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Centro Universitário Estácio Juiz de Fora - campus Rio Branco Faculdade de Engenharia Civil Disciplina “Hidrologia” Professor: Engº. Mauro Gomes Bastos CICLO HIDROLOGICO A troca contínua de água, na hidrosfera (conjunto das partes líquidas da Terra), entre a atmosfera e as águas superficiais, do solo, subterrâneas e das plantas é chamada cientificamente de “ciclo hidrológico” ou vulgarmente de “ciclo da água”. Esta troca contínua de água é alimentada pela energia do Sol, que provoca a evaporação, pela força da gravidade, que provoca a precipitação e pela força dos ventos. A água dos oceanos e dos continentes evapora (sob a ação do sol), se desloca (sob a ação dos ventos) e se precipita (sob a ação da gravidade). A água está sempre em movimento, e é graças a isto que ocorrem: a chuva, a neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas. Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos: . infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos (lençóis freáticos e cavernas subterrâneas), ressurgir na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos; . flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos; . escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a capacidade de absorção do solo; . evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração; . congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras. Vale lembrar que, do volume de água do Planeta Terra, 97% são de água salgada e 3% são de água doce. Do volume de água doce (não salgada): . 77% encontra-se congelada (geleiras e topos de montanhas elevadas); . 22% são de água subterrânea; . 1% é encontrada em rios, lagos e na atmosfera, sendo as de mais fácil acesso ao consumo humano. COMPONENTES DO CICLO HIDROLÓGICO A água “aparece” em vários lugares e em várias fases (na superfície, dentro e sobre a Terra). A transformação de uma fase em outra e o movimento de um para outro local constitui o ciclo hidrológico, que é um sistema fechado, ou seja, sem começo nem fim, e se divide nas seguintes fases: . Evaporação; . Transpiração; . Condensação; . Precipitação; . Infiltração; . Interceptação; . Escoamento Superficial; . Cursos D’água. 1. EVAPORAÇÃO Evaporação é o conjunto dos fenômenos de natureza física que transformam em vapor a água da superfície do solo, dos cursos de água, dos lagos, dos reservatórios de acumulação, dos mares e das retidas nos vazios do solo. Assim, a evaporação é o processo físico no qual se transfere água do estado líquido para a atmosfera no estado de vapor, provocado pela ação, sobre qualquer superfície líquida, da radiação solar, da força dos ventos ou outras fonte de energia. A taxa de evaporação depende da temperatura da água e da umidade relativa da camada de ar imediatamente acima da superfície da água. A radiação solar fornece a energia para a evaporação, aquecendo tanto a água quanto o ar. A taxa de evaporação também está relacionada com o vento, que carrega o vapor para longe da superfície da água, mantendo a umidade do ar (umidade relativa) baixa, e também pode aumentar a evaporação pela perturbação causada na superfície da água. 1.1. Fatores que influenciam o processo de evaporação Pode-se dizer que a ocorrência da evaporação em uma bacia hidrográfica é função de: . Radiação Solar: é a principal fonte de energia para o processo de evaporação. A quantidade de radiação emitida pelo Sol que atinge a superfície terrestre não é uniforme, variando com a posição geográfica, a presença de gases na atmosfera, a época do ano e as condições climáticas locais; . Temperatura do Ar: quanto maior a temperatura mais rápido ocorre o processo de evaporação e menor é a capacidade do ar em reter partículas de água; . Pressão Atmosférica: Pressão exercida pelos vários gases contidos na atmosfera, inclusive o vapor d’água, afeta a quantidade de vapor que a atmosfera pode absorver; . Pressão de Vapor: A pressão de vapor é devida a evaporação da água e quanto maior for essa pressão tanto maior será a umidade do ar. O valor máximo da pressão de vapor é dita pressão de saturação de vapor, nessas condições o ar é dito saturado e não mais absorve umidade; . Umidade Relativa do Ar: é a quantidade de vapor de água presente no ar, definida como a razão entre a concentração de vapor de água existente no ar e a concentração de saturação de vapor de água no ar, expressa em porcentagem. Quando o ar está saturado, a umidade relativa é igual a 100%. É a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará (fazer previsões). Mede-se a umidade relativa do ar utilizando-se o psicrômetro (ou termo-higrômetro), um aparelho simples dotado de dois termômetros: um que é mantido com o bulbo livre (chamado de termômetro de bulbo seco) e um cujo bulbo é envolvido em tecido de algodão, que absorve água (chamado de termômetro de bulbo úmido). Os valores da temperatura obtidos são levados a uma “tabela psicrométrica” para a obtenção da umidade relativa do ar no ambiente. . Natureza da Superfície: a evaporação depende muito da cobertura do solo pela vegetação. Quanto maior for a área vegetada, menor é a evaporação, pois a vegetação protege o solo; . Vento: o vento atua no sentido de renovar o ar saturado acima da superfície evaporante (ele retira o ar com maior umidade ou saturado e repõe com ar mais seco), permitindo sempre a ocorrência de um gradiente de concentração de vapor. As substâncias químicas estão em um estado constante de evaporação e condensação perto de suas superfícies, onde moléculas mais energéticas conseguem escapar do líquido e formar gases, basta que elas tenham energia suficiente para vencer a força de coesão aplicada pela tensão superficial do líquido. Isso é possível porque na realidade as partículas de uma substância não estão todas com a mesma energia cinética, cada uma está a uma certa velocidade, algumas mais rápidas, outras mais lentas, e roupas secando no varal são um exemplo disso. Foto: Michael Gäbler / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0
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