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DP história aula 3 2019 1 ppt

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 DIREITO PENAL
Prof. MSc. Hélio Siqueira Campos
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
Análise da repressão em períodos anteriores;
Imprescindível para entender o Direito Penal atual;
Auxilia na interpretação do DP atual;
Antes do século XVIII, não se pode falar em Direito Penal enquanto ciência;
Entender como funciona o direito de punir do Estado.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
Normalmente, a doutrina apresenta uma divisão tríplice:
1) fase da vingança divina;
2) fase da vingança privada; e,
3) fase da vingança pública.
Todas são marcadas por forte sentimento religioso/espiritual
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
A fase da vingança divina
Os fenômenos naturais eram considerados manifestações divinas revoltadas com atos que exigiam reparação;
Punia-se o infrator para desagravar a divindade;
O infrator tinha sua vida sacrificada;
Não importava a proporcionalidade e justiça.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
A fase da vingança divina
A pena era rigorosa, pois deveria estar de acordo com a grandeza da divindade;
Era aplicada pelos sacerdotes, que tinham delegação divina;
Aplicada no Egito (Cinco Livros), antiga Grécia, China (Livro das Cinco Penas), Pérsia (Avesta) e Israel (Pentateuco);
Ex. Código de Manu (Índia – séc. II a.C. a séc. II d.C.). 
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
A fase da vingança privada
Infração cometida por membro do próprio grupo – banimento;
Infração cometida por membro de outro grupo – vingança de sangue – guerra grupal;
Para evitar a dizimação, surge a lei do talião: olho por olho, dente por dente
Tentativa de humanização e de proporcionalidade.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
A fase da vingança privada
Adotada pelo Código de Hamurabi (Babilônia), Êxodo (hebreus) e Lei das XII Tábuas (romanos);
Como o número de infratores era grande, muitos ficavam deformados;
Para evitar isso, evoluiu-se para o sistema de composição, em que o infrator comprava sua liberdade, livrando-se do castigo.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
A fase da vingança pública
Com a evolução da organização social, o Estado passa a ter o poder e o dever de manter a ordem e a segurança;
A primeira finalidade reconhecida desta fase foi a segurança do soberano, mantendo-se a crueldade e a severidade para intimidar;
Em Roma, inicialmente, manteve-se o caráter religioso, que foi mais tarde separado do Direito.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
Roma antiga: D. Penal Romano
Reino de Roma (753 a.C – 509 a.C)
República Romana (509 a.C – 27 a.C.)
Império Romano (27 a.C – 476 d.C)
Nesse intervalo, apresentou um ciclo jurídico completo; 
Maior fonte de institutos jurídicos até hoje aplicados.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
O período do reinado trouxe A Lei das XII Tábuas (V a.C), que foi o primeiro diploma escrito e limitou a vingança privada – lei do talião e admitia a composição
Já na época do Império ocorreu o domínio dos conceitos de dolo e culpa / agravantes e atenuantes.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
Principais características:
a) afirmação do caráter público do DP;
b) desenvolvimento da imputabilidade, culpabilidade e
 excludentes;
c) dolo x culpa;
d) tentativa (delitos extraordinários);
e) causas de justificação;
f) pena como reação pública que cabia ao Estado;
g) crime público x privado;
h) autoria x participação.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
D. Penal Germânico
 A expressão indica as instituições e os sistemas jurídicos existentes nas diversas nações bárbaras de origem teutônica que se apossaram da Europa Ocidental após a queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476;
Conflito entre o Direito romano e uma civilização menos “avançada” . 
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal 
 D. Penal Germânico
No estágio inicial era puramente baseado nos costumes;
Com a instalação da Monarquia, substitui-se a vingança de sangue pela compositio – tarifas segundo a qualidade, idade, sexo e tipo da lesão;
Misto de indenização e pena;
Havia três tipos de penas: trabalhar para a vítima ou família, pagamento ao ofendido e pagamento ao rei como preço da paz;
Se não podia pagar: penas corporais; surgiram os Ordálios.
 
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Direito Penal Canônico
Imprescindível para entender o Direito Penal atual – “penitenciária”;
Vigorou entre a época dos direitos romano e germânico;
Com a queda do Império Romano e a instituição do feudalismo como sistema político-social, a Igreja Católica consolidou-se como a grande instituição da Idade Média; 
Eram aplicáveis em razão da matéria e das pessoas.
 
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Direito Penal Canônico
Religioso e o laico ainda se misturavam;
A Igreja possuía poder suficiente para ditar um conjunto de regras jurídicas.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Direito Penal Comum/medieval
– Tem início no séc. XII, com o início da formação dos Estados Nacionais;
Era uma grande miscelânia entre normas do Direito Romano, Canônico e Germânico;
Período sombrio do Direito Penal que tinha como objetivo a defesa do príncipe e da religião.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Direito Penal Comum/medieval
Pena de morte aplicada com frequência, pelos meios mais atrozes – forca, fogueira, roda, arrastamento, retirada das vísceras, enterramento vivo, açoites. 
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 DIREITO PENAL
 história do direito penal
 Direito Penal Comum/medieval
Mutilações – pés, mãos, língua, lábios, nariz, orelhas, castrações;
Esse terror gerou uma oposição – Rev. Francesa – Período Humanitário
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Direito Penal Comum/medieval 
Alto nível de insegurança na definição dos crimes e determinação da pena;
Desigualdade de punição para nobres e plebeus;
Caracterizou-se principalmente pela atrocidade das penas.
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 DIREITO PENAL 
 história do direito penal
 Período Humanitário 
Surge como resposta às arbitrariedades e excessos cometidos no período anterior;
Faz parte do movimento Iluminista – ampliou o uso da razão em todas as áreas;
Consciência do problema penal como problema filosófico e jurídico;
Qual o fundamento do direito de punir e da legitimidade das penas?
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 DIREITO PENAL 
 
Influência nítida de Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Locke;
Defesa veemente da liberdade, igualdade e justiça;
Severa crítica dos excessos das penas;
Pena deve ser proporcional ao crime;
3 principais autores para o DP: Beccaria, Howard e Bentham.
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 DIREITO PENAL 
 Cesare Beccaria
1738 - 1794
Dos Delitos e das Penas - 1764
Marcou o início do DP moderno – Escola Clássica do Direito Penal e Criminologia
Baseado no contratualismo e utilitarismo
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 DIREITO PENAL 
Principais idéias:
1) Os cidadãos cedem uma parte de sua liberdade e direitos para viverem em sociedade. Assim, as penas não podem atingir direitos não cedidos (pena de morte e cruéis);
2) Só as leis podem definir crimes e fixar as penas – veda-se ao juiz interpretá-las ou aplicar sanções arbitrariamente;
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 DIREITO PENAL 
3) As leis devem ser conhecidas pelo povo – redigidas com clareza para que o povo possa
as entender e cumprir;
4) A prisão preventiva só se justifica diante da prova da existência do crime e de sua autoria;
5) Vedado o confisco (atinge os herdeiros) e penas infamantes (recaem sobre toda a família);
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 DIREITO PENAL
6) Vedado o testemunho secreto, a tortura e os juízos de Deus (não levam à verdade);
7) A pena deve ser utilizada não só para intimidar, mas também para recuperar o delinquente.
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 DIREITO PENAL 
 John Howard
1725-1790
Iniciou o penitenciarismo;
Foi sheriff e alcaide de Bedford;
Ao viajar a Portugal logo depois de 1755, seu barco foi capturado por corsários franceses – conheceu o terror das prisões;
Iniciou a busca pela humanização das prisões e a reforma do delinquente.
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 DIREITO PENAL
Escreveu “The State of the Prisons in England and Wales, with Preliminary Observations and an Account of Some Foreign Prisons” – 1777
Passou a ser considerado “o apóstolo da humanização das prisões”
Influenciou até mais os EUA do que seu país
Filadélfia – primeira prisão celular - 1797
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 DIREITO PENAL
Principais idéias:
1) Educação religiosa;
2) Trabalho regular organizado;
3) Condições alimentícias e de higiene humanas;
4) Isolamento parcial para evitar o contágio moral;
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 DIREITO PENAL
5) separação entre processados, condenados e devedores;
6) separação entre mulheres e homens;
7) separação entre jovens e maduras;
8) Inspeções periódicas - conveniência da fiscalização das penitenciária por um juiz – Juiz das Execuções Criminais.
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 DIREITO PENAL
 Jeremy Bentham
(1748-1832)
Seguidor de Howard - contemporâneos
Utilitarista convicto – David Hume – “a maior felicidade para o maior número”
Aplicou essas idéias ao sistema prisional
Na sua obra “The Constitutional Code”, de 1830, defendeu a necessidade da prevenção e da punição dos delitos
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 DIREITO PENAL
Apresentou um regime penitenciário que assentava essencialmente em três pilares: 1- doçura; 2 – rigor; 3 – severidade.
A par destas três regras defendeu:
1) A separação dos reclusos por sexo;
2) A manutenção adequada da higiene e do vestuário dos detidos;
3) O fornecimento de uma alimentação apropriada;
4) A aplicação rigorosa do regime disciplinar
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 DIREITO PENAL
Bentham pretendia “reformar e corrigir os presos, para que quando saíssem em liberdade não constituíssem uma desgraça para (…) a sociedade”
A apresentou uma nova concepção arquitetônica do edifício prisional a que chamou Panopticon
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 DIREITO PENAL
O objetivo do panótico era o de permitir que o observador – o guarda prisional – conseguisse observar (“opticon”) todos os prisioneiros (“pan”) sem que fosse visto por estes, alimentando-lhes um sentimento de que estariam constantemente em observação e por isso refreariam os seus impulsos (“self-discipline”)
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 DIREITO PENAL
Período Cientifico
Também conhecida como período criminológico, esta fase caracteriza-se por um notável entusiasmo científico. Começa a partir do século XIX, por volta do ano de 1850 e estende-se até os nossos dias.
Inicia-se, neste período, a preocupação com o homem que delínque e a razão pela qual delínque.
É a época de César Lombroso, Ferri e Garófalo;
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 DIREITO PENAL
O movimento positivista no Direito Penal.
O movimento naturalista do século XVIII, que pregava a supremacia da investigação experimental em oposição à indagação puramente racional, influenciou o Direito Penal. 
Numa época de franco domínio do pensamento positivista no campo da filosofia (Augusto Comte) e das teorias evolucionistas de Darwin e Lamark, das ideias políticas de John Stuart e Spencer, surgiu a chamada Escola Positiva.
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 DIREITO PENAL
A nova Escola proclamava outra concepção do Direito. Enquanto para a Clássica ele preexistia ao Homem (era transcendental, visto que lhe fora dado pelo criador, para poder cumprir seus destinos), para os positivistas, ele é o resultado da vida em sociedade e sujeito a variações no tempo e no espaço, consoante a lei da evolução.
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 DIREITO PENAL
E aí reside um determinado perigo:
Alguns autores positivistas realizaram eventos hoje denominados equivocados, como Lombroso. Outros criaram conceitos abomináveis;
Eurocentrismo, Francis Galton, Darwinismo Social, Racialismo, Racismo.
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 DIREITO PENAL
Na realidade, não houve uma escola clássica propriamente dita. 
O nome, de cunho pejorativo, foi dado pelos positivistas, no sentido de antigo, antiquado. 
A escola clássica deu início à construção da teoria geral do delito, elaborando um exame analítico do crime, distinguindo os seus vários componentes. 
É influenciada pelo Iluminismo e pelas ideais de Beccaria e do Contrato Social de Rousseau. 
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 DIREITO PENAL
Seu maior expoente foi Francesco Carrara. 
Para ele, o delito é um ente jurídico pois consiste na violação de um direito. Este ente jurídico é impelido por duas forças: a física, que é o movimento corpóreo e o dano do crime, e a moral, que é a vontade livre e consciente do criminoso. 
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 DIREITO PENAL
O livre arbítrio, como pressuposto da responsabilidade e da aplicação da pena é o núcleo de suas ideias. 
Para a Escola Clássica, o método que deve ser utilizado no Direito Penal é o dedutivo ou lógico e não o experimental, já que se trata de uma ciência jurídica. 
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 DIREITO PENAL
O maior nome da Escola Positiva, entretanto, foi Enrico Ferri, que ressaltou a importância do trinômio causal do delito: os fatores antropológicos, os fatores sociais e os fatores físicos. 
Ferri aceitava o determinismo, mas afirmava ser o homem responsável por viver em sociedade. 
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 DIREITO PENAL
Em resumo, os princípios básicos da Escola Positiva são: 
1. O crime é um fenômeno natural e social, sujeito às influências do meio e de múltiplos fatores, exigindo o estudo pelo método experimental. 
 2. A responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade, e tem por base a sua periculosidade. 
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 DIREITO PENAL
3. A pena é medida de defesa social, visando a recuperação do criminoso ou a sua neutralização. 
4. O criminoso é sempre, psicologicamente, um anormal, de forma temporária ou permanente. 
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 DIREITO PENAL
Assim, em face de posições polêmicas e contestadas por vários autores penalistas, surgiu a Escola Mista, e Escola Eclética e a Terceira Escola ou Escola Moderna Alemã;
Caracterizam-se por fazer a evolução de certos conceitos das escolas anteriores.
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 DIREITO PENAL
Procuravam a causalidade do crime, e não a sua fatalidade, excluindo, assim, o tipo penal antropológico. Como reação ao positivismo jurídico, os penalistas passaram a preocupar-se com a pessoa do condenado em sua perspectiva humanista. 
Para estas escolas, a sociedade apenas é defendida à medida que se proporciona a adaptação do condenado ao convívio social. 
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 DIREITO PENAL
 História do Direito Penal no Brasil
O Direito Penal Brasileiro didaticamente está dividido em três fases principais: 
Período colonial;
Código Criminal do Império;
Período Republicano.
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 DIREITO PENAL
A partir do descobrimento do Brasil, em 1500, passou a vigorar em nossas terras o Direito Lusitano. 
Os donatários aplicavam arbitrariamente o direito de acordo com seus interesses, fazendo com que o regime jurídico do Brasil Colônia fosse catastrófico.
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 DIREITO PENAL
A constituição brasileira de 1824 determinou a urgente e imperiosa necessidade de elaboração de um
 “Código Criminal, fundado nas sólidas bases da justiça e da equidade” (art.179, §18).
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 DIREITO PENAL
Em 1830, o imperador D.Pedro I sancionou o Código Criminal,
primeiro código autônomo da América Latina, fundada nas idéias de Bentham, Beccaria e Mello Freire.
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 DIREITO PENAL
Com o advento da República, Batista Pereira foi encarregado de elaborar um projeto de Código Penal, que foi aprovado e publicado em 1890, portanto, antes da Constituição de 1891.
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 DIREITO PENAL
Foi considerado o pior Código Penal de nossa História, pois os textos legais ignoraram completamente tudo o que havia se avançado em termos doutrinários.
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 DIREITO PENAL
Desde 1940, dentre as varias leis que modificaram nosso vigente Código Penal, duas, em particular, merecem destaque: a lei nº 6.416/77, que procurou atualizar as sanções penais, e a lei nº 7.209/84, que instituiu uma nova parte geral, com nítida influência finalista.
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 DIREITO PENAL
A lei nº 7.209/84, que reformulou toda a Parte Geral do Código Penal de 1940, humanizou as sanções penais e adotou penas alternativas à prisão, além de reintroduzir no Brasil o festejado sistema dias-multa.

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