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FERRAMENTAS DIGITAIS APLICADAS À GESTÃO (71)

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT 
CURSO LICENCIATURA EM INFORMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA INTERNET COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA 
OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TAUÁ-CE 
2013
1 
 
 
MARIA GERLANNE DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA INTERNET COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA 
OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia 
apresentada ao Curso de Graduação em 
Licenciatura em Informática da Universidade Aberta 
do Brasil e Universidade Estadual do Ceará, como 
requisito parcial para a obtenção do grau de 
graduado em Licenciatura em informática. 
 
Orientador: Profº. Ms. Daniel Gadelha Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TAUÁ-CE 
2013 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Estadual do Ceará 
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho 
Bibliotecário(a) Responsável – Giordana Nascimento de Freitas CRB-3 / 1070 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S719u Souza, Maria Gerlanne de 
O uso da internet como ferramenta pedagógica para os 
professores do ensino fundamental / Maria Gerlanne de Sousa. — 
2013. 
CD-ROM. 58 f. ; 4 ¾ pol. 
 
“CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho 
acadêmico, acondicionado em caixa de DVD Slin (19 x 14 cm x 7 
mm)”. 
Monografia (graduação) – Universidade Aberta do Brasil, 
Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, 
Curso de Licenciatura Plena em Informática, Tauá, 2013. 
Orientação: Prof. Ms. Daniel Gadelha Martins. 
 
1. Internet. 2. Ferramenta de aprendizagem. 3. Prática 
pedagógica. I. Título. 
 
CDD: 001.6 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho à Antônia Irene, a eterna e 
incondicional incentivadora dos meus sonhos, a pessoa 
que sempre está ao meu lado em todos os momentos, 
minha Mãe. 
 
5 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço a Deus por sempre iluminar meus caminhos e por fazer com que 
mais esse sonho se realize. 
Agradeço a minha família que é base da minha vida, sinônimo de amor, 
compreensão e dedicação. 
Agradeço aos colegas de curso, por tudo que pudemos compartilhar a 
convivência, as alegrias, as frustrações, as descobertas, enfim pelo que 
aprendemos. 
Agradeço a todos os professores por todos esses anos de transmissão 
segura e paciente do conhecimento, e pelas palavras de incentivo que me fizeram 
acreditar na realização deste sonho. 
A todos os meus amigos que sempre me apoiaram, me aturaram, me 
corrigiram nos momentos precisos, e me fizeram entender que, antes de tudo, a vida 
sem eles não teria graça alguma. 
Em especial a amiga Ecília Cartaxo, que se encontra no plano espiritual, mas 
que deixou aqui na terra um grande exemplo de Fé, Coragem e Amizade. 
Enfim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente na 
elaboração deste trabalho, quer criticando, quer incentivando, gostaria de manifestar 
meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O mundo não é. O mundo está sendo. Como 
subjetividade curiosa, inteligente, interferidora 
na objetividade com que dialeticamente me 
relaciono, meu papel no mundo não é só o de 
quem constata o que ocorre mas também o de 
quem intervém como sujeito de ocorrências. 
Não sou apenas objeto da História mas seu 
sujeito igualmente.” 
 
Paulo Freire 
 
 
7 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Os recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes nas escolas, em especial a 
internet. Atualmente é vista como um recurso dinâmico e interativo que possibilita novas 
formas de ensinar e aprender, oferecendo uma variedade de benefícios no processo de 
aprendizagem, facilitando o acesso à recursos didáticos e melhorando a interação entre 
professores e alunos. Nesse sentido, a presente investigação buscou analisar o uso da 
internet como ferramenta de ensino para os professores do ensino fundamental de uma 
escola privada conveniada com a rede publica municipal de Tauá-Ce. Procurou-se analisar 
a utilização dos recursos da internet junto aos professores, verificando os impactos, 
possibilidades e desafios que causam no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, 
foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo com 
abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de investigação a utilização de 
questionários e a observação. A pesquisa é considerada relevante, pois a internet tornou-se 
uma ferramenta essencial na educação, sendo importante que o professor tenha o 
conhecimento adequado do uso dessa tecnologia se atualizando diante das mudanças 
existentes, para que se tenha uma educação de qualidade. 
 
 
Palavras-chave: Internet. Ferramenta de Aprendizagem. Prática Pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
The technological resources are increasingly present in schools, in particular the Internet. He 
is currently seen as a dynamic and interactive feature that enables new ways of teaching and 
learning, offering a variety of benefits in the process of learning by facilitating access to 
learning resources and improving the interaction between teachers and students. 
Accordingly, the present investigation sought to examine the use of the internet as a teaching 
tool for teachers of elementary education at a private school contracted with the network 
publishes municipality of Taua-Ce. We sought to examine the use of Internet resources with 
teachers, verifying the impacts, opportunities and challenges that cause the process of 
teaching and learning. Therefore, it was used as a methodology to literature and field 
research with qualitative approach, having as research tools using questionnaires and 
observation. The research is considered relevant because the internet has become an 
essential tool in education, it is important that the teacher has adequate knowledge of the 
use of this technology is updating existing before the change, in order to have a quality 
education. 
 
 
 
Keywords: Internet. Learning Tool. Teaching Practice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ARPANET- Advanced Research Projects Agency Network 
AVA- Ambiente Virtual de Aprendizagem 
BITS - Dígito binário, "BInary digiT" 
BLOG - Web log 
CD- Compact Disc 
HTML- HyperText Markup Language 
ICQ- I Seek You 
FTP – File Transfer Protocol 
IDEB- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 
LMS- Learning Management System 
NTE- Núcleo de Tecnologia Educacional 
PROINFO- Programa Nacional de Tecnologia Educacional 
TCP/IP – Tramission Control Protocol / Internet Protocol 
USA- Estados Unidos 
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro 
VLOG- Videoblog, Videolog 
WWW – World Wide Web 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
LISTA DE TABELASTabela 1 – Tempo de acesso à Internet........................................................ 38 
Tabela 2 – Ações desempenhadas no computador...................................... 38 
Tabela 3 – Frequência de uso dos Recursos da Internet ............................. 40 
Tabela 4 – Uso de ferramentas da Internet para a elaboração de 
planejamento e desenvolvimento de aula..................................................... 
 
42 
11 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 14 
 
2.1 Breve histórico sobre a origem da internet.............................................. 14 
2.2 A informática educacional no Brasil: o uso da internet e os novos 
desafios para a educação........................................................................... 
 
16 
2.3 A internet no processo de ensino e aprendizagem: vantagens e 
desvantagens............................................................................................... 
 
21 
2.4 Educar com a internet: recursos e possibilidades.................................. 24 
 
3 METODOLOGIA........................................................................................... 31 
 
3.1 Caracterização do local da pesquisa......................................................... 32 
3.2 Classificação da pesquisa.......................................................................... 33 
3.3 Procedimentos e instrumentos.................................................................. 34 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 36 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 48 
 
 BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 50 
 
 ANEXO ......................................................................................................... 53 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A sociedade contemporânea está baseada na informação, na interação e na 
troca de opiniões, ideias e experiências, tendo em vista o crescente uso das 
tecnologias da informação e da comunicação no dia-a-dia. Nesse sentido, é exigido 
que as pessoas se atualizem constantemente sobre esse tema, e sejam capazes de 
analisar e refletir criticamente sobre as diversas situações vivenciadas. 
Diante dessa premissa, a Internet se constitui como um poderoso recurso de 
informação e comunicação, que vem transformando o modo de vida e as relações 
humanas em todas as suas dimensões: política, social, econômica, inclusive 
educacional, conforme é possível observar no comentário de Silva, a seguir: 
 
O uso da internet na escola é exigência da cibercultura, isto é, do novo 
ambiente comunicacional-cultural que surge com a interconexão mundial de 
computadores em forte expansão no inicio do século XXI. Novo espaço de 
sociabilidade, de organização, de informação, de conhecimento e de 
educação. (2013, p. 63). 
 
No ambiente educacional, a Internet vem assumindo uma importante função 
de apoio pedagógico, como recurso mediador de uma aprendizagem dinâmica. 
Porém, é importante enfatizar que este recurso não substitui a figura do professor, 
ele apenas auxilia no processo de ensino e aprendizagem. É necessário que o 
professor saiba utilizar essa ferramenta de maneira apropriada para o bom 
desempenho e eficácia de seu trabalho escolar. 
Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo analisar e discutir as 
possibilidades que a Internet oferece para a construção de uma aprendizagem de 
qualidade no ensino fundamental, sendo verificados os impactos e desafios dentro 
do processo escolar. 
São inúmeras as pesquisas realizadas sobre essa temática, dessa forma, 
procurou-se analisar trabalhos semelhantes a este, como as pesquisas de Zacarias 
Nascimento de Lima Vieira, intitulada como “A informática na educação” (2006) e de 
Luciano Bitencourt Fernandes, que trata sobre “A internet como ferramenta de apoio 
ao professor em sala de aula” (2004). Ambas serviram de suporte, enriquecendo as 
leituras e a condução desse trabalho. 
Os encaminhamentos para a discussão encontram-se descritos nas seguintes 
sessões. A primeira sessão trata da fundamentação teórica, que aborda brevemente 
13 
 
 
sobre a origem da Internet, sequenciando uma introdução da informática educativa 
no Brasil e o uso da Internet na educação, no qual mostra como a Internet está 
inserida dentro do contexto educacional do país e como vem se tornando uma 
importante ferramenta pedagógica. Ainda é discutido nessa sessão, o uso da 
Internet no âmbito escolar, proporcionando aos professores o conhecimento de tal 
recurso, as novas possibilidades que ela oferece; os desafios e as incertezas no 
processo de ensino e aprendizagem. 
A segunda sessão, diz respeito à metodologia, aos procedimentos e 
instrumentos utilizados na pesquisa, no qual relata o objeto de investigação: o uso 
da Internet como ferramenta pedagógica pelos professores do ensino fundamental 
de uma escola de Tauá-Ce, sendo descrita a estrutura, organização e a política 
pedagógica da escola, características importantes para a compreensão do contexto 
em estudo. 
A terceira sessão descreve os resultados e as discussões da pesquisa, sendo 
apresentadas as expectativas dos professores sobre o uso da Internet enquanto 
recurso pedagógico; como essa utilização auxilia à prática pedagógica dos mesmos; 
as formas de uso; os avanços e dificuldades em relação ao manuseio dessa 
ferramenta, além dos impactos causados no processo de ensino aprendizagem. 
Nas considerações finais são destacados os pontos mais importantes obtidos 
na pesquisa, e informações relevantes que visam contribuir para a formação de 
professores sobre essa temática de maneira integradora e transformadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Breve histórico sobre a origem da internet 
 
A Internet é um grande conjunto de redes de computadores interligadas pelo 
mundo inteiro, um mecanismo responsável pela disseminação da informação e 
divulgação mundial, colaborando e integrando pessoas e seus computadores, 
independentemente de suas localizações geográficas. A Internet tornou-se a 
invenção de maior destaque dentre muitas outras no meio da comunicação e 
disseminação de informações. 
A história da Internet teve inicio na década de 1960, no período da Guerra 
Fria, com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (USA), que desenvolveu a 
Advanced Research Projects Agency (ARPA), que tinha o intuito de desenvolver 
projetos para garantir a segurança do país em caso de acidentes nas comunicações, 
evitando a perda de dados e informações em caso de ataques de guerra. O seu 
principal projeto foi a Arpanet, primeira rede nacional de computadores. Segundo 
Rodrigues: 
 
Esta rede privada era destinada a interligar os computadores dos centros de 
pesquisa, universidades e instituições militares americanas, permitindo o 
compartilhamento de recursos entre os pesquisadores que trabalhavam com 
projetos estratégico-militares. (2008, p.1). 
 
 
Nas décadas de 1970 e 1980, a Internet passou a ser utilizada não somente 
para fins militares, mas tornou-se um importante meio de comunicação acadêmico. 
Essa ferramenta era utilizada por estudantes e professores universitários, 
principalmente dos Estados Unidos, que utilizavam a rede mundial para a troca de 
ideias, mensagense conhecimento. Rodrigues relata que: 
 
Em 1972 o governo americano decidiu mostrar o projeto pioneiro à 
sociedade, e a idéia expandiu-se entre as universidades americanas, 
interessadas em desenvolver trabalhos cooperativos. Para interligar os 
diferentes computadores dos centros de pesquisa, em 1980 a Internet 
adotou o protocolo aberto TCP/IP para conectar sistemas heterogêneos, 
ampliando a dimensão da rede, que passou a falar com equipamentos de 
diferentes portes, como micros, workstations, mainframes e 
supercomputadores. (2008, p.1). 
 
15 
 
 
Somente na década de 1990 a Internet foi privatizada e começou a alcançar a 
população em geral. Neste ano, foi desenvolvida a World Wide Web (WWW), 
possibilitando a utilização de uma interface gráfica e a criação de sites mais 
dinâmicos e visualmente interessantes. Como afirma o pesquisador Bruno: 
 
Com o WWW, a tarefa de navegar pela Internet tornou-se extremamente 
simples, com endereços amigáveis e visualização clara e rápida. Para esse 
novo sistema, foi desenvolvido um programa de computador que ficou 
conhecido como navegador de hipertexto de World Wide Web. Das versões 
modificadas do WWW, a que teve maior impacto foi o Mosaic, que se 
espalhou por milhares de usuários. Projetado por um estudante, Marc 
Andreessen, e um profissional, Eric Bina, no National Center for 
Supercomputer Applications da Universidade de Illinois.(2006, p.12) 
 
 
A partir disso, surgiram vários navegadores (browsers) como, por exemplo, o 
Internet Explorer®, da Microsoft, o Mozilla Firefox® e o Netscape Navigator®, 
provedores de acesso, portais de serviços online, contribuindo para o crescimento 
acelerado da Internet e, posteriormente, passando a ser considerada a maior criação 
tecnológica de todos os tempos. 
Com isso a Internet se popularizou e passou a ser utilizada com diferentes 
finalidades: no meio acadêmico, as pessoas utilizam-na como ferramenta de 
pesquisa e propagação da informação e do conhecimento, além de ser um 
importante mecanismo de comunicação, onde através das salas de chats, possibilita 
encontro e bate papos entre pessoas a qualquer momento ou distância. 
No setor econômico-financeiro a Internet é utilizada como meio de 
propagação de compra e venda, nas quais as páginas virtuais são transformadas em 
grandes shoppings centers virtuais. As pessoas utilizam a internet para ingressarem 
no mercado de trabalho, enviando currículos por e-mails e procurando empregos 
através de anúncios. A Internet também é utilizada para o lazer e diversão, através 
dos sites de jogos que proporcionam diferentes formas de entretenimento. Além de 
tudo isso, essa ferramenta possibilita o acesso a inúmeras e diversas informações. 
A partir dos anos 2000, começou uma nova era na Internet com outro tipo de 
comunicação e entretenimento: as redes sociais. Daquino (2012) destaca que o ano 
de: “2004 pode ser considerado o ano das redes sociais, pois nesse período foram 
criados o Flickr, o Orkut e o Facebook - algumas das redes sociais mais populares, 
incluindo a maior de todas até hoje.” ( p.1). 
16 
 
 
As redes sociais são consideradas importantes ferramentas da internet por 
vários motivos, dentre eles estão a eficiência de propaganda no mercado de 
trabalho, a comunicação entre pessoas e a propagação de informações. 
 
2.2 - A informática educacional no Brasil: o uso da internet e os novos 
desafios para a educação. 
 
A história da informática educacional no Brasil começa na década de 1960. 
Segundo Moraes (1997), a primeira experiência educacional nessa área aconteceu 
na Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), na disciplina de Física. (apud 
TAVARES, 2013, p.1). Posteriormente, com o desenvolvimento dos computadores 
pessoais, algumas escolas particulares do país incluíram em suas grades 
curriculares a disciplina de informática, com foco no conhecimento técnico da 
informática, ou seja, a informática como fim e não como meio. 
O setor público por sua vez começou a investir na informática educacional, 
elaborando alguns projetos pioneiros que passaram a contribuir para o 
fortalecimento da informática nas escolas. Tavares informa que: 
 
O projeto EDUCOM é o primeiro projeto público a tratar da informática 
educacional, agregou diversos pesquisadores da área e teve por princípio o 
investimento em pesquisas educacionais. Este projeto forneceu as bases 
para a estruturação de outro projeto, mais completo e amplo, o PRONINFE. 
O PROINFO, praticamente uma releitura do projeto PRONINFE, teve maior 
incentivo financeiro e está sendo, até o momento, o mais abrangente no 
território nacional entre todos os projetos, através de seus Núcleos de 
Tecnologia Educacional (NTE). (2013, p.1) 
 
 
De acordo com Tavares (2013), os Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE 
foram criados em todos os estados do país, dispondo de projetos educacionais que 
trabalhavam a informática. Foram distribuídos computadores com acesso à Internet 
em escolas públicas estaduais e municipais, com o intuito inicial de capacitar os 
professores na área tecnológica. 
Com esses equipamentos as escolas públicas passaram a dispor de um 
aparato tecnológico, embora ainda limitado, passando a ter condições reais de 
17 
 
 
trabalharem com a informática na área educacional, tendo a Internet como uma 
ferramenta de apoio diferenciada. 
A partir de então, o uso da Internet nas escolas marca uma nova era na 
educação, caracterizada por novas possibilidades e desafios dentro do processo de 
ensino e aprendizagem. As mudanças são muitas, as metodologias e práticas 
pedagógicas podem agora contar com tecnologias cada vez mais sofisticadas. 
Atualmente o uso da Internet pode ser visto em todas as modalidades de 
ensino, seja o ensino presencial ou o ensino à distância, oferecendo ferramentas 
que proporcionam interatividade e dinamicidade, facilitando a troca de 
conhecimento, experiências, dúvidas e divulgação de materiais didáticos. Como 
declara Moran: 
 
Hoje, começam a se aproximar metodologias, programas, tecnologias e 
gerenciamento, tanto dos cursos presenciais como dos cursos a distância 
ou virtuais. Aos poucos a educação vai-se tornando uma mistura de cursos, 
de sala de aula física e também de intercâmbio virtual. (2001, p.2). 
 
 
Dessa forma, não existe mais uma separação entre modalidade de ensino 
presencial e à distância, haja vista na realidade existir uma mistura dos dois 
modelos. Por mais que um curso seja presencial ele se utiliza muitas vezes de 
elementos que constituem um ensino virtual. Dessa maneira, o conceito de aula 
presencial vai se ampliando diante de tantas possibilidades que a internet 
proporciona a professores e alunos, conforme explica Moran: 
 
 
O conceito de aula muda porque, mesmo distante, o processo de 
aprendizagem pode acontecer. À medida que essas tecnologias vão-se 
tornando mais e mais rápidas, além de escrever coisas e ler mensagens, 
poderemos ver os alunos, eles verão o professor, a um custo relativamente 
barato. Então, isto vai modificar profundamente todo o conceito que nós 
temos de aula e o nosso papel professor e aluno. (2001, p.2). 
 
 
Com tantas mudanças no meio tecnológico e com o crescente uso da Internet 
por milhares de pessoas, surgem novos desafios para a educação e devido a isso, 
são exigidas novas formas de ensinar e aprender. Esses desafios não se definem 
somente na utilização de tecnologias em si. A questão é saber como integrar as 
tecnologias em projetos pedagógicos, inovadores e participativos. 
18 
 
 
Os professores têm o desafio de preparar os alunos para a sociedade 
tecnológica, onde a maioria dos professores são iniciantes e os alunos muitas vezesmais ágeis e experientes com as tecnologias. Com base nisso, Mendes (2001) 
afirma que: “Os computadores nos desafiam a buscar ações inovadoras e a 
repensar o nosso papel de educadores no atual contexto”. ( p. 1) 
O computador é utilizado como uma ferramenta pedagógica, e as escolas 
devem se adequar a essa situação, disponibilizando laboratórios de informática, 
para que os alunos possam aprender também através do computador, 
ultrapassando as aulas tradicionais. Dessa forma, a educação de hoje precisa se 
modernizar, oferecendo menos momentos presenciais tradicionais e proporcionando 
mais momentos de inovação que possibilite múltiplas formas de ensinar, motivar e 
avaliar. 
Nesse sentido, torna-se uma necessidade dos professores trabalharem com 
projetos pedagógicos que enfatizem novas formas de ensinar, utilizando a 
interdisciplinaridade para contribuir com uma aprendizagem contextualizada que leve 
o aluno a construir seu próprio conhecimento. Os professores precisam conduzir os 
alunos na busca do conhecimento na cultura da informática, orientando sobre as 
formas corretas de pesquisar, selecionar e analisar as informações. Cruz enfatiza 
que a cultura da informática: 
 
[...] é um espaço discursivo e político no qual estudantes, professores e 
cidadãos podem intervir, engajando-se em grupos de discussão e projetos 
de pesquisa em equipes, criando seus sites, produzindo multimídia criativa 
para a divulgação cultural e entrando em novos modos de interação e 
aprendizagem inovadoras. (2013, p.2) 
 
 
Surge então, a aprendizagem colaborativa ou cooperativa, que reúnem 
atividades que envolvem vários indivíduos em busca da construção coletiva do 
conhecimento. Nessa perspectiva, Cruz revela que: 
 
O trabalho na internet implica a criação de ambientes de aprendizagem 
colaborativos voltados para a socialização, à solução de problemas, a 
gestão compartilhada de dados, que contenham informações de interesses 
de grupo, capazes de modelar conhecimentos sobre as mais diferentes 
áreas. Alunos e professores participam ativamente do processo continuo de 
colaboração, interação, motivação, desenvolvimento da criticidade e 
autonomia, da criatividade e descoberta. Nele Também se permite a 
pesquisa individual, em que cada aluno segue seu próprio ritmo e a 
19 
 
 
pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa. 
(2013, p. 5) 
 
 
A Internet pode ser utilizada como uma ferramenta de ensino que proporcione 
aos alunos, novas descobertas, rompendo com velhos paradigmas da educação e 
propiciando práticas pedagógicas inovadoras. 
De acordo com Neto e Rocha (2013) o uso da Internet proporciona a 
interatividade, que está caracterizada na arquitetura hipertextual e no ciberespaço, 
elementos que permitem a comunicação sob múltiplas redes articulatórias de 
conexões e liberdades de trocas, associações e significações potenciais. Os autores 
enfatizam ainda que a: 
 
[...] emergência da interatividade como perspectiva comunicacional no 
ambiente educacional da sociedade moderna, na era digital, da cibercultura, 
cria a necessidade de os professores coadunarem sua prática docente com 
a dinâmica interativa das tecnologias digitais e com o perfil comunicacional 
dos seus alunos. As tecnologias digitais rompem com a mensagem fechada, 
fortalecendo a cultura da participação, onde o receptor é convidado à 
criação compartilhada diante da mensagem, e, que ganha sentido sob sua 
intervenção. (2013, p.5) 
 
 
Nessa perspectiva, a interatividade permite aos alunos e professores 
ultrapassarem a sua condição de passividade e assumirem uma condição ativa no 
processo. Ambos podem ser co-autores dos conteúdos. Como afirma Casagrande 
(2008): “Uma característica importante quanto ao uso da internet, é que ela 
possibilita o aprendizado colaborativo, o que significa que tanto alunos como 
professores são participantes ativos no processo de aprendizagem.” (p.5). Dessa 
forma, é papel da educação proporcionar aos alunos condições de pensar, analisar, 
trocar ideias e informações coletivamente. 
A informática educativa deve ser uma ferramenta motivadora que promova o 
desenvolvimento da criatividade e autonomia dos alunos, possibilitando o diálogo e a 
interatividade através dos recursos da internet, buscando com isso a construção de 
um espaço que promova a aprendizagem para além das paredes da sala de aula. 
Segundo Avala (2013), o ciberespaço elimina obstáculos como tempo e 
espaço, e através do acesso às tecnologias possibilita o desenvolvimento de 
competências fundamentais: 
20 
 
 
[...] como o senso crítico; o pensamento hipotético e dedutivo; as faculdades 
de observação e de pesquisa; o julgamento; a capacidade de memorizar e 
classificar; a leitura e a análise de textos e de imagens; a imaginação; a 
representação em redes e os procedimentos e estratégias de comunicação. 
(apud CASAGRANDE, 2008, p. 4) 
 
 
A Internet precisa ser utilizada nas escolas a fim de disponibilizar aos alunos 
diferentes formas de elaboração e construção do conhecimento, promovendo o 
acesso a novas estruturas do ensino a fim de alcançar uma educação de qualidade. 
Os alunos têm a necessidade de relacionar o conhecimento estudado com o meio 
em que vivem. 
Partindo disso, a escola tem a obrigação de traçar estratégias que se utilize 
de mídias e tecnologias que tragam as informações do contexto do aluno. Compete 
ao professor ter o conhecimento desses recursos, conhecer as particularidades de 
cada um, para ter o domínio das tecnologias. 
Andrade (2011) faz referência ao pensamento de Chaves (2004), enfatizando 
que a escola deve preparar indivíduos suficientemente familiarizados com os mais 
básicos desenvolvimentos tecnológicos, para que possa participar e acompanhar o 
processo de geração e incorporação da tecnologia do país. 
O professor não precisa ser especialista no uso da Internet, mas é preciso 
conhecer as possibilidades dessa ferramenta no processo de ensino e 
aprendizagem, saber usá-la com o intuito de desenvolver aulas mais prazerosas e 
dinâmicas. Muitas vezes os alunos se sentem mais seguros no uso das tecnologias, 
quando percebem que o professor se utiliza de tais recursos de maneira útil e 
significativa. 
Diante disso, o professor precisa saber trabalhar o conhecimento de forma 
integradora visando o pleno desenvolvimento do aluno. Para tanto, é necessário 
acompanhar as mudanças e avaliar constantemente a metodologia utilizada, 
analisando importantes questões que de fato influenciam para a qualidade do 
ensino, definindo de forma coerente que tipo de aula será desenvolvida; quais 
atividades serão aplicadas; como serão desenvolvidas e que valores serão 
abordados pelo conteúdo exposto. 
 
 
 
21 
 
 
2.3 A internet no processo de ensino e aprendizagem: vantagens e 
desvantagens 
 
O uso do computador nas escolas traz inúmeras possibilidades e mudanças 
significativas para o processo de ensino e aprendizagem, pois oferece diversos 
recursos que exprimem diferentes atividades, principalmente quando conectados à 
Internet, uma vez que a Internet amplia as possibilidades, e concebe ao aluno as 
diferentes experiências e aprendizagens, fazendo-o interagir com diferentes formas 
de textos, imagens, sons e relações interpessoais, propondo a comunicação com 
pessoas geograficamente distantes e de culturas diferentes. 
São muitas as vantagens que a Internet oferece para o processo de ensino e 
aprendizagem quando utilizada de forma adequada, no entanto, existem alguns 
problemas e limitações quando sua utilização é feita de maneira incorreta e 
despreparada, podendo gerar alguns transtornos no processo educacional. 
 Como já foi dito anteriormente,a Internet é uma importante fonte de pesquisa 
e canal de comunicação, e as escolas precisam acompanhar essas mudanças 
adaptando-se à novas formas de atender a atual demanda social. 
 Sendo assim, torna-se necessário que as crianças tenham, desde cedo, o 
acesso a essa tecnologia. As escolas de ensino fundamental devem estimular o uso 
dos computadores e da Internet a fim de dinamizar o processo de ensino e 
aprendizagem, auxiliando o aluno na construção do seu próprio conhecimento de 
forma interativa. Lévy (1998) diz que: 
 
Já no começo do século XXI, as crianças aprenderão a ler e escrever com 
máquinas editoras de texto. Saberão servir-se dos computadores como 
ferramentas para produzir sons e imagens. Gerirão seus recursos 
audiovisuais com o computador, pilotarão robôs... (...) O uso dos 
computadores no ensino prepara mesmo para uma nova cultura 
informatizada. (apud NETO e ROCHA, 2013, p.1) 
 
 
Nesse sentido, a Internet facilita a inserção da cultura informatizada na 
escola. De acordo com Possidonio (2011): “[...] o ambiente da internet permite ao 
aluno a possibilidade de acessar as informações no seu próprio ritmo, nível de 
interesse, profundidade e permitindo a interatividade [...]” (apud ANDRADE, 2011, 
p.13), isso possibilita aos professores diagnosticar as dificuldades dos alunos e a 
fazer as intervenções necessárias dentro do processo de ensino e aprendizagem. 
22 
 
 
Além disso, Cruz (2013) enfatiza que: “[...] a internet é uma interface que pode 
ajudar os alunos a desenvolverem um sentido de responsabilidade pessoal com seu 
próprio aprendizado. Através dela, eles expandem seus horizontes, aprendendo a 
comunicar-se, a colaborar e, de fato, a aprender” (p. 2). 
Outra vantagem de se utilizar as tecnologias como ferramentas didáticas, é a 
dinamização dos conteúdos que elas permitem, estimulando os alunos a trabalhar a 
autonomia e a criatividade, fazendo com que a educação ultrapasse as paredes da 
sala de aula, e contribuindo para a diminuição da exclusão digital. A Internet 
aproxima as pessoas e diminui os espaços, e muitos dos indivíduos que tem 
dificuldades de se socializar, conseguem através dela se expressar e se comunicar 
melhor. 
Moran (2009) diz que: “[...] à maior parte dos projetos de internet confirma a 
riqueza de interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas 
constantes com outros colegas tanto por parte de professores como dos alunos.” 
(p.24). Além disso, para o autor, os alunos desenvolvem novas formas de 
comunicação, como por exemplo, a escrita: 
 
A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na internet gera uma 
grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos. 
Todos se esforçam por escrever bem, por comunicar melhor suas ideias, 
para serem bem aceitos, para não fazer feio. Alguns dos endereços mais 
interessantes ou visitados da internet no Brasil são feitos por adolescentes 
ou jovens. (MORAN, 2009, p. 24) 
 
As tecnologias podem ajudar por um lado, mas também podem atrapalhar por 
outro. Nunca se viu tanta informação disponível, tantas tecnologias, mas nunca se 
teve tanta dificuldade de comunicação, quando se trata de interação, participação e 
qualidade da informação. Nesse sentido, Moran revela que: 
 
A questão fundamental não é a tecnológica. As tecnologias podem nos 
ajudar, mas, fundamentalmente, educar é aprender a gerenciar um conjunto 
de informações e torná-las algo significativo para cada um de nós, isto é, o 
conhecimento [...] Educar também é aprender a gerenciar tecnologias, tanto 
de informação quanto de comunicação. Ajudar a perceber onde está o 
essencial, e a estabelecer processos de comunicação cada vez mais ricos, 
mais participativos. (2001, p. 4) 
 
O uso das tecnologias nas escolas também deveria atender as necessidades 
pedagógicas, porém nem sempre isso acontece. De acordo com Santos (2012) 
23 
 
 
existe um despreparo dos professores e uma infraestrutura indisponível na maioria 
das escolas públicas. Como afirma o IDEB, tais escolas muitas vezes seguem uma 
linha tradicional de ensino, sem uma proposta pedagógica inovadora que motive os 
alunos a uma aprendizagem efetiva. 
Algumas escolas utilizam os computadores para o simples ensino de 
informática, ensinando os alunos a mera digitação e pesquisas na Internet. Tais 
pesquisas, muitas vezes acontecem de forma superficial, na qual os alunos apenas 
copiam e imprimem os textos tais quais são encontrados nas páginas da Internet, 
contribuindo para o baixo desenvolvimento cognitivo dos mesmos. Além disso, 
existem professores que utilizam as novas tecnologias sem refletir muitas vezes 
sobre o seu papel pedagógico, que deveria estar direcionado para uma prática 
construtiva do conhecimento. 
Outro problema é que a Internet oferece diversas possibilidades de busca, e 
as suas páginas muitas vezes encantam os alunos e tiram o foco principal que é a 
interpretação. Na realização de aulas com o uso da Internet, os alunos podem ficar 
dispersos navegando pelos sites, abrindo muitas páginas, confundindo qualidade 
com quantidade. Existe um deslumbramento com as imagens e sons encontrados na 
Internet, levando muitas vezes os alunos a não considerarem o conteúdo, 
consumindo a informação de modo rápido e superficial, sem internalizar e refletir 
sobre o conteúdo. Como afirma Moran: 
 
 
Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis e de 
endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se 
sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares, 
idéias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam os dados em 
seqüência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns 
ao lado dos outros, sem a devida triagem. (1999, p.19) 
 
 
Contudo percebe-se, que a Internet utilizada de maneira errada pode causar 
danos à qualidade do ensino. O pesquisador Primo chama atenção para a má 
utilização das tecnologias: 
 
A utilização burocrática das novas tecnologias de mediação pode apenas 
mecanizar a educação, sofisticar métodos reprodutores e transmissionistas 
e valorizar técnicas de controle dos estudantes. Ocupar alunos em clicar 
botões de “avanço” e “recuo” em uma interface limitada de ensino à 
distância é tentar dissimular um texto linear e fechado através de uma 
fantasia tecnológica de interatividade. (2001, p. 14) 
24 
 
 
Percebe-se que esses agravantes, juntamente com a falta de organização e 
capacitação dos profissionais da educação, caracterizam o uso inadequado da 
Internet, contribuindo para uma educação de má qualidade, que pode formar alunos 
desestimulados e sem senso crítico. 
O uso dos computadores e Internet podem inovar, mas também podem 
reproduzir um ensino tradicional, pois o fato de usar as tecnologias não garante a 
qualidade do ensino, mas sim a forma como são utilizadas. 
Nesse sentido, os professores precisam se dispor de métodos interativos e 
socializadores para estimular uma aprendizagem significativa e romper com métodos 
tradicionais. Santos chama a atenção para o seguinte fato: 
 
Ensinar utilizando a Internet pressupõe uma atitude do professor diferente 
da convencional. O professor não é o informador, aquele que centraliza a 
informação. [...] Sua primeira tarefa é sensibilizar os alunos, motivá-los para 
a importância da matéria, mostrando entusiasmo, ligação da matéria com os 
interesses dos alunos, com a totalidade da habilitação escolhida. (2012, p. 
20) 
 
Na utilização da Internet pelos alunos, é importante que o professor faça um 
monitoramento, evitando acessos a sites não permitidos e que desviem daquilo que 
é proposto. É preciso ainda, que o professor conheça as particularidades decada 
aluno, acompanhe o ritmo, as formas de acesso à Internet, sugerindo aos alunos 
sites que contenham informações confiáveis, incentivando a discussão do conteúdo, 
questionando e promovendo a construção do conhecimento. 
 
2.4 Educar com a internet: recursos e possibilidades 
 
A Internet é considerada uma mídia extremamente popular, pois oferece 
diversos serviços e utilidades, possibilitando aos indivíduos uma constante interação 
na busca de conhecimento. Ela pode ser utilizada como mídia de pesquisa e 
comunicação, como ferramenta de trabalho e entretenimento, como meio de 
negócios, facilitando a vida pessoal e profissional de milhares de pessoas, dentre 
outras. E isso não é diferente na área educacional, a Internet tornou-se um 
importante recurso pedagógico, ampliando as possibilidades e formas de aprender e 
ensinar. 
25 
 
 
A Internet proporciona o acesso a uma “linguagem linkada1”. De acordo com 
Moran (2000) a informação incorporada de forma hipertextual diz respeito a uma 
construção do conhecimento de maneira lógica e coerente seguindo uma linha de 
ramificações que se interligam por diferentes caminhos, que juntam textos de várias 
linguagens de forma multimídia que conduz o processamento do texto de forma mais 
livre e flexível, interferindo nos elementos sensorial, emocional e racional dos 
indivíduos. O autor acrescenta que: 
 
[...] as formas de informação multimídia ou hipertextual são mais difundidas. 
As crianças e jovens sintonizados com esta forma de informação quando 
lidam com textos, fazem-no de forma mais fácil com texto conectado através 
de links, o hipertexto. O livro então se torna uma opção menos atraente. 
Não podemos nos limitar em uma ou outra forma de lidar com a informação, 
devemos utilizar todas em diversos momentos. (MORAN, 2000, p.3). 
 
A Internet faz com que as pessoas interajam, não permanecendo como seres 
meramente passivos, no entanto muitas outras não estão preparadas para lidar com 
a variedade de trocas de informações que ocorrem. Esse é um desafio para o 
professor, conciliar a variedade de informações e fonte de acesso, selecionar as 
informações mais importantes e facilitar a compreensão de uma maneira mais 
profunda a fim de que os alunos aprendam de forma significativa. 
São diversas as ferramentas da Internet que podem ser utilizadas com fins 
educacionais. Segundo Silva: 
 
Algumas das interfaces on-line mais conhecidas são chat, fórum, lista, blog, 
site e LMS ou AVA. Como ambientes ou espaços de encontro, propiciam a 
criação de comunidades virtuais de aprendizagem. O professor pode lançar 
mão dessas interfaces para a co-criação da comunicação e da 
aprendizagem em sua sala de aula presencial e on-line. Elas favorecem 
integração, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica, discussões 
temáticas, elaboração, colaboração, exploração, experimentação, simulação 
e descoberta. (2013, p.65) 
 
Tais recursos favorecem uma construção cooperativa do conhecimento, na 
qual o trabalho coletivo de professores e alunos pode acontecer presencialmente ou 
virtualmente. Pode-se trabalhar com pesquisas em tempo real, investigação de um 
 
1 Linguagem estruturada por links. Um link é um ponteiro para um arquivo. É uma ligação entre 
documentos na internet. Podem ser ligações de um texto para outro texto, imagem, som ou vídeo (ou 
vice-versa). Um clique em um Link conduzirá automaticamente para o documento “linkado” (ligado). 
Atalho. 
26 
 
 
problema da atualidade, projetos em grupos, dentre outros. Todos esses recursos 
que permitem a troca de informações são chamados de meios de comunicação. 
A comunicação é uma área bastante interessante e proveitosa para 
educação, quando se pretende trabalhar atividades bem focadas, como o trabalho 
em grupo. As salas de bate papo são úteis para orientar grupos, tirar dúvidas, 
aproximar alunos que moram longe, permitindo que eles possam se reunir 
virtualmente para desenvolver as atividades, em um ambiente síncrono, ou seja, 
todos os alunos estão “online” no mesmo instante. Segundo Silva: 
 
O chat é um espaço on-line de bate-papo síncrono (com hora marcada) com 
envio e recepção simultâneos de mensagens textuais e imagéticas. 
Professor e aprendizes podem propor o tema e debatê-lo. Podem convidar 
outros participantes do curso e colaboradores externos, agendando dia e 
hora. Os temas podem ser vinculados às unidades ou atividades do curso, 
porém muitas vezes tomam rumos próprios numa polifonia favorável ao 
estreitamento dos laços de interesses e desbloqueio da participação. O chat 
potencializa a socialização on-line quando promove sentimento de 
pertencimento, vínculos afetivos e interatividade. Mediado ou não, permite 
discussões temáticas e elaborações colaborativas que estreitam laços e 
impulsionam a aprendizagem. O texto das participações é quase sempre 
telegráfico, ligeiro, não linear e próximo da linguagem oral, efervescente e 
polifônico. ( 2013, p. 65). 
 
 
Já segundo Cruz (2013), dentre as interfaces que a Internet possibilita como 
recurso didático para a educação, uma das mais interessantes é o chat por ser um 
recurso dinâmico e ser facilmente utilizado na aprendizagem de projetos 
colaborativos, pois envolve uma maior interação entre professores e alunos, 
contribuindo para uma aprendizagem mais prazerosa. O chat ainda permite o uso 
dos nicknames (codinomes), isso permite que as pessoas permaneçam anônimas ou 
assumam uma nova identidade. Essa característica torna o chat um dos recursos 
mais populares da Internet, porém é considerado um fator de reprovação para os 
educadores por tornar pouco valor educacional. Nesse sentido, o autor revela que: 
 
Ainda há muito a aprender sobre como usar o chat em diferentes ambientes 
educacionais e sobre qual a melhor maneira de integrar essa interface com 
as demais tecnologias de informática e da internet ao processo educacional. 
Algumas experiências utilizando-as como recurso nos cursos à distância e 
nos presenciais mostram que ela pode ser utilizada como recurso no 
processo de ensino e aprendizagem combinada com outras. À medida que 
mais e mais professores por todo o Brasil começarem a usar o chat como 
parte rotineira da educação, mais aprenderemos sobre o poder pedagógico 
dessa interessante interface de comunicação. (CRUZ, 2013, p. 3). 
 
 
27 
 
 
Os fóruns são também importantes recursos didáticos, com eles os 
professores podem discutir temas trabalhados em sala, disponibilizar materiais 
didáticos, indicar bibliotecas virtuais, endereços para pesquisa dentre outras 
orientações. 
 Essa ferramenta promove uma interatividade, onde os participantes podem 
se posicionar, opinando e debatendo temas propostos, além de abrir novos tópicos 
de discussões. É um lugar de partilha da informação, onde os participantes podem 
refletir e analisar as perspectivas dos outros, refletindo seus próprios conhecimentos 
e leituras. Silva ressalta que: 
 
[...] o fórum é assíncrono (as participações em texto e em imagens ficam 
disponibilizadas nesse espaço, esperando que alguém do grupo se dê conta 
e se posicione a respeito). No fórum, o professor abre provocações em texto 
– ou em outras fontes de visibilidade – e juntamente com os estudantes 
desdobra elos dinâmicos de discussões sobre temas de aprendizagem. 
(2013, p.66) 
 
 
Já a lista de discussão é mais uma ferramenta que permite interações entre 
pessoas, que permite debates e exposição de opiniões, contribuindo para a 
construção cooperativa do conhecimento, misturando espaços da sala do ambiente 
virtual. De acordo com Primo: 
 
Uma lista de discussão é um serviço que recebe e distribui mensagens de 
todosseus “assinantes”. Logo, um e-mail enviado ao endereço eletrônico da 
lista é distribuído a todos participantes. [...] as listas permitem discussões de 
“muitos para muitos”. [...] a grande maioria das listas de discussão tem por 
objetivo uma temática específica, muitas são as comunidades virtuais que 
se organizam a partir e em torno desse serviço eletrônico. Os participantes 
dessas comunidades acabam por demonstrar uma responsabilidade pelo 
bom andamento das discussões e pela manutenção da coesão do grupo. 
(2001, p. 9) 
 
O blog é uma ferramenta que permite a publicação de textos, imagens, fotos, 
proporcionando um espaço no qual os professores e alunos podem disponibilizar 
conteúdos de aprendizagem e produzir seus próprios textos. Segundo Silva: 
 
O blog é um diário on-line no qual seu responsável publica histórias, 
notícias, idéias e imagens. Se quiser, ele pode liberar a participação de 
colaboradores que terão acesso para também publicar no seu blog. Como 
diário aberto, pode ter autoria coletiva, permitindo a todos publicar ou postar 
seus textos e imagens, como dialógica, como registro da memória de um 
curso. [...] O responsável cuida da publicação do conteúdo diário e da 
interação com os comentários postados pelos leitores-interatores. O blog 
28 
 
 
abriu caminho para congêneres como o fotolog, que permite publicar 
imagens ou fotos que os visitantes podem comentar. O responsável pelo 
blog libera seu espaço para mensagens e para inclusão de novas imagens. 
(2013, p. 66) 
 
Os e-mails são outros meios que possibilitam a comunicação de professores 
e alunos através da linguagem escrita. Primo (2008) declara que: “[...] o serviço de e-
mails permite uma discussão assíncrona entre no mínimo duas pessoas (tendo em 
vista que uma mesma mensagem pode ser enviada para um número bem maior de 
destinatários).” (p. 8). 
 Esse serviço de mensagem pode ser escrito em HTML e conter imagens, 
pode ainda carregar consigo qualquer outro arquivo. O e-mail possibilita discutir 
sobre vários assuntos, comunicar-se e fazer a transferência de arquivos. Enviar 
textos pela Internet pode chamar atenção dos alunos, fugindo um pouco da prática 
tradicional do texto escrito. 
A videoconferência, por sua vez, proporciona recursos de emissão e 
visualização de imagens em vídeo dos participantes, proporcionado ainda à emissão 
do áudio. Primo (2001) diz que essa ferramenta conta com recursos como a 
webcams, onde os participantes podem-se ver fisicamente no diálogo. No entanto, 
por conta da grande quantidade de dados necessários para a constituição de cada 
quadro (frame) da imagem videográfica, a qualidade do movimento do vídeo pode 
ser prejudicada, pois existe uma baixa taxa de transmissão de bits por segundo na 
Internet. 
O site é outro importante recurso da Internet, para Silva (2013): “Um site ou 
sitio da Internet é um espaço, ambiente ou lugar na WWW (World Wide Web) que 
oferece informações sobre determinada assunto, pessoa, instituição ou evento. É 
acessado por meio de um endereço que indica exatamente onde se encontra no 
ciberespaço [...]” ( p.66). 
Segundo Primo (2001), os sites apresentam textos e imagens que são 
estruturados por uma linguagem de programação com interfaces de interação 
reativa. O internauta pode ter a sua disposição recursos como chats ou links para 
intercambio de e-mails, proporcionando interações mútuas. 
A respeito disso, o professor pode construir o seu próprio site e incluir 
diversas interfaces que permitam a socialização do conhecimento com seus alunos, 
disponibilizando textos, imagens, animações gráficas, sons e vídeos que auxiliem no 
29 
 
 
processo de ensino e aprendizagem, estendendo esse processo para além da sala 
de aula. Como afirma Cruz: 
 
[...] uma das formas mais interessantes de trabalhar colaborativamente é 
criar uma página dos alunos, como espaço virtual de referência, aonde vão-
se construindo e colocando o que acontece de mais importante no curso, os 
textos, os endereços, as análises e as pesquisas (2013, p. 3) 
 
 
 Semelhante a esse recurso, encontra-se o LMS (Learning Management 
System) ou AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Para Silva (2013) ambos são: 
“[...] ambiente de gestão e construção integradas de informação, comunicação e 
aprendizagem on-line. Tal como o site, é, na verdade, uma hiperinterface, podendo 
reunir diversas interfaces síncronas e assíncronas integradas” (p. 66). 
Funcionam como uma sala de aula on-line não limitada à temporalidade do 
espaço físico. Nesse ambiente o professor pode postar conteúdos e atividades de 
aprendizagem, podendo acompanhar e avaliar a aprendizagem dos alunos, além de 
disponibilizar conteúdo didático multimídia, objetos de aprendizagem e materiais 
complementares. Os alunos podem ter acesso ao ambiente a qualquer momento e 
interagir com o professor e demais colegas expondo opiniões, tirando dúvidas e 
participando das atividades. 
 Outra ferramenta importante são os buscadores, os alunos podem pesquisar, 
explorando as mais diferentes fontes, tais como: bibliotecas, e-books, vídeos, 
arquivos. 
Além desses, a Internet proporciona também o acesso aos softwares 
educacionais, com eles os professores podem trabalhar os conteúdos estudados de 
uma maneira mais lúdica e interativa, tornando as aulas mais agradáveis e 
adequadas ao desenvolvimento de cada aluno. Com eles os alunos podem explorar 
atividades que envolvem letras, números, formas e cores. Estimulando, assim, o 
aprendizado de maneira descontraída e interativa. De acordo com Vesce: 
 
Os softwares podem ser considerados programas educacionais a partir do 
momento em sejam projetados por meio de uma metodologia que os 
contextualizem no processo ensino-aprendizagem. Desse modo, mesmo um 
software detalhadamente pensado para mediar a aprendizagem pode deixar 
a desejar se a metodologia do professor não for adequada ou adaptada a 
situações específicas de aprendizagem.( 2013, p.1 ) 
 
 
30 
 
 
Em decorrência disso, Morais afirma: 
 
[...] o professor deve avaliar a qualidade dos softwares a serem utilizados, 
buscando critérios adequados à faixa etária, à motivação e interesse para o 
conhecimento do conteúdo a ser contemplado, e dos níveis de aprendizado 
que o programa proporciona (2013, p.2). 
 
Como foi possível observar, são várias as possibilidades e facilidades que a 
Internet promove, para tanto é necessário que essas ferramentas sejam utilizadas 
adequadamente a fim de atingir os objetivos propostos. Com tanto aparato 
tecnológico, o professor precisa estar preparado para utilizar as diferentes mídias no 
intuito de promover uma educação de qualidade. Moran chama atenção dos 
professores sobre os chats e fóruns, para ele: 
 
[...] chats e fóruns permitem contatos a distância, podem ser úteis, mas não 
podemos esperar que só assim aconteça uma grande revolução, 
automaticamente. Depende muito do professor, do grupo, da sua 
maturidade, sua motivação, do tempo disponível, da facilidade de acesso. 
Alguns alunos comunicam-se bem no virtual, outros não. Alguns são rápidos 
na escrita e no raciocínio, outros não. Alguns tentam monopolizar as falas 
(como no presencial), outros ficam só como observadores. Por isso, é 
importante modificar os coordenadores, incentivar os mais passivos e 
organizar a seqüência das discussões. (2001, p. 8) 
 
Contudo o professor precisa ter muita flexibilidade e capacidade de adaptação 
neste processo, estar pronto para mudar de estratégia sempre que for necessário, 
ser criativo, pois trabalhar com tecnologias muitas vezes requer improviso e preparo, 
planejando sempre formas alternativas de se trabalhar, caso haja alguma falha 
técnica. 
O fato do professorestá atualizado com o uso das Tecnologias Digitais na 
Educação, faz com que os alunos tenham mais confiança e segurança no processo 
de ensino-aprendizagem, estando mais a disposição para aprender. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
O processo de construção do conhecimento é viabilizado pelo conhecimento 
científico que envolve atividades relacionadas com a produção, disseminação e uso 
da informação se estendendo na ideia inicial da pesquisa até os resultados colhidos 
durante o trabalho. Minayo (1993) considera a pesquisa como “[...] atividade básica 
das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma 
prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente 
inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade 
que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”. 
(apud MORESI, 2003 p.8). 
A pesquisa é definida por atividades que propõe a solução de um problema, 
tendo como base procedimentos orientados, planejados, racionais e sistêmicos. 
Nesse sentido, Fonseca (2002) define a metodologia como “[...] estudo da 
organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou 
um estudo, ou para se fazer ciência.” (apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 13). 
O pesquisador diferencia ainda metodologia de método. Acrescentando que: 
 
A metodologia se interessa pela validade do caminho escolhido para se 
chegar ao fim proposto pela pesquisa; portanto, não deve ser confundida 
com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos (métodos e técnicas). 
Dessa forma, a metodologia vai além da descrição dos procedimentos 
(métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa), indicando a escolha 
teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objeto de estudo. (apud 
GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p 13). 
 
Dessa forma, entende-se como método a forma de conduzir o caminho, 
sendo os instrumentos básicos que conduz um percurso para se alcançar um 
objetivo. Nérice (1978) diz que o método é, portanto, um “[...] conjunto coerente de 
procedimentos racionais ou prático racionais que orienta o pensamento para serem 
alcançados conhecimentos válidos" (apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p 13.). 
O objetivo de uma investigação requer a adequação de métodos e técnicas 
para responder as indagações da investigação, na qual o pesquisador tem a 
importante função de usar a sua subjetividade e criatividade para articular teorias e 
métodos a fim de compreender melhor a realidade. 
 
32 
 
 
3.1 Caracterização do local da pesquisa 
 
A pesquisa sobre o Uso da Internet como Ferramenta Pedagógica no Ensino 
Fundamental foi realizada na cidade de Tauá-Ce, na EEIF Cantinho do Saber, 
localizada na Rua Fausto Barreto, nº 251, Alto Brilhante. Foi executada no ano de 
2013, como parte da monografia do curso de Licenciatura em Informática da 
Universidade Estadual do Ceará - UECE e Universidade Aberta do Brasil – UAB. 
A realização da pesquisa ocorreu na EEIF Cantinho do Saber, pelo fato de ter 
sido realizada nessa unidade de ensino, a terceira etapa do Estágio Supervisionado 
do Curso de Graduação em Licenciatura em Informática da UAB. Dessa forma, 
pretendeu-se dar continuidade ao desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos nessa 
mesma escola. Além disso, a escola possui boa estrutura para o funcionamento da 
informática educativa, como laboratório de informática com acesso à internet, 
elementos essenciais para a realização da pesquisa. 
A EEIF Cantinho do Saber é uma instituição privada conveniada com a 
Prefeitura Municipal de Tauá. Foi fundada no dia 18 de março de 1998, pela 
professora e atual diretora Francisca Gonçalves Fernandes. 
Atualmente, conta com um quadro de 50 funcionários, sendo destes 36 
professores, funcionando nos turnos manhã e tarde com as seguintes modalidades: 
educação infantil: maternal, Infantil I, II e III e Ensino Fundamental 1º ao 9º ano, com 
um total de 660 alunos. Este estabelecimento dispõe de uma sala de leitura/ 
biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciências, parque infantil, cantina 
e quadra esportiva, além de recursos tecnológicos como: televisões, computadores, 
aparelhos de som, DVD, data-show, câmeras fotográficas e filmadoras. 
De acordo com o Projeto Político Pedagógico da EEIF Cantinho do Saber 
(2010), a escola vem trabalhando dentro de uma tendência construtivista com 
práticas pedagógicas e metodologias que vislumbra a formação de um aluno 
reflexivo, atuante e agente do seu próprio conhecimento, acreditando e valorizando 
a inclusão social. 
A informática educativa está presente na escola, através das aulas de 
informática, que consta na grade curricular da escola como disciplina, além de servir 
de apoio as demais disciplinas, no qual os professores das salas regulares têm 
acesso ao laboratório de informática, para uso nos desenvolvimentos de 
33 
 
 
planejamentos e aulas. Os planejamentos são realizados coletivamente, na qual os 
professores das salas regulares planejam juntamente com a professora da 
informática. Nesse momento, são vistos e analisados os conteúdos a serem 
trabalhados, dos quais são definidos os objetivos, metodologias e formas de 
avaliação, tendo por base a informática educativa em busca da realização de 
atividades escolares diversificadas e mais dinâmicas. 
 
3.2 Classificação da pesquisa 
 
A realização desta pesquisa buscou investigar materiais e referenciais 
teóricos sobre o uso da internet como ferramenta de apoio pedagógico aos 
professores do Ensino Fundamental, estabelecendo uma compreensão dos 
objetivos propostos com o estudo em questão. Utilizou-se de uma revisão 
bibliográfica e de pesquisa de campo de caráter qualitativo, com o intuito de 
interpretar os fenômenos e dar a eles significados, para uma melhor compreensão e 
explicação da dinâmica das relações sociais. 
A pesquisa qualitativa compreende a relação dinâmica entre o meio e o 
sujeito, considerando o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, interpretando os 
fenômenos e atribuindo a eles um significado, não requer métodos e técnicas 
estatísticas, se preocupa com a descrição das relações dos processos e fenômenos 
e seus significados, valores, atitudes e aspirações. Para Gerhardt e Silveira: 
 
A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade 
que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e 
explicação da dinâmica das relações sociais.[...] As características da 
pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno; hierarquização das 
ações de descrever, compreender, explicar, precisão das relações entre o 
global e o local em determinado fenômeno.( 2009, p.32) 
 
Moresi (2003) diz que a pesquisa qualitativa é descritiva por expor 
características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo correlações 
entre variáveis e definindo sua natureza. Não tem a função de explicar os 
fenômenos que descreve, mas serve de base para explicação. 
Nesse contexto, a pesquisa bibliográfica busca uma problematização de um 
projeto de pesquisa a partir de referencias teóricos, sendo analisadas e discutidas as 
contribuições culturais e cientificas. Como afirma Fonseca (2002): 
34 
 
 
 
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências 
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como 
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico 
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador 
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas 
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, 
procurando referências teóricaspublicadas com o objetivo de recolher 
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual 
se procura a resposta ( apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p 37). 
 
Quanto à pesquisa de campo, esta por sua vez procura fazer uma observação 
dos fatos tal como ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis, mas procura 
perceber e estudar as relações estabelecidas. Esse tipo de pesquisa pode incluir 
entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou não. 
Fonseca (2002) diz que: 
 
A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da 
pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a 
pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-
facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.) (apud GERHARDT e 
SILVEIRA, 2009, p. 37). 
 
 
Assim a pesquisa de campo baseia-se na observação de fatos e fenômenos 
exatamente como ocorrem na realidade, para coletar, analisar e interpretar dados 
com base numa fundamentação teórica consistente, com o intuito de compreender e 
explicar o problema pesquisado. 
 
3.2 Procedimentos e instrumentos 
 
A realização da revisão bibliográfica focada no estudo da Internet como 
ferramenta didática para o ensino fundamental buscou de forma ampla e geral, 
coletar informações e dados a partir da literatura especializada do uso da informática 
na educação, na qual se baseou em publicações científicas condizentes com a área 
de estudo. 
Finalizada essa etapa iniciou-se a pesquisa de campo, que proporcionou a 
análise da relação entre a teoria e a prática vivenciada. A pesquisa de campo teve 
como instrumentos de investigação a observação e aplicação de questionários 
35 
 
 
(Anexo I) a fim de conhecer e analisar a realidade do estudo enfocado neste 
trabalho. 
A observação é uma técnica que propicia uma compreensão melhor da 
realidade. Para Gerhardt e Silveira: 
 
A observação permite descrever o que vemos, mas também faz emergir 
questões [...] sobre o que procuramos compreender das representações, do 
simbólico, das relações sociais, das interações lógicas, etc.[...] A 
compreensão dessas questões (subjetivas) se constrói, não está dada.( 
2009, p. 101). 
 
Nesse sentido, foram realizadas visitas a escola, na qual foi observado à 
rotina da mesma, o seu funcionamento didático-pedagógico, o planejamento de 
aulas dos professores do Ensino Fundamental, a prática na sala de aula e no 
laboratório de informática, sendo analisada a utilização e a não utilização da internet 
nas atividades docentes e as formas de sua utilização. 
Para a elaboração dos questionários, procurou-se elaborar perguntas através 
de blocos temáticos, obedecendo a uma ordem lógica, em uma linguagem 
compreensível, nas quais as perguntas tratam de questões subjetivas e objetivas, 
que necessitam serem analisadas pelo professor. 
Tendo por base o pensamento de Moresi, verifica-se que o questionário: 
 
[...] é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por 
escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em 
extensão e estar acompanhado de instruções As instruções devem 
esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da 
colaboração do informante e facilitar o preenchimento. (2003, p.29) 
 
Assim sendo, os questionários contribuem para uma melhor descrição e 
compreensão da realidade, proporcionando uma análise paralela sobre o que foi 
observado no dia-a-dia da escola e sobre o que foi descrito pelos professores. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Conforme comentado anteriormente, o questionário aplicado aos professores 
do Ensino Fundamental teve o intuito de analisar o uso da Internet, enquanto 
ferramenta didática no contexto de ensino e aprendizagem. O mesmo foi elaborado 
com 21 perguntas, sendo questões objetivas e discursivas. Responderam o 
questionário 06 professores do Ensino Fundamental da EEIF Cantinho do Saber. 
A quantidade de participantes definida representa os professores regentes 
que fazem parte do convênio entre a Prefeitura Municipal de Tauá e a referida 
escola. Sendo que 04 (quatro) professores são polivalentes e atuam no ensino 
fundamental I, nas turmas do 1º, 3º e 5º anos; e os outros 02 (dois) professores 
atuam no Ensino Fundamental II com as disciplinas de língua portuguesa e 
matemática, nas turmas do 6º ao 9º ano. Pretendeu-se com isso, formar uma 
representatividade significativa dos níveis de ensino, com o intuito de evitar a 
repetição de informações e conseguir atingir os objetivos da pesquisa de maneira 
satisfatória. 
Junto à aplicação dos questionários foram realizadas observações, a qual se 
pode ter uma validação da realidade vivenciada na EEIF Cantinho do Saber, 
podendo-se expandir as conclusões para escolas de situações e estruturas 
semelhantes. 
Os resultados da pesquisa aqui expostos, estão conduzidos de acordo com a 
apresentação e discussão das perguntas do questionário, paralelo às observações 
feitas na escola, na qual está sendo analisada e comparada a teoria, aquilo que foi 
exposto no questionário, com a prática, aquilo que foi observado nas experiências 
vivenciadas. 
Inicialmente foi constatado o tempo de magistério dos professores no Ensino 
Fundamental. Sendo que 04 (quatro) professores disseram ter experiência: “Maior 
ou igual a 05 anos” e apenas 02 (dois) professores disseram: “Maior que 02 anos e 
menor que 05 anos”. Ficando claro que todos os professores possuem certa 
experiência na atuação do Ensino Fundamental. 
Verificou-se também que 05 (cinco) professores têm nível superior completo e 
apenas 01 (um) tem nível superior incompleto, pois ainda esta cursando. Isso retrata 
37 
 
 
a exigência dos órgãos educacionais de terem professores formados e preparados 
para a atividade docente nas escolas. 
Quanto à área de formação profissional dos professores. Foram identificadas 
as seguintes áreas: Pedagogia; Ciências Biológicas; Ciências Humanas; Linguística 
- Letras e Artes. Sendo que 03 (três) professores possuem pós-graduação Latu-
sensu e 03 (três) não possuem. 
Um ponto importante a ser observado são as diversas formações dos 
professores que atuam no Ensino Fundamental, sendo que a metade dos 
professores tem especialização. 
 Em relação ao domínio dos professores no uso do computador, ficou 
evidenciada a falta de preparo no uso dessa tecnologia: 03 (três) professores 
disseram que o seu domínio no uso do computador era “Regular” e 03 (três) 
disseram que seu domínio era “Bom”. Devido a isso, conclui-se que eles ainda não 
possuem o conhecimento suficiente sobre as funções e usos dos computadores, o 
que impossibilita usufruir das suas vantagens enquanto recurso tecnológico. Esse 
fator pode dificultar a aplicação das novas tecnologias nas atividades pedagógicas. 
Ficou constatado que todos os professores utilizam a internet. Esse fato 
confirma o crescente uso da internet nas escolas, e como essa ferramenta é 
necessária e importante para o dia-a-dia. A internet é um fenômeno que facilita a 
vida de milhares de pessoas, facilitando a comunicação e a rápida difusão da 
informação. 
Além disso, foi identificado que 05 (cinco) dos professores pesquisados 
acessam a internet predominantemente “Em casa e no trabalho” e apenas 01 (um) 
acessa “Em casa”. Os dados indicam à disseminação da cultura digital, reafirmando 
a facilidade de acesso a internet em diversos lugares, levando a perceber a 
existência das diversas possibilidades de rede. 
 Foi observado que na escola, o acesso à internet ocorre da seguinte forma: 
No laboratório de informática, no horário de estudo do professor,ou na sala dos 
professores nas horas vagas, alguns professores acessam a internet em seus 
próprios notebooks. 
A tabela a seguir mostra o tempo que o professor utiliza a internet em seu dia-
a-dia: 
 
 
38 
 
 
TABELA 1 - TEMPO DE ACESSO À INTERNET 
 
Nº de horas semanais Nº de professores 
04 horas 02 
07 horas 01 
14 horas 01 
15 horas 01 
20 horas 01 
Fonte: Trabalho de campo realizado na EEIF Cantinho do Saber 
 
Verifica-se com isso, que os professores navegam em média de 11 horas 
semanais. 
Sobre as tarefas que os professores conseguem desempenhar no 
computador, a tabela abaixo indica as seguintes ações: 
 
TABELA 2 - AÇÕES DESEMPENHADAS NO COMPUTADOR 
 
Ações Nº de professores 
Usar programas de busca na Internet ex. 
Google 
06 
Abrir arquivos 06 
Imprimir textos 05 
Usar programas de comunicação em 
tempo real (ex. MSN, ICQ, Skype) 
04 
Criar/ editar aquivo 04 
Salvar um arquivo no word 04 
Apagar/ deletar um arquivo 04 
Copiar ou baixar arquivos da internet 04 
Anexar arquivo ao e-mail 03 
Copiar arquivo para CD/ pendrive 02 
Mover arquivos no computador 02 
Usar planilha eletrônica. Ex. Calc, Excel 01 
Fonte: Trabalho de campo realizado na EEIF Cantinho do Saber 
 
Das ações apontadas, admite-se que a maioria dos professores não tem 
conhecimento e domínio do uso de planilhas eletrônicas; e outras ações como copiar 
arquivos para CD/pendrive; mover arquivos no computador, ou seja, conhecimentos 
operacionais básicos para a realização de atividades no computador. Quanto às 
ações referentes ao uso da Internet, o número de professores que desempenha a 
ação cresce. É possível utilizar a Internet sem muito conhecimento específico da 
39 
 
 
informática. A utilização da informática e da Internet existe apesar de não haver o 
conhecimento necessário sobre as ações básicas do uso do computador. 
Os professores demonstram ter consciência sobre a necessidade do uso da 
informática no seu dia-a-dia. 02 (dois) professores afirmaram ser obrigados a 
aprender a utilizar a informática para poder estudar e/ou trabalhar e 04 (quatro) 
professores disseram utilizar a informática com tranquilidade, mas ainda quererem 
ampliar os conhecimentos relacionados a ela. 
Os dados mostram a importância e a necessidade dos professores em 
conhecer e aprimorar o uso das novas tecnologias, para inserirem-se dentro do novo 
cenário educacional e profissional. Como alerta Moran (2009) quanto mais 
tecnologias, maior a exigência de profissionais competentes, humanos e criativos 
para utilizá-las. 
Nesse sentido, Cruz (2013) sugere que o professor que deseja melhorar suas 
competências profissionais e metodológicas de ensino, além da própria reflexão e 
atualização sobre o conteúdo da matéria ensinada, precisa estar em estado 
permanente de aprendizagem. As mais modernas tecnologias de informação e 
comunicação exigem uma reestruturação ampla dos objetivos educacionais, da 
metodologia e da postura docente adotada. 
A respeito dos conteúdos mais acessados durante a navegação na Internet, 
dos seis professores questionados, todos citaram acessar sites sobre “Educação” e 
utilização de “E-mail”, 05 (cinco) professores citaram “Sites de busca”, e apenas 02 
(dois) professores disseram acessar “Sites de relacionamentos” e “Notícias”. Isso 
demonstra a ampliação da visão em relação aos objetivos de navegação na Internet 
por parte dos professores. Também demonstra o cuidado dos professores de não 
evidenciar a utilização à sites de relacionamentos, acredita-se que os próprios 
professores consideram esse uso inapropriado para finalidades pedagógicas. Esse 
fato pode ser percebido no pensamento de Lorenzo (2011) sobre o conceito que 
maioria dos professores tem em relação às redes sociais: 
 
O problema está no fato das redes sociais serem consideradas como 
elemento de distração nas escolas. Na maior parte das instituições de 
ensino o acesso a essas páginas é bloqueado para os alunos. Assim, para 
que se possa usufruir desta ferramenta para otimizar o ensino, é preciso 
que as redes sociais sejam melhor exploradas através do planejamento de 
uso com critérios, ética e responsabilidade (apud JULIANNI et al,2012, p. 2). 
 
40 
 
 
Quanto aos conhecimentos sobre os recursos/ferramentas da Internet, a 
tabela a seguir mostra o número de professores que utilizam e não utilizam esses 
recursos/ferramentas em seu dia-a-dia e com que frequência: 
 
TABELA 3 - FREQUÊNCIA DE USO DOS RECURSOS DA INTERNET 
 
Recursos da 
Internet 
Frequência de uso 
Não 
utiliza 
e não 
conhece 
Não 
utiliza 
mas 
tem 
noção 
Utiliza 
raramente 
Utiliza 
toda 
semana 
Utiliza 
várias 
vezes 
por 
semana 
Não 
respondeu 
Navegadores - - - - 06 - 
Criação de sites 02 03 01 - - - 
Mecanismos de 
pesquisas 
01 - - - 05 - 
E-mail 01 - 01 01 03 - 
Chat (Bate-papo) 02 - 01 01 01 01 
Download 01 - 01 01 03 - 
Comunicação 
com amigos(ICQ, 
MSN, Orkut. 
01 - - - 03 02 
Blog, Vlog, 
Fotolog 
01 02 01 01 - 01 
Fórum e Lista de 
discussão 
01 02 02 01 - - 
Comércio 
eletrônico 
01 01 03 01 - - 
Sites específicos 
da educação 
(Portal do 
professor, Banco 
Internacional de 
Objetos 
educacionais, 
outros). 
- - - 01 04 01 
Fonte: Trabalho de campo realizado na EEIF Cantinho do Saber 
 
Os dados evidenciam que a maior utilização dos recursos da Internet está nos 
mecanismos de pesquisas e nos sites específicos da educação. Esse fator é positivo 
por demonstrar a busca dos professores por fontes especializadas como o Portal do 
Professor, dentre outros que tem a finalidade de tratar de questões educacionais. 
41 
 
 
Por outro lado, mostra a falta ou pouco conhecimento de alguns professores 
em relação a outros mecanismos que a Internet oferece e que podem servir de 
auxilio para atividades pedagógicas: como e-mails, chats, downloads, blogs e fóruns, 
ferramentas essas que podem diversificar e tornar as aulas mais dinâmicas e 
interativas. 
 Isso mostra que mesmo tendo o conhecimento da importância do 
computador e da Internet na diversificação de aulas, os professores não estão 
preparados e ainda tem muito que aprender sobre a utilização desses recursos. 
Como afirma Santos, apesar dos professores demonstrarem: 
 
[...] interesse e vontade de inovar, estão de mãos vazias, sem instrumentos 
teóricos e empíricos para o uso, de modo que o uso da internet ainda é 
bastante limitado, embrionário e aquém das possibilidades desse poderoso 
meio de comunicação e informação. (2003, p.311) 
 
Ao serem questionados sobre o uso da Internet como auxilio para a 
elaboração de seus planos de aula, todos os professores afirmaram que a utilizam. 
Dentre as formas de utilização citaram: Pesquisas de jogos e dinâmicas 
relacionados aos conteúdos estudados; pesquisas para a ampliação de temas, 
busca de novas informações e imagens, pesquisas em sites educacionais e blogs 
para diversificar as aulas e melhorar a aprendizagem. 
Está comprovado que os professores acreditam que o computador e a 
Internet contribuem para o desenvolvimento dos alunos e para o enriquecimento das 
aulas, pois trabalham numa dimensão lúdica e flexível, possibilitando a criatividade e 
autonomia para a construção do conhecimento, além de melhorarem a atenção com 
relação aos conteúdos e tornar a aprendizagem mais significativa, como enfatiza 
Moran (1999). No entanto, o que pode ser observado nesse contexto, sobre o uso 
da internet como auxílio dos planos de aula, é a grande ênfase que se dá a ela 
enquanto ferramenta de pesquisa. 
Nesse sentido os dados a seguir mostram de fato as ferramentas da Internet

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