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O Corpo Sígnico

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O Corpo Sígnico
Gilene
Gabriele
Renata
1
INTRODUÇÃO
	O texto apresenta conceitos importantes de Antropologia Médica à qual a autora busca entender como diferentes grupos sociais entendem as causas relacionadas à saúde e à doença.
	Segundo Jacqueline o corpo é reflexo da sociedade a qual o organismo está atuando, como se fosse o espaço onde estariam os sentimentos, discursos, pensamentos e o entendimento das coisas e daquilo que o mundo lhe representa. Assim, o corpo pode indicar se o organismo correspondente está doente ou saudável. No entanto, começaremos entender as doenças como sendo processos decorrentes de uma série de fatores com significados determinados e não como manifestações obtidas ao acaso.
	Para Barthes (1971), define esse “Corpo Sígnico” como o continente de mensagens que têm como função comunicar significados que a doença expressa, e dentro dos estudos propostos, são os “sintomas” que protagonizam essas manifestações.
	A noção de saúde e doença é uma construção social, assim como o saber médico que esta intimamente ligado com o social, uma vez que constrói diagnostico tomando como ponto de partida as sensações desagradáveis descritas pelo paciente, chamado de sintomas e, o que é constatado pelo médico, chamado de sinais. Portanto, sintoma é a sensação subjetiva referida pelo doente como dor, ansiedade, mal-estar, alucinações, sensação de vertigem, etc. Sinais é a manifestação objetiva da doenças, física ou química, diretamente observada pelo médico ou por ele provocada, como tosse alteração da cor da pele, ruídos anormais do coração, convulsões, etc... (Romeiro, 1980).
INTRODUCÃO
	A semiologia medica passa a ser um conjunto de técnicas que permite aliar a leitura dos sintomas com a pesquisa dos sinais onde entram em jogo a escuta e o olfato, além do olhar já existente, quando a patologia era a doença visível, mas quando como não é mais uma determinada patologia que se insere no corpo e sim o próprio corpo que se torna doente, passou a ser um conjunto sistematizado de técnicas e, legitimado como uma área especifica do conhecimento cientifico que permite aliar a leitura dos sintomas com a pesquisa dos sinais. 	
	Foucault (1980), em O Nascimento da Clínica, nos mostra como o corpo, sendo espaço de doença, torna-se um texto passível de diferentes leituras em busca de significados tanto para o doente, no processo de desencadear sintomas, como para o clínico, quando persegue sinais, indícios, ao examinar o corpo do outro, o doente, e encontra assim as formas visíveis da doença.
	No nosso dia a dia usamos de metáforas para descrever a dor física que muitas vezes também é usadas para explicar qualquer tipo de sofrimento moral, onde a dor é tomada como o próprio sofrimento em si mesmo. Com a violência fazendo parte da vida e tendo a dor como representação de agressão é fácil entender o uso deste tipo de metáfora, tendo como exemplo os seguintes relatos demostrando a associação de dor e agressão:
“Eu tive uma dor em pontada no peito. Até falei: Toni (marido), estão me esfaqueando. Qualquer dia eu moro do coração por causa desta dor.” (Luciana, 23 anos, dona de casa)
“Estou com uma dor no estomago, uma dor apertada, parece que estão torcendo o estomago... A dor de cabeça é em ferroada, parece que esta entrando uma agulha.” (Mirian, 51 anos, aux.de creche)
	
INTRODUCÃO
	“Há dois dias estou com dor de barriga, uma dor torcida nas tripas.” (Elza, 54 anos, aux. da FEBEM)
	A percepção e o relato da dor são influenciados por vários elementos, sendo eles a vivencia cultural do doente, o seu repertorio linguístico, o seu domínio de termos médicos, as suas crenças e representações sobre o corpo e doença, experiências individuais e de suas memorias especificas quanto a sensação de dor.
	Segundo Boltanski (1984), a percepção de dor varia conforme o grupo social, e que a percepção de dor como doença grave aumenta nas classes superiores em relação as baixas, mas não é a percepção da dor que varia conforme a classe, e sim a continuidade das atividades buscando o alivio para a mesma.
	Hoje as ações humanas passaram a ser guiadas pelo método científico, fazendo que a preocupação com a liberdade do ser humano e a concepção de corpo seja consequência disso. O avanço científico e técnico produziram, nos indivíduos do período moderno, um apreço sobre o uso da razão científica como única forma de conhecimento (Pelegrini, 2006). O corpo, agora sob um olhar “científico”, serviu de objeto de estudos e experiências. O conhecimento científico, a matemática, enfim, o ideal renascentista: O corpo investigado, descrito e analisado, o corpo anatómico e biomecânico (Gaya, 2005). 
OBJETIVOS
	Buscar a representação de corpo doente, mais especificamente a expressão do corpo doente apresentada ao médico pelos pacientes, através dos sintomas, como também relacionar estes sintomas a aspectos observados clinicamente na consulta médica. 
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
	O corpo é o principal objeto de significado e significante, onde a dor é um sinal subjetivo do paciente, por mais que a sociedade tende comparar um corpo a outro corpo, que não é o seu, ou seja, o corpo é o lugar de processos biológicos indicadores de saúde e doença para o individuo. As sensações corporais experenciadas pelos indivíduos e as interpretações médicas podem ser tomado como um suporte de qualquer fenômeno gerador de significação e sentido. O médico ao ouvir o relato do paciente necessariamente precisa de mais informações, além dos exames de toque e exames clínicos para formular o diagnostico.
	A ideia de corpo como signo é para Barthes (1971), o conceito de signo. Para este autor, a função do signo é comunicar ideias por intermédio de mensagens, ou seja, o signo tem o objetivo de transmitir uma informação, fazendo parte assim de um processo de comunicação.
	A anatomia e a filosofia do corpo só se tornaram significativas a partir das regras e códigos dos grupos, ou seja, a dependência direta que os doentes e os clínicos possuem com representações sociais e especificas a respeito do corpo, saúde e doença, relativas ao contexto social em que se inserem. Pois, a dor é uma resposta biológica universal e individual a estímulos nocivos advindos de dentro do corpo ou fora dele, não exclui que sua percepção e tolerância variem significativamente conforme o grupo social.
	Como sugere Ortega (2008), as modernas asceses corporais enfatizam, ininterruptamente, procedimentos médicos, higiênicos e estéticos a partir dos quais se estrutura o self. O sujeito advindo desse processo, pois, tem no autocontrole e na autovigilância as fontes básicas de sua identidade.
			
6
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
	A classificação de cada sociedade define o que é um individuo doente, apesar que os sintomas diz respeito exclusivamente ao doente expressado por meio de palavras, por ser o caráter invisível da doença. Diferente dos sinais que tem um aspecto visível da doença, dando ao médico o principal domínio por constitui-se de sua observação e exame físico. Entretanto, o exame físico é fundamental para avaliação médica no uso dos seus sentidos seja ele na visão, audição, tato e olfato. Foucault refere que daí decorre que cada órgão dos sentidos clínico recebe uma função instrumental, onde a visão, o tato e a audição fazem com que mal inacessível seja trazido à superfície, sendo deixado à mostra.
	O corpo é singular uma vez em que é a marca de cada um. Ele apenas é integrado sem ruídos, entretanto, quando responde positivamente a uma ampla rede discursiva que se estrutura ao redor do cuidado de si (FOUCAULT, 1985). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A história do corpo humano é a história da civilização. Cada sociedade, cada cultura age sobre o corpo determinando-o, constrói as particularidades do seu corpo, enfatizando determinados atributos em detrimento de outros, cria os seus próprios padrões. Surgem, então, os padrões de beleza, de sensualidade, de saúde, de postura, que dão referências aos indivíduos para se construírem como homens e como mulheres.	
	O conceitode corpo remete à questão da natureza e da cultura e abre, assim, um leque diferenciado de posicionamentos teóricos, filosóficos e antropológicos. O corpo não se revela apenas enquanto componente de elementos orgânicos, mas também enquanto fato social, psicológico, cultural, religioso. Está dentro da vida quotidiana, nas relações, é um meio de comunicação, pois através de signos ligados à linguagem, gestos, roupas, instituições às quais pertencemos permite a nossa comunicação com o outro (Braunstein & Pépin, 1999).
	É necessário problematizar o corpo, por exemplo, os significados e a valorização que determinadas culturas atribuem a alguns corpos, as práticas narrativas a eles associados, as hierarquias que a partir da sua anatomia se estabelecem. O corpo em seu detalhe é aquela que vai legitimar uma educação do corpo visando torná-lo útil e produtivo; Em nome da saúde e do bem-estar, o corpo passou a ser alvo de diferentes métodos disciplinares, entendidos como um conjunto de saberes e poderes que investigam no corpo e nele se instauram.
	O corpo é necessariamente uma construção simbólica e cultural, para ele, toda sociedade se utiliza de formas para marcar o corpo de seus membros. Por isso, os limites da dor, da excitabilidade, da resistência são diferentes em cada cultura. Pode perceber que o corpo é um grande e eficiente meio de comunicação. É através dele que podemos perceber a comunicação interna. Ele é um facilitador de tudo o que precisa ser comunicado para que o nosso sistema mental possa agir em nosso benefício.
8
REFERÊNCIAS
BARTHES, R. O grau zero da escritura. São Paulo: Cultrix, 1971.
BOLTANSKI, L. (1984). As Classes Sociais e o Corpo. Rio de Janeiro, Graal. 
FERREIRA, J. O corpo sígnico: saúde e doença – um olhar antropológico. In ALVES, P.C. e MINAYO, M.C. (orgs.). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1995.
FOUCAULT, M. (1980). O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro, Forense-Universitária.
FOUCAULT, M. História da sexualidade III: o cuidado de si. Rio de Janeiro: Graal, 1985. 
Gaya, A. (2005). Será o corpo humano obsoleto? Sociologias, 13, 324-337.
ORTEGA, F. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. In: ORTEGA, F. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008. 
Pelegrini, T. (2006). Imagens do corpo: reflexões sobre as acepções corporais construídas pelas sociedades ocidentais. [versão online]. Revista Urutágua, 08. Acesso em 12 de janeiro, 2006, em www.urutagua.uem.br/008/08edu_pelegrini.htm 
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Adicionar Título de Slide – 5
10
A dor é o pri nci pal fato r que i mpe le as pessoas a procurare m a u xíli o médi co; é a mani fes tação i nq uestio ná vel d a nece ssi dade de buscar al ívi o a um so f rimento. Entre ta nto, ai nd a q ue dor e medi ci na ca min hem lad o a lado e a p rática médi ca seja assunto freq ue nte neste e nsa i o, o o l har, a qui , conce n tra -se sobre o homem pade cedor. De uma co ndi ção soci al e cult ura l para o ut ra , e co nfor me sua hi stó ri a pessoa l, os home ns não re agem da mesma for ma a um feri men to ou a uma afecção idênticos. Se u li mia r d e se nsi bi lidad e não é o mesmo . C ada pessoa reage de forma di ferente à d or, uns a se nte m com mai s i nte nsi d ade do q ue o ut ros. Esta relaçã o depe nde també m d o es tado emoci ona l, soci al e c ult ura l de cada um . A rela ção i nti ma com a dor d epende do estado que a re ves te no mome nto e m q ue a mesma esta se ndo afetada .

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