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Aula de Educação Ambiental

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*A Educação Ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas populações, promovendo oportunidades para as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares da sociedade.
*A Educação Ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento. Este é diversificado, acumulado e produzido socialmente.
*A Educação Ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas a trabalharem conflitos de maneira justa e humana.
*A Educação Ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre os indivíduos e instituições com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em atender às necessidades básicas de todos os indivíduos.
*A Educação Ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações.
*A Educação Ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos.
Objetivos da educação ambiental
Existem várias definições de educação ambiental. O Congresso de Belgrado, promovido pela Unesco em 1975, definiu a Educação Ambiental como um processo que visa: 
“(...) formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam (...)”
No capítulo 36 da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como o processo que busca: 
“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos (...)”
Tendo essa premissa básica como referência, propõe-se que a Educação Ambiental seja um processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas passem a ser agentes transformadores, participando ativamente da busca de alternativas para a redução de impactos ambientais e para o controle social do uso dos recursos naturais.
Um dos principais objetivos da EA consiste em contribuir para a compreensão da complexidade do ambiente em suas dimensões ecológicas, econômicas, sociais, culturais, políticas, éticas e tecnológicas, de maneira a sensibilizar a coletividade quanto a importância de sua organização e participação na defesa de todas as formas de vida.
Educação Formal: Envolve estudantes em geral, desde a educação infantil até a universitária, além de professores e demais profissionais envolvidos em cursos de treinamento em Educação Ambiental. 
Educação Informal: Envolve todos os segmentos da população, como grupos de mulheres, jovens, trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores, profissionais liberais, dentre outros.
CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
De acordo com a Conferência de Tbilisi, ocorrida em 1977, Educação Ambiental tem como principal característica ser um processo:
Dinâmico integrativo - é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir, individual e coletivamente e resolver os problemas ambientais.
Transformador - possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. Objetiva a construção de uma nova visão das relações do ser humano com o seu meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. A consolidação de novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes refletirá na implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável.
Participativo - atua na sensibilização e na conscientização do cidadão, estimulando-o a participar dos processos coletivos.
Abrangente - extrapola as atividades internas da escola tradicional. Deve ser oferecido continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e toda a coletividade. A eficácia virá na medida em que sua abrangência atingir a totalidade dos grupos sociais.
Globalizador - considera o ambiente em seus múltiplos aspectos: natural, tecnológico, social, econômico, político, histórico, cultural, moral, ético e estético. Deve atuar com visão ampla de alcance local, regional e global.
Permanente - tem um caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se dão de um modo crescente e contínuo, não se justificando sua interrupção. Despertada a consciência, ganha-se um aliado para a melhoria das condições de vida do planeta.
Contextualizador - atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua dimensão planetária.
Transversal - propõe-se que as questões ambientais não sejam tratadas como uma disciplina específica, mas sim que permeie os conteúdos, objetivos e orientações didáticas em todas as disciplinas. A educação ambiental é um dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e Cultura.
Aula 5- A educação ambiental no ambiente escolar.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA QUALIDADE DE POLÍTICA PÚBLICA
No início dos anos 80, com a promulgação da Lei 6.938/81, institucionalizou-se, de fato, no Brasil, a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Essa foi a primeira lei a assegurar um tratamento abrangente, sistemático e instrumentalizado para a proteção do Meio Ambiente em todo o território nacional. Entre outras coisas, a PNMA introduziu um conceito mais preciso de meio ambiente, definiu poluição, impôs a responsabilidade objetiva para o poluidor, reorientou a gestão ambiental, criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), instituiu instrumentos de gestão eficazes e incluiu a Educação Ambiental, no artigo 2°.
 Artigo 2°, inciso X, sobre a Educação Ambiental: A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana [...] Assegurando a educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
O avanço da conscientização e preocupação ambiental fez com que a Educação Ambiental fosse inserida na Constituição Federal de 1988, cujo artigo 225, parágrafo 1°, inciso VI, determina: “A constituição determina a obrigatoriedade de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Entretanto, somente em 1991, a portaria 678/91 do MEC, determinou, finalmente, que a educação escolar deveria contemplá-la permeando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino. De igual maneira, também foi enfatizada a necessidade de investir na capacitação de professores. Nesse mesmo ano, com a Portaria 2421/91, instituiu-se em caráter permanente um Grupo de Trabalho de Educação Ambiental com o objetivo de definir com as Secretarias Estaduais de Educação as metas e estratégias para a implantação da Educação Ambiental no país e elaborar a proposta de atuação do MEC na área da educação formal e não formal para a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
*Quatro anos após a promulgação da Constituição de 1988, aconteceu no Rio de Janeiro o mais importante evento sobre desenvolvimento sustentável, a II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-Eco 92.
Ao longo desse evento, foi pactuada a Agenda 21, que se constitui em um programa recomendadoaos governos, agências de desenvolvimento, órgãos das Nações Unidas, organizações não governamentais e sociedade civil de um modo geral, para ser colocado em prática ao longo do século 21. Esse documento, de caráter abrangente, na medida em que engloba uma série de decisões resultantes de conferências específicas e temáticas sobre Educação Ambiental, foi um dos principais documentos resultantes dessa conferência.
A Agenda 21
A Agenda 21 vai além de um projeto ou programa a ser implantado e é uma ferramenta de reconstrução de hábitos e atitudes, reformulação de conceitos que prime por uma sociedade mais solidária com o ambiente local e global, mas carece ainda do problema da desinformação, precisando ser mais divulgada. Na década de 90, o Ministério da Educação, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) desenvolvem diversas ações para consolidar a Educação Ambiental no Brasil. Paralelamente, as ONGs desempenharam um importante papel no processo de aprofundamento e expansão das ações de Educação Ambiental que se completam e, muitas vezes, impulsionaram iniciativas governamentais.
Em cumprimento às recomendações da Agenda 21 e aos preceitos constitucionais, é aprovado no Brasil o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), em 1994.
Suas ações destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a interação e a integração equilibradas das múltiplas dimensões da sustentabilidade ambiental- ecológica, social, ética, cultural, econômica, espacial e política – ao desenvolvimento do país, buscando o envolvimento e a participação social na proteção, recuperação e melhoria das condições ambientais e de qualidade de vida.
OS PCNs E OS TEMAS TRANSVERSAIS
A proposta dos temas transversais no Currículo Escolar (1997-1998) foi uma novidade que o sistema de ensino não pôde absorver de imediato, seja como política educacional ou como uma prática pedagógica, tamanhas as mudanças que isso exigiu.
Para inserir a Educação Ambiental como um tema transversal no Ensino Fundamental foi necessário a ocorrência de um movimento de institucionalização e formulação de políticas por parte do Ministério da Educação. Então, no ano de 1999 ocorreu a criação da Coordenação de Educação Ambiental na Secretaria de Ensino Fundamental.
Em 1999, é promulgada a Lei nº 9.795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, regulamentada pelo Decreto 4.281/2002.
*O decreto reafirma os principais pontos da Lei 9795/99, que definiu a educação ambiental como "uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal", não como disciplina específica no currículo de ensino, mas presente em todas as matérias.
*O decreto estende a obrigatoriedade da Educação Ambiental para uma variedade de instituições: instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e outros órgãos públicos (desde federais até municipais), envolvendo entidades não governamentais, de classe, meios de comunicação.
*Esta lei foi um marco que propiciou a legitimação da Educação Ambiental como política pública nos sistemas de ensino, sendo o Brasil o único país da América Latina a ter uma política nacional específica para Educação Ambiental que, consequentemente, impulsionou a estruturação e o fortalecimento da Coordenação Geral de Educação Ambiental. Ela consolida os princípios da Educação Ambiental discutidos nos fóruns internacionais e nacionais anteriores, tornando-os legais e objetos de políticas públicas, fornecendo à sociedade um instrumento de cobrança para a promoção da Educação Ambiental.
*A partir dos pressupostos da Lei 9.795/99, entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do Meio Ambiente, bem de uso comum, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
*Em seguida, o Plano Nacional de Educação (PNE 2001-2010) aprovado pelo Congresso Nacional (Lei nº 10.172/2001), além de cumprir uma determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu art. 87, fixou diretrizes, objetivos e metas para o período de 10 anos, buscando garantir coerência nas prioridades educacionais para este período.
-No que se refere aos objetivos e metas para o Ensino Fundamental e Ensino Médio, o PNE propõe que “a Educação Ambiental, tratada como tema transversal, será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em conformidade com a Lei nº 9.795/99”.
Pretendia-se que as novas estruturas curriculares devessem estar sempre em consonância com as diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Educação (CNE) e dos conselhos de educação dos estados e municípios que constituem a base das políticas de institucionalização da Educação Ambiental nos sistemas de ensino. Todo o envolvimento relacionado às questões ambientais levou também a Secretaria da Educação Fundamental a elaborar, em 1999, um programa de Desenvolvimento Profissional Continuado, lançado em 2001, em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente (05/06), com o objetivo de atender às demandas das Secretarias da Educação que necessitavam de orientações para a implementação dos PCNs.
No entanto, foi apenas com a legitimação da Educação Ambiental como política pública nos sistemas de ensino, com a Lei nº 9.795 (de 1999) que dispôs sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, que se percebeu uma inclusão da Educação Ambiental de modo organizado e oficial no sistema escolar brasileiro. Após traçar esse panorama sobre o histórico da Educação Ambiental e as legislações decorrentes desse processo, buscar-se compreender as práticas que possibilitaram a incorporação desse conceito no âmbito das escolas.
A Educação Ambiental, de acordo com Dias (1994), se caracteriza por incorporar as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, o que significa que, ao tratar de qualquer problema ambiental, deve-se considerar todas as dimensões.
Destaca Dias que “a maior parte dos problemas ambientais tem suas raízes na miséria, que por sua vez é gerada por políticas e problemas econômicos concentradores de riqueza e responsáveis pelo desemprego e degradação ambiental”. 
Segundo a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em Tbilisi, é fundamental que o processo educativo proporcione uma percepção integrada da natureza, além da construção de valores sociais e a aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades práticas destinados a participação responsável na prevenção e solução dos problemas ambientais.
*Enquanto processo contínuo e permanente, a Educação Ambiental deve...
atingir todas as fases do ensino formal e não formal; deve examinar as questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional, analisando suas causas, consequências e complexidade.
Além da inserção da Educação Ambiental na proposta pedagógica da escola, é fundamental que os educadores estejam preparados para incorporar o trabalho de Educação Ambiental à sua práxis, tendo em vista que as questões ambientais fazem parte da vida de todos e devem ser articuladas as diversas áreas do conhecimento.
Conforme o art. 2º da Lei 9.795 de 27/04/1999, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. A Lei 9.795 de 27/04/199 ainda prevê que nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental deve existir a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental. Após a aprovação da Lei 9.795 de 27/04/199, foi aprovado o Decreto nº 4.281, de 25/06/2002, estabelecendo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), que veio reforçar a Educação Ambiental nos artigos 2ºe 3º da Lei 9.795/99 como um componente essencial e permanente da educação. (BRASIL, 1999).
A Educação Ambiental, conforme as diretrizes do MEC devem ser trabalhadas através de três modalidades básicas: 1) projetos; 2) disciplinas especiais; 3) inserção da temática ambiental nas disciplinas. 
Dentro dessas modalidades de trabalho, o desafio é desenvolver um trabalho de permanente conexão da conscientização ambiental aos conteúdos do currículo. Para isso, o professor deve ter o desejo de realizar essa transformação social.
*A Educação Ambiental precisa ser entendida como uma importante aliada do currículo escolar na busca de um conhecimento integrado, que supere a fragmentação, tendo em vista o conhecimento, a emancipação, uma vez que, segundo Sato, a EA “sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais dos seres humanos”

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