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Hist AOrient aula 1 e 2

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HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL 
As Origens da Civilização e do Estado
1/3--Nesta primeira aula, estaremos discutindo a construção da disciplina. Devemos nos perguntar o porquê de estudar História antiga e como estudá-la, o que é oriente, quando começa a história, enfim, é o momento de perguntas, de construir as bases para podermos trabalhar o nosso curso.
Para começar, é absolutamente fundamental definir alguns conceitos. Mas, o que é um conceito? 
Conceito é a exposição teórica de uma ideia presente na sociedade. Exemplo: se peço para você conceituar cultura, não desejo saber sobre a influência da cultura na sua vida ou como ela é importante ao homem.
1/4--A pergunta anterior versa de maneira direita sobre a definição de conceito , de forma que nos permite compreender o que é cultura.
Veja um exemplo da história antiga. Antes, pare e pense um pouco!
Temos escravidão na História Antiga?
A resposta é sim. Mas, só se entender escravidão como um conceito, quer dizer, um sistema de trabalho que impõe ao submetido um regime compulsório.  
1/5--HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL
o Conceito de Oriente.
seguindo a busca dos conceitos, devemos entender o que é Oriente.Poderíamos entende-lo somente como uma divisão geográfica ? Em termos geográficos, a divisão entre Ocidente e Oriente é proveniente do mapa de fusos horários .
1-6 HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL
Vamos um pouco para trás: o mundo após a II Guerra Mundial viveu uma separação político ideológica, dividida em países capitalistas e socialistas.  Naquele momento, muito se usava o termo "Cortina de Ferro" para marcar o limite das forças capitalistas e socialistas na Europa, representado especialmente pela divisão da Alemanha e o muro construído em Berlim.  Se naquele momento perguntássemos a qualquer pessoa minimamente esclarecida onde está o Ocidente e o Oriente, a explicação seria dada sob a perspectiva do momento.
Da mesma forma, devemos entender a divisão na antiguidade entre Ocidente e Oriente e o que caracteriza cada um deles.  De um lado, temos sociedades consideradas berço da humanidade: Egito e Mesopotâmia em especial.  Do outro, a ideia do que é ser ocidental, certo orgulho de culturas como a grega e a romana, como se todos nós representássemos esses grupos.
1/7--HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL
O olhar que desejamos é um olhar que fuja dessa dicotomia, desse dualismo. Entende-se Oriente como um espaço de poder caracterizado pela organização de importantes civilizações e como suas práticas constroem e influenciam o mundo conhecido.  Precisamos construir um olhar crítico, que não veja as pirâmides com uma mostra de como esses povos eram avançados, mas uma sociedade à qual possamos entender, discutir, que nos permita refletir melhor sobre nossa própria sociedade.
1/9--História antiga: como estudar?
Primeiro é necessário pensar nesta periodização: o que é história antiga?  O que é algo antigo? De onde surge uma ideia como essa?  Como já conversamos, as coisas não são criadas ao acaso, em especial, uma divisão de tempo como a que utilizamos não é um acidente. Vamos lembrar:
1. A linha tradicional do tempo mostra que, do surgimento da escrita (a maioria por cerca de 3.000 a. C.) ao fim do Império Romano do Ocidente - Séc. V d.C.:
a.   A Idade Média seria do século V ao XV; 
b.  A Idade Moderna, do XVI ao XVIII; 
c.  A Idade Contemporânea, do XIX ao XXI).
Por essa conta, em que idade nós estamos? Contemporânea, certo?  Sim e não.  
Se formos ao limite do conceito, todo homem é contemporâneo ao seu tempo, vive sua própria época.  Mas, se adotarmos os modelos existentes, pode acontecer um congresso daqui a 20 anos que determine que tenhamos vivido uma idade de nome diverso. Isso vai alterar quem nós somos.
HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL 
As Origens da Civilização e do Estado
1/10---Cada homem é filho de seu próprio tempo e os marcos são escolhidos como não naturais ou inquestionáveis.  Partindo desse pensamento, observamos ainda brevemente o nome dado às Idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea.
° A que esses nomes nos remetem?  Algo que passou, um período intermediário, o homem melhorando, se tornando moderno para chegar nos dias de hoje.  Essa proposta surge no século XVII, época em que a Europa vivia um importante movimento intelectual chamado Iluminismo.  Nele, havia a preocupação em marcar que o homem vivia um momento especial, a era da razão e da capacidade do homem.
° Na busca de uma afirmação nesse sentido, procura-se negar o período imediatamente anterior: assim, a Idade Média será caracterizada pelas trevas para a razão chegar e lhe oferecer a iluminação.
° A antiguidade, então, é o período em que o homem sai de sua condição animalesca e inferior para construir uma grande sociedade.  O homem tem um tombo, uma falha, para atingir seu auge no período moderno.
° Devemos acreditar nisso?  Definitivamente, não!  Então, por que continuamos usando esses marcos?  A resposta está em entendê-los como didáticos, uma forma de dividir e entender o mundo, mas sem acreditar que os períodos tem uma sucessão marcada.  
° É impossível determinar quando começa ou termina um período. Vivemos em quadros constantes de transições, nos quais as sociedades têm continuidades e rupturas ao longo de sua existência.
1/11--A Historia Antiga é toda a historia antes do fim do Império Romano.
Caros , estamos falando de milhares de anos, milhares de sociedades, práticas que precisam fugir das tradições eurocentristas, mas que marcaram as sociedades Ocidentais.
	HISTORIA ANTIGA ORIENTAL
Aula 2: Mesopotâmia
2/3--A definição contemporânea trabalha com algumas denominações principais e, a partir destas denominações, buscamos entender  a sociedade que estaremos estudando.  A divisão tradicional fala em Oriente Próximo; Oriente Médio e Extremo Oriente.
Oriente próximo são as regiões que atualmente entendemos como árabes: Porções de cultura islâmica, mas que no mundo antigo era o limite das antigas áreas de dominação no Império Romano entre os século II a.C. e V d.C.
Oriente Médio: Possessões ligadas às antigas áreas Hindus e Persas; existe uma discussão se a Península Arábica seria Oriente Médio  ou Próximo, devemos entender as áreas mais ao sul como médio.
Extremo Oriente - Até o início do século XX, eram regiões pouco estudadas, vistas como exóticas.  Quando começaram a estudá-las, uma das características consideradas é que essas regiões apresentavam um traço de cultura que as aproximavam:  foram identificadas, em especial, com a cultura chinesa.
2/4--Falemos um pouco de Império Romano. 
Era dividido entre Ocidente e Oriente e possuía duas capitais, Roma e Constantinopla (Séc. III – V). A partir da cidade de Constantinopla em direção à Asia, estão localizadas as áreas reconhecidas na antiguidade como Oriente.
Veja o mapa a seguir.
Nesta divisão geográfica, não há um traço claro de divisão entre o Oriente e o Ocidente, seja o elemento que nós escolhamos para pensar, será uma aproximação.  Então vamos entender que estamos falando de escolhas.  Estudar as sociedades do Crescente Fértil, Egito, Hebreus e Persas não é por considerar estes espaços como o berço de nossa sociedade, mas de compreender que os espaços sociais foram escolhidos para uma melhor compreensão da estrutura social.
2/6--Mas, afinal, quando começa a história?
A escrita transforma inteiramente o homem?  É um  questionamento interessante. Pensemos em sociedades de caçadores e coletores. Qual o papel da escrita para eles? Aliás, vale refletir um pouco sobre o tempo e essa noção utilitarista.
HISTORIA ANTIGA ORIENTAL
Aula 2: Mesopotâmia
2/8--As noções de tempo: O tempo não tem um conceito claro, as pessoas hoje regulam a sua vida em virtude de um tempo detalhado, temos horas, minutos, segundos, dependendo do que falamos.  Na antiguidade, esse controle é diferente.
Hoje temos um calendário que quase acreditamos que sempre existiu.  Que dia é hoje?  Tem certeza? Isso vale para o calendário cristão e quantos calendários existirem.
Como as pessoas cuidavam do seu calendário,controlava em sociedades tipicamente rurais e de subsistência? A conotação de tempo é sempre diferente.  Nessas sociedades, o tempo, por exemplo, tem uma íntima relação com as estações do ano, péssimas condições climáticas, a posição do sol.
Um lembrete:
Como se conta o tempo no calendário cristão:
______________________C_____________________
O centro é Cristo, o advento do tempo utilizado pelo Ocidente.
Como não existe ano 0, ou século zero, devemos contar os séculos sempre com o número da centena + 1; quer dizer, vivemos no século XXI (2011; a centena é 20 + 1 = século XXI).
E, para antes de Cristo, conforme a matemática, o eixo é negativo - 1; -2; -200, ao invés de - usamos antes de Cristo; para depois de Cristo, não é necessário utilizar DC; e a regra fala do mesmo jeito (510 AC, século 6 (-5 -1 = 6 AC).
°Devemos refletir sobre o que a história nos conta, que elementos, que fontes e que documentos temos para entender e trabalhar.  As fontes escritas na história moderna e contemporânea são abundantes. Entretanto, com história antiga, isso não acontece.  Muito dos documentos se perderam ou nem foram elaborados por falta de fontes.  O representativo de documentos escritos de história antiga é muito pequeno.
°O objetivo da pesquisa da história Antiga é refletir, amadurecer e determinar como as sociedades se constituem e se transformam, tirando o nosso olhar de sistemas próximos e aumentando a capacidade de abstração e compreensão dos processos históricos.
°Vamos conhecer mais detalhadamente o  nascimento da História, a cidade e a organização das sociedades humanas.
Como dito na ultima aula o homem passa de sociedades de caçadores e coletores
para sociedades agrárias de característica semi-nômade e que proporcionam o nascimento das cidades. Sendo mais claro: com o surgimento da agricultura, a sociedade inicia um constante desenvolvimento, resolvendo a princípio dois problemas : migração e a fome . A caça não deixa de existir com o advento da agricultura uma vez que seu fundamento era forma alternativa de subsistência
Cerca de 40,000 anos atrás , temos pela agricultura uma serie de ocupações agrárias , nesta fase encontram-se os primeiros indícios da agricultura . Cerca 12.000, são encontrados assentamentos agrários , com cultura de alimentos e domestição de animais , em que as ferramentas começam a ser recorrentemente encontradas, com novas tecnologias ,
Cerca de 8.000 e 4.000 a.C. se desenvolveram as primeiras cidades , é o momento da fundição do bronze, da tecnologias de diques, barragens de grandes construções. A sedentarização causada pela agricultura, provocou uma verdadeira revolução no modo de vida da humanidade . Um dos acontecimentos mais importantes relacionados a isto foi o desenvolvimento das vilas e das cidades.
°O processo de consolidação das cidades está associado ao aumento da organização social. Com a ocupação das cidades, crescem os anseios e as necessidades: aumento de produção = aumento de população.
O processo de consolidação das cidades está associado ao aumento da organização social. Com a ocupação das cidades, crescem os anseios e as necessidades: aumento de produção = aumento de população.
°Analise com atenção a crítica sobre as visões puramente evolucionistas. Roy Porter, no seu livro Das Tripas Coração, sobre a história da medicina, chama a atenção para a sedentarização, que trouxe ao homem mais do que uma evolução: p. 18
À medida que se multiplicou, a raça humana foi saindo da África, primeiro para as regiões quentes da Ásia e da Europa meridional, depois, para o norte.  (...) Confrontados com a fome, os seres humanos aprenderam por tentativa e erro a explorar os recursos naturais e a produzir seu próprio alimento.  Começaram a cultivar gramíneas selvagens e a transformá-las em cereais domesticados, assim como a controlar cães, bois, ovelhas, cabras, porcos, cavalos e aves domésticas.  (...) Mas se o advento da agricultura livrou a humanidade da ameaça malthusiana da inanição, desencadeou também um novo perigo: as doenças infecciosas.
Isto porque agentes patogênicos que antes eram exclusivos dos animais transferiram-
se para os seres humanos, através de processos evolutivos longos e complexos: as doenças dos animais saltaram por sobre o abismo das diferenças entre espécies e trasmudaram doenças humanas.  (...) o gado contribuiu para a tuberculose, a varíola e outros vírus (...) porcos e patos transmitiram suas gripes; cavalo, o rinovírus.  O sarampo de cães e gatos para os homens.(...)
E os seres humanos mostraram-se vulneráveis de outras maneiras.  Os animais domésticos e de criação, assim como os mais nocivos e os insetos, revelaram-se portadores de salmonelas e outras bactérias; água poluída por fezes disseminou a poliomielite, o cólera, a febre tifoide, a hepatite, a coqueluche e difteria; e os celeiros foram infestados por bactérias, fungos tóxicos, fezes de roedores e insetos. Em suma, os assentamentos humanos fizeram com que a doença também se "instalasse".

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