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Agricultura Internacional e o Meio Ambiente - Livro-Texto - Unidade I

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Autores: Prof. Rogério Carlos Traballi
 Prof. Fernando Gorni Neto
Agricultura Internacional e 
o Meio Ambiente
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Professores conteudistas: Rogério Carlos Traballi/Fernando Gorni Neto
Rogério Carlos Traballi
Doutor em Agronomia pela Unesp/FCA (2008), mestre em Engenharia de Produção (2003), pós‑graduado lato 
sensu em Sistemas de Informação (2000) e Gramática da Língua Inglesa (2002) e graduado em Administração de 
Empresas pela Universidade Mackenzie (1990).
Atua como coordenador‑geral do curso de Agronegócio da Universidade Paulista (UNIP), professor da UNIP e 
professor convidado em cursos de pós‑graduação.
Possui trabalhos publicados em amostragem de solo, engenharia de produção e aplicações com os softwares 
estatísticos e mercado financeiro.
Fernando Gorni Neto
Graduado e pós‑graduado em Marketing pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e pós‑graduado em 
Agronegócios pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Formação em Educação a Distância pela Universidade 
Paulista (UNIP).
Foi professor de Transportes Internacionais na Exportacian Assessoria em Comércio Exterior.
Leciona no curso de graduação em Administração de Empresas na UNIP em disciplinas como Gestão de Suprimentos 
e Logística, Elaboração e Análise de Projetos, dentre outras, e no curso de pós‑graduação lato sensu MBA em Logística 
Empresarial e Supply Chain em matérias como Comércio Internacional e Marketing Internacional.
Acumula mais de trinta anos de experiência em comércio internacional nas áreas de desembaraço aduaneiro 
de importação e exportação, tráfego marítimo internacional de granéis tramp, tráfego marítimo de navios liners, 
distribuição de produtos por via rodoviária, ferroviária e marítima de cabotagem e em Business Intelligence Center.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T758a Traballi, Rogério Carlos.
Agricultura internacional e o meio ambiente. / Rogério Carlos 
Traballi, Fernando Gorni Neto. – São Paulo: Editora Sol, 2016.
256 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑054/16, ISSN 1517‑9230.
1. Agricultura internacional. 2. Meio ambiente. 3. 
Desenvolvimento Sustentável. I. Gorni Neto, Fernando. II. Título.
CDU 631
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Juliana Mendes
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Sumário
Agricultura Internacional e o Meio Ambiente
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 O CAMPO DE ESTUDO DA AGRICULTURA E DO MEIO AMBIENTE ............................................... 11
1.1 O segmento antes da porteira ........................................................................................................ 21
1.1.1 Sementes e mudas ................................................................................................................................. 21
1.1.2 Fertilizantes ............................................................................................................................................... 22
1.1.3 Máquinas e implementos agrícolas ................................................................................................. 23
1.1.4 Agrotóxicos................................................................................................................................................ 25
1.1.5 Rações ......................................................................................................................................................... 30
1.1.6 Vacinas e tratamentos sanitários ..................................................................................................... 31
1.2 O segmento dentro da porteira ...................................................................................................... 35
1.2.1 Terra .............................................................................................................................................................. 35
1.2.2 Mão de obra .............................................................................................................................................. 36
1.2.3 Administração .......................................................................................................................................... 39
1.2.4 Produção .................................................................................................................................................... 40
1.2.5 Lavouras permanentes .......................................................................................................................... 55
1.2.6 Lavouras temporárias ............................................................................................................................ 57
1.3 O segmento depois da porteira ...................................................................................................... 61
1.3.1 Processadores (ou a indústria em si) .............................................................................................. 61
1.3.2 Distribuidores ........................................................................................................................................... 73
1.3.3 Armazéns‑gerais (Ceasa/Ceagesp) ................................................................................................... 75
1.3.4 Atacadistas ................................................................................................................................................ 77
1.3.5 Supermercados e pequenos comerciantes ................................................................................... 78
1.3.6 Exportações ............................................................................................................................................... 80
1.3.7 Transporte .................................................................................................................................................. 80
1.3.8 Atividades primárias da Logística .................................................................................................... 82
1.3.9 Atividades de apoio à Logística .........................................................................................................82
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA E TEÓRICA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................ 83
2.1 O primeiro choque do petróleo: 1973 ......................................................................................... 87
2.2 O segundo choque do petróleo: 1979‑80 .................................................................................. 87
2.3 Crise e desastres ambientais ............................................................................................................ 88
2.4 O Brasil e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) ........................................ 90
2.5 Teorias econômicas aplicadas ao meio ambiente ................................................................... 94
2.5.1 Financiamento da agricultura no Brasil ......................................................................................100
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Unidade II
3 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS DE POLÍTICA AMBIENTAL ............................................................103
3.1 Padrões de emissão e certificados negociáveis ......................................................................103
3.2 Política ambiental no Brasil e no mundo, ontem e hoje ....................................................104
3.2.1 Breve história da educação ambiental global ........................................................................... 110
3.3 Padrões de emissão ...........................................................................................................................115
3.3.1 O licenciamento ambiental ...............................................................................................................115
3.3.2 Fontes de poluição atmosférica ......................................................................................................118
3.3.3 Fontes agrossilvopastoris ................................................................................................................... 118
3.4 Meio ambiente e desenvolvimento .............................................................................................122
4 CERTIFICADOS NEGOCIÁVEIS ...................................................................................................................123
4.1 Mercado de crédito de carbono ...................................................................................................127
Unidade III
5 MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO: ALGUMAS REFLEXÕES ...............................................135
5.1 Comércio internacional e meio ambiente ................................................................................135
5.1.1 Soja ............................................................................................................................................................ 136
5.1.2 Arroz .......................................................................................................................................................... 138
5.1.3 Trigo ........................................................................................................................................................... 139
5.1.4 Cana‑de‑açúcar .................................................................................................................................... 140
5.1.5 Feijão ..........................................................................................................................................................141
5.1.6 Milho ......................................................................................................................................................... 142
5.1.7 Cevada ...................................................................................................................................................... 143
5.1.8 Carne bovina .......................................................................................................................................... 144
5.1.9 Carne suína............................................................................................................................................. 145
5.1.10 Carne de frango e aves ................................................................................................................... 146
5.2 Agroindústrias .....................................................................................................................................147
6 COMÉRCIO INTERNACIONAL ....................................................................................................................150
6.1 Impactos comerciais e políticas ambientais ............................................................................150
6.1.1 Impactos ambientais do comércio internacional ................................................................... 150
6.1.2 Impactos comerciais da regulação ambiental ......................................................................... 152
6.1.3 Políticas ambientais, comércio e competitividade no setor agrícola ............................. 154
6.1.4 Seleção da política ambiental e seus instrumentos .............................................................. 155
6.1.5 Política ambiental, comércio e bem‑estar ................................................................................. 155
6.1.6 Políticas ambientais e seus efeitos à competitividade ......................................................... 157
6.2 O setor agroexportador brasileiro e suas interfaces com o meio ambiente ..............159
6.3 Os agrotóxicos .....................................................................................................................................162
6.3.1 Impactos ambientais .......................................................................................................................... 164
6.4 Comércio internacional: leis e diretrizes ...................................................................................166
6.4.1 Organização Mundial do Comércio (OMC) ................................................................................ 167
6.4.2 Blocos econômicos .............................................................................................................................. 168
6.5 A estrutura brasileira para o comércio exterior .....................................................................170
6.5.1 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) ........................170
6.5.2 Câmara de Comércio Exterior (Camex) ........................................................................................170
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6.5.3 Secretaria de Comércio Exterior (Secex) .....................................................................................171
6.5.4 Secretaria de Desenvolvimento da Produção (SDP) .............................................................. 172
6.5.5 Secretaria de Inovação (SIN) ........................................................................................................... 173
6.5.6 Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) ............................ 173
6.5.7 Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) ............................................................... 173
6.5.8 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .............................. 173
6.5.9 Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) ..................... 174
6.5.10 Ministério da Fazenda (MF) ........................................................................................................... 174
6.5.11 Banco Central do Brasil (Bacen) ..................................................................................................176
6.5.12 Banco do Brasil (BB) ......................................................................................................................... 176
6.5.13 Ministério das Relações Exteriores (MRE) ............................................................................... 177
6.5.14 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) .............................................. 177
6.5.15 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) ............................................. 178
6.5.16 Apex‑Brasil............................................................................................................................................ 178
6.5.17 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ................................................................ 179
6.6 Gestores, anuentes e autoridades em comércio exterior ...................................................179
6.6.1 Órgãos gestores .................................................................................................................................... 179
6.6.2 Órgãos anuentes .................................................................................................................................. 180
6.7 Autoridades na área de transportes ...........................................................................................185
6.7.1 Ministério dos Transportes ............................................................................................................... 185
6.7.2 Autoridades de transportes aquaviários .................................................................................... 185
6.7.3 Autoridades portuárias ...................................................................................................................... 188
6.7.4 Alfândega ................................................................................................................................................ 190
6.7.5 Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmo) ................................................................................. 190
6.7.6 Operadores portuários ........................................................................................................................191
6.7.7 Navios e containers ........................................................................................................................... 193
6.7.8 Autoridades nos transportes terrestres ...................................................................................... 195
6.7.9 Transporte dutoviário ......................................................................................................................... 196
6.7.10 Transporte ferroviário ...................................................................................................................... 196
6.7.11 Transporte multimodal de cargas ............................................................................................... 197
6.7.12 Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República .................................................. 197
6.7.13 Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) .............................................................................. 197
6.7.14 Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) ....................................... 198
6.8 Barreiras ao comércio internacional ..........................................................................................198
6.8.1 Barreiras técnicas ................................................................................................................................. 199
6.8.2 Barreiras comerciais tarifárias ........................................................................................................ 200
6.8.3 Barreiras comerciais não tarifárias ................................................................................................202
Unidade IV
7 SEGURANÇA ALIMENTAR...........................................................................................................................207
7.1 Boas práticas de fabricação (BPF) ................................................................................................207
7.2 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) ................................................209
7.2.1 Implantação do sistema APPCC ......................................................................................................212
8 GESTÃO AMBIENTAL: PRODUTOS VERDES, RECICLAGEM .............................................................214
8.1 Produto verde ......................................................................................................................................216
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8.1.1 Organismos geneticamente modificados ...................................................................................218
8.1.2 As competências da CTNBio ............................................................................................................ 220
8.1.3 Alimentos orgânicos ........................................................................................................................... 223
8.2 Reciclagem ............................................................................................................................................225
8.3 Inovação, meio ambiente e competitividade ..........................................................................230
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APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem por objetivo capacitar o aluno a compreender a agricultura mundial e sua relação 
com o meio ambiente, os conhecimentos necessários sobre as operações de logística internacional no 
agronegócio, tanto a partir do Brasil, ou seja, suas exportações, quanto as importações, as entradas de 
produtos do agronegócio no Brasil, entendendo como funciona o comércio exterior. Também buscaremos 
apresentar a estratégia de operações e oferecer elementos para a compreensão dos conceitos essenciais, 
princípios, técnicas e processos dos modelos modernos de gestão, envolvendo a compreensão da relação 
entre agricultura, meio ambiente e desenvolvimento do agronegócio mundial, assim como conhecer as 
ações de preservação mundial do meio ambiente.
Para que uma empresa possa progredir no agronegócio, deve ter uma preparação intensa, assim 
como desenvolver habilidades que lhe permitam sobreviver no ambiente competitivo e avaliar níveis de 
concorrência para definição de estratégias de comercialização de seus produtos ou serviços.
Ao adquirir os conhecimentos sobre as operações do agronegócio mundial quanto a conceitos 
comuns em outros países e conhecer a característica dos modais de transporte, o aluno estará capacitado 
a gerenciar operações logísticas no agronegócio, tanto na exportação quanto na importação.
Apresentaremos, assim, as abordagens do mercado internacional do agronegócio e as políticas 
comerciais estratégicas, as relações econômicas internacionais do Brasil e a sua evolução recente e, 
finalmente, os sistemas de transportes envolvidos no mercado internacional e sua evolução.
Esta disciplina tem como objetivo principal levar ao conhecimento da classe acadêmica, de forma 
objetiva, os aspectos que cercam a agricultura internacional e o meio ambiente, discutindo as questões 
ligadas ao desenvolvimento econômico do País, com enfoque na agricultura, abordando aspectos 
econômicos, sociais e políticos desse processo.
Cabe à disciplina fornecer elementos para que você tenha conhecimento, forme habilidades para 
entender o mercado internacional do agronegócio e saiba agir, analisar, fazer julgamentos profissionais.
Inicialmente, iremos estudar o campo da agricultura e domeio ambiente, assim como os principais 
conceitos econômicos e a produção de diversos tipos de produtos do agronegócio mundial, comparando 
as produções existentes. Com essa base conceitual, iremos estudar os instrumentos econômicos de 
política ambiental, o comércio internacional e o meio ambiente e, finalmente, inovação, meio ambiente 
e competitividade, com seus impactos sociais e econômicos.
Bom estudo!
INTRODUÇÃO
Agricultura, palavra que vem do latim, cujo prefixo agro tem origem no verbete latino agru, significa 
terra cultivada ou cultivável. A palavra agricultura vem do latim agricultura, composta por ager (campo, 
território) e cultura (cultivo), no sentido estrito de cultivo do solo.
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O campo de estudo das Ciências Agrícolas é bastante antigo, tanto quanto o cultivo do solo pelo 
homem, e seu objetivo é desenvolver, por meio de pesquisas, técnicas que melhoram a produtividade, 
como a seleção de variedades resistentes, o desenvolvimento de agrotóxicos e o melhor modo de usá‑los, 
o manejo de irrigação e o controle das características do solo, entre outras, que estão fortemente 
relacionadas com o local onde serão aplicadas, visando muitas vezes à modificação do meio para 
alcançar os resultados esperados.
A Agronomia é definida como um campo de estudo multidisciplinar que reúne princípios aplicados 
de diversas ciências das áreas de exatas, naturais, econômicas e sociais para atender a variados objetivos 
de melhorias da agricultura, como o aumento de produtividade e, mais recentemente, o manejo 
sustentado, além de outros objetivos. Devido a essa variedade de objetivos, a agronomia costuma ser 
dividida em ramos como agricultura, pecuária, silvicultura, piscicultura etc.
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento 
de que os recursos naturais são finitos. Essa forma de desenvolvimento socioeconômico pressupõe a 
utilização de formas mais racionais de exploração da natureza.
A noção de desenvolvimento sustentável inclui todos os aspectos que estão embutidos no conceito 
de desenvolvimento econômico, mas carrega consigo maior preocupação com o homem e com a 
manutenção de sua qualidade de vida. O Brundtland Report aborda o desenvolvimento sustentável 
da seguinte maneira: “A humanidade tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável para 
garantir que ele atenda a necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações 
futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (WORLD COMMISSION ON ENVIRONMENT AND 
DEVELOPMENT, 1987, tradução nossa).
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas 
Nações Unidas em 1983, e foi usada pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, para discutir 
e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. 
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de 
que os recursos naturais são finitos.
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
Unidade I
1 O CAMPO DE ESTUDO DA AGRICULTURA E DO MEIO AMBIENTE
Na prática, a Agronomia é a ciência que estuda solo, planta, clima e interação desses fatores 
para ter mais eficiência em produção e produtividade, com o menor custo possível, respeitando 
as leis naturais e de preservação ambiental, pois sem preservar os recursos eles não durarão por 
muito tempo.
Figura 1 – Agricultura
Alvin Toffler, autor do livro A Terceira Onda (2007), denominou de primeira onda a sociedade 
que, em seu princípio era predominantemente nômade. Depois, há aproximadamente 10 mil anos, 
com a prática agrícola, o homem destacou‑se dos outros animais pela sua relação com a natureza, 
selecionando algumas espécies pelo seu valor alimentício ou pela sua utilidade como fonte de 
matéria‑prima.
Essa mudança no ecossistema não acarretou desequilíbrio ambiental, uma vez que, acredita‑se, 
eram utilizadas práticas como as rotações de cultura, que asseguravam a manutenção de 
diversificadas áreas agrícolas, havendo mescla entre florestas e matas, embora as práticas fossem 
extremamente rudimentares e apresentassem baixa produtividade. Nessa primeira onda, o que 
“produzia” a riqueza era a terra.
Mais tarde, ocorreu o que Toffler (2007) chamou de segunda onda, simbolizada pela Revolução 
Industrial, a partir do século XVIII. Iniciou‑se uma nova era dessa relação entre o homem e a natureza. 
A industrialização transformou as relações sociais, e houve um grande desenvolvimento de inovações. 
Nesse período, surgiram o motor a vapor; o semeador mecânico; o tear manual e o mecânico; as 
locomotivas, com a ampliação da fabricação de aço em larga escala; o motor a explosão, impulsionado 
por combustão a gasolina; e o telefone.
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Unidade I
Com isso, houve um aumento da intervenção humana no meio ambiente, gerando danos que não 
foram suficientes para afetar a sobrevivência de modo perceptível, retardando qualquer preocupação 
com práticas mais sustentáveis. Por essa razão, são necessárias não apenas medidas que visem poupar 
recursos naturais, amplamente utilizados desde aquela época, mas também uma mudança nos 
padrões de consumo da população, pois o ato de comprar diretamente relacionado à necessidade ou à 
sobrevivência foi altamente incentivado.
Depois veio a terceira onda, que começou por volta da década de 1950, nos Estados Unidos, 
representando um mundo novo baseado na informação e no conhecimento. É a fase calcada no setor 
dos serviços, na informática, por meio dos computadores, das telecomunicações, da robótica, dos 
microprocessadores, fazendo que o homem se adapte a uma nova realidade.
Quanto ao desenvolvimento sustentável, é fundamental e necessária a introdução de duas ideias. A 
primeira é como se o desenvolvimento sustentável estivesse no topo de uma pirâmide evolutiva, tendo 
logo abaixo o desenvolvimento econômico e, na base da pirâmide, o crescimento econômico.
Desenvolvimento 
sustentável
Desenvolvimento 
econômico
Crescimento econômico
Figura 2 – Pirâmide evolutiva do crescimento econômico
A segunda é que se coloca, muitas vezes, o crescimento econômico como o aumento contínuo 
do Produto Interno Bruto (PIB) global e per capita, ao longo do tempo. Essa abordagem exclui a 
distribuição de renda e a preservação ambiental. Não existe, assim, uma melhoria prática sensível 
na vida da maioria das pessoas. Crescimento econômico é o aumento da capacidade produtiva da 
economia (produção de bens e serviços), definido basicamente pelo índice de crescimento anual do PIB 
per capita, pelo crescimento da força de trabalho, pela receita nacional poupada e investida e pelo grau 
de aperfeiçoamento tecnológico.
 Observação
O PIB representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços 
produzidos numa determinada região, durante um período determinado. 
Constitui um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia.
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
Apenas como informação complementar, segue gráfico com os principais países do mundo em 
ordem de PIB, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI, 2015):
Estados 
Unidos China Japão Alemanha
Reino 
Unido França Índia Brasil Itália Rússia
US$ 18.124.731 11.211.928 4.210.363 3.413.483 2.853.357 2.469.530 2.308.018 1.903.934 1.842.835 1.175.996
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Figura 3 – PIB mundial: principais países
Ao mesmo tempo que os recursos naturais vão se esgotando, a população mundial não para de crescer. 
Até 2050, nas estimativas mais otimistas, 9,5 bilhões de pessoas estarão neste planeta. Nas estimativas 
mais pessimistas, poderemos atingir 10,3 bilhões de pessoas, a consumir tudo o que se produz.
A Teoria Populacional Malthusiana foi desenvolvida pelo britânico Thomas Malthus, economista, 
estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais. Malthus dizia que a população crescia em 
progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética.
Pelo gráfico a seguir, de acordo com dados da ONU ([s.d.]a), podemos verificar a evolução ocorrida 
desde o ano 1.
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2050; 9.550.945
2020; 7.716.749
Figura 4 – Evolução da população mundial: 1 d.C. a 2050 d.C. (em milhões)
Observe o crescimento populacional humano em bilhões de habitantes a partir de 1860 até os dias de hoje:
• 1 a 2 bilhões de pessoas entre 1850 e 1925 (75 anos).
• 2 a 3 bilhões de pessoas entre 1925 e 1962 (37 anos).
• 3 a 4 bilhões de pessoas entre 1962 e 1975 (13 anos).
• 4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 e 1985 (10 anos).
• 5 a 6 bilhões de pessoas entre 1985 e 1994 (9 anos).
• 6 a 7 bilhões de pessoas entre 1994 e 2011 (17 anos).
Forma‑se o conceito de desenvolvimento econômico, que pode ser definido como: “além das 
mudanças de caráter quantitativo dos níveis do produto nacional, as modificações que alteram a 
composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia”. Caracteriza‑se 
pelo aumento sustentável da produtividade ou da renda por habitante, acompanhado por sistemático 
processo de acumulação de capital e incorporação de progresso técnico. É o crescimento econômico 
(aumento do PIB per capita), acompanhado pela melhoria da qualidade de vida da população e por 
alterações profundas na estrutura econômica.
Então, crescimento econômico e desenvolvimento econômico são duas situações distintas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
A sustentabilidade envolve desenvolvimento econômico, social e respeito ao 
equilíbrio e às limitações dos recursos naturais. De acordo com o relatório 
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da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela 
ONU em 1983, o desenvolvimento sustentável visa “ao atendimento das 
necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações 
futuras atenderem às próprias necessidades”.
A mudança de paradigmas estabelece um novo cenário para o processo de 
desenvolvimento das atividades agrícolas, florestais e pecuárias. É, portanto, 
a partir da observação da realidade local, que o Ministério da Agricultura 
desenvolve e estimula as boas práticas agropecuárias privilegiando os 
aspectos sociais, econômicos, culturais, bióticos e ambientais. Nesse caso, 
estão incluídos sistemas de produção integrada, de plantio direto, agricultura 
orgânica, integração lavoura‑pecuária‑floresta plantada, conservação do 
solo e recuperação de áreas degradadas (BRASIL, [s.d.]f).
Mas não são apenas a agricultura e a pecuária que degradam o meio ambiente. Devemos ter a noção 
de que o produto agrícola não é vendido na porta das fazendas: é entregue nas mãos do consumidor, 
depois de passar por muitos intermediários. Nessa transição entre a produção e o consumo, temos de 
entender o conceito de agronegócio.
Esse conceito foi desenvolvido por John Davis e Ray Goldberg, pesquisadores da Universidade de 
Harvard. Nasceu com a expressão agribusiness, nos EUA, em 1955.
O agronegócio pode ser conceituado como
[...] a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos 
agrícolas; as operações de produção nas unidades agrícolas; e o 
armazenamento, processamento e distribuição de produtos agrícolas e itens 
produzidos a partir deles (DAVIS; GOLDBERG, 1957).
Assim, cabe o conceito de cadeia produtiva, que é definida como
[...] uma sequência de operações interdependentes que têm por objetivo 
produzir, modificar e distribuir um produto. Ações correlatas às da cadeia 
do produto, tais como pesquisa, serviços financeiros, serviços de transporte 
e de informação, são também importantes para o estudo (ZYLBERSZTAJN; 
FARINA; SANTOS, 1993).
Podemos considerar a cadeia produtiva como um conjunto de fases sucessivas pelas quais os 
insumos passam e vão sendo transformados e transferidos, desde a exploração da matéria‑prima, em 
seu meio ambiente natural, até o seu retorno à natureza, passando pelos processos produtivos, consumo, 
reciclagem, reúso, desmanche ou eliminação de resíduos.
Entendendo a cadeia produtiva do agronegócio, o antes da porteira diz respeito à aquisição 
de sementes, fertilizantes, agroquímicos, tratores e máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação, 
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embalagens etc.; depois temos o dentro da porteira, representado pela produção propriamente 
dita (café, soja, milho, arroz, feijão, hortifrutigranjeiros, florestas plantadas, pecuária, entre outras) e 
finalmente o depois da porteira, que incluí beneficiamento dos produtos do agronegócio, transporte, 
armazenamento, processamento ou industrialização, comercialização e consumo.
Ao se analisar a cadeia produtiva, é muito importante buscar uma estratégia de posicionamento. 
Esta tem por objetivo a busca de qualquer diferença na atuação na cadeia de valor que resulte em 
maior participação na distribuição do valor adicionado pela cadeia de valor. A organização, por meio 
da estratégia de posicionamento, muda sua relação com as demais empresas do negócio. Pertence ao 
escopo da estratégia de posicionamento tudo aquilo que, dentro do mesmo negócio, afete oponentes 
ou concorrentes.
• Concorrente é toda e qualquer empresa que dispute o mesmo consumidor ou o mesmo segmento 
de mercado numa cadeia de fornecimento.
• Oponente é toda empresa que opere na mesma cadeia de fornecimento, não disputando, porém, 
o mesmo consumidor.
O que se deve entender, também, é que grande parte dos produtos do agronegócio é considerada 
commodity (termo inglês que significa mercadoria), produzida em larga escala e comercializada em 
nível mundial.
Commodities são bens fungíveis, ou seja, são produtos iguais, que possuem a capacidade de ser 
substituíveis, sem uma exclusividade que os impeça de ser repostos por algo da mesma espécie, que 
podem ser trocados, independentemente de quem os produza, empresa ou país. O termo é usado 
normalmente para descrever produtos de baixo valor agregado, mas não significa sem importância. 
No mercado financeiro, o termo se refere às transações de matéria‑prima, ou financeiras, de muita 
importância para a economia internacional.
Hoje temos quatro tipos de commodities:
• Commodities agrícolas: soja, suco de laranja congelado, cacau, trigo, algodão, borracha, café etc.
• Commodities minerais: minério de ferro, alumínio, petróleo e seus derivados, ouro, níquel, prata, 
cobre, estanho, zinco etc.
• Commodities financeiras: títulos públicos degovernos federais, moedas negociadas em vários 
mercados etc. Envolvem também índices financeiros, taxa de juros, letras financeiras, que são 
títulos emitidos por instituições financeiras, cédulas de crédito imobiliário etc.
• Commodities ambientais: produtos que são providos dos recursos naturais que estão 
sendo explorados em condições nas quais a sustentabilidade seja observada, para que 
não estejam um dia em falta para o perfeito funcionamento da agricultura ou mesmo 
da indústria. São sete as matrizes que geram as commodities ambientais: água, madeira, 
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minério, energia, biodiversidade, reciclagem e controle da emissão dos poluentes, conhecido 
como créditos de carbono.
Commodities são negociadas no mercado físico, para exportação ou mercado interno, e nos mercados 
derivativos das Bolsas de Valores e contratos futuros, por isso seus valores são negociados em nível 
global – por exemplo, pelas bolsas:
• Chicago Board of Trade (CBOT).
• Chicago Mercantile Exchange (CME).
• Euronext.liffe (LIFFE).
• London Metal Exchange (LME).
• New York Mercantile Exchange (NYMEX).
• National Commodity & Derivatives Exchange Limited (NCDELX).
• Multi Commodity Exchange (MCX).
No Brasil, a principal e única Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros em operação no Brasil, a 
BM&FBovespa, criada em maio de 2008 com a integração da BM&F (Bolsa de Derivativos) e da Bovespa 
(Bolsa de Ações), é a instituição brasileira de intermediação para operações no mercado de capitais. A 
companhia desenvolve, implanta e provê sistemas para negociação de ações, derivativos de ações, derivativos 
financeiros, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, moedas à vista e commodities agropecuárias.
Segundo definição do Banco Central do Brasil,
As bolsas de mercadorias e futuros são associações privadas civis, com objetivo 
de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das 
operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem 
desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e 
transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de 
efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de 
commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem 
como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja 
incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. 
Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas 
pela Comissão de Valores Mobiliários (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s.d.]).
Se por um lado o país – e as empresas – se beneficiam do comércio dessas mercadorias por meio das 
Bolsas de Mercadorias, pois podem encontrar um comprador em qualquer lugar do mundo, por outro, 
torna o país dependente dos preços estabelecidos internacionalmente nessas Bolsas.
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Quando se constata uma alta demanda internacional por determinado produto, os preços sobem, as 
empresas produtoras ou vendedoras lucram muito e o país recebe mais divisas no comércio internacional. 
Já num quadro de recessão, as commodities se desvalorizam, prejudicando os lucros das empresas e, 
por consequência, o valor de suas ações negociadas em Bolsa de Valores, e o país recebe menos divisas 
pelos produtos exportados.
Entretanto, o atual modelo de desenvolvimento e, sobretudo, o padrão agrícola adotado desde a 
chamada Revolução Verde têm contribuído para um cenário de degradação ambiental. A agricultura, 
que em última instância é a intervenção humana para a obtenção de alimentos e de outros produtos de 
interesse humano, tornou‑se sinônimo de destruição e de poluição.
A Revolução Verde fundamentava‑se na melhoria do desempenho dos índices de produtividade 
agrícola, por meio da substituição de produção local ou tradicional (conhecidos também como agricultura 
familiar) por um conjunto de práticas tecnológicas com variedades vegetais geneticamente melhoradas 
e mais exigentes em fertilizantes químicos de alta solubilidade, agrotóxicos com maior poder, irrigação 
e motomecanização.
Vivemos um tempo em que é fundamental repensar a agricultura, transformando‑a de atividade 
“degradadora” do meio ambiente em atividade promotora do desenvolvimento sustentável.
Para isso, é preciso desconstruir uma série de conceitos e noções que subsidiam as políticas públicas 
para a agricultura mundial, incrementada pelo modelo de crescimento econômico sustentado pelas 
desigualdades regionais, que acabou por instalar, em grande parte do planeta, uma crise social.
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento 
de que os recursos naturais são finitos, ou seja, extinguem‑se. O planeta é único, não podemos 
multiplicá‑lo para a produção de nenhuma matéria‑prima ou para a acomodação da população.
Quando determinado minério acaba em uma mina, não há como obtê‑lo do mesmo local. É necessário 
buscar o mesmo minério em outras fontes. Mesmo que se encontre uma nova mina, ela também um 
dia vai se esgotar. Se a extração de minérios continuar como está, a humanidade certamente verá uma 
ameaça para a sua prosperidade, pois alguns minérios possuem, com base em reservas existentes hoje, 
data para se esgotar. Dentre eles, podemos citar o petróleo, o ouro, o estanho e o níquel. As previsões 
são de que não ultrapassarão o ano de 2050.
No agronegócio, temos o mesmo problema. Não podemos e não devemos ampliar as fronteiras de 
produção indefinidamente, pois ao buscarmos novas áreas de plantio ou de pastagens, derrubamos 
florestas ou destruímos a biodiversidade de determinado local. Apenas 12% das terras do planeta 
são cultiváveis.
O cerrado brasileiro, a savana mais rica do mundo, com 5% da biodiversidade do planeta, segundo 
dados de 2012, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), está seriamente ameaçado por já ter perdido 
quase metade de sua cobertura vegetal original, e já foi desmatado um total de 975,7 mil quilômetros 
quadrados, quase metade da área total do bioma. A degradação da vegetação remanescente ameaça a 
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qualidade dos recursos hídricos, e 132 espécies da flora estão ameaçadas de extinção. Mato Grosso é o 
estado que mais desmatou, somando quase 359 mil quilômetros quadrados, e o município campeão em 
desmatamento é Formosa do Rio Preto, na Bahia, com 16.186 quilômetros quadrados (BRASIL, 2012b).
As principais transformações ocorridas na agricultura mundial tiveram início com a Revolução 
Verde, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, e seguram a partir do início da década de 
1990, marcada pela globalização econômica e pela constituição de grandes empresas, agroindústrias e 
varejistas. Mas qual é a sustentabilidade de um projeto com base em monoculturas e que faz uso, em 
grande escala, de fertilizantes, agrotóxicos e insumos de alto custo, além dos danos ao meio ambiente 
decorrentes do avanço das fronteiras agrícolas?
A Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu, em seu período de sessões de 1990, o Comitê 
Intergovernamental de Negociação para a Convenção‑Quadro sobre Mudança do Clima (CIN/CQMC), 
ao qual encomendou a redação de uma convenção‑quadro. Os representantes de mais de 150 países se 
encontraram durante cinco reuniões celebradas entre fevereiro de 1991 e maio de 1992 e, finalmente, 
em 9 de maio de 1992, foi adotada a Convenção‑Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 
na Sede das Nações Unidas (Nova York).A questão da relação entre o meio ambiente e o comércio internacional ganhou importância a partir da 
Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, vinte anos 
após a realização da Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972, a primeira conferência sobre 
o meio ambiente, quando representantes de 108 países do mundo reuniram‑se para decidir que medidas 
tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações.
Naquela época, dois processos se desenvolviam de maneira simultânea. Concomitantemente se 
discutiam mecanismos por meio dos quais se pudesse promover o desenvolvimento sustentável e 
preservar o meio ambiente. Buscava‑se a dinamização do comércio internacional, com a abertura de 
mercados e o livre‑comércio, no contexto de vários foros negociadores internacionais, como a Rodada 
Uruguai da Organização Mundial do Comércio (OMC); o Tratado Norte‑Americano de Livre‑Comércio 
(North American Free Trade Agreement – Nafta); o Mercado Comum do Sul (Mercosul); e a Área de Livre 
Comércio das Américas (Alca).
O debate sobre a relação entre o comércio internacional e o meio ambiente ganhou atenção no 
aspecto internacional a partir do momento em que cientistas passaram a alertar governos e sociedade 
civil a respeito dos possíveis impactos sobre o planeta, do aumento da poluição atmosférica, o chamado 
efeito estufa, e da poluição de rios e mares.
 Observação
Conta‑se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da 
independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria 
respondido: “[...] a Grã‑Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta 
para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários 
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para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?”. A sabedoria 
de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. 
Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser 
reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.
Segundo o WWF ([s.d.]), nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do 
planeta dobrou. Esse aumento se deve, principalmente, à elevação do padrão de vida 
das nações ricas e emergentes e ao crescimento demográfico dos países pobres. A 
população africana triplicou nas últimas quatro décadas. O crescimento econômico dos 
países em desenvolvimento, como a China e a Índia, vem aumentando em ritmo frenético 
a necessidade de matérias‑primas para as indústrias. China e Estados Unidos, juntos, 
consomem quase metade das riquezas naturais da Terra. O impacto ambiental da China 
se explica pela demanda de sua imensa população e, nos Estados Unidos, pelo elevado 
nível de consumo.
O mundo já consome 25% a mais de recursos naturais que a capacidade de regeneração 
do planeta. Se o modelo norte‑americano fosse igualmente incorporado pelo Brics, sigla 
que reúne os cinco maiores países em desenvolvimento (Brasil, Rússia, Índia, China e África 
do Sul), responsáveis por mais de 65% da população mundial, necessitaríamos de mais três 
planetas como este para consumirmos.
Mas não é só da terra que temos de tratar. A agricultura consome 70% da água 
doce disponível no planeta, para irrigação. A escassez de água irá resultar no aumento 
da concorrência, que vai restringir a produção agrícola e afetar os rendimentos e as 
oportunidades de subsistência de muitos moradores em áreas rurais e urbanas. Mecanismos 
de governança inovadores e mais eficazes, juntamente com investimentos em tecnologias 
de água e infraestrutura, serão necessárias para mitigar os impactos da crescente escassez 
de água e garantir a sua utilização eficaz, a proteção do ambiente natural e o acesso à água 
para uso doméstico e agrícola.
Pelas análises dos últimos relatórios divulgados pela ONU, o uso da água tem crescido a 
uma taxa duas vezes maior do que o crescimento da população ao longo no último século. A 
tendência é que o gasto seja elevado em até 50% até 2025 nos países em desenvolvimento 
e em 18% nos países desenvolvidos.
Conhecido como Overshoot Day (Dia da Sobrecarga da Terra), 20 de agosto de 2013 foi 
a data aproximada em que a demanda anual da humanidade sobre a natureza ultrapassou a 
capacidade de renovação possível, de acordo com a WWF ([s.d.]). Portanto, nossa conta está 
descoberta, estamos em nosso “cheque especial” com a natureza.
Fonte: WWF [s.d.]. Adaptado.
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Anteriormente, vimos que o agronegócio é dividido em várias áreas de estudo. Agora, mostraremos 
cada uma dessas áreas mais detalhadamente.
1.1 O segmento antes da porteira
Diz respeito à produção e aquisição, pelo produtor, de sementes, mudas, fertilizantes, agroquímicos, 
tratores e implementos, equipamentos de irrigação, embalagens etc.
1.1.1 Sementes e mudas
Segundo o Mapa,
A produção, o comércio, a exportação, a importação e outras atividades 
relacionadas a sementes e mudas no Brasil são regidas pela Lei nº 10.711/03, 
que instituiu o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, regulamentada 
pelo Decreto nº 5.153/04. Para produzir, exportar, importar sementes 
ou mudas é necessário estar inscrito no Registro Nacional de Sementes 
e Mudas (Renasem), além do Registro Nacional de Cultivares (RNC). 
Para produzir sementes de cultivares protegidas, inscritas no Serviço 
Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), é necessária autorização 
do detentor dos direitos de propriedade intelectual. Os procedimentos 
para a exportação e importação de sementes e mudas são detalhados 
na Instrução Normativa 50/06. A importação e exportação de qualquer 
quantidade de sementes ou mudas precisam de autorização prévia do 
Ministério da Agricultura, inclusive para os materiais despachados via 
postal e aqueles transportados por passageiros em trânsito internacional. 
O primeiro passo para quem deseja produzir, exportar, importar ou 
realizar qualquer atividade relacionada com sementes e mudas é procurar 
a orientação do setor de sementes e mudas da Superintendência Federal 
de Agricultura (BRASIL, [s.d.]g).
 Saiba mais
Caso tenha interesse em obter dados sobre a produção de sementes 
no Brasil, verifique o site da Associação Brasileira de Sementes e 
Mudas (Abrasem):
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SEMENTES E MUDAS – ABRASEM. 
Estatísticas. [s.d.]. Disponível em: <http://www.abrasem.com.br/site/
estatisticas/>. Acesso em: 10 jul. 2015.
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1.1.2 Fertilizantes
Dentre os vários fatores da produção agrícola, a adubação racional e eficiente representa uma razoável 
parcela nos custos de produção, pois constitui os insumos mais importantes, em termos percentuais, 
para aumentar a produtividade das culturas.
É muito relevante que a eficiência da adubação não dependa apenas das quantidades a serem 
aplicadas: os adubos devem ser usados corretamente, de modo que atinja alta eficiência.
Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) (2013), o Brasil é o quarto 
maior consumidor mundial de nutrientes para a formulação de fertilizantes, representando cerca de 
5,9% do consumo mundial, ficando atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos.
Os fertilizantes são classificados em:
• Adubos minerais: extraídos de minas e transformados por indústrias químicas. São 
diretamente assimilados pelas plantas ou sofrem apenas pequenas transformações no solo 
para serem absorvidos. Podem conter apenas um elemento ou mais de um. Os principais 
elementos fertilizantes são: nitrogênio (indispensávelpara a fotossíntese, favorece o 
rápido crescimento das plantas e o desenvolvimento das folhagens), fósforo (atua na raiz 
e permite que as plantas explorem maior área do solo, aproveitando melhor os nutrientes) 
e potássio (atua na circulação interna dos líquidos da planta e é fundamental para a 
qualidade dos frutos).
• Fertilizantes orgânicos: são resíduos animais ou vegetais, de ação mais lenta que os minerais, 
visto que necessitam de transformações maiores (serem desmontados em compostos inorgânicos) 
antes de serem utilizados pelos vegetais.
Vejamos a seguir como estão a produção e a importação de fertilizantes químicos no Brasil.
Tabela 1 – Brasil: produção e importação de fertilizantes (2009‑2014)*
Produto 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Produção 8.372,6 9.339,9 9.860,8 9.722,3 9.304,7 8.817,7
Importação 11.020,8 15.282,5 19.851,1 19.545,2 21.618,8 24.035,6
Entregas 23.579,6 25.302,2 28.655,9 29.757,7 31.081,9 32.209,1
*Em milhares de toneladas.
Fonte: Anda ([s.d.]a).
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Quanto ao consumo de fertilizantes por cultura, temos a seguinte distribuição, de acordo com a 
Anda (2013):
Soja Milho Cana Algodão Arroz Café Fumo Citrus Outros
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Figura 5 – Consumo de fertilizantes por cultura no Brasil (2013)
A comercialização de fertilizantes no Brasil é feita por produto produzido/misturado, ensacado e 
transportado da origem até distribuidores e daí até as fazendas, em sua maioria, pelo uso do modal 
rodoviário.
1.1.3 Máquinas e implementos agrícolas
A conceituação e a normalização das máquinas agrícolas são feitas pela norma ABNT/CB‑203, da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), abrangendo tratores, máquinas, sistemas, acessórios e 
equipamentos utilizados na agricultura e na silvicultura, bem como em jardinagem, paisagismo, irrigação 
e outras áreas correlatas que utilizem esses equipamentos, incluindo aspectos de eletroeletrônica e 
identificação eletrônica de todas as categorias de animais.
A seguir, definições de acordo com essas normas:
• Operação agrícola: toda atividade direta e permanentemente relacionada com a execução do 
trabalho de produção agropecuária.
• Máquina agrícola: projetada especificamente para realizar integralmente ou coadjuvar a 
execução da operação agrícola.
• Implemento agrícola: implemento ou sistema mecânico, com movimento próprio ou induzido, 
em sua forma mais simples, cujos órgãos componentes não apresentam movimentos relativos.
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Unidade I
• Ferramenta agrícola: implemento em sua forma mais simples, o qual entra em contato direto 
com o material trabalhado, acionado por uma fonte de potência qualquer.
• Máquina combinada ou conjugada: possui, em sua estrutura básica, órgãos ativos que permitem 
realizar, simultaneamente ou não, várias operações agrícolas.
• Acessórios: órgãos mecânicos ou ativos que, acoplados à máquina agrícola ou ao implemento, 
permitem tanto aprimoramento do desempenho quanto execução de operações diferentes 
daquelas para as quais foram projetados.
Quanto à classificação das máquinas agrícolas, elas são divididas em grupos, especificados na sequência:
• Grupo 1 – Máquinas para o preparo do solo:
— Máquinas para o preparo inicial do solo: usadas na limpeza do solo, ou seja, na remoção de 
árvores, cipós etc. Constituem‑se de destocadores, serras, lâminas empurradoras, lâminas 
niveladoras, escavadeiras e perfuradoras.
— Máquinas para o preparo periódico do solo: usadas na movimentação ou na mobilização do 
solo (inversão de leiva). Constituem‑se de arados de aivecas, arados de discos, subsoladores, 
enxadas rotativas, sulcadores etc.
• Grupo 2 – Máquinas para semeadura, plantio e transplante:
— Semeadoras, plantadoras e transplantadoras.
— Cultivo mínimo ou plantio direto.
• Grupo 3 – Máquinas para aplicação, carregamento e transporte de adubos e corretivos: adubadoras 
e carretas.
• Grupo 4 – Máquinas para cultivo, desbaste e poda: cultivadores de enxadas rotativas, ceifadeiras 
e roçadoras.
• Grupo 5 – Máquinas aplicadoras de defensivos: pulverizadores, polvilhadeiras, microatomizadoras, 
atomizadoras e fumigadores.
• Grupo 6 – Máquinas para a colheita: colhedoras ou colheitadeiras.
• Grupo 7 – Máquinas para transporte, elevação e manuseio: carroças, carretas e caminhões.
• Grupo 8 – Máquinas para o processamento:
— Máquinas beneficiadoras de café, milho, arroz, algodão e cana.
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— Máquinas para tratamento e polimento: secadoras, classificadoras e polidoras.
• Grupo 9 – Máquinas para a conservação do solo, da água e para irrigação e drenagem:
— Irrigação: motobombas e aspersores.
— Drenagem: retroescavadeiras e valetadeiras.
• Grupo 10 – Máquinas especiais: reflorestamento – tratores florestais e filler bush (processador 
de madeira).
• Grupo 11 – Máquinas motoras e tratores: tratores agrícolas, tratores industriais e tratores florestais.
A tabela a seguir mostra o aquecimento dos ganhos do setor de máquinas e implementos agrícolas 
na última década. O faturamento do setor entre 2007 e 2012 passou de R$ 5.844,3 para R$ 9.906,7 
milhões, um crescimento de 69,51%. A balança comercial desse setor, apesar de apresentar um saldo 
positivo, vem decrescendo com passar dos anos, o que permite intuir que o crescimento das demandas 
do setor advém do mercado interno.
Tabela 2 – Setor de máquinas e implementos agrícolas (2007-2012)*
Ano Faturamento(R$ milhões)
Exportação
(US$ milhões FOB)
Importação
(US$ milhões FOB)
2007 5844,3 685,9 193,2
2008 8336,7 100,16 343,1
2009 5986,2 474,6 244,1
2010 7478,7 823,1 397,0
2011 9972,9 997,1 583,3
2012 9906,7 727,1 597,4
*FOB: Free on Board (livre a bordo).
Fonte: Abimaq (2012).
1.1.4 Agrotóxicos
O Brasil é o maior consumidor de produtos agrotóxicos no mundo. Em decorrência de sua importância, 
tanto em relação à sua toxicidade quando à escala de uso no Brasil, os agrotóxicos possuem uma ampla 
cobertura legal no Brasil, com um grande número de normas. O referencial mais importante é a Lei 
nº 7.802/89, que rege o processo de registro de um produto agrotóxico, regulamentada pelo Decreto 
nº 4.074/02, de acordo com o MMA.
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Unidade I
Os agrotóxicos podem ser divididos em duas categorias:
• Agrícolas
— Destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e no beneficiamento de 
produtos agrícolas, nas pastagens e nas florestas plantadas, cujos registros são concedidos pelo 
Mapa, atendidas as diretrizes e as exigências dos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.
• Não agrícolas
— Destinados ao uso na proteção de florestas nativas, outros ecossistemas ou ambientes hídricos, 
cujos registros são concedidos pelo MMA/Ibama, atendidas as diretrizes e as exigências dos 
Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde.
— Destinados ao uso em ambientes urbanos e industriais, domiciliares, públicos ou coletivos, ao 
tratamento de água e ao uso em campanhas de saúde pública – cujos registros são concedidos 
pelo Ministério da Saúde/Anvisa, atendidas as diretrizes e as exigências dos Ministérios da 
Agricultura e do Meio Ambiente.
O artigo 15 da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, determina que aquele que comercializa,transporta 
ou usa agrotóxicos não registrados no País e em desacordo com a citada Lei pratica crime, estando 
sujeito à pena de reclusão de 2 a 4 anos mais multa.
O inciso IX do artigo 17 da Lei nº 7.802/89 determina que, a critério do órgão competente, sejam 
destruídos os vegetais, partes de vegetais e alimentos e também alimentos processados com os 
referidos vegetais nos quais tenha havido a aplicação de agrotóxicos de uso não autorizado no Brasil 
(contrabandeados). O mesmo artigo legal, em seu parágrafo único, manda que a autoridade fiscalizadora 
faça a divulgação das sanções impostas aos infratores dessa lei. Assim, o agricultor que comprar e usar 
agrotóxico contrabandeado, além de ser processado criminalmente por receptação de contrabando 
e crime ambiental, poderá ter sua lavoura interditada (de imediato não poderá vender sua safra), e 
posteriormente destruída, mediante incineração.
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Veja os dados a seguir, de acordo com o Sindiveg ([s.d.]):
Outros: 7,20%
Herbicidas: 54%
Acaricidas: 1,30%
Inseticidas: 26,10%
Fungicidas: 11,40%
Figura 6 – Tipo de agrotóxico: quantidade total vendida em 2013
 Saiba mais
Você pode obter estatísticas do setor de agrotóxicos por meio do site do 
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg):
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA 
VEGETAL (SINDIVEG). Estatísticas. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://
www.sindiveg.org.br/estatisticas.php>. Acesso em: 10 jul. 2015.
As vendas de herbicidas em quantidade, em 2013, destinaram‑se, principalmente, para soja (49,4%), 
cana‑de‑açúcar (12,9%), milho safra (8,0%) e safrinha (10,0%), pastagem (5,1%) e algodão (4,2%).
A classe de defensivos de maior acréscimo nas vendas em quantidade de produto comercial foi a 
dos fungicidas, que, em 2014, aumentou 17,2% em relação ao ano anterior, seguida de outras com 
incremento de 11,8%. Por sua vez, decresceram as vendas de acaricidas e herbicidas (ambas com 2,2%) 
e inseticidas (1,0%) no referido período.
O mercado brasileiro de defensivos agrícolas totalizou US$ 12,249 bilhões em 2014, contra 
US$ 11,454 bilhões em 2013, representando aumento de 6,9% em 12 meses. As vendas em valor 
cresceram 12,2% para os fungicidas, 7,4% para os inseticidas e 4,4% para os herbicidas, enquanto a dos 
acaricidas decresceu 1,5%.
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Unidade I
No Brasil, em 2014, a classe de inseticidas foi a que respondeu pelo maior valor das vendas, sendo 
responsável por 39,9% do faturamento total, ou seja, US$4,89 bilhões. Para a soja, destinou‑se a 
maior parte das vendas (60,3%), seguida de algodão, cana‑de‑açúcar, milho safrinha, café, milho 
safra, feijão, batata‑inglesa e culturas de inverno. Em quantidade de produto comercial, os inseticidas 
representaram 25,5% do total. Destaque‑se que do total de inseticidas comercializados (232.692 
toneladas), 97,4% foram de inseticidas de aplicação foliar (226.684 toneladas) e 2,6% (6.008 toneladas) 
foram para tratamento de sementes.
A comercialização de fungicidas, em 2014, movimentou US$ 2,91 bilhões no Brasil, o que correspondeu 
a 120.712 toneladas de produto comercial e 36.328 toneladas de ingrediente ativo. Observou‑se que 
95,7% dos fungicidas vendidos, em produto comercial, foram para aplicação foliar, e o restante, para 
tratamento de sementes. As vendas de fungicidas em valor destinaram‑se, principalmente, para soja 
(62,6%), milho safrinha, culturas de inverno, algodão, café, feijão e batata‑inglesa.
Em 2014, os herbicidas movimentaram US$ 3,90 bilhões, ou seja, 31,9% do faturamento total 
do setor, respondendo por 52,2% (476.860 toneladas) da quantidade total vendida em produto 
comercial, assim distribuídas: 347.780 toneladas e 129.080 toneladas de herbicidas não seletivos e 
seletivos, respectivamente. As vendas de herbicidas, em quantidade, destinaram‑se, principalmente, 
para soja (53,7%), cana‑de‑açúcar (12,4%), milho safrinha (8,7%) e safra (5,9%), pastagem (5,4%) e 
algodão (3,6%).
Sobre o descarte de resíduos e embalagens vazias de agrotóxicos, deve ser realizado seguindo o 
disposto na legislação. O descarte indevido de resíduos de agrotóxicos pode resultar em sérios danos 
ao homem, aos animais e ao ambiente. Os resíduos incluem restos de agrotóxicos, embalagens vazias e 
produtos contaminados com os agrotóxicos.
Os acaricidas, em 2014, foram responsáveis por 1,0% (US$ 116,99 milhões) do faturamento total do 
setor. O consumo de acaricidas no Brasil, em produto comercial, está mais da metade concentrado em 
São Paulo, tendo representado, em 2014, 54,4% (6.116 toneladas) do total das vendas brasileiras em 
quantidade de produto comercial e 44,1% (US$ 51,56 milhões) do faturamento dessa classe. Respondeu 
a citricultura de São Paulo por 47,9% do valor comercializado de acaricidas, situando‑se nesse estado a 
maior área colhida com laranja no Brasil.
Em 2014, a soja foi a principal consumidora de defensivos no Brasil, sendo responsável por 55,6% 
(US$ 6,80 bilhões) do valor total das vendas. A cana‑de‑açúcar ocupou a segunda posição, com vendas de 
US$ 1,03 bilhão (participação de 8,4%), e queda de 11,0% em relação a 2013, refletindo o alto endividamento 
que carrega o segmento. Em seguida, aparecem o algodão (7,5%), o milho safrinha (5,3%) e o milho safra 
(3,5%). Somadas, as vendas para essas culturas concentram cerca de 80% do valor total comercializado no 
país. Culturas de inverno, café e pastagem demandaram 2,8%, 2,5% e 2,4%, respectivamente.
O mercado brasileiro, em 2014, comercializou o valor total de US$ 12,25 bilhões em defensivos. 
No ranking das vendas, em valor, por unidade da Federação, Mato Grosso destacou‑se como o 
maior estado consumidor em 2014, tendo representado 21,0%, ou seja, US$ 2,57 bilhões (193.240 
toneladas de produto comercial). Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul (12,9%), Paraná (12,8%), 
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São Paulo (12,1%), Goiás (10,3%), Minas Gerais (8,3%), Bahia (6,0%) e Mato Grosso do Sul (5,7%). As 
demais unidades da Federação, juntas, responderam por 10,9% do valor total.
Nesse mercado, 48,7% do valor comercializado foi dos genéricos (US$ 5,96 bilhões), e 51,3% (US$ 
6,29 bilhões), das especialidades. Constatou‑se a predominância de genéricos na classe de acaricidas 
(72,0%), seguida de herbicidas (70,0%) e outras (64,2%). Porém, nas classes de fungicidas e inseticidas, 
houve a predominância das especialidades, responsáveis por 64,2% e 62,6%, respectivamente, de acordo 
com o Sindiveg ([s.d.]).
Ressalte‑se que em 2014, em quantidade comercial de defensivos vendidos, os genéricos 
representaram a maior parcela (75,9%), ou seja, 694.390 toneladas de produto comercial, enquanto as 
especialidades ficaram com apenas 24,1% (219.830 toneladas).
O Brasil continua bastante dependente das importações. Em 2014, foram importadas 418 mil 
toneladas de produtos técnicos e formulados, com acréscimo de 2,4% em relação ao ano anterior, assim 
distribuídas: 56,2% de produtos técnicos e 43,8% de formulados.
A China se destacou como o principal fornecedor para o Brasil, respondendo por 26,3% do total 
importado, seguida de Estados Unidos (21,3%), Argentina (7,6%), Índia (6,3%), Inglaterra (5,5%), Suíça 
(5,0%) e Israel (4,4%).
As embalagens vazias de agrotóxico devem ser encaminhadas à central de recebimento de embalagens 
vazias da região. A tríplice lavagem dos equipamentos e embalagens é um procedimento que deve ser 
seguido antes do envio da embalagem vazia a seudestino. O mesmo procedimento deve ser efetuado 
para a limpeza dos equipamentos usados na aplicação de agrotóxicos.
Para a tríplice lavagem das embalagens de agrotóxicos, devem‑se adotar os seguintes procedimentos:
• esvaziar a embalagem completamente, deixando o líquido escorrer no tanque do pulverizador;
• adicionar água até 25% da capacidade da embalagem;
• fechar e agitar a embalagem por 30 segundos;
• verter a água da embalagem no tanque do pulverizador;
• repetir o procedimento pelo menos mais duas vezes;
• perfurar a embalagem para garantir que ela não será reutilizada para outros fins.
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1.1.5 Rações
O Mapa é o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do setor 
de produtos destinados à alimentação animal. O estabelecimento que fabrica, 
fraciona, importa, exporta e comercializa rações, suplementos, premix, núcleos, 
alimentos para animais de companhia, ingredientes e aditivos para alimentação 
animal deve ser registrado no Mapa e observar a legislação vigente. A fiscalização 
destes estabelecimentos tem como principal objetivo garantir adequadas 
condições higiênico‑sanitárias nos processos de fabricação, bem como a 
conformidade e inocuidade dos produtos disponibilizados no mercado. E ainda a 
segurança e a rastreabilidade dos produtos importados e exportados. A definição 
das normas para fabricação e comercialização, registro e fiscalização dos produtos 
destinados à alimentação animal é realizada pela Coordenação de Produtos 
de Alimentação Animal (CPAA), do Departamento de Fiscalização de Insumos 
Pecuários, da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e é executada pelos Fiscais 
Federais Agropecuários por meio de vistorias, fiscalizações e auditorias para 
verificação do atendimento da legislação. Os estabelecimentos devem cumprir 
o que determina a Instrução Normativa nº 04/2007, no que se refere às Boas 
Práticas de Fabricação (BPF) e condições higiênico‑sanitárias das fábricas. Os 
registros de produtos e estabelecimentos são realizados de acordo com as normas 
dispostas no Decreto nº 6.296/07, que regulamenta a Lei nº 6.198/74. Os pedidos 
de registros são encaminhados ao serviço responsável pela fiscalização de 
insumos pecuários, na Superintendência Federal de Agricultura (SFA) do estado 
onde se localiza a empresa e pode ser acessado por meio do Sistema Integrado de 
Registro de Produto e Estabelecimento (Sipe) (BRASIL, [s.d.]h).
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), o setor 
apresenta as seguintes estatísticas de produção, conforme tabela a seguir:
Tabela 3 – Brasil: Produção de ração animal (2011‑2014)
Segmento 2011 2012 2013 2014
Aves 37,20 36,30 35,80 37,00
Suínos 15,44 15,10 14,90 15,40
Gado bovino 7,80 7,40 7,50 8,00
Cães e gatos 2,17 2,26 2,38 2,49
Equinos 0,59 0,56 0,58 0,61
Aquacultura 0,57 0,65 0,74 0,81
Outros 0,80 0,75 0,80 0,83
Total rações 64,57 63,02 62,70 65,13
Sal mineral 2,35 1,95 2,00 2,20
Total geral 66,92 64,97 64,70 67,33
Fonte: Sindirações (2016).
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1.1.6 Vacinas e tratamentos sanitários
A vacinação é um dos principais procedimentos do manejo sanitário, pois se trata de um ato 
extremamente importante, impedindo que enfermidades apareçam e se disseminem pela criação. 
O ato da vacinação é uma prática simples, mas requer alguns cuidados e certo conhecimento para a 
correta aplicação, evitando prejuízos aos produtores e danos aos animais.
A função das vacinas é propiciar a proteção dos animais contra as enfermidades naturalmente 
ocorrentes na região onde o rebanho se encontra. As vacinações devem ser encaradas como parte de 
um programa global de manejo sanitário e devem ser planejadas para o atendimento das necessidades 
de cada rebanho.
Fatores como idade, sexo, espécie, região geográfica e tipo de manejo determinam as vacinas a 
serem utilizadas. Após o estabelecimento de um programa de vacinação, ele deverá ser regularmente 
avaliado para se assegurar que suas metas estão sendo atingidas. Animais com histórico de 
vacinação desconhecido devem ser imediatamente submetidos a uma vacinação inicial, seguida 
de uma revacinação quatro semanas depois. O Mapa estabelece para algumas doenças um calendário 
nacional, como é o caso da febre aftosa, buscando períodos mais adequados para a aplicação em cada 
estado brasileiro.
Em outras situações, existem calendários estipulados pelas secretarias estaduais de agricultura nas 
unidades da Federação. Às vezes, faz‑se necessária uma vacinação periódica ou a partir de determinada 
idade do bovino, como a vacinação contra a raiva.
A febre aftosa é uma doença infecciosa causada por vírus. Ela atinge animais de cascos 
bipartidos, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos – equinos não são afetados pela 
aftosa. Dá‑se em todas as idades, independentemente de sexo, raça, clima etc., porém há diferenças 
de suscetibilidade de espécie.
O vírus da febre aftosa é altamente contagioso e pode ser transmitido pela baba do animal, 
que contém grande quantidade de vírus. O sangue dos animais infectados também contém grande 
quantidade de vírus durante a fase inicial da doença. O vírus dessa doença é muito resistente, podendo 
resistir por meses na medula óssea do animal (mesmo depois de morto), no pasto, na farinha de ossos 
e no couro.
A doença também pode ser transmitida por contato indireto, por alimentos, água, ar, pássaros e 
humanos que cuidam dos animais, que podem levar os vírus em suas mãos, roupas ou calçados e 
infectar animais sadios.
Quanto às outras doenças de importância na criação de bovinos com possibilidade de vacinação, 
como leptospirose, IBR, BVD, parainfluenza, vírus respiratório sincicial bovino, diarreia neonatal dos 
bezerros, pasteurelose, raiva e tétano, essas vacinações devem ser realizadas segundo a orientação do 
médico‑veterinário responsável pelo rebanho.
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Tabela 4 – Vacinas recomendadas para uso em bovinos
Vacina/sigla Duração da imunidade
Contra botulismo (Bo) 12 meses
Contra raiva (Ra) 12 meses
Contra ceratoconjutivite (Ce) 9 meses
Contra gangrena gasosa (GG) 12 meses
Contra carbúnculo hemático (CH) 12 meses
Contra leptospirose (Le) 12 meses
Contra pasteurelose (Pa) 6 meses
A seguir, veremos a descrição de outras doenças.
O carbúnculo é uma doença contagiosa que ataca todos os médios e grandes animais, inclusive 
o homem, e geralmente é mortal. Entretanto, os equídeos são menos atingidos que os ruminantes. 
Produzida por micróbio que se encontra, principalmente, onde já ocorreu a doença, pois seus esporos 
permanecem no solo por vários anos. Geralmente, esses esporos provêm de animais carbunculosos 
enterrados no campo sem o devido cuidado e trazidos à superfície pelas minhocas. As fezes e o sangue 
dos animais que estão na pastagem são infectados. É uma doença comum de animais mantidos em 
regime de pasto, porém pode surgir em estábulos, por feno contaminado adquirido em áreas onde 
ela ocorre.
O botulismo é uma doença/intoxicação causada pela ingestão e absorção intestinal de toxinas 
produzidas por uma bactéria que acomete diferentes espécies, inclusive o homem. Com a evolução da 
doença, o animal não consegue mais se levantar e tem paresia (perda parcial da motricidade) dos músculos 
da mastigação, indicada pela incapacidade de mastigar e deglutir os alimentos. Nas fases mais adiantadas 
da doença, o animal apresenta dificuldade para respirar, em consequência da paralisia flácida

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