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Estudo da receita e da despesa pública É através das despesas orçamentárias que o setor público coloca à dispo- sição da população produtos e serviços necessários à manutenção do bem- -estar de todos. Contudo, as despesas orçamentárias públicas têm que ter um suporte financeiro para poderem ser realizadas. Esse suporte é dado pelas receitas orçamentárias públicas, que são os ingressos de valores na administração pública e que irão fazer frente às despesas orçamentárias públicas. Por fim, é sempre importante salientar que tanto as receitas quanto as despesas orçamentárias públicas são executadas por meio de autorização dada pela Lei Orçamentária Anual (LOA). Contudo, tanto as receitas quanto as despesas causam alterações na ri- queza patrimonial das entidades públicas, o que deve ser considerado na sua avaliação. Portanto, este capítulo estará estudando os conceitos de receita e despe- sa públicas sob o enfoque orçamentário e sob o enfoque patrimonial. Receita pública Do ponto de vista da administração pública, os ingressos de recursos podem ser considerados como orçamentários ou extraorçamentários. Essa classificação é de vital importância, na medida em que influencia toda a fase de contabilização dos ingressos de recursos na administração pública. Conceitos Os ingressos de recursos na administração pública podem ser vistos sob o aspecto orçamentário, isto é, todo ingresso de recursos que irá fazer frente à despesa orçamentária pública é considerado um ingresso orçamentário e por consequência é considerado uma receita orçamentária. Por outro lado a mesma receita que faz frente à despesa orçamentária, isto é à receita orçamentária, também poderá ocasionar aumento da situa- 83Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 84 Estudo da receita e da despesa pública ção líquida da entidade, isto é, causará um aumento da riqueza patrimonial da entidade, sendo, portanto, considerado também como receita sob o enfoque patrimonial, por ter justamente causado impacto quantitativo no patrimônio da entidade. Ingressos orçamentários e extraorçamentários A primeira classificação que deve ser realizada dos ingressos de recursos na administração pública é justamente se o recurso é orçamentário ou extra- orçamentário. Os ingressos de recursos serão considerados como orçamentários quando satisfizerem duas situações: Os ingressos de recursos estão previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA); � Os ingressos de recursos irão fazer frente às despesas orçamentárias. � Por outro lado, se os ingressos de recursos não atenderem a essas condições, serão considerados recursos de natureza extraorçamentária. Para um melhor entendimento vamos exemplificar: Ingressos de recursos relativos à cobrança do IPTU, na esfera muni- � cipal: com certeza os ingressos relativos à cobrança do IPTU, no âmbi- to municipal, foram previstos no orçamento como receita orçamentária, sendo que esses recursos certamente irão fazer frente às despesas orça- mentárias. Ingressos de recursos relativos à cobrança do ISS, no âmbito munici- � pal: com certeza os ingressos relativos à cobrança do ISS, no âmbito mu- nicipal, foram previstos no orçamento como receita orçamentária, sendo que esses recursos certamente irão fazer frente às despesas orçamentá- rias. Depósito em caução recebido de licitante � : neste caso, o valor recebi- do de licitante serve única e exclusivamente para garantir a execução de contrato firmado entre o particular e a administração pública. Ao final do contrato, o particular, cumprindo com sua parte, terá direito receber a res- tituição do valor entregue a título de depósito em caução. Portanto, o va- lor entregue pelo particular, a título de depósito em caução, não pertence à administração pública, não estando, ainda, previsto no orçamento pú- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 85 blico, não sendo possível utilizá-lo para fazer frente à despesa pública. Logo, é considerado um ingresso de natureza extra -orçamentária. Vale a pena destacar dois casos especiais: Ingressos de recursos relativos a operações de Antecipação da Re- � ceita Orçamentária (ARO): neste tipo de operação o Poder Público adianta parte da receita orçamentária que teria direito a receber no fu- turo, para fazer frente a necessidades momentâneas de caixa. Portan- to, por tratar-se de adiantamento de receitas orçamentárias futuras, é tratado, no momento da realização da operação de ARO, como um ingresso extraorçamentário. Imposto de renda retido dos servidores e em serviços prestados à � administração pública: o Imposto de Renda é um imposto de compe- tência federal, de acordo com o ordenamento jurídico constitucional. No entanto, os valores que são arrecadados por estados e municípios, a título de retenção sobre a folha de pagamento dos servidores ou através de retenção sobre serviços prestados por terceiros a admi- nistração pública, são contabilizados, no primeiro momento, como ingressos de natureza extraorçamentária, dada a competência para cobrar o imposto, e, na sequência, é contabilizado como uma receita orçamentária. Caso contrário, por exemplo, uma prefeitura municipal, deveria preencher um DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal) e pagar o valor do imposto de renda retido sobre a folha de pagamento dos seus servidores. Na sequência, o governo federal pe- garia esse mesmo valor pago pela prefeitura e repassaria, de acordo com a repartição da receita estabelecida na Constituição Federal, para o município, o que se mostra antieconômico. Receita sob o enfoque patrimonial A conceituação da receita sob o enfoque patrimonial é data pela Resolu- ção 1.121/2008 que aprova a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elabora- ção e Apresentação das Demonstrações Contábeis: 70. [...] Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma a) de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 86 Estudo da receita e da despesa pública Portanto, a receita pública sob o enfoque patrimonial é todo ingresso de recursos que causará impacto na situação líquida da entidade, isto é, causa- rá aumento do patrimônio líquido das entidades públicas, ocorrendo o seu registro nos termos do contido na Resolução 750/93 que trata dos Princípios de Contabilidade, em especial o Princípio da Competência e da Oportunida- de, que são assim apresentados: Art. 6.º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.282/10) Art. 9.º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.282/10) Contudo, o reconhecimento da receita na visão patrimonial tem como principal dificuldade a determinação exata da ocorrência do fato gerador. Se a arrecadação for relativa a receitas tributárias é possível adotar como momento do fatogerador o momento do lançamento da receita, tendo em vista que é nesse estágio da receita que ocorre: a determinação da matéria tributária; � a individualização do sujeito passivo do tributo. � No momento do reconhecimento do fato gerador é feito o lançamento do reconhecimento do direito da administração pública em cobrar o tributo, através de lançamento contábil reconhecendo-se esse direito, tendo como contrapartida uma variação patrimonial aumentativa. Quando não for possível determinar o momento exato do fato gerador, adota-se como premissa que esse coincide com o momento da arrecadação da receita. Receita sob o enfoque orçamentário Para dar atendimento às despesas, isto é, fazer frente aos gastos, a admi- nistração pública precisa de recursos. Quando estes gastos são inseridos no Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 87 orçamento são chamados de despesas orçamentárias, que precisam, portan- to, de recursos para serem executadas. Esses recursos são, no caso, as recei- tas orçamentárias. Portanto, a receita sob o enfoque orçamentário são todos os ingressos de recursos que farão frente às despesas orçamentárias, sendo que ambos, tanto as despesas quanto as receitas orçamentárias, estão inseridas na Lei Orçamentária Anual (LOA). Classificação da receita orçamentária Relativamente à receita orçamentária, esta é classificada primeiramente de acordo com a categoria econômica, sendo essa classificação dada pela Lei 4.320/64. De acordo com a Lei 4.320/64 a receita orçamentária é classificada em duas categorias econômicas: receitas correntes; � receitas de capital; � Receitas correntes São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades normais, operacionais da entidade e que vão, normalmente, fazer frente às despesas correntes, buscando o atingimento dos objetivos elencados no PPA, na LDO e na LOA. As receitas correntes vêm do poder do estado de tributar, bem como da prestação de serviços ou da venda de bens colocados à disposição da popu- lação, não se confundindo com a venda de bens de capital, já que os bens vendidos e registrados como receitas correntes são aqueles das atividades fundamentais das entidades públicas. A Lei 4.320/64 estabelece: Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital: §1.º São receitas correntes a receita tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 88 Estudo da receita e da despesa pública A seguir, são descritas as classificações das receitas correntes, nos seguin- tes níveis de origem, tendo como base o Manual da Receita Nacional, apro- vado pela Portaria Conjunta STN/SOF 3/2008: Receita tributária � : são os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma re- ceita privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Receita de contribuições � : é o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das cate- gorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Receita patrimonial � : são aquelas advindas da exploração do ativo não circulante, do rendimento de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos não circulantes. Receita agropecuária � : é o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Receita industrial � : é o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, pro- venientes das atividades industriais definidas como tal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Receita de serviços � : é o ingresso proveniente da prestação de servi- ços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços. Transferência corrente � : é o ingresso proveniente de outros entes/en- tidades, referente aos recursos pertencentes ao ente/entidade recebe- dora ou ao ente/entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o ob- jetivo seja a aplicação em despesas correntes. Outras receitas correntes � : são os ingressos correntes provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 89 Também temos: Receitas correntes intraorçamentárias � : são receitas correntes de ór- gãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e de outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguri- dade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e servi- ços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou de outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As naturezas de receitas correntes intraorçamentárias são constituídas substituindo-se no 1.º nível (categoria econômica), o dígito “1” pelo dí- gito “7”, mantendo-se o restante da classificação. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, au- tarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entida- des integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. Receitas de capital São ingressos de recursos provenientes de atividades que não são cor- riqueiras nas entidades públicas como a venda de um bem de capital ou a obtenção de empréstimos de organismos financiadores, nos termos do §2.º do artigo 11 da Lei 4.320/64: Art.11. [...] §2.º São receitas de capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. A seguir, são descritas as classificações das receitas de capital, nos seguin- tes níveis de origem, tendo como base o Manual da Receita Nacional, apro- vado pela Portaria Conjunta STN/SOF 3/2008: Operações de crédito � : são os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos de entidades estatais ou privadas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 90 Estudo da receita e da despesa pública Alienação de bens � : é o ingresso proveniente da alienação de compo- nentes do ativo não circulante. Amortização de empréstimos � : é o ingresso proveniente da amortiza- ção, ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de emprés- timos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos. Transferências de capital � : pertencentes ao ente/entidade recebedo- ra ou ao ente/entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o ob- jetivo seja a aplicação em despesas de capital.Outras receitas de capital � : são os ingressos de capital provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores. Também temos: Receitas de capital intraorçamentárias � : receitas de capital de ór- gãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, derivadas da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo não circulante, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses or- çamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As naturezas de receitas de capital intraorçamentárias são constituídas substituindo-se no 1.º nível (categoria econômica), o dígito “2” pelo dí- gito “8”, mantendo-se o restante da classificação. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, au- tarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entida- des integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. Também temos a receita orçamentária classificada de acordo com a com- petência tributária de cada ente da Federação, sendo Federal, Estadual, Dis- trital e Municipal. Essa classificação é dada justamente na CF, a partir do artigo 150. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 91 Outra classificação da receita é quanto à afetação do patrimônio, sendo dividida em receitas efetivas, nestas compreendidas as que contribuem para o aumento do patrimônio da entidade e receitas por mutação patrimonial, esta última contemplando aquelas que não aumentam nem diminuem a si- tuação patrimonial das entidades, representando única e simplesmente um fato permutativo (troca). Temos ainda a classificação das receitas quanto a sua regularidade, sendo consideradas receitas ordinárias aquelas que representam ingressos perma- nentes e estáveis aos cofres públicos, tendo características de continuidade. Em contraponto temos as receitas extraordinárias, que são representadas por ingressos que não acontecem de forma contínua. Por fim, temos a classificação da receita segundo o poder de coerção dos órgãos arrecadadores, sendo classificada como receitas originárias aquelas advindas da exploração do patrimônio público, sendo arrecadadas na forma de preço ou tarifa pública pelos serviços prestados. Já a receita derivada é aquela que vem do poder de tributar de cada ente da federação. Fases, estágios ou etapas da receita orçamentária O Código de Contabilidade Pública de 1922 estipula que, para sua plena efetivação, a receita orçamentária deve passar pelas fases de previsão, arre- cadação e recolhimento. A ilustração a seguir sintetiza essas fases da receita pública. (M IN IS TÉ RI O D A F A ZE N D A , 2 00 8) PREVISÃO METODOLOGIA CAIXAS BANCOS CLASSIFICAÇÃO DESTINAÇÃO UNIDADE DE CAIXA LANÇAMENTO ARRECADAÇÃO RECOLHIMENTO Figura 1 – Estágios da receita pública. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 92 Estudo da receita e da despesa pública Contudo, a Lei 4.320/64 define de outro modo tais estágios, sendo eles: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento, conforme podemos ler nos artigos que seguem. Na sequência, descrevemos cada uma dessas fases. Previsão: é o estágio de estimativa da receita que será expressa na LOA, � isto é, aquilo que se espera arrecadar durante o exercício. Lei 4.320/64 Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra Lançamento: é a fase na qual se identifica o contribuinte, a procedên- � cia do crédito fiscal. Lei 4.320/64 Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. Arrecadação: é o exato momento em que o contribuinte comparece � até a rede arrecadadora (bancos, casas lotéricas etc.) e faz o pagamen- to do valor estipulado. Lei 4.320/64 Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem. §1.º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data e assinatura do agente arrecadador. Recolhimento: é o repasse do agente arrecadador para os cofres do � tesouro municipal, estadual ou federal. Segundo o artigo 56 da Lei 4.320/64 Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 93 Destinação dos recursos Temos ainda a codificação da receita de acordo com sua destinação ou por fonte de recursos. A codificação por fonte de recursos é justamente o elo de ligação entre a receita e a despesa a ela vinculada, permitindo um melhor acompanhamen- to da aplicação das receitas vinculadas com a respectiva despesa, indicando assim se houve regularidade no gasto. De acordo com a Portaria SOF 1/2001, que dispõe sobre a classificação orçamentária por fontes de recursos, é composta de três dígitos, sendo que é o primeiro que determina o grupo e são os outros dois que apontam sua especificação, no formato “XYY”, conforme segue: Onde “X” é o grupo de fontes de recursos: 1 – Recursos do Tesouro – exercício corrente 2 – Recursos de outras fontes – exercício corrente 3 – Recursos do Tesouro – exercícios anteriores 6 – Recursos de outras fontes – exercícios anteriores 9 – Recursos condicionados E “YY” é a especificação das fontes de recursos: se for fonte primária re- presenta receitas efetivas, o código “00” (zero zero) corresponde a recurso ordinários, os demais códigos da fonte primária deverão ser desenvolvidos e adaptados em função das particularidades de cada ente da federação que irá aplicá-los. Da mesma forma a fonte não primária ou financeira, nesta compreendi- das as operações de crédito, amortizações de empréstimos e alienações de ativos, deverão ser desenvolvidas e adaptadas em função das particularida- des de cada ente da federação que irá aplicá-las. Portanto, temos como exemplo a fonte 100, sendo Recursos do tesouro – exercício corrente (1) e recursos ordinários (00). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 94 Estudo da receita e da despesa pública Dívida ativa O artigo 39 da Lei 4.320/64 traz a definição clara de dívida ativa, conforme segue: Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. §1.º Os créditos de que trata este Art., exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.§2.º Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa Não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. Portanto, verifica-se que a receita exigível, e que não foi arrecadada no de- correr do exercício, deverá obrigatoriamente ser registrada como dívida ativa, sendo que esta tem presunção de liquidez, tornando-se um direito a receber. Despesa pública Na administração pública, os dispêndios de recursos podem ser consi- derados como despesas. Dessa forma, conhecer os conceitos, a legislação acerca do assunto, é muito importante para a formação da base conceitual para a análise e interpretação dos demonstrativos emanados da contabilida- de aplicada ao setor público. Dessa maneira, serão apresentadas a definição de despesa pública, sua classificação, os estágios por onde passa, finalizando com aquela despesa que não é paga até o final do exercício, sendo registrada em restos a pagar. Conceitos Aliomar Baleeiro (2002) apresenta o conceito de despesa pública que é amplamente aceito entre os estudiosos do assunto: [...] o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos... ; ou; [...] a aplicação de certa quantia, em dinheiro, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 95 por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo. Portanto, por analogia com a definição de receita pública, podemos defi- nir despesa pública como todo e qualquer sacrifício financeiro realizado pela administração pública para o perfeito funcionamento da máquina adminis- trativa. Vale lembrar que, para fazer frente às despesas públicas, a adminis- tração lança mão das receitas públicas. Dessa forma, é por meio das despesas que o Poder Público vai dar conse- cução aos seus objetivos, que, em última análise, concorrem para a satisfa- ção das necessidades da população. Dispêndios orçamentários e extraorçamentários Igualmente à receita pública, a despesa pública tem relação com a Lei Orçamentária Anual (LOA), sendo classificada como: despesas orçamentárias; � despesas extraorçamentárias. � Portanto, a despesa orçamentária é aquela que consta do orçamento e efetivamente é de responsabilidade da entidade. Em contraponto, a despesa extraorçamentária não está prevista no orça- mento e corresponde a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão pública, sendo, portanto valores que saem dos cofres públicos em contrapartida de baixas de passivos financeiros, não alterando o patrimô- nio da entidade, não sendo uma despesa de responsabilidade efetiva da entidade. São exemplos de despesa extraorçamentárias: devolução de depósitos em caução; � pagamento de cons � ignações. Despesa sob o enfoque patrimonial Em obediência aos princípios da oportunidade e da competência, as des- pesas devem ser reconhecidas no momento da ocorrência do fato gerador, independentemente de pagamento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 96 Estudo da receita e da despesa pública Na área pública, esse procedimento está legalmente embasado pelos se- guintes dispositivos: Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/2000: Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: [...] II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; Lei 4.320/64: Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acom- panhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial. Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. Relativamente ao reconhecimento do fato gerador da despesa, este, na maioria esmagadadora de vezes, coincide com a fase da liquidação da des- pesa, que é o momento da entrega dos bens adquiridos ou dos serviços con- tratados pela administração pública, podendo, em casos especiais, ocorrer após o momento da liquidação, como por exemplo na aquisição de uma as- sinatura anual de revista mensal ou semanal. Dessa forma, o reconhecimento do fato gerador deve ocorrer mesmo que as fases da despesa pública ainda não tenham sido processadas. Despesas sob o enfoque orçamentário O orçamento público, pelas suas características de planejamento, tem em seu conteúdo a descrição das despesas necessárias para que esse orçamento atinja seus objetivos. Dessa forma, as despesas na visão orçamentária são todos aqueles dispêndios que têm como meta contribuir para o alcance dos objetivos estabelecidos no PPA, LDO e LOA. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 97 Classificação da despesa orçamentária A classificação da despesa pública quanto à categoria econômica é dada pelo artigo 12 da Lei 4.320/64, que traz: Despesas correntes � , sendo: Despesas de custeio: dotações para manutenção de serviços an- � teriormente criados, inclusive as destinadas a atender às obras de conservação e adaptação de bens imóveis. Transferências correntes: dotações para despesas às quais não cor- � responda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manuten- ção de outras entidades de direito público ou privado. Despesas de capital, sendo: � Investimentos: dotações para o planejamento e a execução de � obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os progra- mas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Inversões financeiras: as dotações destinadas à aquisição de imó- � veis, ou de bens de capital já em utilização, para aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de capital ou para constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem aos objetivos comerciais ou financeiros, in- clusive operações bancárias ou de seguros. Transferências de capital: as dotações para investimentos ou inver- � sões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar. De acordo com acompetência institucional para autorizar e realizar as despesas A classificação da despesa de acordo com a competência institucional de cada ente da federação para a efetiva realização das despesas, pode ser Fe- deral, Estadual, Distrital ou Municipal, de acordo com a esfera de governo que pertence a entidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 98 Estudo da receita e da despesa pública Quanto à afetação do patrimônio Da mesma forma que a receita pública, a despesa pública é classifica- da quanto à afetação do patrimônio, sendo dividida em despesas efetivas, nestas compreendidas as que contribuem para a diminuição do patrimônio da entidade e despesas por mutação patrimonial, esta última contemplando aquelas que não aumentam nem diminuem a situação patrimonial das enti- dades, representando única e simplesmente um fato permutativo (troca). Quanto à regularidade da despesa Temos ainda a classificação das despesas quanto à sua regularidade, sendo consideradas despesas ordinárias aquelas que representam saídas permanentes e estáveis dos cofres públicos, tendo características de conti- nuidade. Temos também as despesas extraordinárias que são representadas por saídas que não acontecem de forma contínua. Classificação institucional Tem como objetivo evidenciar as diversas unidades administrativas que são responsáveis pela execução da despesa. Dessa forma, dentro de um mesmo ente da federação podemos identificar o órgão e a sua unidade que são responsáveis pelas despesas. É uma forma de gerenciamento da despesa pública, atribuindo o valor despendido a quem realmente realiza o gasto. Como exemplo de classificação institucional podemos citar, no âmbito do governo federal, a Presidência da República, o Ministério da Fazenda, o Ministério da Educação, o Ministério dos Transportes etc. Como exemplo de uma unidade orçamentária podemos citar a Universi- dade Federal do Paraná (UFPR), que é uma unidade orçamentária dentro do Ministério da Educação. A classificação institucional é dada da forma como podemos ver na ilus- tração a seguir. XX YYY Órgão Unidade Figura 2 – Classificação institucional. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 99 Classificação funcional Permite a vinculação das dotações orçamentárias às várias áreas de atua- ção do governo conforme o planejamento estabelecido, indicando os objeti- vos para cada uma delas e também as ações necessárias ao atendimento de tais metas da administração pública. Serve como um catalisador dos gastos públicos por área de ação do governo e é condição inicial para a implantação do orçamento-programa. A classificação funcional abrange um rol de funções e subfunções prede- terminadas que permite a consolidação nacional de todos os gastos no setor público. Foi a Portaria SOF 117/98, substituída, posteriormente, pela Portaria SOF 42/99 que trouxe a separação da despesa por funções e subfunções, confor- me o contido no inciso I do §1.º do artigo 2.º e no §2.° do artigo 8.º, ambos da Lei 4.320/64. Por representar as grandes áreas de despesas, as funções e suas subfun- ções estão vinculadas a programas que são estruturados em projetos, ativi- dades e operações especiais. Portanto, as codificações constantes do Plano Plurianual devem ser con- sideradas na elaboração da LOA, evidenciando, assim, a integração entre os orçamentos. Nos parágrafos 1.º , 2.º e 3.º do artigo 1.º da Portaria SOF 42/99, temos os seguintes conceitos: Art. 1.º [...] §1.º Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. §2.º A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. §3.º A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. Desse modo, a classificação funcional tem sua estrutura padronizada para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, conforme consta na ilustração a seguir. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 100 Estudo da receita e da despesa pública XX YYY Função Subfunção Figura 3 – Classificação funcional. Vale ressaltar que as subfunções poderão ser combinadas com as diversas funções. São exemplos de funções e subfunções: Funções Subfunções 10 – Saúde 301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 – Suporte Profilático e Terapêutico 304 – Vigilância Sanitária 305 – Vigilância Epidemiológica 306 – Alimentação e Nutrição 12 – Educação 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial Estrutura programática Dada a partir da evolução da classificação funcional-programática, passou a ser adotada, no âmbito da União, no ano de 1999, com a elaboração do Plano Plurianual (PPA) para o período de 2000 a 2004 e para a Lei Orçamen- tária Anual (LOA) de 2000, visando, basicamente, ser um elo entre o planeja- mento e o orçamento, dando atendimento aos anseios da população através de programas e ações, classificadas em projetos, atividades e operações es- peciais, sendo: Programas � : sendo esses entendidos como uma ferramenta de organi- zação das ações do governo, para o atendimento das necessidades da população, sendo distribuídos em quatro grandes grupos (programas finalísticos, programas de gestão das políticas públicas, programas de serviços ao Estado e programas de apoio administrativo). (M IN IS TÉ RI O D O O RÇ A M EN TO E G ES TÃ O , 1 99 9. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 101 Projetos � : entende-se como projeto o instrumento de programação utilizado para alcançar os objetivos de um determinado programa, sendo o desdobramento de um programa de governo. Os projetos têm início e fim, isto é, são limitados no tempo. Atividades � : entende-se como atividade os instrumentos de progra- mação utilizados para alcançar os objetivos de um determinado pro- grama, sendo o desdobramento de um programa de governo. Diferen- cia-se do projeto por ser realizada de forma contínua. Operações especiais � : sendo essas as ações que geram despesas, mas que não contribuem para a manutenção das ações de governo e das quais não resulta um produto e tampouco uma contraprestação em bens ou serviços. A estrutura do código da classificação por programas apresenta-se da se- guinte forma: Onde: XXXX – corresponde ao código do programa; � YYYY – corresponde ao projeto, atividade ou a operações especiais, � sendo que se este for igual a zero indica uma operação especial; se for número ímpar (1, 3, 5 ou 7) indica um projeto; se for número par (2, 4, 6, 8) trata-se de uma atividade e, por fim, se for igual a 9 (nove) corres- ponde a uma ação não orçamentária. Classificação segundo a natureza da despesa orçamentária Trata-se da união de duas classificações que faziam parte da Lei 4.320/64, a classificação econômica e a classificação por elemento de despesa, acres- cidas da classificação por grupo de despesas. Portanto, para classificar uma despesa segundo sua natureza, é necessário verificar sua categoria econô- mica, o grupo de despesa a que pertence e o elemento a que se refere, bem como suamodalidade de aplicação, que tem por finalidade apontar se os valores são aplicados diretamente pelos órgãos na mesma esfera de governo ou por outro ente de governo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 102 Estudo da receita e da despesa pública Para dar atendimento aos preceitos da LRF, foi publicada a Portaria Inter- ministerial SOF/STN n.º 163/2001 e suas alterações, na qual consta a classifi- cação da despesa segundo sua natureza, o que esclarecemos a seguir. Categoria econômica � : as despesas classificam-se em despesas cor- rentes e de capital. Grupo de natureza da despesa � : contém os itens que representam despesas com as mesmas características em relação ao objeto de gas- to, sendo: pessoal e encargos sociais; � juros e encargos da dívida; � outras despesas correntes; � investimentos; � inversões financeiras; � amortização da dívida. � Elemento de despesa � : identifica os objetos de gasto, podendo ser, de acordo com a necessidade de cada ente, desdobrado em subelemen- tos de despesas. Vale ressaltar que a classificação por natureza da despesa é complemen- tada pela modalidade de aplicação, que visa indicar se os recursos serão apli- cados diretamente dentro da mesma esfera de governo ou por outro ente da federação, com o objetivo de identificar recursos que foram transferidos ou descentralizados, evitando, dessa forma, a contagem em dobro. A estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orça- mentária deve ser “c.g.mm.ee.dd”, em que “c” é a categoria econômica; � “g” é o grupo de natureza da despesa; � “mm” é a modalidade de aplicação; � “ee” é o elemento de despesa; � “dd” é o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa. � Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 103 Créditos adicionais Pode ser que o valor da despesa autorizado no orçamento público (LOA) seja insuficiente ou que até mesmo a despesa não tenha sido fixada original- mente no orçamento. Dessa forma, faz-se necessário proceder alterações nos orçamentos, de forma que os mesmos possam atender às necessidades da administração pública. Essas alterações são realizadas através de créditos adicionais, previstos na Lei 4.320/64, mais especificamente a partir do artigo 40 do referido diploma legal. Fases, estágios ou etapas da despesa orçamentária Da mesma forma que a receita pública, para ser efetivada, a despesa pre- cisa passar por fases ou estágios. A Lei 4.320/64 estabelece como fases da despesa pública o empenho, a liquidação e o pagamento, chamadas de es- tágio legal da despesa pública. A despesa orçamentária passa pelas seguintes fases, estágios ou etapas: planejamento; � execução; � controle e ava � liação. Planejamento É a fase da despesa onde é feito todo o planejamento dos gastos a serem realizados, com a finalidade de alcançar os objetivos contidos no planeja- mento público. É a fase da despesa onde temos a elaboração da LOA. Dentro do planejamento temos: fixação das despesas; � descentralização de créditos orçamentários; � programação orçamentária e financeira; � processo de licitaçã � o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 104 Estudo da receita e da despesa pública Fixação da despesa É a fase da despesa onde temos a elaboração da LOA, pois neste estão contidas todas as despesas orçamentárias. Conforme artigo 165 da CF, os instrumentos de planejamento compreen- dem o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamen- tária Anual. Por fim, é importante destacar que o processo da fixação da despesa or- çamentária é concluído através da autorização dada pelos representantes do povo, no caso, o Poder Legislativo, através da aprovação da LOA. Descentralizações de créditos orçamentários A descentralização de créditos orçamentários decorrem do repasse da au- torização para executar o orçamento de um determinado órgão para outro, como por exemplo o orçamento para a construção de uma ferrovia que está no Ministério dos Transportes é repassado ao Exército Brasileiro, que será quem efetivamente construirá a ferrovia. Programação orçamentária e financeira A programação orçamentária e financeira é a compatibilização dos fluxos de recebimentos com os fluxos de pagamentos, com o objetivo de evitar desencaixe financeiro, isto é, que ocorram despesas sem a devida cobertura financeira dada pelas receitas, evitando-se, dessa forma, o desequilíbrio na execução orçamentária, nos termos do contido na Lei de Responsabilidade Fiscal, em seus artigos 8.º e 9.º a seguir citados: Art. 8.º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4.o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. [...] Art. 9.º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 105 Licitação Nos termos do artigo 3.º da Lei Federal 8.666/93 temos: Art. 3.º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Execução Os estágios da execução da despesa orçamentária pública na forma pre- vista na Lei 4.320/64 são: empenho, liquidação e pagamento. Empenho Segundo o artigo 58 da Lei 4.320/64: Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Seguindo, ainda, os ensinamentos da referida lei temos: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. §1.º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho. §2.º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar. §3.º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado “nota de empenho” que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria. Da análise do contido na Lei 4.320/64 temos que os empenhos são clas- sificados em: Ordinário � : é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer em uma única parcela. Estimativo � : é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo mon- tante não se possa determinar previamente e com precisão como, por exemplo, o fornecimento de energia elétrica. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 106 Estudo da receita e da despesa pública Global � : é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuaisou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento como, por exem- plo, contratos de aluguel. Liquidação De acordo com artigo 63 da Lei 4.320/64 temos: Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. §1.° Essa verificação tem por fim apurar: I - a origem e o objeto do que se deve pagar; II - a importância exata a pagar; III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. §2.º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo; II - a nota de empenho; III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. Pagamento A fase do pagamento da despesa orçamentária consiste na transferência dos recursos ao credor, após a regular liquidação da despesa orçamentária. Segundo o artigo 64 da Lei 4.320/64: Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Controle e avaliação Essa etapa da despesa consiste em todo controle exercido pela sociedade e pelos órgãos de controle externo, relativamente à boa aplicação dos recur- sos públicos. Restos a pagar As despesas empenhadas e não pagas no encerramento do exercício fi- nanceiro devem ser inscritas em restos a pagar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 107 De acordo com o artigo 36 da Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas. Parágrafo único. Os empenhos que sorvem à conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito. Observemos que, no artigo citado, o legislador menciona uma diferenciação: Restos a pagar processados � : são aqueles que passaram pelas fases do empenho e da liquidação, porém não foram pagos. Restos a pagar não processados � : são aqueles que foram empenha- dos e que não foram liquidados nem, por consequência, pagos. É bom lembrar que a LRF veda ao gestor público, no último ano de man- dato, deixar em estoque restos a pagar sem a devida provisão de caixa para o próximo gestor pagar. Despesas de exercícios anteriores De acordo com o artigo 35 da Lei 4.320/64, que estabelece o regime de caixa para as receitas e de competência para as despesas, as despesas devem ser apropriadas no exercício de sua ocorrência. Da mesma forma a Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabili- dade traz de forma clara e transparente o Princípio da Competência. Contudo, se uma despesa pertencente a um determinado exercício, não sendo reconhecida naquele exercício, porém sendo exigida em um exercício futuro, deverá ser classificada como “despesa de exercícios anteriores” Neste sentido, o artigo 37 da Lei 4.320/64 traz: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 108 Estudo da receita e da despesa pública Ampliando seus conhecimentos Orçamento 2011 subestima crescimento econômico, diz especialista Segundo professor da UnB, proposta orçamentária para 2011 entregue ao Con- gresso não contempla a expectativa de aumento da arrecadação de impostos e deve ser revista pelas assessorias técnicas do Legislativo (MUGNATTO, 2010) Tanto o crescimento da economia previsto para 2011, de 5,5%, quanto o aumento da arrecadação de impostos decorrente desse crescimento podem estar subestimados e ainda poderão ser revistos durante a tramitação do pro- jeto da Lei Orçamentária, lei especial que contém a descrição da receita e da despesa pública, de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, uni- versalidade e anualidade. É também conhecida como Lei de Meios, porque possibilita os meios para o desenvolvimento das ações relativas aos diver- sos órgãos e entidades que integram a administração pública de 2011 (PLN 59/2010), segundo opinião do especialista em finanças públicas, Roberto Pis- citelli. A proposta foi entregue ao Congresso ontem pelo ministro do Planeja- mento, Paulo Bernardo. Conforme Piscitelli, nos últimos anos, o aumento da arrecadação tem atin- gido o dobro dos índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – In- dicador que mede a produção total de bens e serviços finais de um país, le- vando em conta três grupos principais: agropecuária, formado por agricultura extrativa vegetal e pecuária; indústria, que engloba áreas extrativa mineral, de transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil; e serviços, que incluem comércio, transporte, comunicação, serviços da admi- nistração pública e outros. A partir de uma comparação entre a produção de um ano e do anterior, encontra-se a variação anual do PIB.). “Ou seja, se o PIB crescer 7%, podemos esperar um aumento da arrecadação de 12%, 13% ou 14%; que é o que normalmente tem acontecido. Essas estimativas ainda não estão contempladas no Orçamento, então é muito provável que as assessorias técnicas do Legislativo façam reestimativas de receita”, explica. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 109 Essa “folga” orçamentária, de acordo com o professor da Universidade de Brasília (UnB), poderá ser usada para negociar, entre outras coisas, o novo valor do salário mínimo, o reajuste das aposentadorias e dos salários do Judiciário, e até as ações orçamentárias que haviam sido incluídas pelos parlamentares na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – Lei que define as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exer- cício financeiro subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento) de 2011, mas foram vetadas pelo Executivo. Educação Professor de Finanças Públicas da UnB, Piscitelli afirma ainda que a Educa- ção receberá mais recursos por causa do fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU – Mecanismo criado por emenda constitucional que permite a desvinculação de 20% das receitas da União. Segundo o governo, o excesso de vinculações no Orçamento Geral da União cresceu nos últimos anos, o que levou a União a se endividar no mercado para pagamento de despesas obri- gatórias quando dispunha de recursos sobrando em outros itens. Por isso foi criado o Fundo Social de Emergência (FSE), depois transformado em Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) e finalmente DRU) para o setor. A DRU retirava 20% das receitas antes que fosse separado o piso constitucional de 18% que deve ser destinado à Educação. “A DRU reduziu consideravelmente os recur- sos destinados à Educação nos últimos 15 anos – estima-se que houve uma perda de R$ 100 bilhões. O fim da desvinculação irá representar um acréscimo considerável de recursos. Acho que o ano de 2011 poderá ser o ano da Edu- cação”, argumenta. De qualquer forma, oOrçamento de 2011 já prevê um aumento de R$ 20 bilhões para quase R$ 27 bilhões no orçamento da Educação. É que, do total das despesas primárias (as que são usadas para pagar a dívida pública, dívida con- traída pelo governo para financiar gastos não cobertos pela arrecadação de im- postos e para alcançar objetivos da política econômica, como controlar o nível de atividade, crédito, consumo ou captar dólares no exterior. A dívida pública pode ser interna ou externa federal) da União, apenas 10,43% são discricionárias (de livre alocação). O restante não pode ser mexido porque tem caráter obriga- tório – é o caso do pagamento de pessoal e das aposentadorias e pensões. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 110 Estudo da receita e da despesa pública Atividades de aplicação 1. Assinale a opção que indica a ocorrência de restos a pagar processados. a) Empenho, liquidação e pagamento da despesa no mês de dezem- bro. b) Pagamento em dezembro da despesa empenhada e liquidada em novembro do mesmo ano. c) Pagamento em fevereiro de despesa empenhada em dezembro do ano anterior, cuja entrega dos bens foi realizada em fevereiro. d) Pagamento em janeiro de despesa empenhada em dezembro do ano anterior, cuja entrega dos bens tenha se dado também no mês do empenho da despesa. 2. O estágio da despesa denominado liquidação consiste em: a) verificação do direito adquirido pelo credor ou entidade benefici- ária. b) emissão do documento ordem de liquidação para pagamento. c) verificação do montante de créditos a serem comprometidos com o fornecedor. d) emissão de documento bancário para a liquidação de obrigação em banco. 3. Os restos a pagar: a) não processados referem-se a valores devidos em decorrência de empenhamentos, sem a devida cobertura do crédito orçamentá- rio e financeiro. b) não processados referem-se a empenhamentos liquidados e não pagos até 31/12, sem a devida cobertura financeira. c) processados referem-se a empenhamentos liquidados e não pa- gos até 31/12, independentemente da sua cobertura financeira. d) processados referem-se a empenhamentos não liquidados, porém com cobertura orçamentária e financeira. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Estudo da receita e da despesa pública 111 4. Os recursos referentes à venda de um veículo pertencente à prefeitura são classificados como: a) receitas correntes. b) receitas patrimoniais. c) receitas de capital. d) receitas industriais. Gabarito 1. D 2. A 3. C 4. C Referências BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 16. ed. Rio de Ja- neiro: Forense, 2002. BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/>. Acesso em: 1 set. 2010. BRASIL. Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967. Disponível em: <www.pla- nalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/>. Acesso em: 1 set. 2010. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. BRASIL. Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/>. Acesso em: 4 out. 2010. BRASIL. Ministério do Orçamento e Gestão. 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Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Portaria Conjunta 1, de 18 de junho de 2010. Disponível em: <www.tesouro.fazen- da.gov.br/>. Acesso em: 4 out. 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 750/93 – Princípios de Contabilidade. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/>. Acesso em: 4 out. 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 1.121/2008 – NBC T 1 – Estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das Demonstrações Con- tábeis. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/>. Acesso em: 4 out. 2010. MUGNATTO, Sílvia. Orçamento 2011 subestima crescimento econômico, diz espe- cialista. 2010. Câmara dos Deputados. Agência Câmara. Disponível em: <www2. camara.gov.br/agencia/noticias/>. Acesso em: 14 out. 2010. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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