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Texto III - Microempresa. Empresa Individual. Microempreendedor Individual. EIRELI. Empresário Rural. (1)

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DIREITO EMPRESARIAL I 
 
5º PERÍODO 
 
FDCL – Professor Adriano Cordeiro 
 
 
Texto III – Microempresa. Empresa Unipessoal. Microempreendedor Individual. Empresa 
Individual de Responsabilidade Limitada. O Empresário Rural. 
 
 
 
 
 A MICROEMPRESA 
 
 
 
O artigo 970 do Código Civil estabelece que a Lei assegurará tratamento diferenciado e simplificado 
ao empresário rural e ao pequeno empresário, nos moldes já preconizados no artigo 170, IX, da CF. 
 
Tal tratamento diferenciado não possui, no entanto, regulamentação específica no Código Civil, 
sendo previsto na Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006 que institui o Estatuto da Microempresa 
– ME e Empresa de Pequeno Porte – EPP (com as alterações da Lei Complementar nº 128, de 19 de 
dezembro de 2008 e Lei Complementar 139, de 10 de novembro de 2011 e Lei Complementar 147 
de 7 de agosto de 2014), aplicável às empresas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede 
e administração no País, visando facilitar sua constituição, funcionamento e baixa. 
 
Referida Lei Complementar trata, ainda, de definir quem é pequeno empresário para efeito de 
aplicação do disposto no artigo 970 e 1.179 do Código Civil, definindo em seu artigo 68: 
 
“Art. 68. Considera-se pequeno empresário para efeito de aplicação do disposto nos arts. 
970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002(Código Civil), o empresário 
individual caracterizado como microempresa na forma desta lei Complementar que aufira 
receita bruta anual de até o limite previsto no § 1º do art. 18-A.” ( Hoje R$ 60.000,00 – 
sessenta mil reais). 
 
 
SÃO CONSIDERADAS MICROEMPRESAS → 
 
A sociedade empresária, a sociedade simples, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - 
EIRELE, e o empresário a que se refere o artigo 966 do CC., devidamente registrados no Registro de 
Empresas Mercantis - RPEM ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (soc. simples) que tenha 
auferido RECEITA BRUTA ANUAL (ano calendário → de 1º de janeiro a 31 de dezembro) igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) – Art. 3º, I LC 123/06 
 
SÃO CONSIDERADAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE → 
 
A sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada - 
EIRELE, e o empresário a que se refere o artigo 966 do CC., devidamente registrados no Registro de 
Empresas Mercantis - RPEM ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (soc. simples) que tenha 
auferido RECEITA BRUTA ANUAL (ano calendário → de 1º de janeiro a 31 de dezembro) superior 
a R$ R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e 
seiscentos mil reais) – Art. 3º, II, LC 123/06. 
 
 
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OBS.: Independentemente da receita bruta, não se encaixam nessa regra, dentre 
outras hipóteses previstas no artigo 3º da LC 123/06: 
 
a - a pessoa jurídica constituída em forma de S.A; 
b - a pessoa jurídica que tenha por sócio ou acionista outra pessoa jurídica – art. 3º, 
§ 4º, I; 
c - pessoa jurídica que tenha por sócio empresário ou titular de cotas ou ações de 
sociedade empresária também qualificada como microempresa ou empresa de 
pequeno porte, salvo se a participação no capital não superar 10% (dez por cento) – 
art. 3º, III e IV. 
D – Cooperativas, salvo as de consumo (3º, § 4º, VI). 
 
Dentre as garantias asseguradas, nos diversos campos, às ME’s e EPP’s pela Lei Complementar nº 
123/06 destaca-se: 
 
1. Administrativo → facilidades de constituição, funcionamento e baixa (art. 4º); poderão 
participar de licitações públicas, mesmo sem a documentação referente à regularidade fiscal 
e mesmo que haja restrições fiscais (somente para efeito da assinatura do contrato será a 
comprovação de regularidade exigível). 
2. 
A LC 147/14 alterou a LC 123/06 estabelecendo facilitações na aquisições 
governamentais, dentre as quais destacam-se: 
 
- a condição de ME ou EPP será critério de desempate nas licitações públicas, podendo a 
ME ou EPP dar novo lance. É o chamado empate ficto: ao licitante é conferido o direito de 
apresentar nova proposta, após o encerramento da disputa de preço, caso sua proposta seja 
igual ou até 10% (ou 5% no caso de pregão) superior à proposta do licitante melhor 
classificado, que não detenha tal qualificação; 
- O inciso I foi revogado haja vista que a nova disposição do art. 47 impõe como 
obrigatória (um dever) a concessão de tratamento diferenciado às microempresas e 
empresas de pequeno porte nas contratações públicas, independentemente de regulamentação 
na legislação do respectivo ente; 
- O benefício processual que denominamos habilitação tardia foi estendido de 2 para 5 dias 
contados a partir do momento em que o licitante (ME e EPP) for declarado vencedor (uma 
prerrogativa dada ao beneficiário para que pendências fiscais possam ser regularizadas num 
prazo mais dilatado); 
- A Administração Pública deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à 
participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo 
valor seja de até R$80.000,00 (oitenta mil reais). 
 
3. Tributário/ Previdenciário/ Judiciário → institui o Regime Especial de Arrecadação de 
Tributos – O SIMPLES NACIONAL (art. 13); faculdade de propor ações junto aos juizados 
especiais, ...; 
4. Trabalhista → art. 51 - dispensa da afixação de quadro de horário, da anotação de férias em 
livro ou fichas de registro de empregados etc.; acesso à justiça do trabalho, facultando-se ao 
empregador fazer-se substituir ou representar por terceiros que conheçam dos fatos, ainda 
que não possuam vínculo trabalhista ou societário (art. 54); podem ser autoras em ações 
perante os juizados especiais (art. 74). 
5. Creditício e de desenvolvimento empresarial → art. 57 - as instituições financeiras 
recebem estímulos para que mantenham linhas de crédito específicas. 
 
 
 
Uma vez enquadrado no regime constará obrigatoriamente do nome da empresa ou do empresário a 
especificação “Microempresa” ou a abreviatura “ME” e “Empresa de Pequeno Porte” ou “EPP” – 
art. 72. 
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Ex.: João Ltda – ME; Todos os Santos Ltda – EPP. 
 
Para que sua condição de ME e EPP possa ser oponível contra terceiros a empresa deverá efetuar o 
registro de tal condição na Junta Comercial. 
 
 Para as empresas em fase de constituição o empresário ou a sociedade empresária prestará 
declaração de que estão presentes os elementos exigidos para tal qualificação, e de que a receita bruta 
anual não excederá ao limite legal. 
 
Qualquer informação falsa prestada atrai a tipificação do crime de falsidade ideológica (art. 299, do 
CP). 
 
 
 
 
DESENQUADRAMENTO E REENQUADRAMENTO → Art. 3º, §§ 7º e 8º, LC 123/06 - As 
possibilidades de enquadramento ou desenquadramento de uma empresa na qualidade de ME ou EPP 
estão expressamente previstas e se dará das seguintes formas: 
 
 
1. A EPP reenquadrou-se como empresa ( seu faturamento ultrapassa o limite máximo). 
2. A ME reenquadrou-se na condição de EPP. 
3. A EPP reenquadrou-se como ME. 
4. Quando o empresário ou sociedade empresária não mais tiver interesse em continuar na 
condição de ME ou EPP, já que seu enquadramento é facultativo. 
 
 
A ME ou EPP que durante 12 meses não tenha exercido suas atividades econômicas, de qualquer 
espécie, poderá solicitar a baixa nos registros público federais, estaduais e municipais 
independentemente do pagamento dos débitos tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na 
entrega das respectivas obrigações (inclusive INSS, FGTS). 
 
A baixa, entretanto, não impede que, posteriormente, sejam lançados e cobrados os impostos e 
contribuições respectivas, por meiode processo administrativo ou judicial, reputando-se como 
solidariamente responsáveis os titulares, os sócios e os administradores do período de ocorrência dos 
fatos geradores (art. 78). 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMPRESA INDIVIDUAL 
 
 
 
Em sentido amplo a atividade empresarial pode ser exercida de forma individual ou por meio de uma 
sociedade. 
 
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL é a pessoa física ( natural) que, sozinho, reúne e organiza os fatores 
de produção (capital, trabalho, insumos e tecnologia) necessários ao exercício de empresa. 
 
Sua definição está expressa no artigo 966 e seguintes do CC e representa, segundo dados das Juntas 
Comerciais datados de 2.002, 51,40% dos registros. 
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A ele se aplica, em sua essência, a denominação de “Empresário”, já que sócio pressupõe a existência 
de sociedade e não é sinônimo de empresário, podendo ser apenas investidor (de capital) ou 
empreendedor (capital + trabalho). 
 
No caso de sociedade é ela que juridicamente é considerada empresária, não os seus sócios. 
 
São características da Empresa Individual: 
 
- o Empresário se obriga através de seu nome (porque é seu patrimônio pessoal o 
garantidor das obrigações). 
- responde com seus bens pessoais. 
- Assume responsabilidade ilimitada. 
- Incide pessoalmente em procedimento falimentar. 
- não se exige que a atividade econômica organizada para a produção ou circulação 
de bens ou de serviços, isto é, a empresa, seja a única profissão da pessoa natural. 
Não há exigência de dedicação exclusiva no empreendimento, exigindo-se apenas a 
titularidade do empreendimento, considerado como exercício habitual e constante 
da atividade organizada. 
 
 
Execução. Responsabilidade do titular de firma individual. Apesar de o empresário 
individual possuir inscrição no CNPJ, não se confunde com pessoa jurídica, de modo que 
não há qualquer separação entre a sua personalidade jurídica e a da firma, confundindo-se 
os dois numa única pessoa natural. Assim, desnecessário falar em desconsideração da 
personalidade jurídica, já que, diante da sua inexistência, o patrimônio pessoal do 
empresário é ilimitadamente responsável pelos débitos de sua firma. (TRT12ª R. - AG-PET 
09253-2005-035-12-00-0- Ac. 00054/07 - 3ª T. - Relª Juíza Ligia Maria Teixeira Gouvêa - 
DJ 16.01.2007) 
 
 
 
FORMALIDADE PARA INSCRIÇÃO DE EMPRESA INDIVIDUAL: 
 
- faz-se mediante requerimento perante o Registro Público de Empresas Mercantis a 
cargo das ‘Juntas Comerciais’- art. 1.150, que deverá preencher os pressupostos do 
artigo 968 do CC; 
- ME ou EPP – de acordo com seu faturamento poderá adotar um dos dois regimes. 
 
 
FIRMA E ASSINATURA : 
 
Ao tratar do nome Empresarial o Código Civil, em seus artigos 1.155 e seguintes, faz expressa 
referência ao termo “Firma”. 
 
 
“Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de 
conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. 
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a 
denominação das sociedades simples, associações e fundações. 
 
Art. 1156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, 
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
 
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Art. 1157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob 
firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar 
ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. 
 
 
Coloquialmente a termo firma é utilizado como sinônimo de empresa (esta, a atividade...). 
 
Em sentido próprio, porém, é sinônimo de nome e assinatura, e o próprio Código Civil assim adota 
o sentido nos artigos 219 (“declarações constantes de documentos assinados (firmados) presumem-
se verdadeiras em relação aos signatários”) e o art. 654, § 2º (reconhecimento de firma: para fazer 
alusão à autenticação da assinatura pelo ofício de notas), além do artigo 902,§ 2º. 
 
O artigo 1.155 do Código Civil define ‘firma’ como sendo uma das espécies de ‘nome empresarial’, 
juntamente com a denominação. 
 
Para o direito empresarial, pois, o termo ‘firma’ é um nome que, embora deva basear-se no nome 
civil, com ele não se confunde, já que designa o nome constituído para o exercício da empresa. 
 
 
CAPITAL: 
 
 A empresa individual tem uma unidade e identidade próprios no patrimônio de seu titular. 
 
Para constituir uma empresa será necessário destinar valores (bens com expressão econômica, 
pecuniária, não se limitando a dinheiro) em montante suficiente para que se cumpram os fins 
empresariais, que será submetido à escrituração da empresa. 
 
Tal montante deverá ser suficiente para fazer frente às despesas de constituição da estrutura física e 
organizacional da empresa, operações como capital de giro etc. 
 
O capital referido no artigo 968, III é o capital inicial que é destinado à constituição da empresa, 
iniciando sua contabilidade. 
 
 
OBJETO E SEDE DA EMPRESA: 
 
 
 O objeto é a atividade econômica que será explorada para a produção e ou circulação de bens ou de 
serviços. 
 
O único pressuposto é de que o objeto seja lícito e que apresente, quando necessário, autorização para 
explorá-lo. 
 
A lei não limita qual tipo de atividade pode ser exercida pela empresa individual. 
 
Contudo, existem atividades que fogem ao controle das juntas comerciais e que, via de consequência, 
não estão sujeitas à inscrição, como é o caso da prestação de serviços advocatícios. 
 
Apesar de ser lícito o exercício da advocacia, ao advogado ou à Sociedade de Advogados, mesmo 
constituindo pessoas jurídicas inscritas perante a OAB para o exploração empresarial, não é 
permitida sua inscrição perante a Junta Comercial, por expressa vedação da lei 8906/94, arts., 3º, 4º e, 
principalmente o 16, § 3º. 
 
 
Sede é sua localização geográfica, seu endereço, local onde o empresário deve ser encontrado para 
responder por suas obrigações. 
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Em regra a empresa não está confinada a um lugar, não se vinculando inflexivelmente à sua sede 
como único ponto para o seu funcionamento. 
 
É que elas podem alastrar-se, criando sucursal, filial ou agência para a expansão física das atividades 
empresariais. Tais figuras (sucursal, filial e agência) não possuem base legal da distinção ( O CC. 
utiliza dos 3 termos sempre em conjunto, conforme arts. 969, 1.000, 1.136 § 2º, II e 1.172), devendo 
ser compreendidas como formas de se rotular ESTABELECIMENTO SECUNDÁRIO. 
 
Também o art. 498, da CLT, refere-se a estabelecimento, filial ou agência tendo, dentro da ótica 
trabalhista, dando-lhes a seguinte distinção: 
 
 
FILIAL → é definida como sociedade empresarial que atua sob a direção da 
matriz mantendo, contudo, a sua personalidade jurídica e o seu patrimônio, 
preservando a sua autonomia perante a Lei e ao público; 
 
AGÊNCIA → em essência, refere-se a empresa especializada em prestação de 
serviços, com função eminentemente de intermediário; 
 
SUCURSAL → é o estabelecimento empresarial acessório e distinto do principal, 
cuja atividade engloba tratar dos negócios do estabelecimento principal, a cuja 
administração está ligada, sem, contudo, constituir filial ou agência. 
 
Independentemente do rótulo, o estabelecimento secundário implica em se fazer a anotação 
correspondente na inscrição do empresário. 
 
Caso tal estabelecimento seja instalado na circunscrição de outro Registro Público de 
Empresas Mercantis/Junta Comercial (outro Estado), será necessário também inscrever o 
estabelecimentosecundário nessa repartição, pois suas atividades estarão sob outra 
jurisdição. 
 
 
 
CAPACIDADE: 
 
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo 
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”. 
 
Submetem-se às regras já vistas quando do estudo da capacidade para empresariar. 
 
 
FALECIMENTO DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: 
 
Nos termos do artigo 6º do CC a existência da pessoa natural termina com a morte, findando-se, ali, a 
personalidade. 
 
Com a morte abre-se a sucessão – art. 1.784, do CC, transmitindo-se a herança. 
 
 Se houver um único herdeiro a questão se resolve, já que a empresa deve ser titularizada por uma 
única pessoa. 
 
Havendo, contudo, pluralidade de herdeiros, quatro soluções podem ocorrer: 
 
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1ª → o encerramento das atividades com a apuração dos haveres e baixa na inscrição 
do empresário. Restando créditos a pagar responderá o patrimônio do ‘de cujus’, até 
ser exaurido. 
 
Havendo saldo positivo será ele dividido entre os herdeiros, nos limites do direito de 
cada ou legado em testamento. 
 
2ª → A transferência da empresa a terceiro pelo Espólio, sendo o montante apurado 
dividido nos limites do direito de cada ou estipulado em testamento. 
 
3ª → A destinação da empresa, no inventário, a um único herdeiro, que se manterá 
como empresário individual, sucessor do ‘de cujus’ na titularidade e atividade. 
 
4ª → a instituição de uma sociedade empresária entre herdeiros, cada qual recebendo 
o número de cotas ou ações correspondentes ao seu direito. 
 
5ª → a criação de uma IRELI – art. 980-A, § 3º, CC. 
 
 
 
 
 
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI 
 
 
Criado para beneficiar os empreendedores informais, geralmente profissionais autônomos que 
prestam serviços simples (sapateiros, manicures, barbeiros, costureiras, pintores, mecânicos, 
encanadores, serralheiros, marceneiros ...) e que, por não recolherem os tributos legais, não gozavam 
de benefícios (previdenciários e política de fomento empresarial). 
 
Nos termos do artigo 18-A da Lei Complementar 123/06 (com acréscimo efetuado pela LC 128/08), 
poderá ser considerado microempreendedor individual: 
 
 O empresário individual a que se refere o artigo 966 do Código Civil, que tenha auferido, 
no ano calendário anterior, receita bruta de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). 
 Que seja optante pelo Simples Nacional. 
 Que possua um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário-mínimo ou piso 
da categoria profissional (art. 18-C) 
 
 
Dentre as regras aplicáveis ao MEI, previstas, destaca-se: 
 
 Passa a ser modalidade de Microempresa ( art. 18-E, § 3º LC 147/14), podendo participar, 
nessa condição, dos procedimentos licitatórios (art. 18-E, § 4º LC 1247/14). 
 Gratuidade dos custos relativos à abertura (taxas, emolumentos, inscrição...). 
 Concessão de alvará de funcionamento provisório. 
 Poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo sistema do 
Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele 
auferida no mês, expressos no art. 18-A. 
 
 
 
 
 
 
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EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI – ART. 980-A, 
CC. 
 
 
 
Figura jurídica introduzida pela Lei 12.441/2011, com vigência a partir de 01/01/2012, a EIRELI é 
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, em valor não inferior ao 
correspondente a 100 vezes o salário mínimo vigente no país, cujo patrimônio pessoal do empresário 
individual fica protegido, ou seja, não responderá pelas obrigações assumidas pela empresa, em 
situação de normalidade, se igualando às sociedades empresárias de responsabilidade limitada. 
 
Torna-se possível, então, o exercício da atividade empresarial individualmente sem que represente 
em responsabilidade ilimitada do patrimônio da pessoa física, como acontece com o empresário 
individual clássico definido no artigo 966 do Código Civil. 
Tal particularidade é possível em razão da Lei 12.441/2011 passar a considerar pessoa jurídica de 
direito privado as empresas individuais de responsabilidade limitada, constituídas por uma única 
pessoa, titular da totalidade do capital social integralizado. 
Em outras palavras, uma pessoa natural poderá constituir pessoa jurídica (o que não é possível para o 
empresário individual tradicional) para a exploração de empresa, sem a necessidade de se associar a 
outra pessoa, sem ser necessário constituir sociedade. 
 
De se destacar que a expressão “empresário individual” (‘quem exerce’, pessoa natural sem 
personalidade jurídica) identifica a pessoa natural que é titular da empresa na acepção do artigo 966, 
do Código Civil, não se confundindo com a pessoa jurídica que explora a empresa por intermédio da 
EIRELI ou de uma sociedade empresária. 
Suas principais características são: 
 
 O capital social deve estar integralizado. 
 Poderá usar firma ou denominação, seguidos da expressão EIRELI. 
 A pessoa natural que constituir uma EIRELI poderá figurar em uma única empresa dessa 
modalidade. 
 Poderá ser constituída para qualquer fim. 
 Poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, 
independentemente das razões que originaram tal concentração. 
 São aplicáveis à EIRELI as normas previstas para as sociedades limitadas, no que couber. 
 Na falta de pluralidade de sócios – art. 1033, IV – poderá o sócio remanescente requerer a 
transformação do registro da sociedade, observadas as normas dos artigos 1.113 e 1.115. 
 
 
 
 
 
 
EMPRESÁRIO RURAL: 
 
 O adjetivo ‘rural’ deve ser encarado com cautela. 
 
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Deve ser entendido como atividades de agricultura, extrativismo vegetal e criação animal (esta em 
sentido amplo = bois, porcos, aves, peixes e até insetos (abelha e bicho-da-seda), para corte, extração 
de subprodutos (leite, ovos, pele, mel etc). 
 
Não alcança, mesmo que exercidas fora do período urbano, a extração mineral. 
 
Há um tratamento legal específico que favorece a empresa rural, pelo Ministério da Agricultura, 
como planos de safra e plurianuais, estoques reguladores e estratégicos visando garantir a compra do 
produto, preços mínimos, créditos rurais. 
 
Sua principal característica é a concessão, pela lei, de uma faculdade de optar ou não pelo registro 
mercantil, ou seja, se preferir, aceita-se que não se inscreva.

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