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Trabalho HAYEK - A MIRAGEM DA JUSTIÇA SOCIAL

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
BACHARELADO EM DIREITO
FILOSOFIA
Luís Antônio de Castro Maciel
A MIRAGEM DA JUSTIÇA SOCIAL
Diamantina
2015
Luís Antônio de Castro Maciel
A MIRAGEM DA JUSTIÇA SOCIAL
Trabalho Científico referente a quarta parte do livro "A Ideia de Justiça de Plantão", apresentado no Curso de Graduação em Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais como requisito da matéria de Filosofia.
Professor: LACM
Diamantina
2015
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis."
José de Alencar
RESUMO
O tema deste trabalho é a exposição do que o autor austríaco Friedrich August Von Hayek considera como concepção de Justiça Social, como fundamento e limitação indispensáveis de toda lei. E sua visão sobre a utilização da expressão em tempos antigos e na sua atualidade. 
Palavras Chaves: Justiça Social para Hayek e sua crítica.
INTRODUÇÃO
O CONCEITO DE JUSTIÇA SOCIAL
	O autor defende o conceito de justiça como fundamento e limitação indispensável de qualquer lei, com pretensões críticas ao termo que causa ameaças ao conceito de lei como sustentação da liberdade individual. Considera que muitos tenham aplicado aos efeitos das ações humanas, mesmo quando se tratava de efeitos não previstos ou desejados, o conceito de justiça que tinham em relação ao comportamento de uns para com os outros.
	A Justiça Social era prevista como atributo das ações da sociedade, ou como tratamento dessa mesma sociedade aos indivíduos ou grupos. Ressalta-se o pensamento primitivo de que acontecimentos e processos regulares que eram uma resposta espontânea do mercado, foram considerados como consequências do direcionamento de mente racional, ou seja, como se benefícios ou danos particulares recebidos por uma pessoal fossem determinados por atos de vontade, e por tal pudessem ser direcionados por regras morais. Por esses motivos considera-se que o conceito de Justiça Social é inerente a personificação oriunda desse pensamento primitivo, que tenta explicar processos que ordenam-se por si próprios.
 O contínuo uso desse pensamento primitivo é considerado como prática imatura, pois a maior satisfação humana se encontra no processo impessoal e particular, ao contrário da satisfação que se pode obter pelo arranjo determinado com intuito de adaptação aos preceitos morais desenvolvidos pelos homens para orientar as ações individuais.
A sociedade deveria tratar igualmente bem todos aqueles que o mereçam igualmente, vale dizer, aqueles que mereçam igualmente em absoluto. Esse é o grau abstrato mais elevado de justiça social e distributiva, para o qual as instituições e os esforços de todos os cidadãos virtuosos deveriam convergir o máximo possível. (MILL, Utilitarianism,1861, cap. 5, p. 92)
	Considera-se o uso da expressão "Justiça Social" como algo recente, que em épocas antigas era utilizada para caracterizar o esforço organizado de conduta individual; e que atualmente às vezes é utilizada em discussões para avaliar os efeitos das instituições existentes da sociedade, e usualmente utilizada em discussões públicas que por muito tempo foi considerada como "justiça distributiva". Termo que se tornou usual na época de Stuart Mill, que considerava ambos os termos como equivalentes.
O autor Stuart Mill possui cinco distinções do que seria Justiça Social, mas em quatro delas considera como sendo norma de mera conduta individual, enquanto a outra considera como resultado de fato que pode mas não necessita ser causado por decisão racional. As afirmações de Mill associam Justiça Social e Justiça Distributiva ao tratamento por parte da sociedade aos indivíduos em conformidade com os méritos morais.
	A exigência de " justiça social" é direcionada não ao indivíduo mas à sociedade em seu sentido restrito, e que de forma distinta do aparato do governo torna-se incapaz de gerir objetivos específicos, e assim torna-se uma exigência aos membros da sociedade para que se organize de modo que possam contribuir com a produção social aos vários indivíduos ou grupos. Com o supracitado, a questão fundamental passa a ser a seguinte: existe o dever moral de submissão a um poder que possa coordenar o esforço dos membros da sociedade com objetivo de obter um modelo específico de distribuição social, que seja considerado como justo?
A existência desse poder é prevista, mas a forma de como se distribuir os meios disponíveis para a satisfação das necessidades é uma questão de justiça e não de resposta de moral vigente. A maioria dos teóricos da "justiça social" defendem a ideia de atribuição de cotas iguais a todos, mas o problema principal, é se é moral que os homens sejam sujeitos aos poderes sujeitos sobre as suas ações que deveriam ser exercidos para definição dos benefícios recebidos como justos ou injustos. 
	Naturalmente existe a precisão de se admitir que o modo em que ônus e benefícios pelo mecanismo de mercado são distribuídos, deveriam ser considerados de certa maneira injustos, se ele fosse resultado de uma distribuição deliberadamente estabelecida a determinadas pessoas. Mas não é a realidade. Essas cotas são resultado de um processo que beneficia poucas pessoas, não sendo um efeito desejado e nem previsto, quando surgiram as primeiras instituições. E as mesmas continuaram a existir com a pretensão de melhora para todos ou para maior parte. A pretensão de justiça por tal processo é um absurdo, além de que escolher pessoas para gozo dessa cota é evidentemente injusto.
	Na atualidade o apelo a "justiça social" tornou-se o mais usado e eficaz nas discussões políticas, de forma que se tornou usual durante as exigências de ações governamentais em favor de grupos, onde as pessoas podem discutir sobre determinada medida mas não colocam em dúvida se esse é o padrão das ações políticas, hoje não existe personalidade política e ou movimento que não apele pela justiça social. As exigências acabam por transformaram e continua por transformar a ordem social, e a repartição de benefícios torna a sociedade mais justa e reduz a insatisfação geral. A expressão descrevia as aspirações do Socialismo que exigia ações justas por parte dos indivíduos enquanto na atualidade se transfere essa responsabilidade de justiça para as autoridades que tem o poder de comandar as pessoas. Vale ressaltar que houve a conquista da imaginação e anseios públicos por meio da justiça social. Sendo que a crença de poder alcançar a justiça social levou as pessoas a confiar no governo os poderes.
	Um tentativa de satisfazer as necessidades de um pequeno grupo do passado, mas que não tem sentido na grande sociedade de homens livres, e esse vínculo forte se incita as pessoas às boas ações será frustrante devido as tentativas de alcance à metas inacessíveis, ocasionando problemas, sobretudo destruição do ambiente necessário para desenvolvimento de valores morais tradicionais e liberdade pessoal.
	Como se tornou inaplicável o conceito de justiça social aos resultados de um processo espontâneo, leva as sociedades contemporâneas ao esforço pela independência dos indivíduos das ações governamentais, mas sem abandono das autoridades pela justiça distributiva. É de suma importância ressaltar que quantos mais os indivíduos se sujeitam às políticas de distribuição, mais se aproximam progressivamente de serem conduzidos por um sistema totalitário.
	As diferenças sociais sempre existiram e existirão, de forma que muitos souberam utilizar e otimizar essas diferenças em benefício próprio e ou de um grupo. Muitos utilizaram a expressão Justiça Social como meio de enganar, encantar e hipnotizar a massa social com a ideia de melhorias e igualdades. Durante os séculos muitos arbitraram o que é justo e injusto entre os seres humanos, entre eles as entidadese autoridades que conheciam a magia da expressão "Justiça Social", onde os mais fortes, os que detinham o poder econômico e político manobravam as massas e alcançam os objetivos particulares. Fica evidenciado a incapacidade de se alcançar uma justiça social geral, onde satisfação e se beneficie todos; de forma que se tornou um objetivo incessível que representa problemas futuros. Também se evidência que quanto mais o indivíduo se beneficia dessa justiça social, cada vez mais torna-se dependente e próximo de ser conduzido por um governo totalitário. 
A dificuldade das autoridades em satisfazer as necessidades pela justiça social, tem acarretado em políticas que visão a independência do indivíduos das ações governamentais. Como exemplo podemos citar o Brasil atual, que investiu durante anos em políticas públicas que visavam a justiça social, que durante anos possibilitou a redução de pobrezas e a possibilidade de muitos em alcançar a independência de ações governamentais (bolsa família, enem, sisu, entre outros programas de governo). Mas atualmente alguns desses se tornaram insustentáveis e acarretaram dificuldades financeiras ao governo atual, de forma que o governo tomou medidas totalitárias irrefutáveis.
REFERÊNCIAS
GIUS, Laterza. A IDEIA DE JUSTIÇA DE PLATÃO A RAWLS. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
HAYEK, Friedrich. DIREITO, LEGISLAÇÃO E LIBERDADE. São Paulo: Visão Ltda, 1985.
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