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Breve Análise da trilha musical do filme Metropolis (1927)

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Metrópolis(1927) Diretor: Fritz Lang. Compositor: Gottfried Huppertz
Analisar a trilha musical de um filme “mudo” é quase como falar sobre o roteiro do mesmo ( ao invés das falas [sonoras] temos a música). Metrópolis é uma das mais célebres obras do expressionismo alemão e do cinema em geral. A produção megalomaníaca do diretor Fritz Lang tem o orçamento de US$ 16,5 milhões (valor atual), quase 3 horas de duração, e um score excepcional escrito por Gottfried Huppertz. 
O filme conta a história de uma cidade em um futuro não muito distante aonde existe uma divisão reacionária entre a classe operária (mãos) - que vivem abaixo da cidade - e a classe mais alta (cabeça) - que vivem muito acima, em um local conhecido como “Clube dos Filhos”. Os metais são predominantes no ambiente das “mãos”, a cena de abertura nos apresenta as máquinas trabalhando a todo vapor e, com esse vislumbre, uma música frenética acompanha as cenas criando pontuações com as imagens da tela e até um pequeno Mickey-mousing acompanhando o ponteiro do relógio, e logo depois os alarmes da “cidade dos trabalhadores”. Com o passar das cenas se percebe um pequeno padrão (nem sempre constante) no uso das texturas: os trabalhadores são representados pelo som forte dos metais, enquanto os “filhos” aparecem sob o som estridente e melódico das cordas - exceção a momentos de caráter psicológico onde existe uma combinação entre os dois tipos de som. 
O plot começa a se desenvolver quando Freder, filho de Joh Fredersen (dono da cidade), se apaixona pela operária Maria (que se mostra uma espécie de profeta para os trabalhadores). Então Freder desce até as máquinas a procura de Maria, e o que se ouve são cordas graves servindo de base para metais mais agudos representando perfeitamente alguém da alta classe em meio aos operários: um “cabeça” em meio as “mãos”. Pouco tempo depois Maria fala aos operários, em uma espécie de culto, a seguinte frase: “O mediador entre o cabeça e as mãos deve ser o coração”. Essa frase aponta Freder como tal mediador, assim a mistura dos metais com as cordas ganha mais sentido.
Joh Fredersen descobre que seus trabalhadores estão se reunindo nessa espécie de culto e recorre ao cientista Rotwang, criador de um homem-máquina feito para ter a aparência humana. Essa cena é ambientada a partir da informação que Fredersen e Rotwag amavam a mesma mulher, a escolha musical é uma mistura dramática de cordas e pequenas incisões de metais. A ideia é dar a aparência de Maria para robô e fazer com que os trabalhadores parem de seguir ela, nisso se inicia uma perseguição (cheia de simbolismos) onde Rotwag tenta sequestrar a profeta. Por volta dos 63 minutos vemos Maria estática por alguns segundos, na mesma posição da “Estatua da Liberdade” (importante lembrar do proposito dela (Maria) com os trabalhadores), quase uma hora depois no que foi chamado de “Climax”, A androide (já com a aparência de Maria) comanda uma revolução violenta junto aos trabalhadores, e então, aos exatos 01:44:32 um trompete soa revelando o tema inicial da música nesse momento: as primeiras notas do hino da França (Maselhesa) fazendo assim um comentário que complementa a cena e afirmando as rimas visuais criadas com a personagem.
A trilha do filme se resume aos elementos da orquestra moderna. Uma trilha com muito uso de características físicas e psicológicas da musica para pontuar o subliminar e os acontecimentos concretos das cenas. Toda ação do filme é pontuada e não foge da ideia inicial: Cenas rápidas, musicas rápidas. Cenas lentas, músicas lentas. O grande suprassumo é que o filme não tem silêncio, o espectador é presenteado com duas horas e meia de música, fazendo com que pareça que a música dita o filme e não ao contrário.

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