Teoria Geral do Processo - Competência

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO …..........................................................................................02
1. Da Competência …....................................................................................03
1.1 Conceito ….................................................................................…..........03
1.2 Competência Externa............................. ..….........................……...........03
1.3 Competência Interna...................................................................…..........04
1.4 Competência em razão do valor e da matéria..........................................04
1.5 Competência em razão do território e da função......................................04
1.6 Critério determinativos da Competência... …...........................................05
1.7 Competência Absoluta..............................................................................06
1.8 Competência Relativa...............................................................................06
2. Da Prorrogação da Competência................................................................06
2.1 Prorrogação da competência e prevenção................................................08
CONCLUSÃO …..............................................................................................09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS …............................................................10
INTRODUÇÃO
É importante salientar que o poder jurisdicional é privativo do ESTADO-JUIZ. Entretanto, em face de uma expansão territorial, de determinadas pessoas (ratione personae) e de determinadas matérias (ratione materiae), o exercício desse poder de aplicar o direito (abstrato) ao caso concreto sofre limitações, nascendo daí a noção de competência jurisdicional. Pode-se, pois, conceituar a competência como sendo “o âmbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce seu Poder Jurisdicional”.
Sendo assim, torna-se evidente que um juiz não poderá julgar todas as causas e nem a jurisdição poderá ser exercida ilimitadamente por qualquer magistrado; sendo, portanto, o poder de aplicação do Direito a casos concretos, ou jurisdição, distribuídos pela Constituição Federal e por Lei entre os diversos órgãos do judiciário, por meio da competência.
O objetivo deste trabalho é elucidar algumas dúvidas referentes, especificamente, ao tema Competência.
Da Competência
Conceito
Embora indivisível, por motivos de organização e prática, a jurisdição, como expressão do poder estatal, é exercida por vários órgãos, determinados pelo Ordenamento Jurídico, que dentro de certos limites ora atuam dependendo da natureza do litígio, ora da qualidade dos litigantes.
Competência é, pois, o campo dentro do qual o juiz exerce as funções jurisdicionais. Ademais, é o poder que tem o órgão jurisdicional para aplicar o direito objetivo a um caso concreto que chega a ele por meio do interessado.
Competência Externa
Também conhecida como competência internacional, pode ser divida em concorrente e exclusiva. No caso da competência concorrente, dois países são competentes para processar e julgar determinado fato. Está prevista no art. 88, CPC, que determina que é competente a autoridade judiciária brasileira quando:
O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
A ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
A competência exclusiva está prevista no art. 89, CPC, que dispõe que compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
 Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
Proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
Não classifica litispendência a ação formulada perante tribunal estrangeiro, nem impede que a autoridade judiciária brasileira tenha acesso à mesma causa e das que tenham ligação com esta.
	
Competência Interna
A competência interna indicará quais órgãos são competentes para julgar determinado processo que chega ao Judiciário. Esta competência poderá ser classificada de acordo com a matéria, o valor da causa, a função e o território.	
Competência em razão do valor e da matéria
Salvo os casos expressos no Código de Processo Civil, as normas de organização judiciária são conduzidas de acordo com o valor e a matéria. Como exemplo de competência em razão do valor, pode-se citar os Juizados Especiais criados pela Lei 9099/95. A competência em razão da matéria procura um melhor desempenho na atuação da justiça a cada caso, gerando as varas especializadas em direito criminal, civil, trabalhista, de família e sucessões etc.
Competência em razão do território e da função
A competência devida ao território indica onde deverá ser proposta determinada ação, já que os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas compreensões territoriais. A competência funcional ou hierárquica definirá a competência originária. Em razão da função ou hierarquia move-se a causa no tribunal.
Critérios determinativos da Competência
De acordo com Chiovenda, cujo método parece adaptar-se à sistemática do direito processual pátrio, a competência distribuir-se-á conforme três critérios: O objetivo, o funcional e o territorial.
Competência objetiva: de acordo com o valor ou natureza da causa ou qualidade das pessoas. No primeiro caso, a competência se dá pelo valor e, no segundo caso, é a competência pela matéria. Quanto a natureza da causa refere-se, em geral, ao contento da relação jurídica em discussão.
2) Competência funcional: determinada pela natureza especial e pelas exigências especiais das funções que o juiz é chamado para exercer num determinado processo. Pode-se ainda haver uma competência em que o elemento funcional concorre com o territorial, quando confia-se a causa a ao juiz de dado território.
3) Competência territorial: relaciona-se com o perímetro territorial onde o órgão exerce a sua atividade, pelo fato de residir o réu em certo lugar, ou de haver-se contraído a obrigação em dado lugar ou de achar-se em determinado lugar o objeto da lide.
Essa classificação exclui a qualidade das pessoas como elemento determinativo de competência, pois na Itália, nação do autor dessa teoria, esse elemento, por si só, não influi na competência do juiz. Por esse motivo é que a doutrina inclui a condição das pessoas no critério objetivo, atendendo a peculiaridade da justiça nacional que concede a determinadas pessoas, o foro especial.
Competência Absoluta
A competência absoluta é matéria de ordem pública e, desta forma, não preclui e não é passível de modificação por vontade das partes, em foro de eleição. Sendo assim, são absolutos os critérios de competência fixados pela matéria, pela pessoa e pela função.
 
Competência Relativa
A competência relativa é de ordem privada e, contrariamente a absoluta, é fixada se valendo também do interesse particular. Parte da facilitação da defesa e se não arguida em momento oportuno pode ainda ser prorrogada. É o que determina o art. 114, CPC, “prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais.”. Este é, então, o mecanismo em que um juiz, a princípio incompetente para julgar determinado litígio, passa a ter competência, por omissão do réu que poderia, em momento oportuno, arguir pela incompetência do juiz.
Da Prorrogação da Competência
	
Pode acontecer por força de lei ou por vontade das partes. As causas de prorrogação de competência se dividem em prorrogação legal e prorrogação voluntária.
A própria lei reconhece a prorrogação da competência e dispõe sobre a modificação dessa. Isto ocorre quando, entre duas ações, existe relaçãode conexidade ou continência, e por razões de ordem pública, visando: evitar decisões contraditórias e atender ao princípio da economia processual. Esta é a prorrogação legal.
Resta esclarecer que sobre conexidade diz o CPC, art. 103: “reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir”. E existe “continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras”, está no art. 104, CPC.
Em conseqüência desses fatores, se uma das ações conexas ou vinculadas pela continência for da competência territorial de um órgão e a outra for da competência de outro, prorroga-se a competência de ambos; esse fenômeno chama-se prevenção e consiste em firmar a competência, para conhecimento e julgamento de ambas as causas, daquele que primeiro tomar ciência de uma dessas causas.
A prorrogação voluntária decorre de ato de vontade das partes, ocorre com a renúncia da prerrogativa daquele que a tem, concedida pela lei, de demandar em determinado lugar, e faz isto antes da instauração do processo. Trata-se de eleição de foro, admitida apenas no processo civil (CPC, art. 111). É caso de prorrogação voluntária expressa.
Tratando-se de processo civil, quando a ação é proposta em foro incompetente e o demandado não argúi a incompetência no prazo de 15 dias por meio de exceção de incompetência (CPC, art. 305), temos a prorrogação voluntária tácita.
Em processo penal, em que o foro comum não é determinado predominantemente no interesse do acusado, mesmo se esse não opuser a exceção de incompetência no tempo limite de três dias, o juiz pode, a qualquer momento, dar-se por incompetente (CPP, art. 109).
Prorrogação da competência e prevenção
Competência é a quantidade de jurisdição atribuída a cada órgão, é a órbita dentro da qual todos os processos lhe pertencem. Prorrogação, ao oposto, ocasiona a modificação, em concreto, no campo de competência de um órgão, trata-se de modificar uma competência já determinada de acordo com diversos critérios. Resta claro que os critérios determinativos de competência do juízo não podem ser equiparados aos fatores que determinam a prorrogação da competência.
Por outro lado, a prevenção a qual a lei, repetidas vezes, se refere não é fator de determinação nem de modificação da competência. Por ânimo da prevenção, dentre vários juízes competentes, permanece apenas a competência de um, o chamado juiz prevento, excluindo-se os demais.
CONCLUSÃO
Cabe lembrar e ressaltar a diferença entre jurisdição e competência. A atividade jurisdicional implica a necessidade de organização e divisão de trabalho entre os órgãos que integram o Poder Judiciário seguindo alguns critérios pré-definidos. Já a competência, é o instituto que define a área de exercício da atividade jurisdicional de cada órgão. 
Portanto, a competência nada mais é que a medida da jurisdição. Todo juiz tem jurisdição, entretanto, só pode exercitá-la em dadas matérias e espaços, segundo sua competência. Então conclui-se que a jurisdição é inseparável da atividade de todo juiz, mas nem todo juiz tem competência para julgar todas as lides em todos os lugares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vade Mecum: Constituição Federa. 17ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. 
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. 	Teoria Geral do Processo. 25ª ed. - São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
Teoria Geral do Processo: DA COMPETÊNCIA (MAGISTRATURA). Disponível em: <http://www.ebah.com.br/ >. Acesso em: 04 de abril de 2015.
� PAGE �3�