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Apostila Estatuto OAB - Resumido

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Resumo de Ética e Estatuto da OAB - Prof. Rafael Moura 
 
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Da Ordem dos Advogados do Brasil 
1 - Dos Fins e da Organização 
A natureza jurídica da OAB foi objeto de muitas controvérsias, mas o Supremo Tribunal 
Federal, em recente decisão proferida nos autos da ADI 3.026/2006, da relatoria do Ministro 
Eros Grau, definiu a questão da seguinte forma: “A OAB não é uma entidade da 
Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria 
ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. A OAB não 
está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como “autarquias 
especiais” para pretender se afirmar equivocada independência das hoje chamadas 
“agências”. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não 
está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. 
Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. A OAB ocupa-se de atividades 
atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada na medida 
em que são indispensáveis à administração da Justiça [art. 133 da CF/88]. É entidade cuja 
finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de 
relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. A Ordem dos Advogados do 
Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como 
congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada 
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. Embora decorra 
de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é 
compatível com a entidade, que é autônoma e independente”. 
Portanto, a OAB pode ser definida como pessoa jurídica sui generis por prestar serviço 
público independente e ser dotada de personalidade jurídica e forma federativa, com 
finalidades específicas, como a defesa da Constituição Federal, da ordem jurídica do Estado 
democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, e pugnar pela aplicação 
plena da legislação, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura 
e das instituições jurídicas, além de promover, com exclusividade, a representação, a 
defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. 
A OAB, por possuir personalidade jurídica própria, é um órgão autônomo e não mantém 
com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. 
O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Pelo fato da OAB prestar um serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a 
seus bens, rendas e serviços 
Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas. 
É o Conselho Seccional da OAB que fixa o valor e modo de pagamento das anuidades dos 
seus inscritos. As multas são decorrentes das sanções disciplinares, em que existam 
circunstâncias agravantes, e os preços de serviços são daqueles prestados pela OAB 
àqueles que os utilizam (ex.: certidões, cursos, cópias, taxa para o Exame de Ordem etc.). 
O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do 
pagamento obrigatório da contribuição sindical. 
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GOSDA: O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício 
gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de 
disponibilidade e aposentadoria. (art. 48 do EOAB) 
 
 - Gratuito 
 - Obrigatório 
GOSDA; - Serviço Público Relevante 
- Disponibilidade 
 - Aposentadoria 
 
2 - Da Estrutura da OAB 
O artigo 45 do Estatuto da OAB, trouxe em seu quatro incisos, quais seriam os Órgãos da 
OAB: 
I – o Conselho Federal 
II – os Conselhos Seccionais 
III - as Subseções 
IV – as Caixas de Assistência dos Advogados. 
Obs: O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) não é órgão da OAB, e sim um órgão auxiliar do 
Conselho Seccional no julgamento de processos disciplinares e para orientação e consulta 
dos inscritos. (Observação trazida por Marco Antonio Silva de Macedo Júnior e Celso 
Coccaro) 
2.1 - Conselho Federal 
É dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, é o órgão 
supremo (máximo) da OAB, representando o último grau recursal. 
O Conselho Federal é composto: 
� dos conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade federativa. 
Cada delegação é formada por 3 conselheiros federais; 
� dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios, que tem 
direito apenas a voz nas sessões. 
O presidente do Conselho Federal exerce a representação nacional e internacional da OAB, 
competindo-lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e 
passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a administração patrimonial e dar 
execução às suas decisões. O presidente do Conselho Federal, nas deliberações do 
Conselho, tem apenas o voto de qualidade. 
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Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões do Conselho Federal, tem lugar 
reservado junto à delegação respectiva e direito somente a voz. 
O voto é dado por delegação e não individualmente. Em caso de divergência entre os 
membros da delegação, prevalece o voto da maioria e, se estiverem presentes apenas dois 
membros da delegação e houver divergência, o voto é invalidado. 
O presidente exerce apenas o voto unipessoal de qualidade, porque não faz parte de 
qualquer delegação. Ele é o presidente nacional da OAB, desligando-se de sua origem 
federativa. Os demais diretores (vice-presidente, secretário-geral adjunto e tesoureiro) 
votam com suas delegações. 
Quem participa das sessões no Conselho Federal? 
1. Presidente do Conselho Federal (com direito a voto de qualidade) 
2. Conselheiros Federais (com direito a voz e voto). 
3. Ex-Presidentes (tem direito a VOZ, salvo aqueles contidos no art. 81 do EOAB e 
art. 62 § 1º do RG, que também possui direito a voto); 
4. Presidente dos Conselhos Seccionais. (com direito a VOZ) 
5. Presidente do Instituto Nacional dos Advogados Brasileiros (IAB)( com direito a VOZ) 
6. Advogados condecorados com a medalha Rui Barbosa.( com direito a VOZ) (Ver 
Arts. 63 e 152 do Regulamento Geral) (A “Medalha Rui Barbosa” é a comenda 
máxima conferida pelo Conselho Federal às grandes personalidades da advocacia 
brasileira. A Medalha só pode ser concedida uma vez, no prazo do mandato do 
Conselho, e será entregue ao homenageado em sessão solene.) 
 
O Conselho Federal tem competências exclusivas, estrutura e funcionamento descritos nos 
arts. 51 a 55 do Estatuto da OAB e nos arts. 62 a 104 do Regulamento Geral. 
O Regulamento Geral da OAB fixou a estrutura do Conselho Federal mediante os seguintes 
órgãos: 
� Conselho Pleno; 
� Órgão Especial; 
� Primeira, Segunda e Terceira Câmaras; 
� Diretoria 
� Presidente 
A diretoria do Conselho Federal é composta de 1 presidente, de 1 vice-presidente, de 1 
secretário-geral, de 1 secretário-geral adjunto e de 1 tesoureiro. 
O Presidente é substituído em suas faltas, licenças e impedimentos pelo Vice-Presidente, 
pelo Secretário-Geral, pelo Secretário-Geral Adjunto e pelo Tesoureiro, sucessivamente. O 
Vice-Presidente, o Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e o Tesoureiro substituem-
se nessa ordem, em suas faltas e impedimentos ocasionais, sendo o último substituído pelo 
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Conselheiro Federal mais antigo e, havendo coincidênciade mandatos, pelo de inscrição 
mais antiga. 
A diretoria é composta por: 
1. Presidente (1) (não precisa ser conselheiro federal eleito e possui voto de qualidade) 
2. Vice- Presidente (2) 
3. Secretário Geral (3) todos votam normalmente, pois são conselheiros. 
4. Secretario Geral Adjunto (4) 
5. Tesoureiro (5) 
 
� Conselho Pleno: presidido pelo Presidente do Conselho Federal (1) e integrado por 
todos conselheiros federais eleitos e pelos ex-presidentes (o presidente não vota, 
salvo no caso de empate, chamado voto de qualidade) 
 
� Órgão Especial do Conselho Pleno: composto por um conselheiro federal 
integrante de cada delegação e pelos ex-presidentes, sendo presidido pelo Vice-
Presidente (2) da OAB (O presidente do Órgão Especial, além de votar por sua 
delegação, tem voto de qualidade, no caso de empate) 
 
� 1ª Câmara: presidido pelo Secretário Geral (3) e composto por um conselheiro 
federal integrante de cada delegação. 
Competência recursal (art. 88 do RG); atividade de advocacia, direitos e prerrogativas 
dos advogados e estagiários, inscrição nos quadros da OAB, incompatibilidades e 
impedimentos) 
 
� 2ª Câmara: presidido pelo Secretário Geral Adjunto (4) e composto por um 
conselheiro federal integrante de cada delegação. 
Competência recursal (art. 89 do RG): 
 
 - Sanções 
 - Infrações 
SIDE - Deveres 
- Ética 
 
� 3ª Câmara: presidido pelo Tesoureiro (5) e composto por um conselheiro federal 
integrante de cada delegação. 
Competência recursal (art. 90 do RG); estrutura, órgãos, Processo Eleitoral, Sociedade de 
Advogados, Advogado Associado e Advogado Empregado. 
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Importantes competências do Conselho Federal: 
� dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; 
� representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos 
advogados; 
� representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos 
internacionais da advocacia; 
� editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os 
Provimentos que julgar necessários; 
� intervir nos Conselhos Seccionais, com prévia aprovação de 2/3 das delegações, 
quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral; 
� julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais que 
não tenham sido unânimes ou, quando unânimes, contrariarem o Estatuto da OAB, 
ou Código de Ética e Disciplina, ou Regulamento Geral, ou Provimento em vigor ou 
houver divergência de decisão entre Conselhos Seccionais na análise de casos 
análogos; 
� homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos 
Seccionais; 
� elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos 
nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que 
estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do 
próprio Conselho ou de outro órgão da OAB; 
� ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, 
ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais 
ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei; 
� colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos 
pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou 
credenciamento desses cursos; 
� participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em 
todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual; 
� resolver os casos omissos neste estatuto. 
2.2 - Conselho Seccional 
Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, tem jurisdição sobre 
os respectivos territórios dos Estados-membros e Distrito Federal. 
É o primeiro grau recursal, com competências exclusivas, estrutura e funcionamento 
descritos nos arts. 56 a 59, do Estatuto da OAB, e nos arts. 105 a 114, do Regulamento 
Geral. 
O Conselho Seccional é composto: 
� dos conselheiros seccionais, em número proporcional ao de seus inscritos. O art. 
106 do Regulamento Geral da OAB adotou os seguintes critérios: abaixo de 3 mil 
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inscritos, até 24 conselheiros; a partir de 3 mil inscritos, mais um membro por grupo 
completo de 3 mil inscritos, até o total de 60 conselheiros; 
� dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios. Os ex-
presidentes tem direito apenas a voz nas sessões. 
A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às da 
diretoria do Conselho Federal. 
Importantes competências do Conselho Seccional: 
� criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados; a criação não depende 
mais do referendo do Conselho Federal; 
� julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua 
diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da 
Caixa de Assistência dos Advogados; 
� fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual; 
Obs.: prevalecerá a tabela do Conselho Seccional do local onde os serviços do advogado 
sejam prestados e não a do Conselho Seccional da inscrição originária do advogado; 
� realizar o Exame de Ordem; 
Obs.: cada Conselho Seccional mantém uma Comissão de Estágio e Exame de Ordem, 
competindo-lhe organizá-la conforme prevê o Regulamento Geral da OAB. A Comissão 
indica os integrantes das bancas examinadoras que são designadas pelo presidente do 
Conselho Seccional. 
� decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários; 
� fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas; 
� participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos 
previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território; 
� determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício 
profissional; 
� definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher 
seus membros; 
� eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos 
tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do 
Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de 
qualquer órgão da OAB; 
Obs.: o Conselho Seccional elegerá a lista sêxtupla na forma do Provimento do Conselho 
Federal. 
� intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados, mediante voto de 
2/3 de seus membros, quando constatar grave violação ao Estatuto da OAB ou ao 
regimento Interno da Seccional. 
 
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2.3 - Subseção 
A subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus 
limites de competência e autonomia. 
A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte do município, 
inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de 15 advogados, nela 
profissionalmente domiciliados. 
A criação de Subseção depende, além da observância dos requisitos estabelecidos no 
Regimento Interno do Conselho Seccional, de estudo preliminar de viabilidade realizado por 
comissão especial designada pelo Presidente do Conselho Seccional, incluindo o número 
de advogados efetivamente residentes na base territorial, a existência de comarca judiciária, 
o levantamento e a perspectiva do mercado de trabalho, o custo de instalação e de 
manutenção. 
A Subseção é parte autônoma do Conselho Seccional, com jurisdição sobre determinado 
espaço territorial daquele, e não é dotada de personalidade jurídicaprópria ou de 
independência, mas atua com autonomia no âmbito de sua competência. 
A Subseção é administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equivalentes 
às da diretoria do Conselho Seccional. 
Havendo mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um 
conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional. 
Tem competências exclusivas, estrutura e funcionamento descritos nos arts. 59 e 60 do 
Estatuto da OAB e nos arts. 115 a 120 do Regulamento Geral. 
Compete à Subseção, no âmbito de seu território: 
� representar a OAB perante os poderes constituídos; 
� ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e 
atribuições do Conselho Seccional, e ainda instaurar e instruir processos 
disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e receber pedido 
de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer 
prévio, para decisão do Conselho Seccional; 
Por fim, vale destacar que os conflitos de competência entre subseções e entre estas e o 
Conselho Seccional são por este decididos, com recurso voluntário ao Conselho Federal 
2.4 - Caixa de Assistência dos Advogados 
A Caixa de Assistência dos Advogados, dotada de personalidade jurídica própria, são 
criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos 
inscritos e destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se 
vincule. A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. 
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A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu 
estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, que detém competência de registro, 
dispensado o registro civil das pessoas jurídicas. 
Tem competência, estrutura e funcionamento previstos no art. 62 do Estatuto da OAB e nos 
arts. 121 a 127 do Regulamento Geral. 
A assistência aos inscritos na OAB é definida no estatuto da Caixa e está condicionada à: 
� I - regularidade do pagamento, pelo inscrito, da anuidade à OAB; 
� II - carência de um ano, após o deferimento da inscrição; 
� III - disponibilidade de recursos da Caixa. 
O estatuto da Caixa pode prever a dispensa dos requisitos de que cuidam os incisos I e II, 
em casos especiais. 
A diretoria da Caixa é composta por cinco membros, composição idêntica à do Conselho 
Seccional. 
Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, 
considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. 
A Caixa detém patrimônio próprio, porque é dotada de personalidade jurídica distinta, 
embora sob fiscalização e controle permanentes do Conselho Seccional respectivo. Em 
caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho 
Seccional respectivo. 
2.5. Tribunal de Ética e Disciplina 
Importante frisar que o Tribunal de Ética não é um órgão da OAB, vez que o art. 45 do 
EAOAB foi taxativo ao apresentar em seu rol somente: Conselho Federal, Conselho 
Seccional, Subseção e Caixa de Assistência. 
O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar e aconselhar sobre ética 
profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares. 
Compete também ao Tribunal de Ética e Disciplina: 
� instaurar, de ofício, processo competente sobre ato ou matéria que 
considere passível de configurar, em tese, infração a princípio ou 
norma de ética profissional; 
� organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e 
discussões a respeito de ética profissional, inclusive junto aos Cursos 
Jurídicos, visando à formação da consciência dos futuros profissionais 
para os problemas fundamentais da Ética; 
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� expedir provisões ou resoluções sobre o modo de proceder em casos 
previstos nos regulamentos e costumes do foro; 
� mediar e conciliar nas questões que envolvam: 
a) dúvidas e pendências entre advogados; 
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante 
substabelecimento, ou decorrente de sucumbência; 
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de 
advogado 
3 - Da Atividade de Advocacia 
São atividades privativas da advocacia: 
� a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos Juizados Especiais; 
� as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
O princípio basilar da postulação exclusiva do advogado em juízo, seja qual for o órgão do 
Poder Judiciário, encontra respaldo na garantia constitucional prevista no art. 133 da Carta 
Magna, que assim impõe: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo 
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. 
Entretanto, merece observação o inciso I do art. 1º do EAOAB, já que o texto original 
continha a expressão qualquer, que foi declarada inconstitucional no julgamento final da ADI 
1.127-8. 
Um dos exemplos que se aplica como exceção no art. 1º, I, é a desnecessidade da 
assistência do advogado às partes na Justiça do Trabalho. A Consolidação das Leis do 
Trabalho, em seu art. 791, prevê a possibilidade da capacidade postulatória direta de 
empregados e empregadores: “Os empregados e os empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o 
final”. 
Já nos Juizados Especiais Cíveis Estaduais ficou consolidado pela Lei 9099/1995, art. 9º, 
que nas causas com valores superiores a 20 (vinte) salários mínimos, a assistência por 
parte de advogado é obrigatória, inclusive em segundo grau recursal, independente do valor 
da causa. Portanto, nas causas com valores inferiores, a assistência se mostra facultativa, 
representando, neste aspecto, uma clara exceção legal ao texto do art. 1º, I, do EAOAB. 
Mais uma exceção legal ao art. 1º, I, do EAOAB, foi trazida pelo texto da Lei 5478/1968 – 
Lei de Alimentos – que permitiu em seu art. 2º que o credor de alimentos possa, 
pessoalmente ou por intermédio de advogado, propor a ação de alimentos. 
Ademais, além das hipóteses legais de exceção da atividade privativa de advogado, a 
própria lei indica que para a impetração de habeas corpus é dispensável a presença do 
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advogado, podendo a própria parte impetrar o remédio constitucional. Atenção: cuidado com 
a leitura da assertiva durante a prova, pois o examinador pretendendo ludibriar o candidato 
costuma afirmar que para a impetração do remédio constitucional Mandado de Segurança é 
também dispensável o acompanhamento por advogado, tornando a alternativa incorreta. 
OBS: Lembre-se da Súmula Vinculante nº 5 do STF: “a falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição.” 
OBS 2: A postulação perante juiz de paz precisa ser feita por meio de Advogado? O juiz de 
paz possui poderes apenas para celebração e realização de casamento, não possuindo 
poderes jurisdicionais, logo, não constitui atividade privativa da advocacia. 
OBS 3: Lei 11.441/07: No caso de Inventário, partilhas, separações e divórcio no âmbito 
extrajudicial deve constar do ato notarial o nome, número de identidade e assinatura do 
profissional. 
OBS 4: Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só 
podem ser admitidos o registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. 
EXCEÇÃO: empresas individuais, microempresas e as empresas de pequeno porte não 
precisam dessa obrigatoriedade, nos termos do art. 6º, parágrafo único, da Lei nº 9.841-99. 
Por fim, lembre-se de que o simplesbacharel em direito, mesmo já tendo se formado na 
Graduação, não pode nem ao menos praticar atos de consultoria ou assessoria, uma vez 
que tal atitude configurará exercício legal da profissão. 
3.1 – Exercício da atividade de advocacia 
O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são 
privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo 
das sanções civis, penais e administrativas. 
São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - 
suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. 
Advocacia Pública: Os integrantes da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e 
das Procuradorias e Consultoria Jurídicas Federais (AGU), dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional estão sujeitos ao 
regime do EAOAB, no tange aos direitos, prerrogativas e deveres, além de seus regimes próprios. 
� A aprovação no respectivo concurso público para os cargos da Advocacia Pública não exime 
a aprovação em Exame de Ordem nem isenta do pagamento da anuidade. São elegíveis e 
podem integrar qualquer órgão da OAB. 
O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma 
do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste. Isoladamente, o 
estagiário inscrito na OAB poderá praticar os atos autorizados pelo art. 29 do RGEAOAB, sempre sob 
a responsabilidade do advogado, que são: a) retirar e devolver autos em cartório, assinando a 
respectiva carga; b) obter junto aos escrivães e chefes de secretaria certidões de peças ou autos de 
processos em curso ou findos; c) assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou 
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administrativos; d) exercícios de atividades extrajudiciais, desde que tenha sido autorizado ou 
substabelecido pelo advogado; 
3.2 – Mandato Judicial 
O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. A prova do mandato, em 
cumprimento ao art. 5º do EAOAB, se faz pelo instrumento do mandato, que é a procuração. Neste 
instrumento deverão estar registrados o nome e a qualificação do outorgante, nome e qualificação do 
outorgado, os poderes outorgados, a data e assinatura do outorgante. 
O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo 
de quinze dias, prorrogável por igual período. O EAOAB prevê exceção, em caso de urgência, 
concedendo o prazo de 15 (quinze) dias para que o advogado apresente nos autos o instrumento de 
mandato, a iniciar-se do primeiro dia útil seguinte ao do ato da representação. Permite ainda a 
prorrogação por igual prazo, desde que requerida e deferida. 
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer 
juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. 
A conclusão ou desistência da causa, com ou sem a extinção do mandato, obriga o advogado à 
devolução de bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato, e à pormenorizada 
prestação de contas, não excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer momento. 
Concluída a causa ou arquivado o processo, presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato. 
O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio 
conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e 
inadiáveis. 
A renúncia ao patrocínio implica omissão do motivo e a continuidade da responsabilidade profissional 
do advogado ou escritório de advocacia, durante o prazo estabelecido em lei, ou seja, durante os dez 
dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do 
término desse prazo; não exclui, todavia, a responsabilidade pelos danos causados dolosa ou 
culposamente aos clientes ou a terceiros. 
A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas 
honorárias contratadas, bem como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja 
devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em face do 
serviço efetivamente prestado. 
O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, desde que permaneça a 
confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa. 
O advogado deve abster-se de patrocinar causa contrária à ética, à moral ou à validade de ato 
jurídico em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta; da mesma forma, deve 
declinar seu impedimento ético quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe houver 
revelado segredos ou obtido seu parecer. 
Substabelecimento com reservas de poderes, continua com poderes. 
Substabelecimento sem reservas de poderes, acaba com todos os poderes outorgados pela 
procuração. ( Caso de renúncia) 
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O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa. 
O substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o prévio e inequívoco 
conhecimento do cliente. 
O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o 
substabelecente. 
O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção 
daquele que lhe conferiu o substabelecimento. 
4 – DOS DIREITOS DO ADVOGADO 
Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério 
Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. 
São direitos do advogado: 
 I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; 
Obs.: lembre-se que a inscrição principal credencia o advogado ao exercício irrestrito da atividade da advocacia na área 
territorial do Conselho Seccional onde se efetivou. Quando o advogado exercer atividade profissional fora da sede principal, 
em outro Estado, com habitualidade (acima de 5 causas por ano), deverá requerer junto ao Conselho Seccional competente a 
inscrição suplementar. Por intervenção judicial se entende o exercício profissional em medida judicial, excetuando-se, portanto, 
a defesa em processos administrativos, inquéritos policiais, autos de prisão em flagrante, cumprimento de cartas precatórias, 
impetração de habeas corpus e a colocação de visto em atos constitutivos de pessoas jurídicas (art. 1º, parágrafo 2º, do 
EAOAB). 
 II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de 
trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao 
exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008) 
Obs.: Não se esqueça das exceções previstas nos parágrafos sexto e sétimo do mesmo artigo: 
§ 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária 
competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, 
expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante 
da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes 
do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. 
(Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) 
§ 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejamsendo 
formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da 
inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) 
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando 
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis; 
Obs.: a incomunicabilidade do preso não se aplica ao seu advogado, com ou sem procuração outorgada. O descumprimento 
dessa regra pela autoridade policial ou judicial pode resultar em crime de abuso de autoridade/poder. 
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao 
exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, 
a comunicação expressa à seccional da OAB; 
Obs.: lembre-se do parágrafo 2º e 3º: 
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§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação 
de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, 
pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8) 
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, 
observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
- Quando o advogado for preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da advocacia, é obrigatória a presença de um 
representante da OAB para a lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de nulidade do mesmo. Nos demais casos, 
que não envolvam a prisão em flagrante, basta a comunicação expressa ao Conselho Seccional da OAB, para que o 
Presidente deste Conselho, nos moldes do art. 16 do RGEAOAB, atue na defesa do advogado como assistente, se entender 
conveniente. Vale o registro de que mesmo quando não houver nexo de causalidade entre a prisão e o exercício profissional, o 
advogado continua tendo o direito de que o fato seja comunicado à OAB, sem, contudo, constituir seu direito a presença de um 
representante do órgão de classe, e, ainda, a ausência da comunicação não constituirá irregularidade ou nulidade processual. 
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado 
Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em 
prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8) 
Obs.: Quando preso provisoriamente (prisão temporária, prisão preventiva, prisão em flagrante, prisão após sentença 
condenatória recorrível e prisão em razão de sentença de pronúncia), o advogado tem direito de ser recolhido em sala de 
Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e na sua falta, ficará em prisão domiciliar, até a conclusão final do 
processo penal. Lembre-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 1127-8, declarou inconstitucional a 
expressão “assim reconhecidas pela OAB”. 
VI - ingressar livremente: 
 a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte 
reservada aos magistrados; 
 b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, 
serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de 
expediente e independentemente da presença de seus titulares; 
 c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço 
público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício 
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se 
ache presente qualquer servidor ou empregado; 
 d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu 
cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes 
especiais; 
 VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso 
anterior, independentemente de licença; 
 VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, 
independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a 
ordem de chegada; 
Obs.: Em razão de não existir hierarquia ou subordinação entre magistrados e advogados, o advogado poderá adentrar nos 
gabinetes e salas de audiências designados aos magistrados, sem horário marcado. Devem-se ser respeitadas as regras de 
ética e educação, valendo-se o advogado do mínimo de bom-senso necessário para exigir a aplicação do EAOAB. 
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 IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de 
julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de 
quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; (O STF, na ADIN 1.127-8, declarou 
inconstitucional este inciso.) 
 X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção 
sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou 
afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que 
lhe forem feitas; 
 XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou 
autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; 
 XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da 
Administração Pública ou do Poder Legislativo; 
 XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da 
Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem 
procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, 
podendo tomar apontamentos; 
Obs.: a exceção a este direito ocorre quando os autos estejam em segredo de justiça, por força de determinação legal ou 
judicial (art. 7º, parágrafo 1º, 1,2 e 3 do EAOAB). 
 XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos; 
Obs.: o referido direito foi assegurado também pelo Supremo Tribunal Federal em diversos julgados, tendo se cristalizado na 
Súmula Vinculante n. 14, a requerimento do Conselho Federal da OAB, que preconiza: “É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. É bom salientar que, com o 
surgimento da súmula vinculante, uma dúvida restou quanto à medida judicial que visa á eficácia do direito preservado. Não se 
discute obviamente que, se a autoridade policial negar a franquia sumulada pelo Supremo Tribunal Federal ao defensor 
(público ou privado), é caso de Reclamação, prevista no art. 102, l, da CR/88. Entretanto, o que pode causar discussão é o fato 
de a súmula vinculante não tratar, especificamente, da exigência de mandato judicial, ou ainda, ter restado silente sobre a 
possibilidade de extração de cópias dos autos do inquérito ou do flagrante. Nesse sentido, entende-se que, se a negativa da 
autoridade envolver os direitos específicos previstos no inciso XIV do art. 7º do Estatuto da Advocacia (verificação do inquérito 
ou do flagrante sem necessidade de mandato judicial, negativa do direito de extração de cópias etc.), não haverá espaço para 
a reclamação constitucional, que teria competência originária no Supremo Tribunal Federal, e sim para o mandado de 
segurança contra o ato da autoridade coatora, que deverá serimpetrado perante o juízo de primeiro grau (no caso de o direito 
ter sido negado pelo delegado de polícia), sem prejuízo de se apurar eventual prática de abuso de autoridade. 
 XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em 
cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; 
Obs.: é direito do advogado ter vista de qualquer processo em cartório, exceto os que estejam protegidos pelo segredo de 
justiça e os que tenham documentos de difícil restauração (art. 7º, parágrafo 1º, itens 1 e 2 do EAOAB). Já para a vista dos 
autos fora do cartório, faz-se necessário a apresentação do instrumento de mandato. 
 XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez 
dias; 
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 XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou 
em razão dela; 
Obs.: o desagravo é um procedimento formal que tem o objetivo de registrar o repúdio da 
classe de advogados e da própria OAB sobre uma ofensa proferida por qualquer autoridade 
contra advogado no exercício da profissão. O desagravo independerá da pretensão ou 
concordância do advogado ofendido, podendo ser promovido de ofício pelo Conselho 
Seccional. 
 XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; 
 XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva 
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo 
quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo 
profissional; 
 XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após 
trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade 
que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. 
Obs.: designada a audiência e passados trinta minutos do horário, sem que o magistrado que presidiria a audiência esteja 
presente, o advogado poderá retirar-se do local onde aguardava o pregão e comunicar, na mesma data, por petição 
protocolizada em juízo, de forma a comprovar o tempo que tolerou a espera, que esteve presente aguardando o ato judicial, e 
que este não se realizara em razão da ausência ou do atraso do magistrado, requerendo a designação de nova data, se for o 
caso. 
 § 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 
 1) aos processos sob regime de segredo de justiça; 
 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer 
circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou 
repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, 
mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 
 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os 
respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. 
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato 
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, 
sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 
1.127-8) 
 § 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, 
em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
 § 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, 
tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com 
uso e controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8) 
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 § 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de 
órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo 
da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator. 
 § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a 
autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II 
do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico 
e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer 
hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do 
advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações 
sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) 
 § 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado 
averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela 
prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 
2008) 
5 - DA INSCRIÇÃO 
5.1. Do advogado 
O art. 8° do EAOAB trouxe em sete incisos os requisitos necessários para inscrição como 
advogado: 
 I - capacidade civil; 
 II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente 
autorizada e credenciada; 
 III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 
 IV - aprovação em Exame de Ordem; 
 V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
 VI - idoneidade moral; 
 VII - prestar compromisso perante o conselho. 
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. 
 § 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do 
título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos 
demais requisitos previstos neste artigo. 
Obs.: Lembre-se da exceção prevista no art. 1º, do Provimento n. 129/2008. 
 § 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão 
que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em 
procedimento que observe os termos do processo disciplinar. 
 § 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime 
infamante, salvo reabilitação judicial. 
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Obs.: O EAOAB prevê a figura do crime infamante, contudo, não apresenta conceito sobre tal delito. Crime infamante é aquele 
contrário à honra, à dignidade e a boa-fama de quem pratica, podendo inclusive, gerar desprestígio e desonra para toda a 
classe da advocacia. O conceito é propositadamente aberto, a fim de que o Conselho Seccional, quando da análise de cada 
caso em concreto, possa apurar a extensão do crime praticado pelo advogado, bem como a repercussão desta prática 
criminosa. 
5.2. Do estagiário 
Já o art. 9º, do EAOAB, trouxe os requisitos necessários para inscrição como estagiário: 
 I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º; 
 II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. 
 § 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos 
do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos 
da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo 
obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. 
 § 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu 
curso jurídico. 
 § 3º O aluno de cursojurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode 
freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de 
aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. 
 § 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever 
na Ordem. 
Obs.: lembre-se do art. 29 do Regulamento Geral que traz os atos que o estagiário pode praticar 
isoladamente: 
I- Retirar e devolver autos em cartório, assinando o livro carga; 
II- Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças de autos 
em cursos findos; 
III- Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou 
administrativos. 
 
§ 2°: Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer 
isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. 
5.3. Do Domicílio Profissional, Inscrição Suplementar e Transferência 
A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende 
estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. Já a inscrição do estagiário é 
feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico. 
Considera-se domicílio profissional do advogado a sede principal da atividade de sua advocacia, 
prevalecendo, na dúvida, o domicílio de sua pessoa física. 
Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em 
cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a 
intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano. 
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No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado 
requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente. 
5.4. Do Cancelamento e Licença 
Terá a inscrição cancelada o advogado que: 
� assim o requerer; 
� sofrer penalidade de exclusão; 
� falecer; 
� passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; 
� perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. 
Obs.: Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, de 
ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa; na hipótese de 
novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer 
prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º; na hipótese do inciso II deste artigo, o novo 
pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação. 
Licencia-se o profissional que: 
� assim o requerer, por motivo justificado; 
� passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da 
advocacia; 
� sofrer doença mental considerada curável. 
 
CANCELAMENTO LICENÇA 
Igual MORTE = perde-se o nº da OAB, 
após o cancelamento, logo, o inscrito 
receberá um novo nº de inscrição na 
OAB, na hipótese de novo pedido de 
inscrição, não sendo necessário 
submeter-se novamente ao exame de 
ordem. 
Licença Maternidade = não perderá o nº 
de inscrição na OAB após a licença, logo, 
retornará com o mesmo nº, não sendo 
necessário submeter-se novamente ao 
exame de ordem. 
Requerimento dispensa motivação Requerer com motivo justificável 
Art. 11 do EOAB Art. 12 do EOAB 
Atividade Incompatível Definitiva Atividade incompatível temporária 
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Doença Mental Incurável Doença Mental Curável 
 
 
5.5. Do documento de identificação profissional 
O documento de identidade profissional, na forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório 
no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para 
todos os fins legais. 
 
6. DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de serviço de advocacia, na forma 
disciplinada no EAOAB e no regulamento geral. 
� A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus 
atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 
� Aplica-se à sociedade de advogados o Código de Ética e Disciplina, no que couber. 
� As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade 
de que façam parte. 
� Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filial na 
mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. 
� O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado junto 
ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados à inscrição suplementar. 
� Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo 
clientes de interesses opostos. 
� A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável 
pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal 
possibilidade no ato constitutivo. 
� O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter 
temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição. 
� Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos 
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade 
disciplinar em que possa incorrer. 
� Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as sociedades de advogados que 
apresentem forma ou características mercantis, que adotem denominação de fantasia, que 
realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio não inscrito como advogado ou 
totalmente proibido de advogar. 
� É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas 
comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. 
7. ADVOGADO EMPREGADO 
� Independência: a relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção 
técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. O advogado 
empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos 
empregadores, fora da relação de emprego. 
� Salário Mínimo: o salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença 
normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
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� Jornada de trabalho: a jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da 
profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas 
semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. 
Considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do 
empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, 
sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. 
� Horas-Extras: as horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por 
um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo 
contrato escrito. 
� Adicional Noturno: as horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco 
horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e 
cinco por cento. 
� Honorários de Sucumbência: nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este 
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Os 
honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de 
advogadossão partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo. 
8. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito: 
� aos honorários convencionados; 
� aos fixados por arbitramento judicial; 
� aos de sucumbência. 
Observações importantes: 
� Honorários de advogado dativo: o advogado, quando indicado para patrocinar causa de 
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da 
prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada 
pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado. 
� Honorários fixados por arbitramento judicial: na falta de estipulação ou de acordo, os 
honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho 
e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela 
organizada pelo Conselho Seccional da OAB. 
� Momento de pagamento dos honorários: salvo estipulação em contrário, um terço dos 
honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o 
restante no final. 
� Pagamento de precatórios e honorários advocatícios: se o advogado fizer juntar aos autos o 
seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o 
juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser 
recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou. Os honorários incluídos na 
condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito 
autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando 
necessário, seja expedido em seu favor. 
� Honorários como títulos executivos: a decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o 
contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na 
falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. A 
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execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha 
atuado o advogado, se assim lhe convier. Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil 
do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são 
recebidos por seus sucessores ou representantes legais. É nula qualquer disposição, 
cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao 
recebimento dos honorários de sucumbência. O acordo feito pelo cliente do advogado e a 
parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os 
convencionados, quer os concedidos por sentença. 
� Prescrição dos honorários: prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de 
advogado, contado o prazo: I) do vencimento do contrato, se houver; II) do trânsito em 
julgado da decisão que os fixar; III) da ultimação do serviço extrajudicial; IV) da desistência 
ou transação; 
� Inovação legislativa: Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas 
pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 
34, XXI). (Incluído pela Lei nº 11.902, de 2009) 
� Cobrança por advogado substabelecido: o advogado substabelecido, com reserva de 
poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o 
substabelecimento. 
� Elementos para fixação dos honorários: I - a relevância, o vulto, a complexidade e a 
dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo necessários; III - 
a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou 
de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a 
condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço 
profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a 
cliente avulso, habitual ou permanente; VI - o lugar da prestação dos 
serviços, fora ou não do domicílio do advogado; VII - a competência e o 
renome do profissional; VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos. 
� Quota litis: na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem 
ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos de 
honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens 
advindas em favor do constituinte ou do cliente. 
� A participação do advogado em bens particulares de cliente, 
comprovadamente sem condições pecuniárias, só é tolerada em caráter 
excepcional, e desde que contratada por escrito. 
9. DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento, a proibição parcial do exercício da 
advocacia. Dessa forma, nas hipóteses de incompatibilidade definitiva o advogado deverá requerer o 
cancelamento da OAB e nas hipóteses de incompatibilidade temporária deverá solicitar a licença. Já 
nas situações de impedimento, o advogado não precisará solicitar nem o cancelamento nem a 
licença. 
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9.1. Das Incompatibilidades 
A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: 
� chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; 
� membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de 
contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os 
que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração 
pública direta e indireta; (Vide ADIN 1127-8) 
� ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou 
indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço 
público; 
� ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; 
� ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de 
qualquer natureza; 
� militares de qualquer natureza, na ativa; 
� ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou 
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; 
� ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. 
Obs.: a incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo 
temporariamente. 
9.2. Dos Impedimentos 
São impedidos de exercer a advocacia: 
� os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que 
os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora, com exceção dos docentes 
dos cursos jurídicos. 
� os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas 
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações 
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço 
público. 
INCOMPATIBILIDADE (art. 28 do EOAB) IMPEDIMENTO (art. 30 do EOAB) 
Proibição total Proibição Parcial 
Incompatibilidade; pode ser; 
Temporária, tendo o inscrito de requerer a 
Licença, e 
Definitiva, tendo o inscrito de requerer o 
cancelamento. 
Não requer a Licença nem o 
Cancelamento 
 
10. DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 
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O art. 35 do EAOAB trouxe em seus quatro incisos em que consistem as sanções disciplinares: 
I. Censura 
II. Suspensão Sanções aplicáveis de forma isolada; 
III. Exclusão 
IV. Multa Sanção aplicável, somente de forma cumulativa, com a censuraou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes; 
Obs.: as sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da 
decisão. 
10.1. Censura 
A censura é aplicável nos casos de: 
� infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; 
� violação a preceito do Código de Ética e Disciplina; 
� violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais 
grave. 
Lembre-se que para a sanção de censura não pode ser objeto de publicidade e que ela poderá ser 
convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando 
presente circunstância atenuante. 
OBS: Art. 59 do Código de Ética e Disciplina da OAB: Considerada a natureza da infração ética cometida, o Tribunal pode 
suspender temporariamente a aplicação das penas de advertência e censura impostas, desde que o infrator primário, dentro 
do prazo de 120 dias, passe a freqüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio, seminário ou atividade equivalente, 
sobre Ética Profissional do Advogado, realizado por entidade de notória idoneidade. 
10.2. Suspensão 
A suspensão é aplicável nos casos de: 
� infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34; 
� reincidência em infração disciplinar. 
Observações importantes: 
- A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, 
pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de individualização previstos neste 
capítulo. 
- Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que satisfaça 
integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. 
- Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas provas de 
habilitação. 
Lembre-se que manter conduta incompatível com a advocacia (art. 34, XXV) está caracterizada pela 
sigla JED, da seguinte forma: 
J = jogo (prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei) 
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E = escândalo (incontinência pública e escandalosa) 
D = drogas (embriaguez ou toxicomania habituais) 
10.3. Exclusão 
A exclusão é aplicável nos casos de: 
� aplicação, por três vezes, de suspensão; 
� infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. 
Atenção: para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável 
de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. 
Não se esqueça as condutas que excluem estão caracterizadas pela sigla PRO-CRI-MI: PRO (fazer 
falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB) CRI (praticar crime infamante) e MI 
(tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia). 
PRO = Prova falsa 
CRI = Crime infamante 
MI = Moralmente inidôneo 
 
10.4. Multa 
A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu 
décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias 
agravantes. 
Atenção: não é possível a aplicação da sanção de multa isoladamente, vez que a multa somente será 
aplicada cumulativamente com a Censura ou Suspensão. 
10.5. Atenuantes 
Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes 
circunstâncias, entre outras: 
� falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; 
� ausência de punição disciplinar anterior; 
� exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB; 
� prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. 
10.6. Reabilitação 
É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu 
cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. Entretanto, quando 
a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da 
correspondente reabilitação criminal. 
Portanto, o advogado punido poderá requerer sua reabilitação, cancelando-se os efeitos secundários 
da punição, ou seu apontamento nos prontuários. 
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10.7. Exercício do Mandato 
Fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forem aplicadas as sanções disciplinares 
de suspensão ou exclusão. 
10.8. Prescrição 
A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da 
constatação oficial do fato. Aplica-se também a prescrição a todo processo disciplinar paralisado 
por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a 
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela 
paralisação. 
A prescrição interrompe-se: 
� pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao 
representado; 
� pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB. 
 
11. DO PROCESSO DISCIPLINAR 
Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da 
legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do procedimento 
administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem. 
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou 
pessoa interessada, que não pode ser anônima. 
Obs.: quando o representante é Advogado, o processo disciplinar muda e passa a seguir o procedimento disciplinado no 
Provimento n. 83/96.1 
Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, quando esta 
dispuser de Conselho, designa relator um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. 
 
1
 Provimento No. 83/96 
 Dispõe sobre processos éticos de representação por advogado contra advogado. 
Art. 1º. Os processos de representação, de advogado contra advogado, envolvendo questões de ética profissional, serão encaminhados pelo 
Conselho Seccional diretamente ao Tribunal de Ética e Disciplina, que: 
I - notificará o representado para apresentar defesa prévia; 
II - buscará conciliar os litigantes; 
III - acaso não requerida a produção de provas, ou se fundamentadamente considerada esta 
desnecessária pelo Tribunal, procederá ao julgamento uma vez não atingida a conciliação. 
Art. 2º. Verificando o Tribunal de Ética e Disciplina a necessidade de instrução probatória, 
encaminhará o processo ao Conselho Seccional, para os fins dos artigos 51 e 52 do Código de 
Ética e Disciplina. 
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A representação poderá ser liminarmente arquivada, por insuficiência insanável na exposição dos 
fatos, cabal ausência de infração, qualidade de não inscrito do representado, representação anônima, 
e outras situações que induzem à sua inépcia e impossibilidade de aproveitamento. 
Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados para 
esclarecimentos, ou do representado para a defesa prévia, em qualquer caso no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
Se o representado não for encontrado ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve 
designar-lhe defensor dativo. 
Oferecidos a defesa prévia, que deve estar acompanhada de todos os documentos, e o rol de 
testemunhas, até o máximo de cinco, é proferido o despacho saneador e, ressalvada a hipótese do 2º 
do artigo 73 do Estatuto2, designada a audiência para oitiva do interessado e do representado e das 
testemunhas, devendo o interessado, o representado ou seu defensor incumbir-se do 
comparecimento de suas testemunhas, na data e hora marcadas. 
O relator pode determinar a realizaçãode diligências que julgar convenientes. 
Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de 15 (quinze) dias para a apresentação de 
razões finais pelo interessado e pelo representado, após a juntada da última intimação. 
Extinto o prazo das razões finais, o relator profere parecer preliminar, a ser submetido ao Tribunal de 
Ética e Disciplina. 
O Presidente do Tribunal, após o recebimento do processo devidamente instruído, designa relator 
para proferir o voto. 
O processo é inserido automaticamente na pauta da primeira sessão de julgamento, após o prazo de 
20 (vinte) dias de seu recebimento pelo Tribunal, salvo se o relator determinar diligências. 
O representado é intimado pela Secretaria do Tribunal para a defesa oral na sessão, com 15 (quinze) 
dias de antecedência. 
A defesa oral é produzida na sessão de julgamento perante o Tribunal, após o voto do relator, no 
prazo de 15 (quinze) minutos, pelo representado ou por seu advogado. 
Da decisão do Tribunal de Ética caberá recurso. 
Lembre-se ainda que: 
� O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas 
informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente 
� O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho 
Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida 
perante o Conselho Federal. 
 
2
 Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do 
Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento. 
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� Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os 
processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho.3 
� A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção, 
deve ser comunicado às autoridades competentes. 
 
 Conselho Seccional PUNE 
 
 Tribunal de Ética JULGA 
 
 
11.1. Recursos 
Os recursos tem duplo efeito: suspensivo e devolutivo, mas pelo EAOAB, todos os recursos tem 
efeito suspensivo, exceto quando se tratar de: 
� eleições; 
� suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina; 
� cancelamento da inscrição obtida com falsa prova 
Os recursos são inominados e serão dirigidos ao órgão julgador superior competente, embora 
interpostos perante a autoridade ou órgão que proferiu a decisão recorrida, com exceção dos 
embargos de declaração. 
Proferida decisão pelo Tribunal de Ética e Disciplina, poderá a parte prejudicada contra ela interpor 
embargos de declaração, no prazo comum de 15 dias, quando houver omissão, dúvida ou 
contradição. Os embargos de declaração são dirigidos ao relator da decisão recorrida, que também 
exercerá o juízo de admissibilidade, podendo negar seguimento, fundamentadamente, se os tiver por 
manifestamente protelatórios, intempestivos ou carentes dos pressupostos legais para interposição. 
Admitindo os embargos de declaração, o relator os colocará em mesa para julgamento, 
independentemente de inclusão em pauta ou publicação, na primeira sessão seguinte, salvo 
justificado impedimento. 
É cabível recurso ao Conselho Seccional. O único pressuposto de admissibilidade é a observação do 
prazo de 15 dias. Lembre-se que a forma é livre, ou seja, não há preparo, nem condições adicionais. 
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões definitivas, proferidas por seu presidente, 
por sua Diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina ou pela Diretoria da Subseção ou da Caixa de 
Assistência dos Advogados. 
Os recursos ao Conselho Seccional contra decisões do Tribunal de Ética e Disciplina regem-se pelo 
Estatuto da OAB, pelo Regulamento Geral da OAB e pelo Regimento Interno do Conselho Seccional. 
 
3
 Lembre-se do PC e TJ: quem Pune é o Conselho Seccional quem Julga é o TED. 
P C 
T J 
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O recurso será julgado por uma das câmaras do Conselho Seccional. 
Contra a decisão então resultante, poderão ser interpostos novos recursos: embargos de declaração 
e recurso dirigido ao Conselho Federal. Assim, cabe recurso ao Conselho Federal de todas as 
decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional. 
Tais recursos tem condições restritas de admissibilidade, que deverão ser preliminarmente 
conhecidas e dirimidas pelo órgão competente para julgar o recurso: 
a) são cabíveis sempre que a decisão do Conselho Seccional não for unânime. 
b) caso a decisão seja unânime, é cabível recurso se tiver ela contrariado o Estatuto, o 
Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e os provimentos do Conselho Federal, 
bem como as decisões desse último ou dos Conselhos Seccionais. 
Além das partes, o presidente do Conselho Seccional possui legitimidade para interpor o aludido 
recurso, nos termos do art. 76, parágrafo único, do Estatuto. 
A decisão proferida pelo Conselho Federal, em última instância, é irrecorrível, contra ela cabendo 
apenas embargos de declaração. 
Porém, caberá exclusivamente ao presidente do Conselho Federal embargá-la, caso não-unânime, 
nos termos do art. 55, parágrafo 3º, do Estatuto4. 
11.2. Prazos 
Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos 
em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos, contados do primeiro 
dia útil seguinte, seja da publicação da decisão na imprensa oficial, seja da data do recebimento da 
notificação, anotada pela Secretaria do órgão da OAB ou pelo agente dos Correios. 
Portanto, nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o prazo se 
conta a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento e nos casos de publicação na 
imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte. 
Atenção: 
� O recurso poderá ser interposto via fac-simile ou similar, devendo o original ser entregue até 
10 (dez) dias da data da interposição. 
� Durante o período de recesso do Conselho da OAB que proferiu a decisão recorrida, os 
prazos são suspensos, reiniciando-se no primeiro dia útil após o seu término. 
 
13. SUSPENSÃO PREVENTIVA 
O parágrafo 3º, do art. 70, do EAOAB, trata da suspensão preventiva que é uma modalidade de pena 
cautelar que deve ser aplicada quando a conduta do advogado gera repercussão prejudicial à 
dignidade da advocacia. 
 
4
 Nas deliberações do Conselho Federal, os membros da diretoria votam como membros de suas delegações, cabendo ao 
Presidente, apenas, o voto de qualidade e o direito de embargar a decisão, se esta não for unânime. 
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Além de sua aparente gravidade, os efeitos são potencialmente perniciosos e gerais; podem afetar a 
dignidade da própria advocacia, não se limitando à imagem do infrator. 
Alguns fatos que redundaram na aplicação desta punição se tornaram notórios: envolvimento de 
advogados com entidades do crime organizado, fraudes financeiras, comportamento desregrado e 
vários outros. 
A suspensão preventiva será julgada em processo sumário, representado por uma única sessão, na 
qual será apresentada a defesa e proferida a decisão. 
Neste caso, o processo disciplinar

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