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1 - Rixa. 1.1 - Conceito: Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Com este tipo penal evita-se a impossibilidade por falta de provas, pois pressupõe uma confusão. 1.2 - Classificação doutrinária: Comum. Comissivo ou omissivo impróprio. Doloso. De perigo concreto. Formal. Instantâneo. Não-transeunte. Plurissubjetivo. Plurissubsistente. De forma livre. 1.3 – Objeto material e bem juridicamente tutelado: O bem juridicamente protegido é a incolumidade física e secundariamente a ordem pública e a disciplina da convivência civil. O objeto material são os próprios rixosos, contentores. 1.4 – Elementos do tipo: Segundo Bitencourt: “Rixa é uma briga entre duas ou mais pessoas, acompanhada de vias de fato ou violência recíprocas.” Constitui o tipo objetivo participar da rixa, praticando violência física contra outras pessoas, sendo indiferente o momento em que entrou ou saiu da rixa. A rixa é caracterizada pela confusão, sendo assim se é possível identificar dois grupos lutando um contra o outro não há rixa e sim crime de dano. Para haver rixa é necessário haver violência material, ainda que não haja contato físico, por exemplo, quando as agressões se dão por arremessos de objetos. A doutrina admite a rixa ex improvisi e ex propósito, mas a jurisprudência somente admite a ex improvisi. Não há tipicidade quanto a rixa simulada. Na rixa a presunção júris et de jure (não admite prova em contrário) da existência de perigo. Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. É crime plurissubjetivo, pois exige a presença de três ou mais pessoas para se consumar. Dentre essas três pessoas podem existir inimputáveis, que apesar de não responder pelo crime, possibilitam sua configuração. Também não se faz necessário que pelo menos três contendores sejam identificados para consumar o crime, se existe a presença de três ou mais contendores, ainda que os mesmos não sejam identificados, está configurado o crime de rixa. Aqueles que separam a briga não se incluem entre os rixosos. Neste crimes os próprios rixosos ou rixentos são sujeito ativo e passivo do crime. Também pode ser sujeito passivo aquele atingido pela rixa, apesar de não ter nela se envolvido e o Estado. 1.5 - Elemnto subjetivo: O dolo é a vontade de participar da rixa (animus rixandi). Não existe rixa culposa. 1.6 - Consumação e tentativa: A consumação se dá quando vários contendores tomam parte numa briga. É praticamente impossível configurar a tentativa, segundo Greco e Bitencourt, pois apesar de o crime ser plurissubsistente sendo possível a tentativa esta é de muito difícil configuração. Já para Mirabete o crime é unissubsistente admitindo-se a tentativa. A legítima defesa é possível, segundo Bitencourt, embora com algumas dificuldades práticas. Para Mirabete somente é possível a legítima defesa para aquele que não está participando da rixa. 1.7 - Concurso: Há concurso material com delitos autônomos. O crime de ameaça ou a contravenção de vias de fato estão absorvidas pelo delito de rixa. Entretanto há discussão doutrinária acerca de o crime de lesão ou homicídio ser absorvido pela rixa qualificada. 1.8 - Rixa qualificada: Todos os participantes respondem, inclusive o lesionado. Identificado o autor da lesão este responderá por lesão e rixa em concurso material, e os demais rixosos responderão por rixa qualificada. 1.9 - Ação Penal: Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
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