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Unidade I BIOLOGIA GERAL Profa. Dra. Claudia Figueiredo A disciplina de Biologia Geral A biologia é multifacetada e se ramifica em muitas outras áreas, onde se estuda a biodiversidade dos seres vivos, suas características, sua fisiologia, suas interações com outros seres vivos e com o meio ambiente. A biologia envolve ancestralidade, evolução e complexidade das reações químicas para a manutenção da vida. Abordaremos uma visão geral de todos esses processos em duas unidades: Unidade I – engloba a biologia celular, a constituição química da célula, seu metabolismo energético e os microrganismos de interesse humano. Unidade II – teremos a biologia molecular, as bases da hereditariedade e fisiologia humana, e as relações entre seres vivos com o meio ambiente. A biologia celular e a microscopia A biologia celular e toda a evolução científica de manipulação genética só foram possíveis devido ao advento da microscopia. A família Jansen, fabricante de óculos, em 1951, foram os pioneiros na ampliação de imagens. Fonte: AMABIS, J. M., MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia moderna: volume único. 4. ed., São Paulo: Moderna, 2006, p. 107, 108, 110 e 115. (C) Microscópio Óptico (D) Microscópio Eletrônico (B) Microscópio De Hooke (A) Microscópio De Leewewoken A organização celular A descoberta da célula e a confirmação que ela era a menor parte de um organismo vivo fez com que a citologia ganhasse muito mais atenção, formulando-se, assim, a teoria celular. Dois cientistas alemães de áreas diferentes, em meados de 1800, sendo eles, Mathias Schleiden – botânico e Theodor Schwann – zoólogo, em estudos independentes afirmavam em seus trabalhos que todos os seres vivos eram formados por células e postularam a teoria celular: 1º) Todos os seres vivos são formados por células. 2º) Todas as células possuem reações químicas básicas (metabolismo). 3º) Todas as células se originam de uma outra célula pré-existente. A organização celular Existe um parâmetro que separa dois grandes grupos de células: as células procariontes e as células eucariontes. A divisão é baseada na complexidade que cada tipo de célula apresenta e pela presença ou não de uma estrutura chave chamada de carioteca. Procariontes: são mais simples, menores e tem seu material genético, seu DNA circular e disperso dentro da célula. São unicelulares e só podem ser vistos com auxílio do microscópio. Possuem os ribossomos que sintetizam proteína. Eucariontes: são mais complexos, pois seu DNA está protegido por uma membrana (carioteca) formando o núcleo. O DNA é múltiplo e linear, e possui diferentes tipos de organelas. Célula procarionte Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/55/14/5514b71582eb7-celulas-procariontes-inserir-imagem.jpg Célula procarionte Existem organismos procariontes, unicelulares, as bactérias. Pode apresentar modo de vida livre ou parasitária. Possui DNA circular, solto no citoplasma. Possui citoplasma que preenche toda a célula. E membrana plasmática que delimita a célula e permite a entrada e a saída de substâncias. Em alguns pontos, a membrana pode formar desmossomos, responsáveis pelas trocas gasosas em algumas bactérias. Sobre a membrana, ainda apresenta a parede celular, uma estrutura que serve de proteção, e diferenciação entre as bactérias, dividindo-as em Gram (+) e Gram (-). Apresenta ribossomos que sintetizam proteínas. Pode apresentar cápsula, plasmídeos, flagelos e fímbrias. Célula eucarionte Fonte: https://image.slidesharecdn.com/02aclula-100929105710-phpapp01/95/02-a-clula-2- 728.jpg?cb=1285758616 A célula eucarionte Existem organismos unicelulares que já apresentam maior complexidade celular, como os protozoários e as leveduras. Possui núcleo organizado e várias organelas (estruturas, geralmente, envoltas por membrana que desempenham diferentes funções dentro da célula). O fato de possuírem o DNA protegido pela carioteca confere maior organização e evolutivamente permitiu o aparecimento de organismos multicelulares e macroscópicos, como os animais e as plantas. O DNA nas células eucariontes é múltiplo e cada espécie possui um número diferente de cromossomos que a define. As células vegetais se diferenciam por apresentarem vacúolos maiores, cloroplasto e parede celulósica. Estruturas da célula eucarionte Núcleo – carga genética e controle das funções celulares. Membrana plasmática – permeabilidade seletiva (transporte ativo, passivo, em massa e osmose). Citoplasma – onde ocorre as reações químicas. Ribossomos – síntese de proteínas. Retículo endoplasmático rugoso – modificação e direcionamento de proteínas. Retículo endoplasmático liso – síntese de lipídios. Complexo de Golgi – empacotamento de proteínas. Peroxissomo – oxidação de lipídios. Lisossomo – digestão celular. Estruturas da célula eucarionte Centríolos – participam da divisão celular e formam flagelos. Citoesqueleto – sustentação. Mitocôndria – geração de energia (ATP). Em células vegetais ainda encontramos: Parede celulósica – rigidez e proteção. Cloroplasto – fotossíntese. Vacúolos – armazenamento de água e sais minerais. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos se originaram há milhões de anos por endossimbiose. Interatividade Analise as sentenças e assinale a alternativa correta: I. Células procariontes não possuem carioteca, portanto, não formam núcleo, mas tem DNA. II. Apenas células procariontes são vistas ao microscópio. III. Células vegetais não possuem mitocôndrias, apenas cloroplastos. a) Apenas a sentença I está correta. b) Apenas a sentença II está correta. c) Apenas a sentença III está correta. d) As sentenças I e II estão corretas. e) As sentenças II e III estão corretas. Crescimento bacteriano Em procariontes, como são unicelulares, a divisão é a sua forma de reprodução. As bactérias se reproduzem/dividem a cada 20 minutos. A célula faz uma cópia do seu DNA e depois prossegue dividindo o citoplasma. A fissão binária não é a única forma de reprodução bacteriana, mas é a principal. A célula se divide, formando duas células idênticas. É um verdadeiro clone. Como a divisão bacteriana é muito rápida, dizemos que ela apresenta um crescimento exponencial. O crescimento continuará até que ocorra alguma alteração no meio, como mudança na temperatura, falta de nutrientes, administração de um antibiótico. Curva de crescimento bacteriano Fase 1 – fase lag – adaptação. Fase 2 – fase log – crescimento exponencial. Fase 3 – fase estacionária – ocorre fator limitante. Fase 4 – fase de declínio – morte da população. 1 2 3 4 Fonte: FIGUEIREDO, C. F. S. R. 2017 Ciclo celular Cada célula viva segue um ciclo, denominado de ciclo celular. O ciclo celular ocorre em todo o período útil da célula e compreende uma fase de crescimento e preparação (intérfase) e o período em que a célula está em divisão. A fase da intérfase possui três etapas: Período G1 da intérfase vem logo após a divisão. Nesse momento, a célula precisa crescer, aumentar o número de organelas e aumentar a quantidade de citosol. Período S da intérfase está relacionado com a replicação do DNA, ou seja, a duplicação do material genético. Período G2 da intérfase prepara a célula para entrar na divisão novamente. Há pontos de verificação ao final das fases G1 e G2. Divisão celular Em organismos pluricelulares existem dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. A mitose: Ocorre em células somáticas. Uma célula-mãe origina duascélulas filhas idênticas. As células-filhas contêm o mesmo número de cromossomos da célula-mãe. É uma divisão equacional, destinada para manutenção celular, para cicatrização, crescimento e regeneração dos tecidos. É dividida em 4 etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Divisão celular A meiose: Ocorre em organismos complexos, onde conseguimos identificar o macho e a fêmea da espécie. Ocorre nas células germinativas dos órgãos reprodutores (ovários e testículos), formando óvulos e espermatozoides. É destinada para a formação de gametas. Uma célula-mãe produz 4 células-filhas com a metade do número de cromossomos. Divisão reducional. A meiose é formada por duas etapas consecutivas de divisão: 1ª fase: prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. 2ª fase: prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. Divisão celular A) Mitose B) Fases da mitose C) Meiose Fonte: http://escolakids.uol.com.b r/public/upload/image/fases -mitose.jpg A 2n 2n 2n B C 2n 2n 2n n n n n Classificação dos seres vivos Existem características que identificam a vida em um organismo. A composição química orgânica: predominantemente por carbono (C) como principal elemento, juntamente com o oxigênio (O), o hidrogênio (H), o nitrogênio (N) e, em menor proporção, o enxofre (S) e o fósforo (P). Metabolismo próprio: reações químicas, mediação enzimática, síntese e degradação de substâncias. Sensibilidade: respondem a estímulos externos. Apresentam um ciclo de vida: crescimento e reprodução para a manutenção da espécie. Devido à diversidade biológica de organismos, várias tentativas foram realizadas para classificá-los. Taxonomia – a classificação dos seres vivos Formulação da nomenclatura binominal (nome científico de cada espécie). Composto por duas palavras em latim. A primeira iniciada com letra maiúscula e a segunda iniciada com letra minúscula e deve ser grifada em destaque, utilizando letra itálica ou sublinhando. Ex.: Homo sapiens. As árvores filogenéticas: iniciadas por um ancestral comum (tronco) e ramificadas conforme as espécies que se derivam. Os cladogramas: as ramificações ou nós representam um ancestral, mas demonstram que existem ancestrais mais próximos e que derivaram de ancestrais ainda mais distantes evolutivamente. Temos classificação em cinco grandes reinos com exceção dos vírus. Classificação dos seres vivos Fonte: FIGUEIREDO, C. F. S. R. 2017 Interatividade Com base nas características apresentadas, a qual reino esse exemplar pertence? Ausência de clorofila. Obtenção de alimento por meio de ingestão. Visível a olho nu. Assinale a alternativa correta: a) Fungi. b) Plantae. c) Animalia. d) Monera. e) Protozoa. A constituição química das células Princípios químicos são aplicados aos organismos vivos. Na formação de moléculas, já temos algumas características associadas como solubilidade, estado físico em temperatura ambiente. Para os organismos vivos, temos uma importância maior direcionada às macromoléculas: carboidratos, lipídios e proteínas. A degradação das macromoléculas (carboidratos, lipídios e proteínas) para obtenção de energia é denominada de catabolismo. O processo de síntese de novas substâncias é denominado de anabolismo. As reações são mediadas por enzimas que sofrem modulação da temperatura, pH e da sua concentração. A constituição química das células As reações químicas dentro do organismo ou em nível celular quase sempre estão envolvidas com ganho ou perda de energia (calor). Reações endotérmicas absorvem calor durante a reação, como a fotossíntese realizada pelas células vegetais. Reações exotérmicas liberam calor ao longo da reação como a quebra das macromoléculas durante a digestão. Cada átomo possui uma representação, um símbolo químico. Uma molécula, seja simples, seja um polímero, terá uma representação, que pode ser expressa pelos símbolos químicos de seus componentes, pela fórmula química molecular, pela fórmula estrutural ou fórmula de projeção. A constituição química das células A) Fórmula molecular. B) Fórmula estrutural. C) Fórmula de projeção. Glicose: A) Fórmula molecular C6H12O6 Fonte: FIGUEIREDO, C. F. S. R. 2017 http://s2.static.brasilescola.uol.com.br/i mg/2012/10/glicose.jpg B) C) As macromoléculas A fonte de macromoléculas para os organismos heterotróficos é a alimentação. Os macronutrientes são carboidratos, lipídeos e proteínas e os micronutrientes que são as vitaminas e os minerais. Alimentos construtores: proteínas e sais minerais que ajudam na construção dos tecidos como a massa óssea e muscular. Alimentos reguladores: podemos encontrar a água e as vitaminas que contribuem para o bom funcionamento das funções orgânicas. Alimentos energéticos: temos os carboidratos e as gorduras, são eles os principais alimentos utilizados para obtenção do ATP (energia) pelas células. Carboidratos São considerados o principal substrato energético do organismo e são classificados em quatro grupos: Monossacarídeos (CnH2nOn): glicose, frutose, galactose. Dissacarídeos (união de 2 monossacarídeos): maltose. Oligossacarídeos (de 3 a 10 monossacarídeos): dextrinas. Polissacarídeos (mais de 10 monossacarídeos): glicogênio. São digeridos na boca pela enzima amilase salivar (ptialina) e no intestino pela amilase pancreática em pH próximo da neutralidade, até dissacarídeos. Nas células do intestino ocorrem a lactase, a maltase e a sacarase que quebram os carboidratos em monossacarídeos, onde conseguem ser absorvidos. Lipídios Os lipídios são conhecidos popularmente por gorduras. São hidrofóbicos, formados por ácidos graxos, e o lipídio mais comum na alimentação e como reserva é o triglicerídeo. Podem ter origem animal como o colesterol, ou vegetal, como o óleo de soja. São divididos em 2 grupos: lipídios simples e compostos. Os lipídios simples: subdivididos em glicerídeos (ácido graxo ligado ao glicerol – óleos e gorduras), cerídeos (ácido graxo ligado a outras moléculas) e esteroides (a base de colesterol). Os lipídios compostos: lipídio ligado a outra biomolécula (lipoproteína, glicolipídio). A digestão é realizada na boca (lipase lingual), no estômago (lipase gástrica) e no intestino (lipase pancreática). Proteínas As proteínas são polímeros, formadas por aminoácidos. Todo aminoácido contém o elemento químico nitrogênio. Divididas em: Homoproteínas: formadas apenas por aminoácidos. Heteroproteínas: formadas por aminoácidos ligados a outros compostos. A atividade biológica, a funcionalidade da proteína será determinada pela sequência, tipos, quantidade de aminoácidos e a estrutura (conformação que adquirir até 4 níveis de organização). A digestão ocorre no estômago pela pepsina, ativada pelo pH, e no intestino por enzimas liberadas pelo pâncreas; e pelas próprias células intestinais. Metabolismo energético Os vegetais realizam fotossíntese e produzem glicose, seu próprio alimento. Todos os outros organismos precisam obter energia da alimentação. Os principais processos de obtenção de energia (ATP) são: Anaeróbicos: sem uso de oxigênio, como fermentação, putrefação, fotossíntese e quimiossíntese. Aeróbicos: com utilização de oxigênio, como a respiração. O ganho energético desses processos são muito diferentes. A via aeróbica tem um rendimento energético (ATP) muito maior, mas ela requer uma organela especializada (a mitocôndria) e só ocorre na presença de oxigênio. Para os seres humanos,o maior substrato energético é a glicose. Metabolismo energético O organismo humano possui estratégias de controle das taxas glicêmicas, para que todas as células consigam fornecimento de ATP para manter suas funções. Entre elas, temos: os hormônios insulina e glucagon, glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese, ciclo de cori. Após a alimentação, digestão e absorção, os nutrientes chegam à corrente sanguínea e assim a todas as células. Uma vez na célula, a via glicolítica é destinada à produção de energia. Ela possui algumas etapas: A glicólise (no citosol) – glicose quebrada em 2 piruvatos. Com a presença de oxigênio, ocorre o ciclo de Krebs e cadeia respiratória dentro da mitocôndria (38 ATPs). Sem oxigênio, ocorre a fermentação no citosol (2 ATPs). Vias da glicose na célula Glicose Armazenamento: Síntese de glicogênio Extracelular (sangue) Glicose Intracelular (Citoplasma) Via glicolítica: Via das pentoses: formação de coenzimas e ácidos nuclêicos Ciclo de Krebs e Cadeia respiratória Oxidação até CO2 e H2O Via aeróbica: Com O2 Via anaeróbica: Sem O2 Fermentação Láctica Fonte: FIGUEIREDO, C. F. S. R. 2017 Interatividade Analise as sentenças e assinale a alternativa correta: I. Água e óleo não se misturam. Sendo assim, lipídios são hidrofílicos. II. As proteínas são as únicas macromoléculas que não possuem digestão na boca. III. A maioria dos procariontes obtém energia por fermentação, pois não possuem mitocôndria para realizar o ciclo de Krebs. a) Apenas I está correta. b) Apenas I e II estão corretas. c) Apenas II e III estão corretas. d) Apenas I e III estão corretas. e) As sentenças I, II e III estão corretas. Microbiologia de interesse humano Muitos microrganismos são inofensivos ao ser humano. Muitos são utilizados beneficamente. No entanto, muitos são preocupantes por causar patologias. Uma vez causando uma infecção, os microrganismos recebem uma resposta imunológica de combate. Às vezes, os microrganismos demonstram mecanismos de resistência que combatem as defesas orgânicas e os agentes antimicrobianos. Entre os motivos que levam a resistência dos microrganismos temos a alta taxa de mutações, a aquisição de plasmídeos pelas bactérias, o uso errado e indiscriminado de antibióticos, a falta de higiene e limpeza, a falta de conscientização da população. Vírus Não estão encaixados em nenhum dos grandes reinos, são acelulares e parasitas intracelulares obrigatórios. São compostos por material genético envolto por um capsídeo e em alguns casos também o envelope. Nos referimos aos vírus pelo seu material genético: DNA-vírus: constituído por DNA, fita simples ou fita dupla. RNA-vírus: constituído por RNA, fita simples ou fita dupla. Retrovírus: um tipo especial de RNA-vírus, que possui uma enzima (transcriptase reversa) capaz de transcrever DNA viral e inseri-lo no DNA da célula infectada. Apresenta ciclo de vida lítico e ciclo lisogênico. Patologias associadas: dengue, AIDS, HPV, Zika. Príons são moléculas proteicas. Não são vírus. Bactérias São procariontes, unicelulares, apresentam pleoformismo. Habitam os mais diferentes ambientes. São classificadas pela constituição da parede celular: Gram (+), coradas em roxo/violeta, parede mais delgada, formada por ácidos e peptideoglicanos. Gram (-), coradas em vermelho, parede mais espessa, formada por ácidos, peptideoglicanos e lipopolissacarídeos. Podem apresentar plasmídeos, flagelos e fímbrias. Reprodução assexuada (fissão binária) ou sexuada indiferenciada (conjugação-pili sexual). Patologias associadas: pneumonia, tuberculose, botulismo, gonorreia. Protozoários Organismos eucariontes, unicelulares. Apresentam estrutura de locomoção (cílios ou flagelos) ou movimentos ameboides. Podem ser fixos e usar o flagelo para captura de alimento. Habitam locais umedecidos de água doce ou salobra. Alguns protozoários marinhos são dotados de carapaça externa de carbonato de cálcio, quitina ou silicose. Reprodução por fissão binária, divisão múltipla ou sexuada indiferenciada (conjugação). Protozoários ciliados podem apresentar mais de um núcleo, mas um dos núcleos sempre é bem maior que os demais. Doenças associadas: amebíase, doença de Chagas, malária. Fungos Possuem exemplares unicelulares (leveduras) e multicelulares (bolores e cogumelos). Os fungos multicelulares são constituídos por hifas, cuja parede é formada essencialmente por quitina. A parte das hifas presas ao substrato é o micélio. A estrutura visível (haste) é o corpo de frutificação. A parte superior do corpo de frutificação, geralmente colorida, tem função reprodutora (liberação de esporos). Possuem nutrição absortiva, são decompositores. Doenças associadas: micoses dermatológicas e sistêmicas. Mecanismos de resistência microbiana Qualquer organismo procura perpetuar sua espécie. Diante de um fator ou droga que limite sua reprodução, existe uma pressão adaptativa para que esse organismo consiga superar o motivo de tal limitação. As mutações alteram o DNA, oferecendo novas características, que podem levar a adaptação desse microrganismo, como a alteração da permeabilidade da membrana, uma bomba de efluxo ou alteração no sítio alvo de ação da droga. As bactérias, quando adquirem o plasmídeo, são capazes de produzir enzimas que conseguem destruir as moléculas de antibióticos. Os vírus, além de possuírem a maior taxa de mutações, em alguns tipos, conseguem penetrar no DNA da célula hospedeira. Mecanismos de resistência imunológica Vírus e bactérias, por possuírem estruturas diferenciadas, são alvos mais fáceis de eliminar, pois as drogas podem ser específicas. Protozoários, fungos e vermes por serem eucariontes; as drogas, ao atingi-los, também afetam o hospedeiro. Ao ocorrer a infecção, o sistema imunológico do hospedeiro entra em ação. Temos a imunidade inata ou natural: barreiras físicas (pele, saliva, muco) e ação de anticorpos inespecíficos (macrófagos, neutrófilos, eosinófilos). Ex.: febre, leite materno. Imunidade adaptativa ou adquirida: memória imunológica, produção de anticorpos específicos. Ex.: vacinação ou soro. Microrganismos benéficos Os microrganismos são muito utilizados na indústria alimentícia, pelo fato de realizarem a fermentação. São utilizados na fabricação de pães, queijos, iogurtes, vinhos, bebidas alcóolicas. São utilizados pela indústria farmacêutica, na preparação de medicamentos. Na produção de combustível: etanol. Podem ser consumidos in natura, como os probióticos (lactobacilos), viver em simbiose como a microbiota intestinal. Os microrganismos realizam formas diferentes de decomposição de materiais, deixando os nutrientes livres na natureza para serem reciclados. Fazem recuperação de áreas degradadas na biorremediação de materiais tóxicos ao meio ambiente. Interatividade A Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS) é causada por um vírus (HIV). Esse vírus possui uma especificidade por uma das células do sistema imunológico, os linfócitos. Um dos fatores de não se conseguir eliminar o (HIV) do organismo é: Assinale a alternativa correta: a) O HIV é uma variação mutante de um vírus africano unido ao vírus brasileiro. b) O HIV é uma mutação de um vírus de macacos. c) O HIV é um DNA-vírus. d) O HIV é um RNA-vírus. e) O HIV é um retrovírus. ATÉ A PRÓXIMA!