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Aula 2 (Hidrologia) - slides

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Centro Universitário Estácio Juiz de Fora 
- campus Rio Branco 
 
 
Faculdade de Engenharia Civil 
 
Disciplina “Hidrologia” 
 
 
 
Professor: Engº. Mauro Gomes Bastos 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 De uma forma “simples”, podemos dividir uma Obra de 
Engenharia em três fases: Projeto, Planejamento e Execução. 
 
 O Projeto é o conjunto de informações técnicas necessárias e 
suficientes para a realização de uma obra, e deve ter o detalhamento 
necessário para garantir a fluidez dos trabalhos nos canteiros de 
obras, evitando surpresas e erros estruturais que possam causar 
prejuízos ou até mesmo o embargo do empreendimento. 
 O planejamento é muito mais do que prever datas e 
prazos, e deve envolver todos os aspectos da obra, desde mão de 
obra até os suprimentos que serão utilizados, visando assegurar a 
realização da obra dentro dos parâmetros desejados, para a 
minimização de perdas, desperdícios e atrasos, baseado no tripé 
“orçamento, cronograma físico-financeiro e controle de execução”. 
 A Execução da obra pode ser considerada a fase mais 
“delicada”, pois os erros normalmente geram desperdícios, prejuízos 
e, em alguns casos, acidente. O Engenheiro de Obra lida com 
fornecedores, prestadores de serviço e o corpo técnico da empresa, 
composto por pessoas com diversificados tipos de formação técnica e 
social. 
 
 Na obra o engenheiro tem que se preocupar com a 
Qualidade, a Produtividade e, sobretudo, a Segurança, pois é o 
trabalhador que faz a qualidade e a produtividade da obra. E para o 
sucesso desta “empreitada” o engenheiro deve combater a soberba, 
com a humildade de ouvir e respeitar seus pares e subordinados. 
4. Distribuição da água: 
 
 Do volume de água do Planeta Terra, 97% são de água salgada e 3% 
são de água doce. 
 
 Do volume de água doce: 
. 77% encontra-se nas geleiras; 
. 22% são de água subterrânea; 
. 1% é encontrada em rios, lagos e na atmosfera, sendo as de mais fácil acesso 
ao consumo humano. 
 
5. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA 
 
 No dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água, instituída pela 
Organização das Nações Unidas (ONU) em 1922 com o propósito de alertar a 
população do mundo sobre a necessidade de preservar esta fonte de vida do 
planeta. 
 
 Se hoje os países lutam por petróleo, não está longe o dia em que a 
água será devidamente reconhecida como o bem mais precioso da humanidade, 
pois a água é fonte de vida. Não importa quem somos, o que fazemos, onde 
vivemos, nós dependemos dela para viver. No entanto, por maior que seja a 
importância da água, as pessoas continuam poluindo os rios e destruindo as 
nascentes, esquecendo o quanto ela é essencial para nossas vidas. 
 Os recursos hídricos têm profunda importância no desenvolvimento de 
diversas atividades econômicas. Em relação à produção agrícola, a água pode 
representar até 90% da composição física das plantas. A falta d’água em 
períodos de crescimento dos vegetais pode destruir lavouras e até ecossistemas 
devidamente implantados. Na indústria, para se obter diversos produtos, as 
quantidades de água necessárias são muitas vezes superiores ao volume 
produzido. E principalmente para consumo direto, é primordial utilizarmos a água 
de forma prudente e racional, evitando o desperdício e combatendo a poluição, 
pois: 
. 15% da população mundial (mais de um bilhão de pessoas) não têm acesso a 
água potável; 
. 40% dos habitantes do planeta (quase 3 bilhões de pessoas) não têm acesso a 
serviços de saneamento básico; 
. cerca de 6 mil crianças morrem diariamente devido a doenças ligadas à água 
insalubre e a saneamento e higiene deficientes; 
. segundo a ONU, até 2025, se os atuais padrões de consumo se mantiverem, 
duas em cada três pessoas no mundo vão sofrer escassez moderada ou grave 
de água. 
6. DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL 
 
 Entende-se como disponibilidade hídrica a quantidade de água doce 
disponível para aproveitamento. 
 
 Neste contexto o Brasil é um país privilegiado, pois tem a maior reserva 
de água doce da Terra, num montante de 8% do total mundial. Porém a bacia 
hidrográfica brasileira não está distribuída uniformemente pelo território nacional. 
A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do 
mundo, mas que concentra apenas 4% da população brasileira. O volume de 
água do rio Amazonas é o maior de todos os rios do globo, sendo considerado 
um rio essencial para o planeta. 
 Apesar de ser um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica 
global, a concentração da população brasileira em conglomerados urbanos vem 
gerando pressões crescentes sobre os recursos hídricos. 
 
 Estudos demonstraram que, das metrópoles brasileiras, São Paulo, 
Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Brasília 
apresentam situação mais crítica quanto à disponibilidade hídrica per capita. Já 
as regiões metropolitanas de Salvador, Curitiba e Goiânia estão no limite 
“sustentável”. As regiões metropolitanas de Porto Alegre, Belém e Manaus não 
apresentam problemas de disponibilidade hídrica, por estarem localizadas 
próximas a fontes de vazão elevada. 
7. BACIA HIDROGRÁFICA 
 
 Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e 
seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das 
montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado 
curso d'água, abastecendo-o. 
 
 Desníveis dos terrenos orientam os cursos d'água e determinam a bacia 
hidrográfica, que se forma das áreas mais altas para as mais baixas. Ao longo do 
tempo, a passagem da água da chuva vinda das áreas altas desgasta e esculpe 
o relevo no seu caminho, formando vales e planícies. 
 
 O Brasil possui 12 Bacias Hidrográficas: 
 
1. Bacia Hidrográfica Amazônica 
2. Bacia Hidrográfica do São Francisco 
3. Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia 
4. Bacia Hidrográfica do Paraná 
5. Bacia Hidrográfica Parnaíba 
6. Bacia Hidrográfica Uruguai 
7. Bacia Hidrográfica do Paraguai 
8. Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental 
9. Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental 
10. Bacia Hidrográfica Atlântico Leste 
11. Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste 
12. Bacia Hidrográfica Atlântico Sul 
 
7. LEI DAS ÁGUAS 
 
 A Lei nº 9.433, também conhecida como Lei das Águas, entrou em vigor 
no dia 08 de janeiro de 1997 e instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos 
(PNRH), que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
(SINGREH). 
 
 Além da gestão da oferta de água (busca de novos mananciais de 
abastecimento ou aumento da exploração dos existentes), esta lei evidencia a 
necessidade da gestão da demanda pela água, que deve proporcionar um uso 
racional desse recurso, de forma descentralizada e contando com a participação 
do Poder Público, dos usuários e das comunidades. 
 Para embasar esta gestão diversos mecanismos estão previstos na Lei 
das Águas, entre eles alguns instrumentos econômicos, como a outorga e a 
cobrança pela água. 
 
A outorga se refere basicamente à concessão do direito de utilização da água, 
seja para captá-la, para usá-la como diluição de esgotos (efluentes) ou para 
geração de energia elétrica, e ser emitida pelo órgão responsável. A cobrança diz 
respeito ao pagamento de um valor pela retirada da água do corpo d’água ou 
pelo lançamento de efluentes no mesmo. 
 O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SNGRH 
estabeleceu um arranjo institucional claro, baseado em uma gestão 
compartilhada do uso da água. São os seguintes organismos que integram osistema: 
 
. Conselho Nacional de Recursos Hídricos, 
. Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados; 
. Comitês de Bacia hidrográfica; 
. Agências da Água; 
. Órgãos dos poderes públicos. 
8. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA) 
 
 Criada pela lei nº 9.984 de 2000, a Agência Nacional de Águas (ANA) é 
a agência reguladora vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) dedicada 
a fazer cumprir os objetivos e as diretrizes da Lei das Águas do Brasil. Para isso 
segue quatro linhas de ação: 
 
Regulação: regula o acesso e o uso dos recursos hídricos de domínio da União 
(que fazem fronteira com outros países ou passam por mais de um estado); 
regula os serviços públicos de irrigação (se em regime de concessão); emite e 
fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas; e é a responsável 
pela fiscalização da segurança de barragens outorgadas por ela. 
Monitoramento: é responsável por acompanhar a situação dos recursos hídricos 
do Brasil; coordena a Rede Hidrometeorológica Nacional que capta, com o apoio 
dos estados e outro parceiros, informações como nível, vazão e sedimentos dos 
rios ou quantidade de chuvas, que servem para planejar o uso da água e prevenir 
eventos críticos, como secas e inundações. 
 
Aplicação da Lei: coordena implantação da Política Nacional de Recursos 
Hídricos, realizando e dando apoio a programas e projetos, estimulando a 
participação de representantes dos governos, usuários e comunidades, em uma 
gestão participativa e democrática. 
 
Planejamento: elabora ou participa de estudos estratégicos, como os Planos de 
Bacias Hidrográficas, relatórios de Conjuntura dos Recursos Hídricos, em 
parceria com instituições e órgãos do poder público. 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Como ilustração da aula de hoje, sugiro assistir os seguintes vídeos 
educativos da ANA: 
Ciclo Hidrológico - http://youtu.be/vW5-xrV3Bq4 
A Lei das Águas - http://youtu.be/bH08pGb50-k 
Comitês de Bacia - http://youtu.be/uRzt9tv0EJU 
Rede Hidrometeorológica - http://youtu.be/Fy01u64q-t8 
 
 Além de diversos artigos e publicações veiculados pela Internet, a 
preparação das aulas da Disciplina “Hidrologia” se baseou na seguinte 
Bibliografia: 
GARCEZ, L. N.; ALVAREZ, G. A. Hidrologia. 2. ed. São Paulo: Blucher, 1988. 
PINTO, N. L. S.; HOLTZ A. C. T.; MARTINS, J. A.; GOMIDE F. L. S. Hidrologia 
Básica. São Paulo: Blucher, 1976. 
SOLIMAN, Mostafa M. Engenharia Hidrológica das Regiões Áridas e 
Semiáridas. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 
TUCCI, Carlos E. M., Hidrologia - Ciência e Aplicação. 4 ed, Porto Alegre, 
ABRH, 1993. 
PHILIPPI, Arlindo Jr., Saneamento, Saúde e Ambiente. 1.ed. Manole, 2005. 
Vieira, Vicente de Paula., Análise de Risco em Recursos Hídricos. Editora 
ABRH., 2005. 
Lendrich, Roberto., Drenagem Urbana e Controle da Erosão Urbana. Editora 
CHAMPAGNAT, 1997. 
PRESS, Frank, SIEVER, Raymond, JORDA, Thomas, GROTZINGER, John. Para 
entender a Terra. 4.ed. Artmed / Bookman, 2006.

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