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BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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Autoridades 
 
Interventor Federal na Segurança Pública do Estado do Rio 
de Janeiro 
Exmº Sr General de Exército Walter Souza Braga Netto 
 
Secretário de Estado de Segurança 
Exmº Sr General de Divisão Richard Fernandez Nunes 
 
Comandante-Geral 
Ilmº Sr Coronel PM Luis Cláudio Laviano 
 
Chefe do Estado-Maior Geral 
Ilmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Marinho Pires 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Ricardo Bakr de Souza Faria 
 
Comandante do CFAP 31 de Vol 
Ilmº Sr Coronel PM Rosana Fernandes de Paula 
 
Comandante do Centro de Qualificação de Profissionais 
de Segurança 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Maximiano Boaventura Bresciani 
 
 
 
 
 
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 APRESENTAÇÃO 
Atualmente, conhecimento, informação, tecnologia e serviço 
constituem valores de primeira grandeza, capazes de transformar o 
ambiente interno e externo das organizações sociais e das instituições 
públicas. No intuito de instigar a autonomia, permitir a flexibilidade 
temporal, evitar o deslocamento de efetivo e facilitar questões de 
cunho logístico, o Comando da Corporação, através da proposta do 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução, interligando os eixos acima 
supracitados, oferece a você, Sargento da Polícia Militar do Estado do 
Rio de Janeiro, o Curso Especial de Formação de Sargentos EAD/2018 
(CEFS – EAD/2018). 
Este curso tem por objetivo não só capacitar, mas confirmar as 
divisas dos policiais militares já promovidos à graduação de 3º 
Sargento. Para tanto, as disciplinas do CEFS serão todas no ambiente 
virtual de aprendizagem, através da Escola Virtual, no Centro de 
Qualificação de Profissionais de Segurança Pública (CQPS), 
Assim, ressaltamos a importância de sua dedicação ao curso, 
pois um policial militar bem formado, bem treinado, capacitado e 
motivado para o cumprimento da missão, conhecedor dos valores 
institucionais alicerçados sob a base do conhecimento, da informação, 
da tecnologia e do serviço, é capaz de consolidar e aprimorar a sua 
consciência democrática; cultivar elevados padrões morais para 
continuar com dignidade no exercício da profissão; garantir o respeito 
às leis e a dedicação ao cumprimento do dever; estimular o senso de 
responsabilidade e o interesse pela comunidade; dentre outros. 
Desta forma, esperamos que com este curso você, policial 
militar, possa estar fortalecendo seu vínculo profissional, repensando 
o seu papel como profissional diante da necessidade de soluções cada 
vez mais rápidas e dentro da legalidade para os mais complexos 
problemas enfrentados no singular cotidiano do Estado do Rio de 
Janeiro. 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
 
Ricardo Bakr de Souza Faria - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
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Desenvolvedores 
 
Supervisão Geral do Curso 
MAJ PM Carlos Eduardo Oliveira da Costa 
 
Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Vânia Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
CB PM Marco Antônio José Ribeiro Júnior 
CB PM Wagner Moraes de Paiva 
 
Conteudista 
1º TEN PM Carolina de Sá 
2ºSGT PM Marco Antônio de Paula Franco 
 
Revisor Ortográfico 
Cap PM PED Patricia Kalife Paiva 
 
Revisores: Divisão de Ensino CFAP 31 Vol 
Cap PM PED Patricia Kalife Paiva 
3º SGT PM Elaine Xavier de Oliveira Alves de Lima 
CB PM Rodrigo Barroso Candido 
 
Diagramação 
3º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Alecsara Tognoc da Costa Abreu 
CB PM Thiago Silva Amaral 
CB PM Raquel Mendes Macolagwa 
CB PM Adriana de Oliveira Santos de Souza 
 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vânia Pereira Matos da Silva 
 
Vídeo e Animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
 
Web Designer 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao aluno 
2º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
 
 
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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA ........................................... 6 
A HIGIENE DURANTE O SERVIÇO POLICIAL MILITAR ............ 14 
AVALIAÇÃO GERAL DA VÍTIMA .............................................. 22 
HEMORRAGIAS E ESTADO DE CHOQUE .................................. 40 
TRAUMAS ............................................................................... 52 
PARTO DE EMERGÊNCIA ........................................................ 74 
ATENDIMENTO EM DESMAIO OU SÍNCOPE ............................. 83 
CONVULSÕES E ATAQUE EPILÉTICO ...................................... 87 
FERIMENTOS ......................................................................... 92 
QUEIMADURAS ...................................................................... 96 
CONCLUSÃO ......................................................................... 101 
BIBLIOGRAFIA .................................................................... 102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA 
 
Você saberia identificar a aplicação 
dos conhecimentos de biossegurança na 
atividade de Policial Militar? E a relação 
entre biossegurança e segurança pública? 
 
Identificar os riscos inerentes à 
atividade Policial Militar, com atenção aos 
riscos biológicos e ergonômicos e suas 
implicações na saúde é muito importante, 
tão como distinguir fatores capazes de desencadear problemas 
de ordem psicológica, psiquiátrica ou, até mesmo, doenças 
ocupacionais. Vamos começar? 
 
O policial preparado para atuar numa sociedade democrática 
deve conhecer os conceitos fundamentais e atitudes básicas 
necessárias à prevenção e redução dos danos ao cidadão, a si próprio 
e aos companheiros de profissão. 
Deve ainda conscientizar-se dos riscos aos quais está exposto no 
exercício de sua ação profissional. E, através de informações e técnicas 
adquiridas na disciplina, recorrer a cuidados e procedimentos que 
evitarão contaminações em um ambiente de crime, problemas de 
ordem psicológica ou psiquiátrica, ou até mesmo doenças 
ocupacionais. 
 
 
 
 
 
 
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Acidente de Trabalho 
 
De acordo com a Lei nº 8.213 de 1991, “acidente de trabalho é 
o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa [...], 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte 
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para 
o trabalho”. Assim, fica definido que, para se determinar um acidente, 
há a necessidade de dano ao trabalhador. Por outro lado, vários 
incidentes, isto é, acontecimentos não esperados ou desejados que não 
levam a danos, mas reduzem a eficiência da empresa, podem ocorrer 
durante o trabalho. Dessa forma, a correta notificação de incidentes, 
identificação e correção das causas é importantíssima para se evitar os 
acidentes. 
 
Causas do acidente 
 
Entre as causas de acidentes, durante a ação policial, podem ser 
elencados: 
 Fatores sociais; 
 Manutenção falha de equipamentos; 
 Inobservância de regras; 
 Planejamento inadequado; 
 Desqualificação; 
 Falta de higiene pessoal; 
 Jornada excessiva; 
 Projeto inadequado, etc. 
 
Sendo assim, as causas do acidente podem ser classificadas em 
ato inseguro, condição insegura ou fator pessoal de insegurança. 
 
 
 
 
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Ato inseguro 
 
É todocomportamento de risco, voluntário ou não, que uma 
pessoa assume e que pode provocar um acidente. 
Exemplos: manuseio irregular de arma de fogo; falta de 
manutenção nos equipamentos de segurança; não utilização de coletes 
balísticos e capacetes, quando necessários. 
Para evitar esse tipo de acidente, o policial militar deve: 
 
 Realizar uma avaliação 
criteriosa das normas de segurança 
veicular nas viaturas; 
 Verificar a calibragem de 
pneus, estepe, extintor de incêndio, 
funcionamento correto do GPS e do 
rádio transmissor; 
 Cumprir as normas do decálogo 
do policiamento ostensivo. 
 
Condição insegura 
 
Trata-se de situações existentes no ambiente que podem 
provocar acidentes. 
Exemplos: utilizar uma viatura com problemas de freio em um 
declive, com baixa luminosidade em período noturno e em dias 
chuvosos. Para evitar esse tipo de acidente, o policial militar deve: 
 
 Avaliar criteriosamente a cinemática do tipo de acidente, no 
momento da abordagem; 
 Observar se há luminosidade suficiente no local da ocorrência 
para avaliação do acidentado; 
 Considerar as condições climáticas e geográficas (aclives ou 
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declives) em relação ao tipo de viatura utilizada; 
 Analisar o tipo de ocorrência em relação ao número de 
componentes da guarnição; 
 Fazer uma observação primária de possíveis locais de abrigo 
em situações de confronto armado. 
 
Fator pessoal de insegurança 
 
Refere-se a problemas pessoais do indivíduo que podem 
provocar acidentes. 
Exemplo: Policial Militar portador de doenças neurológicas que 
não busca tratamento nas unidades de saúde e continua realizando 
serviços externos. 
 
Tipos de Acidentes 
 
Com a implantação das Unidades de Polícia de Pacificação, temos 
de levar em conta que a cinemática do acidente poderá ser de forma 
doméstica ou externa, podendo resultar em acidente de trabalho para 
um policial. 
 
Acidente doméstico 
 
É todo acidente acontecido no ambiente interior, seja de uma 
residência ou mesmo de um espaço geográfico compreendido 
intramuros. 
 
Exemplos: explosões de botijões de 
gás e de panelas de pressão; na parte elétrica, 
os curtos-circuitos; pisos molhados e 
ensaboados; utilização de cadeiras ou outros 
pequenos móveis em substituição de escadas. 
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Acidente externo 
 
É todo acidente acontecido em vias 
públicas, campos e praças. Exemplos: 
utilização de linha de pipa com cerol, que 
podem causar danos graves a pedestres e 
motociclistas; transpor alambrados 
desgastados. 
 
 
Risco e Perigo 
 
Toda condição de trabalho tem seus respectivos perigos, isto é, 
há sempre fontes ou situações com potencial para gerar danos à saúde 
ou à integridade física, ao patrimônio, ao ambiente de trabalho, ou a 
uma combinação destes. Da mesma forma, a probabilidade de o perigo 
se materializar é considerada o risco inerente a cada função. 
A Lei de Biossegurança no Brasil nº 11.105 de 24 de março de 
2005- enfoca os riscos relativos à manipulação de organismos 
geneticamente modificados e às pesquisas científicas com células-
tronco embrionárias. Entretanto, o conceito de biossegurança engloba 
atividades em diversos outros cenários, onde há o enfoque à prevenção 
de riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, 
envolvidos em processos nos quais o risco biológico se faz presente ou 
não. Nestes casos, a ideia de biossegurança converge com os objetivos 
de outras áreas, como a engenharia e a medicina do trabalho, a higiene 
industrial e a engenharia clínica. 
De acordo com o Ministério de Trabalho (Norma 
Regulamentadora nº 5), os riscos são classificados em: físicos, 
químicos, biológicos, riscos ergonômicos e de acidentes. 
 
 
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Riscos Físicos 
 
São os riscos oriundos das diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores. 
Exemplos: ruído, temperaturas extremas, radiações ionizantes, 
radiações não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos 
e outros. 
 
Riscos Químicos 
 
Riscos químicos são os resultantes 
da penetração, no organismo do 
trabalhador, de substâncias, compostos 
ou produtos químicos pela via respiratória, 
nas formas de poeira, fumo, gases, 
neblina, névoa ou vapores, ou, 
dependendo da natureza da atividade ou 
da exposição, por meio da absorção 
através da pele ou por ingestão. 
 
Riscos Biológicos 
 
As bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros, são agentes 
de risco biológico. 
Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro 
classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo 
os seguintes critérios: 
 Patogenicidade para o homem; 
 Virulência; 
 Modos de transmissão; 
 Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes; 
 Disponibilidade de tratamento eficaz; 
 
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 Endemicidade. 
 
O risco ocupacional relacionado a materiais biológicos varia de 
acordo com a quantidade e o tipo do material biológico envolvido 
(sangue, saliva, sêmen etc), forma de exposição (contato, injeção de 
material biológico), a área exposta ao material (mucosa, pele, ferida) 
e as condições clínicas do paciente-fonte. 
 
Riscos de Acidentes 
 
Quaisquer fatores que coloquem o policial em situação vulnerável 
e possam afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico. 
 
Exemplos: confronto armado, 
resgate de vítimas em poder de 
marginais, trabalho com máquinas e 
equipamentos sem proteção, 
probabilidade de incêndio, explosão e 
outros. 
 
Riscos Ergonômicos 
 
Quaisquer fatores que possam interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua 
saúde. 
Exemplos: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo 
excessivo de trabalho, a monotonia, as atividades repetitivas, a 
responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o 
trabalho em turnos e outros. 
A ergonomia é a ciência que se ocupa do estudo dos riscos 
ergonômicos no ambiente de trabalho. Atualmente, a ergonomia é 
entendida como o estudo científico multidisciplinar e a aplicação de 
 
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tecnologias às relações do homem com seu ambiente de trabalho. Essa 
noção de ambiente de trabalho não se restringe ao local de atuação, 
mas vai além, alcançando os instrumentos, as metodologias e a própria 
organização do trabalho. Enquadram-se, ainda, no campo da 
ergonomia, as características psicológicas, fisiológicas, 
antropométricas e biomecânicas do trabalhador. Dessa forma, a 
ergonomia não só avalia e propõe mudanças para reduzir os riscos 
ergonômicos, mas pretende contribuir para satisfazer as necessidades 
humanas no ambiente de trabalho, promovendo saúde e bem-estar ao 
trabalhador. 
 
 
A ergonomia busca prevenir, por exemplo, a LER – Lesão 
por Esforço Repetitivo / DORT – 
Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho. No 
entanto, deve-se ficar atento ao fato 
de que a propensão a se 
desenvolver LER/DORT apresenta 
relação com o trabalho, com a carga 
horária da atividade e também com 
aspectos da vida diária família.
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A HIGIENE DURANTE O SERVIÇO POLICIAL MILITAR 
 
Você já ouviu falar sobre o 
conceito higiene ocupacional? Seria 
capazde reconhecer as ações 
preventivas para a manutenção da 
saúde do trabalhador? 
 
É muito importante sabermos 
identificar os possíveis meios de 
contágio de doenças infectocontagiosas 
em nossa profissão. Reagir e enfrentar 
situações de urgência, com prudência, coragem e segurança 
fazem parte da nossa missão. Para isso, é preciso adotar 
cuidados e procedimentos que evitem contaminações em um 
ambiente de crime ou situações adversas, entre outras. 
Portanto, vamos conhecer os principais equipamentos de 
proteção utilizados pelas forças policiais, suas características 
técnicas, formas de utilização e cuidados. 
 
Higiene Ocupacional 
 
O policial militar deve identificar fatores que possam interferir no 
cotidiano, avaliar atitudes profissionais em campo e adotar medidas de 
precauções que sirvam de subsídio para a melhoria e prevenção de 
situações de risco a que estão expostos, as quais incluem a correta 
utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), bem como 
a observação dos demais princípios básicos de higiene. 
É imprescindível que o Policial Militar conheça as medidas de 
prevenção a fim de evitar as principais doenças infectocontagiosas, 
com atenção especial àquelas transmissíveis no socorro. 
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Princípios básicos de higiene e proteção na atividade policial 
militar 
 Utilização de equipamento de proteção individual (EPI) 
apropriado; 
 Lavagem das mãos; 
 Atenção na manipulação de materiais e instrumentos; 
 Cuidado na manipulação de materiais perfuro-cortantes; 
 Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos; 
 Imunização (vacinas). 
 
Biossegurança em Abordagens de Urgência 
 
Sabe-se que em inúmeros 
acidentes o policial é o primeiro a chegar 
ao local, e sua atuação é primordial para 
o salvamento de vidas. Vale ressaltar, no 
entanto, que muitas vezes, em situações 
de socorro, os policiais são expostos a 
material potencialmente contaminado, 
pois em geral desconhece-se a condição 
clínica do paciente-fonte. Nestes casos, é importante a avaliação clínica 
e laboratorial destes pacientes sempre que possível. 
 
Doenças Transmissíveis no Socorro 
 
Embora tenha sido documentado que 
pelo menos 60 patógenos podem ser 
transmitidos através da exposição aos fluidos 
corpóreos, muita ênfase tem sido dada à 
epidemiologia e à prevenção das exposições 
ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), 
Vírus da hepatite B (HBV) e Vírus da hepatite 
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C (HCV), que passaram a representar um sério problema de saúde 
pública. Sobretudo em ocorrências de atendimento pré-hospitalar às 
vítimas de acidentes, o risco de aquisição de infecções virais como HIV 
e hepatites (B e C) é real, podendo variar de 0,09% (em caso de 
contato de mucosa com sangue HIV positivo) a 60% (no caso de 
exposição ocupacional ao vírus da hepatite B). Por isso, equipamentos 
de proteção individual, como luvas e máscaras devem estar disponíveis 
e ser utilizados sempre que exista risco de contato com materiais 
biológicos humanos. 
 
Hepatites 
Cinco diferentes vírus são reconhecidos como agentes etiológicos 
da hepatite viral humana: o vírus da hepatite A (HAV), o vírus da 
hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV), o vírus da hepatite D 
ou Delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV). 
Transmissão: 
As Hepatites virais B e C possuem via de transmissão parenteral, 
sexual (esperma e secreção vaginal) e vertical, por diversos 
mecanismos, como o compartilhamento de material contaminado, seja 
para uso de drogas (seringas, agulhas e canudos), seja para higiene 
pessoal (alicates de unha, barbeadores, escova de dente), seja para 
colocação de tatuagens e piercings, entre outras. 
Prevenção: 
 Use preservativos de látex (“camisinha”) nas relações sexuais; 
 Evite promiscuidade sexual (múltiplos parceiros); 
 Não compartilhe agulhas ou seringas; 
 Use luvas protetoras quando em contato com sangue ou outras 
secreções corporais; 
 Evite a ingestão de água e alimentos de origem e condições 
sanitárias desconhecidas. 
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Vacinação: 
 É recomendada a vacina contra a 
hepatite B em três doses (dias 1, 30 e 180); 
 Em caso de exposição à doença, procure 
um médico imediatamente. 
 
Síndrome da imunodeficiência adquirida 
humana (AIDS) 
É causada pelo “vírus da imunodeficiência humana” (HIV). O 
vírus entra no organismo provocando defeitos no sistema de defesa 
contra infecções. 
 
Transmissão: 
 Contato direto do vírus com o sangue (transfusões, uso 
compartilhado de drogas endovenosas); 
 Contato íntimo (sexual) com a membrana mucosa dos olhos, 
boca, garganta, reto ou vagina; 
 Parto ou amamentação realizada por lactante contaminada. 
Prevenção: 
 Use preservativos de látex (“camisinha”) em todas as relações 
sexuais; 
 Não compartilhe agulhas ou seringas; procure ajuda médica 
para tratamento; 
 Evite a promiscuidade sexual (múltiplos parceiros); 
 Não faça aleitamento materno cruzado (o recém-nascido deve 
ser amamentado pela própria mãe, evitando-se a “ama de leite”). 
 
Procedimentos: 
 Evite o contato com sangue, sêmen e secreção vaginal dos 
portadores do vírus; 
 Pessoas com AIDS não precisam e não devem ser afastadas 
de suas casas, escolas, trabalho ou comunidades, já que não oferecem 
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risco de contágio apenas pela convivência; 
 Evite o contato direto com a vítima, principalmente se houver 
sangue e secreções, pois podem estar contaminadas pelos vírus da 
AIDS ou da Hepatite B; 
 De maneira geral, recomenda-se que os cortes abertos sejam 
cobertos com bandagens ou tecidos plásticos, evitando o contato com 
o sangue da vítima; se não houver disponibilidade de conseguir luvas 
de látex, podem-se utilizar sacos plásticos; 
 Em caso de necessidade de realização do procedimento de 
respiração boca a boca, utilize alguma proteção para evitar o contato 
direto com a boca da vítima; mas vale salientar que não existe 
qualquer evidência de que a AIDS seja transmissível pela saliva. 
 
Principais meios de contágio das doenças infectocontagiosas na 
atividade policial militar 
 Contaminação das mãos no contato indireto, por rádio de 
comunicação, maçanetas, alça de mochila, puxadores de portas, ou 
outros objetos contaminados; 
 Exposição direta dos olhos, boca e mãos às secreções 
eliminadas pela vítima; 
 Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se 
encontra; 
 Acidente com material perfuro-cortante; 
 Inobservância de normas de biossegurança em atividades de 
primeiros socorros ou durante o próprio processo de descontaminação 
de superfícies e materiais. 
 
Biossegurança em Assepsia de Viaturas e Materiais 
 
Quando e porque realizar a assepsia de viaturas e materiais: Em 
caso de transporte de objetos sujos, contaminados; 
 Em caso de transporte de feridos (infratores, suspeitos e 
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outras pessoas envolvidas em ocorrências policiais ou o próprio Policial 
Militar); 
 Socorro a vítimas de acidentes; 
 Socorro de parturientes; 
O objetivo é inibir a proliferação de agentes infecciosos e evitar 
a contaminação dos profissionais. 
Materiais: luvas de borracha, papel toalha ou lenço de papel 
descartável, pano de chão, rodo, hipoclorito de sódio 1% (solução 
pronto uso). 
Procedimentos: 
 Reúna os materiais e produtos necessários paraexecutar a 
limpeza; 
 Use barreiras de proteção apropriadas para tarefa a ser 
executada (luvas, óculos de proteção); 
 Retire a matéria orgânica (se houver) com pano ou papel e 
despreze em saco de lixo que deverá ser bem vedado; 
 Realize a limpeza utilizando movimentos em um único sentido; 
 Coloque a solução de hipoclorito sódio 1% no local de onde foi 
retirada a matéria orgânica e deixe agir por 15 minutos; 
 Remova o hipoclorito de sódio da 
área higienizada; 
 Limpe com água e sabão o restante 
da área conforme técnica de dois baldes: 
(um balde com água e sabão; um balde com 
água limpa); 
 Descarte o lixo em local apropriado. 
 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) 
 
De acordo com a NR-6 do Ministério do Trabalho, Equipamento 
de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso 
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individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
 
ATENÇÃO: EPIs não conferem 100% de proteção! 
 
Todo EPI deve apresentar um certificado de aprovação pelo 
Ministério do Trabalho, além dos certificados de conformidade de 
instituições como o INMETRO. Os EPIs devem estar dentro do prazo de 
validade. 
O empregador deve prover aos trabalhadores os EPIs, ensinar o 
correto uso e exigir sua utilização, responsabilizando-se pela 
higienização e substituição imediata quando danificados ou 
extraviados. Por outro lado, o empregado deve utilizar os EPIs apenas 
para a finalidade a que se destinam, responsabilizar-se pela guarda e 
conservação deles, comunicar ao empregador qualquer alteração que 
os torne impróprios para uso e cumprir as determinações do 
empregador sobre o uso adequado. 
 
Equipamentos de Proteção Individual na Atividade Policial 
Militar 
Dentre os diversos equipamentos de proteção utilizados pelas 
forças policiais, destacamos aqui aqueles destinados à proteção do 
profissional de segurança pública, dos quais os mais comuns e mais 
importantes são: 
 Colete balístico: Destinam-se à proteção, das regiões do 
tórax e abdome, contra de disparos de arma de fogo. Atualmente, o 
uso do colete à prova de balas como equipamento de proteção 
individual está amplamente difundido tanto no meio militar 
quanto no policial, desde as equipes dos grupos de operações 
especiais, no policiamento motorizado e até mesmo aos que 
cumprem o policiamento ostensivo a pé. 
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 Capacetes e Escudos: Destinam-se à proteção do crânio e 
face em ocorrências onde se verificam possibilidades de impactos 
provenientes de arremesso de pedras e similares, golpes com barras 
metálicas e disparos de arma de fogo, dentre outros. 
 Máscara contra gases: A máscara contra gases é um 
equipamento de proteção individual, que permite a permanência do 
homem em atmosfera gaseada, sem que inspire ar contaminado. É o 
principal meio de proteção individual, tanto em ambiente químico 
quanto biológico ou nuclear. Na atividade policial é mais usada por 
grupos de operações especiais e tropas de choque, visto que essas 
unidades policiais utilizam com maior frequência os agentes químicos, 
que exigem o uso deste importante EPI. 
 Perneiras: As perneiras, mais usadas por tropas de choque e 
grupos táticos, visam proteger os policiais contra objetos 
arremessados por possíveis agressores e pancadas das pernas contra 
objetos e barricadas durante a entrada em edificações. 
 Luvas e balaclavas: Confeccionados em NOMEX ou 
ARAMIDA, esses equipamentos têm o objetivo de proteger o usuário 
de chamuscamento no rosto e nos braços, causados pelo lançamento 
de coquetéis molotov ou outros artefatos incendiários que possam vir 
a ser lançados contra a tropa ou por barreiras incendiárias. 
 
 
 
 
Figura 1. EPIs utilizados na atividade Policial Militar 
 
 
 
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Figura 2. EPI’s utilizados pelas forças de operações especiais da 
Policial Militar 
 
AVALIAÇÃO GERAL DA VÍTIMA 
 
Você está preparado para prestar os 
primeiros socorros com segurança para a 
vítima, para si mesmo e para sua equipe? 
Você sabe o que deve ser avaliado nas 
vítimas no primeiro contato? 
 
Distinguir os sinais e principais 
causas de uma parada respiratória e 
cardíaca, efetuando de forma precisa as manobras de suporte 
de suporte básico de vida ou identificar uma situação de 
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obstrução de vias aéreas por corpo estranho, sendo capaz de 
aplicar as principais manobras de desobstrução de vias aéreas, 
por exemplo, são procedimentos de suporte básico de vida, daí 
a grande importância de nos dedicarmos a esta disciplina. 
 
Análise do Cenário 
 
Ao se deparar com o local de acidente ou desastre, o policial 
militar, antes de atender à (s) vítima (s), deve observar alguns fatores 
de extrema importância que preservarão sua segurança e de sua 
guarnição e auxiliarão no diagnóstico das lesões sofridas pela(s) 
vítima(s). Tais fatores são os seguintes: 
 Cinemática do trauma; 
 Neutralização do perigo; 
 Observação inicial do acidentado. 
Portanto, é necessário seguir uma rotina no atendimento, desde 
o deslocamento para o local do acidente ou desastre, passando pela 
chegada à área de socorro, remoção e condução da ocorrência. 
Vejamos cada tópico separadamente. 
 
Cinemática do trauma 
Observação do local onde aconteceu o acidente, dos problemas 
apresentados e avaliação do local em relação ao risco para o policial 
militar e sua equipe. 
 
Neutralização do perigo 
Deparando-se com o local de acidente ou desastre, é dever da 
guarnição analisar a área como um todo. Quando identificada uma 
situação de risco pela equipe, o policial militar deve procurar 
imediatamente neutralizá-la ou removê-la, manter a calma, afastar os 
curiosos, isolar e proteger o ambiente, autorizar a atuação de outras 
pessoas somente se estas forem qualificadas e identificadas. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
24 
 
 
As situações de risco mais comumente encontradas são: 
 Emboscada; 
 Proximidade de curiosos; 
 Ataque de animais; 
 Incêndio; 
 Cabos elétricos energizados; 
 Desabamento; 
 Curto-circuito; 
 Vazamento de combustível. 
 
Exame geral da vítima (avaliação primária) 
A observação inicial da vítima é conhecida como Avaliação 
Primária, e quando bem feita, concorre de maneira decisiva no sucesso 
do socorro. 
Seu objetivo é identificar e corrigir, de imediato, problemas que 
ameacem a vida a curto prazo. Assim, na avaliação primária o 
socorrista analisa o nível de consciência, a presença de pulso palpável 
(indicativo da presença ou ausência de circulação), a presença de 
respiração e a qualidade da ventilação e sinais de hemorragia externa 
ou interna, intervindo sempre que necessário. 
 
Avaliação do nível de consciência 
Estando o ambiente seguro, o cidadão socorrista, de posse das 
barreiras de proteção, deve aproximar-se da vítima posicionando-se 
com os dois joelhos ao solo e, então, verificar o estado de consciência, 
fazendo uso da técnica AVDI: 
A – Alerta: vítima alerta, acordada; 
V – Estímulo Verbal: responsivo a estímulos verbais; 
D – Estímulo Doloroso: responsiva a estímulos dolorosos, através 
da técnica de esfregaço do meio do osso externo, evitando ao máximo 
utilizar a torção do mamilo, embora ainda permaneça no protocolo daOMS; 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
25 
 
 
I – Inconsciente: não responsiva. 
Em vítimas inconscientes, deve-se avaliar as funções vitais do 
organismo (batimentos cardíacos, respiração, temperatura, etc). 
 
Independente do estado da vítima deve-se acionar o 
serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU), a fim de 
garantir assistência adequada e sua remoção, caso necessário. 
 
Avaliação da circulação 
Deve ser feita deve através da palpação do pulso carotídeo, que 
não deve demorar mais que 10 segundos, e na ausência deste iniciar 
as compressões torácicas. 
Em bebês deve ser utilizada a artéria braquial, palpável na face 
interna do braço, entre o cotovelo e o ombro. 
Ainda nesta fase da avaliação, caso seja constatada a presença 
de grandes hemorragias, deve-se providenciar sua contenção. Pulso 
fraco, inconsciência, pele fria e pegajosa, de coloração acinzentada ou 
pálida são indicativos de uma rápida diminuição do volume sanguíneo 
resultante de presença de hemorragia. Logo, o socorrista deve também 
atentar para uma avaliação rápida destes sinais vitais nesta fase da 
avaliação. 
 
Avaliação e manutenção de vias aéreas 
Estando a vítima inconsciente, deve ser feita a abertura das vias 
aéreas através da inclinação da cabeça e elevação do queixo. 
Em caso de suspeita de trauma medular, deve-se fazer somente 
a elevação da mandíbula, tomando-se o cuidado para que as manobras 
realizadas sejam feitas com a proteção da coluna cervical, isto é, de 
sem hiperextensão da cabeça. 
A seguir abre-se a boca da vítima à procura de objetos estranhos 
que possam obstruir a passagem de ar para os pulmões, como: prótese 
dentária deslocada, dentes quebrados, balas, etc. 
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26 
 
 
Deve-se fazer a lateralização da cabeça em caso de vômito ou 
secreções abundantes na região oral, a fim de evitar a aspiração e 
manter desobstruídas as vias 
aéreas superiores. Entretanto, A principal causa de asfixia em 
vítimas inconscientes é a obstrução pela própria língua devido à falta 
de tônus muscular. Assim, evitar a queda da língua e manter a 
permeabilidade das vias aéreas, pode salvar muitas vidas. 
 
 
 
 
Avaliação da respiração 
A abertura das vias aéreas por si só não significa respiração 
adequada, estando a vítima inconsciente é preciso avaliar sua 
respiração, para tanto, pode-se apoiar a mão sobre o peito ou costas 
da vítima, o que irá permitir visualizar e sentir os movimentos 
respiratórios. Outro modo seguro é aproximar o ouvido das vias aéreas 
da vítima de modo a ouvir o som oriundo da passagem de ar, bem 
como verificar a presença de ruídos que denotem alguma dificuldade 
respiratória. 
 
É possível avaliar a respiração e circulação 
simultaneamente, posicionando dois dedos sobre a artéria 
carótida e aproximando seu ouvido do nariz e 
boca da vítima. Assim, você terá uma noção mais 
rápida da respiração e circulação, poupando 
tempo. 
Figura 2. Pulso 
da artéria 
carótida 
Figura 3 - Manobra da 
inclinação da cabeça e 
elevação do queixo. 
Figura 4 - Manobra 
de elevação do 
ângulo da mandíbula. 
Figura 5 – Inspeção e 
desobstrução de vias 
aéreas. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
27 
 
 
Exame físico 
O exame físico deve ser feito através da inspeção e palpação do 
corpo da vítima, no sentido céfalo - caudal, isto é, da cabeça até os 
pés. Ao examinar devemos saber o que estamos procurando, pois do 
contrário os sinais aparecerão e passarão despercebidos podendo levar 
a complicações diversas ou até mesmo ao óbito. 
 
Cabeça e pescoço: 
 Observar a coloração da face; 
 Verificar a existência de corpos estranhos nas vias aéreas; 
 Pesquisar hemorragias, ferimentos ou queimaduras no nariz e 
nos olhos; 
 Verificar se a vítima consegue abrir os olhos e se enxerga bem; 
 Observar os ouvidos; 
 Apalpar delicadamente todo o crânio, verificando se há 
depressões nos ossos; 
 Apalpar o pescoço e checar o pulso carotídeo; 
 Apalpar a coluna vertebral da nuca até os ombros, procurando 
por deformidades. 
Coluna vertebral 
 Correr a mão pela coluna desde os ombros até a região sacra, 
procurando irregularidades ou sensações dolorosas; 
 Se suspeitar de fratura de coluna, toda movimentação deverá 
ser evitada. 
Tórax e membros superiores 
 Pesquisar ferimentos no peito, dor ao respirar ou ao comprimir 
o tórax; 
 Tentar localizar dores nos ombros, cotovelos, punhos ou entre 
essas regiões, procurando luxações ou edemas (inchaços); 
 Estando a vítima inconsciente, fazer esta avaliação com mais 
cuidado, pois os parâmetros de dor e incapacidade funcional não 
podem ser pesquisados. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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Abdômen e membros inferiores 
 Procurar ferimentos, rigidez muscular ou dores abdominais; 
 Pesquisar dor e incapacidade funcional nos membros 
inferiores, deformações e edemas; 
 Observar quanto à possibilidade de ter havido fratura do osso 
da pelve e hemorragia interna. 
 
Atenção! É importante procurar nos documentos qualquer 
informação sobre possíveis doenças de que a vítima seja 
portadora. 
 
Suporte Básico de Vida 
 
É um conjunto de procedimentos encadeados em sequência fixa, 
caso a vítima apresente para respiratória ou cardiorrespiratória, que 
visa manter as funções vitais mínimas (circulação e respiração) até a 
chegada de auxílio especializado. Os passos básicos do Suporte Básico 
de Vida são chamados de “ABC da Reanimação”, na verdade, CAB de 
acordo com o novo protocolo preconizado pela Associação Americana 
do Coração em 2010. 
C = Manter funcionando a circulação e controlar grandes 
hemorragias; 
A = Manter a permeabilidade das vias aéreas com estabilização 
da coluna cervical; 
B = Assegurar uma boa respiração. 
Assim, a sequência de procedimentos do suporte básico de vida 
é: 
 Reconhecimento rápido da parada cardíaca e início imediato 
das compressões torácicas com vistas à reanimação cardiopulmonar e 
manutenção da circulação; 
 Ação rápida diante de qualquer vítima que se torne 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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inconsciente com atenção à abertura de vias aéreas e manutenção de 
sua permeabilidade, procedendo a respiração de resgate para vítimas 
em parada respiratória; 
 Reconhecimento e tratamento da obstrução das vias aéreas 
por corpo estranho. 
 
Parada cardíaca 
A parada cardíaca representa uma situação de emergência muito 
grave e requer tratamento imediato. A falta de circulação sanguínea 
no organismo decorre da falta de bombeamento por parte do coração, 
leva à falência sucessiva de vários órgãos do nosso corpo, iniciando-se 
pelo cérebro, pois os neurônios não suportam mais que cinco minutos 
sem oxigênio para realizar seu metabolismo. Da mesma forma, há a 
falência dos outros órgãos, determinando, em poucos minutos, a morte 
do indivíduo. 
 Ausência de batimentos cardíacos e pulsação; 
 Ausência de respiração; 
 Inconsciência; 
 Lábios, unhas e língua com coloração azulada ou arroxeada 
(cianóticos); 
 Palidez excessiva; 
 Pupilas dilatadas. 
 
Reanimação cardiopulmonar (RCP) em adultos 
Procedimentos: 
 Para que os procedimentos de RCP sejam eficazes, a vítima 
deve ser posicionada sobre uma superfície plana e rígida em decúbito 
dorsal (ditada de costas no solo). A cabeça não deve ficar mais alta 
que os pés, para não prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral; 
 Apoie a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do 
esterno; 
 Coloque a outra mãosobre a primeira. Os dedos podem ficar 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
30 
 
 
estendidos ou entrelaçados, mas não devem ficar em contato com o 
esterno; 
 A compressão deve ser feita diretamente sobre o esterno, na 
frequência de, no mínimo, 100 compressões/min, profundidade igual 
ou maior que 5cm, sempre permitindo o retorno do tórax após cada 
compressão; 
 A força da compressão deve ser provida pelo peso do seu 
tronco e não pela força de seus braços; 
 Efetue 30 compressões sobre o esterno seguidas de 2 
ventilações; 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço 
médico de urgência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Localização do ponto para realização das compressões 
torácicas 
 
Figura 7 - 
Posicionamento para 
realização das 
compressões torácicas 
Figura 8 - Realização de 
compressões e 
ventilações. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
31 
 
 
Lembre-se: 
São 30 compressões para duas ventilações sobre o 
esterno 
 
Reanimação cardiopulmonar (RCP) em crianças de 1 a 8 anos 
Procedimentos: 
 A vítima deve ser posicionada sobre uma superfície plana e 
rígida em decúbito dorsal; 
 As compressões devem ser realizadas na metade inferior do 
esterno, sempre evitando o apêndice xifoide, com 1 ou 2 mãos, o que 
determina se será necessária a utilização de 1 ou 2 mãos é o diâmetro 
anteroposterior (AP) da vítima; 
 A frequência das compressões deve ser, no mínimo, de 
100/min e no máximo de 120/min, se for realizar apenas compressões, 
com profundidade de no mínimo 1/3 do diâmetro torácico, cerca de 5 
cm, sempre permitindo o retorno total do tórax à sua posição inicial, 
após cada compressão; 
 Assim como na RCP em adultos, a relação de 
compressões/ventilações deve ser de 30 compressões para 2 
ventilações; 
 A cada 30 compressões e 2 ventilações é denominado 1 ciclo; 
 Deve-se minimizar as interrupções nas compressões, não 
demorar mais de 10 segundos entre a última compressão de um ciclo 
e a primeira compressão do ciclo seguinte; 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço 
médico de urgência. 
 
 
 
 
 
Figura 9 - Compressões torácicas em crianças com 1 ou 2 mãos. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
32 
 
 
Reanimação cardiopulmonar (RCP) em bebês de 0 a 1 ano de 
vida 
Procedimentos: 
 Deitar a criança sobre uma superfície firme; 
 Traçar uma linha imaginária nos mamilos, colocar 2 dedos logo 
abaixo da linha intermamilar e comprimir o tórax no esterno, em linha 
reta, numa profundidade de 1/3 da altura anteroposterior do tórax, 
cerca de 4cm; 
 A frequência das compressões deve ser, no mínimo, de no 
mínimo 100 compressões por minuto. O tórax deve retornar à sua 
posição normal após cada compressão. 
 No atendimento com apenas um socorrista, realizar 30 
compressões e 2 ventilações; 
 Na existência de dois socorristas, um profissional deve realizar 
compressões torácicas, enquanto o outro mantém a via aérea aberta e 
executa ventilações a uma razão de 15 compressões e 2 ventilações, 
com interrupções mínimas nas compressões torácicas. 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço 
médico de urgência. 
 
 
 
 
Figura 10 - Compressões torácicas realizadas por 1 socorrista 
em lactente. 
Parada respiratória 
A parada respiratória é a suspensão súbita dos movimentos 
respiratórios que pode ou não se acompanhada de parada cardíaca. 
Em geral, o fluxo sanguíneo cerebral inadequado, resultante de 
acidente vascular cerebral, choque ou parada cardíaca pode afetar 
gravemente o centro respiratório encefálico, responsável pelo controle 
da respiração, provocando então a parada respiratória. Entretanto, 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
33 
 
 
uma parada respiratória pode ser provocada também quando a 
oxigenação do sangue for muito reduzida, mesmo que a quantidade de 
sangue que circula pelo encéfalo seja normal. Nesses casos, a vítima 
pode apresentar uma parada respiratória completa ou realizar esforços 
respiratórios ineficazes – respirações “agônicas”, geralmente 
associados à contrações de músculos de braços e pernas. 
Sinais: 
 O peito da vítima não se mexe quando ocorre parada dos 
movimentos respiratórios; 
 Os lábios, língua e unhas ficam azulados (cianótico). 
Causas: 
 Gases venenosos, vapores químicos ou falta de oxigênio; 
 Envenenamento com ingestão de sedativos ou produtos 
químicos; 
 Abalos violentos resultantes de explosão; 
 Pancada na cabeça ou no abdômen; 
 Choque elétrico; 
 Soterramento; 
 Afogamento. 
Tão logo seja evidenciada a parada respiratória ou respiração 
anormal em uma vítima, deve ser realizada a reanimação pulmonar 
através das respirações de resgate. 
 
Método de respiração boca a boca (para adultos) 
Procedimentos: 
 Coloque-a deitada de costas, levante seu pescoço com uma 
das mãos e incline a cabeça dela para trás, mantendo-a nesta posição; 
 Verifique se há qualquer objeto obstruindo a boca ou a 
garganta da vítima; 
 Use a mão que levantou o pescoço para puxar o queixo da 
vítima para cima, de forma que a língua não impeça a passagem do 
ar; 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
34 
 
 
 Feche bem as narinas da vítima usando o polegar e o 
indicador; 
 Coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima; 
 Sopre para dentro de sua boca até notar que o peito está se 
levantando; 
 Deixe-a expirar livremente; 
 Repita o movimento 12 a 18 vezes por minuto. 
 
 
 
 
 
 Figura 11 – Método de respiração boa a boca. 
 
Método boca a boca/nariz (para crianças e bebês) 
Procedimentos: 
 Deite a criança com o rosto para cima e a cabeça inclinada 
para trás; 
 Levante seu queixo de modo que fique projetado para fora; 
 Conserve a criança nessa posição de forma que a língua não 
obstrua a passagem de ar; 
 Coloque a boca sobre a boca e o nariz da criança, soprando 
suavemente até notar que seu peito se levanta; 
 Deixe-a expirar livremente; 
 Tão logo a criança expire, repita o método; 
 Mantenha um ritmo de 12 a 18 ventilações por minuto; 
 Sempre que possível, pressione levemente o estômago da 
criança para evitar que este se encha de ar. 
 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
35 
 
 
 
Figura 12 – Método de respiração boca a boca/nariz 
 
Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) 
 
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que 
impeça total ou parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos 
pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias 
aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de 
maneira rápida e prioritária, podendo resultar em morte dentro de 
minutos se não tratadas. 
Uma vítima pode desenvolver obstrução de vias aéreas devido a 
causas intrínsecas (obstrução das vias aéreas por relaxamento da 
língua) ou extrínsecas (aspiração de corpo estranho). 
 
Classificação da obstrução de vias aéreas por corpo estranho 
(OVACE) 
 Obstrução leve (parcial): A vítima apesenta sibilos e 
respiração ruidosa. No entanto, é capaz de tossir e ainda consegue 
manter uma troca gasosa satisfatória. Neste caso, o socorrista não 
realiza as manobras para expelir o corpo estranho. Deve encorajar a 
vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, até 
a chegada do serviço médico de urgência. 
 Obstrução Grave (total): A vítima apesenta aumento na 
dificuldade respiratóriae incapacidade de tossir ou falar. Pode ainda 
demonstrar o sinal clássico, universal de asfixia, agarrando o próprio 
pescoço, apresentando ansiedade e cianose. Neste caso, a pronta ação 
do socorrista é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
36 
 
 
está consciente. A intervenção precoce é fundamental para que o 
atendimento seja o mais eficaz possível. 
 
Desobstrução das vias aéreas 
Em caso de obstrução grave das vias aéreas em vítima 
consciente, deve-se utilizar a Manobra de Heimlich. Esta técnica foi 
descrita, em 1974, pelo médico americano Henry Heimlich. Consiste 
em um impulso abdominal, o qual eleva o diafragma e aumenta a 
pressão na via aérea, forçando o ar residual dos pulmões. O que pode 
ser suficiente para criar uma tosse artificial e expelir o corpo estranho 
da via aérea. 
 
Procedimentos: 
Em adultos 
 Posicione-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do 
abdome. Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, 
afastando as pernas, e posicionar uma perna entre as pernas da vítima 
(para evitar que ela caia, caso venha perder a consciência); 
 Localizar o umbigo; 
 Colocar a mão fechada 1 dedo acima do umbigo. A mão do 
socorrista em contato com o abdome da vítima está com o punho 
fechado e o polegar voltado para dentro. A outra mão é colocada sobre 
a primeira; 
 Aplicar 5 compressões abdominais sucessivas, direcionadas 
para cima. 
 Conferir se a vítima voltou a respirar expelindo o objeto; 
 Se necessário, reposicionar e repetir os ciclos de 5 
compressões, até que o objeto desobstrua as vias aéreas, ou a vítima 
perca a consciência; 
 Se a vítima ficou inconsciente, apoiá-la cuidadosamente até o 
solo e iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar (30 
compressões torácicas e 2 ventilações). Reavaliar a cada 2 minutos (5 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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ciclos) ou se a vítima mostrar sinais de desobstrução, respiração 
espontânea e circulação); 
 Se a vítima for menor que o socorrista, o mesmo poderá 
posicionar-se de joelhos atrás da mesma para a realização da manobra 
de Heimlich; 
 Se a vítima estiver grávida ou for obesa, compressões 
torácicas devem substituir as compressões abdominais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção! 
A manobra de Heimlich é perigosa e poderá provocar 
lesões internas graves. As principais complicações são lesões 
de vísceras abdominais como o fígado e o baço e a regurgitação 
de material do estômago com bronco aspiração. Sendo, 
portanto, recomendada apenas para crianças maiores de 1 ano 
e adultos. 
Sempre encaminhe a vítima ao médico após a aplicação da 
Manobra. 
 
Em Crianças 
As técnicas utilizadas caso a vítima seja uma criança são 
semelhantes às efetuadas em um adulto, variando apenas a força com 
que são aplicadas. Sendo assim: 
 Estimule a criança a tossir; 
Figura 14 - 
Compressões abdominais 
em adultos 
Figura 15 - 
Compressões torácicas 
em vítimas grávidas ou 
obesas 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
38 
 
 
 Se a tosse for ineficaz, aplique 5 pancadas interescapulares; 
 Se a criança continuar com obstrução, deve-se iniciar a 
Manobra de Heimlich (5 compressões abdominais); 
 Repita sucessivamente séries de 5 pancadas interescapulares 
e 5 compressões abdominais, até o objeto sair. 
 
 
 
 
Em bebês 
 Coloque a vítima em decúbito ventral com a cabeça mais baixa 
do que o resto do corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando 
o tórax sobre o antebraço e/ou coxa; 
 Aplique 5 pancadas interescapulares (entre as omoplatas, com 
a mão em forma de concha) para remover o objeto; 
 Se não surtir efeito, inicie 5 compressões torácicas (em vez 
das 5 compressões abdominais que se efetuam caso a vítima seja um 
adulto), com a finalidade de deslocar o objeto; 
 Continue a executar 5 pancadas interescapulares, alternando 
com 5 compressões torácicas, até o objeto sair. 
Figura 16 - 
Compressões abdominais 
em criança. 
Figura 17 – Compressões 
abdominais podem ser realizadas 
com a criança sentada 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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ACONTECEU... 
 
 
PM salva bebê engasgado em São Sebastião, no DF; veja 
vídeo. 
 
Criança de 14 dias engasgou ao mamar; avó chamou grupo de 
PMs na rua. Menina foi levada ao hospital, está em observação e passa 
bem, diz família. 
 
Fonte: G1 – Globo.com 
 
Observe que: A aspiração de corpo estranho (ACE) é a causa 
mais frequente de acidentes em crianças e lactentes, ocorre com maior 
frequência durante a alimentação ou quando a criança introduz 
pequenos objetos na boca ou nariz. Estatísticas americanas 
demonstram que 5% dos óbitos por acidentes em menores de 4 anos 
se devem à ACE e está aparece como a principal causa de morte 
acidental domiciliar em menores de 6 anos. No Brasil, a ACE é a 
terceira maior causa de acidentes com morte, nesta faixa etária. 
 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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 HEMORRAGIAS E ESTADO DE CHOQUE 
 
Você saberia reconhecer sinais ou 
sintomas indicativos de uma hemorragia? 
E as diferentes técnicas para controle de 
hemorragias externas? 
 
Classificar o choque com base em sua 
etiologia; reconhecer as causas, os sinais e 
sintomas mais comuns do estado de 
choque; bem como identificar a melhor 
técnica a ser utilizada no socorro à vítima de choque, em 
especial o choque hemorrágico, podem fazer toda a diferença e 
salvar vidas. Vamos estudar? 
 
Hemorragia 
 
Conceito 
Hemorragia é a perda 
de sangue devido ao 
rompimento de um vaso 
sanguíneo, veia ou artéria, 
alterando o fluxo normal da 
circulação. As hemorragias 
podem ser internas ou 
externas, espontâneas ou 
provocadas (nos 
ferimentos), causadas por 
lesões da parede vascular de 
natureza inflamatória, 
traumática ou tumoral. 
 
 
 
 
 
O Policial Militar deve estar 
consciente da importância dos 
conhecimentos básicos de primeiros 
socorros como atitude primordial 
para a redução da mortalidade de 
vítimas de lesões provocadas ou de 
acidentes. Em situações de 
ferimentos graves com hemorragias 
de grande vulto, o tempo é o fator 
determinante para a sobrevivência 
da vítima, muitas vidas são perdidas 
por falta de preparo e de 
conhecimentos básicos no 
atendimento de urgência. 
 
 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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Classificação da Hemorragia 
Quanto ao tipo: 
 Arterial: decorrente de um rompimento de uma artéria é a 
mais grave e também a mais difícil de ser controlada. É caracterizada 
por um sangue vermelho vivo que jorra da ferida, em geral aos jatos, 
e espumoso. Mesmo uma ferida perfurante pequena em uma artéria 
pode produzir uma hemorragia que ameace a vida; 
 Venosa: provém de camadas mais profundas do tecido, 
decorrente do rompimento de uma veia. É menos perigosa do que a 
arterial e de mais fácil controle. O sangue sai vermelho escuro e 
escorre da lesão. Em geral, não ameaça a vida, a não ser que a lesão 
seja grave ou a hemorragia não seja controlada; 
 Capilar: é causada por escoriações que lesiona minúsculos 
capilares imediatamente abaixo da superfície da pele. O sangue goteja 
lentamente a partir da lesão. Em geral, diminui ou mesmo cessa em 
poucos minutos. 
 
Quanto à localização: 
 Externas: derivadas de ferimentos na pele ou estruturas mais 
profundas, acompanhadas de lesão muscular; 
 Internas: derivadas de lesõesem órgãos internos, podendo o 
sangue se exteriorizar ou não. 
 
Hemorragia interna (não exteriorizada) 
A hemorragia interna não exteriorizada é resultante de um 
ferimento profundo com lesão de órgãos internos, como em traumas 
abdominais e torácicos. O sangue não aparece. É a mais grave, já que 
normalmente seus sintomas são identificáveis apenas quando a vítima 
já perdeu em torno de um litro de sangue e começa a apresentar sinais 
de choque hipovolêmico. 
Sintomas: pulso fraco e rápido, pele fria, sudorese, sede 
intensa, palidez, mucosas descoradas, calafrios, ansiedade, tonteira, 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
42 
 
 
podendo haver perda de consciência (estado de choque). Deve-se 
atentar também para sinais como, distensão do abdome, tensão 
exagerada em uma extremidade ou hematoma expansivo. 
Procedimentos: Para a vítima que apresente hemorragia interna, 
nada poderá ser feito no atendimento pré-hospitalar, no sentido de 
estancar o sangramento. A vítima necessitará ser encaminhada 
rapidamente ao hospital de referência equipado com recursos humanos 
e materiais, pois o controle da hemorragia é potencialmente cirúrgico. 
Entretanto, alguns procedimentos podem ser adotados no sentido de 
se evitar o choque, tais como, manter a vítima deitada, com a cabeça 
mais baixa que o corpo, exceto se houver suspeita de fratura de crânio 
ou derrame cerebral, quando a cabeça deve ser mantida elevada. 
Aplicar compressa de água fria ou sacos de gelo na região afetada, 
agasalhar a vítima e, se não houver fraturas, manter os membros 
elevados. Lembrando-se de lateralizar a cabeça da vítima caso ela 
esteja inconsciente. 
 
Hemorragia interna (exteriorizada) 
Facilmente detectável, pois, apesar de ocorrer em órgãos 
internos, o sangue exterioriza através de cavidades naturais. No caso 
de epistaxe (nariz) e/ou otorragia (ouvido) por fratura de crânio, o 
sangramento é de pequena quantidade e pode sair acompanhado de 
líquido encefalorraquidiano. Não se deve tentar conter esse 
sangramento nem introduzir qualquer material para tamponar. 
 
Hematemese 
Sangue lançado sob a forma de vômito com ou sem restos 
alimentares. Essas hemorragias provêm do estômago, se manifestam 
com náuseas e vômitos de sangue escuro. 
Procedimentos: mantenha a vítima deitada de costas sem 
travesseiro, aplicando sacos de gelo sobre a região epigástrica (boca 
do estômago), e não lhe dê nada pela boca. O atendimento médico é 
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43 
 
 
indispensável. 
Epistaxe 
Hemorragia na mucosa nasal ou que flui através das fossas 
nasais devido ao traumatismo crânio-encefálico ou a processos 
hipertensivos. 
Procedimentos: solicite que a vítima se sente e aperte a narina que 
sangra durante 5 minutos. Aplique compressas geladas sobre o nariz 
com a cabeça inclinada para frente. Coloque um tampão de gaze por 
dentro da narina. Se a hemorragia continuar, o atendimento por 
médico é necessário. 
Hemorragia externa 
Em geral a hemorragia externa ocorre em ferimentos abertos, 
como por exemplo, em cortes, avulsões, traumas penetrantes e 
evisceração. O controle imediato de hemorragias pode salvar vidas, 
por isso deve-se identificar e tratar a hemorragia já na avaliação 
primária da vítima. Uma grande hemorragia quer seja de origem 
arterial ou venosa, se não for controlada de imediato, eleva 
consideravelmente o potencial de morte da vítima. Hemostasia é o 
processo utilizado pelo socorrista para se estancar uma hemorragia 
externa, ou mesmo uma hemorragia interna exteriorizada, como no 
caso da epistaxe (hemorragia nasal). A aplicação da pressão direta 
controla a maioria das hemorragias externas até a chegada do serviço 
médico de urgência ou o transporte da vítima para um serviço de 
emergência. 
 
Procedimentos: 
 
 Mantenha a região que sangra mais elevada que o resto do 
corpo; 
 Use uma compressa ou pano limpo e seco sobre o ferimento 
pressionando com firmeza para estancar a hemorragia; 
 No caso de evisceração, deve-se cobrir as vísceras com 
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44 
 
 
compressas úmidas. Não se deve tentar recolocar as vísceras no 
interior do abdômen; 
 A compressa não deve ser retirada do local. Se estiver 
encharcada, deve-se colocar uma nova compressa sobre a mesma, 
mantendo-se a pressão no local do sangramento. 
 Caso necessário, utilize uma atadura, uma tira de pano, 
gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar a compressa 
e mantê-la bem firme no lugar; 
 Caso não disponha de uma compressa, feche a ferida com 
dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante; 
 Após o controle da hemorragia, um curativo compressivo deve 
ser mantido no local da lesão; 
 Aplique torniquete principalmente em caso de membros 
amputados, esmagados ou dilacerados; 
 Conserve o torniquete no local mesmo cessada a hemorragia, 
apertando-o se necessário. 
 
Figura 18. Procedimentos de controle de hemorragias 
 
A hemorragia abundante e não controlada pode levar à 
morte em 3 a 5 minutos. 
 
Como confeccionar um torniquete? 
 Com uma tira de pano larga, envolva o membro acima do 
ferimento; 
 Faça um nó e coloque um material rígido (pedaço de madeira, 
cano etc.) sobre o nó, fazendo outro nó; 
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45 
 
 
 Gire o material rígido até observar que a hemorragia parou; 
 Caso as extremidades de um membro dilacerado ou esmagado 
estejam presas ao corpo, deve-se observá-las periodicamente, se estas 
estiverem cianóticas, deve-se afrouxar o torniquete até que a 
coloração das mesmas volte ao normal e apertar em seguida; 
 Nunca utilize materiais finos, como fio, barbante etc. na 
confecção do torniquete devido à maior probabilidade de causar danos 
às artérias e aos nervos superficiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19. Etapas de confecção de torniquete 
 
Observação: 
Em caso de membros amputados, não deixar de conduzir 
a parte amputada também para o hospital, pois pode ser 
possível o seu reimplante. 
 
A gravidade das hemorragias depende basicamente de três 
fatores fundamentais: 
 Quantidade de sangue perdido; 
 Rapidez da perda sanguínea; 
 Local da hemorragia. 
A avaliação da coloração da pele, temperatura e umidade, 
contribui para saber a gravidade e quantidade de sangue perdido. 
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46 
 
 
Estado de choque 
 
Conceitos 
O estado de choque é um estado de grande enfraquecimento do 
corpo ocorrido quando a descarga de sangue por parte do coração não 
é suficiente para o enchimento das artérias, nem o sangue possui 
pressão suficiente para irrigar os órgãos vitais, especialmente o 
cérebro. 
O corpo humano tem entre 4 a 5 litros de sangue circulante. A 
perda de 20% desse volume acarretará danos muitas vezes 
irreversíveis. Por isso, a necessidade premente do atendimento aos 
casos de hemorragias e da identificação dos tipos e localização. 
 
Causas 
O estado de choque pode ser provocado por: queimaduras 
graves, ferimentos graves e extensos, esmagamentos, perda excessiva 
de sangue, acidentes por choque elétrico, ataque cardíaco, exposição 
a extremos de calor ao frio, dor aguda, infecções, intoxicações 
alimentar, fraturas, grande perda de líquidos (diarreia e vômitos). 
Principais Tipos de Choque: 
 Choque hipovolêmico (perda de sangue e fluido, 
desidratação); 
 Choque cardiogênico (insuficiência de bombeamento do 
sangue); 
 Choque distributivo: 
─ Psicogênico (emoções violentase intoxicações por barbitúricos 
e tranquilizantes); 
─ Séptico (por toxinas de bactérias circulantes no organismo 
durante processo infeccioso); 
─ Anafilático (alérgico); 
─ Neurogênico (hipotensão). 
 
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47 
 
 
 Choque hipovolêmico 
O choque hipovolêmico é o mais comum e ocorre em casos de 
hemorragias (perda de plasma e hemácias) ou desidratação (perda de 
líquidos em geral, em casos de vômitos, diarreias e nas grandes 
queimaduras). 
A rapidez com que uma vítima desenvolve o choque depende da 
velocidade de perda de volume sanguíneo. Logo, uma vítima 
aparentemente estável, caso não tenha sua hemorragia controlada, 
pode evoluir em pouco tempo para o estado de choque. 
Classificações do Choque Hipovolêmico 
O choque hipovolêmico ou choque hemorrágico (choque 
decorrente da perda de sangue) pode ser dividido em quatro classes, 
dependendo da gravidade da hemorragia: 
 Hemorragia classe I – perda de até 15% do volume 
sanguíneo (até 750 mL de sangue) pulso levemente acelerado e 
ansiedade discreta; 
 Hemorragia classe II – perda de 15% a 30% do volume 
sanguíneo (de 750 a 1.500 mL de sangue), aumento da frequência 
respiratória aumentada, pulso rápido e fraco, ansiedade branda; 
 Hemorragia classe III – perda de 30% a 40% do volume 
sanguíneo (1.500 a 2.000 mL de sangue), frequência respiratória 
acelerada, pulso rápido e fraco, ansiedade e confusão mental (sinais 
clássicos de choque); 
 Hemorragia classe IV – perda de mais de 40% do volume 
sanguíneo (mais de 2.000 mL), frequência respiratória acelerada, pulso 
rápido e fraco, confusão mental grave ou perda de consciência (estado 
de choque grave com risco de evolução para óbito em poucos minutos). 
 
 Choque Cardiogênico 
O choque cardiogênico, ou falha na atividade de bombeamento 
do coração, resulta de causas que podem estar diretamente 
relacionadas à lesão do próprio coração (causas intrínsecas – arritmia; 
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48 
 
 
disfunção das válvulas cardíacas; lesão do músculo cardíaco) ou 
relacionadas a problemas fora do coração (causas extrínsecas – 
presença de sangue no saco pericárdico decorrente de trauma; 
pneumotórax hipertensivo, decorrente de lesão penetrante do tórax). 
 Choque Distributivo 
O choque distributivo pode ocorrer em virtude da perda do 
controle do sistema nervoso sobre a musculatura dos vasos sanguíneos 
(psicogênico e neurogênico) ou em consequência da liberação de 
substâncias que causam vasodilatação em resposta a reações alérgicas 
ou infecções graves (anafilático e séptico). 
 
Principais Sinais de Choque 
Embora diferentes entre si, tanto no aspecto fisiológico, quanto 
em sua origem, o choque deriva do mau funcionamento dos sistemas 
do organismo, resultando num conjunto de sinais característicos, os 
quais incluem: 
 Redução do nível de consciência, ansiedade, desorientação, 
agressividade, comportamento bizarro; 
 Pulso rápido e fraco, hipotensão arterial; 
 Respiração rápida e superficial; 
 Pele fria e úmida, palidez ou cianose, sudorese intensa; 
 Náuseas e vômito. 
 
Procedimentos de Socorro a Vítima: 
Uma vez que a hemorragia é a causa mais comum de choque em 
vítimas de trauma, todo choque deve ser considerado hemorrágico até 
que se prove o contrário, priorizando-se a identificação e controle 
imediato da hemorragia externa. Caso não haja evidência de 
hemorragia externa, deve-se suspeitar da presença de hemorragia 
interna. 
 Avaliar o nível de consciência, acalmar a vítima, coloca-la 
deitada e efetuar hemostasia, se for o caso; 
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49 
 
 
 Afrouxar as roupas da vítima e aquecê-la; 
 Imobilizar fraturas se houver (fraturas fechadas podem se 
transformar em fraturas expostas, na ausência de imobilização, 
rompendo vasos importantes e resultando em hemorragias); 
 Elevar os membros inferiores (caso não sejam evidenciadas 
fraturas). 
 
ACONTECEU... 
 
 
 
 
 
 
Policiais de UPPs recebem instrução para atendimentos 
básicos de emergência. 
 
No encontro, a instrução contou com a participação do Major 
Médico Fernando Martins, considerado um dos mais conceituados 
neurocirurgiões da Polícia Militar. Ele ensinou técnicas sobre controle 
de hemorragias. 
Observe que: Em geral, os torniquetes são descritos como a 
técnica do "último recurso". A experiência militar no Afeganistão e no 
Iraque, somada ao uso rotineiro e seguro de torniquetes pelos 
cirurgiões, tem levado a se reconsiderar essa posição. Embora não 
existam estudos que avaliem o uso de torniquetes por socorristas no 
cenário extra-hospitalar, eles são muito eficazes no controle de 
hemorragia grave, seu uso é razoavelmente difundido e praticado por 
profissionais que não possuem experiência prévia, em especial no 
contexto das zonas de batalhas e guerras. Assim, seu emprego deve 
ser considerado caso a pressão direta do local de sangramento ou um 
curativo de pressão não consigam controlar a hemorragia de uma 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
50 
 
 
extremidade. A hemorragia não controlada é a causa mais comum de 
choque em vítimas de trauma. Portanto, considerando que o policial 
militar expõe-se constantemente em zonas de conflito, o treinamento 
no emprego de torniquetes constitui ferramenta de grande valia. No 
Atendimento sob Fogo, o uso de torniquetes em hemorragias de 
membros é o padrão. O "auto auxílio" e o "auxílio a colegas" são 
componentes cruciais do atendimento sob fogo. A auto aplicação de 
um torniquete em uma lesão balística na artéria femoral, com risco de 
morte, por exemplo, poderá salvar a vítima, assim como impedir a 
exposição desnecessária dos profissionais de saúde ao fogo hostil. Os 
benefícios relacionados à mortalidade claramente compensam o baixo 
risco de comprometimento nervoso ou vascular. 
 
ACONTECEU... 
 
 
 
 
 
 
Noivo morre ao cair sobre tulipa de vidro 
Corte na veia que matou noivo no Rio é fatal se não for 
estancado 
 
“Veia femoral leva ao coração todo o sangue que sai da perna, diz 
médico. Ferimento profundo pode matar uma pessoa em até 20 
minutos.” 
 
Observe que: Em geral, há menos hemorragia na ponta de uma 
extremidade com uma amputação completa do que em locais com 
vasos sanguíneos danificados, mas não completamente seccionados. 
Lesões como a citada no exemplo acima, em geral apresentam 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
51 
 
 
hemorragia de difícil controle e em local não passível da aplicação de 
torniquete. Nestas situações, a compressão direta sobre o local da 
hemorragia continua sendo a melhor alternativa, mesmo se a perda 
sanguínea não for completamente interrompida. Há evidências clínicas 
de que a compressão do vaso lesionado, além de reduzir o fluxo 
sanguíneo, reduz o tamanho da abertura, possibilitando que o sistema 
de coagulação do sangue cesse a hemorragia. Vários estudos sobre 
hemorragia em locais de punção da artéria femoral apontam a 
compressão direta como medida eficaz. Um erro grave, neste caso, é 
transportar a vítima sem o controle adequado da hemorragia. Além 
disso, a compressão direta é impraticável em caso de transporte 
prolongado. O conhecimento destas informações poderia ter evitado a 
tragédia citada na reportagem acima. 
 
Conclusão 
 
O estado de choque é resultado de um mau fornecimento de 
oxigênio aos órgãos. Pode ser cardiogênico, séptico, anafilático ou 
resultante de hemorragias. Em geral, os sintomas são: pele fria, 
pegajosa e pálida; torpor;pulso fraco; aumento da frequência 
cardíaca; suor exacerbado; inconsciência total ou parcial e respiração 
irregular, em geral curta e rápida. 
Quando a hemorragia é de ferimento leve, pode-se controlá-la 
por meio de pressão local. Nos ferimentos graves, deve-se colocar a 
região ferida em plano mais alto e pressionar o ponto com o uso do 
dedo ou mão. Em hemorragias internas no abdômen, deve-se manter 
o paciente deitado com a cabeça mais baixa que o tronco, aplicar 
compressas frias no provável ponto hemorrágico, afrouxar as roupas e 
retirar próteses ou alimentos do interior da boca. 
Em geral, lesões abdominais e torácicas podem estar associadas 
ao choque hemorrágico. Nestes casos, na ausência de extravasamento 
de sangue, deve-se suspeitar de hemorragia interna e priorizar os 
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52 
 
 
procedimentos para evitar o choque. No caso de evisceração, devem-
se cobrir as vísceras com compressas úmidas. Não se deve tentar 
recolocar as vísceras no interior do abdômen. 
 
TRAUMAS 
 
Você saberia diferenciar os tipos de trauma? 
Aqui falaremos um pouco sobre trauma crânio-
encefálico, trauma raquimedular, trauma torácico, 
entre outros. É importante demais diferenciarmos 
lesões e fraturas ortopédicas, bem como as 
fraturas abertas, a fim de escolher a melhor 
técnica de imobilização e transporte de uma vítima de trauma. 
 
O trauma pode ser 
definido como toda lesão 
corporal resultante da 
exposição à energia (mecânica, 
térmica, elétrica, química ou 
radiação) que interagiu com o 
corpo em quantidade acima da 
suportada fisiologicamente. 
Nesta aula será dada 
ênfase às lesões provocadas 
por energias mecânicas, cujos 
principais agentes incluem: 
colisões automobilísticas, 
atropelamentos, ferimentos 
por projéteis de armas de fogo, 
ferimentos por objetos 
penetrantes, quedas de altura, 
entre outros. 
 
 
 
 
O policial militar deve estar 
ciente de que o trabalho da 
polícia, longe de ser o tipo de 
ocupação que exige baixa 
qualificação, envolve o constante 
exercício de julgamento e 
habilidade para lidar com 
problemas de grande 
complexidade e importância. 
Neste contexto, o Policial Militar 
deve estar preparado a prestar 
cuidados de primeiros socorros, 
imediato e adequado, ao cidadão 
e aos membros de sua equipe, 
envolvidos em eventuais traumas 
que possam acometê-los no 
atendimento de ocorrências 
policiais. 
 
 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
53 
 
 
Tipos de Trauma: 
 
O trauma pode ser intencional ou não intencional e variar de 
grave a leve. Uma vez que diferentes partes do corpo podem sofrer 
lesões traumáticas, podemos classificar cada tipo de trauma conforme 
descrito a seguir: 
 Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) 
O TCE trata-se de uma lesão advinda de uma força externa, 
podendo ser acidental ou por um ato de violência, resultando no 
rompimento anatômico do couro cabeludo, crânio, meninges e 
encéfalo, necessitando de cuidados de emergência e atenção especial 
no intuito de evitar comprometimentos severos resultantes de possível 
lesão cerebral. 
As fraturas de crânio podem ocorrer na 
calota craniana (superfície) ou na base do crânio, 
atingindo as estruturas ósseas internas. Havendo 
lesão cerebral, o TCE pode tornar-se bastante 
grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintomas: a vítima pode estar inconsciente ou apenas confusa, 
pode apresentar frequência respiratória e pulso acelerados, bem como, 
Sinais: 
 Sangramento e/ou saída de outros líquidos pelos ouvidos, 
nariz e boca (náuseas e vômitos) ou alteração na mobilidade dos 
olhos e pálpebras, pupilas desiguais (anisocoria); 
 Deformidade no crânio que podem ser palpáveis (depressão 
ou abauluamento); 
 Fraturas da base do crânio podem ser evidenciadas pela 
presença de equimose periorbital (“olhos de guaxinin”) e/ou pelo 
Sinal de Battle (equimose retroauricular). 
 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
54 
 
 
alteração de movimentos. Convulsões e agressividade também podem 
ser observados. 
Procedimentos: 
Se a vítima estiver consciente – faça algumas perguntas, como: 
o seu nome, para onde estava indo, nome do pai, nome da mãe etc. 
Se ela demorar a responder, deve-se começar a pensar em 
traumatismo craniano. 
Em caso de inconsciência ou inquietação – deite a vítima de 
costas e afrouxe suas roupas, principalmente em volta do pescoço, e a 
agasalhe. Coloque a cabeça da vítima mais elevada que o corpo. Se 
houver saída de líquidos, vire a cabeça da vítima para o lado em que 
os líquidos estiverem saindo e não tente contê-los. 
Havendo hemorragia em ferimento no couro cabeludo – coloque 
uma compressa ou pano limpo e seco, sem pressionar, para proteger 
a ferida e conter a hemorragia. Mantenha desobstruídas as vias aéreas, 
acompanhe os sinais vitais todo o tempo, principalmente o estado de 
consciência e os sinais neurológicos, 
 
Acione o serviço de emergência para 
transporte imediato a um hospital. 
 
 
Traumatismo Raquimedular (TRM) 
O TRM é um trauma comumente decorrente de quedas, choque 
no fundo de piscinas após mergulho 
de cabeça e fraturas em chicotada 
(movimento brusco de frente para 
trás da cabeça) após acidentes de 
trânsito. Neste caso, pode haver o 
comprometimento da estrutura da 
coluna vertebral e da medula 
espinhal. 
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Sinais: paralisia (falta de reflexos), perda ou aumento 
exagerado de sensibilidade, emissão involuntária de urina ou fezes, 
ereção peniana contínua (priapismo), deformidade em topografia da 
coluna. 
Sintomas: Dor, dor com movimentação, formigamento, 
amortecimento ou fraqueza, dificuldade para respirar, paralisias e 
tetraplegias temporárias ou definitivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos de improviso de imobilização da coluna cervical: 
 
A estabilização da cabeça e coluna são 
procedimentos imprescindíveis em caso de 
lesão ou suspeita de lesão na coluna cervical. 
 
Entretanto, a estabilização manual se dá à custa da limitação da 
ação do socorrista, como também pode não ser suficientemente eficaz. 
Um colar cervical eficiente pode ser improvisado utilizado peças do 
fardamento do policial militar ou da vestimenta da própria vítima. Para 
tanto, os seguintes procedimentos devem ser observados: 
 A aba da cobertura deve ser posicionada entre o peito e queixo 
da vítima, limitando os movimentos da cabeça. Os coturnos devem ser 
Procedimentos: 
 Deixe a vítima deitada onde se encontra, promova a 
estabilização da cabeça e pescoço, impedindo os movimentos da 
vítima. 
 Mantenha as vias aéreas desobstruídas. Observe a 
respiração e esteja pronto para iniciar respiração boca a boca. 
 Acione o serviço de emergência e mantenha a vítima 
imóvel até a chegada do mesmo. Se possível, a vítima deve ser 
mantida aquecida. 
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posicionados com os solados voltados para a cabeça da vítima, 
estabilizando-a. 
 O próprio calçado da vítima (tênis ou sapatos) pode ser 
empregado nas laterais da cabeça para estabilizá-la. 
 Pode-se utilizar ainda uma calça, uma toalha de banho ou um 
pedaço de papelão para improvisar o colar cervical. 
 Em todos os casos, um cinto deverá ser utilizado para fixar o 
colar cervical improvisado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale a pena lembrar! 
Quando há suspeita de fratura na coluna vertebral,toda 
movimentação deve ser evitada. Em hipótese alguma se deve flexionar 
a coluna da vítima. 
O perigo desse tipo de fratura não é apenas a ruptura do osso, 
mas também a lesão da medula espinhal pelos fragmentos ósseos 
produzidos. 
As consequências para o acidentado serão mais graves quanto 
mais altas forem as vértebras atingidas. 
 
 
 
Figura 20. Alunos do CFSd em treinamento 
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Técnicas de retirada de capacete 
A retirada do capacete de uma vítima de acidente faz-se 
necessária quando a mesma se encontra inconsciente, apresenta 
respiração ruidosa ou suspeita de parada cardiorrespiratória. 
Entretanto, vale lembrar que nestes casos os sujeitos envolvidos 
tratam-se de vítimas de trauma, com possível lesão raquimedular. 
Desse modo, a simples retirada do capacete pode movimentar a cabeça 
e piorar traumas no crânio e na coluna. Portanto, é imperativo manter 
essa região cervical estável durante a retirada do capacete. Para isso, 
dois socorristas são necessários. 
Procedimentos: 
 Um socorrista estabiliza o conjunto capacete/cabeça, 
enquanto o outro solta a presilha que prende o capacete na região do 
maxilar; 
 Após a abertura desta trava, o socorrista irá estabilizar o 
maxilar da vítima com uma das mãos e proporcionar apoio para a 
cervical passando sua outra mão ou antebraço por baixo da nuca da 
vítima, estabilizando todo o conjunto; 
 Em seguida o outro socorrista retira o capacete com 
movimentos suaves para cima e para baixo, tendo cuidado na 
passagem do capacete pelo nariz da vítima; 
 Uma vez retirado o capacete, faz-se a abertura das vias aéreas 
e manutenção da permeabilidade das mesmas, sempre com 
estabilização da coluna cervical e da cabeça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Traumas de Tórax 
Traumas de tórax nos dias atuais assumem grande importância, 
devido em parte, à sua incidência e, por outro lado, pelo aumento da 
gravidade das lesões e da mortalidade. Isto se deve pelo aumento do 
número, poder energético e variedade dos mecanismos lesivos, como 
por exemplo, a maior velocidade dos automóveis, a violência urbana, 
e dentro desta, o maior poder lesivo dos armamentos, além de outros 
fatores. Os traumas de tórax podem apresentar lesões associadas, 
como fratura de esterno e das costelas e 
vértebras. Além disso, é nessa região que 
estão os grandes vasos, como a artéria 
aorta, cujo traumatismo pode levar a óbito 
na maioria dos casos. 
 
Figura 21. (Alunos do CFSd em treinamento) 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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Como ocorre com outras formas de lesão, o trauma torácico pode 
ser causado por mecanismos contusos ou penetrantes. Podendo então 
ser classificados da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao Agente Causal 
 Arma de fogo (FAF); 
 Arma branca (FAB); 
 Acidentes Automobilísticos; 
 Outros. 
Procedimentos de socorro aos principais tipos de trauma de 
tórax 
Fratura de costelas – As fraturas de costelas são as 
lesões mais comuns do tórax. Costelas fraturadas 
podem levar a perfurações pulmonares caso se movam. 
Sinais e sintomas: dor no local da fratura, dor 
ao respirar (movimentos respiratórios curtos), crepitação óssea. 
Procedimentos: 
 Na ausência de ferimento externo, posicione o braço da vítima 
em uma tipoia e oriente a mesma para evitar movimentação e torção 
do tronco sobre o local da lesão. Estimule a vítima a manter inspirações 
profundas e a tossir para evitar o colapso pulmonar. Deve ser evitada 
a imobilização de costelas com bandagem firme ou ataduras que 
envolvam todo o tórax devido à predisposição ao desenvolvimento de 
Quanto ao Tipo de Lesão: 
 Lesão Penetrante (Trauma torácico aberto): Há perda 
da continuidade da parede torácica. Os mais comuns são os 
causados por arma branca e por arma de fogo. 
 Lesão Contusa (Trauma torácico fechado): Não há 
rompimento da parede torácica. O tipo mais comum dessa 
categoria de trauma é representado pelos acidentes 
automobilísticos. 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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colapso pulmonar e pneumonia. 
 Havendo perfuração da parede do tórax, o pulmão se fecha, 
impedindo os movimentos respiratórios (pneumotórax). Nesse caso, 
faz-se necessário fechar o orifício com curativo, coloque sobre o 
ferimento uma gaze, um pano limpo para impedir a penetração de ar 
através do ferimento, fixando com um cinto ou atadura, que deve 
circundar o tórax sobre o curativo, mantendo fechado o ferimento, sem 
apertar muito para não prejudicar os movimentos respiratórios da 
vítima. 
 Tórax instável – Ocorre quando duas ou mais costelas 
adjacentes são fraturadas em pelo 
menos dois lugares, fazendo com 
que um segmento da parede torácica 
passe a não apresentar mais 
continuidade com o resto do tórax. 
Em geral está associado à contusão 
pulmonar. 
 Sinais e sintomas: Deformidade visível do tórax 
(afundamento), crepitação óssea, dor ao respirar, dificuldade para 
respirar profundamente, respiração paradoxal (enquanto uma área 
contrai, a região fraturada retrai), dispneia e expressão de ansiedade, 
pois o movimento respiratório paradoxal do segmento fraturado e a 
contusão pulmonar dificultam a ventilação e as trocas gasosas. 
Procedimentos: 
 Acalme a vítima e observe a frequência ventilatória estando 
atento para uma possível piora do quadro, acione o serviço móvel de 
urgência para remoção imediata da vítima ao atendimento hospitalar; 
 Tentativas de estabilização do segmento instável devem ser 
evitadas devo ao risco de comprometer ainda mais a movimentação da 
parede torácica. 
 
 
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61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trauma penetrante – São traumas abertos do tórax, 
geralmente provocados por objetos capazes de 
atravessar a parede do tórax (armas brancas, 
projeteis de armas de fogo ou outros) causando 
um ferimento através do qual o ar penetra no 
tórax causando o colabamento do pulmão 
(pneumotórax). 
 
Sinais e sintomas: insuficiência respiratória evidente, 
ansiedade, pulso fino e rápido, presença de orifício ou lesão na parede 
torácica que pode produzir ruídos audíveis de aspiração durante a 
inspiração, com borbulhamento durante a expiração. 
 
Procedimentos: 
 Feche a lesão através da aplicação de um pedaço papel 
metálico ou um plástico, fixado em três lados na parede torácica 
(curativo de três pontos), o qual irá permitir a saída do ar na expiração 
e ao mesmo tempo impedir sua entrada na cavidade torácica durante 
a inspiração. 
 Acione o serviço móvel de urgência para transporte rápido da 
vítima ao atendimento hospitalar. 
Figura 22. (Alunos do CFSd em treinamento) 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Objetos encravados no tórax (armas brancas, pedaços de 
vidro, lascas de madeira, ferragens, etc.) 
jamais deverão ser removidos. Deve-se 
promover a estabilização do objeto através 
de um curativo compressivo volumoso 
firmemente preso ao tórax e providenciar o 
transporte da vítima para o ambiente hospital. 
 
Vale a pena lembrar! 
A cavidade torácica contém os órgãos vitais que oxigenam e 
distribuem sangue para todo o corpo. Apenas algumas poucas 
intervenções fundamentais podem ser feitas no local. Uma vez 
identificados os sinais e sintomas deuma lesão torácica o socorrista 
deve providenciar a remoção imediata da vítima para o atendimento 
médico de emergência mais próximo. O reconhecimento e o 
tratamento precoce das lesões torácicas melhoram o prognóstico dos 
pacientes que sofreram traumas no tórax. 
 
Lesões Traumo-Ortopédicas 
São aquelas que afetam as condições anatômicas e/ou funcionais 
do esqueleto e estruturas associadas. 
Entorse (rotação) – É o deslocamento temporário das 
superfícies de uma articulação. Caracteriza-se mais como um 
traumatismo ligamentar. 
Figura 23. Curativo de três pontos em trauma aberto de tórax 
(Fonte: PHTLS 7ª ed. 2012) 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
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Distensão (estiramento) – É a tração excessiva ou violenta de 
um músculo, nervo ou ligamento de uma articulação, que provoca seu 
deslocamento temporário. 
Luxação – É o deslocamento permanente da superfície que 
compõe uma articulação, a qual perde, assim, suas relações 
anatômicas e funcionais. 
Sinais: Em todos os casos citados os sinais serão semelhantes, 
com dor, edema e perda da função da articulação. 
Procedimentos: Os procedimentos de socorros também serão 
semelhantes: imobilize a região afetada e aplique gelo (não aplique 
nada quente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fratura – É a ruptura ou perda da solução de continuidade 
de um osso ou cartilagem. As fraturas podem ser simples ou 
fechadas, nas quais a pele encontra-se íntegra, apesar de o 
osso ter sido quebrado, ou expostas ou abertas nas quais o 
osso está exposto. Há perda da capacidade de movimento na 
região da fratura, dor intensa e edema local (inchaço por 
acúmulo de líquidos). 
 
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 Fratura simples ou fechada 
Sinais: dor espontânea e ao toque, contratura muscular local, 
impotência funcional (dificuldade de movimentação), sensação de 
atrito no local (entre as extremidades do osso quebrado). Em algumas 
fraturas fechadas, há alteração no formato do membro, o que torna 
seu diagnóstico mais fácil (em crianças, muitas vezes não se observam 
deformidades). 
Procedimentos: Exponha o membro fraturado (cortando a roupa da 
vítima se preciso) e imobilize a fim de impedir o deslocamento das 
partes quebradas para evitar maiores danos, já que as agudas arestas 
do osso quebrado poderão rasgar o tecido e os órgãos adjacentes. Se 
possível eleve o membro para diminuir o edema e aplique gelo. 
 Fraturas expostas ou abertas 
Sinais: o tecido é rompido estabelecendo-se uma comunicação 
com o ambiente, ocorre, ainda, a exposição ao meio externo dos 
fragmentos ósseos quebrados (é muito grande a possibilidade de 
infecção nesses casos). 
 
Procedimentos: Exponha o membro fraturado (cortando a roupa da 
vítima se preciso), faça de imediato, um curativo oclusivo na região 
onde há o sangramento, para evitar hemorragia. Em seguida, imobilize 
o membro da mesma forma que na fratura simples. Neste caso a 
extremidade óssea exposta não deve ser reposicionada de modo 
intencional a fim de evitar contaminação local. Ocasionalmente, porém, 
os ossos retornam a sua posição quase normal quando realinhados 
pelos espasmos musculares observados em casos de fratura, 
 Fratura da pelve 
Este tipo de fratura é muito difícil de acontecer em um acidente, 
mas não é impossível. O osso que geralmente quebra ou fratura é o 
osso da região pubiana, e faz com que esse tipo de fratura se torne 
mais grave, devido à perfuração de órgãos internos, como bexiga, 
intestinos etc. Por isso a necessidade de todo o cuidado na 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
65 
 
 
movimentação ao primeiro sinal de fratura desse tipo. Geralmente, 
nesses casos, as pernas tendem a se encontrarem em forma de 
“bailarinas”, uma para cada lado, e não há por parte da vítima nenhum 
reflexo de rotação dos pés. 
Procedimentos: imobilize os membros do jeito em que se encontram 
até a chegada da ajuda especializada. 
 
Vale lembrar: 
Nem sempre é possível, no local, colocar os ossos na posição 
anatômica correta. Nesses casos, imobilize na posição que estiver até 
o atendimento hospitalar. 
 
Aplicação de técnicas de imobilização com improviso 
A imobilização do membro lesado é o primeiro socorro a ser dado 
a uma vítima de fratura. O objetivo básico da imobilização consiste em 
diminuir a dor, impedir a movimentação de fragmentos ósseos, 
evitando assim a lesão de músculos, vasos sanguíneos ou pele, bem 
como prevenir a ocorrência de outras fraturas. 
Na atividade Policial Militar, são grandes as chances de fraturas 
resultantes de quedas de alturas, acidentes automobilísticos, 
agressões, entre outras causas. Muito embora o policial não disponha 
de material específico para este tipo de lesão traumática, ele deve estar 
preparado para prestar socorro a si mesmo ou a seus companheiros, 
aplicando a técnica adequada de improvisação com o material 
disponível no momento da lesão. 
Pode-se improvisar uma imobilização utilizando-se jornais, 
revistas, papelão, um cinto, o cadarço do coturno ou da guia do 
armamento, faixas de tecidos, garrafas pet, etc. 
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Procedimentos: 
 Utilize papelão, revista ou qualquer objeto capaz de manter 
fixa a parte afetada. Passe em volta, com a técnica de nó de “rabiola”, 
um cadarço, barbante, faixa de tecido ou gaze, evitando o nó no local 
do edema. 
 A imobilização da fratura deve impedir a movimentação de 
uma articulação acima e uma abaixo do local da fratura e, quando a 
lesão for na articulação, imobilize um osso acima e um abaixo da 
articulação afetada. 
 No caso de fraturas expostas, deve-se controlar a hemorragia, 
utilizando um pano limpo sobre o ferimento e imobilizar o membro 
lesado com o material disponível, deixando espaço para a extremidade 
óssea exposta a qual pode ser estabilizada antes da imobilização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale a pena lembrar! 
A imobilização inadequada ou a manipulação não cuidadosa de 
um membro fraturado pode converter uma fratura fechada em uma 
fratura exposta, bem como, aumentar muito a hemorragia interna das 
extremidades ósseas, do tecido muscular adjacente ou de vasos 
lesionados. 
 
 
Figura 24. (Aula Prática com o Tenente RR Gutemberg e Alunos 
do CFSd) 
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67 
 
 
Técnicas de Manipulação e Transporte Acidentados 
 
O transporte de uma vítima de 
acidente sempre deve ser realizado 
por pessoal especializado (bombeiro, 
SAMU), a exceção desta regra só se 
justifica caso haja perigo iminente à 
integridade física e à vida da vítima 
ou de quem a está socorrendo. 
 
Contudo, antes de escolher a técnica mais adequada para o 
transporte o socorrista deve certificar-se de que a respiração e os 
batimentos cardíacos estão estáveis, de que as hemorragias estão 
contidas e de que lesões ortopédicas estão imobilizadas. Além disso, 
deve-se considerar a gravidade das lesões, o estado geral da vítima 
(consciente ou inconsciente; tipo de trauma) e a possibilidade de 
agravamento deste quadro. 
Na existência de apenas um socorrista e necessidade extrema de 
remoção da vítima, o mesmo pode ser realizado com apoio lateral 
simples ou nas costas. Havendo dois socorristas, o transporte da vítima 
pode ser realizado em uma cadeira ou no colo. Os socorristas podem, 
ainda, montar uma cadeirinha com os braços ou segurando a vítima 
pelas extremidades. Entretanto, essas técnicas são usadas 
preferencialmente quando a vítima está consciente e apresentaferimentos leves. 
Para vítimas traumatizadas, conscientes ou não, o melhor 
transporte é a maca ou padiola. Para isso, são necessários dois 
socorristas. Na necessidade de montar uma maca improvisada, podem 
ser utilizados cabos de vassoura ou tubos de ferro enrolados com um 
cobertor ou camisas abotoadas. A vítima deve ser transportada 
cuidadosamente em decúbito dorsal. 
 
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68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Havendo três ou mais socorristas disponíveis, o transporte pode 
ser feito com o uso de um lençol. Ou, de preferência, sobre uma 
superfície plana, rígida e resistente (tábuas, portas, pranchas de surfe, 
etc.). Independente da superfície em que será realizado o transporte, 
a manipulação de uma vítima de trauma deve ser realizada em bloco, 
como objetivo principal de resguardar a coluna vertebral, bem como 
evitar danos ou agravamento de possíveis lesões existentes na medula 
espinhal. No entanto, as vítimas nem sempre estarão ao solo na 
posição ideal para serem transportadas. Algumas estarão totalmente 
desalinhadas, devendo ser posicionadas adequadamente antes de 
prosseguir com seu posicionamento na superfície a ser usada no 
transporte. Para tanto, podem ser utilizadas diferentes técnicas de 
rolamento. Serão descritos a seguir os rolamentos de 90°, rolamento 
de 180° e a elevação a cavaleiro. 
Rolamento de 90° 
Indicado para vítimas que se encontram em decúbito dorsal, 
desde que haja espaço para circulação dos Socorristas ao seu redor. 
Deve ser feito preferencialmente para o lado em que a vítima não 
apresente suspeita de lesão ou fratura. São necessários no mínimo 3 
socorristas para a realização desta técnica. 
Procedimentos: 
 Um dos socorristas deve se colocar o mais próximo possível da 
cabeça da vítima, com joelhos apoiados no solo e estabilizar a cabeça 
e cervical da vítima, mantendo o alinhamento da coluna vertebral. 
 Os demais se posicionam ao lado da vítima, ao longo de seu 
Figura 25. Maca improvisada com bastões e gôndolas (modificado de Ministério da 
Saúde, 2003). 
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69 
 
 
corpo, na altura do tórax e da cintura pélvica, respectivamente. Um 
dos socorristas posiciona uma das mãos no ombro da vítima e a outra 
na lateral da cintura pélvica, enquanto o outro posiciona uma das mãos 
também na lateral da cintura pélvica e a outra logo abaixo do joelho 
da vítima. 
 A superfície a ser utilizada para o transporte deverá ser 
colocada do mesmo lado em que se encontram as lesões, oposto ao 
rolamento, bem junto ao corpo da vítima. 
 Antes de iniciar o rolamento, um dos socorristas posiciona o 
braço da vítima, do lado que será realizado o rolamento, alinhado 
acima da cabeça. O outro braço poderá estar alinhado ao longo do 
corpo ou cruzado sobre o tórax. 
 Os socorristas posicionados ao lado da vítima preparam-se 
para iniciar o rolamento segurando firmemente e aguardam o comando 
daquele que segura a cabeça. O rolamento deverá ser realizado em 
sincronismo, movimentando o paciente em bloco, tomando-se o 
cuidado para que não ocorra a rotação da cabeça. 
 Uma vez realizado o rolamento, a superfície a ser utilizada para 
o transporte deve ser posicionada ainda mais próximo do corpo da 
vítima. 
 Finalmente o movimento oposto ao inicial do rolamento irá 
posicionar a vítima sobre a superfície de transporte. Qualquer ajuste 
final do posicionamento da vítima também deverá ser realizado em 
bloco. 
 
Rolamento de 180° 
Indicado para vítimas encontradas em decúbito ventral (barriga 
para baixo), desde que haja espaço para circulação dos Socorrista ao 
seu redor. Do mesmo modo que no rolamento de 90º, são necessários 
no mínimo 3 socorristas para a realização desta técnica. 
 
 
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Procedimentos: 
 Esta técnica é realizada em dois tempos de 90°, atentando 
para o fato de que, no primeiro movimento, a cabeça permaneça 
imóvel para ser alinhada ao corpo. Assim, no segundo movimento, a 
vítima será rolada em bloco. 
 Para que as mãos não fiquem invertidas no decorrer do 
movimento, é muito importante que o socorrista que segura a cabeça 
da vítima, ao proceder com a estabilização da coluna cervical, o faça 
com os polegares apontados na direção do nariz da vítima. 
 A superfície a ser utilizada para o transporte deverá ser 
posicionada do lado oposto ao rosto da vítima. Os Socorristas 2 e 3 se 
colocarão posicionados sobre este material, trazendo, ao final do 
rolamento, o corpo da vítima para cima desta superfície. 
 As demais etapas do rolamento são semelhantes à realizada 
no rolamento de 90º. Lembrando-se de realizar o rolamento no sentido 
oposto ao lado para o qual a cabeça da vítima se encontrar virada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26. 
 (Alunos do CFSd em treinamento – Rolamento de 90º e 180º) 
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Elevação a Cavaleiro 
Esta técnica é comumente indicada para vítimas com suspeita de 
fratura bilateral de fêmur, pelve e ainda em ambientes onde se tornam 
inviáveis as técnicas de rolamento. Neste caso, especificamente, não é 
a vítima que será colocada sobre a superfície de transporte, mas a 
superfície de transporte será colocada sob a vítima. Esta técnica 
proporciona menor manipulação da vítima, sendo de execução mais 
simples que as técnicas de rolamento. Entretanto, serão necessárias 5 
socorristas para efetuar a manobra. 
 
Procedimentos: 
 Um dos socorristas deve ficar responsável pela fixação da 
cabeça e estabilização da cervical, mantendo a coluna vertebral da 
vítima alinhada. Este socorrista também será o responsável pelos 
comandos de movimentação da vítima. 
 Os outros socorristas se posicionam de pernas abertas, na 
altura do tórax, do quadril e da panturrilha da vítima, respectivamente. 
Segurando firmemente estas regiões do corpo da vítima, aguardam o 
comando para elevá-la do solo. 
 A elevação da vítima deverá ser realizada em sincronismo, 
movimentando o paciente em bloco, tomando-se o cuidado para que 
não ocorra a movimentação da cabeça. 
 Uma vez elevada a vítima, a superfície de transporte deverá 
ser posiciona embaixo da mesma, por entre as pernas dos socorristas. 
 Por último os socorristas descem a vítima sobre a superfície de 
transporte. Este movimento também deve ser realizado 
cuidadosamente e com sincronismo. 
 
 
 
 
 
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Elevação na Prancha 
A superfície a ser usada para o transporte da vítima, idealmente, 
deverá ser transportada por no mínimo três socorristas. A fim de evitar 
danos para a coluna dos socorristas, tanto para elevar a vítima, como 
também para colocá-la no solo, a ação deve ser dividida em dois 
tempos. O socorristas deve tomar o cuidado de manter suas colunas 
retas e utilizar os músculos de suas coxas para erguer ou descer o 
peso. 
Sempre que possível, o deslocamento deverá ser feito na direção 
dos pés da vítima, mantendo seu tronco e cabeça menos vulneráveis. 
Durante o deslocamento, caso seja necessário passar por terreno 
acidentado, ladeiras ou escadas, é importante atentar para o 
nivelamento da vítima, ou seja, a cabeça e os pés da vítima devem 
andar num mesmo plano. 
 
 
 
 
 
Figura 27. (Alunos do CFSd em treinamento) 
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73ACONTECEU 
PMs ficam feridos em confronto com manifestantes 
 
Foto: Felipe Dana / AP 
Policial atingido na cabeça é socorrido por colegas e 
manifestantes ao lado da Alerj. 
Observe que: O couro cabeludo é composto de várias camadas 
de tecido e é altamente vascularizado. Até mesmo uma pequena 
laceração pode causar hemorragia abundante. Um grande impacto na 
cabeça pode causar um hematoma do couro cabeludo, que pode ser 
confundido com uma fratura de crânio com afundamento durante a 
palpação do couro cabeludo. Na ausência de maiores danos, o 
sangramento pode ser controlado por compressão direta e curativo 
compressivo. Todavia, qualquer mecanismo contuso que produza 
impacto violento na cabeça pressupõe cuidados e avaliação especiais a 
 
Figura 28. (Alunos do CFSd em treinamento) 
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM EM URGÊNCIAS - 2018 
74 
 
 
fim de se excluir ou identificar precocemente a presença de uma lesão 
cerebral traumática, uma vez que a gravidade da mesma pode não ser 
imediatamente aparente. Neste caso, os primeiros socorros incluem 
controle da hemorragia, monitoração dos sinais vitais e análise 
criteriosa do nível de consciência da vítima, observando se a mesma 
apresenta abertura ocular, capacidade de orientação com resposta 
verbal coerente e resposta motora preservada; e, não menos 
importante, o acionamento do serviço móvel de urgência para o 
transporte imediato ao atendimento médico especializado. 
 
PARTO DE EMERGÊNCIA 
 
Você já se viu realizando ou 
acompanhando um parto na rua ou na 
viatura, por exemplo? Alguns e nossos 
irmãos de farda já vivenciaram essa 
situação. Para tanto, é importante saber 
identificar os estágios do trabalho de 
parto, bem como reconhecer, se preciso, 
sinais de anormalidades no parto e no pós-
parto. Assim, encaminhará a parturiente 
para atendimento especializado com rapidez e segurança. 
 
Fases do Trabalho no Parto 
 
Em geral reconhece-se que a grávida está em trabalho de parto 
quando apresenta fortes e frequentes 
contrações uterinas. Além disso, a mulher 
apresenta enrijecimento do abdômen, perda 
de líquidos (quando rompe a bolsa), 
secreção sanguinolenta vaginal e sensação 
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75 
 
 
de evacuação. Além, é claro, da observação da cabeça do bebê no 
canal de parto, que é sinal inequívoco. 
O parto de emergência divide-se em três etapas: pré-parto, 
trabalho de parto e expulsão da placenta. 
 
Pré-parto 
Esse período pode levar 7 horas nas multíparas (mulheres com 
mais de uma gestação) e 12 nas primíparas (mulheres de primeira 
gestação). 
São apresentados os seguintes sinais: 
 
 Maior frequência de micção e facilidade respiratória (iniciando 
a descida do bebê no útero e, consequentemente, o fundo do útero 
também desce, pressionando a bexiga e liberando a respiração); 
 Aumento da lordose (dores lombares devido ao estiramento e 
relaxamento das articulações da cintura pélvica); 
 Aumenta o volume de secreção vaginal, o muco, pelas 
glândulas do colo do útero; 
 Início da dilatação do colo do útero; 
 Eliminação do tampão mucoso “catarrinho” (formação de muco 
espessa e gelatinosa com algumas raias de sangue); 
 Contrações uterinas inicialmente regulares, de pequena 
intensidade, com duração variável de 20 a 40 segundos, podendo 
chegar a duas ou mais contrações em dez minutos. 
 Trabalho de parto 
 O trabalho de parto se divide em três estágios: dilatação, 
expulsão e secundamento. 
 
 
 
 
 
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1º Estágio – Dilatação 
É considerado o período mais 
demorado, e consiste nas modificações 
que o colo uterino sofre (acontecem as 
contrações que levam à dilatação do colo 
uterino). A dilatação indica a abertura do 
colo do útero e é expressa em 
centímetros. As contrações forçam a descida do bebê, o que provoca a 
abertura do colo do útero e o aumento do ritmo e da intensidade das 
contrações. No final dessa fase, o colo uterino atinge a dilatação 
máxima de 10 cm e forma-se um único canal entre o útero e a vagina. 
Esse é o período em que a parturiente experimenta desconfortos 
e sensações dolorosas e pode apresentar reações diferenciadas como 
exaustão, impaciência, irritação ou apatia, entre outras. 
 
2º Estágio – Expulsão 
O período de expulsão inicia-se com a 
completa dilatação do colo uterino e termina com 
o nascimento completo do bebê. A parturiente 
menciona pressão no reto, vontade de evacuar e 
urgência em urinar. Ocorre distensão dos 
músculos perineais e abaulamento do períneo. 
Nesse momento, inicia-se o coroamento (aparecimento da cabeça do 
bebê na entrada da vagina). 
Esses sinais, observados pela pessoa que assiste o parto, indicam 
que o nascimento é iminente e o socorrista deve preparar-se para 
auxiliar a parturiente. Ela deve ser colocada em posição ginecológica 
(deitada de costas, joelhos flexionados e bem separados, pés apoiados 
na superfície que está deitada) e orientada a respirar tranquilamente, 
repousando nos intervalos das contrações para economizar energia. No 
caso de mulheres em primeiro trabalho de parto (primíparas), esse 
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estágio pode demorar, em geral em torno de 1 hora. As multíparas 
tendem a apresentar uma fase expulsiva rápida, entre 15 a 30 minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No momento do coroamento fetal, a parturiente deve ser 
encorajada a realizar força para baixo, durante as contrações. 
Depois que a cabeça sair totalmente, deve haver um pequeno 
movimento de giro (para a direita ou esquerda), e, então, sairão os 
ombros e o restante do corpo. Com a saída da cabeça e ombros, o 
corpo desliza facilmente, às vezes acompanhado de um jato de líquido 
amniótico. 
 
3º Estágio – Secundamento ou expulsão da placenta 
Também chamado de dequitação, esse período tem início após a 
expulsão do feto e termina com a saída da placenta e seus anexos. 
Após o nascimento, as contrações retornam com intensidade bem 
menor levando a placenta a desprender-se do útero, saindo, 
finalmente, pela vagina, levando a bolsa de líquido amniótico vazia. 
 
O desprendimento da placenta é considerado como um processo 
fisiológico, e deve ocorrer espontaneamente, evitando-se 
manipulações e massagens uterinas (compressões no abdome). O 
Cordão umbilical jamais deverá ser puxado para acelerar a saída da 
placenta. 
Ao constatar o coroamento, o socorrista realizará a 
“proteção do períneo”, manobra que consiste em aplicar de 
forma constante um apoio firme, protegendo o períneo com uma 
das mãos aberta e coberta por uma compressa (pano limpo), ao 
mesmo tempo em que a outra faz um leve apoio sobre a cabeça, 
com a intenção de controlar a velocidade de desprendimento 
fetal. 
 
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Após a saída da placenta, é comum a hemorragia através do 
canal vaginal. A contração natural do útero deve diminuir 
gradativamente este sangramento. Entretanto, deve-se estar atento à 
perda sanguínea anormal e ao estado geral da parturiente, até a 
chegada do serviço médico de urgência. 
Durante 10 a 20 minutos após o parto, o músculo uterino 
continua a se contrair, fazendo com que o útero se contraia e 
ajude a expulsar a placenta. 
 
 
Figura 29. Estágio expulsivo e saída da placenta (modificado de 
http://embarazo.cuidadoinfantil.net/) 
 
Possíveis Complicações do Parto 
 
O cordão umbilical pode encontrar-se envolto no pescoço do 
bebê. Nesse caso, deve-se pedir a gestantepara respirar suavemente 
e não fazer força para baixo, enquanto que, com muito cuidado, o 
socorrista examina o estado do cordão. Se frouxo ele deve ser 
desenrolado, usando-se os dedos, no sentido face-crânio do bebê, 
antes que os ombros saiam. Se muito apertado, havendo a 
impossibilidade de se desenrolar o cordão, o bebê deve ser monitorado 
quanto à possibilidade de hipóxia fetal (diminuição ou ausência do 
aporte de oxigênio para o feto). Após o nascimento, caso o bebê não 
esteja respirando, segure-o, pelas pernas, com a cabeça para baixo, 
com cuidado para que não escorregue, e dê tapinhas nas costas. Se 
ele continuar sem respirar, inicie manobras de reanimação. 
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Outros problemas podem levar ao aumento demasiado no tempo 
do trabalho de parto, como por exemplo, quando o bebê apresenta as 
nádegas em vez da região craniana no canal de parto. Isso resulta 
sofrimento para o bebê, podendo haver alterações da frequência 
cardíaca e hipóxia, por esse motivo, a parturiente deve ser 
encaminhada imediatamente ao ambiente hospitalar. 
 
Quando for necessário transportar a parturiente até um 
hospital, deve-se colocá-la deitada voltada para o lado 
esquerdo, com as pernas flexionadas, pois essa posição 
melhora a ventilação da gestante e do bebê, além de diminuir 
as contrações. 
 
Procedimentos de um Parto de Emergência 
 
O parto só deve ser assistido fora do hospital em situação real 
de emergência, isto é, caso bebê já estiver coroando. Do contrário, 
deve-se acionar o serviço médico de urgência e a parturiente deve ser 
levada para o hospital. 
Quando da necessidade de assistência do parto fora da unidade 
hospitalar, o policial militar deve pedir autorização à parturiente ou 
parente que esteja junto, o qual deve acompanhar o parto. Neste caso, 
os seguintes procedimentos devem ser observados: 
 
Entrevista à gestante 
 
Antes de qualquer procedimento, o policial militar deve, 
primeiramente, perguntar: 
 O nome e a idade da mãe; 
 Se ela realizou exame pré-natal; 
 Se há indicação de parto gemelar (múltiplo); 
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 Se for o primeiro filho (se for primípara, o período de expulsão 
do bebê demorará cerca de 1h; este tempo será mais curto a cada 
parto subsequente – multípara); 
 A que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar); 
 Se já houve a ruptura do saco amniótico; 
 Se sente vontade de defecar ou urinar (a mãe não deverá ir 
ao banheiro se o bebê estiver coroando). 
 
Preparação do ambiente 
 Coloque a parturiente de costas, com os joelhos dobrados e 
bem afastados e os pés apoiados sob a superfície em que está deitada 
(posição ginecológica); 
 Não exponha a parturiente a curiosos. Cubra-a com lençóis 
limpos, se possível; 
 Se possível, lave bem as mãos, com água e sabão; 
 Providencie um barbante (cadarço do coturno ou da guia do 
armamento) para amarrar o cordão umbilical (NÃO CORTE O 
CORDÃO); 
 Providencie um pano limpo para proteger a vagina de possíveis 
emissões de fezes. Normalmente, a criança nasce com as vias 
respiratórias voltadas para baixo e a parturiente pode emitir fezes 
nesse momento. 
 
Procedimentos 
 Aguarde que a criança saia gradativamente, com uma mão 
(entre o ânus e a vagina); segurando com firmeza; 
 Coloque a outra mão a fim de aparar a cabeça do bebê 
evitando que saia com violência, nunca tente puxá-la; 
 Verifique se há circular de cordão, caso haja, desfaça com 
cuidado; 
 Coloque a criança de cabeça para baixo, facilitando a saída de 
secreções; 
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81 
 
 
 Avalie a respiração do bebê, estimule-a, se necessário, 
massageando com movimentos circulares a região das costas e/ou 
estimulando a planta dos pés; 
 Caso o bebê não esteja respirando, peça que a mãe aspire a 
secreção da boca e do nariz e oriente-a a fazer respiração boca a boca; 
 Amarre um barbante (cadarço do coturno ou da guia do 
armamento) em volta do cordão umbilical, a cerca de 5 cm do bebê 
(quatro dedos) para interromper a circulação sanguínea no cordão. A 
seguir, amarre outro barbante em volta do cordão umbilical, a cerca 
de 10 cm do bebê (entre os dois nós, deve haver uma distância 
aproximada de 5 cm); 
 Envolva a criança em pano limpo e coloque-a sobre o colo da 
mãe; 
 Anote a hora do parto; 
 Mantenha mãe e filho aquecidos e monitore os sinais vitais; 
 Controle a hemorragia da mãe com absorvente higiênico ou 
pano limpo e mantenha suas pernas unidas e elevadas. 
 
Cuidados 
 Não interfira no processo do parto; 
 Certifique-se de que a parturiente não apresenta nenhum 
distúrbio grave (hemorragia, dor de cabeça excessiva, perda de 
consciência) e que mantém a respiração. 
 A partir do coroamento, a parturiente deve ser instruída a 
respirar profundamente nos intervalos das contrações e 
superficialmente (respiração cachorrinho) durante as contrações; 
 Não lave a película de cor esbranquiçada que cobre o corpo do 
recém-nascido; ela é uma proteção para a pele dele; 
 Nenhuma medida deverá ser tomada com relação aos olhos e 
ouvidos do bebê; 
 Limpe as vias aéreas (nariz e boca) do bebê usando um pano 
limpo. Não use líquidos de qualquer natureza; 
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 Não puxe a placenta pelo cordão umbilical; a expulsão desta 
se dará com a continuidade das contrações uterinas; 
 Após a saída da placenta, coloque-a em um pano úmido ou 
saco plástico; 
 Tranquilize a mãe, fazendo-a sentir-se o melhor possível e 
registre todos os dados da ocorrência; 
 Transporte à mãe e a criança ao hospital e não deixe de levar 
a placenta. 
 
ACONTECEU 
Policial militar ajuda mulher após parto em UPP 
 
O soldado Jônatas Cleisson dos Santos Marcelino, da UPP de 
Parque Proletário, no Complexo da Penha, ajudou uma moradora que 
acabara de dar à luz. Deitada numa escadaria da comunidade, 
Claudineia Soares pedia socorro com a criança nos braços. 
O policial cortou o cordão umbilical, fez a limpeza e enrolou a 
criança em um pano. Em seguida, acionou os bombeiros, que levaram 
mãe e filho para o hospital. 
Observe que: Cada vez mais se discute a natureza do trabalho 
policial e se demandam mudanças de foco na atuação dos organismos 
policiais. Em uma sociedade democrática, cuja política se baseia em 
gestão e prevenção, exige-se que os policiais sejam treinados para 
agirem de forma proativa na resolução de problemas que insurjam do 
cotidiano. Assim, embora a natureza do trabalho policial se torne cada 
vez mais complexa, as possibilidades de emprego do policial se 
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ampliam, atendendo aos anseios da sociedade. O processo de 
formação do Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro abrange 
conteúdos diversos e requer o desenvolvimento de habilidades 
distintas, as quais incluem, por exemplo, a aplicação de conhecimentos 
de primeiros socorros, cuja importância, muitas vezes, não é 
compreendida pelos policiais em formação. Todavia, as situações com 
as quais o Policial Militar tem de lidar no dia a dia dão provas da 
importância e aplicabilidade desses conhecimentos, consoante ao que 
a sociedade de hoje espera da polícia. 
 
ATENDIMENTO EM DESMAIO OU SÍNCOPE 
 
Você saberia identificar possíveis causa 
de um desmaio ou síncope? E como oferecer, 
de forma segura, o atendimento inicial a um 
desmaiado? Em uma situação dessas, 
garantir a integridade da vítima, bem como a 
salvaguarda de seus pertencesfaz parte da 
nossa tarefa. Vamos ver como fazer? 
 
Síncope ou desmaio é a perda súbita e transitória da consciência, 
associada à incapacidade de manutenção do tônus postural, com 
recuperação total e espontânea, podendo ser resultado de um grande 
número de alterações devido a uma redução transitória do fluxo 
sanguíneo cerebral e consequente redução da oxigenação, suficiente 
para alterar as funções cerebrais normais. 
Os sintomas são palidez generalizada e repentina, tontura, 
fraqueza, sudorese abundante, respiração e pulso fracos, enjoo, 
náuseas e vertigem, pressão arterial baixa, extremidades frias, 
escurecimento da visão e, mais raramente, convulsões. 
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Classifica-se em cardíaca, quando ocorre redução do débito 
cardíaco efetivo, seja por arritmia, disfunção miocárdica ou mesmo 
obstrução ao fluxo sanguíneo. As síncopes não cardíacas são 
classificadas como neurológica, psiquiátrica, por disautonomia, 
hipotensão ortostática e vasovagal ou neurocardiogênica. Quando, 
apesar de extensa investigação não invasiva, a causa não pode ser 
explicada, chama-se síncope de origem indeterminada. 
 
Técnicas de Socorro ao Desmaiado 
 
Caso a pessoa esteja apresentando os sintomas característicos 
da síncope, mas ainda não tenha desfalecido, sente-a em uma cadeira, 
curve-a para frente com a cabeça baixa (entre as pernas), 
pressionando-a para baixo. A pessoa deve ser solicitada a respirar 
profundamente até passarem os sintomas. 
Se o desmaio já aconteceu, 
afrouxe as roupas, deite a vítima 
de costas e mantenha sua cabeça 
e ombros em posição mais baixa 
em relação ao resto do corpo, 
elevando suas duas pernas a 
cerca de 30 centímetros do chão 
para facilitar a irrigação sanguínea e consequente oxigenação do 
cérebro. 
Caso haja vômito ou emissão de outras secreções pela boca, vire 
a cabeça lateralmente para evitar sufocamento. 
Afaste curiosos, se preciso abra janelas para manter o ambiente 
arejado. 
 
Se o desmaio durar mais de um ou dois minutos, agasalhe 
o paciente e procure um médico. 
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Caso você seja a vítima, sentindo que vai desfalecer ao ver uma 
hemorragia, ferimento, ou por qualquer outro motivo, abaixe 
imediatamente a cabeça ou, então, sente-se e curve-se para frente 
com a cabeça entre as pernas, mais baixa que os joelhos, e respire 
profundamente. 
 
Cuidados no Socorro ao Desmaiado 
 
A perda da consciência de um 
paciente em qualquer situação ou 
ambiente sempre deve induzir o 
socorrista a pensar em um pior 
prognóstico, pois diversos são os 
fatores que levam a essa alteração 
neurológica, podendo ir aos 
extremos de gravidade que vão da 
lipotimia (estado de pré-desmaio, 
com sensação de perda dos sentidos) ao estado de coma. 
Portanto, independente da causa do desmaio, ainda que a 
vítima recobre rapidamente a consciência, o serviço médico de 
urgência deve ser acionado e a vítima encaminhada para 
avaliação no ambiente hospitalar. 
 
Em geral, a vítima de desmaio rápido com recuperação de 
consciência pode ser transportada apenas com um apoio, isto é, 
passando seu braço por trás da nuca do socorrista, o qual deve segurar 
a vítima passando o braço, em diagonal, por trás das costas da mesma. 
Caso haja duas pessoas para o socorro, pode-se realizar o transporte 
na posição descrita, com um socorrista posicionando de cada lado da 
vítima. 
Entretanto, toda pessoa encontrada desacordada sem que 
alguém relate a cinemática de como ela caiu, deve ser tratada pelo 
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socorrista como traumatismo crânio encefálico e raquimedular, isto é, 
necessitando de cuidados e imobilização da cervical, até que a vítima 
seja encaminhada a um centro especializado de trauma e seja 
submetida a exames que comprovem a integridade do sistema nervoso 
central, pois a vítima que faz uma síncope cai ao solo sem defesa e 
acaba traumatizando a cabeça com consequente reflexo na coluna 
vertebral. 
 
ACONTECEU... 
Motociclista desmaia após cair em córrego e é resgatado 
por PM 
 
Fonte: Globo.com 
 
De acordo com informações da PM, o policial foi acionado para a 
atender a ocorrência e encontrou a vítima já desacordada depois que 
perdeu o controle da moto. Os primeiros socorros foram feitos no 
motociclista, que retomou a consciência ainda no local do acidente. 
Uma equipe do Corpo de Bombeiros também esteve no local apoiando 
ao atendimento a vítima. 
Apesar de apresentar apenas escoriações leves, o motociclista foi 
levado ao Hospital São Vicente, em Jundiaí, onde passou por exames. 
A assessoria de imprensa do hospital informou que o homem, que tem 
43 anos, passa bem. As causas do acidente serão investigadas. 
 
Observe que: A pesquisa policial tem demonstrado que o 
trabalho da polícia, longe de ser o tipo de ocupação que exige baixa 
qualificação, envolve de fato o exercício de julgamento e uma 
habilidade para lidar com problemas de grande complexidade e 
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importância. Em uma sociedade moderna, Bittner (2003) identifica 
algumas expectativas em relação à função da polícia, dentre as quais 
se destaca o fato de que se espera que a polícia vá fazer algo a respeito 
de qualquer problema que seja solicitada a tratar. A intenção não é 
afirmar que a polícia não deve se preocupar com a prevenção, 
repressão e controle do crime, mas sim chamar a atenção para o fato 
de que essa não é a única, nem a principal função e muito menos o 
foco com maior demanda de solicitação para intervenção policial. 
Muitas das ocorrências atendidas envolvem acidentes e requerem 
atendimento de emergência dentro de um cenário distante de um 
pronto-socorro. Portanto, o policial militar deve estar preparado para 
fazer o melhor possível para proporcionar assistência ao cidadão, de 
acordo com seu treinamento, até a chegada do serviço móvel de 
urgência. 
 
CONVULSÕES E ATAQUE EPILÉTICO 
 
Você saberia reconhecer os principais 
sinais e sintomas das convulsões? E os 
procedimentos para o atendimento básico, 
de urgência, de uma pessoa em convulsão 
ou em crise epilética? Vamos estudar como 
realizar esses primeiros socorros de modo 
a garantir a integridade e zelar pela 
segurança da vítima? 
 
Em geral, relacionamos convulsões aos ataques epiléticos, mas 
nem sempre a correção é verdadeira. É possível que uma pessoa 
apresente convulsões devido a infecções e lesões cerebrais (por 
exemplo, meningite, tumores, hemorragias e traumatismos), 
hipoglicemia, overdose ou abstinência de drogas, febre muito alta, 
entre outras causas. 
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Convulsão 
É uma contratura involuntária da musculatura, provocando 
movimentos desordenados e, geralmente, acompanhados de perda da 
consciência. 
Há dois tipos fundamentais de convulsão: tônica e clônica. Além 
disso, há um tipo que é a soma dos outros dois: tônico-clônicas. As 
contrações tônicas se caracterizam por serem sustentadas e 
imobilizarem as articulações. As clônicas são rítmicas, alternando-se 
contração e relaxamento. 
Após a crise o paciente apresenta-se confuso por um período 
curto de tempo (cerca de 1 a 2 minutos ou mais), demonstra fadiga e 
sonolência. 
Os casos mais comuns de convulsão estão associados à febre alta 
(principalmente em crianças com menos de cinco anos), insolação, 
infecções, AIDS, malária, raiva, sífilis, tétano, toxoplasmose, 
insuficiência renal ou hepática e hipoglicemia.Alcoolismo, overdose ou 
abstinência de drogas ilícitas devem ser causas consideradas em 
indivíduos sem histórico de convulsões. 
 
 
 
Figura 30. Convulsão tônico-clônica. 
Fonte: https://medlineplus.gov/encyclopedia.html 
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Epilepsia 
É uma condição neurológica crônica, 
de etiologia diversa, caracterizada por 
crises repetidas de distúrbios nas funções 
elétricas cerebrais (as células cerebrais 
descarregam impulsos elétricos anormais), 
resultando em atividade cerebral anormal, 
que se manifesta, em geral, na forma de 
contrações repetidas e espasmódicas dos 
músculos de partes distintas do corpo (as convulsões), 
podendo ser precedida de anomalias sensoriais e psicológicas. 
 
As condições cerebrais que produzem estes episódios podem 
estar presentes desde o nascimento ou podem se desenvolver mais 
tarde, devido a traumatismos, anormalidades estruturais, exposição a 
agentes tóxicos, ou até mesmo por razões ainda não compreendidas 
pela medicina. 
Os sinais clínicos podem se apresentar de duas formas – em 
crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados 
em apenas um dos hemisférios cerebrais), ou totais (se essa 
desorganização ocorrer nos dois hemisférios). Na grande maioria dos 
casos, as crises desaparecem espontaneamente, mas a tendência é 
que se repitam de tempos em tempos. 
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, assim como o 
tempo de recuperação. Porém, em geral, após a crise convulsiva 
epilética o organismo, gradativamente, recobra sua homeostase. 
Assim, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente, 
podendo ficar confuso por certo tempo e ter amnésia do episódio. 
 
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Sinais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Muitas vezes, há perda do controle dos esfíncteres urinário e 
anal. Em casos extremos, pode ocorrer cianose e até parada 
respiratória. 
Entretanto, convulsão não é sinônimo de epilepsia. Epilepsia é 
uma doença específica, que predispõe a pessoa a convulsões, mesmo 
na ausência de problemas como febre alta, pancadas na cabeça, 
derrames ou tumores cerebrais, sendo sua causa sempre de origem 
neurológica. 
 
Procedimentos 
 Mantenha a calma e não procure impedir o ataque; 
 Se possível, procure evitar que a vítima caia e se machuque; 
 Posicione a vítima em uma superfície plana; 
 Afaste móveis e objetos duros ou pontudos a fim de evitar que 
a vítima se machuque com golpes espasmódicos; 
 Afrouxe as roupas da vítima; 
 Proteja a cabeça da vítima, faça a lateralização para evitar que 
sofra asfixia em caso de vômitos ou salivação excessiva; 
 Monitore a respiração e espere até que a crise passe; 
 Depois da crise procure mantê-la calma explicando o ocorrido, 
caso esteja consciente, e que deve receber ajuda médica; 
 Coloque a vítima na posição lateral de segurança (vítima 
inconsciente) e/ou de lado (vítima consciente); 
Os sinais de convulsão e epilepsia são 
muito parecidos, a pessoa apresenta perda 
da consciência, enrijecimento muscular, 
principalmente do pescoço e extremidades, 
movimentos espasmódicos, alteração da 
posição dos olhos, salivação excessiva. 
 
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 Resfrie crianças febris com toalhas molhadas com água em 
temperatura ambiente; 
 Não lhe dê tapas, não jogue líquidos de qualquer natureza, 
nem lhe ofereça qualquer coisa para beber; 
 Afaste os curiosos e proteja a privacidade da vítima, que 
muitas vezes encontra-se fragilizada e confusa; 
 Deixe a vítima dormir, caso queira e monitore os sinais vitais; 
 Em caso de crise de epilepsia, muitas vezes, após o primeiro 
episódio convulsivo, ainda que já tenha recobrado a consciência, a 
vítima apresenta uma segunda crise convulsiva. (Crise que dura mais 
de cinco minutos ou diversas crises recorrentes indicam uma situação 
de emergência neurológica conhecida como estado do mal epilético. 
Nesse caso, o paciente precisa de atendimento médico imediato); 
 De qualquer modo, em ambos os casos o atendimento médico 
faz-se necessário, acione o serviço médico de urgência. 
Lembre-se 
Durante a crise convulsiva a vítima pode apresentar contratura 
muscular de velocidade equiparada a um veículo a 150 km/h, portanto, 
nunca introduza sua mão ou qualquer outro objeto entre os dentes da 
vítima nem tente segurá-la. 
É preciso ficar claro que a vítima jamais conseguirá engolir a 
própria língua. O máximo que pode acontecer é mordê-la e feri-la, mas 
ela cicatrizará sem problemas depois. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FERIMENTOS 
 
Com certeza você vai afirmar que 
sabe diferenciar um ferimento aberto 
de um ferimento fechado, não é? No 
entanto, saberia descrever o 
atendimento de feridas abdominais e 
ferimentos com objetos cravados? 
Conhece o uso apropriado de curativos 
compressivos e oclusivos? Saberia 
reconhecer ferimentos por PAF? É 
muito importante conhecermos as 
técnicas básicas de hemostasia nos 
ferimentos causados por projétil de arma de fogo. De acordo 
com o tipo de ferimento, identificar a melhor técnica a ser 
utilizada para transporte da vítima faz toda a diferença. Vamos 
lá? 
 
Ferimentos são lesões traumáticas da pele ou dos tecidos 
adjacentes, podendo ocasionar um variável grau de dor, sangramento, 
laceração e contaminação. O trauma causado pelos ferimentos 
penetrantes pode ser estimado pelo socorrista, classificando os objetos 
penetrantes em três categorias, de acordo com o nível de energia que 
possuem: 
 
 Armas de baixa energia – são as usadas com a mão (faca, 
punhal, picador de gelo, tesoura etc.). Produzem lesão somente com 
as pontas afiadas ou bordas cortantes. 
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 Armas de média energia – são as armas de fogo como 
revólveres e alguns rifles (velocidade de até 300 m/s). Produzem 
cavidade temporária 3 a 5 vezes maior 
que o calibre do projétil. 
 Armas de alta energia – são as 
armas de fogo como fuzis, espingardas 
(velocidade superior a 600 m/s). 
Produzem cavidade temporária 25 ou 
mais vezes, maior que o calibre do 
projétil. 
 
Tipos de Ferimentos 
 
Ferimentos Abdominais Abertos (Com Evisceração) 
Procedimentos 
 Não toque nas vísceras expostas, nem tente recolocá-las no 
lugar (intestinos, estômago etc.); evite mexer nesses ferimentos; 
 Mantenha-os como estiverem; se estiverem expostos, cubra-
os com pano úmido, tomando o cuidado de manter úmido todo o 
tempo, e passe uma tira de pano em volta com firmeza sem apertar (o 
objetivo é proteger os órgãos expostos por meio de um curativo, evitar 
que ressequem e minimizar a contaminação); 
 Não remova corpos estranhos encravados (facas, punhais 
etc.), os mesmos devem ser estabilizados com auxílio de uma atadura 
ou faixa de tecido e ao redor deste deverá ser feito um curativo 
compressivo, sem apertar; 
 Não dê à vítima qualquer líquido, pois pode haver 
extravasamento pelo intestino ferido, contaminando todo o abdômen. 
 Caso necessário, a vítima deverá ser transportada com as 
pernas encolhidas. 
 
 
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Observação 
Não oferecer líquidos às pessoas com feridas penetrantes, pois 
existe a chance de as mesmas serem submetidas à cirurgia para 
assegurar a saída do derrame sanguíneo ou para investigação da 
cavidade.Se houver sede, apenas molhe os lábios com pano limpo 
embebido em água. 
 
Ferimentos Extensos ou Profundos 
Os seguintes ferimentos exigem pronta atenção médica: 
 Quando as bordas dos ferimentos não se juntam 
corretamente; 
 Quando há presença de corpos estranhos; 
 Quando a pele, músculos, nervos e tendões estão dilacerados; 
 Quando há suspeita de penetração profunda de objeto 
causador do ferimento (projétil, faca, prego etc.); 
 Se o ferimento é no crânio ou na face. 
Procedimentos 
 Providencie repouso da parte afetada, colocando compressas 
frias ou gelo sobre o local; 
Figura 31. (alunos do CFSd em treinamento) 
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 Atente para que a movimentação seja cuidadosa e conduza a 
vítima para o serviço médico de urgência; 
 Controle os sinais vitais e esteja pronto para iniciar a 
respiração artificial. 
 
Ferimento Tipo Avulsão 
É lesão que envolve rasgos ou arrancamento de uma grande 
parte da pele. 
 
Procedimentos 
 Se possível, e se a pele estiver presa, deve ser recolocada 
sobre o ferimento, a hemorragia deve ser controlada e, em seguida, 
deve-se cobrir o ferimento com curativo estéril fixado com bandagem 
ou ataduras; 
 Se a pele foi arrancada, proceder da mesma maneira que no 
caso de membro amputado, armazenar membro a parte arrancada em 
saco plástico ou pano úmido; 
 Corpos estranhos, como fragmentos de vidro, madeira ou 
outros que estejam presos aos tecidos lesados e que ofereçam 
resistência, não devem ser retirados. Proceda à limpeza ao redor com 
soro fisiológico, proteja a área afetada e encaminhe a vítima para 
tratamento definitivo. 
 
Objetos Impactados ou Empalados 
Procedimentos 
 
 Corpos estranhos presos ao corpo da vítima, como facas, 
estiletes, pedaços de ferro ou outro tipo de material, jamais devem ser 
retirados, pois sua remoção pode causar hemorragia grave ou lesar 
nervos ou músculos próximos ao ferimento. Estes objetos devem ser 
estabilizados com curativo volumoso, faixas, ataduras ou outros, se 
possível fazendo a limpeza ao redor, e deve-se transportar a vítima 
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para atendimento adequado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEIMADURAS 
 
Você sabia que há diferentes tipos de 
queimaduras? Você saberia identificar a 
gravidade de uma queimadura pela área 
corporal atingida e pela profundidade da 
lesão? Vamos estudar um pouco este assunto 
com bastante atenção! 
 
 
Queimaduras são lesões corporais produzidas pelo contato com 
agente térmico (frio ou calor), radioativo, químico, biológico ou 
elétrico, podendo causar a destruição parcial ou total das camadas da 
pele, atingindo músculos, ossos e órgãos internos. 
 
As causas mais frequentes das queimaduras são a chama de 
fogo, o contato com água fervente ou outros líquidos quentes e o 
contato com objetos aquecidos. Menos comuns são as queimaduras 
provocadas pela corrente elétrica, transformada em calor ao contato 
com o corpo, e queimaduras químicas, as quais são lesões cáusticas 
provocadas por agentes químicos, em que o dano tecidual nem sempre 
resulta da produção de calor. 
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A pele é frequentemente o órgão 
mais afetado nas queimaduras. 
Considerada o maior órgão do corpo 
humano, a pele é a parte do 
organismo que recobre e resguarda a 
superfície corporal, tendo algumas 
funções importantes, dentre as quais se destacam: controlar a perda 
de água e promover a manutenção da temperatura geral do corpo. 
Além disso, a pele forma uma barreira protetora contra a atuação de 
agentes físicos, químicos ou bacterianos sobre os tecidos mais 
profundos do organismo. A queimadura compromete a integridade 
funcional da pele, a magnitude do comprometimento dessas funções 
irá depender da extensão e profundidade da queimadura. 
 
Procedimentos de Socorro 
 
O primeiro cuidado é tirar a vítima 
do contato com a causa da queimadura. 
Deve-se remover a fonte de calor, 
afastando a vítima da chama ou objeto 
quente. Se as vestes estiverem em 
chamas, a vítima deve ser orientada a 
rolar no solo e nunca correr ou ser 
envolvida em cobertores que podem ativar as chamas (sempre 
que for necessário apagar o fogo do corpo da vítima, o mesmo 
pode ser feito abafando-o com a devida atenção ao material 
utilizado para abafar a chama). 
 
Em seguida, deve-se iniciar, o quanto antes, a interrupção do 
processo de queimadura, irrigando com grandes volumes de água à 
temperatura ambiente durante cerca de 10 minutos, podendo chegar 
a 20 minutos, caso seja necessário. 
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As vestes devem ser retiradas, desde que não aderidas à pele. 
Relógios, pulseiras, anéis também devem ser retirados, pois estes itens 
podem manter calor residual e continuar ferindo a vítima. Além disso, 
sua retirada se torna mais complicada após o desenvolvimento de 
edema. 
A seguir, deve-se verificar a respiração, os batimentos cardíacos 
e o nível de consciência da vítima. A dor dever ser controlada cobrindo-
se a área afetada com um tecido limpo (com gazes, compressas ou 
toalhas de algodão, úmidas, em seguida cobertas por plástico ou outro 
material impermeável). 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados Com o Queimado 
 
Não coloque gelo sobre a área 
afetada. Não estoure bolhas nem 
retire as roupas e outros materiais 
aderidos à pele. Se as bolhas 
estiverem rompidas, não as coloque 
em contato com a água. Não aplique 
pomadas, líquidos, cremes e outras 
substâncias sobre a queimadura. 
 
Caso a vítima esteja consciente e sinta sede, deve-se dar água. 
No entanto, caso a área da queimadura seja muito extensa (> 20%), 
a água deve ser recusada. 
Vítimas com grande extensão corpórea queimada podem 
apresentar hipotermia e evoluir para o choque, portanto devem 
ser mantidas aquecidas (deve-se resfriar a queimadura mas 
aquecer a vítima) e levadas para atendimento hospitalar o 
quanto antes. 
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Nos queimados graves há perdas plasmáticas consideráveis, e a 
demora na reposição expõe a vítima a grande risco de desenvolver 
choque hipovolêmico. Portanto, há urgência na reidratação parenteral 
em queimaduras de segundo e terceiro graus superiores a 10% de 
superfície corporal queimada em crianças e a 15% superfície corporal 
queimada em adultos. Assim, o serviço médico de urgência deve ser 
acionado mesmo antes do início dos primeiros socorros ao queimado. 
Cuidado especial deve ser dado no socorro das vítimas de 
acidentes com eletricidade, as quais não devem ser tocadas 
diretamente. A corrente elétrica deve ser desligada e deve-se 
estabelecer o isolamento. Se não for possível desligar a corrente 
elétrica, deve-se tentar afastá-la com objeto isolante, seco. Nestes 
casos, deve sempre ser lembrado o risco de parada cardiorrespiratória, 
devido a arritmias cardíacas resultante da descarga elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Queimaduras por agentes biológicos requerem atenção quanto 
ao desenvolvimento de reações alérgicas sistêmicas (choque 
anafilático). Porém, na maioria das vezes, estas queimaduras podem 
ser aliviadas irrigando-se com grandes volumes de água. Em caso de 
lesão provocada por água-viva, no entanto, utiliza-se vinagre para 
alívio dos sintomas de queimação local. 
Independente da gravidade ou natureza da queimadura o 
atendimento médico jamais deve ser dispensado. 
 
 
No caso de queimaduras por agentesquímicos, deve-se 
retirar as vestes da vítima e só lavar a área afetada em água após 
verificar a natureza da substância (em alguns casos o contato com 
a água pode agravar a lesão). 
 
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Biossegurança em Procedimentos de Queimados 
 
Como a maior causa de morte entre os queimados é a infecção, 
esta deve ser prevenida utilizando, se possível, luvas, máscaras e 
matérias estéreis para o socorro da vítima. O uso do EPI e a 
manutenção da assepsia do local serão importantíssimos para o 
tratamento posterior da vítima. Além disso, assim como em qualquer 
outra situação de emergência, o socorrista deve evitar o contato direto 
com as secreções da vítima, a fim de previr contaminações e preservar 
sua própria integridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
É importante que você policial militar tenha ao menos 
conhecimentos mínimos sobre os primeiros procedimentos que devem 
ser adotados no socorro, tendo sempre a consciência que você não é 
bombeiro e nem médico, porém geralmente é o primeiro a chegar em 
muitas ocorrências e alguns procedimentos podem salvar a vida da 
vítima que pode ser você. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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