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Contestação Trabalhista OAB XXIV

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1 
 
 
 
 
 
 
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2 
Respostas do Reclamado 
 
1. MODALIDADES DE RESPOSTAS DO RÉU 
 
São respostas do réu: 
• CONTESTAÇÃO; 
• EXCEÇÃO. 
 
2. CONTESTAÇÃO 
O endereçamento e a qualificação sempre serão os primeiros passos de qualquer petição, sendo o conteúdo da con-
testação composto por preliminares, prejudiciais de mérito, mérito e requerimentos finais. 
 
2.1. Estrutura completa da contestação 
 
Segue modelo da contestação: 
 
AO DOUTO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DE ________. 
Processo n° 
NOME DO RECLAMADO, qualificação e endereço completos, vem, respeitosa-
mente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante as-
sinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, 
onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 847 da CLT, OFE-
RECER: 
CONTESTAÇÃO 
à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO RECLAMANTE, já qualifi-
cado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – PRELIMINAR 
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 
a) Prescrição Bienal; 
b) Prescrição Quinquenal. 
III – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, já que o mérito depende da pro-
posta). 
01. PEDIDO FORMULADO PELO AUTOR 
§ 1o Fato. O Reclamante postulou... 
§ 2o Fundamento. Não assiste razão ao Reclamante, pois... 
§ 3o Pedido. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do Re-
clamante. 
IV – RECONVENÇÃO (a reconvenção é o pedido formulado pelo réu, contra o 
autor, na própria contestação – art. 343 do CPC). 
 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em espe-
cial o depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confissão. 
 
 
 
 
 
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3 
Por fim, requer o acolhimento da preliminar de mérito para ___ sucessiva-
mente, o acolhimento da prejudicial de mérito para ___ e, sucessivamente, 
no mérito, a improcedência dos pedidos formulados pelo autor, conde-
nando-o no pagamento de custas processuais e a procedência do pedido 
reconvencional (se for o caso). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB no 
 
Segue análise detalhada dos tópicos da contestação 
 
2.2. Endereçamento 
Na contestação, o endereçamento da peça deve ser feito ao juízo em que está tramitando a ação, como no exemplo 
abaixo: 
 
AO DOUTO JUÍZO ___ VARA DO TRABALHO DE ___ 
 
2.3. Qualificação 
Apesar de o Reclamado já estar qualificado na inicial, a contestação é a sua primeira manifestação nos autos, de modo 
que deve trazer sua qualificação. Caso o problema não forneça os dados, não invente. Coloque entre vírgulas, “qua-
lificação e endereço completos”. Na hipótese de o problema fornecer os dados apenas de forma parcial, indique os 
fornecidos pela prova e acrescente “qualificação e endereço completos”. 
 
Dispensa-se a qualificação completa do Reclamante, a qual será substituída pela expressão “já qualificado nos autos 
em epígrafe”. 
 
Ainda, na qualificação, deverá ser inserido o fundamento legal da peça processual. A contestação, no Processo do 
Trabalho, está positivada no artigo 847 da CLT, in verbis: 
Art. 847 da CLT. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da recla-
mação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
 
Exemplo: 
 
NOME DO RECLAMADO, qualificação e endereço completos, vem, respeitosa-
mente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante as-
sinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, 
onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 847 da CLT, OFE-
RECER: 
CONTESTAÇÃO 
à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO RECLAMANTE, já qualifi-
cado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
Ou 
 
 
 
 
 
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4 
NOME DA RECLAMADA (completo, sem abreviações e em caixa alta), pessoa 
jurídica de direito privado (pessoa física; fundação pública ou privada etc.), ins-
crita no CNPJ sob o no, usuário do endereço eletrônico ..., estabelecida no en-
dereço completo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por inter-
médio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório 
profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com 
fulcro no artigo 847 da CLT, OFERECER 
CONTESTAÇÃO 
à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO RECLAMANTE, já qualifi-
cado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e pelos fundamentos de direito 
a seguir expostos. 
 
2.4. Preliminares 
A preliminar da contestação versa sobre os aspectos processuais, trata-se de defesa processual. 
Assim, segue procedimento de pensamento: 
 
Problema no 
processo 
 
Preliminares 
de mérito 
 
Arts. 337 do 
CPC e 
852-B da CLT. 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enume-
radas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica acei-
tação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 852-B da CLT. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; 
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar 
de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
§ 1o O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da recla-
mação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. 
§ 2o As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-
 
 
 
 
 
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5 
se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
 
Encontrada a hipótese no artigo 337 do CPC ou no artigo 852-B, incisos I e II, da CLT, é certo que haverá preliminar, 
resta, portanto, saber o que pedir. 
 
As preliminares de mérito classificam-se em dilatórias e peremptórias. Enquanto as dilatórias não visam à extinção do 
processo; as peremptórias possuem esse objetivo. Aquelas são a maioria. 
Tratam de exceções dilatórias a conexão e continência (art. 337, VIII, do CPC) e a incapacidade de parte ou 
irregularidade de representação (art. 337, IX, do CPC). O artigo 337, VIII, do CPC refere-se apenas à conexão, 
entretanto, esta compreende também a continência. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for 
comum o objeto ou a causa de pedir (art.55 do CPC). Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que 
há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das 
outras (art. 56 do CPC). Nestes casos, demanda-se a reunião de ações propostas em separado, a fim de que 
sejam decididas simultaneamente. 
 
As preliminares de mérito levam à extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485 do CPC : 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competên-
cia; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 
(cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor 
será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do 
réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para 
retratar-se. 
 
Atente-se para o fato de que o pedido de extinção pode se referir ao processo como um todo, ou apenas a um 
ou alguns pedidos, ou ainda um ou alguns réus, como veremos nos exemplos a seguir. 
Para o estudo das preliminares é importante ressaltar os pressupostos processuais: 
 
Existência Validade 
• Petição Inicial; 
• Jurisdição; 
• Citação; 
• Capacidade de ser parte (pessoa 
ou ente despersonalizado). 
• Apta; 
• Juiz imparcial e competente; 
• Válida; 
• Capacidade processual. 
 
 
 
 
 
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Os pressupostos de existência e de validade são denominados pressupostos de constituição (existência) e de desen-
volvimento válido e regular do processo (validade e específicos). A ausência de qualquer deles implica a extinção do 
processo sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, IV, do CPC. 
 
2.4.1. Nulidade de citação 
Para a validade do processo é indispensável a citação do réu (art. 239 do CPC). 
 
A citação no Processo do Trabalho chama-se notificação e é realizada, em regra, via postal com aviso de recebimento. 
Se o réu criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado far-se-á a notificação por edital, inserto em jornal 
oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede do Juízo. 
 
Entre a data do recebimento da notificação e a data da audiência deve decorrer o prazo mínimo 5 dias para elaboração 
da defesa. Caso inobservado, a citação, embora existente, será declarada nula. 
 
Na prova, caso o problema indique que não foi observado o prazo mínimo de 5 dias para elaboração da defesa, o 
candidato deverá abrir uma preliminar de nulidade de citação e requerer que seja decretada a nulidade da notificação 
e redesignada a data da audiência, com a observância do prazo mínimo de 5 dias para a elaboração da defesa, à luz 
do artigo 234, § 1°, do CPC. 
 
Para melhor identificação dos fundamentos é preciso analisar os seguintes artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enume-
radas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica acei-
tação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 841 da CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, 
remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à 
audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
§ 1o A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não 
for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na 
falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. 
§ 2o O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior. 
 
Art. 239 do CPC. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipó-
teses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
 
 
 
 
 
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§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta 
data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I – conhecimento, o réu será considerado revel; 
II – execução, o feito terá seguimento. 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competên-
cia; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 
(cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quantoao inciso III, o autor 
será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do 
réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para 
retratar-se. 
 
Art. 330 do CPC. A petição inicial será indeferida quando: 
I – for inepta; 
II – a parte for manifestamente ilegítima; 
III – o autor carecer de interesse processual; 
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1º Considera-se INEPTA a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de aliena-
ção de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas 
que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. 
 
Segue exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Nulidade de citação 
A notificação citatória foi recebida pelo Reclamado em 25.08.2010, informando-
o da audiência designada para o dia 28.08.2010, logo, entre a data do recebi-
mento da notificação e data da audiência decorreram-se tão somente 3 (três) 
 
 
 
 
 
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dias. (Fato) 
Segundo estabelece o artigo 841 da CLT, o Reclamado será notificado para 
comparecer à audiência “… que será a primeira desimpedida depois de 5 (cinco) 
dias”, ou seja, entre a data do recebimento da notificação e a data da audiência 
deve decorrer um prazo mínimo de 5 (cinco) dias para elaboração da defesa, o 
qual não foi observado. Feriu-se, portanto, o direito de defesa do réu, consubs-
tanciado no artigo 5°, LV, da CF. 
Esclarece-se que a nulidade de citação é matéria que deve ser tratada em pre-
liminar de contestação, nos moldes do artigo 337, I, do CPC. (Fundamento) 
Diante do apresentado, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, 
com base no artigo 485, IV, do CPC e, sucessivamente, que seja declarada a 
nulidade da notificação e redesignada a audiência, observando-se o prazo mí-
nimo de 5 (cinco) dias para a elaboração da defesa, fundamentado no artigo 
239, § 1º, do CPC. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a aná-
lise dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
2.4.2. Inépcia da petição inicial 
A petição inicial será inepta nas hipóteses descritas no artigo 330, § 1º, do CPC. Confira: 
 
Art. 330, § 1º, do CPC. Considera-se INÉPTA a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
Em preliminar de contestação deve-se arguir a inépcia da petição inicial (art. 337, IV, do CPC) e postular-se a extinção 
do processo sem resolução do mérito por indeferimento da petição inicial, uma vez que a inépcia é uma das causas 
de indeferimento, nos termos dos artigos 485, I, e 330, I, do CPC. Com esse pedido, estamos requerendo ao juiz que 
indefira a petição desde logo. Caso, entretanto, ele não o faça já no início do processo, adiante devemos requerer que 
o processo seja extinto sem resolução do mérito por falta de um dos pressupostos de constituição e de desenvolvi-
mento válido e regular do processo, à luz do artigo 485, IV, do CPC. 
 
Para melhor identificação dos fundamentos é preciso analisar os seguintes artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
 
 
 
 
 
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X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 330 do CPC. A petição inicial será indeferida quando: 
I – for inepta; 
II – a parte for manifestamente ilegítima; 
III – o autor carecer de interesse processual; 
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se INEPTA a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação,a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
Segue exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
 
 
 
 
 
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10 
1. Inépcia da petição inicial 
Na petição inicial da reclamatória trabalhista consta o pedido de condenação do 
reclamando ao pagamento de indenização por danos morais, sem a indicação 
de qualquer causa de pedir. (Fato) 
Segundo estabelece o artigo 330, § 1º, do CPC, a petição inicial será inepta 
quando lhe faltar o pedido ou causa de pedir. Quanto ao pedido de indenização 
por danos morais, a petição inicial apresenta apenas o pedido, estando ausente 
a causa de pedir, sendo, portanto inepta neste particular. 
Esclarece-se que a inépcia da petição inicial é matéria que deve ser tratada em 
preliminar de contestação, com base no artigo 337, IV, do CPC (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, com 
base nos artigos 485, I, e 330, I, do CPC) (indeferimento da petição inicial) e, 
sucessivamente, nos termos do artigo 485, IV, do CPC (ausência de pressu-
postos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo), 
quanto ao pedido de indenização por danos morais. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise 
dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
2.4.3. Perempção 
Trata-se de impedimento temporário de ajuizar reclamação trabalhista com a mesma causa de pedir e pedidos da(s) 
ajuizada(s) anteriormente, pelo prazo de 6 meses. As hipóteses de perempção no Processo do Trabalho são diferentes 
das do Processo Civil e estão previstas nos artigos 731 e 732 da CLT. Veja: 
 
Art. 731 da CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabe-
lecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo 
prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
 
Art. 732 da CLT. Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa 
ao arquivamento de que trata o art. 844. 
 
A perempção deve ser tratada em preliminar de contestação (art. 337, VI, do CPC) e postulada a extinção do processo 
sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, V, do CPC. 
 
Para melhor identificação dos fundamentos é preciso analisar os seguintes artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
 
 
 
 
 
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11 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 485 do NCPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
Segue exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Perempção 
João ajuizou reclamação trabalhista em face de seu antigo empregador Joa-
quim, tendo sido designada audiência para o dia 21.09.2009. Em razão do não 
comparecimento do autor, o processo foi extinto sem resolução do mérito. Cinco 
dias depois, o autor ajuizou novamente a mesma reclamatória trabalhista, que 
foi distribuída para a mesma Vara do Trabalho, que designou nova audiência 
para o dia 15.01.2010. Apesar de regularmente notificado, mais uma vez o autor 
faltou injustificadamente em audiência, sendo novamente extinta a reclamatória. 
 
 
 
 
 
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12 
Trinta dias depois da extinção, o autor ajuizou pela terceira vez a mesma recla-
mação trabalhista, a qual se contesta. (Fato) 
Segundo estabelecem os artigos 732 e 844 da CLT, incorrerá na pena de perda 
do direito de ajuizar nova reclamação trabalhista pelo prazo de 6 (seis) meses 
aquele que, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento da reclama-
tória trabalhista por não comparecer em audiência, sendo, no Processo do Tra-
balho, esta uma das hipóteses de perempção. Esse é exatamente o caso do 
autor, pois o mesmo não compareceu nas audiências designadas para os dias 
21.09.2009 e 15.01.2010. Apesar de não poder ajuizar nova reclamação traba-
lhista pelo período de 6 (seis) meses, depois de decorridos apenas 30 (trinta) 
dias ajuizou a presente reclamatória trabalhista. 
Esclarece-se que a perempção é matéria que deve ser tratada em preliminar de 
contestação, à luz do artigo 337, V, do CPC. (Fundamento) 
Diante disso, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos mol-
des do artigo 485, V, do CPC. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise 
dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova.Quanto à perempção destaca-se a questão no 2 do V Exame de Ordem – OAB/FGV 2011.2. 
(OAB/FGV – V EXAME DE ORDEM – QUESTÃO 2) Reginaldo ingressou com ação contra seu antigo empre-
gador, e, por não comparecer em audiência, o feito foi arquivado. Trinta dias após, ajuizou nova ação com os 
mesmos pedidos, mas dela desistiu porque não mais nutria confiança em seu advogado, o que foi homologado 
pelo magistrado. Contratou um novo profissional e, 60 (sessenta) dias depois, demandou novamente, mas, por 
não ter cumprido exigência determinada pelo juiz para emendar a petição inicial, o feito foi extinto sem resolução 
do mérito. Com base no relatado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados 
e a fundamentação legal pertinente ao caso. Para propor uma nova ação, Reginaldo deverá aguardar algum 
período? Em caso afirmativo, qual seria? (Valor: 0,65) Quais são as hipóteses que ensejam a perempção no 
Processo do Trabalho? (Valor: 0,60). 
 
Espelho de correção 
 
Quesitos avaliados 
Valores 
possíveis 
Nota 
a) Não, pois não ocorreram 2 arquivamentos, o que 
afasta a perda do prazo de 6 meses do direito de 
reclamar perante a JT OU porque não ocorreram 2 
arquivamentos decorrentes de ausência do 
reclamante à audiência (CLT, art. 732), OU porque só 
ocorreu 1 arquivamento, tendo as outras extinções 
derivado de outros motivos (0,40), conforme art. 732, 
CLT (0,25) Não há pontuação para a mera indicação 
da base legal ou jurisprudencial. 
0,00 / 0,40 / 
0,65 
 
 
 
 
 
 
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13 
b) Quando o reclamante dá causa a 2 arquivamentos 
por ausência à audiência inaugural (0,25), com base 
no art. 732 da CLT (0,05) e quando distribui 
reclamação verbal, mas não comparece à Secretaria 
da Vara, em 5 dias, sem justificativa, para reduzi-la a 
termo (0,25), conforme art. 731 da CLT (0,05). Não 
há pontuação para a mera indicação da base legal 
ou jurisprudencial 
0,00 / 0,25 
/0,30 / 0,50 
/0,55 / 0,60 
 
 
2.4.4. Ilegitimidade e falta de interesse processual 
A legitimidade da parte, em regra, ocorre quando o autor da ação é o titular do direito material postulado. Verifica-se 
in abstracto, a partir das afirmações do autor. Assim, se o autor alegar que foi contratado por um empreiteiro, o qual 
foi contratado pelo dono da obra (pessoa física), alegando que aquele – empreiteiro – não lhe pagou as verbas resci-
sórias e venha a postulá-las em juízo, o dono da obra será parte ilegítima a figurar no polo passivo da referida recla-
matória. Isso porque se considerarmos verdadeiro o que disse o autor, o dono da obra é pessoa física e quem inadim-
pliu as verbas rescisórias foi o empreiteiro. Então, fundamentado na OJ no 191 da SDI-1 do TST, o dono da obra não 
responde nem de forma solidária, nem de forma subsidiária pelas obrigações contraídas pelo empreiteiro, salvo 
quando este for construtora ou incorporadora. Fundamentado nas alegações do Reclamante, o dono da obra jamais 
responderia pelas obrigações assumidas pelo empreiteiro, razão pela qual é parte ilegítima a figurar no polo passivo 
da demanda. 
 
Situação diversa é aquela em que o autor alega que o dono da obra é uma construtora e postula a condenação do 
empreiteiro e do dono da obra ao pagamento das verbas rescisórias. Nesse caso, o dono da obra é parte legítima, 
pois se considerarmos verdadeiro o que disse o autor, este pode ser responsabilizado. É no mérito que devemos 
argumentar que, na verdade, trata-se de uma pessoa física, requerendo que o pedido seja julgado improcedente em 
relação a ele. 
Ressalte-se que a OJ no 191 da SDI-1 do TST foi alterada em maio de 2011, passando a ter a seguinte redação: 
OJ no 191 da SDI-1 do TST. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPON-
SABILIDADE (nova redação) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. Diante da inexistência de previ-
são legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja 
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da 
obra uma empresa construtora ou incorporadora. 
 
A legitimidade pode ser ordinária ou extraordinária. É ordinária quando o autor postula em nome próprio direito próprio, 
e, extraordinária quando alguém, autorizado por lei, postula em nome próprio direito alheio. 
 
Art. 18 do CPC. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento 
jurídico. 
Quanto à legitimação extraordinária, destaca-se a autorização conferida pelo artigo 8°, III, da CF, para o sindicato 
defender, judicial e administrativamente, os direitos e interesses individuais e coletivos da categoria. 
 
O Supremo Tribunal Federal vem defendo a ampla legitimidade ativa ad causam dos sindicatos, como substitutos 
processuais das categorias que representam a defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais de seus repre-
sentantes. 
 
Oportuno destacar a ilegitimidade do empregador para responder pelo pagamento da indenização quando a extinção 
da empresa decorrer de “FATO DO PRÍNCIPE”, pois conforme estabelece o artigo 486 da CLT, em ocorrendo parali-
sação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela 
promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indeniza-
ção, que ficará a cargo do governo responsável. 
 
Na hipótese de ilegitimidade de parte, o juiz pode indeferir desde logo a petição inicial (art. 330, II, do CPC) ou reco-
nhecê-la apenas ao proferir a sentença. Em todos os casos, o processo será extinto sem resolução do mérito. No 
primeiro deles, com fundamento nos artigos 485, I, e 330, II, do CPC (indeferimento da petição inicial), no segundo, 
 
 
 
 
 
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14 
com fundamento no artigo 485, VI, do CPC (por ilegitimidade de parte). Verifique os artigos referidos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 485 do NCPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegaçãode existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
Art. 330 do NCPC. A petição inicial será indeferida quando: 
I – for inepta; 
II – a parte for manifestamente ilegítima; 
III – o autor carecer de interesse processual; 
 
 
 
 
 
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15 
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se INEPTA a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de 
alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contra-
tuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. 
 
Segue exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Ilegitimidade da parte 
O autor alega que foi contrato pelo empreiteiro, sr. João, que havia sido contra-
tado pelo dono da obra, pessoa física, sr. Joaquim, para construção de seu imó-
vel residencial. Alega, também, que não recebeu do empreiteiro diversas verbas 
trabalhistas e assim ajuizou a presente reclamação trabalhista contra o emprei-
teiro e contra o dono da obra, ora contestante. (Fato) 
A legitimidade de partes verifica-se a partir das alegações do autor que, embora 
alegue que tenha sido contratado pelo empreiteiro e que este não tenha quitado 
suas verbas trabalhistas, ajuíza a reclamação trabalhista também contra o dono 
da obra. 
Segundo a OJ no 191 da SDI-1 do TST, o dono da obra, na construção civil, não 
responde nem de forma solidária, nem de forma subsidiária, pelas obrigações 
contraídas pelo empreiteiro, salvo se for construtora ou incorporadora, o que não 
é o caso, como menciona o próprio autor. 
Esclarece-se que a ilegitimidade de parte deve ser tratada em preliminar de con-
testação, nos termos do artigo 337, XI, do CPC. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, à 
luz dos artigos 485, I, e 330, II, do CPC (indeferimento da petição inicial) e, 
sucessivamente, com fulcro no artigo 485, VI, do CPC, em relação ao sr. Joa-
quim (dono da obra). 
Posteriormente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise 
dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
O interesse processual caracteriza-se pelo trinômio: necessidade-utilidade-adequação. O processo deve ser neces-
sário para que o autor obtenha o bem da vida vindicado; deve ser útil para que o Reclamante alcance o bem pretendido, 
visto que o exercício do direito de ação somente pode ser exercido quando houver lesão ou perigo de lesão e, por fim, 
o meio processual escolhido deve ser o adequado a proporcionar a pretensão do autor. 
 
 
 
 
 
 
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O professor Carlos Henrique Bezerra Leite1 cita como exemplo de falta de interesse processual, o empregador que 
ajuíza a ação de inquérito para apuração de falta grave de empregado não portador de estabilidade. Ora, o empre-
gado não estável pode ser despedido por justa causa sem necessidade de autorização judicial (sentença constitutiva 
negativa) para pôr termo à relação empregatícia. Disso resulta que não há interesse processual do autor para invocar 
a máquina judiciária a fim de obter algo que ele poderia conseguir diretamente, isto é, sem a necessidade da prestação 
jurisdicional do Estado. 
 
Outro exemplo de falta de interesse processual seria o do servidor celetista que, em vez de ajuizar ação trabalhista 
em face do empregador, pessoa jurídica de direito público interno, visando a sustar um desconto que reputa ilegal no 
seu salário, impetra mandado de segurança contra o ato da autoridade administrativa. Ora, a ação escolhida pelo 
autor é inadequada ao fim colimado, resultando na caracterização da ausência de interesse processual. 
 
Podemos dizer ainda que nos dissídios coletivos de natureza econômica, a ausência da tentativa de negociação 
coletiva antes o seu ajuizamento implica falta de interesse processual do sindicato suscitante, nos moldes do artigo 
114, § 2°, da CF combinado com o artigo 485, VI, do CPC. Isso porque, enquanto não esgotada a possibilidade de 
negociação coletiva, o sindicato não terá necessidade de invocar a tutela jurisdicional para resolver o conflito. 
 
Por ausência de interesse processual, o juiz pode indeferir desde logo a petição inicial (art. 330, III, do CPC) ou reco-
nhecê-la apenas ao proferir a sentença. Em ambos os casos, o processo será extinto sem resolução do mérito. No 
primeiro deles, com fundamento nos artigos 485, I, e 330, III, do CPC (indeferimento da petição inicial) e no segundo, 
com fulcro no artigo 485, VI, do CPC (por falta de interesse processual) 
 
Confira os referidos artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;1 BEZERRA LEITE, Carlos Henrique, op. cit., 8. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 307. 
 
 
 
 
 
 
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17 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
Art. 330 do CPC. A petição inicial será indeferida quando: 
I – for inepta; 
II – a parte for manifestamente ilegítima; 
III – o autor carecer de interesse processual; 
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se INEPTA a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de 
alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contra-
tuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. 
 
 
Segue exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Falta de interesse processual 
Afirmando não ter recebido todas as verbas rescisórias, ex-empregado ajuíza 
ação de consignação em pagamento, visando a que as verbas rescisórias sejam 
imediatamente depositadas em juízo. (Fato) 
Tendo em vista que a ação de consignação em pagamento é uma ação de pro-
cedimento especial, cabível para o devedor ou terceiro requerer, com efeito de 
pagamento, o depósito da quantia ou da coisa devida (arts. 539 e seguintes do 
 
 
 
 
 
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18 
CPC), o autor não elegeu o meio adequado para a obtenção das verbas postu-
ladas. O meio processual correto neste caso seria uma reclamação trabalhista. 
Esclarece-se que o interesse é matéria que deve ser tratada em preliminar de 
contestação, com base no artigo 337, XI, do CPC. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos 
termos dos artigos 485, I, e 330, III, do CPC (indeferimento da petição inicial) e 
com fulcro no artigo 485, VI, do CPC (falta de interesse processual). Sucessiva-
mente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise dos de-
mais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
2.4.5. Incompetência absoluta 
A incompetência será absoluta quando se tratar de incompetência em razão da matéria, pessoa ou funcional. A 
competência material da justiça do Trabalho está praticamente definida no artigo 114 da CF, muito embora em seu 
inciso IX conste que a lei poderá atribuir à Justiça do Trabalho competência para julgar outras controvérsias decorren-
tes das relações de trabalho. A competência funcional diz respeito à distribuição das atribuições acometidas aos 
diferentes órgãos da Justiça do Trabalho. A inobservância das regras que estabelecem tal distribuição (a Constituição, 
as leis processuais e os regimentos internos dos Tribunais Trabalhistas) leva a incompetência funcional, que é absoluta 
e, portanto, deve ser arguida em preliminar de contestação. 
 
Ressalte-se que na ADI 3.395, o STF suspendeu toda e qualquer interpretação dada ao artigo 114, I, da CF, que inclua 
na competência da Justiça do Trabalho as ações que sejam instauradas entre o poder público e seus servidores 
estatutários ou que possuam com ele regime jurídico administrativo (temporário – art. 37, IX, da CF). Consequente-
mente, a Justiça do Trabalho não é competente para julgar as demandas entre estatutários e os temporários e 
o poder público. 
 
Os servidores celetistas da administração direta e indireta demandam na Justiça do Trabalho. Já os demais servidores 
(estatutários ou temporários), se federais, demandarão na Justiça Federal; se estaduais ou municipais, na Justiça 
Estadual. 
 
A Justiça do Trabalho também é incompetente para julgar as ações penais (ADI 3.684) e as ações de execução de 
cobrança de honorários de profissionais liberais (Súmula no 363 do STJ). Veja a súmula: 
Súmula no 363 do STJ. Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional 
liberal contra cliente. 
 
Saliente-se que, à luz do item I da Súmula no 368 do TST, a Justiça do Trabalho é incompetente para execução de 
contribuições sociais incidentes sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. 
A Constituição no artigo 114, em seu inciso VIII, estabelece que compete à Justiça do Trabalho executar de ofício as 
contribuições sociais previstas no artigo 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que 
proferir. 
 
Art. 114, VII, da CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...) VIII – a execução, de ofício, das contribuições 
sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (...) 
Em consonância com a Constituição, a CLT, em seu artigo 876, parágrafo único, estabelece que compete à Justiça 
do Trabalho executar de ofício as contribuições sociais incidentes sobre a condenação ou homologação de acordo, 
inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. 
 
Art. 876 da CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os 
 
 
 
 
 
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acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os 
termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida 
neste Capítulo. 
Parágrafo único. Serão executadas ex officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida 
pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários 
pagos durante o período contratual reconhecido. 
 
O Tribunal Superior do Trabalho, acompanhando o posicionamento do STF, entretanto, entende que compete à Justiça 
do Trabalho executar apenas as contribuições sociais incidentes sobre as sentenças condenatórias em pecúnia esentenças homologatórias de acordo, portanto, não é competente para a execução das contribuições sociais incidentes 
sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido (Súmula no 368, I, do TST). Logo, à Justiça do 
Trabalho não compete a execução das contribuições decorrentes de sentenças que apenas reconhecem o vínculo de 
emprego ou, ainda, julgar o pedido de contribuição referente aos salários pagos durante o período contratual reconhe-
cido. 
 
Atente-se para o teor da Súmula no 368 do TST: 
Súmula no 368 do TST. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO 
PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 
16.04.2012) – Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012. I – A Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das con-
tribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de contribuição. 
 
A incompetência absoluta deve ser arguida em preliminar de contestação (art. 337, II, do CPC) e o pedido deve ser de 
extinção do processo sem resolução do mérito, nos moldes do artigo 485, IV, do CPC e remessa dos autos para o 
juízo competente. Observe o artigo: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
 
 
 
 
 
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IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
A incompetência da Justiça do Trabalho para a execução das contribuições incidentes sobre os salários pagos durante 
o período contratual foi cobrada na contestação do Exame de Ordem Unificado 2011.3 (VII Exame de Ordem Uni-
ficado). 
 
Na proposta constou: “… Por fim, disse que o reclamado não efetuou o reconhecimento dos depósitos do FGTS e das 
contribuições previdenciárias relativas a todo o perigo do contrato de trabalho (...). Diante do acima exposto, postula: 
(…) g) o recolhimento das contribuições previdenciárias referentes a todo período contratual.” 
 
Quesitos avaliados 
Notas 
possíveis 
Nota 
Preliminar de incompetência absoluta da Justiça do 
Trabalho – Incompetência absoluta do pedido de 
recolhimento das contribuições previdenciárias de todo 
o período contratual (0,25). Indicação do art. 114, VII, da 
CF OU da Súmula no 368, I, do TST (0,25). 
0,00 / 
0,25 / 
0,50 
 
 
Seguem exemplos: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Incompetência absoluta da Justiça do Trabalho 
A Reclamante postulou a condenação do Reclamado ao pagamento de contri-
buições previdenciárias relativas a todo o período do contrato de trabalho. (Fato) 
A Justiça do Trabalho é incompetente para a execução das contribuições previ-
denciárias incidentes sobre os salários pagos durante o período contratual. Com 
base no artigo 114, VIII, da CF, compete à Justiça do Trabalho a execução das 
contribuições sociais previstas no artigo 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir. Assim, conforme estabelece a Súmula 
 
 
 
 
 
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no 368, I, do TST, a competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das 
contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia 
que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário 
de contribuição. 
Esclarece-se que a incompetência absoluta é matéria que deve ser tratada em 
preliminar de contestação, nos termos do artigo 337, II, do CPC. (Fundamento) 
Diante do apresentado, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, 
à luz do artigo 485, IV, do CPC, quanto ao pedido de recolhimento das contribui-
ções previdenciárias relativas ao período contratual reconhecido. (Pedido) 
 
Segue outro exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Incompetência absoluta da Justiça do Trabalho 
O autor, servidor estatutário da União, ajuíza reclamação trabalhista contra esta, 
postulando verbas de natureza estatutária. (Fato) 
Por força da ADI 3.395, que suspendeu qualquer interpretação dada ao artigo 
114, I, da CF, que inclua na competência da Justiça do Trabalho as ações que 
sejam instauradas entre o poder público e seus servidores estatutários, a Justiça 
do Trabalho é incompetente para julgar tal demanda. 
Esclarece-se que a incompetência absoluta é matéria que deve ser tratada em 
preliminar de contestação, nos moldes do artigo 337, II, do CPC (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, com 
base no artigo 485, IV, do CPC, e a remessa dos autos à Justiça Federal, tendo 
em vista que o autor é servidor público federal. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise 
dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dosparágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
2.4.6. Capacidade de ser parte e processual (para estudar em casa) 
Todos os sujeitos de direito possuem capacidade de ser parte, mas apenas os que possuem capacidade civil apre-
sentam também capacidade processual. A capacidade processual de estar em juízo é adquirida, em regra, pelo em-
pregado aos 18 anos. Os que não possuem capacidade civil, ou seja, os incapazes, serão representados ou assistidos 
por seus pais, tutores ou curadores. A ausência de regularidade de representação deve ser arguida em preliminar de 
contestação, devendo o réu postular que o juiz assinale prazo para que a parte sane a omissão, sobe pena de extinção 
do processo sem resolução do mérito (art. 76, caput e § 1º, I, do CPC, bem como o art. 485, VI, do CPC). 
 
Art. 76 do CPC. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspen-
derá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor; (...) 
 
2.4.7. Litispendência e coisa julgada (para estudar em casa) 
 
 
 
 
 
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Quanto à litispendência e à coisa julgada, os §§ 3º e 4º do artigo 337 do CPC as distingue da seguinte maneira: “Há 
litispendência, quando se repete ação que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida 
por decisão transitada em julgado”. Essas duas hipóteses devem ser arguidas em preliminar de contestação e em 
ambas deve ser requerida a extinção do processo com fundamento no artigo 485, V, do CPC. Verifique os artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
I – PRELIMINAR 
 
 
 
 
 
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1. Coisa julgada 
O Reclamante ajuizou reclamação trabalhista em 01.02.2011, postulando horas 
extras e adicional de periculosidade em face deste Reclamado. Os pedidos fo-
ram julgados totalmente improcedentes, ocorrendo o trânsito em julgado da de-
cisão. Em fevereiro de 2012, o Reclamante ajuizou a mesma reclamação traba-
lhista, com a mesma causa de pedir e pedidos, contra o mesmo ex-empregador. 
(Fato) 
Nos termos do artigo 337, § 1º e 4o, do CPC, há coisa julgada quando se repete 
ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso, como no caso 
dos autos. 
Esclarece-se que a violação da coisa julgada é matéria que deve ser tratada em 
preliminar de contestação, à luz do artigo 337, VII, do CPC. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos 
moldes do artigo 485, V, do CPC. (Fundamento) 
Adiante, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise dos de-
mais itens a seguir expostos. (Pedido) 
 
2.4.8. Conexão e continência (para estudar em casa) 
O artigo 55 do CPC refere-se à conexão. Segundo ele, “reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes 
for comum o objeto ou a causa de pedir”. Já a continência ocorre quando entre duas ou mais ações houver 
identidade de partes e de causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o da outra (art. 
56 do CPC). A continência é uma espécie de conexão, por isso o artigo 337 do CPC refere -se apenas à cone-
xão. Assim, ambas devem ser alegadas em preliminar de contestação, sendo que o pedido deve ser, em regra, 
o de reunião de ações, com base no artigo 57 do CPC. 
Confira os artigos: 
 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias 
enumeradas neste artigo. 
 
Art. 57 do CPC. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo 
 
 
 
 
 
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relativo à ação contida será proferidasentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessari-
amente reunidas. 
2.4.9. Falta de caução e convenção de arbitragem (para estudar em casa) 
A falta de caução (art. 337, XII, do CPC) e a convenção de arbitragem (inciso X do art. 337 do CPC) não se aplicam, 
em regra, ao Processo do Trabalho. 
 
Segundo o professor Carlos Henrique Bezerra Leite:2 “A arbitragem, embora prevista expressamente no artigo 114, 
§§ 1o e 2o, da CF, é raramente utilizada para solução dos conflitos coletivos trabalhistas, sendo certo que o artigo 1o 
da Lei no 9.307/96, vaticina que a arbitragem só resolve conflitos em que estejam envolvidos direitos patrimoniais 
disponíveis, o que, em linha de princípio, inviabiliza a sua ampliação como método de solução dos conflitos individuais 
trabalhistas. Uma exceção seria a indicação, por consenso entre trabalhadores e empregadores, de um árbitro para 
fixar o valor de um prêmio instituído pelo empregador”. 
 
2.4.10. Preliminar específica do procedimento sumaríssimo 
A petição inicial no procedimento sumaríssimo apresenta requisitos próprios, exigido pelo artigo 852-B, I e II, da CLT: 
 
Art. 852-B da CLT. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado. 
§ 1o O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da recla-
mação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. (...) 
 
As exigências do artigo 852-B da CLT são pressupostos processuais de constituição e desenvolvimento válido e regu-
lar do processo. Assim, diante do não atendimento de qualquer um desses requisitos, o fato deve ser arguido em 
Preliminar de Mérito, requerendo o arquivamento da reclamação (extinção do processo sem resolução do mérito, nos 
termos do art. 485, IV, do CPC), bem como a condenação do Reclamante ao pagamento das custas processuais sobre 
o valor da causa, conforme os artigos 852-B, § 1o, da CLT e 485, IV, do CPC. 
 
Seguem os artigos: 
 
Art. 485 do CPC. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) 
dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua com-
petência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o 
autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de juris-
dição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
 
2 Idem, op. cit., 7. ed. São Paulo: LTr, 2009. p. 475. 
 
 
 
 
 
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§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento 
do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias 
para retratar-se. 
 
I – PRELIMINAR 
1. Inobservância dos requisitos do procedimento sumaríssimo 
O Reclamante ajuizou reclamação trabalhista em 01.11.2011, cujo valor da 
causa era de R$ 10.000,00 sem, entretanto, liquidar os pedidos. (Fato) 
À luz do artigo 852-A, as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o sa-
lário-mínimo vigente na data do ajuizamento da ação sujeitam-se ao procedi-
mento sumaríssimo, sendo este o caso dos autos. Segundo o artigo 852-B, I, da 
CLT, no procedimento sumaríssimo o pedido deve ser certo, determinado e lí-
quido, ou seja, o Reclamante deve indicar o valor correspondente a cada pedido, 
o que não ocorreu. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer o arquivamento do processo, ou seja, a extinção do 
processo sem resolução do mérito, nos moldes dos artigos 852-B, § 1o, da CLT 
e 485, IV, do CPC, e condenação do Reclamante ao pagamento de custas pro-
cessuais. (Fundamento) 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise 
dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
3. PREJUDICIAIS DE MÉRITO 
 
São prejudiciais de mérito: 
• Prescrição; 
• Decadência. 
 
A prescrição e a decadência devem ser tratadas na contestação, no tópico das Prejudiciais de Mérito, devendo o 
Reclamado postular SEMPRE a extinção do processo COM resolução do mérito, de acordo com o artigo 487, II, do 
CPC. 
 
Art. 487 do CPC. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III – homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas 
sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
3.1. Decadência no Processo do Trabalho 
 
Principais prazos decadenciais no Processo do Trabalho: 
 
 
 
 
 
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• Mandado de Segurança: o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias, contados a partir da ciência do ato ilegal 
praticado pela autoridade pública coatora (art. 23 da Lei no 12.016/2009). 
Art. 23 da Lei no 12.016/2009. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) 
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
• Ação Rescisória: prazo decadencial de 2 (dois) anos para o seu ajuizamento contados do dia imediatamente 
subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não (art. 975 do CPC; e 
Súmula no 100, I, do TST). 
 
Art. 975 do CPC. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última 
decisão proferida no processo. 
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar 
durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. 
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, 
observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no pro-
cesso. 
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e 
para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou 
da colusão. 
 
Súmula no 100 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA:

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