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CRIME DE COLARINHO BRANCO - CRIMINOLOGIA

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CRIME DE COLARINHO BRANCO
O termo “crime do colarinho branco” foi apresentado pela primeira vez pelo norte-americano Edwin Sutherland no início do século XX. De acordo com Edwin Sutherland, o termo foi utilizado para designar sobretudo os crimes cometidos pelos ricos e poderosos. O crime do colarinho branco se define como um delito praticado por uma pessoa respeitada e com alto status social em sua ocupação. A definição “colarinho branco” faz referência ao traje social utilizado por grandes homens de negócios, altos executivos e políticos.
Crime do colarinho branco pode ser caracterizado pela posição privilegiada do autor, à elevada condição social, o uso de informações privilegiadas, a relação da atividade criminosa com sua profissão, subornos e outras atividades praticadas principalmente por pessoas instruídas culturalmente e financeiramente. São praticados sem violência, mas que provocam estragos irreparáveis à sociedade. 
Edwin Sutherland estudou o comportamento de empresários, homens de negócios, e políticos, como autores de crimes profissionais e econômicos, o que antes não ocorria. Seu trabalho ampliou o campo de estudo saindo do universo das áreas de pobreza e de seus moradores.
Sutherland as teorias tradicionais da criminologia que culpavam a pobreza, desestruturação familiar e distúrbios de personalidade como causa principal do crime, mostrando que muitos criminosos estavam no mundo dos negócios, eram de famílias ricas e estruturadas e não tinham nenhum sinal de desvio mental
CIFRA DOURADA E CIGRA NEGRA 
As cifras negras da criminalidade podem ser compreendidas como delitos que não são comunicados as autoridades públicas. São ligados a uma “criminalidade de rua” como crimes contra a pessoa ou o patrimônio, por exemplo. 
O que mais colabora para as ocorrências das cifras negras é o fato da vítima além de ter sofrido o crime, ela tem temor de represálias dos criminosos, incredulidade no sistema, não tem o desejo de reviver todo aquele trauma novamente, como também de vergonha em ir até uma delegacia e declarar o que sofreu, preferindo assim sofrer as consequências calado ao invés de prestar tal declaração informando que veio a sofrer de um abuso sexual, violência doméstica ou algo semelhante. 
CIFRAS DOURADA 
Relaciona aos crimes que são praticados por pessoas do alto-escalão, são as infrações penais praticadas pela elite e que não são reveladas ou apuradas, envolvendo delitos tipicamente do “colarinho branco”. Encontra-se relacionado a fraudes, desvios de verbas públicas ou privadas, sonegações fiscais, que por atuarem em determinadas áreas detém de conhecimentos especializados e informações privilegiadas, fatores que maior parte da sociedade não os tem. Fator que deixa de lado a ideia do crime como de exclusividade daquelas pessoas que pertencem às classes menos favorecidas, seja por falta de recursos financeiros, moradia, saúde, educação, lazer. 
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL 
Em uma época em que o crime era explicado em termos como classe social, lares instáveis, idade, raça, localização, distúrbios mentais. Edwin Sutherland desenvolveu a teoria da associação diferencial. 
A teoria da associação diferencial expõe que o comportamento criminoso tem o seu desenvolvimento resultado da interação entre as pessoas, sobretudo íntimas, não é herdado, nem inventado, pois depende da interação com outras pessoas através de um processo de comunicação. 
A teoria é exposta por alguns pilares que dizem respeito ao processo pelo qual uma determinada pessoa ingressa no comportamento criminoso. Sendo elas:
 - O comportamento criminoso é aprendido, o que presume que este não é herdado. 
 - O comportamento criminoso é aprendido em interação com outras pessoas em
um processo de comunicação.
 - O aprendizado se dá principalmente em grupos privados. 
 - Tal aprendizagem de um comportamento criminoso inclui as técnicas as técnicas de cometimento do crime, assim como a orientação específica de motivos, impulsos, racionalizações e atitudes.
 - Os impulsos e os motivos são aprendidos por definições favoráveis
e desfavoráveis.
 - O indivíduo se torna delinquente por se exposto a uma razão fundamental justificante, é fornecido ao indivíduo razões que pareçam ser justas e justifiquem a continuidade na prática. 
 - As associações diferenciais podem variar em frequência, duração, prioridade e intensidade.
 - O processo de aprendizagem do comportamento criminoso por associação com esquemas criminosos e não criminosos envolve os mesmos mecanismos de qualquer outro processo aprendizagem.
 - O comportamento criminoso, embora constitua uma expressão de necessidades e valores gerais, não é explicado por aquelas necessidades e valores, uma vez que o comportamento não criminoso é uma expressão das mesmas necessidades e valores.
Para a teoria da associação diferencial o comportamento criminal nasce do aprendizado pelo maior contato com indivíduos que exibem a ideia de que tal comportamento apresenta aspectos mais favoráveis que desfavoráveis do que com aqueles que exibem a ideia contrária. Edwin Sutherland trouxe por meio de sua teoria, a ideia os crimes cometidos não são de exclusividade das classes menos favorecidas da sociedade, fato que vai de encontro com o pensamento da época. 
RELAÇÂO DA TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL COM OS CRIMES DO COLARINHO BRANCO 
Para explicar os crimes praticados por pessoas das elevadas classes sociais, Sutherland, toma para analise as setenta maiores empresas americanas, nos ramos da manufatura, mineração e comércio. Os resultados das pesquisas dos crimes do “colarinho branco” demonstraram que as teorias existentes não explicavam o fenômeno da criminalidade das elevadas classes sociais.
Em sua obra White Collar Crime, Sutherland tem como argumento é de que o comportamento criminoso não encontra uma explicação certa em patologias sociais. Tal comportamento habita nas relações sociais e interpessoais, ora associadas com a pobreza, ora com a riqueza, ora com ambas. O crime de colarinho branco, não pode ser justificado pelo fator pobreza, nem tampouco por qualquer das patologias sociais, o argumento é de que as pessoas situadas classes sociais superiores se envolvem em comportamento criminoso.
Na teoria da associação diferencial os crimes do colarinho branco eram transmitidos pelo mesmo processo de aprendizagem aplicado aos crimes comuns. Só que tais contatos ocorriam em grupos diferentes. O indivíduo possuía contato com pessoas bem sucedidas dentro de seu ramo profissional, que definiam o comportamento criminoso como favorável e recomendável. Tal contato colocava o indivíduo a par de todas as vantagens de cometer tais crimes e afastado das razões desfavoráveis. 
A teoria da associação diferencial surge, assim, entendendo que o comportamento criminoso se aprende com os contatos sociais, com a interação de indivíduos nos ambientes sociais e profissional. Essa teoria apesar de não apresentar um esclarecimento completo da criminalidade, é a teoria que apresenta uma melhor explicação para o crime em sua totalidade, especialmente os crimes de colarinho branco. 
CONTRIBUIÇÃO DE SUTHERLANDO PARA O DIREITO PENAL ECONÔMICO 
Edwin Sutherland estudou o comportamento de empresários que causavam grandes prejuízos aos acionistas das empresas e percebeu que esses crimes recebiam pouca atenção do público e da imprensa, em grande parte, devido ao fato de que muitos adotavam comportamentos semelhantes em suas práticas. 
Com suas pesquisas e de outras correntes criminológicas, desenvolveu-se o estudo sobre a atuação desigual e seletiva do sistema penal, fornecendo uma nova visão sobre o fenômeno criminal e exibindo a sua presença em todas as esferas e grupos sociais. 
A partir das discussões sobre o conceito de crimes do colarinho branco surgiu outras denominações como, por exemplo, crime ocupacional, crime econômico, delito das corporações, crimes de empresa, crimes financeiros, dentre outros. 
As pesquisas de Edwin Sutherland podemser consideradas importantes para o Direito Penal Econômico por ser uma área destinada a estudar não apenas os crimes relacionados diretamente com a ordem econômica, mas todos os delitos que pudessem ser classificados como “típicos dos engravatados e endinheirados”. Atualmente, é mais adequado definir o Direito Penal Econômico como o ramo que estuda uma categoria de crimes que ocorrem nas relações comerciais ou na atividade empresarial, praticados pelos administradores, diretores ou sócios, geralmente de forma não violenta e envolvendo fraude ou violação da relação de confiança.

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