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Resumo – Evolução Do Capitalismo – Maurice Dobb Vitor Bernard de Souza Santos Resumo – Evolução do Capitalismo – Maurice Dobb Vitor Bernard de Souza Santos1 Capítulo V – Item 1 e 4 O capital dever-se-ia ter reunido em mãos de capitalistas – acumulação – antes que quaisquer empreendimento capitalistas em escala maior pudesse ser lançado e, portanto, o capitalismo como modo de produção dominasse a sociedade como um todo. Para falarmos de acumulação primitiva, estamos nos situando em um período anterior ao período de desenvoltura do modo de produção capitalista e tal acumulação deve ser entendida como acumulação de valores de capital – títulos e/ou bens existentes – e acumulação que se dá nas mãos de uma classe privilegiada, dado sua posição peculiar na sociedade, que tem por capacidade a transformação destes títulos, bens e capital em meios de produção. Portanto, é necessário ter em mente que, o florescimento do capitalismo não resume-se a transferências de bens2, foi necessário, porém, uma condição necessária foi a concentração de capital em mãos cada vez menos numerosa. Assim, acumulação referir- se-á a transferências de títulos, bem como uma concentração do capital. Duas categoriais teóricas de como a burguesia pode ter acumulado capital ao longo do tempo: a) A nova classe pode comprar as terras de seus donos anteriores em troca de consumo ou desfrute imediato, ou seja, a propriedade pode ser vendida por dinheiro ou bens não duráveis. b) Mediante poupança prévia, a nova classe financia suas compras. Entretanto, uma forma em especial deve ser destacada, sendo ela o fato da burguesia comprar terras enquanto o preço das mesmas estão mais baixas – um período de crise – e realiza-las quando o preço estiver mais alto, de modo que irá troca-la por força de trabalho ou equipamento industrial, que possuem valor inferior. Dobb observa que a classe burguesa advinha de possuir alguma influência, de modo que, interferisse em dois períodos de tempos, assim, no primeiro período ‘derrubando’ os preços das propriedades, de modo que pudessem comprar à um peço relativamente baixo e num segundo período elevando-as, portanto, o valor de realização 1 Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Bahia – vitorbernard@bol.com.br 2 De títulos ou bens de uma classe “antiga” para uma classe nova, prática e com sede aquisitiva. Resumo – Evolução Do Capitalismo – Maurice Dobb Vitor Bernard de Souza Santos – venda/troca – há de ser superior. Dobb ressalta que poderia ser uma política de Estado, de modo a suprimir os associados ao antigo regime, sendo portanto uma política deliberada e intencionada de favorecer a burguesia, tanto comercialmente quanto politicamente. Dobb expõe que os mecanismos para cobrança de dívidas eram muitos e, dada a situação econômica dos séculos XV e XVI, desempenharam papel fundamental na acumulação de terras por parte da nova burguesia, exemplo disto é a hipoteca, que muitos comerciantes menores não tinham mais condições de pagar e vendiam as terras por preços irrisórios. Além dos mecanismos legais, a trapaça jurídica se fez bastante presente no período de acumulação, isto é, desapropriação e confisco de terras. Além destes mecanismos que agiam legais ou obscuros que agiam no interior das nações, a coercitividade foi utilizada também no comércio ultramarino, ou seja, nas colônias, onde a tomada de terras era pela força e pilhagem. Segue-se que o investimento industrial necessitavam de requisitos mínimos: a) Reserva de mão-de-obra abundante. b) Fácil acesso a suprimentos e matérias-primas. Há portanto a formação do proletariado, uma classe assalariada, de modo que, se não fosse nestas condições, não ocorreria uma abundância de mão-de-obra, a menos que as relações de trabalhos regredissem a algo parecido com as relações servis. As condições necessárias para tornar atraente o investimento industrial não podiam estar presentes até que o processo de concentração progredisse o bastante para desapossar os originários donos das terras, isto é, num primeiro momento de acumulação ocorreu um crescimento de crescimento e desapossamento de terras simultaneamente. A essência da acumulação primária é a transferência de patrimônio dos pequenos proprietários para uma burguesia em ascensão. [...]3 Observa-se neste período, século XV, que as políticas econômicas implantadas pelos regimes mercantilistas tinham em sua essência o protecionismo, isto é, regulamentações exorbitantes na esfera da importação, em alguns casos apenas matérias primas e bens acabados destinado ao consumo de luxo eram permitidos e uma desconfiança com as exportações, dado que era vista como ‘esvaziamento’ do país. 3 Transição do item 1 para o 4. Resumo – Evolução Do Capitalismo – Maurice Dobb Vitor Bernard de Souza Santos Os mercadores de maior porte tanto mais lucravam quanto mais fosse restringida a exportação. Todavia, as exportações passaram a ser tratadas com mais atenção pelos setores produtivos a posteriori, cada um nas suas intenções, ou seja, o produtor de roupas era contra a exportação de lã (sua matéria prima), mas advogava o desenvolvimento das as exportações de tecidos acabados. Neste período vigorava a política do metalismo4, de modo que se advogava uma maior entrada de ouro5 no país pelo simples fato de ser outro, entretanto ao decorrer do século XVII esta concepção foi se alterando, de modo que o argumento para a entrada de ouro no país passava a ser a balança comercial positiva, de modo que a relação passava a ser o volume monetário bruto de uma nação em relação as demais. Dobb se utiliza de um parágrafo de mais ou menos quarenta linhas para tecer críticas aos economistas do período. Argumenta que a ideologia por trás do corolário da balança comercial positiva consistia em elevar ao máximo o lucro de determinada classe, ou seja, da burguesia. Naquele período, em que o crédito não era desenvolvido, certos fatores poderiam limitar a ação do capitalista: a) Falta dos recursos necessários (mão-de-obra, matérias primas ou direitos de mineração) b) Falta de disponibilidade dos meios líquidos com os quais os recursos pudessem ser mobilizados. O autor discorre da página 154 até o final do primeiro parágrafo da 155 sobre política interna inglesa e panfletagem, aos interessados nos pormenores. Dobb ressalta que alguns teóricos econômicos mercantilistas postulavam que o comércio devia ser regulamentado de tal modo que os bens exportados gerassem mais emprego que as coisas importadas gerassem no exterior, de tal modo que só se exportasse produto acabado e se importasse matéria-prima. Dobb postula que encontrou a contradição vital do capitalismo, isto é, a expansão da indústria é acompanhada de uma expansão dos mercados, todavia, para manter para manter ou elevar a rentabilidade do capital é necessário recorrer muitas vezes à políticas monopolistas, cujo efeito é restringir e impossibilitar novas expansões. 4 Sistema monetário em que o valor da moeda nacional é uma quantidade fixa de determinado metal, tal como ouro. 5 Implicitamente era um incentivo à exportação.
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