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ETEC SÃO MATEUS Nutrição e Dietética Educação Nutricional em Saúde Pública Professora Orientadora: Daniela Maria Cristina de Barros Araujo Milene Michelani da Silva Natany Coelho Cabral Thais Nery Mendes DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA Desnutrição A desnutrição constitui um problema universal de Saúde Pública. É uma patologia multifatorial, podendo ser desencadeada por uma baixa ingestão alimentar associada à pobreza e/ou a infecções, afetando principalmente as crianças abaixo de cinco anos de idade. (MONTEIRO et al 2009) É uma síndrome definida como “uma gama de condições patológicas causada pela falta concomitante de calorias e proteínas, em proporções variáveis, que ocorre com maior frequência em crianças de baixa idade, estando geralmente associada à infecção”. (OMS, 2000) Desnutrição Energético-Proteica A Desnutrição Energético-Proteica pode ser classificada quanto a: Classificação Duração Aguda Crônica Intensidade Leve Grave Moderada Tipo Marasmo Kwashiorkor Kwashiorkor-Marasmático (SAWAMURA, 2017) Leve: O peso é de 1 desvios-padrão abaixo da média para uma população de referência Moderada: O peso é de 2 desvios-padrão abaixo da média para uma população de referência. Intensidade (SAWAMURA, 2017) (SAWAMURA, 2017) Grave: O peso está pelo menos 3 desvios-padrão abaixo da média para a população de referência. (SAWAMURA, 2017) Marasmo “O marasmo, tem como característica uma deficiência crônica de energia, com perda da massa muscular e ausência de gordura subcutânea” (ESCOBAR, 2000) Dessa forma, o aspecto físico da criança marasmática é caracterizado por membros superiores e inferiores extremamente magros, com baixa estatura para a idade, expressão facial envelhecida, abdômen saliente e pele enrugada e solta na região das nádegas, além de apresentar baixa atividade física, diarreia, parasitoses, tuberculose, hipotermia, anemia e desidratação, afetando também o aspecto emocional em que a criança tende a ficar triste chorosa e irritada. Marasmo (MONTEIRO et al 2009) Marasmo Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/284566/ Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/284566/ O Kwashiorkor consiste basicamente em deficiência proteica, que pode ser associada também na deficiência de calorias. A criança que apresenta esta síndrome tem como quadro clínico, algumas alterações na pele dos membros inferiores, atraso no crescimento, perda da gordura subcutânea e muscular (menos intensa que no marasmo), apresentam edema, fraqueza muscular, distensão abdominal, hepatomegalia e dificilmente responde a estímulos. Kwashiorkor (MONTEIRO et al 2009) “A desnutrição do tipo kwashiorkor pode ser caracterizada pela deficiência de proteína na dieta, além de vitaminas e sais minerais, onde a alimentação ingerida na forma de carboidrato é normal (arroz, milho e mandioca, por exemplo; alimentos de baixo custo), não ocorrendo o mesmo com a ingestão de fontes alimentares ricas em proteínas (como por exemplo, a carne bovina e/ou de aves; alimento de custo elevado”). Kwashiorkor (MENDONÇA, 2003) Kwashiorkor Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/284566/ Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/ 284566/ O Kwashiorkor-Marasmático é um quadro misto em que os sinais e os sintomas do marasmo e do kwashiorkor frequentemente se combinam, ou seja, uma combinação de deficiência calórica crônica com deficiência proteica crônica. “Isso ocorre, por exemplo, quando um paciente marasmático é submetido a um estresse agudo, como trauma cirúrgico ou infecção”. (OLIVEIRA, 1998) Visualmente uma criança com Kwashiorkor-Marasmático aparenta um nível de gordura corporal menos reduzido devido a retenção de líquido causada pela doença. (FERREIRA, 2006) Kwashiorkor-Marasmático Kwashiorkor-Marasmático Causas Não relacionadas a doenças Carrazza FR, Pediatria Básica, 2003 A DEP pode ser determinada por patologias que acometem os processos relacionados à ingestão, digestão, absorção, metabolização e excreção do alimento. Exemplos: Estenose Hipertrófica do Piloro Doença Celíaca / Diarreia Crônica Diabetes Mellitus tipo 1 Insuficiência Renal AIDS, etc. Causas Relacionadas a doenças (SAWAMURA, 2017) O tratamento adequado da DEP envolve o diagnóstico preciso e rápido, o uso adequado de medicamentos e a terapia nutricional. O diagnóstico vem de avaliações de índices antropométricos como índice de massa corpórea (IMC), perda de peso, alteração de peso média e circunferência do meio do braço. (MONTEIRO et al 2009) Tratamento O tratamento está dividido em três etapas: Fase 1 ou período de estabilização: A terapia nutricional deve ser adequada às necessidades energéticas de macro e micronutrientes, considerando-se o grau de estresse do paciente. Nesse momento, deve-se prevenir e tratar as complicações clínico-metabólicas que podem aumentar o risco de morte, corrigir as deficiências nutricionais específicas e iniciar a alimentação. O objetivo não deve ser a recuperação nutricional do paciente, mas sua estabilização clínico-metabólica. Tratamento (MONTEIRO et al 2009) Fase 2 ou etapa de reabilitação: Nessa etapa, o paciente encontra-se em estabilidade clínica e pode ser iniciada a reabilitação nutricional visando à recuperação pondero-estatural (peso x altura). Deve-se não só oferecer alimentação adequada, mas realizar a estimulação motora e emocional. Tratamento (VIANNA, 2011) Fase 3 ou acompanhamento ambulatorial: Deve-se acompanhar o caso para prevenir recaídas e assegurar a continuidade do tratamento. Tratamento (VIANNA, 2011) Concluímos que a DEP trata-se de uma desnutrição de nível extremamente severo, suas causas são vastas, que vão de desde hábitos alimentares culturais, causas fisiológicas a causas socioeconômicas. Investimentos financeiros, informatização, a priorização da alimentação e intervenções de políticas públicas são alguns dos possíveis fatores para diminuir os casos de Marasmo e Kwashiorkor. Conclusão MONTEIRO, Bárbara et al. A desnutrição infantil energético-proteica e suas implicações no processo de memória e aprendizagem motora. Goiânia, 2009. LIMA, Adriana Martins de; GAMALO, Silvia Maria M; OLIVEIRA, Fernanda Luisa C. Desnutrição energético-proteica grave durante a hospitalização: aspectos fisiopatológicos e terapêuticos. São Paulo, 2009. FILHO, Malaquias Batista; BLEIL, Susana Inez; EYSDEN, Lean Maria Van. Prevenção da desnutrição energético-proteica. Rio de Janeiro, 1989. FERREIRA, Regina Marianno Costa et al. Desnutrição energético-proteica e o sistema imune, Paraíba. 2006. Referências Bibliográficas Obrigada!
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