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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE 
 FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP 
 
 
 
 
 PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR COM PROJETOS NO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 MARIA CLÁUDIA SANTOS SAMPAIO 
 
 
 
 
 
 
Capivari, SP 
2012 
 
 
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DACOMUNIDADE 
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP 
 
 
 
PEDAGOGIA 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR COM PROJETOS NO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Pedagogia da FACECAP/CNEC Capivari, 
para obtenção do título de Pedagogo, sob a 
orientação da Professora Lídia Inês 
PagottoPiovesani. 
 
 
 
 
MARIA CLÁUDIA SANTOS SAMPAIO 
 
 
 
 
 
 
 Capivari, SP 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
S192i 
Sampaio, Maria Claudia Santos 
 
A importância de trabalhar com projetos no ensino 
fundamental/Maria Claudia Santos Sampaio. Capivari - SP: CNEC, 
2012. 44p. 
 
Orientador: ProfªLidia Inês PagottoPiovesani 
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia. 
 
 1. Projeto. 2. Inteligência. 3. Prática. 4. Interdisciplinaridade. I. 
Título. II Faculdade Cenecista de Capivari. 
 
 
 CDD. 371.30281 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ... 
 
Primeiramente aos meus pais Marcus e Vera, que ensinaram- me valores e respeito, a 
sempre perseverar e nunca desistir, por estarem sempre aconselhando-me e ajudando em 
todos os momentos da minha vida. Obrigada por tanto amor e dedicação e por confiarem em 
mim, principalmente a minha mãe que não mediu esforços para que eu concretizasse mais 
essa etapa da minha vida. 
Às minhas irmãs Karina, Sheila e Bruna, que contribuíram de muitas maneiras, 
apoiando-me sempre nessa caminhada. 
Aos meus sobrinhos Monique, Tatielly, Marcus Paulo e Lucas, que passaram os 
domingos fazendo menos barulho para que eu pudesse desenvolver o trabalho. Obrigada pela 
compreensão. 
Aos meus amigos que compartilharam as tristezas, ansiedades, angústias e alegrias. 
Especialmente ao meu querido amigo Welinton, pelo seu companheirismo e sua sincera 
amizade, obrigada. 
À minha orientadora Lídia, que não negou esforços para me auxiliar e compartilhou 
todo o seu conhecimento. Dedico a você todo meu carinho e tudo o que aprendi. 
Em especial à minha avó Lourdes, in memoriam, que me ensinou a essência de um ser 
humano. Obrigada por tudo, saudades eternas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço principalmente a Deus, que está acima de todas as coisas e que sem Ele seria 
impossível ter realizado esse trabalho. 
A todos os professores que foram os estimuladores para cada semestre concluído e que 
compartilharam conhecimento e muita dedicação. 
À professora Teresa Bedendi que é uma mestra em conhecimento e o transmite 
maravilhosamente, demonstrando toda a sua preocupação e interesse com o nosso 
conhecimento. Obrigada. 
Em especial à minha orientadora Lídia pela paciência, pelos ensinamentos, por dedicar uma 
parte do seu tempo para auxiliar-me no desenvolvimento deste trabalho. Obrigada, vou levar 
seu ensinamento para sempre em minha vida! 
Agradeço a todos os meus familiares e amigos, por estarem sempre presentes e apoiando. 
Obrigada por tudo, pela paciência, pela amizade e pelo carinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
"O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas 
não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram, homens criativos, 
inventivos, descobridores" ( Piaget) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAMPAIO, Maria Cláudia Santos. A importância de trabalhar com projetos no Ensino 
Fundamental. Monografia de Conclusão de Curso de Pedagogia. Faculdade Cenecista de 
Capivari – CNEC. 44páginas, 2012. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
A proposta da presente pesquisa é orientar professores quanto à importância de se trabalhar 
com projetos na Educação Fundamental, pois esta forma de trabalho cria oportunidades para 
ele utilizar diferentes métodos, adequando-os à realidade da sala de aula e da sua turma. Serão 
apresentadas as características de um projeto e sua forma de organização para que seja 
propiciada a junção entre as áreas do conhecimento, contribuindo para que a aprendizagem 
seja significativa. Este estudo falará do importante papel do professor como mediador no 
desenvolvimento do trabalho e suas contribuições a cada etapa do projeto. Também será 
abordado o papel do aluno que passou de passivo para ativo e construtor de seu 
conhecimento, sendo capaz de ir além do assunto proposto, uma vez que, se envolvendo 
ativamente, aprende melhor, pois está em contato direto com os objetos e meios. Através de 
uma pesquisa de campo buscou-se a opinião dos professores frente aos projetos que são 
disponibilizados e impostos pelos órgãos educacionais e como são trabalhados sabendo que, 
na maioria das vezes, já vêm elaborados com todos os passos a seguir, contradizendo a 
fundamentação teórica a respeito da aprendizagem por projetos, que sugere que eles sejam 
construídos junto com os alunos. 
 
 
 
 
Palavras - chave: 1.Projeto. 2.Inteligências Múltiplas. 3.Prática. 4. Interdisciplinaridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................09 
1. AIMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM PROJETOS..................................................14 
 1.1. ETAPAS DE UM PROJETO ................................................................................18 
2. O TRABALHO COM PROJETOS E OS DIVERSOS PAPÉIS.........................................20 
2.1. O PAPEL DO PROFESSOR.................................................................................24 
 2.2 O PAPEL DO ALUNO.......................................................................................... 25 
3. COMO DESENVOLVER UM PROJETO PRONTO E IMPOSTO................................... 28 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 34 
REFERÊNCIAS........................................................................................................................35 
ANEXOS..................................................................................................................................37 
ANEXO 1. ENTREVISTA COM A PROFESSORA 1 ...........................................................37 
ANEXO 2. ENTREVISTA UMA GESTORA.........................................................................38 
ANEXO 3. ENTREVISTA COM O PROFESSOR 3.............................................................39 
ANEXO 4. ENTREVISTA COM A PROFESSORA 4 ...........................................................40 
ANEXO 5. ENTREVISTA COM A PROFESSORA 5..........................................................41 
ANEXO 6. ENTREVISTA COM A PROFESSORA 6..........................................................439 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa surgiu da necessidade de investigar por que ainda muitos professores 
trabalham com um mesmo tema, com os mesmos propósitos, sem se preocupar com as 
necessidades e desejos do aluno e qual a postura do professor quando os órgãos educacionais 
disponibilizam projetos param serem trabalhados no decorrer do ano letivo. 
Os tempos mudaram as pessoas e principalmente as crianças da geração que vem 
surgindo. Para que os professores acompanhem essa evolução é necessário que adotem 
diferentes estratégias e planos que possam contribuir, de maneira significativa, para 
formação do aluno. 
O trabalho com projetos, se bem elaborado, discutido e conduzido, pode envolver 
operações essenciais para aquisição do saber, gerando uma transformação qualitativa e 
quantitativa no desenvolvimento do aluno tanto na parte cognitiva quanto social. Para tanto, 
é necessário haver um propósito, o professor precisa estar ciente com o que vai trabalhar e, 
principalmente, que conceitos, procedimentos e atitudes pretende que o aluno 
desenvolvatrabalhando com o projeto. 
Nas palavras de Moço (2011), “Um bom projeto é aquele que indica intenções claras 
de ensino e permite novas aprendizagens relacionadas a todas as disciplinas envolvidas.” 
(Revista Nova Escola - abril, 2011, p.52). 
O trabalho com projetos envolve uma série de ações para se chegar a uma meta, o 
que exige tempo e dedicação. 
Alguns projetos são elaborados de forma integral por uma equipe externa à escola 
nomeada por órgãos educacionais, tanto municipais quanto estaduais e chegam para o 
professor com o tema já definido, com ações predeterminadas, data para iniciar e para 
finalizar. Outros, com menos exigências, porém com o mesmo valor obrigatório, muitas 
vezes sem considerar a necessidade dos alunos, das escolas, oferecendo projetos a serem 
trabalhados sem se preocupar com a realidade do aluno. 
Projetos impostos não impulsionam o aluno a caminhar rumo ao conhecimento. O 
que mais se vê em tempo de Olimpíadas e Copa do Mundo são corredores da escola cobertos 
com cartazes, com escritas enormes sobre a história do tema, imagens de revistas e jornais, 
que não despertam o interesse dos alunos, pois eles têm essa informação e imagem rápida e 
fácil pela internet. Já estão acostumados a ver o que circula na mídia. 
10 
 
Isso não quer dizer que os órgãos educacionais não possam disponibilizar projetos 
para serem trabalhados nas escolas.De acordo com Jolibert (1993)podem e devem desde que 
o desenvolvimento do projeto seja elaborado pelos alunos com o auxilio do professor, que o 
assunto seja pertinente à realidade do aluno e que possa ser algo que o desafie e o estimule 
para que caminhe rumo ao saber. Por isso deve haver uma intenção em se trabalhar o tema e 
também o que se espera do aluno e do professor, já que vão desenvolver juntos o projeto e 
cada um tem um papel significativo. 
 Num projeto espera-se que o aluno desenvolva as habilidades como elaborar, refletir, 
selecionar, ampliar, melhorar a prática da escrita e da leitura, revisar, registrar, pesquisar, 
argumentar, saber respeitar a opinião dos colegas, trabalhar de forma cooperativa, 
desenvolver a autonomia e a responsabilidade. Já o professor deve agir como mediador, 
auxiliar, criar situações desafiadoras, intervir quando necessário e essas habilidades são 
desenvolvidas no andamento do projeto. 
Um projeto sem objetivos é algo sem significado,pois o aluno não se sente motivado 
e, então, não são desencadeadas as competências essenciais para que aprendizagem 
realmente aconteça. 
Segundo Hernandez(1998), o tema do projeto pode surgir com base nas ações e 
atitudes apresentadas pelos alunos e o professor, atento às manifestações dos alunos, 
conseguirá identificar o problema e sugerir um projeto. O aluno deve interagir com o 
projeto, estar por dentro de todo o assunto e se sentir livre para opinar, desenvolver, 
planejar, se posicionar diante dele, favorecendo o desenvolvimento da autonomia. 
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), 
 
A autonomia refere-se à capacidade de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e 
participar enunciativa e cooperativamente de projetos coletivos, ter discernimento, 
organizar-se em função de metas eleitas, governar-se, participar de gestão de ações 
coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios éticos etc. (BRASIL, 2001, p. 
94). 
 
É de extrema importância que o professor crie situações para que o aluno possa 
trabalhar de forma independente, construindo sua aprendizagem de maneira significativa. 
Concordando com os dizeres dos PCN sobre autonomia, o objetivo deste trabalho é 
contribuir para que ela seja desenvolvida no aluno e mostraro quanto é essencial trabalhar 
com projetos para que muitas capacidades sejam desenvolvidas. 
Hernández (1998) acredita que a autonomia poderá ser desenvolvida no momento 
anterior à ação do projeto com a discussão do tema, no momento em que de desenvolve o 
11 
 
projeto e no final, quando se compartilha o que foi aprendido e descoberto com o projeto 
trabalhado. 
Sobre a mediação do professor, Nogueira afirma que 
 
Se pretendemos que os alunos continuem sendo eternos aprendizes, precisamos 
instrumentalizá-los com procedimentos que coloquem à prova e desenvolvam sua 
capacidade de autonomia, e os projetos parecem também ser meios para isso. 
(NOGUEIRA, 2008, p.53). 
 
Mas a autonomia acontecerá a partir dessa mediação na qual o professor verificará a 
atuação do aluno, suas propostas, as ideias criadas por ele, intervindo quando necessário, pois 
o professor também é um ser participativo e importante na elaboração do projeto que 
acontecerá de forma compartilhada em cada procedimento a ser executado, tornando o aluno 
um ser social que busca perspectivas futuras. 
De acordo com Hernández (1998), o projeto possibilita ao aluno deparar com relações 
que vão além das disciplinas e que o ajudarão a resolver situações problemas que possam 
surgir, aumentando sua capacidade de encarar desafios.Portanto, um projeto tem que ser 
construído não apenas para conscientizar o aluno sobre o assunto, mas para ajudá-lo a resolver 
todas as questões sobre esse assunto, pois mesmo que o projeto seja trabalhado de forma 
coletiva, a aprendizagem acontece de forma individual. O projeto vai se tornando algo real a 
partir do momento em que, dentro do conteúdo, começa a se desenvolver uma ação. 
Para Cunha (1989), professor e aluno, juntos, criam um vínculo que permite que a 
aprendizagem aconteça a partir das trocas de ideias, das propostas que surgem, da mediação a 
cada etapa e evolução do aluno, possibilitando que o conhecimento circule. 
É essencial que a cada projeto finalizado o professor decida junto com os alunos uma 
ação social como, por exemplo, exposições onde os alunos apresentem o que produziram 
para as outras séries, ou para os pais e a comunidade, façam um livro, um teatro, algo que 
valorize todo o trabalho desenvolvido por eles. 
O projeto, quando bem desenvolvido, oferece melhores perspectivas para o aluno 
enfrentar as várias situações problemas com que venha se deparar. Essa é uma oportunidade 
para unir teoria e prática, aprimorando as várias competências que são desenvolvidas quando 
trabalhamos com um projeto, pois o conhecimento acontece com as trocas, as assimilações, e 
elaborações, tornando o aluno um ser ativo a caminho da construção do conhecimento, 
abrindo possibilidades de aprender e formar habilidades aliadas à cidadania. 
12 
 
Mesmo com tantas possibilidades que o trabalho com projetos proporciona, ainda 
assim há resistência da parte de muitos professores que ignoram os benefícios para o 
crescimentodo aluno como um ser social, no processo que se percorre ao trabalhar com 
projetos. Muitos ficam preocupados com os conteúdos que devem ser trabalhados e 
esquecem que a atividade com o projeto pode estar associada ao conteúdo, dando maior 
suporte à aprendizagem, pois para que o aluno se aproprie do conhecimento é necessário que 
o professor esteja disposto a lhe oferecer diferentes maneiras para que isso aconteça. 
Vale ressaltar que, para que a aprendizagem significativa aconteça, é necessário que o 
aluno esteja com sede de aprender para que o professor possa aprofundar o assunto a ser 
trabalhado.A relação professor e aluno, sendo recíproca, aumenta a qualidade do ensino, 
criando um ambiente que propicia liberdade de expressão, no qual o aluno sinta-se à vontade 
para falar sem medo de ser repreendido se errar, que possa compreender o outro, suas 
opiniões, diferenças e que tudo isso contribua para sua formação como cidadão. 
Segundo os PCN, 
 
A criação de um clima favorável a esse aprendizado depende do compromisso do 
professor em aceitar contribuições dos alunos (respeitando-as mesmo quando 
apresentadas de forma confusa ou incorreta) e em favorecer o respeito, por parte 
do grupo, assegurando a participação de todos os alunos. (BRASIL, 2001, p. 97-
98). 
 
 Diante deste cenário surge esta pesquisa que tem por objetivo realizar um estudo que 
venha mostrar como projetos bem elaborados podem contribuir com o desenvolvimento de 
várias habilidades tanto cognitivas quanto sociais. Neste estudo, do aluno do Ensino 
Fundamental-Ciclo I. Foi feita uma investigação através de um levantamento bibliográfico 
sobre o tema para discutir como eram trabalhados os projetos, o que mudou e qual foi a 
evolução. 
 A pesquisa, discute o papel do professor ao mediar um projeto e o papel do aluno ao 
desenvolvê-lo. Preocupará entender porque ainda muitos professores vêm o projeto como algo 
que atrasa o conteúdo, prejudicando o andamento da matéria. A partir disso buscou-se fazer 
um levantamento das contribuições que o trabalho com projetos proporciona na aprendizagem 
do aluno do Ensino Fundamental. 
O estudo abordará a maneira como eram trabalhados os projetos nos anos 80 e como 
são desenvolvidos agora, baseando-se nos estudos dos seguintes autores: Jolibert (1993), 
Hernández (1998), Nogueira (2001), Nogueira (2008) e PCN (2001). Para complementar o 
13 
 
estudo será realizada uma pesquisa de campo para saber como os professores recebem e 
trabalham com os projetos impostos pela escola ou pela Secretaria da Educação. 
Serão investigados os pontos positivos e negativos, as contribuições para a 
aprendizagem do aluno e para suas relações pessoais quando se utiliza a pedagogia de 
projetos como forma de aprimorar o conhecimento. 
Este trabalho tem como objetivo defender o uso da prática pedagógica através do 
desenvolvimento de projetos, uma vez que essa prática promove a autonomia do aluno e 
torna a aprendizagem significativa. 
O primeiro capítulo da pesquisa falará sobre A Importância do trabalho com 
projetos, o quanto significativa é para a aprendizagem do aluno essa forma de trabalho, o 
modo como podemos abordar diversas áreas do conhecimento, ampliando e desenvolvendo 
muitas habilidades que são proporcionadas durante a elaboração do projeto. 
O segundo capítulo - Como deve ser o trabalho com projetos nos diversos papéis - 
mostrará a postura do professor diante do projeto, como e quando deve interferir, qual sua 
relação com o aluno e o trabalho a ser desenvolvido e suas contribuições para a formação 
de um ser intelectual e social. Também falará da importância do envolvimento do aluno 
desde a escolha do tema até o produto final, sempre levando em consideração sua vivência 
e respeitando os seus saberes. 
Já no terceiro capítulo - Como desenvolver um projeto que já vem pronto - foi feita 
uma pesquisa de campo para investigar como os professores recebem e como trabalham 
com um projeto imposto pelos órgãos educacionais e de que forma pode ser incluído em 
seu conteúdo que já havia sido programado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM PROJETOS 
 
Afinal, o que é um projeto? Um projeto abrange muitas áreas e diferentes planos, mas 
este trabalho tratará apenas dos projetos educacionais. Segundo Machado (1997 p. 63) o 
projeto é “Como esboço, desenho, guia de imaginação ou semente da ação, um projeto 
significa sempre uma antecipação, uma referencia ao futuro.”Quando se fala em projetos a 
maioria das pessoas tem em mente que se trata de algo para fazer no futuro, mas, na verdade 
se trata de como planejar e tornar real uma ideia. 
A maioria dos professores vê os projetos impostos pelos órgãos educacionais como 
algo que não condiz com o planejamento e com a realidade da sala de aula. Essa forma de 
trabalho, muitas vezes, frustra os professores que passam a ver o projeto como algo que 
atrapalha e atrasa o conteúdo por ele programado. 
Vasconcellos (2006. p. 160) defende que 
 
A maneira de se fazer o projeto pode ser fruto de uma aprendizagem coletiva, 
através da troca de experiências e de uma reflexão critica e solidária sobre as 
diferentes práticas. É preciso compreender onde é que o grupo está, quais suas 
necessidades. Ou seja, na busca de mudança do processo de planejamento, o ideal é 
a coordenação construir a proposta do roteiro de elaboração do projeto junto com 
professores; se não for ainda possível, pode propor, justificar mostrar como aquele 
roteiro pode ajudar o professor a fazer um bom trabalho. 
 
 
 Porém, uma das características mais importante do projeto é a autonomia.É por essa 
razão que quando o projeto surge dentro de uma necessidade da sala de aula, aumenta a 
qualidade do conteúdo e cria a possibilidade da obtenção de melhores resultados. Sendo 
assim, quanto maior for o interesse do professor em transformar o projeto em algo que motive 
o aluno a desenvolvê-lo, mais proveitoso e significativo será o trabalho produzido. 
Quando o projeto a ser desenvolvido acontece de maneira significativa, os resultados 
são positivos, pois realmente a aprendizagem acontece e o aluno passa a ser 
corresponsávelpelo seu desenvolvimento intelectual. Ele percebe que, quando tem vontade, se 
esforça e busca melhorias, suas capacidades intelectuais são afloradas, o que o leva a se tornar 
um ser mais consciente sobre a importância em ampliar e aprimorar o conhecimento. 
 
O especifico do educador, neste sentido, não se restringe à informação que oferece, 
mas exige sua inserção num projeto social, a partir do qual desenvolva a capacidade 
de desafiar, de provocar, de contagiar, de despertar o desejo, o interesse, a vida no 
educando, a fim de que possa se dar a interação educativa e a construção do 
conhecimento, bem como a instrumentalização, de forma que o educando possa 
15 
 
continuar autonomamente a elaboração do conhecimento. (VASCONCELLOS 
2005. p. 75). 
 
Quando o aluno é estimulado a encarar o novo, passa a ver o problema como um 
desafio e a motivação faz com que suas habilidades sejam descobertas e desenvolvidas. Nas 
palavras de Gardner (1994), a função de resolver problema leva o sujeito a descobrir 
caminhos, possibilidades e rotas para atingir um objetivo. Já a criação de um produto é 
encarada como a expressão de suas descobertas que pode, em muitos casos, ser útil a outras 
pessoas. 
Os projetos, quando bem elaborados, trazem benefícios para a aprendizagem do aluno 
como a melhora da escrita e da leitura, torna-o mais crítico e menos dependente, aprende a 
respeitar as opiniões dos outros e consegue expor a sua, consegue fazer relação com oque 
sabia inicialmente e com tudo o que pesquisou e aprendeuproporcionado um desenvolvimento 
amplo e eficaz. A prática propicia as múltiplas interações, melhorando a qualidade do ensino. 
Projetos impostos para serem desenvolvidos nas escolas não surtem o mesmo 
resultado dos projetos elaborados através de uma necessidade, respeitando a realidade do 
aluno, com um objetivo, um propósito, um plano e trabalhado por um professor que esteja 
disposto a trabalhar com o novo, com o diferente, que seja flexível. Hernández (2000, p.179) 
ressalta que “os projetos de trabalho [...] significam um enfoque do ensino que tenta ressituar 
a concepção e as práticas educativas na escola, e não simplesmente readaptar uma proposta do 
passado, atualizando-a”. 
Não é só o professor que precisa ter essa postura e mudar, mas o sistema educacional e 
a forma de ensinar. Hernandez (1998, p. 49) enfatiza que o trabalho por projetos “não deve ser 
visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função 
da escola”. 
Assim, podemos compreender que o caminho para se obter sucesso quando se trabalha 
com projetos é estar consciente que não existe um modelo pronto, acabado e que cada sala de 
aula possui a sua singularidade. Nenhuma turma é igual à outra, pois os estímulos, os 
desenvolvimentos cognitivo, afetivo, cultural e social são diferentes e o professor deve 
perceber isso e trabalhar de acordo com cada realidade. 
A prática pedagógica deve propiciar aos alunos uma nova forma de aprender (e isso 
pode ser obtido através do trabalho com projeto) que faça uma relação entre conteúdo e 
vivência, que seja importante para o aluno, que ele passe a interpretar as informações e 
relacioná-las criticamente. 
16 
 
Hernandez (2000, p.180) destaca preocupações que estão de acordo com a nossa 
realidade, pois defende a ideia de que devemos“[...] formar indivíduos com uma visão mais 
global da realidade, vincular a aprendizagem a situação e problemas reais, trabalhar a partir da 
pluralidade e da diversidade, preparar para que aprendam durante toda a vida, etc.”. 
Porém, o trabalho com projetos vai muito além de o aluno aprender a pesquisar, pois o 
foco não está apenas em saber sobre o conteúdo a ser pesquisado, mas no processo de 
relacionar as pesquisas realizadas em diferentes fontes e por vários alunos, a troca de 
informações, o momento da leitura e da escrita, da interpretação, enfim, cada etapa do projeto 
possibilitando um novo olhar. Segundo Nogueira (2008),isso faz com que desenvolva várias 
habilidades, amplie o conhecimento e promova a capacidade de ir além do que a informação 
lhe proporcionou. 
O aluno relaciona tudo o que viu e compreende o tema de uma nova forma. A 
compreensão, de acordo com Hernández (2000, p.184), “consiste em poder realizar uma 
variedade de „ações de compreensão‟ que mostrem uma interpretação do tema, e, ao mesmo 
tempo um avanço do mesmo”. 
A compreensão do tema sobre vários olhares e a crítica do aluno diante do trabalho 
elaborado é uma das finalidades do trabalho com projetos. A trajetória realizada no projeto 
não é estável, pois pode sofrer mudanças conforme o rumo que ele tomar. Mesmo sendo o 
projeto algo planejado, ainda assim muitos alunos se depararam com imprevistos e hipóteses 
que vão ajudá-lo a enriquecer o trabalho e seu conhecimento. 
Diante desse contexto vale ressaltar que dentro de um projeto existe o momento do 
planejamento (que é quando se define sobre como vai fazer, se a curto ou longo prazo, quais 
os objetivos que se quer atingir com esse projeto, quais os recursos iniciais, por que ao 
decorrer de todo o projeto surgirão novos recursos a serem utilizados) o momento da troca, no 
qual todos participam colaborando com informações que contribuam para o desenvolvimento 
do projeto, envolve a elaboração da escrita, a pesquisa em várias fontes e é quando começa a 
dar corpo ao trabalho. No momento de repassar tudo o que foi desenvolvido é essencial a 
participação de todos os envolvidos. Quando tudo está de acordo com o que havia sido 
planejado é hora de avaliar se todos os objetivos foram atingidos, o que poderia ter sido 
diferente, enfim entender que destacando os pontos positivos e negativos é uma forma de 
perceber o quanto podemos estar melhorando a cada passo que avançamos para a construção 
do conhecimento. 
17 
 
Quando se pensa na elaboração de um projeto é muito importante e indispensável que 
suas características contribuam para o processo de organização, tendo sempre etapas a se 
seguir, pois isso facilita o desenvolvimento do trabalho e colabora para que os resultados 
sejam alcançados de maneira satisfatória. 
Hernández (2000, p. 182) destaca algumas características do trabalho com projetos: 
 Parte-se de um tema ou de um problema negociado com a turma. 
 Inicia-se um processo de pesquisa. 
 Busca-se e selecionam-se fontes de informação. 
 São estabelecidos critérios de organização e interpretação das fontes. 
 São recolhidas novas dúvidas e perguntas. 
 Representa-se o processo de elaboração do conhecimento vivido. 
 Recapitula-se (avalia-se) o que se aprendeu. 
 Conecta-se com um novo tema ou problema. 
 
 Ter um ponto de referência é essencial para se começar um projeto, para saber o que e 
onde procurar as informações. Todas essas características acima citadas, quando trabalhadas 
de forma organizada contribuem para um projeto mais eficaz. As atividades vão sendo 
encadeadas e isso é essencial para o Ensino Fundamental, pois é possível trabalhar diversos 
assuntos no decorrer dos estudos com essa metodologia. 
 Num projeto são utilizadas diversas formas de expressão tais como a leitura, as 
imagens, os registros, as trocas de informações, entre outros. Isso faz com que o aluno, 
progressivamente, conceitue o conhecimento, ampliando e obtendo uma visão crítica sobre o 
que lê ou sobre o que ele mesmo produz indo além da pesquisa. 
 Mesmo sendo o projeto desenvolvido individualmente, em grupos ou com a 
participação de todos os alunos, é importante que o professor consiga transformar a 
aprendizagem em algo real, que proporcione vivências que propiciem a aprendizagem e um 
conhecimento mais significativo. 
 O professor tem diversas maneiras para trabalhar essas vivências, pois o cotidiano 
escolar é repleto de situações que podem servir de início a uma discussão e aumentar o 
conhecimento destacando diversos pontos de vista existentes, os conflitos e quais as 
alternativas para resolvê-los. 
 E para que isso venha a enriquecer e tornar possível a criação de condições reais de 
aprendizagem é necessário que professor e aluno contribuam, cada um com seu papel, no 
desenvolvimento do projeto. 
 
1.1 – Etapas de um projeto 
18 
 
 Ao se desenvolver um projeto é necessário partir de algumas etapas para que ele 
ocorra de forma fundamentalmente significativa, tais como: 
 Inicialização - Inicia-se a partir da escolha do tema, que pode ser um problema 
frequente na sala de aula, na escola ou até mesmo na comunidade, ou indicado pelo próprio 
aluno. Vale lembrar que mesmo partindo do aluno é o professor que verificará se é relevante e 
se atende às necessidades da classe e ele orientará na elaboração do projeto preservando a 
autonomia do aluno. 
 Nogueira (2005) ressalta que 
 
Nos casos em que tenhamos mais de uma possibilidade de tema, o consenso é a 
melhor estratégia, pois coloca os alunos em processo de “negociação”, de tal modo 
que ao final não existam vencedores e perdedores, mas um grupo conciso que está 
convencido de que o tema escolhido pode ser o mais importante naquele momento. 
(NOGUEIRA, 2005, p.65). 
 
 Desenvolvimento- O projeto começa a ser desenvolvido por meio das informações 
levantadas em diversas fontes e, quando se separa as escolhas fundamentadas, definir 
estratégias que correspondam com a pesquisa para o esclarecimento e estrutura do projeto. 
Segundo Nogueira (2005. p.66) “[...] impossível entrar em um projeto sem intenções, portanto 
é fundamental que os objetivos sejam planejados nesse momento.” É importante que 
professores e alunos estejam conscientes sobre os objetivos que se quer alcançar com o 
projeto e cabe ao professor estar sempre a par de cada procedimento do projeto para que se 
possa atingir o objetivo. 
 Ainda Nogueira (2005) aponta que 
 
O acompanhamento é fundamental para a correção de rotas, depuração, orientação, 
inclusão de conceitos, ajustes de hipóteses e até para o próprio ato de investigação, 
pois o professor é um dos membros desse processo e como tal também investiga, 
descobre e busca soluções para os problemas. (NOGUEIRA, 2008, p 69) 
 
O professor segue orientando e indicando caminhos para aprimorar o projeto, 
replanejando quando necessário. 
 Finalização - Nesse momento deve acontecer uma descrição sobre os resultados 
alcançados com a pesquisa e tudo deve passar pelas mãos de professor, que indicará as 
devidas correções e os devidos ajustes. 
 De acordo com Nogueira (2005 p. 69-70) 
 
Mesmo que durante o projeto o professor tenha feito suas interferências, é sempre 
bom que ao final ele “alinhave e costure” tudo, ou seja, que faça um fechamento, 
lembrando qual era o problema inicial, quais eram as dúvidas, os interesses, as 
propostas de ações, os resultados obtidos e a finalização das conclusões. 
19 
 
 
 Portanto, é responsabilidade do professor verificar se o projeto está de acordo com os 
objetivosiniciais, se todas as dúvidas apontadas foram sanadas, enfim é o momento do 
professor reconhecer todo trabalho do aluno no projeto e “aprovar”. Hernández (2000, p. 183) 
especifica que “A finalidade do ensino é promover nos alunos a compreensão dos problemas 
que pesquisam”. 
 Divulgação – É importante que tudo o que foi aprendido durante a pesquisa seja 
socializado, na escola ou até mesmo aberto à comunidade. Pode ser divulgado em forma de 
exposição, de fotografias, de teatro, palestras, portfólios e de muitas outras maneiras que 
possibilitem o enriquecimento do trabalho. 
 Avaliação - Ocorre ao término do projeto, quando se verifica se os objetivos propostos 
foram alcançados, se ficou faltando algo para tornar o trabalho mais fundamentado, se houve 
pontos positivos e negativos, quais os devidos ajustes que podem ser feitos, enfim é um 
momento para refletir e ampliar o conhecimento. 
 Para Nogueira (2005, p.70) “Avaliar um projeto é ter em mente que tínhamos 
objetivos traçados inicialmente e que agora devemos verificar se eles foram atingidos.” É um 
meio de saber quanto conhecimento foi adquirido pelo aluno, através das informações 
coletadas e selecionadas em todo o projeto. Portanto, a pedagogia de projeto não é apenas 
uma maneira para se aprender a pesquisar e expandir o conhecimento, tudo isso é importante, 
mas ela possibilita uma transformação no modo de aprender sobre o assunto, atravésdas 
mediações do professor e das relações com os conteúdos e com meio que o aluno vivencia. 
 Hernández (1998, p. 61) ressalta que 
 
A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos 
conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento das informações, e 2) a 
relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses 
quefacilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da 
informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento 
próprio. 
 
 E, para que o trabalho com projeto seja um transformador no conhecimento do aluno, 
é essencial que professor e aluno construam uma “ponte” na qual a troca de informação e 
experiência seja diária e caminhem juntas em direção ao saber, ainda que dentro do projeto 
cada um tenha uma função a exercer. 
O próximo capítulo tratará da importância do papel do aluno e do professor no 
desenvolvimento e sucesso do projeto. 
2. O TRABALHO COM PROJETOS E OS DIFERENTES PAPÉIS 
20 
 
 
A pedagogia de projetos envolve muitos participantes, cada um desempenhando o seu 
papel. Tem como objetivo o trabalho em equipe, mas desenvolve a autonomia e a criticidade. 
Assim, podemos dizer que a atuação tanto do professor quanto do aluno, são 
indispensáveis para uma boa elaboração do projeto e todo o processo que envolve a 
aprendizagem nele existente. Nos dias de hoje, espera-se muito de uma prática do professor 
condizente com a realidade de cada sala de aula, que venha ao encontro das necessidades de 
inovar, atualizar, de sentir quando deve modificar sua forma de trabalhar, para melhor atender 
seus alunos. 
Porém, ambos são cobrados por uma sociedade que exige melhor desempenho em suas 
atuações, estabelecendo padrões já definidos de como cada um deve ser, e agir diante das 
expectativas que a sociedade cria em relação aos devidos papéis. 
A propósito convém lembrar Cunha: 
 
Por certo os papéis escolares estão definidos ideologicamente também na sociedade, 
identificados com a classe dominante, passando pelas formas de produção e 
distribuição do conhecimento. Os professores vivem num ambiente complexo onde 
participam de múltiplas interações sociais no seu dia-a-dia. São eles também frutos 
da realidade cotidiana das escolas, muitas vezes incapazes de fornecer uma visão 
crítica aos alunos, porque eles mesmos não têm, porque se debatem no espaço de 
ajustar seu papel à realidade imediata da escola, perdendo a dimensão social mais 
ampla da sociedade. (CUNHA, 1989 p. 66) 
 
Portanto é importante, que o professor saiba buscar meios para contribuir com a 
mudança desta perspectiva e passe a valorizar cada momento de sua atuação, acreditando em 
sua capacidade de ensinar e na do aluno de aprender. 
Quando se trabalha com projetos cria-se um ambiente onde não existe hierarquia, pois 
a centralidade não está apenas no professor, que passa a atuar como colaborador, auxiliador, 
mediador, se preocupando em fazer de cada etapa do trabalho um momento de troca de 
experiência, cooperando para um ensino melhor e para a formação de um aluno melhor. E 
para isso, é importante que o professor considere os dizeres e as manifestações dos alunos e 
seja flexível diante do assunto trazido por eles, sem desprezar seu conhecimento. 
Quando se decide trabalhar com um projeto, o primeiro passo é pensar como trabalhar, 
o que se pretende atingir, como elaborar, qual o assunto; enfim, surgem diversas dúvidas que 
serão solucionadas no decorrer da preparação de todo o processo que engloba o projeto. 
Vale ressaltar que é impossível pensar em projeto e não imaginar uma ação, pois 
envolve planejamento de algo idealizado, que ainda não se realizou. 
Neste sentido Marina (1995. p. 178 e 179) ressalta que: 
21 
 
 
Não existem projetos desligados da ação. Há, evidentemente, muitas antecipações de 
acontecimentos futuros, como os sonhos, os desejos ou os planos abstratos que são 
apenas, na melhor das hipóteses, anteprojetos que se converterão em projetos 
quando tiverem sido aceitos e promulgados como programas vigentes. O projeto é 
uma ação prestes a ser empreendida. Uma possibilidade vislumbrada não é projeto 
até que se lhe dê uma ordem de marcha, ainda que diferida. 
 
Porém o projeto não é uma atividade prática isolada, ele faz parte de um processo que 
inclui discussões e atividades intercaladas promovendo formulações de ideias e a construção 
de teorias e conhecimentos sobre o assunto que está sendo trabalhado.Mesmo dentro de uma 
equipe, cada participante contribui com seu modo de pensar, de perceber e enfrentar os 
desafios, de criar relações recíprocas com os demais participantes, tornando a pesquisa rica e 
os conhecimentos ampliados, pois ele é partilhado, havendo uma integração entre ensino e 
pesquisa. 
 A pedagogia de projeto provoca desafios tanto para o professor quanto para o aluno, 
pois possibilita trabalhar nas diversas áreas da educação e abrange diversas mídias e, além 
disso, aumenta a possibilidade de se fazer pesquisa em várias fontes. Portanto, hoje isso é 
possível porque está dentro do contexto escolar do aluno. 
De acordo com Hernandez (1978, p.178), 
 
 
Quando a aprendizagem é proposta como uma produção ativa de 
significados,transforma-se numa manifestação das possibilidades dos seres humanos 
por exemplo de sintetizar informação complexa e dispor de maneira coerente de 
observar situações de diferentes pontos de vista ou de estar conscientes dos 
preconceitos determinados diante dos fatos e fenômenos. 
 
As atividades desenvolvidas (individuais ou coletivamente) durante o projeto servem 
para que aos alunos compreendam a realidade, pois eles escutam, perguntam, levantam 
hipóteses, fazem resumos, e tudo isso leva os alunos a estarem conscientes do que estão 
aprendendo. 
O conhecimento vai sendo construído através das possibilidades que o trabalho com 
projeto proporciona, criando espaço para que professores e alunos trabalhem juntos 
permitindo que estabeleçam relações a partir das transferências de conhecimento que vão 
além dos limites escolares, procurando centrar na realidade do aluno e sua cultura. 
Hernandez(1998) diz: 
 
Entendo aqui a noção de cultura num sentido concreto: como o conjunto de valores, 
crenças e significações que os alunos utilizam para dar sentido ao mundo em que 
vivem [...]. Apresentar exemplos retirados da cultura que nos cerca tem a função de 
fazer com que se aprenda a interpretá-los a partir de diferentes pontos de vista, 
favorecendo a tomada de consciência dos alunos sobre si mesmos e sobre o mundo. 
 
22 
 
Portanto é importante e indispensável considerar a bagagem do aluno sua cultura e 
seus conhecimentos para, a partir daí, ampliá-los. 
A realização do projeto não deve ser o principal alvo do ensino, mas o que realmente 
se aprende com ele, vai além de realizá-lo: é compreendê-lo a cada etapa e criar relações 
conceituais, sendo capazes de irem além das informações fornecidas, reconhecendo sua 
autoria no trabalho. No entanto, professores e alunos trabalham juntos e transformam em 
aprendizagem as experiências sociais. 
Segundo Machado (2000, p. 2), “existem três características fundamentais de um 
projeto:a referência ao futuro; a abertura para o novo; a ação a ser realizada pelo sujeito que 
projeta”. 
Quando idealizamos um projeto, já temos consciência do que queremos atingir, de 
uma meta a ser alcançada e isso já é uma referência ao futuro. É através desse ponto de 
partida que encontramos abertura para o novo, pois deparamos com situações diferentes que 
nos fazem inovar por meio das ações que enfrentamos para alcançarmos os objetivos 
pretendidos. 
O professor que tenta trabalhar o processo de ensino-aprendizagem por meio dos 
projetos acaba encontrando muitos desafios que resultam em desestruturar o projeto que 
envolve ações que precisam ser realizadas na sala de aula ou no espaço físico da escola, pois 
muitas dessas ações extrapolam o tempo de aula. 
Por isso, é importante que o professor pense em tudo antes de iniciar um projeto, 
direcionando meios para facilitar seu desenvolvimento, estabelecendo relação com o conteúdo 
programado, viabilizando uma articulação entre mídia, saberes e protagonistas. 
A pedagogia de projetos proporciona diferentes estratégias e isso depende da 
organização do professor em relação à perspectiva que busca desenvolver. 
Para Araújo, 
Entender o projeto como uma estratégia traz, assim uma nova perspectiva para o 
trabalho pedagógico, pois a partir de representações prévias sobre os caminhos a 
serem percorridos, incorpora, por exemplo, a abertura para o novo; a perspectiva de 
uma ação voltada para o futuro, visando transformar a realidade; e a possibilidade 
de decisões, escolhas, apostas, riscos, e incertezas. Além disso, permite dar um 
sentido baseado na busca de relações entre os fenômenos naturais, sociais e 
pessoais, bem como planejar estratégias que vão alem da 
compartimentalizaçãodisciplinar.(ARAUJO, 2003, p.69) 
 É pensando no projeto como uma estratégia, que o professor poderá encontrar 
soluções para melhorar a qualidade do ensino, pois ele desenvolverá meios para chegar no 
aluno com uma proposta atraente, que o envolva e desperte o interesse em relação ao 
23 
 
conteúdo e o aluno passe a sistematizar o conhecimento, pois as estratégias podem ser 
modificadas se necessário. 
Isso não significa que o trabalho com projetos seja a única forma de obter resultados. 
A questão é que o projeto contribui de forma significativa no desenvolvimento do aluno, pois 
ele participa ativamente, e o trabalho pode acontecer de forma interdisciplinar, ou mesmo 
multidisciplinar o que aumenta a qualidade de conhecimento e a troca dos diferentes saberes. 
 Porém, o trabalho com projetos desenvolve uma “rede” de conhecimentos 
ligados por diversas ramificações que relacionam o que o aluno já sabia com o que ele 
conclui, portanto, todas essas manifestações possibilitam que ocorra aprendizagem de um 
modo significativo. 
Machado, na visão de Araujo (2003. p. 99) 
 
[...] compreende a ideia de rede como uma teia de relações e significações e de 
modo resumido afirma: 
 Compreender é apreender o significado. 
 Apreender o significado de um objeto ou de um acontecimento é vê-lo em suas 
relações com os outros objetos ou acontecimentos. 
 Os significados constituem, pois, feixes de relações. 
 As relações entretecem-se, articulam-se em teias, em rede, construídas social e 
individualmente e em permanente estado de atualização. 
 Em ambos os níveis – individual e social – ideia de conhecer assemelha-se à de 
enredar. 
 
 Entretanto, a rede deve ser um sistema harmonioso e que todo o processo do projeto 
esteja integrado em uma relação de aprendizado organizado e que as ramificações (que 
compreende as direções a serem seguidas) se envolvam com o campo de conhecimento 
trabalhado. Isto vem a mostrar que ao se trabalhar com projetos o foco não fica apenas no 
assunto a ser trabalhado, mas todo o desenvolvimento, uma vez que existe uma perspectiva 
em tudo que se irá fazer. E para que o projeto aconteça de forma eficiente é necessário que 
cada participante contribua, partindo da ideia de que cada um tem um papel importante e 
essencial na elaboração do projeto. 
 
 
 
 
 
2.1. O PAPEL DO PROFESSOR 
 
24 
 
Ao se falar em professor, muitos já imaginam uma figura autoritária, falante, como 
eram os professores há alguns anos atrás, quando eram considerados os donos do saber e 
passavam o que sabiam aos alunos sem manter uma relação de troca de experiência, de 
informações, já que isso cabia somente ao professor. 
Hoje o papel do professor é outro perante a escola e os alunos, pois ele não é só 
responsável pelo conteúdo a ser dado de forma eficiente, mas pela aprendizagem do aluno, 
pela transformação do mesmo em um ser independente, com autonomia, crítico, mediando 
toda forma de conhecimento. 
De acordo com Zanotto (2000) um projeto exige do professor uma postura 
fundamentada na aprendizagem do aluno, nas várias etapas que surgirão no projeto a ser 
desenvolvido. Essa postura é extremamente valiosa para auxiliar na aprendizagem, poiso 
professor deve agir como “gerenciador” do saber, auxiliando, estimulando, proporcionando 
melhor desempenho nos afazeres dentro do projeto e tornando todo o processo que engloba o 
projeto em uma construção rica emconhecimentos e nas habilidades que são desenvolvidas. 
O professor que se envolve com o projeto passa para o aluno segurança, confiança, 
determinismo, ajudando-o a ser independente ao atuar no desenrolar dos trabalhos, adotando 
fundamentos significativos para a elaboração do projeto. Portanto, o papel do professor não é 
de apenas instruir, mas dar suporte, mediar, auxiliar em cada etapa. A contribuição do 
professor é muito importante nesse processo. 
 Nas palavras de Zanotto (2000. p. 15), “[...] Educar não é somente instruir! Instruir é 
tão somente condicionar o comportamento do educando a um padrão pré-estabelecido [...]”. 
O aluno não vai aprender apenas fazendo o projeto, pois ele precisa ser questionado, 
entender o porquê fazer o trabalho, para que fazer, qual é o objetivo sendo, portanto, 
necessário ter um fundamento. 
Ainda para Zanotto (2000, p. 94), “O aluno não aprende simplesmente ao fazer”. 
Fundamentado nisso, é importante que o aluno questione, opine, crie, se sinta disposto a 
aprender , dando mais sentido através das muitas possibilidades que o professor disponibiliza, 
atribuindo um papel ativo ao aluno quanto à aprendizagem. 
A sala de aula não deve ser o único espaço para o projeto ser desenvolvido. É 
importante que o professor se preocupe com a relação escola e meio, com a aprendizagem do 
aluno e suas necessidades, pois a escola tem uma função social, o que é muito importante, na 
vida do aluno. 
 
25 
 
A escola é uma instituição contextualizada, isto é, sua realidade, seus valores, sua 
configuração variam segundo as condições histórico-sociais que a envolvem, a toda 
uma confluência de fatores que determinam seu perfil, e suas manifestações. O 
professor com relação à escola é, ao mesmo tempo, determinante e determinado. 
Assim como seu modo de agir e ser, recebem influências do ambiente. A escola 
analisada em diferentes momentos históricos, certamente mostrará realidades 
também diferenciadas. Se o professor refletir sobre si mesmo, sua trajetória 
profissional, seus valores e crenças, suas práticas pedagógicas, encontrará 
manifestações não semelhantes, ao longo do tempo. Esse jogo de relações entre a 
escola e a sociedade precisa ser, cada vez mais, desvendado para que se possa 
compreender e interferir na prática pedagógica. (ZANOTTO, 2000). 
 
A escola precisa fazer com que o aluno se aproprie e construa seu conhecimento, 
favorecendo sua inserção crítica na sociedade. O cotidiano do aluno deve ser considerado pelo 
professor. 
Portanto é indispensável que o professor valorize o conhecimento que o aluno já 
possui e o ensine a fazer relação com o novo e possa constituir seu pensamento, sua opinião, 
de forma crítica, reconhecendo seus avanços através das relações concebidas anteriormente. 
 
2.2 O PAPEL DO ALUNO 
 
Há vinte anos os alunos eram passivos, vistos como receptadores do conhecimento. 
Para Freire(1987)a educação na qual os alunos são passivos, só recebem conteúdo sem se 
manifestar e seus conhecimentos não são levados em consideração. A isto Paulo Freire 
chamava de “educação bancária”. Nessa época os alunos não eram estimulados a pensar e o 
conteúdo era memorizado. Muitos alunos não davam significado ao que aprendiam, pois a 
verdade é que não aprendiam, apenas memorizavam e tempos depois esqueciam. 
O método utilizado naquela época não beneficiava o aluno e a preocupação maior era 
com o cumprimento do conteúdo planejado. A falta da importância com a aprendizagem do 
aluno era notável, principalmente ao passar para as séries seguintes, nas quais chegavam 
despreparados. A consequência disso eram alunos desinteressados e professores 
desestimulados. “Infelizmente, o aluno não aprende simplesmente quando coisas lhe são ditas 
ou mostradas. Algo essencial à sua curiosidade natural ou desejo de aprender está faltando na 
sala de aula.” (SKINNER, 1968, p. 101). 
Quando se pensa em trabalhar com projetos, surgem muitos levantamentos e propostas 
em relação à pessoa que o professor pretende formar, para qual sociedade, e qual cidadão a 
sociedade aspira. O projeto precisa ter ações que façam com que os objetivos sejam atingidos 
e para isso o aluno deve ser ativo, mostrar interesse, não se preocupar somente em acertar, 
26 
 
mas aprender com os erros, fazendo levantamento de dúvidas, ideias, criando condições para 
que a aprendizagem aconteça. 
O papel do aluno poderá iniciar antes mesmo de começar o projeto, quando ele mesmo 
sugere o tema, ou através de uma dúvida, de situações problema que ele se interesse em 
solucionar, pesquisar, abrindo caminhos para o conhecimento. 
 Entretanto, oprofessor deve estar sempre atento ao que acontece no ambiente escolar e 
até mesmo fora da escola.O conteúdo que envolve a vivência do aluno, que está próximo à 
sua realidade, produz efeito positivo na aprendizagem, pois a relação ensino-aprendizagem 
acontece de forma eficaz. 
O projeto provoca transformações visíveis no desenvolvimento cognitivo do aluno, 
que passa a ser estimulado a cada etapa com avanços intelectuais que refletirão no ensino, nas 
várias matérias, pois ao se trabalhar com projetos ocorrem mudanças qualitativas no ensino-
aprendizagem. O aluno torna-se mais independente ao longo do desenvolvimento, esforçando-
se mais para atingir seus objetivos, estabelecendo um elo entre o conteúdo e o seu significado. 
O trabalho cuidadoso possibilita que o aluno se transforme em um sujeito autônomo, 
que produz, desenvolve com qualidade, construindo de maneira crítica seus próprios 
conceitos. As possibilidades que surgem quando se trabalha com projetos, preveem estímulos 
que determinam a mudança necessária para que o aluno aprenda de forma significativa, 
contribuindo com seu desenvolvimento intelectual. Os estímulos acontecem quando o 
professor usa métodos atraentes para o aluno, e eles se sentem motivados e encontram 
condições para construir e reconstruir seu conhecimento. 
Nas palavras de Hernandez (2000) papel do aluno dentro de um projeto deve ser de 
sujeito pensante, reflexivo, transformador, crítico, que aprende a gerenciar estratégias, 
encaminhado as próprias relações para entender o porquê das dificuldades, verificar, revisar. 
Isso vai contribuir para que o aluno não só produza, mas crie, promovendo o conhecimento de 
si e do mundo por meio de experiências e trocas de informações na relação aluno-aluno e 
aluno-professor. O aluno poderá utilizar múltiplas formas de registrar o assunto por meio da 
escrita nos textos, relatórios, fotografias, enfim de muitas outras formas. 
Para que haja construção de conhecimento é importante que o aluno passe a relacionar 
o seu conhecimento anterior com o que está aprendendo. 
Para Vasconcellos (2005, p. 90), 
 
[...] o trabalho de confronto tem que ser (apenas) do aluno, que deve buscar a 
referência que tinha, estabelecer um paralelo com a referência que o professor está 
27 
 
trazendo, para daí atuar sobre a diferença e reconstruir, ou não, seu conhecimento. 
Cabe, pois, ao aluno buscar o conhecimento anterior para estabelecer o confronto. 
 
 O conhecimento, portanto, não é algo que acontece de imediato, uma vez que ele vai 
sendo construído a partir do estímulo do professor e da forma como trabalha o conteúdo. O 
grande desafio é quando o projeto a ser trabalhado é de certa forma imposto aos professorese 
cabe a eles incluí-los de uma maneira que obtenha bons resultados. É o que trataremos no 
próximo capítulo - como o professor encara esse desafioe o que ele tem a falar sobre 
trabalhar com projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.COMO DESENVOLVER UM PROJETO PRONTO E IMPOSTO 
 
28 
 
Este capítulo tem como objetivo mostrar como os projetos que são impostos pelos 
órgãos educacionais (Municipais e Estaduais) são recebidos e trabalhados pelos professores. 
Para isso foi feita uma pesquisa de campo, com cinco professores e uma diretora de uma 
escola municipal de uma cidade do interior de São Paulo. 
Almeida (2000) salienta que “Na pedagogia de projetos é necessário ter coragem de 
romper com as limitações do cotidiano, muitas vezes auto-impostas”. 
Muitos professores vêm o trabalho com os projetos que são enviados pelos órgãos 
educacionais como muito bons para o crescimento e aprimoramento das inúmeras habilidades 
já citadas no 1º capítulo, que são desenvolvidos através de todo o processo do projeto. A 
preocupação desses professores e juntamente a do diretor é que a maioria desses projetos vem 
com uma carga de exigência que é difícil para o professor cumprir com sucesso. O sucesso é a 
aprendizagem acontecer ao longo de todo processo que envolve o projeto, e ao final dele o 
aluno sair com uma visão crítica de tudo o que viu, ter autonomia para compreender cada 
relação que se fez presente ou que se faça nas comparações futuras. 
E como fazer isso acontecer, sem recursos, sem interesse dos alunos e, dependendo do 
assunto, muitas vezes até do professor que não tem estímulo e está desmotivado a preparar a 
sala para encarar o projeto, que muitas vezes encontra-se fora da realidade da sala de aula e o 
professor entende que impor o projeto sem ter uma necessidade específica ou um problema, 
pode acumular matéria atrasada e ainda não atingir os objetivos desejados pelos órgãos 
educacionais. 
Segundo Freire (1986, p.53) 
 
Poder-se-á dizer, uma vez mais, que tudo isto requer tempo. Que não há tempo a 
perder, visto que existe um programa que deve ser cumprido. E uma vez mais, em 
nome do tempo que não se deve perder, o que se faz é perder tempo, alienando-se a 
juventude com um tipo de pensamento formalista, com narrações quase sempre 
exclusivamente verbalistas. Narrações cujo conteúdo “dado” deve ser passivamente 
recebido e memorizado para depois ser repetido. 
 
Assim, cabe ao professor encontrar a melhor maneira para que se possa cumprir com 
as exigências do órgão educacional respeitando o compromisso político, que crie uma forma 
que possibilite obter resultados, que valorize o conteúdo e transforme o ensino em 
aprendizagem significativa. 
 No entanto quando o projeto vem disponibilizado por algum órgão público, precisa 
partir de um tema que apresente diferentes propostas de atividades para que os professores 
possam se adequar à realidade de cada sala de aula. 
De acordo com Vasconcellos, 
29 
 
 
Há que se considerar que o trabalhando com uma metodologia mais adequada, 
aumenta-se a produtividade em sala de aula, o tempo passa ser melhor aproveitado 
pelo coletivo dos alunos. Só um exemplo desse aumento de produtividade, é o 
tempo que se “ganha” em relação ao ensino tradicional, com a melhoria da 
disciplina da classe, em função do maior envolvimento dos alunos nas atividades 
pedagógicas. (VASCONCELLOS, 2005, p.133) 
 
Ao contrário do que muitos professores pensam, trabalhar com projetos não é um meio 
para se perder tempo, mas para ganhar conhecimento. Adequar o projeto abre caminhos que 
possibilitam ao aluno ampliar seu conhecimento e melhorar seus conceitos. Vasconcellos 
(2005, p.133) aponta que “[...] com o desenvolvimento do raciocínio e a solidificação dos 
conhecimentos anteriores, aumenta a produção dos alunos (que acabam exigindo ainda mais 
conteúdo)”. 
E parte do professor chegar ao ponto no qual leve os alunos a se interessarem cada vez 
mais em aprender e obter conhecimento, abrangendo diferentes saberes durante todo o 
projetoque devem passar a ser mais qualitativos que quantitativos. 
Para saber mais sobre os projetos que são disponibilizados pelos órgãos educacionais e 
a maneira como o professor trabalha, relatarei a pesquisa que foi realizada com cinco 
professores de escolas de uma cidade do interior de São Paulo, sendo um diretor para a 
conclusão deste trabalho, contribuindo para esclarecer algumas dúvidas que surgem quando se 
recebe uma proposta de um projeto pronto, lembrando que todos os nomes serão preservados 
e os citados são fictícios. 
Na pesquisa realizada muitos professores se queixaram da falta de tempo, muitos se 
preocupam em finalizar conteúdo sem se preocupar se o aluno realmente entendeu, pensando 
em quantidade e não em qualidade. Trabalhar com projetos já definidos requer adequação e 
flexibilidade. 
Veja o que uma das professoras que vou chamar de professora número 1 pensa sobre 
isso. 
 
É mais complicado, mas é possível. Já trabalhei com projetos que já vêm com temas e 
datas definidas e deu tudo certo, inclusive o resultado. Porém, precisei de autorização 
do gestor escolar para flexibilizar as datas das avaliações bimestrais, pois o tempo 
estava pequeno demais para concluir as etapas do projeto. 
 
Diante disso fica fácil entender que cabe ao professor adequar a forma como irá 
trabalhar o projeto, bastando se empenhar e partir da realidade da comunidade escolar, 
fazendo ajustes para melhor desenvolvê-lo. 
Entende-se que trabalhar com projeto proporciona uma forma diferente de 
aprendizagem que contribui para ampliar o conhecimento, envolvendo o aluno de maneira 
30 
 
profundamente participativa, pois ele estará a todo o momento desenvolvendo o projeto de 
forma ativa. 
A gestora entrevistadadiz como entende o trabalho com projeto: “Entendo que 
trabalhar com projetos é uma maneira de dirigir uma necessidade escolar e desta forma com o 
intuito de suprir a mesma, despertando a necessidade de cada aluno e assim desenvolvendo 
interesse, raciocínio, curiosidade entre outros”. 
Todas essas habilidades e muitas outras são desenvolvidas quando o professor 
encontra meios para estimular o aluno que passa a agir com motivação e se dispõe a construir 
seu conhecimento através de meios fornecidos pelo professor, que indica caminhos, faz 
interações, intervenções, agindo como facilitador do conhecimento. 
De acordo com a professora número 1 “O papel do professor é fundamental para um 
bom resultado na avaliação do projeto. É ele que vai aplicar as metodologias e conteúdos, 
para se chegar ao objetivo esperado. Se não houver empenho do professor na realização do 
projeto, seja qual for o tema, os resultados estarão comprometidos, e os alunos serão os mais 
prejudicados com essa irresponsabilidade”. 
De acordo com as palavras da professora acima é importante ressaltar que o docente 
tem que se colocar à frente do projeto contribuindo para sua melhor elaboração, apontando 
caminhos. O projeto, quando trabalhado de forma adequada fazendo com que o aluno se 
aproprie do saber, ao mesmo tempo propiciará condições para levar o aluno a se tornar um ser 
crítico a situações dentro e fora da escola servindo para a transformação social. 
É indispensável que o professor parta de uma situação real conhecida pelo aluno e 
relacione com a nova situação que apresentará. O aluno, quando estimulado, começa a 
perceber possibilidades de ação diante da sociedade e vai entender que, em muitos momentos 
do projeto, vai se deparar com situações que vão exigir relações e busca por outras disciplinas, 
explorando suas próprias ideias e assimilando-as com sua bagagem. 
O professor que, a cada desafio, encontra possibilidade de aumentar e melhorar o 
conhecimento do aluno, vê no projeto uma formade ir além do conteúdo programado. 
Diante desse contexto o professor número 3 fala sobre como o projeto pode ser 
trabalhado sem prejudicar o conteúdo programado. Ele aponta que 
 
Coordenando seu tempo e muitas vezes o tema a ser abordado poderá ser trabalhado 
juntamente com o conteúdo (sic) de forma com que se relacione ao assunto 
trabalhado ou destinando um momento semanal somente para ser trabalhado o 
projeto! 
 
31 
 
Entretanto vale ressaltar que cabe ao professor adaptar o projeto à realidade da escola, 
à possibilidade de trabalho, à disponibilidade de recursos materiais e muitas outras coisas que 
precisam ser levadas em consideração. Segundo Hernandez (1998) é importante que o 
professor valorize os recursos que a escola oferece e crie possibilidades de trabalhar de uma 
forma diferente, que propicie a mesma ou mais informação e conhecimento. 
Interessante comentar a visão do professor número 4 quanto à postura do professor. 
“O professor é o norteador e o intermediário do desenvolvimento do projeto de tal forma que 
eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes”. 
Cabe ao professor encontrar a melhor maneira de levar conhecimento de forma 
significativa ao seu aluno e inovar seu jeito de trabalhar e diferenciar a forma como apresenta 
os conteúdos. Trabalhando um conteúdo em forma de projeto, a aprendizagem se faz mais 
significativa, pois os assuntos são vistos em várias fontes e de várias maneiras, além de 
possibilitar a troca de conhecimentos entre alunos, entre alunos e professores, ampliando e 
valorizando o conteúdo. De acordo co Zanotto (2000) o professor deve estar atendo às 
manifestações de seus alunos e sua realidade. 
De acordo com Vasconcellos (2006. p.107), 
 
O conhecimento da realidade do aluno é essencial para subsidiar o processo de 
planejamento numa perspectiva dialética. Devemos ter em conta o aluno real de carne 
e osso que efetivamente está na sala de aula, que é um ser que tem suas necessidades, 
interesses, nível de desenvolvimento (psicomotor, sócio-afetivo e cognitivo), quadro 
de significações, experiências anteriores (história pessoal), sendo bem distinto daquele 
aluno ideal, dos manuais pedagógicos (marcados pelos valores de classe) ou do sonho 
de alguns professores. Temos que trabalhar em função daquilo que realmente o aluno 
é, e não do que gostaríamos que fosse. 
 
 Faz-se necessário que o professor esteja atendo a tudo isso e que seu foco esteja 
direcionado à aprendizagem do aluno e de como criar situações que o leve ao conhecimento. 
 O trabalho com projetos é um meio de o professor propiciar inúmeras situações de 
forma diferenciada e provocar o aluno para que o mesmo amplie e valorize o conhecimento. 
 Veja o que a professora de número 5 comenta quanto à diferença em se trabalhar o 
conteúdo em forma de projetos. 
 
[...] quando se trabalha com projetos o mesmo tema é falado por um tempo maior, o 
que facilita o professor atingir todos os alunos da sala de forma que cada um entenda 
o assunto no seu tempo, e o interesse inicial que a criança apresenta pelo tema é um 
indicador positivo de que os objetivos serão alcançados, mesmo tendo que ser feita 
algumas adequações, e como já disse o assunto tratado de forma prazerosa traz mas 
significado ao conhecimento vivenciado pela criança.Com tudo como professores 
temos que tomar cuidado para não estender o assunto de mais (sic), pois se não um 
conhecimento que antes era prazeroso acaba se tornando maçante e chato. 
 
32 
 
 Quando o conteúdo é trabalhado através de projeto, passa a ser mais discutido e 
aproveitado pelos alunos, dando ênfase e valorizando sua aprendizagem. Cabe ao professor ir 
norteando cada etapa do projeto ampliando os conceitos. 
 Nogueira (2008, p. 33) aponta que 
 
Ampliar esses conceitos significa compreender onde e como o projeto pode auxiliar 
na práxis, quais as vantagens para o professor e para os alunos em trabalhar com 
essa dinâmica, qual a relação entre projetos e competências, até onde vai a 
autonomia dos alunos nesse trabalho e, principalmente, quais são os papéis dos 
diferentes atores quando se trabalha com projetos. 
 
 Portanto, dentro de um projeto é importante que o professor saiba agir da melhor 
maneira para mediar todo o processo que engloba o projeto. É importante a sua participação e 
orientação como facilitador da aprendizagem. 
 Diante desse contexto, observemos o depoimento da professoranúmero 5 sobre o 
papel do professor diante do desenvolvimento do projeto: “É ele que orienta, sensibiliza, 
aconselha, desafia e direciona o projeto sempre avaliando seu desempenho e o desempenho 
dos alunos”. 
 De certo modo, o acompanhamento do professor em relação ao projeto é fundamental 
para que se obtenham resultados além dos objetivos propostos e que tragam conhecimento 
com qualidade. 
 Nogueira (2008 p. 69) aponta que 
 
O acompanhamento é fundamental para a correção de rotas, depuração, orientação, 
inclusão de conceitos, ajustes de hipóteses e até para o próprio ato de investigação, 
pois o professor é um dos membros desse processo e como tal também investiga, 
descobre e busca soluções para os problemas. 
 
Assim o trabalho com projetos, além de possibilitar maior envolvimento do professor 
e do aluno, propicia uma aprendizagem significativa, pois o foco não fica apenas em um 
assunto e percorre caminhos que, se bem trabalhados, estimulam os alunos a querer saber 
cada vez mais, obtendo mais conhecimento e valorizando-o. 
 
Diante desse cenário, a professora de número 6 aponta que 
 
O trabalho com projeto é uma forma intensa de desenvolver o conteúdo, pois revela 
meios de interação maior do aluno com o assunto e suas abrangências. Sempre 
procuro incluir o trabalho com projetos em diversos momentos do ano letivo e 
principalmente com diversos conteúdos, o que facilita o ensino aprendizagem, e 
enriquece o conhecimento, além de ser prazeroso e obter sucesso. 
 
33 
 
Portanto, a partir da pesquisa realizada, podemos perceber o quanto o trabalho com 
projetos é significativo no contexto escolar. Os professores procuram desenvolver os projetos, 
mesmo que impostos, fazendo as adequações necessárias para que todas as etapas estejam de 
acordo com a realidade da sua turma, fazendo com que através de estimulação, de interação, 
de mediação e de intervenção entre outros já citados, os alunos possam obter mais 
conhecimento e de forma significativa. 
Nas palavras de Vasconcellos ( 2006, p, 98) 
 
De qualquer forma e muito sinteticamente, entendemos que a educação escolar é 
um sistemático e intencional processo de interação com a realidade, através do 
relacionamento humano baseado no trabalho com o conhecimento e na organização 
da coletividade, cuja finalidade é colaborar na formação do educando na sua 
totalidade – consciência, caráter, cidadania - , tendo como mediação fundamental o 
conhecimento que possibilite o compreender, o usufruir ou o transformar a 
realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os projetos conduzidos e bem elaborados tanto pelo professor que faz o papel de 
construtor, quanto pelo aluno que executa o projeto, abrem diferentes caminhos que 
34 
 
beneficiam a aprendizagem, contribuindo para o avanço intelectual do aluno, não apenas no 
aspecto cognitivo como também no social, dando significado ao assunto a ser trabalhado, que 
mobiliza não apenas as pessoas que estão envolvidas diretamente, mas aquelas que 
indiretamente contribuem para o seu desenvolvimento. O caminho a se descobrir quando se 
desenvolve um projeto é muito rico e ampliade modo significativo a aprendizagem. 
O tempo passa e muitos professores ainda trabalham com projetos que são 
desenvolvidos apenas quando aparece algum tema que está em destaque ou “moda” como, por 
exemplo, “Carnaval”. As escolas ficam enfeitadas com cartazes e máscaras, mas, muitas 
vezes, não possuem um conteúdo significativo sobre o assunto e a única intenção é a de criar 
um clima carnavalesco, sem trabalhar o conteúdo, sendo que as várias competências dos 
alunos não são colocadas em prática. 
Um projeto que possui uma intenção contribui de forma significativa na relação 
professor-aluno na troca de ideias, nas mediações, na avaliação que o professor poderá fazer 
diante das intenções do aluno; na relação aluno-aluno quando se trabalha de maneira 
cooperativa; e no ensino-aprendizagem, pois o aluno sente-se motivado e tem prazer em 
aprender. 
A importância em trabalhar com projetos reside na intenção não só sobre o assunto a 
ser trabalhado, mas no desenvolvimento das habilidades que ocorrerá ao se trabalhar, pois o 
professor não será somente a fonte de informação para o aluno, mas encontrará muitas 
possibilidades para obter informações que contribuirão com o projeto e com o crescimento 
intelectual do aluno. 
Portanto trabalhar com projetos é uma forma de abrir possibilidades de ajudar o aluno 
a compreender o conhecimento trabalhado na escola e permitir que ele cresça como um ser 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Secretaria da Educação à Distância-SEED/ PROINFO - Ministério da Educação, 2000. 
 
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2006. 
 
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Nacionais: Introdução. MEC / SEF – 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001. 
 
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GARDNER, Howard. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto 
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projetos de trabalho. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998. 
 
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Médicas Sul, 2000. 
 
______.Transgressão e mudança na educação. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998. 
 
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MACHADO, N.J. Educação: projetos e valores. São Paulo: EscritutasEditora, 2000. 
 
MOÇO, Anderson. Tudo o que você sempre quis saber sobre projetos. Revista Nova Escola, 
Edição241, p.50-57, Abril/2011. 
 
NOGUEIRA, NilboRibeiro. Pedagogia dos projetos: etapas, papéis e atores.4 ed. São Paulo: 
Érica, 2008. 
 
______. Uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento de múltiplas inteligências. 
São Paulo: Érica, 2001. 
 
PRADO, Maria Elisabette B. B. Pedagogia de Projeto: Fundamentos e implicações. 
Disponível em: <www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos.../texto18.pdf>. 
Acesso em: 27 mar. 2012. 
 
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São 
Paulo. Libertad, 2005. 
 
______Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Politico Pedagógico- elementos 
metodólogicos para elaboração e realização, 16º ed São Paulo Libertad, 2006. 
 
ZANOTTO, Maria de Lourdes Bara. Formação de professores.São Paulo: Artmed, 2000. 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
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Entrevistas feitas com professores e gestor, com respostas copiadas na íntegra e, por isso, 
colocadas entre aspas. Ocultaremos os nomes dos profissionais por uma questão ética. 
 
Anexo 1. Entrevista com a professora 1Sheila Ribeiro – 
1.O que entende por trabalho com projetos? 
 
“Entendo que é um trabalho voltado para as necessidades do público ao qual você 
atende. Normalmente os projetos são definidos de acordo com a realidade da comunidade 
escolar”. 
 
2.Com tanta complexidade que envolve a sala de aula, é possível trabalhar comum projeto 
que já vem definido e com data para entrega? 
 
“É mais complicado, mas é possível. Já trabalhei com projetos que já vem com temas 
e data definidas e deu tudo certo, inclusive o resultado. Porém, precisei de autorização do 
gestor escolar paraflexibilizar as datas das avaliações bimestrais, pois o tempo estava pequeno 
demais para concluir as etapas finais do projeto”. 
 
3. Qual o papel do professor durante o desenvolvimento do projeto? 
 
“O papel do professor é fundamental para um bom resultado na avaliação do projeto. 
É ele quem vai aplicar as metodologias e conteúdos para se chegar ao objetivo esperado. Se 
não houver empenho do professor na realização do projeto, seja qual for o tema, os resultados 
estarão comprometidos, e os alunos serão os mais prejudicados com essa irresponsabilidade”. 
 
4. Como o professor desenvolve, de forma eficiente, um projeto que já vem comtudo definido 
sem prejudicar o conteúdo programado? 
 
“Fazendo acordos e adaptações com os gestores e professores extra-curriculares. Às 
vezes é necessário descentralizar o projeto, e atribuir algumas funções a outras áreas como: 
professor de informática, bibliotecários, prof. de arte etc. Muitas vezes sofremos demais 
porque achamos que é apenas nosso o papel de desenvolver projetos e aplicar conteúdos. 
38 
 
Devemos e podemos fazer parcerias com outros professores, isso na maioria das vezes 
funciona muito, pois eles podem nos ajudar em pesquisa de campo, confecção de cartazes, 
bibliografias etc.”. 
 
 
5.Existe diferença na aprendizagem quando um assunto é tratado em forma de projeto? 
 
“Sim. Os projetos quando bem elaborados, direcionam melhor o conteúdo, com 
metodologias e estratégias bem definidas, o que provoca nas crianças um melhor empenho e 
dedicação.O tema também ajuda muito, por isso é sempre melhor, que a equipe escolar, que 
está diretamente envolvida com a comunidade atendida, defina os temas a serem trabalhados, 
de acordo com o problema que ela enfrenta na escola.Porém isso não significa que não dê 
para trabalhar temas já definidos por outros órgãos, desde que sejam bons e bem elaborados”. 
 
Anexo 2.Entrevista com uma gestoraVera Machado 
 
1. O que entende por trabalho com projeto? 
 
“Entendo que trabalhar com projetos é uma maneira de dirigir uma necessidade 
escolar e desta forma com o intuito de suprir a mesma. Despertando a necessidade de cada 
aluno e assim desenvolvendo interesse, raciocínio, curiosidade entre outros” 
2. Com tanta complexidade que envolve a sala de aula é possível trabalhar com um projeto 
que já vem com tema definido e com data para a entrega? 
 
“Sim, devemos adequar o tema de acordo com a realidade da sala. Acredito que todos 
os temas, mesmo não sendo próximo da realidade da classe o aluno deve conhecer de forma 
prazerosa e educativa”. 
 
3.Qual o papel do professor durante o desenvolvimento do projeto? 
 
O papel do professor é de intermediar para que o aprendizado ocorra de forma 
prazerosa e bem aproveitada com o intuito de levar mais conhecimento ao aluno. 
 
39 
 
4.Como o professor desenvolve, de forma eficiente, um projeto que já vem com tudo definido 
sem prejudicar o conteúdo programado? 
 
“Como sempre, cabe ao professor planejar de forma eficiente e adequar

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