode alcançar entre 40-50t/ha. MV e produz de 180- 400 kg/sementes/ha./ano. Resistência: apresenta boa tolerância pastejo, entretanto, menor do que a centrosema devido a sua alta aceitação, é tolerante a sombreamento e alagamento, não tolera geada. Composição química: apresenta entre 16- 23% PB MS Multiplicação: é feita por sementes, sendo 4-5 kg/ha em consórcio e 10-12 kg/ha. quando em cultivos exclusivos o espaçamento recomendado é de 0,5 x 0,5m, as sementes produzidas em vagens deiscentes multiplica-se por coroa e por nós enraizados. Figura 6: Sementes Kudzu Tropical Pueraria javanica P. Phaseoloides CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS: O Kudzu apresenta exigência exige mais que 1.200 mm de p.p anual, é indicada para regiões quentes e úmidas, tolera bem o alagamento temporário. Não é muito exigente em fertilidade solo, pode ser cultivada em locais com índice de saturação bases superior a 30% e 3mg/dm³ de P. O Kudzu produz entre 12 a 14 t/MS/ha. MS com 16% a 18% PB e 54% DIVMS, bastante palatável. É sensível ao pastejo baixo e freqüente, indicado para consórcio Brachiarias, B.Brizantha. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 20 Desmodium uncinatum (Jacq) DC Nome comum: Silver Leaf Origem: No Brasil foi selecionado na Austrália e tem registro em 1962, com ampla distribuição no México, Norte da Argentina e Uruguay. Nome comum: cv. Silver Leaf Manejo: apresenta estabelecimento lento, não muito bem aceita por animais, não deixar a gramínea abafar, floresce de abril a maio e isto permite maior quantidade de massa verde por maior período de tempo, no Brasil é muito cultivado na Região Sul, apresenta muita importância na Austrália e África. Rendimento: pode atingir de 15-30 t/ha./ano e produz em média de 200-300 kg/ha./sementes. Resistência: é uma planta suscetível a doenças viróticas como o little leaf e resiste bem a temperaturas mais baixas e a geadas leves. Multiplicação: as sementes devem ser escarificadas inoculadas com uso do Rizobium (Grupo Desmodium) deve-se aproveitar e peletizar com fosfato natural ou calcareo, o espaçamento entre linhas 0,5x 0,5 ou 1,0 x 1,0 m em linha ou a lanço. Composição química: atinge teores de 15- 20% PB MS. Consórcio: pode consorciar bem com capins Setária, Panicum e Rhodes. Cultivares: as mais comuns são; a cv. comum e a cv. Silver leaf ou folha prateada Desmodium discolor Vog Nome comum: marmelada de cavalo Exigências: não é muito exigente em umidade, e fertilidade solo, desenvolve bem em solos de Cerrado. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 21 Utilização: pode ser utilizada como forragem verde picado, feno e silagem, com boa aceitação e bom valor nutritivo VN e por isso pode substituir alfafa. Porte e hábito de crescimento: pode atingir 2,5m é uma planta perene sub-arbustiva. Manejo: o corte deve ser realizado a 10-15 cm do solo com plantas entre 0,5 -0,6 m na floração apresentando bom VN e bom coeficiente de DIVMS. Rendimento: pode atingir em média 20 t/ha./ano MV Resistência: não é tolerante a baixa temperatura, apresenta problemas com doença fungica e manchas ferruginosas. Multiplicação: pode ser feita por sementes escarificadas e inoculadas com densidade de 3-5 kg/ha. em plantio exclusivo pode ser multiplicada por estacas. Composição química: alcança teores de PB entre 15-17%PB MS Desmodium asperum Desv. Nome comum: amor de vaqueiro (CE) engorda magro Utilização: mais recomendado para corte Porte e hábito de crescimento: atinge altura média de 3 m, não sendo o ideal os cortes mais baixos com alto VN e DIVMS, espécie perene. Manejo: corte com altura média de 0,6-0,7m antes da floração. Multiplicação: por sementes com densidade de 7 kg/ha. espaçado de 0,4 a 0,5m entre linhas. Composição química: atinge em média 23% PB MS. Nome comum: Pega-pega, Barbadinho (RS). Origem: América do Sul. Exigências: é uma leguminosa que prefere solos úmidos. Utilização: forragem verde picada e pastejo. Porte e hábito de crescimento: atinge altura 1m, perene, haste longa, prostrada decumbente. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 22 Manejo: corte com 10-15 cm do solo, antes floração com as plantas de 0,4 - 0,6 m altura. Rendimento: 15-20 t/ha./ano/MV 140 kg sementes/há. Resistência: boa a temperaturas baixas, fogo e pisoteio, não tolera solos secos. Multiplicação: sementes devem ser escarificadas e inoculadas, densidade de 8-10 kg/ha. em cultivo exclusivo com espaçamento de 0,5 x 0,5 m entre linhas. Composição química: 13% PB MS Centrosema pubenscens Benth. Nome comum: Jitirana, Centro, Jetirana. Origem: América do Sul Exigências: média exigência em fertilidade do solo, não tolera encharcamento, p.p. > 900 mm, baixa altitude. Usos: pastejo e fenação Porte e hábito de crescimento: perene, herbácea, volúvel (trepadora) pode enraizar nas hastes, altura 0,4m. Manejo: para feno corte rente ao solo, consorcio evitar abafamento. Rendimento: 30-40t/ha./ano MV e 150-450 kg/ha. sementes Resistência: não resiste a geadas, sombra excesso umidade, tolera media seca e pastejo, boa rebrota. Multiplicação: sementes escarificadas inoculadas escarificar com acido sulfúrico 15 m, água 80ºC 4 min, risóbio especifico, 2-5 kg/ha. consórcio e 10-12 kg exclusivo 0,5 a 1,0 m entre linhas. Composição química: a 18-27% PB JAVA Macrotyloma axillare cv. Java ORIGEM: cv. Java leguminosa ciclo perene Matsuda Sementes cruzamento (2) cvs. Macrotyloma axillare, 1999. Ambiente controlado, casa de vegetação, cvs. Archer e Guatá. (1º) cv. Austrália e (2º) cv comercial do I Z. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 23 Os indivíduos selecionados foram indivíduos superiores, e as plantas com melhores características, e dessa seleção, teve inicio a produção linhagens ou progênies puras dos genótipos, sendo o lançamento realizado em 2003. EXIGÊNCIAS: apresenta requerimentos de p.p. superior a 900 mm, e solos com índice de saturação de bases superior a 40% e 5mg/dm³ P, é agressiva, tem palatabilidade de baixa à média, maior produção (300 a 500 kg/ha./ano) dissemina fácil as sementes, o que torna mais persistente, com facilidade de nodulação por bactérias nativas dos solos no Brasil. PRODUÇÃO: produz entre 5 a 9 t/MS/ha./ano. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: apresenta teores de 18 - 23% PB MS. UTILIZAÇÃO: é indicada a consorciação com gramíneas, do gênero Brachiaria. PLANTIO: Sementes MACROTYLOMA LABLAB Nome comum: mangalô, cumandatia (Bahia). Origem: África Exigências: não muito em fertilidade solo > 500 mm Usos: pastejo e fenação boa aceitabilidade. Porte e hábito de crescimento: rasteira, herbácea, volúvel, anual nos trópicos. Manejo: recomenda-se o corte a 20 cm do solo. Rendimento: produz em média de 12-24 t/ha./ano MV e 670 kg sementes. Resistência: apresenta resistência relativa à seca, é susceptível a bacterioses que causam desfolha em condição de alta umidade. Multiplicação: as sementes devem ser inoculadas com inoculantes Cowpea 12-18 kg/ha. espaçadas de 0,9 a 1,20m entre linhas. Composição química: atinge teores de 28% PB MS Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 24 Medicago sativa NOME COMUM: Alfafa ORIGEM: Oriente Médio EXIGÊNCIAS: é uma planta origem temperada, apresenta uma enorme variação genética, com variedades e cultivares adaptadas aos climas; temperado, subtropical e tropical. Extremamente exigente em fertilidade do solo, é a leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos com (pH entre 6,5 a 7,5); entretanto pode desenvolver bem em solos moderadamente ácidos. Apresenta alto requerimento de solos férteis, textura média, estruturada, profundos e permeáveis, com bom percentual de Matéria Orgânica. Pode ser cultivada desde 200 a 3.000 m acima nível do mar; é mais adaptada entre 700 a 2.800 m altitude. Apresenta alta exigência P. K. S. Mo. B. e Zn. Quando cortada com freqüência para produção feno. UTILIZAÇÃO: Forragem verde, conservada (feno ou silagem), pastejo direto, concentrado, alimento humano, e adubo verde. PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO: Perene, herbácea, ereta, com sistema radicular profundo. RESISTÊNCIA: Apresenta Boa a temperatura baixas e geadas. Após a fase de plântula ela resiste bem à seca desde que não seja muito prolongada. Não tolera solos pobres, ácidos, arenosos e mal drenados. Também é bastante atacada por pragas e doenças. MULTIPLICAÇÃO: sementes escarificadas, inoculadas com Rhizobium, especifico sendo peletizadas com calcário e hiperfosfato, com semeadura com semeadora de forragens (Terence, Natal, Brillion) em linhas espaçadas 20 - 30 cm e 2 a 5 cm profundidade. A densidade média 15 a 25 kg/ha. sementes. Em consorciação a quantidade de sementes que se usa é de cerca de 5 kg/ha. O plantio Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 25 em março/abril e setembro na região sul e setembro/novembro no Brasil central. O solo deve ser muito bem preparado. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: chega a teores de 15 a 20% de PB na MS. CULTIVARES: Crioula, Moapa. CUF-101, Florida -77 Desmodium intortum Mill Nome Comum: Carrapicho beiço de boi, pega-pega, amor seco. Desmodium canum o verdadeiro Origem: Brasil Central – SP Exigências: mais exigente em fertilidade do solo que a soja perene, tolera solos mais ácidos, p.p mais 900 mm/ano. Usos: pastejo e fenação. Porte e hábito crescimento: perene, decumbente, estolonífera. Manejo: não deixar rebaixar excessivo. Para fenação o corte deve rente ao solo (5-10 cm). Em consórcio, deve se evitar abafamento gramínea, floresce nas águas e serve de alimento no período nas secas. Rendimento: produz em média 15- 20 t/ha./ano Resistência: comparado com siratro e asoja perene é mais do que em temperaturas baixas, é atacado por Rhizoctonia e vírus e provoca a queda de folhas. Multiplicação: as sementes devem ser escarificadas e inoculadas com gasto de sementes de 2-6 kg/ha. em plantio exclusivo espaçado 0,4 x 0,4m. Variedade: Desmodium intortum cv. GREEN LEAF Composição Química: 17-21% PB Consórcio: com gramíneas de menor porte Gordura e Setária. GLIRICIDIA sepium No Brasil, a primeira descrição da Gliricidia sepium em 1974, nome popular "mata-ratos", descrito no quinto volume do Dicionário das Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 26 Plantas Úteis do Brasil e das plantas Exóticas Cultivadas, por iniciativa do Dr. Manuel Pio Corrêa e editado em 1974. Pela adaptação e potencial de uso, a Gliricidia sepium é (1) alternativa, a pequenas propriedades rurais, espécie muito importante como fonte de lenha e moirões, não produz impacto negativo em reservas florestais nos diferentes biomas brasileiros. Apresenta capacidade de produção 70 kg MV/planta/ano nos trópicos. Na Costa Rica, em poda de cerca viva, em 5 anos, para 20 árvores 12 cm de diâmetro, com produção média 8,28 kg MS/árvore, com corte total de ramos cada 6 meses. Projeta-se produção média de 8.000 kg/ano/cada e 1.000 m cerca, 5 anos de idade, espaçadas 2 m entre árvores. A suplementação nutricional de animais, com objetivo melhor índice produtividade. A Gliricidia na dieta de ruminantes pode ser um suplemento protéico para forrageiras tropicais, subprodutos e palhadas de baixa qualidade e tem sido enfatizado o uso. Não recomendada para monogástricos (eqüinos e ovinos), possui princípios potencialmente tóxicos a estes. Tabela 1: Composição química da Gliricidia sepium. Componente Intervalo Média (% de MS) Matéria seca (MS) 14,0 - 30,0 21,9 Proteína bruta 9,0 - 30,0 23 Fibra bruta 13,4 - 33,9 20,7 Extrato de éter 0,9 - 6,7 3,1 Cinzas 6,4 - 13,3 9,7 Extrato livre de N 37,6 - 55,7 42,8 Fibra com detergente ácido 23,2 - 34,2 28,7 Fibra com detergente neutro 37,6 - 55,7 42,8 Celulose 22,0 - 24,4 23,6 Lignina 7,7 - 12,7 10,8 Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 27 Fonte: Adaptado e modificado de SMITH & VAN HOUTERT (1987). Albizia Lebbeck A Albizia lebbeck (L.) Benta Fabaceae – Mimosoideae, é originária da Ásia Tropical, são árvores de regiões tropicais e subtropicais da Ásia, caducifólias, crescimento rápido, conhecida como “Siris” com mais de 45 nomes comuns Índia. No Brasil é popularmente conhecida no Brasil por coração-de-negro. É uma espécie aclimatada nesse país. As sementes dessa espécie são utilizadas no tratamento de diarréia, disenteria e hemorróidas. Apresenta teores de Saponinas, alcalóides e cumarinas que foram detectados em folhas e sementes da planta; e flavonóides que foram também identificados nas folhas. Dormência: adaptação à sobrevivência de sementes em longo prazo, geralmente mantém-se viáveis por longo período, quebra apenas em situações especiais, pode dificultar a germinação dificulta a produção mudas via sexuada. Figura 7: Albizia lebeck, vagens. Os usos múltiplos na (flora apícola, detergente, carvão, papel, setor moveleiro, medicina, arborização urbana, curtume, sombrear plantações cafeeiras, adesivos, forrageira) e consórcios com culturas agrícolas, e se espalha nos trópicos devido ao amplo cultivo e adaptabilidade edafo-climáticas. Forragicultura e Pastagens – IFMG Campus Bambuí – Notas de Aula 3 28 Fonte: Romeiro, 2009
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