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Aluna: Maria Alíniza da Silva Disciplina: Linguística I Polo: Paracambi Coordenadora: Prof.ª Silvia Maria de Sousa AD2: Questão 1 Apresente a noção de fonema para Courtenay e explique de que modo ela avança, com o Círculo Linguístico de Praga, ao encontrar as ideias de Saussure. (3,5 pontos) Courtenay definia o fonema como “a ideia de um som vocal”, ele atribuía o som vocal à física e o fonema à psicologia. Courtenay entendia o que era fonema, mas depois com o Círculo Linguístico de Praga avançou no conceito usando as ideias de Saussure, em especial o conceito de valor. É importante ressaltar, que sua ideia avança, com o surgimento de duas abordagens teóricas para tratar da problemática estabelecida devido os sons vocais. A primeira dessas abordagens é a fisiofonética, ela trataria das qualidades físicas do som; já a psicofonética evidencia uma abordagem psicológica. Courtenay foi o primeiro linguista a chamar os sons com conteúdo linguístico de fonemas, para o linguista o fonema era definido como o “equivalente psíquico do som”. Porém, o impacto das ideias saussureanas aos estudos da linguagem foi enorme. Com o Círculo Linguístico de Praga, o conceito de fonema foi formulado com precisão, esse avanço se dá, com os primeiros fundamentos da fonologia lançados por Courtenay, Saussure e seus discípulos; a elaboração sistemática da fonologia só começou depois da primeira Guerra Mundial, quando se estabeleceu o problema do sistema fonológico como um conjunto de leis estruturais, através a substituição, da noção psicológica dos elementos fonológicos(a chamada psicofonética) por uma orientação sociológica; quando se deu à fonologia sincrônica o suplemento de uma fonologia histórica. Vale salientar, que o Círculo Linguístico de Praga, foi o que organizou o primeiro Congresso Fonológico Internacional, tornando-se o centro da fonologia moderna. Courtenay diferencia, então, som e fonema. Já Saussure atrela a definição de fonema à dicotomia langue/parole. Os linguistas da Escola de Praga, seguiram a trilha deixada por Saussure, ao consolidar a linguística como ciência, os linguistas encontram nas ideais de Saussure o ponto de partida para desenvolver novas teorias, focados na parte fonológica, demonstrando a importância da fonologia no sistema de língua, permitindo ao homem conhecimento de mundo. Questão 2 Defina fonologia, em oposição à fonética, a partir da análise dos pares de palavras a seguir. (3,5 pontos) Primeiramente, vamos entender o que é a fonologia – ciência que estuda os sonos da língua do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística, muito mais preocupada em como os sons se organizam na língua, diferente da fonética. Essa definição entre fonologia e fonética é muito importante para melhor compreensão de tamanha função entre ambas. A fonologia estuda os elementos fônicos que distinguem, numa mesma língua, duas mensagens de sentido diferente. Já a fonética se volta para o estudo do som propriamente dito, buscando descrever e explicar sua composição. Porém ambas estudam o som da fala, mas essa semelhança, no entanto, não é suficiente para afirmamos que objeto de estudo desses dois campos é idêntico. Vejamos os exemplos abaixo: Pode/pôde – O acento – tonicidade são traços suprassegmentais, podemos chamar de traço prosódico, caraterística fônica que afeta um segmento mais extenso que o fonema, as características suprassegmentais dão-se pelos (acento lexical primário e entoação). Pode – som aberto (o) / pôde (ô) som fechado. Pato/gato - A identificação de fonemas é buscar duas palavras com significados diferentes cuja cadeia sonora seja idêntica, constituindo um par mínimo. Tomando ainda a palavras “pato” e “gato”, observa-se que os fones /p/ e /g/ exercem uma diferença, essa diferença é fundamental para se distinguir o significado de cada palavra, muda- se o primeiro fonema. Questão 3 Explique por que, para o estruturalismo europeu, o conceito de sincronia – e não o de diacronia – que é importante. (3,0 pontos) Primeiramente, é importante entender o que de fato foi o estruturalismo europeu, uma teoria linguística que surge no início do século XX, a partir da publicação do célebre Cours de Linguistique Générale (1916), de Ferdinand de Saussure. Foi daí que se tornam públicas as ideias de Saussure, precursor do estruturalismo europeu, o linguista defendia a hipótese de que a língua funcionava como um sistema, um todo coerente e organizado. O estruturalismo não foi um fenômeno isolado; ele foi de fato, expressão de uma tendência geral de pensamento que, nessas últimas décadas, tornou-se cada vez mais evidente em quase todos os campos da pesquisa científica na linguística. Devido a língua funcionar como um sistema de signos, apesar de entender a importância da fala, Saussure escolhe a língua como objeto de estudo específico da linguística estrutural. O linguista faz também uma diferenciação sobre o método de investigação a ser adotado pelo pesquisador para o estudo das seguintes abordagens: sincrônico e/ou diacrônico. O estudo sincrônico em linguística diz respeito à análise de uma língua num determinado momento, independentemente da sua evolução histórica; em oposição, a diacronia é o estudo através do tempo, que busca estabelecer uma comparação entre dois momentos da evolução histórica de uma determinada língua. O estruturalismo europeu, embora tenha apresentado diferentes vertentes, possui como eixo focal o conceito de estrutura. Desta forma, a língua passa a ser vista através do princípio da autonomia, onde não é analisada, apenas pelo ponto de vista evolutivo, e sim, pelo ponto de vista estrutural e sincrônico. Por esse motivo a sincronia é importante, e os estruturalistas adotam, portanto, uma visão sistemática e sincrônica para melhor entender a descrição das línguas. De forma simplificada a sincronia – análise da língua no mesmo tempo; diacronia – análise da língua ao longo do tempo. A análise diacrônica é dispensável, o importante é a relação que os signos têm entre si naquele determinado momento. Referência bibliográfica: Sousa, Silvia Maria. Linguística v. 2. / Silvia Maria Sousa; Vanise Medeiros. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.
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