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AULA 06 E 07 - ELEMENTOS DO NEGOCIO JURIDICO

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ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
	Os elementos do negócio jurídico são os componentes de sua estrutura. Não se confundem com os pressupostos (anteriores), nem com seus requisitos (qualidades dos elementos). São eles: a vontade, o objeto e a forma. Os requisitos do negócio jurídico são: a capacidade, a idoneidade e a legalidade.
	Assim, os elementos são ligados à existência e os requisitos à validade. Art. 104, do CCB: para que se tenha um negócio jurídico válido é necessário agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
DECLARAÇÃO DE VONTADE: MODOS DE DECLARAÇÃO E O SILÊNCIO COMO MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
A declaração de vontade é o instrumento da manifestação da vontade, lembrando-se que a vontade é um dos elementos do negócio jurídico. 
A declaração pode se dar por palavras (falada ou escrita), por gestos e também pelo silêncio. 
No que diz respeito ao comportamento ativo (do declarante), a manifestação de vontade pode ser expressa, tácita ou presumida. Na primeira categoria, temos aquelas manifestações que se dão de maneira ativa, ou seja, por palavras, gestos ou sinais, como por exemplo, a realização de um contrato.
Já no que tange à manifestação tácita, tem-se que é aquela que se deduz do comportamento do agente, ainda que a vontade não seja revelada pelo meio adequado. Pode-se observar nos casos de declaração tácita de oferta, quando se expõe mercadoria à venda, ou mesmo quando se vê táxis parados em seus respectivos pontos.
Presumida é aquela declaração de vontade que, não sendo expressa, a lei deduz do comportamento do agente, como acontece na prorrogação da locação de prédio urbano, quando o contrato se extingue e o proprietário nada faz para reaver o imóvel.
Quando se trata da declaração de vontade por parte do destinatário, temos as chamadas declarações receptícias, quando endereçadas a determinado destinatário, como acontece na proposta de contrato, e as não-receptícias, quando não há endereçamento a determinado destinatário, como ocorre com a promessa de recompensa.
Temos também os tipos que servem tanto para as situações ligadas aos declarantes quanto aos destinatários. Assim, toda declaração que for feita diretamente pela pessoa, sem nenhum meio intermediário, são chamadas diretas. Já aquelas feitas por intermediação, como no caso de interposta pessoa ou por meio de cartas, e-mails, são chamadas indiretas.
Por fim, é preciso saber qual o valor do silêncio nas declarações de vontade. Pelo art. 111, do CCB, “o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.”.
CAPACIDADE E LEGITIMIDADE
A capacidade é requisito do elemento vontade, que é a aptidão para a prática dos atos jurídicos, que se presume existir em todas as pessoas não incluídas nos arts. 3º e 4º, do CCB. Portanto, agente capaz é o que tem capacidade de fato ou de exercício, aptidão para exercer direitos e contrair obrigações. Nas pessoas jurídicas, a capacidade de fato manifesta-se nos órgãos de direção e execução.
Supre-se a incapacidade absoluta pela representação e a incapacidade relativa pela assistência. Representação é o instituto jurídico pelo qual uma pessoa, o representante, pode substituir alguém, o representado. É a manifestação de vontade em nome de outrem, com efeitos jurídicos na esfera do representado. Assistência é o instituto pelo qual alguém, autorizado em lei, comparece ao ato para validar a manifestação de vontade do relativamente incapaz. Representação e assistência competem aos pais, aos tutores e aos curadores (arts. 1.634 e 1.747, do CCB).
Além da capacidade de fato, exige a lei, para certos atos, legitimidade, que é a posição de pessoa em face de certos bens ou interesses, traduzindo-se na existência de impedimentos ou de restrições para o negócio jurídico pretendido, como ocorre nos casos contemplados pelos arts. 496 e 497, do CCB.
OBJETO E CONTEÚDO DO NEGÓCIO JURÍDICO
Há que se diferenciar objeto jurídico do objeto material. Objeto jurídico é o que os sujeitos estabelecem, as prestações ou o comportamento a que se obriguem. Num contrato, por exemplo, é o conjunto de direitos e deveres fixados. 
Já o objeto material liga-se aos bens sobre os quais incidem os poderes nascidos na relação jurídica que se criou. Se por exemplo, A vende uma casa para B, conteúdo ou objeto jurídico do negócio é a obrigação de transferir a propriedade da casa ao comprador e a obrigação deste de pagar o preço. Já o objeto material é a casa, bem como o preço (valor) em dinheiro.
O objeto jurídico deve ser idôneo, isto é, deve apresentar os requisitos ou qualidades que a lei exige para que o negócio produza os efeitos desejados a saber, a licitude, a possibilidade e a determinabilidade. Objeto lícito é aquele não-contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. A possibilidade do objeto desdobra-se em possibilidade física ou material, e possibilidade jurídica. Objeto fisicamente impossível é o que não existe (no momento da eficácia do negócio, não da sua formação – veja-se, por exemplo, a compra de imóvel na planta), tornando-se inviável o cumprimento da obrigação. Constitui objeto juridicamente impossível a venda de coisa pública ou fora do comércio, exemplo aquela gravada com cláusula de inalienabilidade. A impossibilidade jurídica distingue-se da ilicitude. A primeira refere-se a um ato não permitido pelo direito; a segunda ao negócio que, embora possa ser materialmente praticado, é reprovado em lei, como a venda de tóxicos.
O objeto deve ser determinado ou determinável, implicando uma perfeita identificação pelas partes. A indeterminabillidade pode afetar tanto o conteúdo (objeto jurídico), como no caso de o declarante não explicar os direitos a que se refere (atribuo a Carlos direitos sobre a minha casa da rua Direita), quanto ao objeto material (atribuo a Carlos direito de propriedade sobre tudo o que existe na casa da rua Direita).
FORMA: CONSENSUALISMO E FORMALISMO. FORMA LIVRE E VINCULADA. INSTRUMENTO PÚBLICO E PARTICULAR. 
A forma também é requisito de validade do negócio jurídico, conforme dispõe o art. 104, do CCB. Tal requisito refere-se à forma que a declaração deve ter, ao modo concreto da manifestação da vontade. Forma é, então, o meio de expressão da vontade, o aspecto externo que a declaração assume, sendo, assim, elemento estrutural do negócio jurídico.
Diferencia-se forma de formalidades ou solenidades, que são o conjunto de atos que compreendem a forma e as medidas preparatórias ou conseqüentes dos atos, como por exemplo, o conjunto de atos jurídicos necessários à realização do casamento.
Com respeito à necessidade ou não de forma obrigatória na realização dos negócios, temos duas teorias:
CONSENSUALISMO – liberdade de forma. Assim, a manifestação de vontade obriga ou vincula o declarante, independentemente da forma adotada. Influência clara da autonomia da vontade, já estudada. Teoria adotada pelo CCB, no art. 107.
FORMALISMO – aqui, são as formas, independentemente da vontade real das partes, que realizam o negócio jurídico. São casos típicos no Direito brasileiro os títulos de crédito e os contratos padronizados. Isso sem contar os contratos envolvendo interesse público, em que o Estado figura como parte.
Assim, temos que O CONSENSUALISMO É A REGRA E O FORMALISMO, A EXCEÇÃO.
As formas que o CCB prevê são (i) o INSTRUMENTO PÚBLICO, feito por oficial público, tabelião, escrivão ou qualquer outro funcionário com poderes para tanto e (ii) o INSTRUMENTO PARTICULAR, que é o documento assinado pela parte, sem intervenção da autoridade pública.
A lei exige escritura pública para diversos casos como, por exemplo, os dos arts. 62, 1.714, 108, 1.653. No contrato celebrado com cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato (CCB, art. 109), é da sua essência, sem ele não pode existir validamente. 
PROVA DO NEGÓCIO JURÍDICO
Provaé a demonstração de um fato jurídico. Na realidade, não se provam direitos, mas sim os fatos que lhes dão origem. 
O CCB traz o rol dos meios de prova do fato jurídico, nos casos em que não se impõe forma especial ao negócio jurídico, no art. 212. Temos, então:
CONFISSÃO – é a admissão, pela parte, da verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Vide arts. 213 e 214, do CCB.
DOCUMENTOS – são papéis escritos. Chamam-se instrumentos quando se destinam a produzir efeitos jurídicos, podendo ser públicos ou particulares. Vide arts. 215 a 226, do CCB.
TESTEMUNHAS – são pessoas que presenciam fatos e que, por isso, podem ser chamadas a confirmar-lhes a existência. Obs.: vide arts. 227, 228 e 229, do CCB.
PRESUNÇÕES – são as conseqüências que a lei ou o juiz tiram de um fato conhecido para provar um desconhecido, bem como quando a lei estabelece que é o que, na verdade, não é, como, por exemplo, a consideração do feto como já nascido. Mais que meios de prova são, na realidade, processo lógico onde um fato é conseqüência de outro. Vide art. 230, do CCB.
As presunções legais dividem-se em:
- SIMPLES (iuris tantum) – são aquelas que admitem prova em contrário, lembrando que o ônus da prova é e quem alega. Em latim,. Exemplo: a presunção de paternidade do filho nascido na constância do casamento – arts. 1.597 e 1.599. 
- ABSOLUTAS (iure et iure) – são indiscutíveis, ou seja, não admitem prova em contrário, como, por exemplo, a de que a coisa julgada é verdadeira.
PERÍCIAS – são os exames técnicos, feitos por pessoas especialistas. O exame de DNA é exemplo de prova pericial, assim como a perícia em documentos, para atestar sua veracidade. Vide arts. 231 e 232, do CCB.
CAUSA
A causa, aqui para este estudo, é a chamada causa final, que é a razão determinante do negócio jurídico. Todavia, a causa não é propriamente um elemento do negócio jurídico; tem apenas uma função econômico-social, figurando como justificação da autonomia privada (vide art. 140, do CCB). 
De outro lado, a causa não é desconsiderada na análise do caso, para o sistema brasileiro, basta ver a disciplina, no CCB, acerca do enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886).

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