Buscar

Ordenamento jurídico_ conceito, regras e princípios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 1/11
 
Início Dicas Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
Conheça o SAJ ADV Conteúdos Gratuitos Colunistas Converse com um consultor
BUSCA 
  
Ordenamento jurídico: conceito, regras
e princípios
 ATHENA BASTOS  21 DE JANEIRO DE 2019  ATUALIZADO EM: 19 DE FEVEREIRO DE 2019  COMENTE!
 DICAS
Confira todos os tópicos desse artigo: [Ocultar]
1 Ordenamento jurídico brasileiro
1.1 O que é ordenamento jurídico?
1.2 Normas jurídicas
1.3 Princípios e regras no ordenamento jurídico
1.4 Definição de princípios na ordem jurídica
1.5 Referências
1.6 Quer ficar por dentro das novidades sobre Regras e Princípios? Faça abaixo seu cadastro e receba os materiais exclusivos do SAJ ADV em seu e-mail.
TEMPO DE LEITURA: 11 MINUTOS
Ordenamento jurídico brasileiro
Durante muito tempo, o Direito foi estudado pela perspectiva da norma jurídica. Contudo, a análise do Direito
como norma/lei implicava na ignorância de problemas particulares, como bem destaca Norberto Bobbio [1], na
obra “Teoria do Ordenamento Jurídico”.
Esses elementos somente poderiam ser analisados mais profundamente a partir de um olhar mais amplo e
sistemático. Ou seja, do Direito como um todo e não apenas como um conjunto de normas que bastam por si. Do
Direito, portanto, como um ordenamento jurídico formado por normas, regras e princípios


01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 2/11
Faz-se, então, uma análise do conceito de ordenamento jurídico, bem como de conceites a ele essenciais.
O que é ordenamento jurídico?
Embora não tenha sido o primeiro a abordar o Direito pela perspectiva mais ampla do ordenamento jurídico,
Norberto Bobbio [2] foi um dos autores de maior destaque no campo.
Em sua célebre obra, “Teoria do Ordenamento Jurídico”, o teórico escreve:
 
 
[…] na realidade, as normas jurídicas nunca existem isoladamente, mas sempre em um contexto de
normas com relações particulares entre si (e estas relações serão em grande parte objeto de nossa
análise). Esse contexto de normas costuma ser chamado de “ordenamento”. E será bom
observarmos, desde já, que a palavra “direito”, entre seus vários sentidos, tem também o de
“
01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 3/11
Para Bobbio, o Direito encontra sua definição adequada quando se localiza no ordenamento. Deve-se, então,
considerar o modo pelo qual uma determinada norma se torna eficaz a partir de uma complexa organização que
determina a natureza e a entidade das sanções, as pessoas que devam exercê-las e a sua execução. Assim, abordar
o que é uma ordem jurídica, seria analisar essa organização.
O conceito de ordenamento jurídico, desse modo, seria o contexto de produção normativa. E englobaria, portanto,
não apenas as regras jurídicas por si, mas também as técnicas de produção e de integração das normas jurídicas de
diferentes áreas do Direito.
Tipos de ordenamentos
Um sistema é uma totalidade ordenada, um conjunto de entes entre os quais existe uma certa ordem. Esses entes
não devem se relacionar apenas com o todo, como também entre si, em uma relação de coerência.
Assim, quando nos perguntamos se um ordenamento jurídico constitui um sistema, nos perguntamos se as normas
que os compõe então num relacionamento de coerência entre si.
Ordenamento jurídico brasileiro
Os ordenamentos jurídicos são diferentes. Isto porque não apenas possuem normas formais e materiais diferentes,
mas também porque podem possuir regras de estrutura diversas. Uma monarquia parlamentarista, por exemplo,
não se estruturará da mesma forma que uma presidencialista ou que uma democracia presidencialista.
No caso do ordenamento jurídico brasileiro, este tem origem na tradição romano-germânica. Isto é, na tradição
civilista – que se opõe à tradição da Common Law. Desse modo, reúne todas as leis, emendas, decretos e espécies
de norma, todas em consonância com a norma fundamental, qual seja a Constituição Federal de 1988.
Seguindo a divisão dos três poderes de Montesquieu, a República Federativa do Brasil organiza-se em:
poder executivo;
poder legislativo;
poder judiciário
Normas jurídicas
As normas jurídicas integram o ordenamento jurídico. Para Bobbio, elas significam a imposição de obrigações e
pressupõem a existência de poder normativo. 
Dentro do conjunto de normas, há a norma fundamental. Como mencionado, ela é pressuposta, pois funda o
ordenamento. E para evitar discussões acerca de um poder anterior ao próprio Estado capaz de instituí-la,
compreende-se ser pressuposta. É, assim, a norma que atribui ao poder constituinte a faculdade de produzir
normas jurídicas. É o critério supremo que permite, então, estabelecer se uma norma pertence a um ordenamento.
Ainda, é o fundamento de validade de todas as normas do sistema.
Uma norma pertence a um ordenamento jurídico se é válida. Ou seja, se pertence a um ordenamento jurídico e foi
posta por autoridade competente pelas vias corretas. Assim, a pertinência é estabelecida de grau em grau, de
poder em poder, até a norma fundamental.
“ordenamento jurídico”, por exemplo, nas expressões “Direito romano”, “Direito canônico”, “Direito
italiano” [“Direito brasileiro”], etc.
●
●
●
01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 4/11
Tipos de normas jurídicas
As normas do ordenamento jurídico servem, desse modo, ao propósito de regulamentar a conduta das pessoas.
Existem, assim, dois tipos principais de norma:
normas de conduta, que regulamentam as ações – o fazer ou não fazer;
normas de estrutura, que regem o modo pelo qual se emanam normas de condutas válidas.
Contudo, elas também podem ser classificadas como normas de:
 
 
preceito
sanção
Normas gerais inclusivas e exclusivas
A tese da norma geral exclusiva defende que uma norma do ordenamento jurídico que regula um comportamento
não só limita a regulamentação, mas, ao mesmo tempo, exclui daquela regulamentação todos os outros
comportamentos. Assim, todos os comportamentos não compreendidos na norma particular são regulados por
uma norma geral exclusiva. Ou seja, pela regra que exclui todos os comportamentos que não sejam aqueles
previstos pela norma particular, de modo que toda a atividade humana está regulada – por normas particulares e
gerais exclusivas.
Já a norma geral inclusiva compreende a norma do ordenamento jurídico segundo a qual o juiz, em caso de
lacuna da lei, deve recorrer às normas que regularem casos parecidos ou matérias análogas. Sua característica,
portanto, é a de regular os casos não regulamentados na norma particular, mas semelhantes a ele, de maneira
idêntica. Assim, utiliza-se o argumentum a similli.
Normas jurídica brasileiras
O ordenamento jurídico brasileiro é integrado por normas jurídicas próprios, que o regulamentam e estruturam.
Assim, são exemplos de normas jurídicas brasileiras, conforme o art. 59, CF:
normas constitucionais
originárias – promulgadas pelo poder constituinte;
derivadas – mudanças no texto constitucional, como são as emendas à Constituição (art. 59, inciso I, e art.
60, CF), provenientes de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Ex.: PEC 287/2016 e Reforma da
Previdência através de Emenda Constitucional;
1
2
1
2
1
01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 5/11
leis complementares – regulam, conforme previsão da própria Constituição Federal, conteúdos de normas
constitucionais (art. 59, inciso II, e art. 61, CF). Ex.: Lei Complementar 101/2000, Lei da Renúncia Fiscal;
leisordinárias – regulam as demais matérias não reguladas por leis complementares (art. 59, inciso III, e art.
61, CF). Ex.: Lei 12.016/2009, Lei do Mandado de Segurança;
leis delegadas – elaboradas pelo Presidente da República, que deve solicitar delegação ao Congresso,
responsável pela especificação de seus conteúdos e termos de exercício (art. 59, inciso IV, e art. 68, CF);
medidas provisórias – editadas pelo Presidente da República, em caso de relevância e urgência (art. 59, inciso
V, e art. 62, CF). Ex.: MP 808, que editava a Reforma Trabalhista;
decretos legislativos –  editados pelo Congresso Nacional, em geral disciplinam as matérias previstas no art.
49, CF. Em regra, regulamentam as leis e dispõem sobre a administração pública (art. 59, inciso VI, e art. 62, § 3º,
CF). Ex.: Decreto 9.685/2019, que regula a posse de armas.
resoluções –  atos administrativos normativos emitidos por autoridades superiores para disciplinar matérias
de sua competência específica (art. 59, inciso VII, CF). Ex.:  Resolução CSGN nº 140/2018, acerca da aplicação do
Simples Nacional.
Princípios e regras no ordenamento jurídico
A visão sobre os princípios dentro do ordenamento jurídico varia conforme a perspectiva teórica. E protagoniza
uma das grandes discussões da hermenêutica jurídica, sobretudo entre tendências garantistas e tendências
principialistas.
Os princípios, em geral, são vislumbrados como instrumentos norteadores. E embora sejam parte das normas de
uma ordem jurídica, diferem-se das regras propriamente ditas. Enquanto os princípios estruturam o sistema, as
regras definem as condutas autorizadas, vedadas ou obrigatórias positivadas dentro do ordenamento. E,
consequentemente, devem ser interpretadas de acordo com os primeiros.
Norma jurídica, desse modo, seria o gênero do qual derivam os princípios e as regras.
Definição de princípios na ordem jurídica
2
3
4
5
6
7
01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 6/11
Os princípios ganharam destaque nas teorias jurídicas sobretudo após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a
vontade da maioria foi colocada à prova. Na tendência constitucionalista do século XX, portanto, a validade das
normas passa a integrar elementos formais e substanciais. A produção legislativa não se atém somente aos pré-
requisitos formais ou estruturais. É imprescindível, então, que represente valores coerentes com o paradigma
constitucional democrático.
É necessário ressaltar, contudo, que não há definição prévia das condições de validade da norma ou do grau de
justiça exprimido por elas segundo a teoria do direito; há somente definição do que seria válido ou inválido. E
segundo Ferrajoli [3], “é válida toda e qualquer norma produzida em determinado ordenamento em conformidade
e em coerência com as normas formais e substanciais, quaisquer que sejam, sobre sua produção normativa”.
Principialismo
Dworkin [4], ao desenvolver a tese principialista ou neoconstitucionalista, explana que as regras devem ser
aplicadas conforme os princípios morais extraídos da Carta Maior. Defende, em sua teoria, a ideia de um juiz
“Hércules”, que seja capaz de compreender elementos formais e substanciais dos casos jurídicos na aplicação da
melhor decisão.
Em sua concepção, a prática jurídica é uma atividade tipicamente interpretativa, e cabe ao intérprete – o juiz –
encontrar a única decisão correta. Esta será aquela que melhor se adeque aos fatos, ao contexto, à tradição e à
moralidade – uma decisão histórica daquele que profere a sentença, baseada em precedentes e na função do
Direito.
Moreso [5], por sua vez, considera que o direito é constituído de proposições tanto valorativas quanto descritivas
(positivas), entre as quais se encontram:
proposições abstratas;
relativamente concretas;
muito concretas.
A mera existência de princípios norteadores das decisões não implica, todavia, a inexistência de conflitos. Pelo
contrário, comumente haverá proposições de direito controversas. Novos problemas no âmbito das decisões
decorrem da colisão de princípios, sobretudo em razão de vaga conceituação. Desse modo, estabelecer-se-á
desacordo quanto à forma de procedimento e conflito entre os critérios de justiça e vigência.
Garantismo jurídico
O garantismo de Ferrajoli, embora considerado uma vertente da corrente constitucionalista do pós-guerra, baseia-
se menos nas valoração dos princípios, tese defendida pelos neoconstitucionalistas, que na legalidade e resolução
de conflitos dentro das previsões do próprio ordenamento jurídico. A atenção às previsões de direito, contudo, não
implica que o garantismo seja sinônimo de positivismo, ao menos da concepção de um paleo-positivismo,
centrado na literalidade da lei.
Constitui-se, por sua vez, como um desenvolvimento da teoria positivista, de modo conciliar a legalidade com as
questões de justiça e validade.
O constitucionalismo proposto por Ferrajoli (2015) é elaborado sobre quatro postulados:
o princípio da legalidade, que se constitui como norma e como expressão de abstração racional;
o princípio da completude deôntica, que pressupõe a existência de garantias aos direitos primários, através
de proibições e obrigações;
1
2
3
1
2
01/05/2019 Ordenamento jurídico: conceito, regras e princípios
https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ 7/11
 Sobre Athena Bastos
Redatora do SAJ ADV. Mestra em Teoria e História do Direito pelo PPGD/UFSC (2019) e Bacharel
em Direito pela UFSC (2015). Integrante do Núcleo de Pesquisa em Direito e Feminismos
UFSC/CNPq.
https://www.linkedin.com/in/athenabastos/
S I T E
 Artigos relacionados
o princípio da jurisdicionalidade, que determina normas secundárias de garantia secundária em proteção aos
direitos e interesses primários; e
o princípio da acionabilidade, o qual prevê a existência de jurisdição passível de acionamento para a
efetivação da garantia secundária.
Por fim, percebe-se que o conceito de ordenamento ultrapassa o sentido de mero conjunto de regras. Engloba uma
série de teorias, normas, regras e princípios que regulamentam as diferentes e complexas sociedades
contemporâneas.
Referências
 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 6. ed. Brasilia: Editora Universidade de Brasilia, 1995.
 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 6. ed. Brasilia: Editora Universidade de Brasilia, 1995, p. 19.
 FERRAJOLI, Luigi. A democracia através dos direitos: o constitucionalismo garantista como modelo teórico e
como projeto político. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 47.
 DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
 MORESO, José Juan. Conflictos entre princípios constitucionales. In: SANCHEZ, Miguel Carbonell (coord.).
Neoconstitucionalismo(s). Madrid: Trotta, 2003. p. 99-122.
Quer ficar por dentro das novidades sobre Regras e Princípios? Faça
abaixo seu cadastro e receba os materiais exclusivos do SAJ ADV em
seu e-mail.
3
4
1
2
3
4
5


Continue navegando